Translate

04 outubro 2015

Rir é o melhor remédio


História da Contabilidade: Evidenciação Contábil nos anos 40 do século XIX – Parte 2

(continuação)

O Primeiro Auditor

A literatura contábil costuma indicar o início da atividade de auditoria no Brasil no início do século XX, com as empresas estrangeiras. Já tínhamos comentado anteriormente que talvez o primeiro auditor tenha sido Edward Albeury (1), antes do marco estabelecido na literatura. Mas muito provavelmente esta atividade já existia no Brasil no início do século XIX nas entidades do terceiro setor e no setor público; isto torna difícil ter um marco inicial. Em 1842 temos uma das primeiras notícias de auditoria realizada no Brasil. Eis o que diz um trecho de um relato do exército daquele ano (2):

Fomos hoje ao estabelecimento dos Educandos á cargo do Alferes Joze Antonio Falcao, e passando a examinar a respectiva escripturação e passando a examinar a respectiva escripturação e contabilidade [sic] achamaos que a escripturação está em dia, e muito systhematica; e a contabilidade exacta e regular; o que muito honra o mesmo Alferes


O texto é assinado por Joze Firmino Vieira, talvez o nosso primeiro auditor.

Primeiras regulamentações

Neste período surgem as primeiras regulamentações contábeis no Brasil. Com elevada taxa de mortalidade, a expectativa de vida ao nascer era muito reduzida (3). Nada mais natural que a questão da sucessão nos negócios e nos bens da família fosse uma preocupação importante. Em 1842, através do Decreto 160, de 9 de maio, o Ministério da Fazenda aprova um regulamento para a “arrecadação dos bens dos defuntos e ausentes” (4. O Decreto estava em conformidade com a Lei de 30 de novembro de 1841, artigo 17.

A primeira parte da lei trata da definição dos termos. O Capítulo II é dedicado a contabilidade e escrituração. Segundo a norma, a contabilidade será feita no Livro de Registro de Inventários, Livro de Termos de Leilão, Livro de Razão e Livro de Receita e Despesa. Fornecido por escrivães, os livros eram “abertos, rubricados e encerrados” pelo contador geral do “Tesouro Público” e contadores provinciais, de maneira gratuita. Esta contabilização incluía o levantamento dos bens e sua avaliação. A lei fazia uma descrição sobre a finalidade de cada livro. Um aspecto importante encontra-se no artigo 8º. Sobre o Livro de Razão que indica o constava no débito e no crédito das contas. Como o normal era a utilização das partidas simples, a indicação desta regulamentação é relevante na fixação das partidas dobradas como método de contabilização.

O Ministério da Justiça promoveu também na mesma época a regulamentação da Lei 261, de 3 de dezembro de 1841. A norma indicava, no artigo 15, que cada uma das secretarias de polícias deveria existir, entre outros listados, um livro de receita e despesa (5).

Esta não foi a única legislação . O Decreto 426 de 24 de julho de 1845 tratava das missões de catequese e “civilização dos índios”. Entre os assuntos desta norma tratava da necessidade da utilização da contabilidade nestas situações (6). Uma norma sobre a organização das finanças públicas de Sergipe, em 1846, exigia a adoção de contabilidade por partidas dobradas e por exercícios (7)

Mas o caso mais interessante ocorreu em 17 de setembro de 1846 quando o governo concedeu a Carlos Galvani o privilégio de fazer a limpeza da capital com barris desinfetados e carroças fechadas. Isto permitiria reduzir o fedor da cidade. O governo pagaria pelo serviço. O importante nesta história é que Galvani seria obrigado a “franquear a pessoa, que o Governo nomear, toda a escripturação conducente”. (8)

(1) Vide http://www.contabilidade-financeira.com/2013/09/historia-da-contabilidade-o-surgimento.html
(2) Jornal Maranhense, 1 de abril de 1842, ed 74, ano I, p. 2. O texto aparece com trecho repetido.
(3) A expectativa de vida de um escravo na segunda metade do século XIX era em torno de 20 anos, conforme aqui. Na Europa Ocidental era em torno de 30 anos
(4) Os trechos a seguir foram obtidos no periódico Publicador maranhense, ano 1, n3 p1 de 1842.
(5) Sentinella da Monarchia n 173, 8 de mar de 1842, p 1.
(6) Obtido em O Mercantil, n 22, 12 de ago de 1845, ano 11, p 1.
(7) Gazeta Official do Imperio do Brasil, 30 nov 1846, v 1, n 93 p2.
(8) Gazeta Official do Imperio do Brasil, 25 set de 1846, v 1, n 24.

03 outubro 2015

Rir é o melhor remédio


Fato da Semana: Mercado de Trabalho do Contador (40 de 2015)

Fato da Semana: Na divulgação dos dados sobre o mercado de trabalho novamente tivemos um encolhimento. Em agosto foram 470 vagas a menos. Destaque para redução de vagas no gênero masculino, de meia idade, com curso superior completo. Os dados são do mercado formal.

Qual a relevância disto? Reflexo do que está ocorrendo na economia, a redução de 4.600 vagas de janeiro de 2014 a agosto de 2015 mostra que a profissão está sentido os efeitos da recessão. Pior para os ingressantes no mercado de trabalho (recém-formados) e aqueles que não possuem outra renda. Outro reflexo ocorre na remuneração.

Positivo ou Negativo? Negativo.

Desdobramentos?
Os dados mostram que nos últimos meses a redução média de vagas ficou em quase 500 vagas por mês. E este número parece que persiste indicando que 2015 e talvez 2016 serão anos difíceis.

02 outubro 2015

Rir é o melhor remédio


Vale a pena ser empreendedor? Risco x Retorno e os ganhos da experimentação

Previous studies have argued that entrepreneurs earn less and bear more risk than salaried workers with otherwise similar characteristics. In a simple model of entrepreneurship, I show that estimates of mean and variance of returns to entrepreneurship used by these previous studies are biased, as they are based on cross-sectional data and fail to account for the option value of experimenting with new ideas. Using longitudinal data, I find patterns that are consistent with entrepreneurship as experimentation and returns to entrepreneurship that are more attractive than established by previous research.

Manso, Gustavo, Experimentation and the Returns to Entrepreneurship (November 18, 2014). Available at : http://dx.doi.org/10.2139/ssrn.2527034

Decisões financeiras mudam com o envelhecimento

  


As the global population ages, older decision makers will be required to take greater responsibility for their own physical, psychological and financial well-being. With this in mind, researchers have begun to examine the effects of ageing on decision making and associated neural circuits. A new ‘affect-integration-motivation’ (AIM) framework may help to clarify how affective and motivational circuits support decision making. Recent research has shed light on whether and how ageing influences these circuits, providing an interdisciplinary account of how ageing can alter decision making.

Samanez-Larkin, Gregory R. and Knutson, Brian, Decision Making in the Ageing Brain: Changes in Affective and Motivational Circuits (May 1, 2015). Nature Reviews Neuroscience, 16 (5), 278-289.. Available at SSRN:http://ssrn.com/abstract=2657045

01 outubro 2015

Rir é o melhor remédio


Preferências por Números na Loteria

Está aí um estudo interessante sobre o comportamento das pessoas na escolha de números de duas loterias na Holanda. Os pesquisadores mostram evidências que a escolha dos números segue algumas regras e que em geral os indivíduos são enganados pela aleatoriedade. Eles descobriram que :

1) Pessoas que jogam com menos frequência buscam marcar números que foram sorteados em concursos recentes. Enquanto, jogadores mais habituais evitam esses números;

2) Os jogadores tendem a escolher números que estão no centro do volante e evitam os cantos do bilhete; 

3) Números pessoais como data de aniversários, número de telefone tendem a serem mais escolhidos; 

4) Indivíduos tendem marcar o volante com um olhar sobre a simetria e estética dos números no papel;

5) Números que estão na memória de curto-prazo tendem a ser mais escolhidos.

E você, caro leitor, se identifica com algum desses padrões encontrados no momento da escolha dos números?

Resumo:

We explore people’s preferences for numbers in large proprietary data sets from two different lottery games. We find that players spread their four or six numbers relatively evenly across the possible range, and that they chase (infrequent players) or avoid (frequent players) winning numbers from recent draws. Furthermore, players are attracted towards numbers in the center of the choice form and avoid the edges, and they tend to choose numbers that are readily available or likely to be “primed” in their short-term memory. Personally relevant numbers are favored, and combinations of numbers are being formed with an eye for symmetry and aesthetics. Altogether, our results suggest that number preferences in lotteries are especially driven by joy seeking, attention, and misunderstanding of randomness.

Potter van Loon, Rogier J.D. and Van den Assem, Martijn J. and Van Dolder, Dennie and Wang, Tong V., Number Preferences in Lotteries (August 2015). Available at http://dx.doi.org/10.2139/ssrn.2657776

Por que Atitude é mais importante que QI?

When it comes to success, it's easy to think that people blessed with brains will inevitably leave the rest of us in the dust. But new research from Stanford University will change your mind (and your attitude).

Psychologist Carol Dweck has spent her entire career studying attitude and performance, and her latest study shows that your attitude is a better predictor of your success than your IQ.

Dweck found that people's core attitudes fall into one of two categories: a fixed mindset or a growth mindset.

With a fixed mindset, you believe that you are who you are and you cannot change. This creates problems when you're challenged because anything that appears to be more than you can handle is bound to make you feel hopeless and overwhelmed.

People with a growth mindset believe that they can improve with effort. They outperform those with a fixed mindset, even when they have a lower IQ, because they embrace challenges, treating them as opportunities to learn something new.

Common sense would suggest that having ability, like being smart, inspires confidence. It does, but only while the going is easy. The deciding factor in life is how you handle setbacks and challenges. People with a growth mindset welcome setbacks with open arms.

According to Dweck, success in life is all about how you deal with failure. She describes the approach to failure of people with the growth mindset this way,

"Failure is information—we label it failure, but it's more like, 'This didn't work, and I'm a problem solver, so I'll try something else.'"

Regardless of which side of the chart you fall on, you can make changes and develop a growth mindset.

[...]


Fonte: aqui

Empurrão no Setor Público

O New York Times relatou uma experiência interessante feita pelo governo federal dos Estados Unidos. Nas solicitações de produtos e serviços, o fornecedor passou a assinar o formulário no início e não no final. O resultado foi uma economia de 1,59 milhões de dólares durante os três meses de experimento.

Este tipo de mudança foi apresentado por Richard Thaler (e Cass Sunstein) no livro Nudge. A idéia é que pequenas mudanças podem fazer diferença no comportamento das pessoas. O exemplo interessante citado por Thaler é a pintura de uma mosca no mictório dos homens, que reduziu a quantidade de líquido despejada fora do local apropriado.

Ainda segundo o jornal, a Casa Branca anunciou a criação do Social and Behavioral Sciences Team para encorajar estes experimentos. No passado, quando era chefe de Departamento na minha universidade, fiz um experimento deste tipo. Diante da reclamação do funcionário de que as pessoas levavam as canetas Bic para casa, comprei duas ou três canetas da Xuxa, coloridas e chamativas. Meses depois este funcionário deu o depoimento de que a caneta ainda estava sendo usada e que as pessoas lembravam que a caneta não era sua.