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19 julho 2015

História da Contabilidade: Contabilidade reflete seu tempo

É muito comum as pessoas pensarem na contabilidade como algo frio, exato e imparcial. Entretanto, trata-se de uma ciência social, refletindo as características do ambiente onde ocorre. Percebemos bem este ponto ao analisar a história da contabilidade em diversos aspectos: na utilização de tecnologia, nos termos empregados, nos conceitos dos “mestres” entre outros.

Nas últimas postagens estamos concentrados em estudar os anos de 1830 da história da contabilidade no Brasil. E vamos usar um recém-conhecido nosso, Burnier, um nome que ficou um pouco esquecido na história da contabilidade, mas que foi resgatado por nossas pesquisas. Para mostrar como a contabilidade reflete seu tempo, título desta postagem, vamos usar um pequeno texto escrito por Burnier para O Despertador, em 29 de março de 1838 (edição 3, p 2-3). Neste texto Burnier dirige-se ao Caixeiro, uma profissão que seria a “porta mais acessível e mais comum por onde se entra para a profissão comercial” (1). Além disto, como o comércio daquela época era “pequeno” em relação aos dias atuais, provavelmente o caixeiro fazia outras funções, inclusive a escrituração.

Burnier afirma que com os conhecimentos adquiridos pelo caixeiro e o acúmulo de capital, o caixeiro poderá, no futuro, “negociar por sua conta”. Para isto considera cinco condições essenciais para que o “caixeiro possa chegar a negociante”. A primeira é “conhecimentos para exercer bem o gênero de comércio em que se ocupa”. Este conhecimento, Burnier dividiu em essenciais e acidentais, uteis ou auxiliares. Entre os conhecimentos essenciais temos a língua materna, escrituração e contabilidade, noções especiais do negócio, modo de negociar legitimamente e noções do sistema monetário e do câmbio.

A segunda condição é a diligência e cuidado no serviço e esta qualidade seria mais proveitosa para o caixeiro do que para o dono do comércio. Conseguir esta condição pode significar, em outras palavras, obter um bom nome na praça.

A terceira condição talvez seja polêmica nos dias de hoje: “fidelidade para com o amo”. Segundo Burnier, “é admirável a harmonia que existe entre os interesses do amo e do caixeiro; se a fidelidade preserva o amo de grandes danos e lhe dá a segurança de sua propriedade, dá também ao caixeiro a certeza de sua ocupação, melhoramento progressivo de condição, meios pecuniários, honra, estima pública e todas as facilidades de um estabelecimento independente e próspero”. (2) Para explicar melhor este ponto, Burnier usa uma analogia: “a honra do homem nesta parte é tão delicada como a da donzela; e a violação dessa honra tem nele as mesmas consequências: uma vez postergado esse preceito, as reincidências são quase inevitáveis; a pureza do primeiro estado nunca mais volta; a progressão para o total abandono do pejo e dos sentimentos da virtude é quase infalível”.

A quarta condição é a “economia no emprego de suas soldadas”. Soldada corresponde ao salário do caixeiro. Para que o caixeiro torne-se negociante é necessário que ele faça poupança do seu salário, formando um capital, até se estabelecer com independência.

A quinta condição também seria polêmica nos dias atuais: “o caixeiro deve ter docilidade ou submissão: sem submissão as ordens do amo, não poderá ganhar sua afeição, nem do público comercial; antes, atrairá contra si indisposição geral, será forçado a mudar de casa [mudar de emprego] sucessivamente e sempre com descrédito e piorando de fortuna; será mesmo difícil e muitas vezes impossível encontrar novos arranjos, vendo-se abandonado e reduzido a miséria e a todas as suas consequências.”(Itálico no original)



(1) Ao contrário das postagens tradicionais, fizemos uma modernização no português de Burnier para tornar a leitura mais agradável.
(2) Observe o leitor que esta condição é contrária a Agency Theory, mas isto é outro assunto. Devemos lembrar aqui que as cidades eram “pequenas” e a “fama” de um profissão era um bem valioso.

Rir é o melhor remédio


Ninguém nasce leitor

5 segredos para ser um bom leitor e 5 Livros Para Começar a Gostar de Ler, com a Isabella do canal Ler Antes e Morrer:

Como ler livros difíceis? E sem achar chato? E como não trocar a leitura pelo facebook? Pra você que sempre quis ler mais e não consegue, revelei 5 táticas que eu sempre uso e que vão te ajudar ler mais e melhor!



Você ainda não tem o hábito da leitura? Quer ajudar um amigo, filho ou parente a ler mais? Veja 5 ótimas sugestões de livros para para começar!

18 julho 2015

Rir é o melhor remédio

Fato da Semana: Editora Atlas é adquirida pelo GEN (semana 28 de 2015)

Fato da Semana: Semana interessante com a falência do rapper 50c, o balanço da Telebras Copa e o escândalo contábil na Toshiba. Mas o fato da semana que escolhemos é a aquisição da Editora Atlas pelo GEN. A Atlas era a maior referência de editora na área contábil. Publicar um livro pela editora é o sonho de qualquer autor.

Qual a relevância disto? Com um catalogo de dois mil títulos, incluindo obras conhecidas e adotadas em qualquer faculdade de contabilidade brasileira, a Atlas é a referência na nossa área. Além disto, a editora sempre esteve presente nos principais eventos, científicos ou não, na nossa área. De uma empresa familiar para mais uma unidade de um grupo empresarial, a mudança é relevante.

Positivo ou Negativo? Como autor da Atlas tenho dificuldades de responder a esta questão.

Desdobramentos – O fato de o GEN ser um grupo de várias empresas levará a uma tentativa de integração dos seus negócios.

6 truques que os restaurantes usam pra você gastar mais

Vídeo do canal MegaCurioso:

Desafio de leitura


Agosto está ali na esquina e logo já vem dezembro e o fim do ano. Mesmo não sendo ano novo, vim propor um desafio literário, topam? Não é nada oficial, apenas sugestões de leitura.

Alguém entrou no Desafio Goodreads? A minha meta é ler 100 livros neste ano. Livros técnicos não contam!* Atualmente estou atrasada em três livros de acordo com o meu cronograma. Carinha triste.
Apesar deu ler MUITA ficção, fiz uma lista para cumprir e deixar as coisas mais ecléticas. Quando fazemos listas assim fica mais fácil sair da nossa rotina e do caminho que sempre escolhemos. Então vamos lá!

Quem topar, deve ler ainda este ano:
- Um livro de não ficção
- Um livro que a sua mãe adora (ou pai, ou tia... algum “adulto”)
- Um livro de um gênero literário que você não costuma nem chegar perto
- Um livro que “todo mundo” leu menos você
- Um livro de autor brasileiro
- Um livro que você escolheu por causa da capa
- Um livro do seu autor favorito
- Um livro recomendado por alguém com bom gosto
- Um livro que esteja na lista de mais vendidos
- Um livro que você deveria ter lido na escola mas não o fez
- Um livro publicado em 2015
- Um livro que você sempre quis ler, mas fica enrolando

Veja que você pode riscar vários itens de uma só vez, como por exemplo: “autor brasileiro” + “era pra ter lido na escola” + “um gênero que você não costuma ler”. Só não vale roubar e dizer que leu por causa da capa! Também não vale pegar coisa que você leu em anos anteriores. Só vale 2015!

No fim do ano compararemos algumas notas. Se precisar de sugestão, deixe um comentário abaixo! O professor César e o Pedro são ótimos com não ficção e eu posso dar uma ajuda com os “guilty pleasures”.

Beijos e bom fim de semana,

Isabel

* Livros técnicos são os que usamos para estudar ou consultar, tipo "Teoria da Contabilidade", "Contabilidade Básica", ok? "Desafio aos Deuses", "O Cisne Negro" podem entrar na lista. 

Parceiros do blog:

17 julho 2015

Toshiba

A Toshiba é um conhecido grupo japonês bastante diversificado, que atua em tecnologia, comunicações, materiais eletrônicos, equipamentos médicos, logística etc. Em maio deste ano a empresa anunciou que cancelaria o pagamento dos dividendos em razão de uma investigação contábil. A empresa descobriu que o seu resultado nos últimos anos estava superestimado. Consequentemente, seria necessário fazer uma amortização de 300 a 400 bilhões de ienes (em torno de 3 bilhões de dólares). Este valor, anunciado na quarta feira, é muito superior a expectativa anterior, de 50 bilhões de ienes. Uma das consequências será a mudança na administração da empresa.

O atual primeiro ministro japonês está desenvolvendo uma campanha para melhorar a governança corporativa nas empresas daquele país.

Rir é o melhor remédio


Economia: Curso rápido #1 e #2

Começou! Os dois primeiros vídeos do canal Crash Course sobre economia:

No primeiro tem Os Muppets!!! S2 S2 S2




Qual a maior ameaça?

Em cada país, qual a maior ameaça? Brasil é a mudança do clima. Em diversos países é o terrorismo e semelhados.

16 julho 2015

Livro é coisa de rico

Vocês ouviram falar sobre a Lei do Preço Fixo? Com ela, os lançamentos deverão ser vendidos pelo preço de tabela por, no míimo, um ano. Se a livraria quiser fazer promoção está limitada a 10%.

Primeiro leiamos um trecho de uma postagen do blog Amigos do Livro, depois um vídeo do Danilo, do Cabine Literária:
1) Quem é a favor da lei do preço fixo argumenta que onde ela foi instituída estaria ajudando a preservar as pequenas e médias livrarias e a regular o mercado, tornando-o mais justo e saudável. Dizem, ainda, que ela contribui para garantir a diversidade e o plurarismo cultural e que, no final das contas, isso também influiria positivamente nos preços dos livros. 
2) Já quem é contra o preço fixo defende que o que deve prevalecer é a lei do livre mercado. De acordo com esses, as livrarias e os demais pontos de venda (magazines, hipermercados, internet etc.) devem ter a liberdade para dar os descontos que bem entenderem e competirem entre si – é isso que, no final das contas, dizem, beneficia o consumidor.
O trecho é de uma postagem antiga porque este assunto vem sendo discutido desde 2007. Mas o papo voltou com força por causa de alguns debate. Parece ter começado na Flip e ter continuado no Senado no dia 30 de junho. Eu que estou com uma meta de ler cem livros este ano (desafio GoodReads) e ando um tanto afastada da internet, só fiquei sabendo disso hoje. Meros 15 dias de atraso... E levei um &%$# susto! A história está cheia de apoiadores! Aposto que nenhum dele lê! Hunf.

Eu pergunto mas imagino a resposta (e ao mesmo tempo não quero confirmação): Será que os sebos estão sujeitoss? E os sebos online? Se eu quiser vender um livro que é lançamento na Estante Virtual, vou ter que colocar o preço de tabela!? Vou fazer questão de colocar por R$ 1,99. E é por essas e outras que o nosso Brasil não vai pra frente. Livros caros em um país sem o costume de ler só vai fazer com que haja ainda menos leitura. E com todo mundo alienado... nem vou continuar a frase.

Enfim, concordo com o Danilo (no vídeo abaixo). Ele aponta diversos problemas com essa lei e como estou muito brava vou deixar que ele fale também por mim.



Como eu vou viver sem aqueles descontos tão lindos que ocorrem no Black Friday!? Como???

Rir é o melhor remédio

Bolívia conquista acesso ao mar (via Marginal Revolution)

Contabilidade e Automação

Desde que surgiram as primeiras máquinas tem-se afirmado que certas funções seriam substituídas e diversas profissões foram extintas (datilógrafos, por exemplo). A contabilidade foi uma das primeiras áreas das empresas onde o computador foi usado. Desde então, as previsões afirmam que o trabalho na contabilidade poderia provocar uma redução no número de vagas. A história tem mostrado que isto por enquanto não ocorreu.

Uma previsão recentemente divulgada mostra as áreas que seriam afetadas pela automação na área contábil. O percentual de probabilidade da automação seria o seguinte:

Preparadores fiscais - 98,7%
Lançamento contábil - 97,6%
Analistas de orçamento - 93,8%
Contadores e auditores - 93,5%
Analistas de pesquisa de mercado - 61,3%
Analistas financeiros - 23,3%
Examinadores financeiros - 17%
Gerentes financeiros - 6,9%

Mapa da pesquisa no mundo

Este é o mapa da pesquisa no mundo. Apesar da evolução recente, mostra a desigualdade na área, com pouca participação dos países menos desenvolvidos. Pesquisa exige dinheiro...

Links

Uma seleção de links do Quartz, um dos melhores endereços da internet:

Administração do tempo faz nossa vida pior

Uma proposta para economizar (ainda mais) espaço nos aviões (figura)

Dinamarca produz até 140% das necessidades de eletricidade usando o vento

Estudo canadense mostra que viver perto de árvores é bom para saúde

O que ocorre quando editamos os filmes de Hollywood para mostra a participação dos negros

15 julho 2015

Rir é o melhor remédio

Resenha: Quando roubar um banco

Como os autores, vou começar pela dedicatória que é uma graça: “Dedicamos este livro aos nossos leitores. Somos perpetuamente surpreendidos pelo seu vigor e agradecidos por sua atenção”. *.*

E aí começa a história. Há dez anos, quando os autores resolveram publicar o livro Freakonomics, decidiram também começar uma web page associada. Por acaso, o site oferecia uma função para blogs... E aí eles começaram a publicar e no livro “When to Rob a Bank” acompanhamos algumas experiências, além das postagens que eles consideram top hits.


As postagens no blog tendem a ser mais informais e casuais quando comparadas a escrita de um livro. Eles acrescentam que “[...] ter o blog nos deu uma boa razão para continuar curiosos e abertos em relação ao mundo”. Durante todos os anos eles continuamente se questionavam porque continuavam a blogar e não havia motivo óbvio já que é uma atividade não remunerada e não havia qualquer evidência que o blog os ajudasse a vender mais cópias do livro. Com o tempo eles perceberam a razão: “nossos leitores adoravam de ler o blog, e nós adorávamos nossos leitores. A curiosidade e inventividade e especialmente a diversão nos mantiveram ali”. E com o livro percebemos todo o espírito disso.


O início do livro, com o primeiro capítulo intitulado “o que blogs e garrafas de água têm em comum?” é super engraçado, com eles explicando como antigamente achavam um absurdo livros vindos de blogs serem publicados porque bastava a pessoa entrar no blog e ler tudo de graça. Mas aí... eles publicaram um.

Alguns textos não me interessaram tanto (especialmente os sobre planos de saúde estadunidenses) , enquanto outros me fizeram gargalhar alto. Eu ri muito quando, por exemplo, ele debateu no blog sobre a possibilidade de aeromoças (ou comissárias de bordo) ganharem gorjeta, já que elas prestavam um serviço similar aos de garçonete, por exemplo. Ele colocou várias justificativas plausíveis, os comentários do blog o deixaram bem animados e ele colocou a ideia em prática: tentou dar a tal da gorjeta. A comissária de bordo ficou ofendida e ralhou com ele. A forma como ele descreve a situação é hilária.

Também ri quando, no capítulo “Estávamos Apenas Tentando Ajudar” – foi a postagem que gerou mais cartas e correspondências desde a história da relação entre crime e aborto publicada no primeiro livro (leia aqui). Na postagem original ele diz que se fosse um terrorista com recursos limitados e quisesse maximizar o terror, organizaria vários ataques simultâneos, em diversos locais do país. Teria que ser aleatório para cada um achar que seria uma possível vítima, de preferência fechando o comércio, porque quando isso acontece as pessoas tem mais tempo para pensar em seus infortúnios e então o medo aumenta, e se possível fazendo com que o governo tenha que publicar diversas leis e gastar um bocado para lidar com a situação. E o que isso causou? Diversas correspondências questionando se ele era um traidor, um imbecil, ou ambos. Também pediram que ele fizesse uma postagem listando formas de combater o terrorismo. Se você ler com desapego, puramente racional e sem considerar as “emoções do absurdo” é um capítulo extremamente inteligente e bem versado.

Então esse é o espírito do livro.

Vale a pena? Você pode dar uma passada no blog e ler algumas postagens se ainda não o fez. Caso goste do que lê, vale sim a pena comprar o livro. Ainda não há a versão traduzida, mas fique atento caso ler em inglês não lhe seja agradável. Eu comprei o e-book e pretendo comprar o livro físico tão logo seja possível (leia-se: quando houver promoção, mais provavelmente no Black Friday).
E a resposta para a pergunta do livro? Simplificando, qualquer dia é um bom dia para roubar um banco, desde que você não resolva agir no mesmo dia que outros ladrões. Isso porque vocês entrarão no caminho um do outro e ainda terão que dividir o produto.


LEVITT, Steven D.; DUBNER, Stephen J. When to Rob a Bank: ...And 131 More Warped Suggestions and Well-Intended Rants. Harper-Collins, 2015.

Se decidir comprar o produto, sugerimos escolher um de nossos parceiros. O blog é afiliado aos seguintes programas:
Amazon Brasil
Americanas
Submarino
ShopTime
SouBarato.com.br

Evidenciação: Livro adquirido com recursos particulares, sem ligações com os escritores ou a editora.

Telebras Copa

Existe certo consenso de que a Copa do Mundo só deu prejuízo. Exceto para Fifa, seus cartolas e algumas empresas (rede de televisão, patrocinadores etc). No mais, a conta foi paga pelo contribuinte e pelo governo. A Telebras Copa é a prova que isto não é verdade. O seu resultado, divulgado recentemente, quase seis meses após o fechamento do exercício, mostra um lucro respeitável.


Em primeiro lugar, a empresa é um caso raro onde o lucro líquido, de R$125 milhões de reais, é superior a receita bruta de serviços, de R$124 milhões. A razão disto está (a) na ausência de tributos; (b) no custo muito baixo (R$1,9 milhão); e (c) na receita financeira maior que a despesa financeira (R$2,6 milhões versus R$8,5 mil). Em segundo lugar, as demonstrações estão assinadas pelo contador e pelo “representante legal da empresa”.

Outro fato interessante é que esta empresa foi criada por “tempo determinado”, conforme nota explicativa 1, "constituída em 07 de março de 2013, funcionará por tempo determinado, desde a data de sua criação até a data do término dos eventos da Copa do Mundo de 2014”. Ao analisar as demonstrações da controladora, a Telebras, temos a seguinte nota: Ocorre que, do ponto de vista da Controlada, os eventos ainda não terminaram, em virtude de possuir direitos a receber, discutidos administrativamente, portanto, o seu encerramento ainda não foi efetivado. As Atas da 1ª (primeira) Assembleia Geral Ordinária de Acionista (AGO) e da 1ª (primeira) Assembleia Geral Extraordinária de Acionista (AGE) de 31/10/2014, justamente pelo que aqui fica esclarecido, introduziram alteração do artigo 2º do seu Estatuto Social, que trata da “Duração da Sociedade”. Uma vez encerrada, a Controlada será incorporada pela Companhia, o que deve acontecer ainda em 2015.

Para entender a lucratividade da empresa seria interessante verificar sua finalidade. Ainda na nota explicativa 1: “tem por objetivo a prestação de serviços de telecomunicações à Fédération Internationale de Football Association – FIFA e seus parceiros e conveniados.” Mas isto torna o resultado incoerente. Se sua finalidade é a prestação de serviços de telecomunicações, o mesmo deve ter algum custo. E a DRE é clara em mostrar que este é irrisório. Como que uma empresa presta serviço de telecomunicações sem custo?

Observe agora a DVA da empresa:

Ocorreu uma aquisição de “materiais, energia, serviços de terceiros e outros” no valor de 1,9 milhão. Outro ponto interessante é que a empresa distribuiu R$125 milhões de dividendos para seu controlador. Isto é mais do que a receita gerada pela empresa em 2014.