Translate

03 abril 2018

Liquidação da educação a distância

"Na ânsia de atrair alunos, universidades privadas chegam a anunciar mensalidades abaixo de R$ 50"

O professor Cláudio M. Santana nos enviou esta reportagem, acompanhada da ponderação: qual impacto isto terá no Exame de Suficiência e na qualidade dos profissionais?

As restrições ao Fies e a explosão no número de faculdades de ensino à distância deflagraram uma guerra tarifária entre universidades privadas com mensalidades agressivas abaixo de R$ 50 nas matrículas deste ano.
[...]

Outro ingrediente acirrou o clima de competição no ano passado. O Ministério da Educação flexibilizou as regras para abrir ensino a distância. [...]

Na temporada de matrículas deste ano, a Universidade Positivo fez uma promoção com parcelas de R$ 43,56 para cursos de administração e ciências contábeis, de ensino a distância, em Cascavel (PR). [...]

A liquidação também aparece na maior instituição de ensino superior privado do país, a Kroton, dona da marca Pitágoras, cujos anúncios, estrelados pelo apresentador Luciano Huck, ofertaram cursos do vestibular de 2018 com primeira mensalidade a partir de R$ 59.

A Estácio, segunda maior instituição do ranking no país, ofertou cursos com as três primeiras mensalidades por R$ 49, além de isenção da taxa de inscrição. A empresa diz que "os descontos são específicos para a captação de alunos e estão em linha com as práticas de mercado". [...]

E ele faz um alerta: "O mais preocupante é que isso pode levar o aluno a um engano porque nas letras miúdas o R$ 49 não é o preço da mensalidade. Isso é uma isca. Eles vão cobrar a diferença nas parcelas futuras. O anúncio soa como propaganda enganosa", diz Monteiro. [...]

O Ministério da Educação afirma que seu objetivo é democratizar os polos de ensino a distância, que antes, devido à legislação, estavam concentrados em poucos estados e em poucas mantenedoras, dificultando a competição entre as instituições.

Sabedoria sobre o mundo atual

O futuro do texto será multimodal, embora não exclusivamente. Os incômodos que a academia revela em face das novidades digitais se justificam apenas em termos de comprometer a qualidade da argumentação, estudo, pesquisa, leitura, mas que podemos, perfeitamente, preservar em ambientes multimodais. Muito da reação é apenas tradicionalismo, coibindo oportunidades que, mais cedo ou mais tarde, serão comuns, porque o mundo digital veio para ficar. A melhor atitude é buscar fazer bem.

Como vamos viver imersos na digitalidade – os adolescentes já o fazem – é impraticável fugir do assunto: conhecimento também será afetado por tais ambientes. Como tudo é ambíguo, temos, ao lado de grandes oportunidades, também grandes riscos. Antes, tudo vinha no papel. Agora vem na tela. Para uns, maneja-se melhor um texto no papel; para outros, na tela. Questão talvez de hábito. Em termos mais práticos, a multimodalidade pode alargar muito as chances de argumentar, porque dispõe de muitos recursos audiovisuais aproveitáveis, tornando o texto mais fluido, flexível, manejável, além de atraente e motivador.

(Pedro Demo, via aqui). Postei o seguinte comentário: "Como docente no ensino superior, estou confuso e tentando adaptar ao mundo moderno. Gosto muito da Wikipedia e uso vídeos de comerciais em sala de aula do doutorado."

Tempo para Facebook?

Notícia do G1 reproduz as palavras do executivo Mark Zuckerberg, que afirmou que o Facebook precisará de "alguns anos" para resolver os problemas de privacidade. O executivo defendeu o modelo de negócios da empresa, que está sob ataque depois das denúncias de falta de privacidade dos dados dos usuários, além da crítica de Tim Cook, executivo da Apple.

Zuckerberg afirmou que um dos problemas do Facebook é seu "idealismo", concentrando-se nos aspectos positivos de conectar as pessoas, e que "não passamos tempo suficiente investindo ou pensando em alguns dos usos negativos das ferramentas".

Buffett e a Contabilidade

Em 1993, o investidor Warren Buffet fez uma palestra na Universidade de Nebraska, onde teceu comentários sobre a importância da contabilidade (e de entender a contabilidade) no mundo dos negócios:




Eu recebi uma excelente educação aqui, eu estava contando ao reitor que a coisa mais valiosa que aprendi aqui, eu aprendi muito, mas a mais valiosa foi a contabilidade e nós tívemos um professor maravilhoso chamado Gray Dean. (...) As pessoas me perguntam qual a minha opinião sobre a escola de administração e como, ou até mesmo se elas não estudaram na faculdade de administração, o que precisariam saber antes de entrar no mundo dos negócios. Eu digo a eles que você precisa.

Você tem que entender que a contabilidade é a linguagem da mídia. Seria como estar em um país estrangeiro sem conhecer a língua, se você está nos negócios e não entende contabilidade.

Rir é o melhor remédio






Mais aqui

02 abril 2018

Contador e jogador de xadrez

Um dos maiores jogadores do mundo, talvez o maior jogador “amador” do mundo, foi também contador. Samuel "Sammy" Reshevsky, nascido em 1911, foi grande mestre e chegou a disputar o título de campeão mundial, além de ter sido campeão dos Estados Unidos por oito vezes.

Foi uma criança prodígio (vide fotografia)

Reshevsky graduated from the University of Chicago in 1934 with a degree in accounting and supported himself and his family by working as an accountant. (Fonte: Aqui)

Ucrânia x PwC

Em 2017 postamos aqui que a Ucrânia poderia banir a PwC pelo trabalho realizado no Privat Bank. Na ocasião a notícia era que o Banco Central encontrou problemas no banco e na auditoria feita pela PwC, o que levou o banco central do país a reforçar o capital do Privat Bank em 1,5 bilhão.

Pois bem, o governo de Kiev não somente proibiu a PwC de auditar bancos da Ucrânia em razão dos problemas encontrados no PrivatBank. Agora o governo anunciou que está processando a PwC da Ucrânia e do Chipre num valor de 5 bilhões de dólares, que corresponde, aproximadamente, ao valor do déficit encontrado no banco privado. Segundo as investigações, 95% dos empréstimos concedidos estavam vinculados as empresas dos acionistas.

A Máquina

Sobre a série da Netflix O Mechanismo, a Bloomberg analisou o grande problema:

Parte do problema é a densidade de detalhes em um caso que mergulha em camadas sobrepostas de autoridades governamentais, partidos políticos, marcas corporativas e instituições policiais, de auditoria e de supervisão financeira. Talvez para deixar os espectadores não-iniciados atualizados, Padilha reúne boa parte desta série de oito episódios com narração de fora da câmera, contando a história em vez de mostrá-la.
Outro problema é a dose extra de licença poética que Padilha [o diretor] usa para acelerar o ritmo. Embora "inspirado em fatos reais", "O Mecanismo" muda nomes, embaralha datas e embeleza personagens, começando com o ex-policial bipolar que conduz secretamente a investigação de sua garagem, como um deus ex machina.

Isto não significa que não vale a pena assistir. Pelo contrário. Com a nota 9,2 no IMDB mostra, a série possui muitas qualidades. O fato de ter trocado uma fala - um pecado mortal para aqueles que não gostam dos fatos narrados na série - é um mero detalhe.

Como somos um blog de contabilidade é bom lembrar que a série destaca o papel do contador na descoberta do esquema de corrupção. (Foto: Carolina Abras, no papel Verena Cardoni)

Rir é o melhor remédio


01 abril 2018

Psicologia no McDonald´s

Um texto do MarketWatch mostra como o McDonald´s está usando a psicologia para "ajudar" você nas decisões. O objetivo da rede é aumentar as receitas e o lucro e para isto a empresa contratou um consultor para usar as pesquisas na área de decisão para "oferecer melhores produtos e serviços".

Entre outras coisas, a rede de fast-food "ancora" a decisão, com fotos produzidas das ofertas, geralmente os produtos mais lucrativos. Estas fotografias estão perto da entrada, já que as pessoas tendem a seguir as primeiras opções apresentadas (efeito prime) quando tomam decisão. Nas fotos não são colocados os preços, para reduzir a dor do gasto (aversão à perda). Além disto, a empresa está usando animações sutis para direcionar os olhos para as opções mais caras. E que direcionam para os novos produtos, combatendo o viés do status quo. Para isto a rede manipula a exibição dos itens novos, reduzindo o tempo de exibição dos itens tradicionais (arquitetura de escolha).

Para evitar o sentimento de culpa, a empresa cria o "halo saudável", com fotos de salada ou água engarrafada (saudável?), o que induz a sensação de que o menu da empresa é saudável. Assim, a empresa coloca uma fatia de maçã junto com a batata frita. Um efeito comprovado do "menu saudável" é a tendência a pedir sobremesas calóricas ou batata frita.

Com receio de inadimplência, grupos de ensino privado aumentam provisões

As controladoras de grandes grupos de educação superior aumentaram a provisão para créditos de liquidação duvidosa —ou seja, elas preveem que terão mais dificuldades para recolher a receita operacional do negócio.

A Kroton aumentou essa rubrica em 64% no seu último balanço, a Ser Educacional, 47%. Das maiores, a Estácio foi a única que não alterou o montante em relação a 2017.

“O movimento é um reflexo do aumento do financiamento estudantil privado concedido aos estudantes”, diz Jamil Marques, vice-presidente da Kroton.

A companhia adota uma política conservadora de perdas para esse tipo de empréstimo, que é pago após a graduação do estudante.

Esse tipo de financiamento cresceu com a diminuição do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil), que era um tipo de crédito cujo recebimento é mais seguro, segundo Marcos Piellusch, coordenador de cursos na FIA.

O fundo começou a ser reduzido a partir de 2015, quando se agravou a crise fiscal. As universidades passaram a oferecer outras alternativas de financiamento.

Ainda que alguns indicadores econômicos, como a inflação e o desemprego, apresentem melhoras, a recuperação da economia não é homogênea, e as empresas precisam ser prudentes nas provisões, afirma Piellusch.

“O movimento das provisões é significativo para essas duas instituições. Elas cresceram em uma intensidade muito maior que a das receitas, que também subiram.”

A Ser Educacional não se pronunciou. Representantes da Estácio não foram encontrados para comentar.



Isso mostra que a contabilidade é uma forma de comunicação. O fato de se fazer PDD dá um significado diferente para o simples fato de se calcular as perdas futuras.

Fonte: Aqui. Por Cláudio M Santana.

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui