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08 julho 2013

História da Contabilidade: Demonstrações Contábeis no final do século XIX

É interessante notar que algumas empresas faziam uma ampla publicação do seu desempenho já no final do século XIX. A figura a seguir mostra parte do balanço patrimonial da Cia Industrial de São Paulo, encerrado em 31 de dezembro de 1890, a parte do Ativo (1). Logo de início uma surpresa: o que denominamos de capital a integralizar é classificado como ativo. E isto parecia ser uma prática normal naquela época, apesar de um pouco polêmica (2).
Logo após outros ativos, incluindo o caixa existente. Alguns ativos são reunidos por área de negócios: tipografia, tecidos e fósforos, sendo feita a separação entre prédios e terrenos, máquinas, estoques e até caixa das lojas. Não existe aqui nenhuma menção a depreciação.

A figura abaixo mostra a segunda parte do balanço, o “passivo”. Não podemos dizer que se trata do lado direito do balanço, pois o mesmo foi publicado logo abaixo do ativo. A disposição das contas do passivo também é diferente das de hoje: começa pelo capital, passando por empréstimos e letras a pagar, contas correntes e vales. A penúltima conta seria classificada hoje como patrimônio líquido: fundo de reserva. Finalmente, o balanço encerra com a quantia de dividendo a distribuir para os acionistas.
Pelos valores, trata-se de uma empresa com elevado índice de endividamento, mas com grande investimento em ativos de longo prazo. Finalmente, o balanço é assinado pelo presidente da empresa e pelo chefe da contabilidade.

Em lugar da Demonstração do Resultado existia a Demonstração dos Lucros e Perdas. Isto nada mais era do que um fechamento das contas transitórias de débito e crédito, conforme é possível perceber a seguir.
A presença de dividendos a distribuir indica a presença de lucro. Isto deve ser considerado com cautela, já que o procedimento de depreciação não era muito comum à época. Ou seja, o lucro pode estar superestimado. Novamente, a demonstração é assinada pelo presidente da empresa, juntamente com o chefe da contabilidade.

(1) Publicado no O Estado de São Paulo, 12 de março de 1891, p. 2.
(2) “´No seu entender (de guarda-livros autor do parecer) um dos erros do nosso balanço consiste em mencionar no activo as acções que existem por emitir no valor de 456:400$´ E depois de perguntar ‘onde haviam de ser escripturados os valores de taes acções´ acrescenta: ‘este plano de escripturação não é invenção do guarda-livros da Companhia Cantareira´; e invoca a seu favor os balanços das Companhias Paulista, Mogyana, Previdente e Banco Predial”. O Estado de São Paulo, 13 de abril de 1884, p. 1. (grafia da época)

Propaganda antiga


“Amarradas noite e dia à sua mesa de trabalho acham-se muitas pessoas dignas de melhor sorte. Os pequenos detalhes do negócio, combinados com a falta de perfeito sistema, são a causa única dessa escravidão, tão fácil de ser resolvida por meio de modernos aparelhos e métodos simplificados. Das muitas horas que Vossa Senhoria está perdendo todos os dias inutilmente, aproveite alguns minutos para uma visita à Casa Pratt, onde sem compromisso algum de compra, poderá examinar os modernos aparelhos que lhe economizarão muito tempo, dinheiro e dissabores. É sempre conveniente conhecer a vantagem dos seguintes aparelhos: caixas registradoras National, Máquinas de escrever Remington, de calcular Triumphator, de somar Burroughs, duplicadores Ronco, arquivos de aço para cartas e muitas outras especialidades”.

17 de janeiro de 1914. Estado de S Paulo

Sarah Kay: Se eu tiver uma filha ...

"Se eu tiver uma filha, em vez de Mãe, ela vai me chamar de Ponto B..." assim começou a poetisa de palavras faladas, Sarah Kay, em uma palestra que levou a duas ovações de pé no TED2011. Ela conta a história de sua metamorfose -- de uma adolescente imersa em versos no Clube Browery de Poesia em Nova York a uma professora unindo crianças ao poder da auto-expressão através do Projeto V.O.I.C.E. -- e faz duas emocionantes apresentações de "B" e "Hiroshima".

OGX

Em uma campanha exploratória impressionante a OGX protagonizou, em dois anos e meio - de outubro de 2009 a maio de 2012 -, 55 anúncios de descoberta de petróleo ou declarações de comercialidade (jargão que indica, no setor de petróleo, que uma área pesquisada vai virar um campo produtor). A cada comunicado promissor, o mercado reagia imediatamente e a empresa acompanhava os saltos no gráfico de suas ações.

Um levantamento de todas as divulgações feitas pela petroleira de Eike Batista desde sua criação, em 2007, revela que foram mais de 105 comunicados oficiais. Metade deles apontava indícios de petróleo em suas áreas. Grande parte das descobertas referia-se ao mesmo poço perfurado, apenas em estágios diferentes.

A despeito disso, as ações subiam sempre que um desses "fatos relevantes", como são conhecidos os relatórios oficiais, era enviado à Bolsa de Valores e à Comissão de Valores Mobiliários (CVM, responsável pela fiscalização de mercado).

Agora, o mercado financeiro parece dividido entre alternativas ruins: houve incompetência, ingenuidade ou má gestão? "Não é plausível que uma empresa com tantas promessas de sucesso tenha se tornado um fracasso da noite para o dia", diz Ricardo Lacerda, sócio do banco BR Partners.

Alguns comunicados tinham tom eufórico. "A OGX é a prova de que vale a pena apostar na competência dos brasileiros e na riqueza e abundância dos nossos recursos naturais. Esses recentes sucessos vão pavimentar o caminho do nosso robusto crescimento e igualdade social. Viva o Brasil!", escreveu Eike em outubro de 2009, no fato relevante enviado à CVM sobre a descoberta no bloco marítimo da Bacia de Campos BM-C-43.

Até junho de 2012, quando teve de revelar o real volume do petróleo que jorrava de sua principal aposta, o campo de Tubarão Azul, na Bacia de Campos - um décimo do que apregoou -, o tom das informações que vinham da OGX era exatamente esse. Em janeiro de 2010, poucos meses depois de começar a furar os poços, Eike fez uma previsão mais do que otimista num documento ao mercado: "Com os resultados de nossas perfurações até o presente, fomos capazes de revelar uma nova província no sul da Bacia de Campos e quebrar paradigmas (...). Agora nos preparamos para uma nova fase na história da OGX, que buscará atingir a produção de 1,4 milhão de barris por dia em 2019". Ou seja, previa, em dez anos, alcançar o resultado que a Petrobrás obteve somente depois de cinco décadas.

Há uma semana, jogou a toalha: a produção em Tubarão Azul deve cessar em 2014, dois anos após retirado o primeiro óleo. Outros três campos foram suspensos três meses após a declaração de comercialidade. A OGX invalidou as projeções divulgadas anteriormente.

Segundo fontes, a CVM agora vai olhar para trás e investigar o "conjunto da obra" da OGX. Vai analisar com lupa todos os fatos relevantes, em especial os que continham projeções, para averiguar se foram elaboradas sem diligência ou de forma a confundir o investidor. A avaliação poderá respingar não só nos atuais executivos, mas em todo o grupo de estrelas do setor contratado a peso de ouro.

Em abril de 2010, por exemplo, a CVM exigiu da OGX esclarecimentos sobre um volume atípico de movimentação das ações. Nessa época, apenas quatro meses depois de passar a integrar o índice Bovespa, a empresa fizera seis comunicados de "presença de hidrocarbonetos" (indícios de petróleo) nos mesmos dois blocos (BMC-41 e BMC-42) da Bacia de Campos. O BMC-41 deu origem ao prospecto de Waimea, que virou o campo de Tubarão Azul.

A OGX respondeu que a elevação das negociações poderia ter sido por uma avaliação positiva do banco Credit Suisse ou pelos rumores de que estaria em curso a venda de 20% da empresa.

Luiz Felipe Carvalho, analista de petróleo do HSBC, diz que a credibilidade da OGX foi corroída por uma série de eventos. Em fevereiro de 2011, a OGX informava que Waimea continha óleo pesado, de 20º API, que não está nos melhores padrões de comercialização. Mas a vazão seria extraordinária: 40 mil barris por dia. Hoje sabe-se que essa vazão, decrescente, não ultrapassa 5 mil barris diários.

A divulgação de previsões é facultativa, mas segundo as regras da CVM, deve trazer "informações verdadeiras, completas e que não induzam o investidor a erro". "O mais surpreendente é que após ter levantado tanto capital sobraram tão poucos ativos do império X", diz Lacerda, do BR Partners.

A partir de outubro de 2009, quando anunciou sua primeira descoberta, a OGX passou a adotar nos comunicados o aposto: "maior companhia privada brasileira do setor de petróleo e gás natural em termos de área marítima de exploração".

Perplexidade. A queda da OGX provocou perplexidade e dividiu opiniões. No BNDES, um dos principais financiadores de Eike, há quem acredite que o empresário pode ter sido ludibriado, como a maior parte do mercado. "Atuar alavancado cobra seu preço: o preço é que os 'planos de negócio' sejam consistentes, caso contrário...", disse a fonte.

Para alguns, o fato de Eike ter mantido as ações das companhias X pode dificultar uma punição. "Ele está morrendo com o mico-preto na mão", disse um executivo do alto escalão de uma multinacional.

Irany Tereza e Mariana Durão - O Estado de S.Paulo - 7 de julho de 2013 - p. B1

Vende-se moeda do Irã


O Banco Central do Irã está vendendo sua moeda, o Rial, pela metade do preço. É uma tentativa de atrair investidores, já que existem sanções ocidentais ao investimento naquele país.

Esta é uma situação interessante, onde a moeda corrente não possui o valor de face.

07 julho 2013

Rir é o melhor remédio

Memês contábeis








Edir Macedo é investidor do Banco Renner

O Banco Central confirmou nesta sexta-feira que considera o bispo Edir Macedo, da Igreja Universal, e a esposa dele como investidores estrangeiros e não nacionais. Esse foi o motivo da publicação, no início desta semana, de decreto da presidente Dilma Rousseff dando sinal verde para participação estrangeira de até 49% no capital social do Banco Renner [...].

“Os controladores do Banco A. J. Renner S.A., com sede em Porto Alegre, negociaram parte de suas ações com a empresa B. A. Empreendimentos e Participações Ltda., que é controlada pela empresa Rádio e Televisão Record S.A., cujos sócios, Sr. Edir Macedo Bezerra e esposa, têm domicilio no exterior”, informou o BC, referindo-se a uma operação que estava em análise desde 2009.

Pela legislação brasileira, a manifestação da Presidência da República é etapa obrigatória e anterior à aprovação formal, pela autoridade de supervisão bancária, de qualquer pedido de investidor estrangeiro para entrar ou aumentar presença no sistema financeiro nacional. O governo se manifesta mediante decreto reconhecendo seu interesse na operação.

O controle acionário da instituição gaúcha continua com a família Renner, pois o decreto desta semana refere-se à mesma operação que foi anunciada pelo Grupo Record há cerca de quatro anos. Em 2009, o grupo anunciou aquisição de 40% do capital do Banco Renner. Segundo o BC, o percentual estabelecido no decreto é maior (49%) porque “foram feitos ajustes” desde que as partes decidiram fechar o negócio.

O Banco Renner é uma sociedade anônima de capital fechado que existe desde 1981 e tem uma agência. A empresa atua como banco múltiplo, mas focado no financiamento de veículos. Em dezembro de 2012, a instituição gaúcha tinha patrimônio líquido de R$ 78,37 milhões e ativo total de R$ 2,24 bilhões.

Fonte: Aqui

6 maneiras de acabar cientificamente com a procrastinação

Por Natasha Romanzoti

Todo mundo tem que lidar, uma hora ou outra, com a procrastinação. É difícil colocar muita culpa em nós mesmos, porém, já que a internet oferece uma quantidade ilimitada de alternativas para escolhermos ao invés do nosso trabalho. Sendo esse obviamente o caso, confira algumas maneiras comprovadas de combater a procrastinação:

6. Aprenda a se comprometer
Lembra de seus dias de faculdade, nos quais praticamente todo mundo se gabava de ter ficado milagrosamente acordado a noite toda para estudar? Mas deixar para última hora e estudar ou trabalhar a noite inteira está longe do ideal em termos da qualidade do que é produzido.

De acordo com um estudo sobre a procrastinação, a atitude é inspirada no fato de que não há nenhuma maneira de “sair”. Melhor ainda, este sentimento pode ser controlado (sem preocupação e paranoia) pelo fato da pessoa se “pré-comprometer” à tarefa antes de iniciá-la. Existem algumas maneiras de fazer isso, dependendo da gravidade de sua letargia.

Uma das alternativas mais extremas é um aplicativo chamado StickK, que permite que você se comprometa a um objetivo que você deve concluir em um prazo determinado. Antes que você possa definir a meta, no entanto, é preciso estabelecer uma quantia em dinheiro, e se você perder o seu prazo, esse dinheiro fica bloqueado e é doado para uma instituição de caridade que você odeia. Você pode selecionar outras opções e não ter que colocar dinheiro na brincadeira, mas daí, é claro, sua motivação vai por água abaixo.

Outras formas menos dramáticas para alcançar um efeito similar é anotar quando e onde você vai completar uma tarefa (alunos que fazem isso são muito mais propensos a completar tarefas), ou tornar seu compromisso público através da partilha de seu plano com um amigo (por exemplo, enviar um e-mail dizendo “Minha parte do trabalho estará pronta amanhã às cinco horas”). Leva em conta um tempo para emergências, mas não se dê uma semana para terminar uma tarefa quando você realmente precisa de um ou dois dias, no máximo.

5. Defina micro e macro metas
A motivação é importante para alcançar objetivos, bem como os planos que você constrói para chegar lá. Em um estudo surpreendente sobre motivação, pesquisadores descobriram que o pensamento abstrato sobre os objetivos pode realmente ajudar na hora da disciplina. No sentido mais básico, “sonhar grande” não é um mau conselho (embora precise ser balanceado).

A criação de planos grandiosos pode intimidar as pessoas e elevar suas expectativas. Para que elas não precisem parar de sonhar grande, a melhor maneira de encontrar um equilíbrio é simplesmente definir “macro metas” e “micro quotas”. Seus objetivos devem ser as coisas que você espera conseguir, e suas quotas as coisas pequenas que têm que ser feitas todos os dias para que as maiores aconteçam.

Por exemplo, o escritor/designer Nathan Barry forçou-se a escrever mil palavras por dia, fizesse chuva ou fizesse sol, para conseguir autopublicar seus três livros. A quota era acessível e tornou o objetivo possível.
Basicamente, quotas o ajudam a fazer um pouco de cada vez. Começar por baixo garante um começo em primeiro lugar, e, mais para frente, a realização de seus objetivos maiores.

4. Se organize
Pesquisas mostram que a “paralisia da análise” é uma das principais causas da procrastinação. Não saber o que fazer é muitas vezes pior do que o trabalho em si. É por isso que você deve sempre se esforçar para se organizar com novos compromissos, especialmente em termos de como você começará cada um de seus dias.

Na noite anterior, crie uma simples lista de tarefas (esqueça aplicativos, vá de papel e caneta) consistindo de três grandes coisas que você quer prontas no dia seguinte. Mantenha essa lista ao alcance, em sua mesa ou bolsa. Com uma lista clara do que trabalhar hoje, você não terá que repassar mentalmente uma longa lista de obrigações que devem ser cumpridas “algum dia”.

3. Técnica do redirecionamento
Ser muito duro consigo mesmo por procrastinar não é saudável. Na verdade, um estudo mostra que a autoculpa é definitivamente contraprodutiva. A pesquisa analisou os hábitos para estudar em particular, e concluiu que o “perdão permite que o indivíduo supere seu comportamento mal adaptado e se concentre no próximo exame, sem a carga de atos passados para dificultar o estudo”.

Agora, isso não significa que você deve desistir, mas sim que você não deve deixar o fato de que você não quer fazer algo fazer você se sentir mal. Em vez disso, você deve tentar redirecionar sua procrastinação em algo produtivo.

Por exemplo, quando não estiver conseguindo escrever, faça pequenas tarefas que ainda precisam ser feitas, como responder e-mails. A técnica não é à prova de falhas, mas pode deixá-lo com mais vontade de trabalhar durante aqueles períodos que você realmente tem que terminar algo.

Mas pesquisas também sublinham que é importante avaliar cada tarefa para garantir que você não esteja se engajando em comportamento “automático”.

Muitas vezes, nosso comportamento é robótico. Nós fazemos coisas porque não pensamos realmente sobre elas, porque é um hábito ou estamos copiando inconscientemente outras pessoas. Este tipo de comportamento pode ser um inimigo do verdadeiro objetivo. Pergunte-se se o que você está fazendo está realmente o deixando mais perto de seu objetivo.

Enquanto a tarefa para a qual você está redirecionando ainda for relevante para seus objetivos, digamos, terminar algumas edições em vez de criar um novo artigo, não há problema em perdoar a si mesmo e redirecionar o seu comportamento.

2. Conheça os quatro pilares da procrastinação
De acordo com um estudo acadêmico, parece haver quatro pilares da procrastinação que influenciam a população em geral. Identificar qual deles está te impedindo de fazer uma determinada tarefa pode ser útil para superar a barreira inicial de começá-la – que é a parte mais difícil.

Tarefa de baixo valor: Quando consideramos uma tarefa desagradável ou chata, ou pouco importante para nosso objetivo final, podemos tentar transformá-la em mais agradável para poder concluí-la, como, por exemplo, escrever um projeto sentado no seu café preferido tomando seu drink preferido. Ou você pode adicionar elementos artificiais, tais como prazos “sem volta”, como os mencionados acima que envolvem dinheiro.

Personalidade: Infelizmente, a personalidade desempenha um papel na procrastinação. Algumas pessoas são mais impulsivas do que outras. A vantagem é que, embora seja difícil de controlar a personalidade, é muito mais fácil controlar o ambiente. Por exemplo, se você está de dieta, pode esconder as comidas gordurosas que você não deve comer. Você certamente desistirá de comer uma coisa ou outra se elas não estiverem na sua frente. Se precisar terminar algum trabalho, bloqueie todas as distrações, vá para locais tranquilos (como a biblioteca) e restrinja o desperdício de tempo, usando ferramentas como StayFocusd, que bloqueiam sites que certamente lhe farão procrastinar.

Expectativas: Se você espera completar uma tarefa facilmente, então é menos provável que você procrastine. Este pilar é um pouco mais difícil de “burlar”, mas o melhor truque é simplesmente perceber que o primeiro passo é muitas vezes o mais difícil psicologicamente. “Fazer” será muito menos terrível do que imaginamos que será, por isso, se pudermos dedicar pelo menos 5 minutos para tentar algo, podemos ver no que vai dar.

Medo de falhar: O medo do fracasso é uma coisa real para muitos procrastinadores. Este pilar tem realmente a ver com estar confiante em suas habilidades. A dica aqui é: tente. Você já tem o não; se tentar e continuar com o não, dá na mesma. Mas é só se você tentar que pode conseguir um sim.

1. Tenha o tipo “certo” de fantasia
Fantasias sobre o futuro são geralmente boas. Mas fantasia em excesso é uma assassina de metas e uma enorme razão para as pessoas procrastinarem (em combinação com perfeccionismo). De acordo com um estudo sobre motivação e fantasias, quando você pensa muito grande pode estar sabotando objetivos reais já obtidos.

Pesquisadores testaram o quão comum eram fantasias sobre o futuro em participantes, e acompanharam seu desempenho em uma série de categorias.

Os participantes estavam à procura de um emprego. Aqueles que passaram mais tempo sonhando com a obtenção de um emprego tiveram um desempenho pior. Dois anos depois de sair da faculdade, os sonhadores tinham se inscrito para menos vagas de trabalho, recebido menos ofertas, e, se estavam trabalhando, tinham salários mais baixos.

Visualizações positivas podem ser motivadoras e inspirar as pessoas, no entanto. O erro está no que nós visualizamos. Os pesquisadores descobriram que os participantes que se envolveram em visualizações que incluíam o que precisava ser feito para alcançar seu objetivo (por exemplo, sonhar com a aprendizagem de outra língua, e visualizar-se praticando todos os dias depois do trabalho) eram mais propensos a superar seus colegas.

A visualização do processo funciona porque ajuda a chamar a atenção sobre os passos necessários para atingir sua meta e reduzem a ansiedade. Então não se preocupe com seus sonhos, apenas certifique-se que você não está se focando na recompensa sem pensar nos passos necessários para que ela venha.

Bônus: Deixe para lá
Para muitos de nós, a procrastinação vem de uma sobrecarga de obrigações. Nossa capacidade de dizer “não” a coisas que não estão realmente nos movendo em direção a nossas metas é uma habilidade difícil de aprender, mas quando estamos sufocados sob um monte de tarefas sem sentido, é necessário adquiri-la. Produtividade requer eliminação radical. Pode parecer egoísta, mas você tem que cuidar de si mesmo para que você possa cuidar de qualquer outra coisa ou pessoa.

Fontes: aqui e aqui

06 julho 2013

Ouse não comparar


Se você quer ser um miserável mortal, faça comparações.

Você compara quando coloca uma pessoa do lado da outra com propósito de enfatizar as diferenças ou mostrar as semelhanças. Isto se aplica a lugares e coisas também. Podemos nos tornar tão hábeis nessa atividade que conseguimos até fazê-la inconscientemente pela força do hábito.

Inadvertidamente, as rodas de nosso pensamento escorregam para dentro do buraco desse hábito odioso. As comparações aparecem em pelo menos dois padrões. Padrão um: Nos comparamos aos outros. Quase todos nós chegamos à presunçosa opinião que temos sobre nós mesmos por meio de comparações. Julgando os outros, concluímos: "Não sou como essa pessoa. Sou superior a essa gente". O orgulho não existe no vácuo. Quando nos elevamos num "pedestal" inevitavelmente deixamos outras pessoas na poeira. [...]

Padrão dois: Comparamos os outros com os outros. Isso é pior do que injusto, é estúpido e freqüentemente cruel. As crianças sofrem muito com adultos bem intencionados que listam os talentos de uma criança na frente de outra em uma errônea tentativa de motivação.

Muitos conheceram a mágoa e a frustração de ouvir pais e professores fazendo comentários pouco elogiosos, como: "Por que você não consegue tirar A como seu irmão mais velho?". E outras demonstrações semelhantes de pouco caso: "Viu como Tiago aprendeu a nadar rápido! Então por que você está com tanto medo?". Esse tipo de comparação é tóxica - envenena a auto-imagem da criança e sufoca a motivação que os pais buscavam disseminar.

Mas as crianças não são as únicas vítimas. As pessoas comparam escritores, radialistas, atores, líderes, personalidades, esposas e mães, familiares e amigos, casas e carros, empregos e salários, maridos e pais. Isso é odioso!

São as diferenças variadas que mantêm nossas atitudes positivas e prazerosas. Tentar comparar um dia com outro e depois reclamar porque hoje não foi tão bom quanto ontem, seria uma tolice e uma loucura completa.

O mesmo princípio se aplica a todas as pessoas. O empenho de parecer com alguém a fim de sermos valorizados é um insulto ao nosso verdadeiro ser. Sim, podemos sentir-nos inspirados pelo exemplo dos outros e tentar desenvolver qualidades semelhantes de caráter, mas elas terão de ser expressas do nosso próprio jeito.

Deus, nosso sábio e criativo Criador, teve o cuidado de fazer cada um diferente do outro e também não fez ninguém perfeito! Quanto mais rápido aceitamos e apreciamos esse fato, mais profundamente aceitamos e apreciaremos o próximo, tal qual nosso projetista havia planejado. Realmente, só uma coisa seria pior do que a constante comparação: se todos fôssemos iguais. Você consegue pensar em algo mais desagradável?

Por: Daniel C. Luz

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

Fato da Semana

Fato: A mudança no nome e no logo da Ernst Young (agora EY)

Qual a relevância disto? – Esta semana a empresa de auditoria Ernst Young anunciou um novo logotipo e que após estudos o seu nome seria EY. A EY segue suas irmãs, como a PwC e KPMG, e resume seu nome. Como uma das grandes empresas de contabilidade e auditoria, teremos que acostumar a chama-la pelo novo nome. Por sinal, no Brasil iremos chamar a empresa de “é ípsilon” ou, de maneira mais blasé, “i uai”?

Ao longo da semana descobriu-se que a nova sigla também serve para um periódico inglês que publicava fotos de garotos com pouca ou nenhuma roupa. Mas a empresa já era conhecida como EY, antes da adoção oficial. Ainda existe dúvida sobre o nome no Brasil, já que a empresa era conhecida como Ernst Young Terco, por conta da junção com a Terco em 2010.

Positivo ou Negativo? – Para a empresa, a mudança pode ser um início de renovação. As mudanças de logotipo e nome são feitas para marcar uma nova era. E ajuda a esquecer dos “Lehman Brothers” do passado. Mas a mudança irá representar uma despesa para a empresa. Para os clientes e o público em geral, nada muda. Para os blogueiros, que quando escreviam Ernst & Young sempre aparecia como “Ernest & Young” será um alívio.

Desdobramentos – Parece que só falta a Deloitte? A EY terá que fazer um esforço para fixar o novo nome entre seus clientes e o público em geral. Isto deverá aumentar a despesa de publicidade.


Candidatos a fatos relevantes: semana com muita emoção. Os problemas do grupo X já são notícias desde a semana passada; mas o problema da Rede Globo com o Fisco mostra que esta empresa também pode ser multada. 

Teste da Semana

Este é um teste para verificar se você acompanhou de perto os principais eventos do mundo contábil. As respostas estão ao final.

1 – A frase “[os relatórios contábeis correm o risco de ] se tornar simplesmente documentos de conformidade, em vez de instrumentos de comunicação” foi dita pelo
Andrew Fastow, ex-executivo da Enron
Dena Aubin, jornalista da Reuters
Hans Hoogervorst, Presidente do Iasb

2 – A Rede Globo foi multada, em 2002, pelo Fisco por conta dos direitos da Copa do Mundo. Esta notícia surgiu na semana. A empresa usou a seguinte conta para registrar os valores no exterior
Despesa com estoques
Investimentos e Participação Societária
Valores a Receber

3 – Este banco, fundado em 1690, sobre muito com a crise financeira. Mas há 117 anos possui o mesmo auditor:
Barclays
Citibank
RBS

4 – Com respeito ao banco da questão anterior, diante da pressão para mudar de auditor a entidade afirmou
Que estudaria o assunto, podendo escolher outra auditoria entre as Big Four
Que mudaria de auditor, já que recebeu dinheiro do contribuinte
Que não mudaria de auditor, pois poderia comprometer a qualidade

5 – Em setembro teremos um encontro do Iasb em São Paulo, onde será discutido
A norma de leasing
A participação do Brasil no ASAF
O financiamento das atividades da entidade

6 – Esta empresa, envolvida em escândalos contábeis no ano de 2011, teve seus ex-executivos julgados:
Lehman Brothers
Olympus
Wal-Mart

7 – Estes profissionais criaram um fundo de pensão que está sendo um sucesso:
Cabelereiros
Jogadores de futebol
Pastores evangélicos

8 – Esta empresa de auditoria poderá perder sua licença para atuar num país europeu por conta de problemas financeiros não detectados no Bankia:
Deloitte
KPMG
PwC

9 – O país onde está localizada esta instituição financeira é
Espanha
Itália
Reino Unido

10 - Caso exista um calote das empresas do Grupo X, cada contribuinte terá um prejuízo, por conta de empréstimos realizados por bancos oficiais, de no mínimo:
5 reais
10 reais
50 reais

Acertando 10 ou 9 questões = medalha de ouro; 7 ou 8 = prata; 5 ou 6 = bronze

Respostas: (1) Hans Hoogervorst, Presidente do Iasb; (2) Investimentos e Participação Societária; (3) Barclays; (4) não mudaria de auditor; (5) norma de leasing; (6) Olympus; (7) pastores evangélicos; (8) Deloitte; (9) Espanha; (10) 50 reais.

Frase



"Quando banqueiros se reúnem, conversam sobre arte. Quando artistas se reúnem, falam sobre dinheiro."

— Oscar Wilde

Múltiplo em educação

A Abril Educação anunciou nesta sexta-feira (5/7) a compra de grupo de educação no Recife por cerca de R$ 103 milhões, ampliando atuação da companhia no ensino infantil.

A aquisição, que envolve o Colégio Motivo, a livraria Park Carapuceiro Serviços e o Centro Recifense de Educação, todos no bairro de Boa Viagem, na capital pernambucana, ocorreu após a Abril Educação ter anunciado a compra do Centro Educacional Sigma, em Brasília, por R$ 130 milhões, na quinta-feira (5/7).

Segundo a companhia, a compra do Colégio Motivo adicionará 2,8 mil alunos à base da Abril Educação, além dos 5,1 mil previstos no acordo com o Sigma. (...)


Brasil Econômico - 5 de julho de 2013

Anteriormente fizemos uma análise de múltiplo para o caso do Sigma. Aqui o uso do múltiplo ficaria distorcido, já que inclui uma livraria.

05 julho 2013

Rir é o melhor remédio


Eu não gosto de cachorros, mas esta propaganda ...

Evidenciação Voluntária e Liquidez

Existem dois tipos de evidenciação: a obrigatória, que os reguladores determinam para as empresas o que deve chegar aos usuários; e a voluntária, onde as empresas, por livre e espontânea vontade, divulgam as informações. Das duas, a voluntária chama mais atenção dos pesquisadores pelo seu caráter facultativo. O que intriga é saber o que leva as empresas revelem informações quando não são obrigadas a fazê-lo.

Uma resposta óbvia seria a divulgação de boas notícias, que traria a valorização rápida das ações da empresa e o aumento no valor dos bônus dos executivos. Mas isto não explica a razão pela qual as empresas também fazem divulgação voluntária quando existem notícias ruins. Uma explicação para este caso é que talvez a empresa deseje comandar o processo de divulgação das notícias ruins, evitando que boatos destruam mais o preço das ações.

Nos últimos anos muitos estudos procuraram desvendar os mistérios da evidenciação. E parece que ainda não chegamos a um destino final neste tipo de pesquisa, pois novas descobertas estão aparecendo.

Uma pesquisa divulgada recentemente descobriu um vínculo entre a evidenciação voluntária e a liquidez das ações das empresas. Este tipo de liquidez refere-se a quantidade de negociações dos papéis nas bolsas de valores. Em geral as pesquisas consideram que a liquidez é uma variável exógena. Em outras palavras, que não sofre influencia da própria empresa, sendo determinada pelas forças externas. Pois a pesquisa além de descobrir um vínculo dentre a evidenciação e a liquidez, também mostrou que as empresas podem influenciar na liquidez das suas ações através da divulgação de informações voluntárias.

Outra consequência da evidenciação voluntária é que também pode afetar o custo de capital, reduzindo-o. Se o custo de capital diminui, aumenta o valor da empresa. Assim, a evidenciação voluntária pode ter uma explicação simples: ela aumenta o valor da empresa.

Leia mais em BALAKRISHNAN, Karthik; BILLINGS, Mary; KELLY, Bryan T; LJUNGQVIST, Alexander. Shaping Liquidity: on the Causal Effects of Voluntary Disclosure. Working Paper, NBER, 2013

Saída de Eike da MPX

O grupo EBX de Eike Batista, que já foi um conglomerado industrial com grandes ambições, começou a desmoronar nesta quinta-feira (04/07), sendo a mais nova vítima do boom de uma década do setor de commodities a sofrer uma parada brusca.

Eike, fundador e força vital por traz do grupo de petróleo, energia, portos, navios e mineração, que nomeou todas as suas companhias com um "X" para simbolizar "multiplicação de riqueza", saiu da presidência do Conselho de Administração da MPX, empresa de energia e a mais promissora do grupo.

A companhia de geração de eletricidade também será renomeada até outubro para se posicionar como fora do grupo EBX, disseram executivos da MPX em teleconferência nesta quinta-feira.

O movimento tira Eike da MPX num momento em que o valor do seu império, que já foi avaliado em cerca de US$ 60 bilhões, desintegra-se. Uma vez considerado o homem mais rico do Brasil, a participação pessoal de Eike na EBX diminuiu em mais de US$ 20 bilhões no último ano, enquanto as promessas de poços de petróleo, portos, plantas de geração de energia e navios falharam em se materializar. (...)


Saída de Eike da MPX marca início do colapso da EBX - Brasil Econômico - Guillermo Parra-Bernal e Jeb Blount/ Reuters - 04/07/13

Múltiplo em educação

No ensino superior, em processos de aquisição, cada aluno vale algo em torno de seis mil reais. Este valor foi obtido dividindo o valor de aquisição de faculdades particulares pelo número de alunos existentes. Como estas operações geralmente são feitas por empresas de capital aberto, o número representa um valor bastante adequado e justo do valor de uma faculdade.

Uma notícia de ontem mostrou que:

A Abril Educação anunciou nesta quinta-feira (4/7) a compra do Centro Educacional Sigma, em Brasília, por R$ 130 milhões, que serão pagos em até cinco anos.
De acordo com o comunicado, a empresa passará a atender, diretamente, mais de 5,1 mil alunos, desde a educação infantil até o ensino médio. (Brasil Econômico, Abril Educação adquire o Centro Educacional Sigma)

Dividindo o valor pago pelo número de alunos tem-se um valor de cada aluno de 25 mil reais aproximadamente. Este valor é maior que o valor do ensino superior. Uma das razões é que a mensalidade média desta escola está em torno de R$1.400. Isto provavelmente é bem maior que a mensalidade das faculdades. Mas corresponde a quatro vezes o valor?

Uma possível explicação é a inadimplência, que poderia ser menor no ensino médio e fundamental. Mas talvez não seja ainda suficiente para justificar o preço elevado pago pela Abril Educação. Outra justificativa seria o mercado atendido, localizado numa região de elevada renda per capita. Mas isto também já estaria expresso no valor da mensalidade, conforme comentado anteriormente.

A existência de “sinergias”, onde o material produzido pela empresa poderia obter um mercado, como os livros editados pela Abril Educação, pode ajudar a entender. Finalmente, a existência de interessados na aquisição pode ter produzido um leilão.

Deloitte na Espanha

A empresa de auditoria Deloitte poderá perder sua licença como empresa de auditoria na Espanha. O regulador de contabilidade naquele país (ICAC) está investigando a empresa pelos problemas no Bankia, uma instituição financeira que esteve envolvida nos problemas daquele país. Além de ter sido a empresa de auditoria do Bankia, a Deloitte também prestou serviços de consultoria, pelos quais recebeu 2,15 milhões de euros. E recebeu 1,6 milhão pelos serviços de auditoria.

Os problemas do Bankia representam, na Espanha, a crise financeira da Espanha. Mas a Deloitte parece afirmar que seu trabalho de auditor não foi afetado pelo que recebeu como consultor.

Na Espanha, a Deloitte é a maior das Big Four. Entre seus clientes estão a Zara e a Repsol.

Fonte: Big Four

Fundo dos Pastores

(...) Em pouco mais de anos de existência, o CiadPrev [Convenção das Igrejas Evangélicas Assembleias de Deus de Santa Catarina e Sudoeste do Paraná], soma mais de R$ 22 milhões em patrimônio líquido e 1.150 pastores associados - entre integrados (dedicados integralmente à igreja) e voluntários -, segundo cálculos de Eliel da Costa Batista, assessor da presidência da Ciadescp. "O crescimento médio anual do patrimônio líquido é de 37% e, com base nesses resultados, dá para imaginar qual o potencial de avanço da fundação nos próximos anos", diz Batista.

Sem dúvidas que dá: apesar de ser um fundo de pensão instituído, ou seja, que não tem um patrocinador tal como os demais fundos de pensão constituídos por uma empresa, os aportes mensais são feitos pelo participante e pela igreja - este último arrecadado por meio de dízimo. O valor da contribuição varia de acordo com a idade do participante, bem como com o objetivo a ser alcançado na ocasião da aposentadoria. "O montante médio do aporte, somando a contribuição do participante e da igreja, é de R$ 470", pondera Batista.

Globo

A Receita Federal autuou a Rede Globo de Televisão por supostas irregularidades na compra dos direitos de transmissão da Copa de 2002. Os fiscais afirmam que a emissora usou uma empresa de fachada no exterior só para não recolher impostos no Brasil. A Globo diz ter seguido a legislação, mas confirma ter pago a multa. A empresa não respondeu à Folha se fez o pagamento para obter descontos e, posteriormente, discutir a multa na Justiça ou se efetuou o pagamento, assumindo a infração. A suposta manobra fiscal resultou em uma multa de R$ 274 milhões pelo não recolhimento de R$ 183 milhões em Imposto de Renda.

Folha de S Paulo

Likes no Facebook

O Departamento de Estado dos EUA "investiu" 630 mil dólares para ganhar milhões de likes no Facebook. As campanhas foram lançadas em 2011 e 2012 para "construir plataformas globais de sensibilização para o envolvimento com o público estrangeiro, aumentando o número de fãs ... em quatro propriedades temáticas Facebook".

Cada uma das quatro páginas conseguiu atrair 2,5 milhões de fãs.

04 julho 2013

Rir é o melhor remédio


Incentivos perversos no Grupo X

Um texto do Valor Econômico (Como atuava o "dream team" de Eike na OGX - Cláudia Schüffner - Valor Econômico - 03/07/2013) mostra como incentivos podem ter um efeito perverso.

política de remuneração criada por Batista, que garantia bônus e ações da companhia para os principais executivos, que podiam receber em quatro anos e, em alguns casos, apenas dois, já que ele abriu exceções para permitir a retirada parcial em metade do tempo. Durante a campanha exploratória da OGX, a equipe de geologia comemorava as descobertas comprovadas apenas por meio da perfuração de poços estratigráficos que identificavam colunas de óleo, sem atentar para os riscos de que não fossem produtivos.

(...) Aos que alertavam para a necessidade de testes de produção para avaliar a vazão e permeabilidade dos reservatórios, a área de exploração dizia que não era necessário, porque a geologia era conhecida, conta uma fonte.

Um conhecido de Eike também vê defeitos na política de remuneração dos executivos do grupo, que segundo essa fonte acredita, incentivava resultados rápidos (para bônus e opções serem exercidas em 5 anos) ao invés de premiar uma postura mais conservadora.

Bancos Oficiais e Grupo X

Um relatório de um banco dos EUA divulgou quem emprestou para as empresas X, informou o Estado de S Paulo (BNDES e Caixa entre os maiores credores de Eike - O Estado de S. Paulo - 03/07/2013):

Os estatais Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Caixa Econômica Federal estão entre as principais com R$ 4,888 bilhões e R$ 1,392 bilhão, respectivamente.


Este valor é otimista, já que existem problemas de evidenciação:

(...) os números estão baseados nos balanços do primeiro trimestre deste ano e são apenas uma visão parcial da exposição global das empresas X aos bancos brasileiros.

“As informações e a divulgação das mesmas são pobres e, por isso, é tão difícil avaliar o tamanho da exposição dos bancos em relação às empresas X uma vez que ele pode estar subestimado”, avaliam os analistas.

Eles lembram que o fato de o grupo EBX, holding que concentra os negócios de Eike Batista, não ter capital aberto e, por isso, não divulgar informações sobre suas dívidas totais, dificulta uma análise mais apurada sobre o risco X para os bancos. Além disso há, conforme atentam Arlant, Anne e Yackulic, títulos de dívidas, como debêntures, por exemplo, que não são contabilizadas na linha de empréstimos dos balanços das instituições bancárias e garantias concedidas.


Fazendo uma conta simples, cada brasileiro poderá perder R$33. Este é o problema dos bancos estatais: o prejuízo é socializado para toda população e os responsáveis pela decisão não são punidos.

Mas aqui afirma que somente no BNDES a exposição é de 10 bilhões. Ou seja, dobre este valor.

Agora EY 2

Sobre a mudança de nome da empresa Ernst Young para EY, o Going Concern, site de contabilidade, fez uma pesquisa interessante: colocou o nome EY no Google Imagens. O resultado? A seguir:
A maioria das fotos refere-se a revista EY

Evidenciação no Grupo X

A Comissão de Valores Imobiliários (CVM) está investigando a OGX e outras empresas do grupo EBX por suposta falha na divulgação de informações ao mercado. Entre elas, a promessa de produção de petróleo que não se confirmou.

(...) As empresas X são alvo de pelo menos 17 análises da CVM sobre potenciais irregularidades em negócios, informações financeiras e relevantes. Até agora apenas um caso, relativo à LLX, foi convertido em processo administrativo sancionador. Isso significa que a empresa pode ir a julgamento e os envolvidos serem punidos, entre os quais o controlador Eike Batista e outros três ex-executivos da empresa, que administra o projeto do Porto do Açu.


O Estado de S.Paulo - 3 de junho de 2013

Olympus

Em 2011 o escândalo da fabricante de máquinas de fotografias, Olympus, mereceu destaque na imprensa econômica. Agora um tribunal japonês condenou o ex-presidente da empresa (foto, no centro) com três anos de prisão. O auditor foi suspenso, mas nenhum deles irá pegar prisão imediata, informou o The Telegraph.

Frase

RSS representa a antítese desse novo mundo: é completamente aberta, descentralizada e de propriedade de ninguém, assim como a própria web. (A razão real que o Google quer matar RSS)

Com o fim do Reader, estou usando o Feedly. Um leitor de RSS é fundamental nos dias de hoje.

Taxa de sucesso

A quantidade de golpes de estado, desde 1950 e a taxa de sucesso, pontilhada. Nos últimos anos tivemos menos golpes, mas com maior taxa de sucesso.

03 julho 2013

Rir é o melhor remédio

Adaptado daqui

Contabilidade para empresas de Capital Fechado nos EUA

No ano passado as autoridades dos Estados Unidos criaram o Private Company Council (PCC). Para as empresas de capital aberto naquele país, a contabilidade é regulada pelas normas emitidas pelo Fasb e endossadas pela SEC. O PCC seria uma entidade à parte do Fasb, responsável por normas contábeis para as empresas de capital fechado. Este ano o PCC já começou a emitir algumas normas contábeis para estas empresas.

Também em 2013, o AICPA, a associação que reúne os contadores certificados dos Estados Unidos, emitiu uma norma para empresas de pequeno porte.

Antes de prosseguir é interessante destacar como o país mais avançado do mundo somente agora se preocupou em normatizar a contabilidade das empresas que não estão no mercado de capitais. E devemos lembrar que as normas para pequenas e médias empresas do Iasb já existem há anos.
Uma questão importante é se a norma da AICPA contradiz o que o PCC está fazendo. Robert Stewart, do FAF, aponta uma distinção importante entre a norma do AICPA e do PCC (em FASB agrees to advance three private company alternatives for public comment, Ken Tyiac, Journal of Accountancy, 10 de junho de 2013). Para Stewart o trabalho do PCC é verificar onde os princípios contábeis geralmente aceitos dos Estados Unidos (US GAAP) possuem alternativas apropriadas que ajudam a reduzir o custo da informação e a sua complexidade, sem sacrificar a essência das demonstrações. Já a abordagem do AICPA é não-GAAP. Em outras palavras, não está preocupada com os princípios contábeis geralmente aceitos. É uma abordagem também conhecida como Other Comprehensive Basis of Accounting, ou OCBOA. Ou seja, não necessariamente respeitaria os princípios contábeis geralmente aceitos dos Estados Unidos.

Assim, se não existe a exigência de uso do GAAP (os princípios contábeis geralmente aceitos), a abordagem para pequenas e médias empresas pode ser uma alternativa razoável. A figura a seguir faz um breve resumo desta posição (clique na imagem para ver melhor):


Mas a norma do AICPA não possui consenso. A National Association of State Boads of Accountancy (NASBA), que é membro da Federação Internacional dos Contadores, defende que as empresas de capital fechado não devem adotar a abordagem proposta pela AICPA. Segundo a NASBA, a proposta não traz a possibilidade de exigir a sua adoção. Seria um mero guia. Além disto, não existe uma definição de “pequena e média” entidade.

Vamos aguardar mais debates.

Agora EY

Postamos a mudança no logo da Ernst Young. A notícia é que a empresa de auditoria resolveu simplificar: agora seu nome é EY. A empresa está seguindo a PwC e a KPMG, reduzindo seu nome.

Apple na Inglaterra

O The Telegraph destacou que a empresa Apple está conseguindo não pagar impostos no Reino Unido. Uma das divisões da empresa teve vendas de 1 bilhão de libras e lucro de 16 milhões de libras. Mas como a empresa compensou deduções fiscais, finalizou o exercício sem pagar impostos.

Além disto, especialistas consultados pelo jornal sugerem que as vendas da empresa no Reino Unido são maiores, já que muitas delas são registradas em outros locais. Isto provavelmente também deve ocorrer no Brasil: quando você adquire um produto na Apple Store o mesmo está faturado numa filial de um paraíso fiscal.

A empresa insiste que não age ilegalmente e paga todos os impostos.

Congresso

Acontecerá nos dias 2 a 4 de outubro de 2013 o IV Congresso Nacional de Administração e Ciências Contábeis - AdCont 2013. Trata-se de um evento que ocorrerá nas instalações do PPGA Unigranrio, organizado pela UFR. A submissão dos trabalhos ocorrerá até o dia 4 de agosto.

Para maiores informações visitem nosso site: www.facc.ufrj.br/ocs
Para contato disponibilizamos nosso email e telefone: adcont@facc.ufrj.br - (21) 38735262.
Conto com a colaboração de todos na divulgação em suas redes de contato e com a participação dos interessados em temas de Administração e Contabilidade.

Leasing com Fasb e Iasb

O FASB e o IASB estão promovendo uma rodada de discussão da proposta de Leasing no segundo semestre deste ano. Trata-se da proposta que foi divulgada em maio de 2013. Um dos encontros será realizado em São Paulo, em local ainda não confirmado, no dia 10 de setembro de 2013. O prazo para inscrição e mais informações podem ser obtidos aqui

02 julho 2013

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

O grande dilema da contabilidade

Uma das grandes vantagens do conservadorismo é que os eventos e transações são facilmente verificados. Se uma empresa adota o custo histórico para avaliar os estoques, um auditor pode facilmente comprovar o valor conferindo com a nota fiscal de aquisição. O mesmo pode ocorrer com um terreno: basta verificar o valor de foi registrado no documento do cartório para ter o montante que deveria ser registrado na contabilidade da empresa.

Entretanto o conservadorismo possui alguns grandes problemas. Um deles é que o número registrado na contabilidade tende a ficar muito distante do seu valor. Assim, aquele terreno que foi adquirido há quinze anos já teve valorização e o custo histórico não acompanhou. O cômodo custo histórico deixa de ter relevância para quem analisa as demonstrações contábeis.

Estabelece assim um grande dilema para o contador: usar o conservadorismo, que permite registros verificáveis e objetivos ou usar um método como o valor justo, que traz mais relevância para a decisão? A relação entre o conservadorismo e a relevância da informação é muito difícil de ser observada e mensurada. Mas uma dissertação de mestrado conseguiu fazer isto com a situação brasileira dos últimos anos. Usando dois modelos, um para medir o conservadorismo e outro para a relevância da informação, o mestre Dionísio Ramos, sob a orientação do professor Paulo Lustosa, analisou os dados de informações da bolsa de valores brasileira entre 1999 a 2012. Com uma amostra de 579 empresas e dados trimestrais, Ramos comprovou que nos últimos anos ocorreu uma redução do conservadorismo contábil nas empresas brasileiras de capital aberto. Os dados permitiram também comprovar que ocorreu um aumento na relevância da informação no mesmo período. E que existe correlação entre as duas variáveis. O mais importante é que os pesquisadores comprovaram que isto ocorreu a partir do momento que as empresas brasileiras passaram a adotar as normas internacionais de contabilidade. Estas normas são menos conservadoras para a contabilidade da empresa e tudo leva a crer que a convergência contábil ocorrida a partir da Lei 11.638 seja a causa da redução do conservadorismo e do aumento da relevância.

Entretanto este resultado deve ser tomado com cuidado, já que ao mesmo tempo em que o Brasil adotava as IFRS ocorria uma crise econômica mundial. De qualquer forma, o trabalho de Ramos é um pontapé inicial para pesquisa sobre estas duas variáveis.


Leia mais: RAMOS, Dionísio Adárcio. Conservadorismo e Relevância da Informação Contábil, Brasília, Dissertação (mestrado), UnB, 2013. 

Custo dos Estádios

Segundo o Valor Econômico:

No ranking de 19 estádios (Brasil, África do Sul, Coreia/Japão e Alemanha) construídos ou reformados, o Mané Garrincha, em Brasília, tem o custo por assento de US$ 8.830. É o quarto estádio de custo mais elevado, sendo ultrapassado pelo Saporo Dome (Japão/US$ 10.373), o Cape Town Stadium (África do Sul/US$ 10.041) e o Nissan Stadium (Japão/US$ 8.846).

Os estádios brasileiros Fonte Nova (custo de US$ 5.639), Arena Pernambuco (US$ 5.518) e Mineirão (US$ 5.512) estão abaixo da média geral, de US$ 6.429 por assento das arenas construídas ou submetidas a grandes reformas para as últimas quatro Copas do Mundo.


Estes valores são diferentes daqueles que encontramos aqui no Blog em 2012, onde o custo por assento era de 7 mil dólares.Além disto, o texto do Valor Econômico deixa de considerar a construção dos estádios da Eurocopa.

Barclays

O Barclays foi fundado em 1690 e foi uma das instituições financeiras que mais sofreram com a crise financeira. Por ter o mesmo auditor há 117 anos, o Barclays seria um candidato natural a abrir o fechado mercado de auditoria britânico, onde 95% das 350 maiores empresas são auditadas pelas maiores empresas contábeis, as Big Four.

Mas o banco alertou recentemente o regulador que a adoção do rodízio, incluindo a utilização de uma empresa menor de auditoria, poderia trazer prejuízo dos acionistas, incluindo comprometer a qualidade da auditoria. O banco estima que um eventual rodízio poderia levar dois anos, informou o Independent

Normas do Fasb

Recentemente os Estados Unidos criaram uma entidade para normatizar a contabilidade de empresas de capital fechado. O Fasb apresentou recentemente três novas normas para estas empresas. As propostas procuram simplificar a contabilidade das empresas de capital aberto, em assuntos como goodwill e intangíveis. 

Fonte: Aqui

Frase




Leaders are made, and they are made by effort and hard work.
- Vince Lombardi

Logo

O novo logo da Ernst Young, segundo Going Concern.

01 julho 2013

Rir é o melhor remédio

Propaganda de 1918, publicada no Estado de S Paulo

História da Contabilidade no Brasil: Anos após a Proclamação da República

Em 1889 instalou-se no país a república presidencialista, derrubando a monarquia parlamentarista. A economia brasileira ainda baseada na exportação de commodities, mas já existia uma bolsa de valores, com negociação de ações. Ao lado de pequenos comércios, já existiam empresas de grande porte. Como era a contabilidade nos primeiros anos da república?

Em algumas destas empresas, o número de pessoas que trabalhavam na contabilidade era substancial. É o caso da empresa Estrada de Ferro Central do Brasil. Esta empresa foi criada ainda no governo do império. O seu objetivo era promover a integração nacional através do transporte ferroviário. Sua origem está na Companhia de Estrada de Ferro D. Pedro II e as obras começaram em 1855, quando foi firmado um contrato de construção entre o governo e o engenheiro inglês Edward Price. Quando ocorreu a proclamação da república, a estrada mudou seu nome para Estrada de Ferro Central do Brasil (1). Esta empresa possuía, já no governo republicano, uma estrutura hierárquica onde o diretor era escolhido pelo governo, que era auxiliado por quatro subdiretores, correspondendo aos serviços de trafego, locomoção, via permanente e edifícios e a contabilidade. Esta, por sua vez, possuía duas seções: receita e despesa (2). Um jornal da época, ao relatar a visita do presidente da República, Prudente de Moraes, informava que o setor de contabilidade contava com 146 funcionários (3).

Como a Estrada de Ferro Central do Brasil era do estado, poder-se-ia imaginar que o número excessivo de funcionários decorria do fato do governo central usar a empresa como cabide de empregos. Entretanto, este não era o caso da Companhia Sul America. Esta empresa foi criada em 1896, sob a presidência de Fernando Mendes de Almeida (4). A inauguração do edifício da empresa foi destaque, pois contava com quatro andares, sendo um deles, o segundo, era de uso da contabilidade.

Ensino
A contabilidade continuava sendo objeto de ensino desde o início da alfabetização, denominado de ensino primário (atual ensino fundamental). No Espirito Santo, por exemplo, um projeto de reorganização da instrução pública naquele estado, tornava obrigatório o ensino para todas as crianças do sexo masculino com idade entre sete e doze anos (5). Entre os conteúdos obrigatórios constava o ensino de “operações da arithmetica, fundamentaes e aplicadas, tendo sómente por objetivo o ensino da contabilidade” (6)

Outro fator importante é o aumento no número de obras publicadas sobre a contabilidade. Com efeito, um anúncio de uma promoção por parte de uma livraria apresentava livros como Escripturação mercantil (Evaristo José Vieira), Contador Commercial, Compendio de escripturação mercantil (Carneiro), Escripturação mercantil (Baptista Sobrinho), Compendio Commercial (Jeronymo de Oliveira), Regras da escripturação mercantil por partidas dobradas (Gomes Junior), Manual do aprendiz de commercio, Elementos de escripturação comercial (Figueiredo), Methodo fácil de escripturar os livros (Degranges), Manual mercantil (Veridiano de Carvalho), O guarda livros brasileiro, entre outros (7). E a grande quantidade de obras começava a passar por um crivo, inclusive por parte do governo. Em Minas Gerais, por exemplo, uma comissão analisou e deu um parecer sobre a adoção do livro Princípios de Leitura, Escripta e Contabilidade, de Cornélio Nunes. E o livro não foi aprovado para educação infantil (8)

Além disto, criavam-se cursos comerciais, como é o caso da Academia de Commercio, localizada na cidade de Juiz de Fora, criado em 1894 (9). Estes cursos representaram os primeiros cursos técnicos na área, conforme afirmava a norma de criação: “diremos que o ensino, como é dado na Academia de Commercio, tem um valor essencialmente technico pelos cursos de contabilidade, calligraphia (...)” (10)

Contabilidade Pública
Novo governo, novas regras. A implantação da república trouxe um conjunto de regras novas para a contabilidade pública. Em particular destaca-se o decreto 1166, de 17 de dezembro de 1892, organizava o ministério da Fazenda. O legislador estava inspirado e publicou mais de cem artigos com a organização deste ministério, que incluía o tesouro. No artigo 76 informa que “a escripturação como a contabilidade será feita por exercício e pelo systema já estabelecido, segundo as faculdades da lei do orçamento.” (11) O artigo seguinte dividia os créditos em “ordinários, suplementares e extraordinários” (12). O artigo 82 indicava claramente que se adotava o regime de caixa: “os documentos de receita e despeza, depois de escripturados nos livros caixas, serão remetidos á contadoria (...)” (13).

Mas as novas regras não significa que a república melhorou substancialmente a qualidade da contabilidade pública. O próprio presidente da república reconheceu isto num pronunciamento quando afirmou que “o nosso systema de contabilidade publica, cheio de lacunas e imperfeições, e que mal se accomoda á simples fiscalização parlamentar, carece de ser reformado de modo a ajustar-se ao novo aparelho de contrastação financeira, para que assim tenhamos um mecanismo harmônico e bem equilibrado em suas aplicações.” (14)

A possibilidade de mudar a contabilidade pública neste período realmente existiu, seja pelo aumento no número de pessoas tituladas ou pela ocupação de cargos técnicos por uma nascente burocracia. Em Minas Gerais o governador entre 1892 a 1894, foi Afonso Pena (15). Formado em direito, Pena foi fundador e professor da Faculdade Livre de Direito de Minas Gerais, atual Faculdade de Direito da UFMG. O mais importante é que Pena ensinava “sciencia das finanças e contabilidade” (16). Mas quando decidiu mudar a capital mineira, de Ouro Preto para a atual Belo Horizonte, no decreto de criação da comissão responsável pela construção da nova capital, Pena dividiu em seis divisões, sendo uma delas de contabilidade (17).

Contador
Este decreto serve para esclarecer uma confusão muito grande que aparece nos textos que tentam tratar da história da contabilidade no Brasil: o termo contador. Alguns consideram que a nomeação do primeiro “contador” no Brasil, ainda na época do Brasil Colônia, é um marco na contabilidade. Entretanto, o termo “contador” não possui o significado atual desta palavra; “contador” refere-se ao funcionário mais graduado do tesouro. Em outras palavras, “contador” seria um arrecadador de impostos mais graduado. No artigo 27 do Decreto 1166 informa que o contador “é o chefe da contadoria” (18)

Nesta época aparece um termo interessante: “escripturario lançador”. Com efeito, na seção de contabilidade do governo municipal da cidade de Vitória, no Espírito Santo, existia um funcionário responsável pelo lançamento de impostos (19).

Publicação
Outro aspecto não menos importante foi a expansão no número de empresas dispostas a publicar balanços. Na página visualizada a seguir é possível perceber a presença de balanços do Banco S. Paulo e Rio de Janeiro, Banco União de São Paulo e da Companhia Mercantil de Obras Publicas Paulista (20).

Um aspecto importante é que estas empresas estavam publicando os balanços do exercício de 1890 no dia 13 de janeiro de 1891. Ou seja, 13 dias após o encerramento do exercício.

Naquela época, a demonstração mais relevante era o balanço. Esta demonstração não tinha uma ordem de apresentação, como é possível notar nas demonstrações da Companhia de S. Cristovão (21). Esta empresa publicou seu balanço, sendo que o ativo começava com “Material fixo e rodante, terrenos, edifícios, privilégios etc”, ou seja, o que seria o atual ativo permanente, passando por “ações amortizadas”, “móveis, utensílios, ferramentas, etc” e terminando com “diversos devedores”:

O passivo a falta de um critério é pior ainda, conforme é possível notar na figura a seguir:

Já a demonstração do resultado é muito mais uma demonstração de destinação do resultado. Depois da linha da receita e da despesa (ou seja, somente duas linhas), o resultado, denominado de “saldo” e sua distribuição:


(1) Ver mais informação aqui
(2) O Paiz, ed. 4195, p. 2, 1896.
(3) O Paíz, edição 4182, p. 1, 15 de março de 1896
(4) O Paíz, edição 4308, 19 de julho de 1896, p. 3. Esta informação diverge daquela que consta no endereço da empresa, que considera o ano de 1895 como o da inauguração, sob a presidência de Dom Joaquim Sanchez de Larragoiti.
(5) O Estado do Espírito Santo, 11 de fevereiro de 1890, edição 2154, p.2. Projeto de reorganização da instrução pública do Estado do Espírito Santo.
(6) Idem, com ortografia da época. É importante notar que este conteúdo não era ministrado nas escolas do sexo feminino, conforme o mesmo projeto. Estas escolas dedicavam-se ao ensino da leitura e caligrafia, lição das coisas, operações fundamentais de aritmética e sistema métrico decimal, elementos de geografia do Brasil, recitação de textos e trabalhos de agulha e outros.
(7) Gazeta de Notícias, 24 de fevereiro de 1890, edição 55, p. 4. Entre parênteses o autor das obras.
(8) Minas Geraes, 1894, edição 349, p. 1. O secretário da sessão era Affonso Arinos.
(9) Vide postagem anterior neste blog e também Minas Geraes, edição 110, p. 4, 1894, com o decreto de criação do curso.
(10) Minas Geraes, ibidem. Conforme escrita da época. Itálico do original.
(11) O Estado do Espirito Santo, 1 de maio de 1892, p. 2, edição 2721.
(12) Idem, ibidem
(13) Idem, ibidem
(14) Minas Geraes, 1894, edição 124, p. 2. Refere-se ao pronunciamento de Floriano Peixoto.
(15) Vide verbete aqui
(16) Minas Geraes, edição 221, p. 2, 1892.
(17) Minas Geraes, edição 44, p. 1, 1893.
(18) O Estado do Espirito Santo, 27 de abril de 1892, edição 2717, p. 2.
(19) O Estado do Espirito Santo, edição 3182, p. 2, 13 de agosto de 1893.
(20) Correio Paulistano, edição 10305, p. 4, 13 de janeiro de 1891.
(21) A demonstração da empresa foi publicada no O Paiz, edição 4168, p. 4, 1896.

Ji-Hae Park: O violino e minha noite escura da alma

Na sua busca por ser uma violinista mundialmente famosa, Ji-Hae Park caiu em depressão severa. Somente a música foi capaz de reerguê-la -- mostrando a ela que seu objetivo não precisava ser tocar em salões pomposos, mas sim trazer a maravilha do instrumento para o maior número de pessoas possível.

Dívidas das empresas X

Os representantes de Eike Batista estão correndo os bancos na tentativa de renegociar as dívidas de curto prazo do “império X”, que chegam a R$ 7,9 bilhões, conforme levantamento feito pela Folha nos balanços das empresas do primeiro trimestre.

Isso significa que OGX (petróleo), MMX (minério), LLX (logística), OSX (estaleiro), MPX (energia) e CCX (carvão) precisam pagar ou renegociar todo esse volume de dinheiro até março de 2014. Pelo menos R$ 1,5 bilhão tinha que ter sido equacionado até a sexta-feira passada.(...)

Os números ajudam a entender a aflição dos investidores com as companhias de Eike, que sofrem uma crise de confiança e vêm sendo castigadas na Bolsa. Nos últimos 12 meses, as ações das empresas caíram entre 24,6% (MPX) e 85% (OSX).(...)

Para os analistas, a tendência é os bancos não serem tão duros nas negociações, porque têm muito a perder. Os principais credores são Itaú BBA, Bradesco e BNDES, que emprestaram pelo menos R$ 1 bilhão cada um para pagamento no curto prazo.

Em seguida, vem a Caixa, com R$ 750 milhões. As empresas de Eike têm dívidas de curto prazo com 11 bancos diferentes. A distribuição por banco não inclui as dívidas da MMX, única companhia aberta do grupo que não divulga essa informação.

O endividamento de curto prazo das empresas do “império X” representa 33% das dívidas totais do grupo, que chegam a R$ 23,7 bilhões. Cerca de R$ 9 bilhões dos empréstimos de longo prazo foram feitos pelo BNDES.

(...) Com exceção da MMX, todas as outras empresas de Eike “queimaram caixa” no primeiro trimestre, o que significa destruir riqueza. Isso em razão do alto endividamento e/ou porque a operação ainda não consegue produzir o suficiente para fazer frente aos compromissos.


Empresas de Eike têm dívidas com 11 bancos de R$ 7,9 bi - Folha de S Paulo - 30 de jun 2013 via aqui

Rede Globo e o Fisco

Notícias de diversos blogs informam que a Rede Globo, através da Globo Comunicação e Participações, pagou 615 milhões de reais referentes a compra de direitos exclusivos para transmissão da Copa do Mundo de 2002. As notícias informam que compra foi contabilizada como "investimentos e participação societária no exterior", através das Ilhas Virgens. A multa já teria sido paga, segundo a empresa.

Via aqui