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14 novembro 2017

Victoria's Secret

Laís Ribeiro com o Fantasy Bra
O fashion show da Victoria’s Secret em Xangai está quase chegando. A modelo a desfilar com o Fantasy Bra será a brasileira Laís Ribeiro. Este ano, o sutiã é encrustado com diamantes, safiras amarelas e topázios azuis, está avaliado a reles US$ 2 milhões. A peça apresentada no ano passado pela Jasmine Tookes foi avaliada em US$ 3 milhões e o mais caro foi o que a Gisele Bündchen usou em 2000, que valia US$ 15 milhões.

Ano passado, em Paris, o show custou cerca de R$ 30 milhões segundo a Vogue. Ele foi transmitido em mais de 190 países, chegando a 800 milhões de telespectadores.

Para se adequar ao mercado, este ano a VS parou de vender roupas de banho - eliminando cerca de US$ 500 milhões em vendas anuais - e está investindo em itens esportivos como tops e bralettes, área com muita competição. Essa alteração foi refletida nas ações da sua controladora L Brands, que vem apresentando lucros menores nos últimos trimestres. Espera-se que a longo prazo a empresa se recupere.

Em 1982 a The Limited (L Brands, atualmente) comprou a Victoria’s Secrets por US$ 1 milhão. Les Wexner, dono da marca, é hoje a 95ª pessoa mais rica dos Estados Unidos, segundo a Forbes.

Lucro na Petrobras

A Petrobras divulgou o resultado do terceiro trimestre de 2017. O lucro divulgado foi R$266 milhões. Apesar de reduzido, perante o ativo da empresa e da sua receita, trata-se do quatro resultado trimestral positivo. Já o fluxo das atividades operacionais permaneceu no patamar acima dos 20 bilhões de reais no trimestre. Há tempos o lucro da empresa não consegue ser superior ao caixa das operações.
Mais ainda, desde 2010, o resultado líquido apresenta uma grande variabilidade. Em média, a Petrobras gerou nos últimos trimestres 1,5 bilhão de reais, versus 17 bilhões de caixa.

Quando soma o caixa das atividades de investimento, desde 2015, o fluxo de caixa livre tem sido superior ao lucro líquido.


Outro destaque tem sido a redução continua do endividamento da empresa. Usando somente o passivo oneroso, em relação ao ativo total, o teto de 55%, no final de 2015, caiu para 45%.

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Nem Super Sayajin ou Mulher Maravilha ou Tio Patinhas (só quem já teve que fazer muitas contas sabe o que é acertar uma soma com 110 números)

13 novembro 2017

Razões da corrupção

Vi esta frase no blog do Al Roth, que transcreveu de um nigeriano:

"Eu sou corrupto porque a alternativa é perigosa. Em última análise, o preço da honestidade supera as conseqüências da corrupção. Por não haver uma rede de segurança para a pessoa sincera. Uma vez que uma nota N100 que entrego para um policial é menos pesada e menos problemática do que uma viagem honesta a uma delegacia nigeriana. Sou corrupto porque a corrupção é um processo lógico, porque a integridade não é razoável. Eu sou corrupto porque a corrupção é comum: um fato mundano da vida. Eu sou corrupto porque a corrupção funciona ".

Links

O judiciário da América Latina é manipulado para proteger as elites econômicas e os políticos locais. Ou, o que a Guatemala pode nos ensinar?

O efeito do rodízio na auditoria

Em publicidade, fama não significa influência

Burocracia e tributação causam irregularidades nas empresas

Multa do diretor da Petrobras por fato relevante incompleto

Este site editou um pedido de desculpas de um acusado de assédio

Recolhendo os trocados

Com dívidas de mais de 13,6 mil milhões de euros (£ 12 bilhões), a cidade de Roma está considerando tomar as moedas jogadas na Fonte de Trevi. Tradicionalmente, o dinheiro jogado na fonte de 300 anos, estimado em cerca de € 1 milhão por ano, são para Caritas, uma instituição de caridade católica. Mas segundo a mídia italiana, Virginia Raggi, prefeito da cidade, está pensando em usar o dinheiro.

Fonte: Aqui

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12 novembro 2017

Fato da Semana: Catelli

Fato da Semana: Catelli

Data: 9 de novembro

Contextualização -
Armando Catelli formou-se em contabilidade e fez seu doutorado na área. Foi um dos primeiros doutores na área do Brasil. Durante sua docência na Universidade de São Paulo, Armando Catelli marcou a ciência no Brasil, particularmente a área de custos e controladoria, criando uma escola, denominada de Gestão Econômica, Gecon. Usando os conhecimentos de áreas correlatas, o Gecon tornou-se uma referência na área no Brasil. Com a redução da inflação no Brasil, a partir do Plano Real, a implantação de sistemas de custos tornou-se vantajosa, pela relação custo-benefício. Neste momento, o Gecon tornou-se uma opção, ao lado do custeamento por atividades e os sistemas tradicionais.

Relevância -
O Brasil perde um grande cientista contábil, que defendia sua ideias e conseguiu formar um grupo de discípulos.

11 novembro 2017

Localizando cidades perdidas

Usando dados de registros comerciais e uma técnica de gravidade estrutural, quatro pesquisadores localizaram cidades antigas perdidas. Conforme os autores, em muitos casos as estimativas confirmam as conjecturas dos historiadores que utilizaram outras metodologias. Em outros casos, as estimativas foram contrárias a alguns historiadores. Para provar o modelo, os autores também usaram os dados em situações modernas.

oferecemos evidências em apoio da hipótese de que grandes cidades tendem a emergir nas interseções de rotas de transporte naturais, conforme ditado pela topografia.

(Via aqui)

Complexidade contábil

De um artigo do Going Concern:

O principal motivo para aumentar o volume e a complexidade da norma contábil é que muitos auditores, corporações e reguladores pedem isso. Eles querem ter respostas claras para quase todas as situações possíveis que possam encontrar. Embora a maioria dos empresários e auditores seniores de empresas de auditoria apoiem princípios gerais, em teoria, eles geralmente pedem padrões muito mais detalhados na prática.

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10 novembro 2017

Surpresas em pintura

Duas surpresas nesta semana relacionadas com pinturas. A primeira é o quadro abaixo de Van Gogh:
Os especialistas encontraram um gafanhoto morto. Van Gogh pintava ao ar livre e o gafanhoto seria uma sujeira. A outra surpresa foi um vídeo mostrando a limpeza de uma tela do século XVII.

Itália multa Big Four

Segundo a agência Reuters, a autoridade antitruste da Itália informou que multou as quatro maiores empresas contábeis. A multa tem um valor total de 23 milhões de euros e o motivo foi conspirar para divisão de grandes contratos de consultoria. As empresas Deloitte, KPMG, EY e PwC acertaram um contrato de 66 milhões de euros, "neutralizando a concorrência fora do cartel".

O resultado da Equifax

A empresa Equifax sofreu recentemente um ataque da hackers. O fato só foi divulgado no início de setembro e foi muito grave em razão das implicações. Agora a empresa divulgou suas demonstrações periódicas, a primeira divulgação após o anúncio de setembro.

O ponto importante nesta divulgação é a não informação. A empresa afirmou que não sabe se as causas do ataque foram resolvidas e se existe chance de um novo ataque. Mais ainda, a empresa afirma não ser possível estimar os efeitos do ataque.

Eis um bom caso para discutir sobre a definição de provisão e de contingência.

Sobre nova norma de seguros

A 18 de maio de 2017, o International Accounting Standards Board (IASB) publicou a IFRS 17 – Contratos de Seguros, a nova Norma de Relato Financeiro Internacional, com data efetiva de aplicação a partir de 1 de janeiro de 2021, que substituirá a IFRS 4 e que cobre o reconhecimento, a mensuração, a apresentação e a divulgação das responsabilidades com contratos de seguro.

A nova norma pretende trazer aos investidores e outros stakeholders uma maior transparência e comparabilidade das demonstrações financeiras das empresas de seguros.

Conforme referido na publicação da EY “IFRS 17: what to do now – Implications for european insurers”, a IFRS 17 irá resultar numa profunda mudança na contabilização das demonstrações financeiras das empresas de seguros, a qual terá um impacto significativo nos dados, sistemas e processos utilizados para produzir o reporte financeiro, bem como nas pessoas que os produzem.

Em particular, a IFRS 17 trará alterações significativas na mensuração dos contratos de seguro, principalmente para os contratos de longo prazo.

Os requisitos são significativamente diferentes dos atuais em diferentes aspetos críticos. A IFRS 17 combina uma mensuração atual das responsabilidades dos contratos de seguro constantes no balanço com o reconhecimento do lucro durante o período em que os serviços são prestados. É provável que o novo requisito tenha um impacto significativo no lucro e no capital total de algumas empresas de seguros e grupos.

Não obstante as diferenças existentes nos dois regimes, alguns dos processos, cálculos e sistemas utilizados para o Solvência II poderão ser alavancados para a IFRS 17. Ainda assim, o reconhecimento do lucro decorrente de um contrato de seguro terá de ser distribuído ao longo do período de cobertura. Este processo é efetuado através da inclusão de uma contratual service margin que não existe em Solvência II.

A data efetiva de 1 de janeiro de 2021 proporciona às entidades um período de implementação de cerca de três anos e meio. Embora este período seja relativamente longo em comparação com outras normas, a complexidade da IFRS 17 é tal que as empresas não podem esperar. É crucial começar a preparar as diversas etapas do processo de implementação, de modo a identificar a extensão do esforço necessário para alcançar a conformidade, e entender e explicar os impactos financeiros.

Em particular, espera-se que a exigência de um balanço de abertura na data de implementação, como se a norma tivesse sempre existido para o negócio em carteira, constitua um esforço bastante significativo.

Dada a escala desta mudança, e independentemente da data da sua entrada em vigor, os investidores e outros stakeholders irão querer antecipar os impactos prováveis desta alteração, pelo que se espera que a análise deste tema assuma um carácter prioritário.


Doral Leal, da EY. Fonte: Aqui

Valor e Desempenho Contábil

Veja os seguintes números do desempenho de uma empresa:

A empresa, com receitas de US$208 milhões e despesas acima de US$650 milhões, teve um prejuízo de 462 milhões. Bem ruim. Mas o valor de mercado é de 18 bilhões. Quando a IPO chegou perto dos 30 bilhões.

O que garante esta diferença entre o desempenho contábil e o valor de mercado é que o primeiro está baseado no passado, enquanto o segundo olha a capacidade potencial de gerar caixa no futuro. A empresa em questão é a Snap, bastante conhecida do público tecnológico. Mas será que ela vale 18 bilhões de dólares?

O gráfico abaixo mostra potenciais cenários para a empresa:

Na melhor das hipóteses, a receita poderá chegar a mais de 7 bilhões de dólares em 2020. Na pior situação seria 1,4 bilhão. O cenário otimista parece estar sendo considerado de forma mais persistente pelos investidores. Ou então, o receio de perder o próximo Facebook ou Google.

A empresa possui mais de 2 bilhões de caixa e queimou 200 milhões no trimestre. Em dez trimestres, neste ritmo, o caixa será zerado.

Armando Catelli (1935-2017)

Faleceu o professor Armando Catelli. Técnico em contabilidade, graduado na área e doutor também em contabilidade pela USP, Catelli era uma grande referência na pesquisa contábil brasileira. Propôs na década de oitenta e noventa a Gestão Econômica, mais conhecida como GECON. Em razão disto, teve muitos discípulos na área de custos, notadamente os professores Reinaldo Guerreiro e Paulo Lustosa. Durante os anos noventa ocorreu no Brasil um grande "duelo" entre os defensores do Gecon e aqueles que seguiam o custeio por atividades.  (Foto do Facebook de J. R. Kassai)

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Adaptado daqui

09 novembro 2017

Links

El País: Odebrecht, Andorra e a corrupçãoOdebrecht e o suborno na Argentina; ... e um ex-ministro do Equador

Weinstein contratou espiões para encobrir seus crimes

Chega de banir os sacos plásticos na África. O problema é gestão.

Efeito propriedade





A repórter tenta comprar os bilhetes de loteria das pessoas na rua. Oferece até o dobro do que elas pagaram. E elas não querem vender. É um interessante exemplo do efeito propriedade.

Valor da Dor

Um estudo (aqui e aqui) tentou mensurar o valor da dor. Usando mais de 64 mil observações, entre 2008 a 2014, os três pesquisadores, sendo dois da Islândia e um dos Estados Unidos, concluíram que o valor para evitar a dor estaria entre 56 a 145 dólares por dia.

Uma forma de chegar a este valor seria fazer a pergunta: quanto você pagaria para evitar a dor? Mas a pergunta é tão bizarra que os resultados seriam ruins. Em lugar disto, eles usaram o seguinte método: compararam uma classificação de “satisfação de vida”, mensurada de 1 a 5, com o relato de dor crônica e a renda. O valor da dor aumenta com a renda da pessoa e com o nível de dor. Parece óbvio, mas não é.

IFRS 9 e a crise

As novas regras contábeis da IFRS 9 exigem que os bancos melhorem suas reservas e índices de cobertura antes do pico de empréstimos problemáticos, e os analistas da Moody's acreditam que as regras irão tornar os bancos melhor preparados para lidar com perdas de crédito durante uma recessão. (...)

Depois de analisar os impactos das novas regras contábeis sobre as métricas de capital e de solvência dos bancos, Rodriguez-Valez e equipe sublinharam que, em oposição ao modelo atual de perda incorrida, um dos objetivos da IFRS 9 é tornar os bancos mais robustos quando ocorrem recessões. Os analistas da Moody's simularam o impacto de uma recessão e recuperaram lentamente as métricas de solvência ao longo de um período de 10 anos. (...)


Continue lendo aqui

Valor presente de Neymar

Quando foi anunciado a transferência do jogador Neymar para o PSG, por um valor de 222 milhões de euros, mais comissão do agente, Eran Yashiv escreveu texto interessante mostrando que isto poderia configurar uma bolha e uma falha do livre mercado.

Yashiv, da Tel Aviv University, partiu do seguinte raciocínio: o pagamento de 222 milhões deveria gerar um fluxo de caixa adicional para o novo clube, o PSG, necessário para cobrir os impostos e não gerar um valor presente líquido negativo. Para fazer seus cálculos ele considerou: um pagamento de 222 milhões de euros para o jogador, uma taxa de desconto de 1% ao ano e uma alíquota de 30% de impostos. Assim, para o clube, a equação é a seguinte:

-222 + FC /1,01 + FC / 1,0201 + FC / 1,0303 + FC / 1,0406 + FC / 1,051

O valor encontrado é após impostos e corresponde, aproximadamente, a 76 milhões de euros por ano. Isto representa o que o clube deve gerar em cinco anos de contrato com o jogador após impostos. Antes de impostos o valor é de 108 milhões de euros ou 76/0,7. Em 2016 a receita do clube foi de 521 milhões de euros. Assim, o valor a ser gerado pelo clube deveria aumentar em 21% para compensar o novo contrato.

Dois aspectos citados por Yashiv com respeito aos seus cálculos: ele está considerando um risco de lesão igual a zero e não estão sendo considerados nos cálculos a comissão do agente. A inclusão destes valores poderia aumentar a receita necessária para 150 milhões de euros. Isto faz sentido, assim como o fato da taxa de desconto, de 1% real, talvez esteja muito baixa.

Mas existem outros pontos a considerar. Em primeiro lugar, uma relação entre receita e marca mostra um múltiplo de 3,9. Entretanto, este múltiplo tem no PSG, justamente o clube que adquiriu Neymar, uma relação abaixo de 2: um valor da marca estimado em 840 para uma receita de 578 milhões. Assim, este contrato pode ajudar a melhorar o valor da marca, aumentando as receitas do clube.

O segundo aspecto corresponde a necessidade de comparar o valor do contrato com as projeções de receita. Um aumento de 21% para compensar o novo contrato talvez não seja difícil de alcançar com a presença do chamariz Neymar. Mas, por outro lado, um novo contrato pode implicar em aumento de custos nas renovações dos contratos dos atuais jogadores.

Terceiro, parece que a contratação de Neymar obedeceu também uma lógica política. Os proprietários do clube são vinculados ao governo do Catar, que tem interesse em reduzir a pressão para que a Copa do Mundo, que até o momento está programada para ser no país, mude de lugar. Mas isto não está no fluxo de caixa calculado e certamente é difícil de mensurar.

Finalmente, cabe discordar da conclusão do Yahiv, que critica uma enorme desigualdade nos salários, as armadilhas do mercado livre, a falta de barreiras de entrada e a necessidade que estes recursos sejam alocados em projetos socialmente valiosos.

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Fonte: Aqui

08 novembro 2017

Eleição no CFC


Política, IPO e Arábia Saudita

A recente prisão de dirigentes na Arábia Saudita abriu algumas questões interessantes quanto ao IPO da Aramco. Por um lado, as questões podem ter reflexos no preço do petróleo. Mas as cotações de ontem mostraram uma redução nos preços, o que inibe uma oferta melhor pelas ações da empresa. O outro lado é mais relevante: a incerteza de fazer negócios aumentou. O reflexo disto foi o preço do CDS, o seguro para fazer negócios com o país, que aumentou. Maior CDS é sinal de aumento no risco país, que reduz o preço das ações da empresa.

Os últimos acontecimentos no país prejudicaram a possibilidade da oferta pública de ações da Aramco atingir o objetivo fixado pelo homem forte do país: 2 trilhões de dólares de valor. Se antes este já era um valor difícil de atingir, agora ficou pior. Além disto, o país parece querer brigar com alguns vizinhos, pretende construir empreendimentos questionáveis no futuro, garantir o futuro do reino num mundo sem petróleo, entre outras ambições.

Uma análise interessante foi feita pela Bloomberg:

Houve sugestões de que investidores estratégicos chineses pudessem comprar uma participação na Aramco sem a necessidade de uma listagem pública. Mas isso colocaria os chineses em uma posição forte; eles não pagariam excessivamente, a menos que fossem compensados ​​nos bastidores, digamos nas vendas de petróleo com desconto.

Ainda assim, uma venda privada não alcançaria nenhum dos principais objetivos do IPO de aumentar a transparência e a eficiência. Seria politicamente mais arriscado - em vez de um grupo disperso de acionistas minoritários, a Arábia Saudita teria que enfrentar uma superpotência com fome de energia possuindo uma participação significativa em seu principal bem nacional.

Links

Paradise Papers: Apple muda para Jersey, procurando pagar menos impostos

Paradise Papers: Shakira tem domicilio nas Bahamas

O mistério do preço da pipoca no cinema

Sobre a relevância da KPMG na África do Sul

Risco da dependência de exportação

Lista

Uma postagem no instagram pode ter um custo de meio milhão de euros. É o que cobra Selena Gomez, que possui 122 milhões de seguidores. Eis a relação e o custo de cada postagem:

1. Selena Gomez - 122 milhões de seguidores, 485 mil euros por post (foto)
2. Kim Kardashian - 100 milhões e 440 mil
3. Cristiano Ronaldo - 104 milhões e 353 mil euros
4. Kylie Jenner - 95 milhões e 353 mil
5. Kendall Jenner - 82 milhões e 327 mil
6. Khloe Kardashian - 68 milhões e 221 mil
7. Kourtney Kardashian - 58 milhões e 221 mil
8. Cara Delevingne - 40 milhões e 132 mil
9. Gigi Hadid - 35 milhões e 106 mil
10. Lebron James - 31 milhões e 106 mil

É interessante que são 8 mulheres, sendo cinco da mesma família. Os dois homens são esportistas e Cara e Gigi são modelos.

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Mais aqui

07 novembro 2017

Cadeia da Arábia

Nas últimas horas, a Arábia Saudita surpreendeu o mundo com a prisão de diversos príncipes e autoridades por corrupção. Agora, outra surpresa: o local onde estas pessoas estão confinadas. Trata-se do Ritz-Carlton hotel, em Riad, capital do país. Uma acomodação cinco estrelas, com uma grande piscina e um bom spa:

Refis e JBS

A notícia que a JBS aderiu ao Refis pode servir, quem sabe, de reflexão para a mudança nos programas de perdão de dívidas. No caso da JBS, dívidas de 4,2 bilhões serão transformadas em pagamentos de 1,1 bilhão até dezembro. Uma bela aliviada no caixa.

O problema dos programas de parcelamentos é que trazem exemplo inadequado para os bons pagadores.

Informações não financeiras em Portugal

Um nova norma em Portugal melhora a divulgação de informações não financeiras:

As empresas nacionais com estatuto de Entidade de Interesse Público, com mais de 500 trabalhadores, estão assim obrigadas, já no exercício fiscal de 2017, a ter que publicar uma demonstração não financeira, de forma integrada ou autónoma relativamente ao seu relatório de gestão, contendo no mínimo informações relativas a questões ambientais, sociais e aos trabalhadores, à igualdade entre homens e mulheres, à não discriminação, ao respeito dos direitos humanos, ao combate à corrupção e às tentativas de suborno.

Fracasso do IBM Watson na Medicina


[..]

However, with all the sound and fury that attends artificial intelligence and machine learning today, it is easy to lose sight of the fact that these are early days. Failures might be as likely as successes.

That is a hard and expensive lesson that IBM and one of its customers — the MD Anderson Cancer Centre of Texas — have learned over the last five years.

And it is important not to sheet all the blame home to IBM. PricewaterhouseCoopers was paid $US23 million for its part of the project yet, despite contractual stipulations, the program was never piloted. Likewise, MD Anderson hardly followed the project management textbook, and its travails have as much to do with poor governance — the traditional killer of technology projects through the ages. The CEO of MD Anderson, Dr Ronald DePinho, resigned yesterday, admitting a failure of management. His wife, Dr Lynda Chin, was the leader of the project.

An audit of the failed AI project by the University of Texas graphically showcases all the ways in which the dreams of artificial intelligence can turn into nightmares and multimillion-dollar black holes.

[...]

The first stage got rolling after an initial payment of $US2.4 million. Four years later, the project had blown out to more than $US60 million. The research fund was overdrawn by nearly ten million dollars, and the Oncology Expert Advisor developed by IBM was little better than vapourware. It remains unusable.
Fonte: aqui

Outra reoportagem sobre o mesmo tema:


[...]

Will Watson eventually make a difference in improving health outcomes and lowering costs? Probably, says Stephen Kraus, a partner at the VC firm Bessemer Venture Partners who focuses on health care and has invested in AI health-care startups. “It’s all for real,” says Kraus. “This isn’t about putting out vaporware in order to boost stock prices.” But Kraus joins most experts in cautioning against unrealistic timelines or promises—some of which have come from IBM itself. “This is hard,” he says. “It’s not happening today, and it might not be happening in five years. And it’s not going to replace doctors.”

Fonte: aqui

Devolução

A área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU) quer que os bancos públicos montem calendários para devolução dos recursos injetados pela União nessas instituições. Com a medida, só a Caixa Econômica Federal - que busca alternativas para reforçar seu capital e evitar o descumprimento de regras internacionais de proteção a crises - pode se ver obrigada a devolver R$ 27 bilhões para o Tesouro Nacional. O TCU quer que o banco monte um calendário de restituição do dinheiro injetado pela União entre 2009 e 2013.

O maior impacto dessas devoluções deve ser sentido pela Caixa, que tem negociado uma operação de socorro para manter sua oferta de créditos sem precisar de uma capitalização do Tesouro. Nas contas dos analistas do BTG, o chamado índice de Basileia (que mostra quanto de capital dos sócios o banco deve ter em relação aos recursos emprestados) cairia de 9,0% para 4,3%. Pelas novas regras aprovadas internacionalmente, o índice mínimo terá de ser de 7% a 9,5% em 2019.


Fonte: Aqui

Palestra

Watson - Plataforma Cognitiva (Inteligência Artificial) - Casos de Uso na Área Contábil/Tributária

Palestrante: Wagner Lindberg Baccarin Arnaut
IBM Cloud & Cognitive Technical Leader
IBM Distinguished Engineer

O evento é gratuito (com emissão de certificado) e o link para inscrições está aqui.

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06 novembro 2017

CVM e Auditor

Eis uma notícia sobre o poder regulamentar da CVM:

O Supremo Tribunal Federal (STF) irá discutir os limites do poder regulamentar da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) quanto à atividade profissional de auditor independente, dispondo sobre infrações e punições. A matéria é tratada no Recurso Extraordinário (RE) 902261, que teve repercussão geral reconhecida em deliberação no Plenário Virtual.

O caso teve origem em mandado de segurança impetrado por auditores independentes visando ao afastamento da incidência de dispositivos da Instrução 308/1999, da CVM, que impõem limitações à atividade profissional de auditor independente e às pessoas naturais ou jurídicas a ele vinculadas, criando infrações e estabelecendo punições suspostamente não previstas em lei. A Justiça Federal em São Paulo acolheu o pleito entendendo que a autarquia não tem autorização para impor restrições ao exercício da atividade de auditor nem para aplicar penalidades sem respaldo legal. Em seguida, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) negou provimento à apelação da CVM, mantendo assim a decisão de primeira instância.
No Supremo, a CVM sustenta que seu poder regulamentar decorre dos artigos 5º, inciso II, e 174 da Constituição Federal, os quais tratam da descentralização do poder normativo do Executivo em relação a entidades e órgãos administrativos especializados. Sustenta que o artigo 8º, inciso I, da Lei 6.385/1976 fixa a competência regulamentar da Comissão e afirma que a regulamentação tem fundamento no interesse público, na confiabilidade, no mercado eficiente e na proteção ao investidor.

Relator
Em sua manifestação, o relator do recurso, ministro Marco Aurélio, se pronunciou pelo reconhecimento da repercussão geral da matéria. Segundo ele, está em discussão a disciplina de atividade de auditor independente e a pessoas naturais ou jurídicas a ele vinculados, diante da existência de Instrução da CVM que impõe limitações à atividade profissional. “Cumpre ao Supremo examinar o tema, pacificando-o considerada a Constituição Federal”, concluiu. A manifestação do relator foi seguida por maioria em votação no Plenário Virtual.

Marca País

Em 2013 postamos que a marca "Brasil" foi avaliada como sendo a 8a do mundo, entre os diversos países. Resolvemos voltar e verificar o que ocorreu com a nossa marca nos últimos anos. Eis o resultado:



De oitavo para 18o. do mundo. Com um valor estimado de 800 bilhões de dólares. Em 2013 era 1,5 trilhão. Ou seja, perdemos "metade" da marca. Mas será que o problema não seria a avaliação?

Links

Em 2019, um quilo não pesará um quilo

Quem ganha com a redução de impostos em uma empresa: os acionistas ou os empregados? (aqui e aqui)

A relação entre internet e o mercado de sexo (gráfico)

Economia da mineração Bitcoin

A reação do Lord Ashcroft quando perguntado sobre o Paradise Papers

Venezuela lança a nota de 100 mil bolívar (= 2,5 dólares)

10 Erros da Economia Comportamental: uma breve explicação



1º Erro: Não é possível inferir o comportamento coletivo do comportamento individual.

2º Erro - Ergodicidade- Modelar o comportamento humano usando valor esperado é errado, pois o mundo é não-ergódica. Assim, o uso do conceito de valor esperado é inadequado., pois num sistema não ergódico, médias de longo prazo não convergem ao valor esperado.

3º Erro: Usar ferramentas que servem pra modelar processo com caudas finas para modelar processos com caudas pesadas.

4º Erro: Preferências intertemporais não são viesadas se usarmos probabilidade estocástica

5º Erro: Aversão à perda é uma propriedade matemática que está condicionada à sobrevivência de um indivíduo e não uma preferência psicológica.

6º Erro: Quando a resposta de um sistema é não-linear, médias não podem ser usadas.

7º Erro: Contabilidade mental não é compatível com a teoria da informação

8º Erro: Distribuição de eventos extremos não é revelada por distribuições empíricas não-paramétricas

9º Erro: Risco individual é diferente do risco coletivo.

10º Erro: p-valor é estocástico.




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Fonte: Aqui

05 novembro 2017

Links

Trump entra na guerra para que a Bolsa de NY tenha a oferta pública da Aramco (aqui e aqui)

Tamanho dos prédios e a questão econômica

Livro de autoajuda e o gênero

P-valor: a significância estatística pode ser insignificante

Humanos mostram mais amor pelos cachorros do que pelos humanos

Paradise Papers 2

Mais revelações sobre o Paradise Papers:

Brazil’s finance minister, Henrique de Campos Meirelles, started a foundation in Bermuda “for charitable purposes.” He says it will support education charities after his death.

Arábia Saudita

Sob a justificativa de combater a corrupção, 11 príncipes, 4 ministros, funcionários, militares e homens de negócios foram presos no sábado e no domingo na Arábia Saudita. O rei Salmán fez algo inédito naquele país. Tudo leva a crer que está tentando neutralizar a oposição ao princípe herdeiro, Mohamed Bin Salmán (MBS), e suas reformas.

Além disto, o rei anunciou a destituição do ministro da Economia.

Recentemente o país anunciou uma oferta pública de ações para principal empresa, a Aramco. Ao mesmo tempo, um ambicioso projeto de uma mega cidade. Em ambos os casos, MBS estaria comandando os projetos.

Fato da Semana: Eleição nos Conselhos

Fato da Semana: Eleição do CRC


Data: Final de outubro


Contextualização - Regularmente os profissionais do setor contábil, registrados no conselho, comparecem às urnas para eleição do conselho regional de contabilidade. O custo deste processo é muito alto. Na maioria dos casos, o processo ocorre com chapa única. Faz sentido tornar o processo eletrônico? Como uma forma de demonstrar que o sistema é "avançado", optou-se pelo processo eletrônico. Entretanto, há muitas controvérsias com respeito a segurança do processo e isto ocasionou recurso. A justiça entendeu, pelo menos por enquanto, que isto fazia sentido.

Relevância - O processo mostra a necessidade de uma mudança na forma de escolha dos dirigentes dos conselhos. O desinteresse é grande. Além disto, a forma de escolha para o Conselho Federal trata, de forma desigual, os profissionais, já que a votação é por unidade da federação.

Notícia boa - Sim, pois isto pode provocar uma mudança no processo.

Desdobramento - A forma da eleição não deve mudar substancialmente seu resultado.

Mas a semana só teve isto? Sim.

Paradise Papers

Um ano depois do Panamá Papers, um conjunto de documentos sobre pessoas e empresas com investimentos em paraísos fiscais, surgiu hoje o Paradise Papers. O assunto surgiu quando o jornal alemão Süddeutsche Zeitung, o mesmo que obteve os documentos no passado, adquiriu os documentos e através de um consórcio internacional de jornalistas está investigando o assunto. O vazamento ocorreu a partir do escritório Appleby.

Já se sabe que a rainha Elizabeth  fez investimentos em paraísos fiscais. O secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, também foi citado por ter participações em empresas de oligarcas russos, assim como Rex Tillerson e Gary Cohn. Entre as empresas, Apple, Nike, Twitter, Facebook, Alergan. No caso do Twitter e Facebook, uma estranha obsessão da Rússia em investir nestas empresas.

No mapa, os países com pessoas citadas, o que inclui o Brasil.

Um aspecto curioso revelado pela imprensa refere-se ao controle do clube Everton. A investigação inicial levantou que talvez o clube tenha participação do acionista do Arsenal, o que contraria as regras da Premier League.

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04 novembro 2017

CSN e o balanço sem auditoria

Com uma dívida de R$ 30 bilhões no fim de setembro, a CSN terá que terminar de colocar em dia seus demonstrativos financeiros para poder sentar com os bancos credores para alongar seus vencimentos. A empresa, presidida por Benjamin Steinbruch, divulgou os balanços auditados do exercício de 2016, mas ainda está em falta com os números de 2017 – os dados deste ano conhecidos ontem, 30, não tiveram auditoria. Até o momento, os credores não receberam previsão de quando essa divulgação ocorrerá. Mesmo com todos resultados devidamente auditados, uma negociação da dívida exigirá, como é de praxe, reforço em garantias.

Chegando? A CSN tem vencimentos importantes se aproximando. Conforme o demonstrativo financeiro de 2016, o último auditado, para o quarto trimestre deste ano está prevista a amortização de R$ 1,1 bilhão. Para 2018 são esperados pagamentos de R$ 7,7 bilhões. A Deloitte, auditor da CSN, destaca, em carta anexada ao balanço, que para este ano a administração “permanece engajada com o plano de alongamento do prazo do seu endividamento, principalmente de curto prazo, estimando a repactuação de empréstimos e financiamentos no montante de R$ 1,5 bilhão”.


Fonte: Aqui

Suspensa a eleição online do CRC/CFC

Recebi a seguinte notícia do Alexandre Alcântara:


03 novembro 2017

Pemex e Odebrecht

La Auditoría Superior de la Federación (ASF) mexicana considera probado que Pemex realizó pagos "en exceso" al consorcio brasileño Odebrecht por valor de casi 787 millones de pesos (41,6 millones de dólares al tipo de cambio actual) en el marco de dos contratos de "acondicionamiento del sitio, movimiento de tierras y conformación de plataformas para el aprovechamiento de residuales" y de "suministro de agua para rellenos" en su refinería de Miguel Hidalgo (Tula de Allende, Estado de Hidalgo, centro del país). Los sobrecostes superan el 60%. Durante años, la constructora Odebrecht tejió una enorme trama de corrupción con ramificaciones en varios países de América Latina, entre ellos México.

En total –sumando otros contratos en los que Odebrecht no figura como prestador del servicio– la pretrolera estatal mexicana realizó pagos "improcedentes" por valor de casi 1.250 millones de pesos (casi 66 millones de dólares) en dos proyectos: el citado de Tula de Allende y otro de características similares en Salamanca (Guanajuato, centro de México). La ASF considera ese monto "recuperable" para el erario mexicano. El grueso de esa cantidad (937 millones de pesos) tiene que ver con la no revisión por parte de Pemex de que los precios contratados fueran "razonables y convenientes en relación con las obras o trabajos similares".


Fonte: El País

Rir é o melhor remédio


02 novembro 2017

Previdência Social: análise de Roberto Campos

Há 22 anos Roberto Campos escreveu um artigo que continua extremamente atual e chocante. A análise continua atual, com exceção dos números que são muito piores. O tempo passou, o futuro chegou e até hoje o Brasil ainda não fez uma verdadeira reforma da previdência.

As ichneumonidae da Previdência
Roberto Campos, 8 de novembro de 1995.

"A esperança de que o governo possa fornecer a nós todos um bom padrão de vida... e segurança contra o infortúnio, independentemente de nossos valores e habilidades, tem sido um artigo de fé das democracias ocidentais em todo este século. É agora um anacronismo fadado a desapontamentos. (James Davidson, em "The Great Reckoning")

As ichneumonidae são umas vespas que imobilizam lagartas com infecções paralisantes, e depois põem nelas os seus ovos, os quais geram larvas que se alimentam do corpo vivo que lhes é, assim, assegurado. É a situação da Previdência Pública brasileira, consumida por dentro pelo corporativismo e pelo parasitismo fisiológico.

Por ser compulsoriamente estatal, a Previdência é antidemocrática, obrigando o cidadão a confiar sua poupança a esse administrador catastrófico, o Estado. É também um "absurdo atuarial", uma "fonte de injustiças sociais" e um "megadesperdício econômico". Sob o nome pomposo de Seguridade Social, a Constituição de 1988 misturou três coisas diferentes em sua natureza e fontes de financiamento: a previdência, que deve ser financiada por contribuições individuais; a assistência social aos desvalidos, que exige cobertura orçamentária; e a saúde, que sob o aspecto preventivo é principalmente responsabilidade governamental, podendo a medicina curativa ser partilhada com o setor privado. Absurdos atuariais, injustiça social e desperdício econômico são características também de centenas de regimes especiais financiados pela União, Estados e municípios, falimentares em sua maioria.

É lícito ao Estado compelir o cidadão a um esforço de poupança para que não se torne voluntária e conscientemente um encargo para a sociedade. Mas ele não deve ser obrigado a confiar sua poupança ao "pai terrível", se preferir fundos privados de capitalização, que ofereçam serviços em regime competitivo. O indivíduo é o melhor fiscal de sua poupança previdenciária, como o faz com sua caderneta de poupança, podendo transferi-la para o operador mais eficiente. Os partidários da previdência pública compulsória são tiranos disfarçados de samaritanos...

O atual sistema é também um "absurdo atuarial", vítima de uma dinâmica perversa. Entre 1960 e 1994, a população cresceu 128% e o número de beneficiários, 1.400%. Em virtude da universalização da cobertura, cerca de 40% dos beneficiários nunca pagaram contribuição. Numa era de crescente expectância de vida, quase dois terços dos aposentados têm menos de 54 anos. São atletas residuais ou balzaqueanas aquém da menopausa... Temos 2,3 contribuintes por beneficiário, quando seriam necessários quatro para viabilizar atuarialmente o sistema. As mulheres costumam sobreviver aos maridos, mas podem aposentar-se cinco anos antes.

Finalmente, cometemos a originalidade de, no serviço público, dar aos aposentados remuneração superior à dos ativos.

A previdência pública faz justiça social às avessas. Os pobres financiam os de melhor qualidade de vida. As contribuições afluem para uma vala comum, de onde segmentos ativistas e politizados, como magistrados, congressistas e professores, saqueiam aposentadorias especiais e múltiplas. No regime geral da previdência, o valor médio do benefício rural é de um salário mínimo, subindo para 2,1 mínimos no setor urbano. Esses valores, no Judiciário e no Legislativo, alcançam mais de 36 mínimos. A contribuição é compulsória até o teto de dez salários mínimos. O resultado é que os pobres ficam escravizados à tirania do burocrata ineficiente, pois não têm dinheiro para recorrer à previdência complementar. Será justo um sistema em que as pessoas mais pobres, em 1993, se aposentavam em média com 62 anos, enquanto os beneficiários de aposentadorias especiais por tempo de serviço abandonavam o trabalho aos 53 anos? Para sancionar tais distorções, os beneficiários transformam os "privilégios extraídos" em "direitos adquiridos". Mas não há "garantias onerosas" (coisa diferente dos direitos humanos básicos) inalteráveis face à Constituição. Nem há imunidade à falência sistêmica pela inviabilização atuarial.

A previdência pública compulsória é também fator de desperdício econômico. Os custos da máquina estatal são elevadíssimos (10% dos benefícios), as greves frequentes, os serviços exasperantes. Mais importante ainda, não serve de alavancagem para o desenvolvimento, ao contrário do que sucederia com os fundos privados, obrigados a investimentos produtivos na economia para dar rentabilidade ao segurado.

A reforma previdenciária proposta pelo governo é menos uma reforma que um útil remendo. Visa a viabilizar atuarialmente o atual sistema, corrigindo várias distorções e injustiças. Mas não ataca dois problemas fundamentais: o caráter antidemocrático da gestão estatal "compulsória" de recursos privados e a necessidade de mobilização de poupança de longo prazo para a retomada do crescimento. A desculpa para a compulsoriedade estatal é que o governo exerceria uma função redistributiva. Mas na prática essa redistribuição não tem favorecido os pobres e sim grupos de pressão politicamente organizados.

A solução ideal seria a adoção do modelo chileno de privatização, ainda que em caráter opcional, podendo os estatólatras optar pela previdência pública. Seria uma mudança do eixo conceitual. A responsabilidade básica da provisão para o futuro caberia ao cidadão, que para isso deixaria de pagar contribuições ao governo. Este só teria três funções: fiscalizar os administradores dos fundos de pensão privada; garantir o patrimônio dos segurados, em caso da falência das entidades administradoras, cobrando destas para isso uma taxa de seguro de risco; complementar a renda daqueles que, ao fim de sua vida laboral, não alcançassem, pelos processos do mercado, o mínimo vital. A contribuição dos empregadores se transformaria em aumento salarial para os empregados, dando-lhes uma margem para suplementar o fundo de pensão com seguro saúde e contra invalidez. Subproduto importante do sistema chileno foi a criação de um "capitalismo do povo", pois os segurados se tornavam acionistas vigilantes das empresas financiadas por sua poupança previdenciária.

Uma proposta intermediária entre a atual previdência pública e o modelo chileno foi apresentada pelo deputado Eduardo Mascarenhas. Permite que o plano básico da previdência social ofereça modalidades diferentes de cobertura previdenciária, desde que os cálculos atuariais incluídos na Lei de Custeio e Benefícios sejam consistentes. O contribuinte pagaria de acordo com o menu de benefícios escolhido, podendo optar por contribuições menores com redução dos benefícios, o que lhe deixaria margem para complementar sua renda com seguros privados. Em favor dos optantes, o Tesouro emitiria certificados de poupança, monetizáveis nas datas previstas na modalidade do seguro, mas que poderiam ser aplicados também como moeda de privatização de estatais, substituindo-se o ativo previdenciário por um ativo acionário.

Os dois pontos de estrangulamento do desenvolvimento latino-americano são as periódicas crises cambiais e a insuficiência da poupança doméstica. Os asiáticos nos ensinaram que a orientação exportadora e a atração de investimentos diretos permitem a superação do perigo cambial. Os chilenos nos ensinaram que a privatização da previdência é o melhor instrumento para aumentar a poupança interna e alavancar investimentos produtivos. Isso exigiria abandonarmos a obsessão protecionista de substituição de importações, resultante do "pessimismo exportador", e a ilusão do "Estado Benfeitor". Essa entidade abstrata não existe. O que existe é o governo concreto, de burocratas e políticos, que convivem num Zoo social, sujeitos a incursões predatórias das ichneumonidae do corporativismo e do parasitismo fisiológico.

Links

A manipulação dos smartphones (aqui a palestra no TED)

O segredo dos códigos verdes de Matrix

O custo da gasolina no mundo

"Independência" no Comitê de Auditoria não aumentou valor (nos Estados Unidos)

Os pagamentos irregulares da Pemex para Odebrecht

As melhores (?) comidas do mundo