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23 dezembro 2018

História do "Feliz Natal"

Até o final do século XIX, o termo "Feliz Natal" era usado como sinônimo de "feliz aniversário". A primeira vez que o termo aparece nos jornais brasileiro foi em 1827:

(Diário do Rio de Janeiro, 1827)
(O Cruzeiro, 1829, ed 118, p. 2)

Observe que em ambos os trechos os termos estava associado ao nascimento do imperador, em outubro.) Nos anos seguintes, o termo aparece raramente, muitas vezes em um poesia para alguma pessoa. 

Somente em 1882 o termo irá aparecer. No jornal O Apóstolo, um jornal católico, no dia 24 de dezembro, temos pela primeira vez o termo:

(Edição 146, Ano XVII,  de 24 de dezembro de 1882, p. 1)

Evidenciação no Futebol

Uma reportagem interessante sobre evidenciação no futebol

Um estudo global sobre os proprietários dos clubes denunciou a falta de escrutínio sobre os proprietários, os acionistas e investidores dos clubes de futebol e sociedades desportivas à escala mundial. Desenvolvido e elaborado pela Union Internationale des Avocats (UIA), pela Sport Integrity Global Alliance (SIGA) e pelo Centro Internacional para a Segurança no Desporto (ICSS INSIGHT), este estudo foi realizado em 25 países como EUA, Japão, China, México, Rússia, Turquia, Inglaterra, Espanha, Itália, França e Portugal.

Uma das conclusões retiradas desta análise indicou “um aumento substancial de investidores desconhecidos ou fundos de investimento sediados em offshores, dificultando o trabalho de regulação das federações e ligas profissionais no controlo da origem da propriedade e da sua condição legal. Não é por isso de estranhar que só em 18% dos países analisados exista o dever de divulgar a identidade dos proprietários, investidores dos clubes em competições profissionais e não profissionais.


Observe que a pesquisa foi feita na Europa. Outra informação importante:

Dados deste estudo revelam que 90% dos clubes europeus não publicam as suas contas e 77% estão em insolvência ou pré-insolvência.

Finanças comportamentais e Mercado de Ações no Brasil

O estudo buscou utilizar o modelo desenvolvido por Gokhale et al. (2015) para identificar existência de sobrerreação e vieses comportamentais no mercado de ações brasileiro e analisar seu desempenho como estratégia de investimentos na Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo (BM&FBOVESPA), no curto e longo prazo, bem como testar sua robustez com simulações de janelas de tempo. Os impactos das finanças comportamentais nos mercados de capitais podem afetar as decisões econômicas, perpetuar ou aumentar anomalias na precificação de ativos e, em situações mais extremas e persistentes, contribuir para a formação de bolhas que podem comprometer todo o sistema financeiro de um país. O estudo traz, de maneira pioneira ao mercado de ações brasileiro, metodologia inovadora para identificar vieses comportamentais e obter retornos anormais e superiores aos retornos do Ibovespa. A pesquisa aplica o modelo desenvolvido por Gokhale et al. (2015) em três amostras com dados de cotações de empresas brasileiras de capital aberto que compõem o Ibovespa e o Índice Brasil Amplo (IBrA) no período 2005-2016. Com o software estatístico R, calculou-se o Índice Fundamental de Avaliação (Fundamental Valuation Index – FVI) para cada ação da amostra e a cada ano. A partir desse índice, identificaram-se as ações subavaliadas, indicando que o preço de venda não reflete seus fundamentos econômicos, e realizadas simulações de carteiras para investimento nos três meses ou no próximo ano. Os resultados indicam a possível existência de sobrerreação e vieses comportamentais no mercado de ações brasileiro que geram a possibilidade de retornos anormais superiores aos retornos do Índice Bovespa (Ibovespa). De forma similar ao mercado americano, as carteiras simuladas renderam, ao final do período de 2006-2016, mais de 274%, enquanto o Ibovespa rendeu aproximadamente 80%. Os testes de robustez confirmaram a eficácia do modelo. As diversas carteiras de investimento, simuladas em horizontes temporais distintos, renderam em média mais do que o Ibovespa. O estudo também confirmou as suposições de Gokhale, Tremblay e Tremblay (2015) sobre a inadequação do modelo para estratégias de curto prazo.

O texto completo está aqui

Rir é o melhor remédio


22 dezembro 2018

Custo do escândalo da emissão

A empresa de automóveis, Volkswagen, esteve envolvida em uma fraude relacionada com a emissão de poluentes. Uma informação da empresa disse que este escândalo deverá custar 5,5 bilhões de euros em 2018, 2 bilhões dem 2019 e 1 bilhão 2020, segundo estimativa da empresa. Desde 2015, a empresa já pagou 27 bilhões de euros. Ou seja, o escândalo pode ter um custo total de 35,5 bilhões de euros.

Ou seja, 156 bilhões de reais.

Mercado de Trabalho ainda está ruim para contabilidade

O números divulgados pelo Ministério do Trabalho para a quantidade de vínculos formais no mercado de emprego mostraram, em novembro, mostram que o número de admitidos foi superior ao dos demitidos em 58.664 vínculos. Com este número, talvez seja possível afirmar que a economia está em recuperação, já que neste ano somente em junho os demitidos foram superiores aos admitidos. No ano, foram criadas 755 mil vagas.

Se na economia os números mostram uma recuperação, no mercado contábil os valores são ruins. Apesar do valor acumulado no ano ainda ser positivo, este desempenho ocorreu somente em três dos onze meses: janeiro, março e junho. Os números acumulados, de janeiro de 2014 até novembro de 2018 mostram que foram reduzidas 40.878 vagas no setor. O gráfico mostra um pouco do que está ocorrendo no setor contábil em relação a economia:
Enquanto a linha vermelha mostra uma recuperação aparente para a economia, desde 2017. O mesmo não ocorre com o setor contábil, através da linha azul. É bem verdade que diminuiu a diferença salarial entre os demitidos e os admitidos: chegou a 32,7% em março deste ano, versus 16,9% em novembro de 2018.

Como temos observado nos últimos meses, os empregados com o curso médio completo estão perdendo seus postos. Em novembro a diferença entre admitidos e demitidos foi de -302 para este grupo. No acumulado, de janeiro a novembro, enquanto os empregados com superior completo tiveram um desempenho positivo (3.368), assim como o superior incompleto (801), aqueles com somente o curso médio completo tiveram um desempenho negativo (-2070). Aparentemente contraditório, entre as ocupações, a de escriturário foi a com melhor desempenho: .5242 em valores acumulados do ano.

60 milhões de indenização

A atriz Kate del Castillo está pedindo uma indenização de 60 milhões ao governo do México. Esta história começa em 2012, quando a atriz, conhecida por fazer novelas no México e ser protagonista da série La Reina del Sur, publicou textos no Twitter sobre o México. Entre os textos publicados, algumas declarações para Joaquín Guzmán Loera, o chefe do Cartel de Sinaloa. Um pouco desta história está na nova temporada de Narcos.

Entre os textos, Kate afirmava que acreditava mais em Chapo Guzmán do que no governo que esconderia verdades sobre a atriz, a cura do câncer, da Aids etc. Aparentemente, Guzman era um fã antigo de Kate, já que DVDs da série La Reina del Sur foram encontrados no esconderijo de Guzman. A atriz terminou obtendo os direitos sobre a história da vida de Guzman. Por ter tido reuniões com o advogado do traficante, Kate del Castillo foi colocada em vigilância. Em 2015, Guzmán fugiu da prisão.

Kate começou a intermediar um encontro entre o ator Sean Penn e Guzmán no mesmo ano. O traficante foi preso através deste encontro. Após a captura, Kate Del Castillo foi investigada pelas autoridades mexicanas, inclusive por acusação de lavagem de dinheiro, mas não foi provado nada. Mas o Procurador Geral do México emitiu uma ordem de detenção caso ela fosse para o México, depois que ela recusou a prestar depoimentos sobre o caso. Isto não ocorreu, já que a atriz encontra-se no México agora.

Agora, Kate del Castillo afirma que não cometeu delito e está sendo vítima de perseguição política. A atriz alega que o caso afetou sua vida profissional.

“Filtró información a los medios de comunicación, lo cual es un acto ilegal, tal situación propició que se detonara un juicio mediático que afectó mis derechos a la honra, dignidad, libertad de expresión y pensamiento”, dijo. 
 
“Me vi dañada seriamente en mi honor y reputación al grado de cancelarme contratos y cuentas bancarias. Exijo me sea indemnizado en términos integrales y justos”, agregó.







Congresso da UnB

Durante o quarto congresso da UnB tive a oportunidade de apresentar dois trabalhos, dar um workshop e fazer o lançamento do livro Curso Prático. Recebi alguns comentários positivos daqueles que foram assistir o workshop sobre Economia da Informação. Agora, as transparências estão disponíveis aqui, assim como a apresentação do livro, que estão aqui

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

21 dezembro 2018

Efeito da mudança do clima 2

Uma nova obra de Banksy (Dica: Polyana, grato)

Efeito da mudança do clima subestimado na contabilidade das empresas


(...) Em um novo estudo publicado em 10 de dezembro na revista Nature Climate Change, os cientistas que trabalham com a ONG Conservation International e o Carbon Disclosure Project relatam que o mundo dos negócios pode estar subestimando amplamente o efeito da mudança climática em seu trabalho.
Em uma análise de 1.630 evidenciações corporativas das empresas sobre os efeitos da mudança climática, os pesquisadores descobriram que o risco agregado relatado pelas empresas soma apenas dezenas de bilhões de dólares, enquanto a maioria dos especialistas estima que o custo real subirá para os trilhões (pdf ). Os autores observam que essa enorme discrepância “reflete tanto que um grande número de empresas não relata impactos financeiros e que provavelmente muitos os estão subestimando”.

Entre 2011 e 2016, mais empresas começaram a reconhecer que as mudanças climáticas afetarão seus negócios: 67% das divulgações públicas de 2016 das empresas descreveram os riscos de mudança climática como “mais prováveis ​​do que não” ou “virtualmente certos”, em comparação com 50% em 2013 e 34% em 2011. (...)

Mas a maioria das empresas tem uma visão conservadora dos riscos causados ​​pelas mudanças climáticas - as previsões das empresas apenas arranharam a superfície do que os especialistas prevêem que poderia acontecer nos mercados globais. Por exemplo, enquanto muitas empresas incluíram em suas divulgações públicas que a mudança climática poderia afetar suas cadeias de fornecimento, elas raramente contabilizavam previsões de que a mudança climática diminuiria a renda e o consumo médios, o que provavelmente levaria à diminuição da demanda por produtos.

Divulgações também raramente incorporam o que os autores do artigo chamam de riscos climáticos “emergentes”, como o degelo do permafrost, que liberaria CO2 e metano armazenado no solo, além de micróbios antigos. As empresas podem realmente não entender esses efeitos, ou podem ter receio de incluir o que consideram riscos menos profundos nos relatórios de divulgação, com medo de assustar os investidores.(...)

Continue lendo aqui

Questões importantes e adicionais sobre o texto. Em que pese a relevância do tema e o fato de que existe realmente uma mudança climática, a contabilidade de uma empresa deve levar em consideração o elevado grau de incerteza das medições destes efeitos. A previsão do clima é algo muito difícil de ser feita e com elevada dispersão na probabilidade. As estimativas sobre os problemas de aquecimento global são mais complexas ainda. Nesta situação, qualquer medida de efeito potencial sobre os ativos de uma empresa possui um grau elevado de imprecisão, o que torna difícil mensurar os efeitos de casos individuais. Na medida que novas pesquisas surgem e torna mais claro os efeitos da mudança do clima, estes passam a ser considerados pela contabilidade da empresa. Exemplo disto é o número de divulgações. Uma situação específica é o caso Exxon, já relatado neste blog.

Hakuna Matata

Você sabe o que significa Hakuna Matata? Se sim, talvez tenha assistido mais de uma vez um filme da Disney, o Rei Leão. E deve lembrar que um personagem do desenho explicada que Hakuna Matata quer dizer "sem preocupação", "não preocupe" ou similar. Uma das músicas do filme repetia, diversas vezes, o termo. Eis o trecho:



Quando do lançamento do filme, a Disney registrou o termo Hakuna Matata. E pode usá-lo na venda de produtos. Agora, a empresa está lançando uma nova versão do Rei Leão e com ele volta a música Hakuna Matata.A música foi escrita por Elton John e Tim Rice e ganhou vários prêmios.

O problema é que a expressão é originária da língua swahili, falada entre habitantes da Tanzânia, Congo, Quênia e outras regiões da África. E foi registrada pela Disney, apesar de não ter inventado a expressão.Mas uma campanha lançada recentemente deseja que a empresa renuncie aos direitos do termo. A exploração do termo, por parte de uma empresa dos EUA tem sido considerada uma forma de ... exploração.

Algunos periódicos en Kenia han acusado a Disney de apropiarse de la cultura africana. Lo mismo sucedió en las redes sociales.

Assim, a empresa tem sido associada ao roubo e ao colonialismo.

Leia também aqui a história da Disney e a legislação de direitos autorais nos EUA.

Mourinho e o preço das ações

Quem acompanha o futebol brasileiro está acostumado as demissões dos técnicos com resultados ruins. Em muitos casos, bastam alguns jogos para que os clubes demitem seus treinadores (ou "professores"). Mas a questão da demissão de treinador também ocorre nos grandes clubes. Recentemente um dos maiores clubes do mundo, o Manchester United, demitiu o treinador português, José Mourinho. E pagou um valor elevado por esta decisão.

O Jornal Econômico apresenta uma questão interessante: a decisão tem uma relação com a cotação das ações. No caso do Manchester United, as ações do clube são negociadas, como ocorre com outros clubes europeus. Atualmente o United está em sexto no campeonato inglês e somente os quatro primeiros classificam para a Liga dos Campeões. Com este desempenho, o preço das ações do United caiu nos últimos meses. Na verdade, no período em que Mourinho este com o clube ou dois anos e meio, a redução foi de 12%. Enquanto isso, o Borussia de Dortmund (Alemanha) e a Juventus (Itália) apresentaram uma grande valorização nas suas ações.

A elevada probabilidade de não se qualificar para a ‘champions’ terá implicações significativas para o crescimento das receitas do ano fiscal de 2020. Analistas da Jefferies, citados pela Bloomberg, estimam que o United espera receber cerca de 93 milhões de dólares (81,3 milhões de euros) em receitas de transmissão da Liga dos Campeões, caso chegue aos quartos-de-final da prova, como tem feito nos anos anteriores. Quando venceu a Liga Europa, em 2017, a Deloitte estima [1] que recebeu 45 milhões de euros (51 milhões de dólares).

Esta diferença de 42 milhões de dólares (36,7 milhões de euros) é o melhor cenário, já que não é fácil vencer a Liga Europa. O valor pode significar a diferença entre crescimento ou estagnação da receita. Os analistas disseram à Bloomberg que esperam adicionalmente vendas de 779 milhões de dólares (681,6 milhões de euros) em 2019 e 819 milhões (716,6 milhões de euros) em 2020.

Embora os investidores estejam habituados a suportar uma certa flutuação nas receitas de transmissão com base no sucesso do clube, o desempenho do Manchester United não foi bom a vários níveis. E isso também foi decisivo para o despedimento [2] do técnico português.


[1] É interessante que mesmo tendo ações negociadas na bolsa, o valor da receita foi estimada. 
[2] Muito bom o termo "despedimento". Em português do Brasil é demissão.

Outras postagens sobre o assunto:
Mudar treinador resolve?
Administrador faz diferença?
Desempenho e valor de um clube
Futebol, evidenciação e desempenho
Valor de um clube de futebol

Rir é o melhor remédio



20 dezembro 2018

Melhores livros de não ficção

Aqui um colunista da Bloomberg faz uma lista dos melhores livros de não ficção. Entre eles, Bryan Caplan, com a obra "contra a educação". O comentário é o seguinte:

Não tenho certeza se ele está certo, especialmente sobre a educação ser quase que inteiramente uma sinalização, mas ele tem um bom argumento. Concorde com ele ou não, você nunca verá as escolas e as universidades da mesma maneira.

Realmente,sua visão sobre a educação não será a mesma. O problema é que você sente que provavelmente ninguém perto de você irá compartilhar suas ideias. Um reparo somente no comentário: não há como não concordar com Caplan. Mas é impossível imaginar as pessoas acreditando no que ele diz nos dias de hoje. Imaginar que a educação NÃO ajuda no crescimento econômico de um país é uma heresia. Caplan defende estas heresias. Se você tem a mente aberta, irá concordar com ele fatalmente.

Uma leitura recomendada somente para quem está disposto a evitar o viés da confirmação.

Aqui uma resenha do livro.

KPMG e GE

No início deste ano, um grupo de acionistas fizeram oposição a renovação do contrato com a empresa de auditoria por parte da General Electric. Mesmo com uma forte oposição, a General Electric renovou o contrato com a KPMG. Em um cenário onde as Big Four são consideradas com desconfiança, o movimento na centenária empresa dos Estados Unidos chamou a atenção: em geral a votação da renovação do contrato com uma empresa de auditoria é uma questão secundária nas assembleias.

Agora, a empresa anunciou que abriu um processo para uma contratação de auditor independente. A solicitação de propostas pode ser um sinal do fim de uma longa parceria: há 109 anos que a KPMG (e antecessores) fazem este trabalho. Em março, o comitê de auditoria da GE pretende esclarecer melhor este assunto, mas o fato de ter feito a divulgação de uma potencial concorrência já pode ser um indício de que algo pode mudar.

Foram 109 anos com a mesma empresa de auditoria.

Massa Falida de Madoff

Recentemente a imprensa divulgou que o responsável pela administração do fundo gerenciado por Bernard Madoff conseguiu uma taxa de recuperação do investimento bastante elevada.

Somente para relembrar, há dez anos as autoridades do maior mercado de capitais do mundo descobriu que um administrador de recursos, Madoff, tinha instituído um esquema de pirâmide ou Ponzi. Madoff recebia os recursos do investidor e prometia uma taxa de rentabilidade elevada para os padrões do mercado dos Estados Unidos. Como não conseguia entregar a rentabilidade prometida, Madoff usava os novos investimentos para pagar a rentabilidade passada.

Uma das razões para Madoff ter conseguido enganar tantas pessoas foi uma contabilidade frágil, feita por uma empresa sem prestigio e auditada de maneira inadequada. Pessoas famosas, como Spielberg, Malkovich e Kevin Bacon, assim como investidores pequenos, foram enganados durante anos por Madoff. Mais de 65 bilhões de dólares foram investidos.

Com a descoberta do esquema, Madoff foi preso e a justiça nomeou um gestor financeiro, há dez anos, para tentar recuperar a maior parte dos recursos. E parece que o administrador da massa falida, Irving Picard, fez o seu trabalho. A descrição do Cinco Dias é bastante interessante sobre este caso. Em primeiro lugar, Picard fez uma análise detalhada sobre quem investiu dinheiro no fundo e quem fez retiradas. Ou seja, um demonstrativo de caixa detalhado por investidor. Depois, ele assumiu um método de mensuração. Em lugar de técnicas como valor justo, reposição e outras, Picard trabalhou com o valor que foi investido. Em outras palavras, o valor de entrada dos recursos. No resultado final, Picard descobriu que o valor investido era de 19 bilhões de dólares e não os 65 bilhões que constavam na contabilidade.

A partir deste valor de 19 bilhões, tentou-se recuperar os recursos. Parte do trabalho foi obter de volta dos clientes que retiraram o dinheiro após a sua “valorização” e antes dos problemas com o fundo de investimento. Na lógica de Picard, a rentabilidade do fundo era falsa e qualquer pagamento realizado além do valor investido deveria ser devolvido. O judiciário aceitou o argumento de Picard. A lógica é bastante simples: basicamente quem tinha retirado seus investimentos estaria levando um dinheiro roubado de outros clientes.

Com isto, dos 19 bilhões, o administrador da massa falida recuperou 13,3 bilhões, ou 70%. Como o trabalho ainda não foi finalizado, é possível que parte do restante seja recuperado nos próximos anos. A expectativa é que a taxa de recuperação chegue a 90%.

Profissões ameaçadas 2

Ainda sobre a questão das profissões ameaçadas, as fotografias a seguir mostram como era o mundo antes do AutoCad:


Mais fotos aqui

Rir é o melhor remédio

Fotos de casamento podem ser criativas. Eis uma premiação para as melhores de 2018




19 dezembro 2018

Reino Unido versus Big Four

Os reguladores do Reino Unido terminaram uma investigação sobre a questão da auditoria. As propostas estão no sentido de melhorar a qualidade do trabalho e resolver o conflito de interesses dos auditores que também fazem consultoria.

As Big Four são responsáveis pela auditoria de quase 100% das grandes empresas do Reino Unido. Ao mesmo tempo, uma grande parte da receita é proveniente do trabalho de consultoria, muitas vezes para os mesmo clientes que estão auditando.

Agora a CMA está propondo uma divisão operacional entre as unidades. A proposta é no sentido de melhorar a qualidade da auditoria. A oposição ao atual governo britânico quer uma medida mais radical: a separação dos negócios. Já o CMA reconhece a possibilidade de que a proibição pode acabar com alguns benefícios da consultoria.

Fonte: Aqui