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12 setembro 2018

Desinformação na era da internet

Em 1917 H. L. Mencken publicou um artigo no New York Evening Mail lamentando que o 75o. aniversário da adoção da banheira nos Estados Unidos tenha passado sem qualquer notícia. Mencken detalhava a história da banheira nos Estados Unidos e a resistência médica a novidade. A história tem sido amplamente lida e citada, mas possui dois problemas. Primeiro, Mencken era um grande humorista, talvez um dos maiores de todos os tempos. Segundo, em 1926 o próprio autor confirmou que muito do que estava no texto era mentira. O exemplo é tão importante que possui uma entrada na Wikipedia para ele: Bathtub Hoax.

Em um artigo da PNAS, Granter e Papker Jr usam este exemplo para ilustrar os perigos da desinformação médica na era do Google. Parece muito antigo para ser um problema, mas Granter e Papker informam que muitos artigos com dados fraudulentos continuam sendo citados e apenas uma pequena parcela da citação (menos de 6%) reconhecia a fraude.

A desinformação ainda é um problema hoje, não só a despeito da tecnologia, mas também por causa dela. Aqui, propomos que a comunidade científica dedique mais recursos a abordagens tecnológicas que abordem a desinformação.

Ex-atleta diz ter sido subtraído em US$ 77 milhões

Durante anos, Kevin Garnett foi um jogador de basquete de destaque da NBA. Em 15 oportunidades foi convocado para o jogo das estrelas, que reúne os melhores jogadores da temporada. Agora, Garnett parece ter sido subtraído em 77 milhões de dólares. O jogador acusa o gerente de patrimônio, preso, e o ex-contador.

O engraçado é que o gerente de patrimônio também enganou Tim Duncan, tendo sido condenado por isto, e Duncan e Garnett se odiavam  nas quadras.

O roubo parece que contou com a participação dos bancos, que transferiram dinheiro de Garnett para a conta do gerente de patrimônio.

Situações como esta mostram como celebridades, que ganharam muito dinheiro no passado, perdem seu dinheiro, seja com gastos desnecessários ou por serem enganados por amigos e funcionários. 

Rostos e criatividade





Muita criatividade de Alexander Khokhlov

11 setembro 2018

Tese em formato de artigo

Eu faço parte de um programa de pós-graduação bastante criativo, modéstia a parte. Há anos, diante da restrição de doutores na área, criamos um curso em que quatro (depois três) universidades colaboravam entre si e que permitiu a formação de centenas de mestres e dezenas de doutores. Além de ser criativo no formato, o programa também foi criativo na sua finalização, onde as três universidades optaram, de forma bastante amigável, pela separação.

Na criação do programa da UnB decidimos que a tese de doutorado seria feita no formato de artigo. Algo pouco usual na nossa área, mas que já se torna uma realidade em diversos países. A duas primeiras teses, Rafael e Mariana, já assumiram este formato.

O que seria o formato de artigo? A tese tradicional corresponde a um grande assunto, dividido em uma introdução, uma extensa revisão bibliográfica, uma metodologia, seguida da análise dos dados e conclusão. Para impressionar, geralmente a tese deve ter um tamanho acima das cem páginas. O formato artigo é diferente; a tese é composta por vários artigos, que podem ser inéditos ou não. Isto já é um heresia, já que no meio acadêmico prevalece a noção de que deve existir ineditismo e originalidade. Além disto, estes artigos devem ter uma relação entre si, com uma introdução e conclusão para amarrar os artigos individuais. É possível que um dos artigos seja uma extensa revisão bibliográfica, mas não é obrigatório.

A grande vantagem deste formato é aproximar a tese de um artigo publicável. Acreditamos que o formato pode ajudar a tirar a tese do arquivo da biblioteca da instituição e ser divulgada em um periódico. Isto ajuda o doutorando a conseguir, de forma mais rápida, um currículo acadêmico.

Mas o formato artigo tem alguns desafios. Em primeiro lugar, é necessário vencer a resistência dos acadêmicos tradicionais. Em geral isto é possível diante da longa história de trabalhos que não foram publicados. Para um orientador, a dedicação sem um resultado de publicação é realmente frustrante. E este é provavelmente um grande critério que um professor orientador usa no momento de definir suas orientações: será que este aluno irá ajudar na publicação.

O segundo desafio é evitar a repetição. Se você está construindo três artigos sobre um mesmo assunto, é provável que parte das referências e da própria metodologia esteja repetida.

O terceiro desafio é o fato de que o artigo pode não ser aceito por um periódico. Isto gera uma insegurança no doutorando. Mas este aspecto foi bem abordado no link citado acima:

O importante é lembrar que a rejeição é uma parte normal do processo. A decisão nem sempre é sobre a qualidade do trabalho, mas seu encaixe no periódico naquele momento específico.

O quarto desafio é a relação com o orientador, que será diferente neste formato. Na tese tradicional, o trabalho, depois de aprovado, era transformado em artigo. Na minha experiência de orientador, já tive situações onde o orientando decidiu não publicar; o sentimento do orientador é de perda de tempo. Também já tive situações onde o orientando optou por publicar sozinho; respeito sempre esta decisão, mas se foi um aluno de mestrado, recusarei a orientação no doutorado. E já tive casos em que atuei como um orientador informal em que fui convidado a participar da publicação. Em alguns programas, como é o caso do doutorado da UnB, parte da publicação deve ser com o orientador, obrigatoriamente. Mas esta obrigação não existe no mestrado do programa. Caso o orientador participe do trabalho, conversando, dando ideias e/ou fazendo parte do trabalho é natural que seja considerado como autor do artigo.

O quinto desafio é a curva de aprendizagem do orientador. Estamos acostumados ao formato tradicional; o formato artigo possui diversos problemas - repetição, rejeição de publicação, distinguir pesquisas próximas, entre outros - que não sabemos ainda como lidar. Somente a experiência de orientação vai solucionar isto. Para o orientador é um novo recomeço, uma nova experiência.

Apesar dos desafios, creio que há grandes ganhos no formato artigo. Suas vantagens superam amplamente os desafios. Acredito que permita aumentar a produção de artigos originários dos trabalhos finais de curso.

Aqui uma postagem anterior sobre o mesmo assunto

Síndrome do impostor

A sindrome do impostor é a sensação que temos que estamos fora do lugar no nosso trabalho; é a sensação que temos que não estamos preparados para fazer o que estamos fazendo. É o nosso sentimento de fraude no trabalho que fazemos.

A pesar de haber demostrado su competencia en el día a día, las personas que sufren el síndrome del impostor están convencidas de que no merecen el puesto que tienen o el éxito que han conseguido. Cuando les va bien, piensan que es cuestión de suerte o coincidencia. Les cuesta trabajo creer en su talento y sienten que engañan a todo el mundo.

Parabéns se você já sentiu a síndrome do impostor. Sinal que tem um senso crítico razoável. E talvez seja uma condição prévia para aprender: reconhecer as suas limitações.

Morosidade da justiça brasileira 2

O problema da morosidade da justiça não decorre da falta de recursos. Pelo contrário: há muito dinheiro. Veja outra notícia sobre o assunto:

Se comparados com os vencimentos de juízes em outros países, porém, os contracheques do Judiciário brasileiro estão longe de ser modestos. Um estudo de 2016 da Comissão Europeia para a Eficiência da Justiça (Cepej, na sigla em francês) mostra que, em 2014, um juiz da Suprema Corte dos países do bloco ganhava 4,5 vezes mais que a renda média de um trabalhador europeu. No Brasil, o salário-base de R$ 33,7 mil do Supremo Tribunal Federal corresponde a 16 vezes a renda média de um trabalhador do país (que era de R$ 2.154 no fim de 2017).

Em 2014, um magistrado da Suprema Corte de um país da União Europeia recebia, em média, 65,7 mil euros por ano. Ao câmbio de hoje, o valor equivaleria a cerca de R$ 287 mil - ou R$ 23,9 mil mensais.

Segundo a última edição do relatório Justiça em Números, produzido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o Brasil tem hoje cerca de 18 mil magistrados (juízes, desembargadores, ministros). Eles custam cada um, em média, R$ 47,7 mil por mês - incluindo salários, benefícios e auxílios. O custo de um magistrado é portanto quase 40 vezes a renda média do trabalhador brasileiro.

Se os salários no STF forem reajustados para R$ 39,3 mil, passarão a ser 39 vezes maiores que o salário mínimo previsto para 2019 - de R$ 998.


Morosidade da justiça brasileira

A morosidade da justiça brasileira é muito grande. A presença de recursos, prazos diversos e permissividade com a alegação de permitir a defesa ampla das partes é totalmente irracional.

Veja o caso de um processo julgado no início de setembro pelo STJ (via aqui), envolvendo a Estrela e a União. Neste processo, a empresa de brinquedos pede indenização por prejuízos com a mudança da alíquota de importação e abertura do mercado nacional em ... 1994. Há 24 anos o governo federal reduziu o imposto de importação, de 30% para 20%. A empresa alega que os produtos chineses invadiram o mercado e foi responsável pelo fechamento de fábricas.

O tribunal deu ganho de causa para o governo. O argumento de que a empresa sabia com antecedência da mudança na política industrial prevaleceu. A questão já ultrapassa a duas décadas e faz a alegria dos advogados - que “trabalharam” nestes 24 anos.

O problema poderia ser resolvido de duas formas: redução nas possibilidades de extensões de prazo e eliminação dos pedidos de vista. Eis o que diz a notícia:

O julgamento foi retomado no STJ com o voto-vista do ministro Benedito Gonçalves. O magistrado já havia acompanhado o relator, o ministro Gurgel de Faria. Mas resolveu pedir vista depois das manifestações dos demais integrantes da turma. 

Duas observações e que enfatizam a sugestão de eliminar os pedidos de vista:
1) os processos no STJ já são, há tempos, eletrônicos. Assim, o ministro Gonçalves poderia ter tido acesso ao processo a qualquer momento.
2) quem conhece os tribunais superiores em Brasília sabe que o trabalho de um ministro é feito principalmente pelos seus funcionários. Assim, quando um ministro pede vista a sua assessoria já deveria ter um posicionamento sobre o assunto.

Com estas duas medidas, os processos seriam mais céleres, reduzindo o que o país gasta com atividades que não agrega valor; no caso, rábulas.

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Rafael Mantesso e seu cão

10 setembro 2018

VW e o escândalo do diesel: a conta está chegando

Sabe a manipulação da Volkswagen na emissão de diesel? A conta já está salgada e pode ficar ainda mais. Começou na Alemanha no dia de hoje um julgamento coletivo que pode representar 9 bilhões de euros para a empresa. Alguns investidores consideraram que a empresa sabia do escândalo e não avisou os acionistas no tempo hábil. Quando a notícia chegou ao mercado, as ações da empresa caiu 37%. Os acionistas querem um compensação pela perda.

Isto tudo ocorreu em setembro de 2015. O promotor estadual de Braunschweig já aplicou uma multa de € 1 bilhão em julho de 2018. A empresa já pagou mais de 14 bilhões de dólares nos Estados Unidos. Agora chegou a vez da Alemanha.

"A VW deveria ter dito ao mercado que eles trapacearam e geraram risco no valor de bilhões", disse o advogado Andreas Tilp, que lidera a equipe jurídica de Deka. "Acreditamos que a VW deveria ter dito ao mercado, até junho de 2008, que eles não poderiam fabricar a tecnologia de que precisavam nos Estados Unidos".

Observe como isto é diferente do que ocorreu com a Petrobrás. A defesa da empresa era que a entidade não sabia do que estava ocorrendo. E que era uma vítima da corrupção generalizada. Este argumento parece que não está sendo colocado pela VW. Afinal, se uma entidade não possui controles suficientes, deve ser punida, assim como seus executivos. A empresa não é vítima.

Leia mais aqui e aqui

Bain e a provisão por um serviço duvidoso

O que fazer quando o contador descobre que a receita obtida pela empresa em um serviço prestado a um órgão do governo teve uma finalidade política pouco recomendável. No caso, a sua empresa foi contratada para produzir um relato usado como vingança política.

O contador da empresa de consultoria Bain decidiu provisionar o valor da receita. A empresa, assim como a KPMG e a McKinsey, envolveram com a figura do corrupto ex-chefe de estado da África do Sul, Zuma. O caso da KPMG é bastante conhecido dos leitores (aqui, aqui e aqui). Já a Bain, um renomada empresa de consultoria, foi contratada pelo fisco da África do Sul para promover mudanças no fisco para perseguir inimigos de Tom Moyane, presidente do fisco.

O fisco da África do Sul está solicitando que a Bain devolva o dinheiro recebido, já que o presidente da Bain no país reconheceu que a empresa foi “usada” por Moyane no início do mês.

O trabalho da Bain foi realizado em 2015 e a empresa propôs várias mudanças no fisco, mas nenhuma foi implementada. Antes disto, Massone, o presidente da Bain na África do Sul, tinha encontrado pessoalmente com Moyane e o próprio Zuma. Inicialmente o projeto era de 2 milhões de dólares, que terminou como sendo 164 milhões. Massone deixou seu cargo, como parte do esforço da “reservada” empresa de consultoria em salvar as aparências. O anúncio da contabilidade da empresa naturalmente faz parte deste esforço.

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Anteriormente publicamos sobre um fotógrafo que transforma um ambiente e produz fotos belíssimas. A seguir, um homem que tira fotos com heróis (na verdade, pequenos bonecos de brinquedo) de um determinado ângulo, com um resultado bem engraçado:





09 setembro 2018

Amigos, distância e instrução

A nossa rede de amigos revela muito sobre o que somos. E o próprio fato, raro, de não termos redes sociais. Uma pesquisa publicada no Journal of Economic Perspectives (via aqui) mostrou que pessoas de baixa renda e como pouca instrução tendiam a morar perto dos seus amigos. Veja a figura a seguir do artigo:


Tributando vendas da Amazon

Resumo:

For years, online retailers have maintained a price advantage over brick-and-mortar retailers by not collecting sales tax at the time of sale. Recently, several states have required that online retailer Amazon collect sales tax during checkout. Using transaction-level data, we document that households living in these states reduced Amazon purchases by 9.4% after sales tax laws were implemented, implying elasticities ranging from –1.2 to –1.4. The effect is more pronounced for large purchases, for which we estimate a reduction of 29.1% in purchases, corresponding to an elasticity of –3.9. Studying competitors in the electronics field, we detect some evidence of substitution toward competing retailers.

The 'Amazon Tax': Empirical Evidence from Amazon and Main Street Retailers (with Itzhak Ben-David and Hoonsuk Park) Journal of Finance. 

Resultado de imagem para amazon tax sale

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Enquanto isto, na internet:




08 setembro 2018

Publicar ou perecer

O nome é infeliz, mas o assunto é importante: a publicação de pesquisadores em "revistas predatórias", ou seja, periódicos internacionais onde o critério de publicação é frouxo, é reduzido entre os brasileiros, mas a prática está crescendo. Menos de 1% doas artigos foram publicados nestes periódicos.

A determinação de uma "revista predatória" também é controverso. Há uma listagem de 1,5 mil publicações suspeitas, o periódico não fazer parte do Doaj e a inexistência de fator de impacto no Journal Citation Reports.

Embora a penetração das revistas predatórias seja restrita, o estudo apontou motivos de preocupação. Um deles é que vem crescendo o número de autores brasileiros que recorrem a esses periódicos. “Entre 2010 e 2015, triplicou o número de artigos de brasileiros em revistas listadas por Jeffrey Beall”, diz o engenheiro Denis Borenstein, especialista em pesquisa operacional aplicada, um dos autores do estudo. O dado mais delicado, porém, é que várias revistas apontadas como predatórias estavam presentes no sistema Qualis Periódicos, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), que classifica cerca de 30 mil publicações para avaliar a produção científica dos programas de pós-graduação do Brasil. “Em todas as áreas do conhecimento, havia revistas recomendadas pelo Qualis que se encaixam nos três critérios adotados por nós para identificar práticas predatórias. Nenhuma delas têm conceito elevado, mas o fato de valerem algo na avaliação estimula pesquisadores a submeterem artigos a elas”, explica Borenstein.


Um aspecto interessante é a questão da idade do pesquisador:

O estudo fez outras constatações. Não se confirmou a ideia de que pesquisadores jovens e inexperientes são o público principal desses periódicos. Observou-se que, quanto mais antigo era o título de doutor, maior era a probabilidade de o autor publicar em títulos suspeitos. “A má conduta está associada a pesquisadores experientes, que possivelmente têm conhecimento das práticas levianas, mas acham que podem se beneficiar delas.”

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07 setembro 2018

Razões da queda

As ações da Tesla sofreram uma redução no preço. As razões? Existem duas explicações. A primeira, divulgada pelo Globo e a Reuters, é que o executivo da empresa, Elon Musk apareceu supostamente fumando um cigarro de maconha (foto). Apesar de Musk ter afirmado que raramente fumava maconha, em agosto colocou uma mensagem na rede social informando que compraria as ações da empresa por 420 dólares; 420 é uma referência a maconha nos Estados Unidos.

Entretanto, outros, como o El Mundo, atribuem a queda a demissão do contador da empresa.

El desplome de Tesla se ha producido después de que la compañía anunciase la dimisión de Dave Morton como responsable de Contabilidad tras un mes en el cargo, pese a asegurar el propio directivo que cree "firmemente" en la compañía y en sus perspectivas de futuro.
"Desde que me incorporé a Tesla el 6 de agosto, el nivel de atención pública que se le dio a la empresa, así como el ritmo dentro de la compañía, han excedido mis expectativas. Como resultado, esto me llevó a reconsiderar mi futuro. Quiero dejar claro que creo firmemente en Tesla, en su misión y sus perspectivas futuras", señaló Morton.

É muito difícil identificar claramente as razões da queda no preço de uma ação. O fato de Musk aparecer fumando pode ser um sinal de que o executivo consumiu o produto antes de divulgar o twitter que provocou bastante discussão. Um investidor pode imaginar que isto pode acontecer novamente com o principal executivo da empresa. A demissão do contador também é importante e pode justificar a redução no preço também: afinal, um profissional que tem um mês de empresa já saiu? Será que ficou incomodado com algo.

06 setembro 2018

Ar condicionado e mudança climática

A urbanização também está empurrando a demanda por ar condicionado mais alto. (...) Ao mesmo tempo em que o ar-condicionado está resfriando os espaços interiores, está aquecendo o ar externo, o que aumenta o trabalho necessário para o resfriamento interno, o que aumenta as temperaturas do exterior. É um círculo vicioso urbano, para não mencionar seus efeitos na mudança climática.

A tabela a seguir mostra a distribuição desigual do número de aparelhos pelo mundo, para alguns países selecionados:

Isto me faz lembrar um dilema interessante que ocorre na minha instituição de ensino. Em comparação com as universidades do Nordeste, a UnB possui poucos aparelhos de ar condicionado. Mas a demanda por instalar esses aparelhos tem crescido com passar do tempo. Tem existido demanda até em salas onde a simples abertura de janelas resolve o problema na maior parte do ano. A decisão de comprar os aparelhos tem um impacto importante no longo prazo sobre a conta de energia elétrica. Ou seja, aumenta o custeio e reduz a verba para as atividades mais relevantes.

Comércio Internacional e Obesidade

Na busca por entender quem está provocando a onda de obesidade nos diferentes países do mundo, uma pesquisa disponibilizada agora achou mais um culpado: o comércio internacional. Segundo o artigo “Weight gains from trade in foods: Evidence from Mexico”, o comércio de comida tem uma responsabilidade bastante razoável na obesidade no México. Os autores fizeram um cruzamento entre o comércio de comida para o México e informações sobre a população. Eles encontraram que a exposição a produtos importados dos Estados Unidos explica 4% do aumento de obesidade entre as mulheres mexicanas no período que vai entre 1988 e 2012. Eles encontraram que os locais que receberam mais produtos importados pouco saudáveis tiveram um efeito mais pronunciado na obesidade.

Mercado acionário brasileiro nos últimos anos

Entre 1995 a 2018, o mercado brasileiro apresentou taxas anuais de crescimento que variavam entre -40% (2008 em relação a 2007, durante a crise financeira mundial) e 151,9% (entre 1999 e 1998, logo após o Plano Real e com o câmbio congelado). Em 276 taxas de crescimento anuais, a média foi de 13,14%, com desvio de 16,97%. Isto significa dizer que em 95% dos casos o crescimento ficou entre -21% e 47%.

Estes valores são nominais e para se ter uma ideia mais precisa é interessante corrigir pela inflação. De qualquer forma, os 13,14% de média corresponde a um P/L de 7,6 para o mercado brasileiro no período.

05 setembro 2018

Amazon


Algumas semanas após a Apple alcançar o valor de mercado US$ 1 trilhão, chegou a vez da Amazon!

Segundo o NY Times, a Amazon captura cerca de 49 centavos de cada dólar de comércio eletrônico nos Estados Unidos. Também emprega mais de 550.000 pessoas, gera US $ 178 bilhões em receita anual. E vende de tudo, desde livros, até espaço de computação em nuvem, alface e compromissos com encanadores.

Na terça-feira (4/09) as ações da varejista online foram negociadas em alta de 1,4%, a US$ 2.041,68 e chegaram ao nível de US$ 2.050,2677, totalizando um valor de mercado de US$ 1 trilhão.

A Amazon cruzou o limite de US$ 2.000 por ação pela primeira vez em 30 de agosto, depois de dobrar seu preço em apenas 10 meses. As ações chegaram a US$ 1.000 em 27 de outubro de 2017. Os papéis atingiram US$ 100 pela primeira vez em 23 de outubro de 2009.

O NY Times acrescenta que o que a empresa mais vende é a empolgação. Há muitas postagens interessantes sobre a Amazon aqui no blog e para acessá-las basta clicar: aqui.

Outras empresas próximas do valor de mercado de US$ 1 trilhão: Alphabet (US$ 852 bilhões), Microsoft (US$ 862 bilhões), Facebook (US$ 500 bilhões).


Rir é o melhor remédio

Quando há muito trabalho a ser feito...
Fonte: Aqui

04 setembro 2018

Frase

Nenhuma pessoa entusiasmada com o seu trabalho tem algo a temer da vida (Samuel Goldwyn)

Encontrei esta frase em uma postagem do professor de Contabilidade, Joe Hoyle. Ele adora ensinar (e já tem mais de 47 anos que faz isto). Talvez por isso, tenha decidido postar esta frase aqui.

O desenho que acompanha esta postagem é tão maravilhoso quanto a frase: o equilibrista, antes de subir ao palco para dar o seu show, quebrou muitos pratos, na sua tentativa de ser perfeccionista. Como na vida, quando queremos fazer um trabalho decente.

As maiores empresas por estado

A relação da maior empresa com sede em cada unidade da federação, por receita líquida, em R$ milhões.

Acre = *
Alagoas = Casal = 425
Amapá = CEA = 648
Amazonas = Samsung = 20054
Bahia = Braskem = 49.260
Ceará = Pague Menos = 5962
Distrito Federal = Eletrobras = 37876
Espírito Santo = Heringer = 4789
Goiás = Saga = 3.962
Maranhão = Equatorial = 9071
Mato Grosso = Amaggi = 14.145
Mato Grosso do Sul = Taurus = 1.814
Minas Gerais = Fiat-Chrysler = 23094
Pará = Hydro Alunorte = 5.542
Paraíba = Cagepa = 710
Paraná = Copel = 14025
Pernambuco = Total = 6603
Piauí = Carvalho = 1516
Rio de Janeiro = Petrobras = 283.695
Rio Grande do Norte = Ale = 11199
Rio Grande do Sul = Yara = 10076
Rondônia = *
Roraima = *
Santa Catarina = Bunge = 38308
São Paulo = JBS = 163170
Sergipe = Cencosud = 7740
Tocantins = FTO = 1280

* = A unidade da federação não tinha nenhuma empresa listada com receita líquida acima de 361 milhões de reais.

Fonte: Valor 1000

Malas de dinheiro

Diversos países do mundo estão retirando de circulação as notas de elevado valor. Após um relatório escrito por Peter Sands, em 2016, onde implorou-se para os bancos centrais do mundo parassem de emitir notas de alto valor, a Comunidade Europeia resolveu tirar de circulação a nota de 500 euros neste ano. A Índia também adotou esta medida.

Alguns consideram que notas com elevado valor são instrumentos das atividades ilícitas, permitindo que corruptos e outros criminosos possam usar as notas nas suas transações. Recentemente, o Banco do México decidiu lançar uma nota de dois mil pesos, o que corresponde a 105 dólares. Isto é justamente o oposto do que está ocorrendo nos demais países. Um motivo para a decisão é a inflação; a economia informal também conta, já que a adoção de pagamentos eletrônicos nesta área é mais demorada. O dinheiro ainda é rei em economias em desenvolvimento.

No Brasil, não existem planos de lançamento de notas de valor mais elevado. A nota de 100 reais corresponde hoje a cerca de $25 dólares. Bem abaixo da nova nota mexicana. E menos ainda do valor quando foi lançada: cerca de $100 dólares. Aqui a inflação ajuda no processo de eliminar as notas de elevado valor.

Mas a imagem de um apartamento com malas lotadas de dinheiro, com notas de 100 reais, poderia ser pior se a proposta de eliminação das notas de elevado valor fossem retiradas de circulação.

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Adaptado daqui