Translate

08 abril 2013

Resumo: O Mundo é Plano III

Por Isabel Sales

Como as Empresas se Ajustam

            “Todos querem o crescimento econômico, mas ninguém deseja mudanças”. Infelizmente é impossível conseguir uma coisa sem a outra. Esse capítulo é um esforço para apresentar algumas estratégias utilizadas por empresas que conseguiram prosperar nos dias de hoje.

Regra nº 1.
Quando o mundo se achata – e você se sente achatado – procure uma pá e cave dentro de si mesmo. Não tente construir muralhas.
Ao invés de se sentir vítima da modernização o certo é tomar uma atitude e buscar soluções estratégicas e modernas. O exemplo é uma empresa de fotografias que inicialmente apenas tirava as fotos enquanto outros especialistas mexiam com outros processos como o tratamento da imagem. Com o tempo a empresa se modernizou, adotou máquinas digitais e programas de tratamento eletrônico da imagem, mas não se sentia confortável pois seu forte era tirar a fotografia. Atualmente vendem visão estratégica, o instinto criativo e a inspiração artística. Vende soluções inspiradas e criativas, personalidade. Sua competência básica foca aquilo que não pode ser digitalizado.

Regra nº 2.
Os pequenos se comportam como grandes (...) Uma maneira para que as firmas pequenas sobrevivam no mundo plano é aprender a comportar-se como se fossem realmente grandes. E a chave para agir como grandes sendo pequenas é a rapidez em aproveitar todos os novos instrumentos de colaboração a fim de chegar mais longe,mais depressa, mais ampla e profundamente.
O exemplo utilizado é o da Aramex, o primeiro serviço de entregas domésticas do mundo árabe. O cofundador, Fadi Ghandour, teve a ideia de entrar em contato com empresas norte-americanas que não operavam no Oriente Médio e oferecer-se para fazer serviços de entrega para elas, aproveitando o fato de que uma firma árabe conheceria bem a região e saberia ficar afastada de coisas desagradáveis como a invasão do Líbano por Israel, a guerra entre Irã e Iraque e a invasão do Iraque pelos norte-americanos. A Airborne respondeu afirmativamente, e Ghandour utilizou esse fato para construir sua própria empresa. Em seguida comprou ou associou-se com pequenas firmas de entregas desde o Egito e Turquia até a Arábia Saudita, criando sua própria rede regional. As ponto-com decolaram e o mercado simplesmente não reconhecia o valor da Aramex. A Airborne foi comprada por outra empresa e encerrou suas transações com os prestadores de serviços. Com isso Ghandour percebeu que não somente podia fazer coisas novas, como também precisava fazer coisas que nunca imaginara antes.  Ele utilizou uma geração de novos engenheiros industriais e de software jordanianos recém-formados para desenvolver seu próprio sistema que foi recepcionado com sucesso. Os parceiros ficaram satisfeitos e assim nasceu a aliança Global de Distribuição, com a Aramex fornecendo o apoio nos arredores de Amã.
Em suma, Fadi Ghandour aproveitou diversas novas formas de colaboração – cadeias de fornecimento, terceirização, empreitadas e todos os esteróides – para fazer com que sua pequena companhia de 200 milhões de dólares anuais crescesse muito.
  
Regra nº 3.
E os grandes se comportarão como pequenos (...) Uma maneira pela qual as grandes empresas aprenderam a prosperar no mundo plano foi se habituando a agir como se fossem pequenas e permitindo a seus clientes agir como grandes.
A Starbucks transforma os clientes em designers da bebida e permite que eles mandem prepará-la sob medida conforme suas especificações exatas. A firma criou uma plataforma que permite ao cliente individual servir-se da maneira que preferir, com seu próprio ritmo, segundo seu próprio gosto. Na verdade, transformou seus clientes em empregados e ao mesmo tempo os fazem pagar por isso!
            
Regra nº 4.
As melhores companhias são os melhores colaboradores. No mundo plano, cada vez mais negócios serão levados a efeito no interior das empresas ou entre elas, por uma razão muito simples: as novas camadas de criação de valor – seja na tecnologia, no marketing, na biomedicina ou nas manufaturas – estão se tornando de tal maneira complexas que nenhuma firma ou departamento individual será capaz de dominá-las sozinho.
As empresas se unem para criar. O exemplo mais expressivo são os videogames. Os fabricantes dos jogos acabaram por descobrir que ao combinar a música certa com o jogo adequando, não apenas vendiam mais exemplares daquele jogo como também podiam utilizar a música adicionalmente para vender num CD ou ser baixada no computador do usuário. Assim, algumas grandes empresas recentemente começaram a organizar suas próprias divisões musicais, e alguns artistas acham que a melhor maneira de divulgar suas músicas seria lançá-la em algum novo jogo digital, em vez do rádio. Quanto mais os diferentes polos de conhecimento se ligarem no mundo plano, mais especializações e especialistas aparecerão, mais inovações surgirão de suas diferentes combinações e mais a gerência terá de cuidar da capacidade de fazer exatamente isso.

Regra nº 5.
Num mundo plano, as melhores empresas se mantêm saudáveis fazendo exames raio X dos pulmões e em seguida vendendo os resultados aos clientes.
Laurie Tropiano, vice-presidente da IBM, e sua equipe tiram uma radiografia da empresa cliente para que ela possa estudar seu próprio esqueleto corporativo. Cada departamento, cada função é esmiuçada, colocada em uma caixa e identificada para saber se representa um custo para a empresa ou uma fonte de rendimentos, ou um pouco de cada uma das duas coisas, e trata-se de uma competência central própria da companhia ou de uma função baunilha que qualquer um poderia realizar, possivelmente melhor e a custo mais baixo.
O Banco da Índia enfrentava crescente competição de tantos de bancos públicos e privados, quanto de empresas multinacionais. Havia compreendido que precisava adotar serviços bancários baseados na web, padronizar e aperfeiçoar seus sistemas de computadores, reduzir o custo das transações e tornar-se em geral mais accessível aos clientes. Por isso, fez o que qualquer multinacional faria – submeteu-se a uma radiografia dos pulmões e resolveu terceirizar todas as funções que em sua visão não faziam parte de sua competência central ou para as quais simplesmente não possuía a capacidade interna para executá-las no nível mais elevado.

Regra nº 6.
As melhores companhias terceirizam para vencer e não para encolher-se. Terceirizam para inovar com maior rapidez e a custos mais baixos a fim de crescer, ganhar fatias de mercado e contratar mais funcionários de diferentes especialidades, e não para economizar despedindo empregados.
As companhias terceirizam para adquirir talentos na área do conhecimento a fim de que seus negócios cresçam mais depressa, e não simplesmente pra reduzir custos e encolher. As melhores companhias estão procurando meios de combinar o melhor que existe na Índia com o melhor que há em Dakota do Norte e o melhor que há em Los Angeles. Isso é o que o mundo plano ao mesmo tempo permite e exige, e as empresas que o praticam da maneira correta acabam obtendo fatias mais amplas de mercado e mais funcionários em toda parte, e não o oposto.

Regra nº 7.
Terceirização não é somente para a Benedict Arnolds. Também serve para os idealistas.
Uma das mais recentes figuras a emergir no palco mundial nos últimos tempos é o empresário social. Em geral é alguém que possui um grande desejo de causar um impacto social positivo no mundo. Um exemplo é Jeremy Hockenstein, jovem que inicialmente seguiu um caminho tradicional ao estudar em Harvard e em seguida trabalhar para a firma de consultoria McKinsey, mas que depois abriu com seus amigos a Digital Divide Data com a ideia de transcrever em computadores material do qual firmas dos Estados Unidos necessitavam em formato digital, para que pudessem ser armazenados em bancos de dados e recuperados ou pesquisados em computadores. O material seria escaneado nos Estados Unidos e os arquivos transmitidos pela Internet. Eles então contrataram os primeiro vinte digitadores, muitos dos quais eram refugiados de guerra cambojanos, e compraram vinte computadores e uma linha para Internet. Os digitadores cambojanos não precisavam saber inglês, somente digitar caracteres em inglês; trabalhavam em duplas, cada qual digitando o mesmo artigo e, em seguida, o programa de computador comparava os textos para certificar-se de que não havia erros. 

Elétricas

Uma forte crise de confiança tem abalado o setor elétrico brasileiro e colocado em risco investimentos na expansão do parque gerador. Desde a edição da Medida Provisória 579, em setembro, com as regras de renovação das concessões, o governo publicou uma série de decretos, resoluções e portarias envolvendo mercado livre, distribuidores e geradores que podem ter efeito negativo em várias áreas, afirmam especialistas.

A turbulência atingiu em cheio as ações do setor. Levantamento da empresa de informação financeira Economática mostra que, após a MP, as elétricas já perderam R$ 34 bilhões do valor de mercado, sendo R$ 8,7 bilhões da Eletrobrás e R$ 8,4 bilhões da Cemig.

Até 2021, a capacidade instalada no País terá de ser ampliada em 58%, para 182 mil MW
O resultado preocupa diante da necessidade de investimentos do setor nos próximos anos, afirma o analista de um grande banco de investimentos, que prefere não se identificar. Até 2021, a capacidade instalada no País terá de ser ampliada em 58%, para 182 mil MW.

Desde 2004, quando o modelo elétrico foi implementado pela presidente Dilma Rousseff, então ministra de Minas e Energia, o setor não vivia sob tanta pressão. "Hoje o setor está muito instável. Algumas medidas têm motivações que não necessariamente seguem a lógica econômica, mas política", afirma o sócio da comercializadora Compass, Marcelo Parodi.

Em parte das decisões, um dos objetivos foi evitar que a queda média de 20% nas tarifas obtida com a renovação das concessões fosse corroída, por exemplo, pelo alto custo das térmicas a óleo —essas unidades tiveram de aumentar a produção por causa do baixo volume de chuvas que derrubou o nível dos reservatórios.

Desde a MP, o setor vive um vaivém de medidas sem fim. A redução das tarifas é legítima. O problema é que as decisões apenas vão adiar o repasse ao consumidor, avaliam especialistas.


Estado de S Paulo, via aqui

07 abril 2013

Rir é o melhor remédio


Adaptado daqui

Risco de 44 bilhões

No julgamento do STF sobre tributação do lucro de controladas e coligadas no exterior estão em jogo pelo menos R$ 43,5 bilhões de 13 companhias abertas brasileiras. O montante foi identificado em levantamento feito pelo Valor em notas explicativas de balanços das maiores empresas do país referentes a dezembro de 2012.

Mas na maior parte dos casos as autuações se referem aos resultados apurados até o exercício de 2008 - o que significa que outras ainda podem surgir. A própria Vale informou ontem que sua disputa pode chegar a R$ 49,4 bilhões até 2012 se novas autuações forem feitas - ante um valor de R$ 31 bilhões já oficialmente requerido pelo Fisco.

Depois da Vale, aparecem no levantamento os casos de Petrobras e Ambev, com R$ 3,4 bilhões e R$ 2,6 bilhões em discussão, respectivamente. Ainda com processos superando a casa do bilhão surgem CSN (R$ 2,0 bilhões), Fibria (R$ 1,5 bilhão) e Gerdau (R$ 1,3 bilhão).

Das 13 companhias identificadas no levantamento, apenas o Itaú, que disputa um valor de R$ 515 milhões, possui provisão para perda. Pela regra do Banco Central, a instituição precisa tratar a cobrança como obrigação legal e constituir a reserva, mesmo que considere a cobrança ilegal e tenha chances de vencer o processo.

Todas as demais tratam os casos como de perda possível (não provável), o que exige apenas divulgação em nota explicativa, sem provisão. Isso significa que, se os resultados dos julgamentos (que têm repercussão geral) forem contrários aos contribuintes e levarem a uma mudança na expectativa de perda das empresas, de possível para provável, elas terão que constituir a provisão. Esse registro entraria como uma despesa no balanço, embora não signifique desembolso imediato de caixa.

A mudança de expectativa, contudo, não está ligada diretamente ao julgamento do STF. Depende da avaliação das próprias companhias e de seus consultores jurídicos sobre o caso específico e a jurisprudência.

O ministro relator Joaquim Barbosa, por exemplo, apresentou ontem um conceito novo na disputa, de que o Imposto de Renda e a CSLL seriam devidos apenas se a controlada no exterior estiver em paraíso fiscal. Se a tese prevalecer no tribunal, isso pode levar empresas a ter resultados e avaliações distintas, já que algumas possuem efetivamente unidades no exterior e outras detêm controladas em países com tributação favorecida apenas para planejamento fiscal.


Fonte: Valor Econômico, via aqui

Vida díficil

Uma série denominada de "vida difícil": Amor (cozinhar, futebol,  acordar, comprar, ler ...) é difícil






Energia eólica

As estimativas das reservas de petróleo e gás natural são polêmicas, mas estão facilmente disponíveis há anos. Mas as reservas de energia renováveis são difíceis de serem mensuradas. Um projeto recente da Bloomberg New Energy Finance propôs uma metodologia para quantificar estas reservas renováveis. O gráfico a seguir mostra o método aplicado ao Brasil:

Ou seja, as reservas de biocombustíveis e de hidrelétricas são mais relevantes que as reservas de petróleo, carvão e gás. E as reservas de energia eólica, apesar do grande potencial, ainda são reduzidas. Mas o gráfico mostra que a tendência a valorizar excessivamente as reservas de petróleo, por exemplo, não faz sentido diante do potencial das energias renováveis. No método de cálculo considera-se os projetos existentes e os projetos planejados.

Mas outro estudo mostrou uma verdade inconveniente: a geração de energia eólica é menor que a energia consumida na produção dos painéis utilizados. A boa nova é que existe uma tendência de reverter este quadro.

Exportação de ar

Em razão do grande deficit comercial dos Estados Unidos, metade dos contêineres exportados que saem do porto de Los Angeles estão vazios. Como aquele país exporta menos que importa e muitas empresas usam novamente os contêineres, estes recipientes são enviados de volta para os mercados exportadores. O gráfico mostra a evolução da exportação de ar neste porto:

Educação on-line

Um longo artigo do sítio Quartz debate a educação on-line (The dirty little secret of online learning: Students are bored and dropping out). Inicialmente o texto lembra que os cursos on-line são ainda experimentos e que realmente não possuem uma influencia grande sobre os alunos. Isto é polêmico, já que somos levados a acreditar que existe uma experiência consolidada de ensino à distância. E temos uma série de respeitáveis universidades usando os cursos on-line.

Outro aspecto relevante é que as quadro principais plataformas de ensino ((Coursera, EDX, Udacity e Udemy) possuem mais de 4 milhões de seguidores no momento. Um curso destas plataformas possuem em média entre 30 a 50 mil matrículas. Mas somente 10% dos alunos irão terminar cada curso. Ou seja, a evasão dos cursos são maiores que o ensino tradicional.

Qual a razão disto ocorrer? Para Todd Tauber, o autor do artigo, um dos problemas é que as pessoas que fazem a educação on-line estão ainda pensando em sala de aula. Apesar de existir uma conversa de que o ensino incorpora "anos de pesquisa" sobre o aprendizado, o mundo sofreu grandes transformações. A presença dos smartphones aumentou o número de vezes que as pessoas acessam a internet. Segundo Tauber, "os métodos de ensino do século XX simplesmente não funcionam tão bem para os alunos ocupados e distraídos do século 21".

A estrutura de um curso on-line ainda consiste de leitura, vídeos e exercícios. E possuem a estrutura de um semestre letivo.

Apesar dos avanços da educação on-line, parece que ainda falta muito o que fazer.

06 abril 2013

Rir é o melhor remédio

Teste da Semana

Este é um teste para verificar se você acompanhou de perto os principais eventos do mundo contábil. As respostas estão nos comentários.

1 – 76 empresas de capital aberto que tiveram prejuízo no último trimestre de 2012 totalizaram um resultado de
R$5 bilhões negativo
R$15 bilhões negativo
R$25 bilhões negativo

2- A não utilização do valor de mercado de ações na carteira do BNDES afetou o resultado da seguinte forma:
Aumentou o lucro em 2,4 bilhões de reais
Reduziu o lucro em 2,4 bilhões de reais
Não afetou o resultado, somente o ativo

3 – Com relação ao item anterior, os auditores
Fizeram uma ressalva no relatório de auditoria
Emitiram um relatório negativo
Não fizeram nenhuma ressalva no relatório

4- A Petrobrás está desfazendo seus negócios no exterior. Com isto, alguns investimentos realizados quando o mercado mundial estava aquecido estão sendo liquidados por um valor
Menor que o valor contábil
Maior que o valor contábil
Igual ao valor contábil

5 – A Petrobras esta saindo de qual país?
Argentina
Nigéria
Estados Unidos

6 – Com respeito ao imposto de renda
A presidenta vetou a ampliação do uso do lucro presumido para diversos setores
A presidenta sancionou a oneração da folha de pagamento
A presidenta reduziu a chance de uso do preço de transferência

7 – Referente ao imposto sobre lucros obtidos no exterior, este órgão deliberou sobre sua cobrança esta semana:
Supremo Tribunal Federal
Secretaria da Receita Federal
Congresso Nacional

8 – Esta decisão interessa de perto a que empresa que está debatendo sobre o pagamento de R$30 bilhões de impostos:
Vale do Rio Doce
Petrobrás
Banco Bradesco

9 – A SEC tomou uma decisão importante sobre evidenciação esta semana, permitindo:
O uso de redes sociais para divulgação de notícias
A publicação de demonstração em jornais locais
A utilização de e-mails para comunicar fato relevante

10 – O condenado a 25 anos de prisão Jeffrey Skilling pode ser libertado antes de cumprir toda sua pena. Skilling foi
Ex- CEO da Enron
Inspirador de um sofisticado esquema Ponzi
Ex-presidente do Fasb

Fato da Semana

Fato: Os resultados das empresas brasileiras em 2012

Qual a relevância disto? O resultado das empresas brasileiras é um reflexo do que está ocorrendo na economia. E entre as variáveis, o lucro ainda é a medida de desempenho de chama mais atenção. No ano de 2012 as empresas de capital aberto apresentaram um lucro menor do que em 2011: R$128 bilhões para 325 empresas. O resultado ruim em razão do desempenho dos setores de commodities – que sustentou a nossa economia nos últimos anos – construção e setores regulados.

A presença dos setores regulados é reflexo da intervenção do Estado na economia, seja usando suas estatais para objetivos macroeconômicos em detrimento do minoritário – controle de preços e redução de juros, por exemplo. A construção teve o resultado puxado pela PDG.

Positivo ou Negativo? – Para as empresas, 2012 não foi um bom ano. E tudo leva a crer que 2013 não deve ter nenhuma surpresa positiva.

Desdobramentos – O mercado tem punido os setores com desempenho ruim.

Contabilidade pública

A consolidação das contas públicas, nos níveis federal, estadual e municipal, num sistema contábil de padrão internacional é o tema do 1º Fórum de Contabilidade Pública, realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (FIPECAFI), que acontecerá no dia 10 de maio, em São Paulo.

O encontro, que será aberto pelo economista Andrea Calabi, titular da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, e pelo presidente da FIPECAFI, Iran Siqueira Lima, reunirá especialistas em contabilidade e auditores, além de representantes da Secretaria do Tesouro Nacional e do Fundo Monetário Internacional.

Os participantes discutirão a experiência do governo de Minas Gerais, único Estado que já implementou as normas contábeis internacionais, e seu impacto na gestão pública brasileira.


Governo quer unificar sistema de contabilidade

É bom trabalhar nas Big 4

Segundo o Human Rights Campaign, entre as melhores empresas para se trabalhar, no setor de consultoria e serviços: 

A.T. Kearney Inc. Chicago, IL
Accenture Ltd. New York, NY
Aon Corp. Chicago, IL
Bain Co. Inc./ Bridgespan Group Boston, MA
Booz Allen Hamilton Inc. McLean, VA
Boston Consulting Group Boston, MA
Deloitte LLP New York, NY
Ernst Young LLP New York, NY
International Business Machines Corp. (IBM) Armonk, NY
KPMG LLP New York, NY
Marsh McLennan Companies Inc. New York, NY
McKinsey & Co. Inc. New York, NY
Navigant Consulting Inc. Chicago , IL
PricewaterhouseCoopers LLP New York, NY

Quatro empresas de contabilidade.

Wesley Snipes

Wesley Snipes, ator de Blade e Demolidor, saiu da prisão para prisão domiciliar. O ator foi condenado em 2008 por não ter entregue o imposto do período de 1999 a 2001. Em 2010 ele perdeu o recurso e foi condenado a três anos.

Fundo Partidário

O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) anunciou nesta sexta-feira (5/4) que desaprovou as contas anuais do diretório estadual do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), referentes a 2010.

A condenação definida na sessão plenária de quinta-feira (4/4) determina o ressarcimento de R$ 718.723,58 ao Fundo Partidário, provenientes de origem não identificada, bem como à suspensão de 12 meses desse Fundo.

De acordo com Paulo Hamilton, relator do processo, a prestação de contas da agremiação apresenta irregularidades gravíssimas. Além de não comprovar a origem de recursos no montante de R$ 223.310,86, o documento não demonstra receitas de R$ 100.000,00 de doações recebidas de pessoa jurídica, bem como de receitas de R$ 263.000,00 referentes a jantar de adesão, realizado em maio daquele ano. Outras falhas foram identificadas no balanço contábil.

Entre as sanções, a legislação prevê a suspensão do repasse de novas cotas do fundo partidário por desaprovação total ou parcial da prestação de contas de partido pelo período de um mês a 12 meses.

TRE-SP desaprova contas anuais de 2010 do PTB - Brasil Econômico

05 abril 2013

Rir é o melhor remédio

Entenda como atua as áreas de uma empresa: o balanço

10 dicas para identificar o plágio

Além dos programas de caçam plágio, um leitor poderá desconfiar que um texto seja plagiado a partir de algumas dicas. Apresento, a seguir, uma lista incompleta de alguns dos indícios:

1. O nível do texto é superior à capacidade do autor – Isto pode ocorrer quando você conhece quem escreveu o texto. Se o trabalho que você estiver lendo tiver uma qualidade muito acima do que você esperaria daquela pessoa, isto pode ser um sinal de plágio;
2. O texto mudou de estilo e de qualidade – O texto segue um estilo normal e, de repente torna-se muito técnico. O novo trecho tem grande chance de ter sido copiado de alguém. Outra situação próxima a esta é a mudança brusca de assunto.
3. A análise dos dados para num ano sem uma explicação plausível – Li um artigo este ano em que os autores fizeram uma análise de algumas demonstrações financeiras no ano de 2010. Não existia nenhuma razão de fazer a análise para 2010 se existiam informações disponíveis de 2011.
4. Citações difíceis de serem obtidas – Existem algumas obras que dificilmente as pessoas conseguem acesso, como artigos antigos e livros com edições esgotadas.
5. Não existe vínculo entre as partes – Alguns textos parecem Frankenstein: as partes não estão interligadas, a análise de dados não tem uma coerência com o referencial teórico e assim por diante.
6. Citações defasadas – Quando não existe nenhuma obra recente sobre o assunto no trabalho: isto pode ser um sinal de que o autor buscou em terceiros sua citação.
7. Tradução em citações literais – Alguns textos possuem citações literais de obras em outras línguas. Em geral que faz ele próprio a tradução, informa que a tradução é própria.
8. Tema pouco usual na literatura acadêmica brasileira – Há meses fui convidado a avaliar um artigo encaminhado para um periódico nacional. O assunto era pouco usual na nossa literatura, assim como a abordagem usada – baseada excessivamente em modelagem. O texto era uma tradução de um artigo publicado em língua inglesa.
9. Gráficos com baixa resolução – Se no trabalho aparecer uma figura, um gráfico, uma tabela ou fórmula com baixa resolução visual desconfie. Pode ter sido usado o Control C + Control V.
10. A formatação difere das regras pré-estabelecidas – Eis um caso típico: foi solicitado expressamente para usar as normas da ABNT na citação e o texto traz citações pelas normas da APA. Qual a razão para o autor desobedecer as normas?

Preço e valor

Eis um exemplo de diferença entre preço e valor:

Uma das frases lapidares do lendário empresário brasileiro Jorge Paulo Lemann é que “pensar grande e pensar pequeno dá o mesmo trabalho.” Nada mais salutar para quem transformou a envelhecida e estagnada Brahma, comprada por ele e seus parceiros, Marcel Telles e Beto Sicupira, em 1989, na AB InBev, a maior cervejaria do mundo. Na semana passada, Lemann pensou grande, de novo. O fundo Innova, que tem entre seus cotistas o homem mais rico do Brasil, comprou 20% da Diletto, pequena sorveteria com faturamento de R$ 30 milhões, fundada em 2007 pelo empresário paulista Leandro Scabin. De acordo com alguns relatos, Lemann e Verônica Serra, filha do ex-governador de São Paulo José Serra e candidato derrotado à Presidência da República, em 2002 e 2010, que administra o fundo, avaliaram a empresa em R$ 500 milhões.

Daí terem pago R$ 100 milhões para adquirir uma fatia minoritária da pequena sorveteria. Na verdade, DINHEIRO apurou que a dupla desembolsou metade desse valor, avaliando a Diletto em R$ 250 milhões.
(Isto é Dinheiro, Ele vale mesmo R$500 milhões, Rodrigo Caetano, 22 de marco de 2013)

Dois aspectos relevantes na questão:

a) existe um prêmio pelo controle. Isto pode ajudar a explicar a diferença entre o valor (500 milhões) e o preço pago (R$250 milhões, proporcional)

b) O acordo de aquisição pode ter envolvido cláusulas próximas a opções reais. Neste caso, o valor pode ser maior em razão do "preço pela flexibilidade".

Ex-executivo da Enron pode sair da prisão

Segundo a CNBC (via aqui), o ex-CEO da Enron, Jeffrey Skilling, tem chance de sair mais cedo da prisão por conta de um acordo com o governo dos EUA para reduzir a pena. Skilling foi condenado a 24 anos de cadeia pelo escândalo e seus advogados estão pensando em solicitar um novo julgamento por problemas processuais. Assim, para evitar um novo julgamento, o governo poderia fazer o acordo.

O escândalo da Enron é um dos eventos recentes mais marcantes da história contábil. A empresa de energia manipulava seus resultados, aparentemente com o conhecimento da empresa de auditoria, Anderson. A quebra da empresa conduziu ao fechamento da auditoria, a criação do PCAOB para fiscalizar as auditorias, a aprovação da Sarbox para regular o controle interno. Em 2006 o executivo, com 52 anos, foi condenado. Em 2009 um tribunal manteve a sentença.

(in) Experiência

Veja que figura interessante, do sítio Quartz. Alguns dos maiores bancos do mundo e o board. De branco, o executivo; roxo, membros sem experiência em finanças ou instituições financeiras; de preto, com experiência em regulação ou banco central; e cinza com experiência na área. Qual a cor que predomina? A inexperiência dos membros do conselho. Uma explicação para isto? Acredito que a presença de pessoas sem experiência faz com que as decisões não sejam questionadas.

Tributos em Coligadas

O Supremo Tribunal Federal (STF) julgou inconstitucional a cobrança de Imposto de Renda e de Contribuição Social do Lucro Líquido (CSLL) sobre lucros obtidos por empresas sediadas no Brasil que possuam controladas no exterior ou estejam coligadas com outras firmas fora do País. No entanto, o tribunal não proclamou o resultado do julgamento da ação direta de inconstitucionalidade (ADI) e mantém em suspenso o destino do caso. (...)

Os ministros decidiram adiar o julgamento para a próxima semana na tentativa de achar uma solução para o caso. Se os ministros considerarem que não há maioria para concluir o julgamento da ADI, o tribunal deixaria a ação de lado e passaria a julgar os recursos extraordinários.

O assunto interessa a grandes companhias, como a Vale, que trava na Justiça uma briga contra a cobrança de cerca de R$ 30 bilhões junto à Receita Federal. A causa deve representar R$ 36,6 bilhões em impostos, segundo cálculos da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional vistos como subestimados, já que apenas a mineradora Vale possui valor próximo a esse em disputa.


STF julga sem concluir tributo de lucro de coligadas - Por Felipe Recondo e Mariângela Gallucci

04 abril 2013

Rir é o melhor remédio

Café da manhã no império:

Instituição de Ensino e Plágio

O que tem em comum Tom Jobim, o presidente Putin, o filho de Kadhafi, Chris “Cauda Longa” Anderson e a revista Fortune? Todos já foram acusados de plágio.

Na universidade, o plágio é considerado um dos maiores problemas. Alguns sugerem uma punição severa, mesmo que a cópia seja de algumas linhas, com a reprovação ou a retirada de circulação do artigo publicado. Em certas instituições de ensino, somente após receber um certificado de originalidade é que o aluno recebe o título de graduado.

Apesar da existência de softwares que permitem a descoberta do plágio, o problema continua a acontecer.

Mas o que fazem as universidades? Elas possuem uma política clara sobre o assunto? Uma pesquisa de Marcelo Krokoscz, publicada na Revista Brasileira de Educação (e sugerida por Alexandre Alcantara, grato) faz um estudo comparativo entre as diversas instituições. Krokoscz escolhe três instituições de ensino classificadas como as melhores de cada continente e pesquisa para saber se existe uma política institucional contra o plágio. Usa, para fins comparativos, informações da USP, Unicamp e UFSC. O resultado é assustador. Enquanto as universidades dos EUA, Europa, Ásia e Oceania possuem medidas institucionais sobre o assunto, medidas preventivas e corretivas, as instituições brasileiras restringem sua política em algumas soluções preventivas e, no caso da USP, algumas medidas corretivas. E tão somente. Isto significa dizer que o problema do plágio não é atacado pelas nossas universidades, sendo objeto de algumas ações individuais.

Sendo avaliador de artigos científicos e professor universitário convivo com o plágio rotineiramente. No último semestre solicitei artigos para meus alunos. Mesmo avisando para não fazerem cópias, dos 30 trabalhos que recebi, cinco receberam nota zero por plágio. Isto apesar dos avisos em sala de aula e da minha fama de ser intolerante quanto ao assunto. Como avaliador, já tive a experiência de ler um texto para um periódico e ao final descobrir que o mesmo era uma tradução de um artigo publicado em língua inglesa.

Talvez seja necessário que os professores que acreditam que o plágio seja algo errado tenham um apoio das suas instituições de ensino. Que, pela pesquisa, parece não acontecer nos dias de hoje no Brasil.

Leia mais em: KROKOSCZ, Marcelo. Abordagem do plágio nas três melhores universidades de cada um dos continentes e do Brasil. Revista Brasileira de Educação. Volume 16, n. 48, 2011.

Turismo e perigo

O governo do Canadá publicou um mapa de orientação aos turistas classificando os destinos.



Os países em verde são aqueles onde o turista pode viajar sem preocupação (EUA, Chile, Uruguai, Europa, Austrália, Nova Zelandia e Botswana); de azul, a viagem pode ser feita com alguma cautela (Brasil, Argentina, China, entre outros); em amarelo os países onde você deve evitar algumas áreas (México, Peru, Colômbia, Venezuela, Russia, Índia); de laranja escuro, o turista deve evitar viagens não essenciais (Líbia, Congo, Paquistão, por exemplo); e de vermelho, não vá.

Concurso público

O Departamento de Contabilidade de Volta Redonda da UFF está abrindo vagas para professor:

1 vaga para professor de 40 horas de contabilidade tributária. As inscrições serão no período de 05/04/2013 A 29/04/2013, com prova escrita e didática nos dias 20/05/2013 A 24/05/2013.

1 vaga de professor substituto, 40 horas, para Contabilidade Geral e Custos, com inscrições no período de 02/04/2013 A 11/04/2013 e prova escrita e didática nos dias 16/04/2013 A 18/04/2013

Mais informações aqui

Evidenciação no Face e Twitter

Os anúncios financeiros empresariais poderão ser feitos a partir de agora em redes sociais como Twitter ou Facebook, enquanto os investidores souberem qual rede social será utilizada por cada empresa, anunciou nesta terça-feira o organismo regulador da bolsa americana (SEC).

A Securities and Exchange Comission (SEC, na sigla em inglês) publicou nesta terça-feira um relatório em que confirma que as empresas podem anunciar informações importantes nas redes sociais "como fazem em suas páginas na internet".

"A maior parte das redes sociais representam métodos de comunicação perfeitamente adaptados para os investidores, salvo se o acesso for restrito ou se os investidores não saibam (para qual) devem se dirigir para obter os últimos dados" publicados, detalhou George Canellos, diretor da aplicação de regulamentos da SEC.

O debate sobre a legalidade das informações financeiras publicadas nas redes sociais foi lançado depois de um anúncio no Facebook sobre dados referentes à rede de locação de vídeos pela internet Netflix.

A SEC tinha ameaçado na ocasião o Netflix com abrir um processo por violar uma regra que proíbe a duplicação seletiva de dados importantes com a finalidade de garantir um acesso idêntico à informação para todos os investidores, tanto individuais quanto institucionais.

Depois desta polêmica, a SEC reconheceu que houve "incerteza no mercado" e esclareceu nesta terça-feira as regras de publicação nas redes sociais.


Anúncios financeiros nos EUA poderão ser feitos no Facebook e no Twitter - Por AFP
NOVA YORK, 03 Abr 2013 (AFP) -

Leis

Hoje o dia foi emocionante para quem gosta de leis.

Primeiro, a presidente

sancionou nesta quarta-feira a lei que desonera a folha de pagamento de vários setores da economia. Com a medida, as empresas deixarão de recolher os 20% da contribuição previdenciária e passarão a pagar de 1% a 2% sobre o faturamento.

O benefício, no entanto, não abrangerá os 48 setores previstos no texto final da Medida Provisória 582, que deu origem à nova lei.(...)

Além da desoneração da folha de pagamentos, a lei sancionada nesta quarta-feira permite a depreciação acelerada de máquinas e equipamentos para as empresas tributadas com base no lucro real.


Sobre o lucro presumido

vetou a ampliação do número de empresas que podem optar por uma forma de tributação considerada menos burocrática e que pode permitir o pagamento de um imposto menor: o cálculo a partir do lucro presumido.

Finalmente

O Supremo Tribunal Federal (STF) adiou mais uma vez a decisão sobre a legalidade da cobrança de Imposto de Renda e da CSLL sobre lucros obtidos por empresas controladas ou coligadas no exterior. Durante toda a tarde desta quarta-feira, a Corte discutiu o assunto, mas o STF ainda não chegou a um consenso. O debate será retomado na quarta-feira da próxima semana, dia 10.

Lucro das empresas em 2012

O lucro acumulado [1] das 325 empresas de capital aberto do País teve queda de 33,29% no ano passado, segundo levantamento da Economática. No total, o lucro dessas companhias caiu de R$ 192,5 bilhões em 2011 para R$ 128,4 bilhões em 2012. As empresas ligadas à área de commodities (petróleo, siderurgia, mineração e energia), as do segmento de construção e os bancos tiveram os piores resultados.

"Se tirarmos as principais estatais - Petrobrás, Eletrobrás e Banco do Brasil a queda é de 27,95% [2]", diz Einar Rivero, autor do levantamento e gerente de relacionamento institucional e comercial da Economática.

O lucro líquido caiu mais dramaticamente, em porcentagem, para o setor de construção civil: despencou do resultado positivo de R$ 3,4 bilhões em 2011 para um prejuízo de R$ 1,03 bilhão no ano passado, totalizando queda de 130,44% [3]. Os R$ 2,17 bilhões em perdas da PDG Realty puxaram para baixo os números do segmento [4].

"Os custos da construção subiram muito", explica Catarina Pedrosa, analista do Banco Espírito Santo (BES). "Antes de iniciar uma obra, as empresas fazem um orçamento. O que aconteceu é que, no momento da construção, os custos extrapolaram esse orçamento. Essa diferença pesa nos resultados das construtoras", diz Catarina.

As empresas de siderurgia e metalurgia, mineração, petróleo e energia também tiveram um ano ruim. As siderúrgicas tiveram queda média de 103% no lucro acumulado [1]. As de mineração amargaram diminuição de 76% e as de energia, de 61%.

O câmbio, segundo Catarina, foi um dos fatores que prejudicaram essas companhias. "O dólar começou o ano valendo R$ 1,87 e terminou a R$ 2,04. Só isso gera uma perda média de 10% [5] sobre qualquer dívida em dólar que essas empresas têm", afirma.

Dentre esses quatro setores - todos de commodities -, dois tiveram um ano de queda no lucro por conta de fatores ligados à piora nas condições do mercado externo. Foi o que impactou as empresas de mineração e siderurgia. Os outros dois segmentos - petróleo e energia - foram afetados por medidas do governo, que acabaram influenciando também o resultado ruim dos bancos. Embora tenham sido as empresas mais lucrativas do ano, com R$ 45,7 bilhões, o resultado dos bancos encolheu R$ 4,39 bilhões, ou 8,76% em relação a 2011.

"A redução das taxas de juros : pelo governo gerou um impacto negativo no resultado dos bancos", explica Rivero. "O governo também segurou o preço dos combustíveis e isso prejudicou principalmente a Petrobrás." Já as novas regras para o setor de energia afetou as elétricas, como a Eletrobrás, que teve no fim do ano passado o pior resultado trimestral de uma companhia aberta na história do mercado financeiro brasileiro: um prejuízo de R$ 10,49 bilhões.

Do outro lado. Os números negativos do levantamento da Economática, segundo o analista André Cleto Carvalhaes, da AC2 Investimentos, refletem o cenário ruim para as commodities. Mas, desconsiderando o resultado dessas companhias e as do setor financeiro, o panorama é um pouco mais animador. Nesse grupo estão 94 companhias, principalmente as do setor de bens de consumo e comércio.

"O lucro dessas empresas aumentou de R$ 43,8 bilhões para R$ 45,1 bilhões", disse Carvalhaes. A maior delas é a Ambev, que teve lucro 20% maior. Em seguida vêm Telefônica e Cielo (veja ao lado). Tiveram grandes altas no lucro empresas como a Kroton, de educação, que lucrou 540% mais, e IMC (de restaurantes), com crescimento de 950%. "Essas empresas estão mais ligadas à economia doméstica", disse o analista.


Lucro das empresa de capital aberto teve queda de 33% no ano passado - Lílian Cunha - O Estado de S. Paulo - 03/04/2013

[1] O termo melhor seria "o lucro somado". "Lucro acumulado" seria outra coisa.
[2] Isto mostra que o desempenho ruim não se deveu somente as estatais.
[3] Os cálculos percentuais estão corretos !
[4] Se não fosse o resultado desta empresa o setor teria lucro.
[5] Na verdade seria 9,1%

Accountability

O resultado dessa investigação revelou que no nosso país a administração pública NÃO ENXERGA no usuário dos serviços públicos O DIREITO de ser bem atendido. O funcionário público convencional, com raras exceções, trata a maioria dos cidadãos com desrespeito enquanto dispensa atenção especial para os “chegados” (efeito propina). Ou seja, no Brasil, os órgãos públicos estão absolutamente à vontade para pintar e bordar; fazer o que bem entender sem nenhuma preocupação com as consequências das suas atitudes, como se o universo da administração pública fosse uma terra sem lei. Os órgãos formais de controle até existem, mas nunca punem ninguém; concentram-se somente na teatralidade das formalidades da burocracia sofismática para inglês ver. (Difícil compreensão do “accountability”, Reginaldo de Oliveira)

03 abril 2013

Rir é o melhor remédio

Quem é quem na internet

A mente do Consumidor

Se você estudou marketing, provavelmente desconfiou como é fácil manipular o consumidor. Muitas pesquisas mostraram que fatores como cor, fotografias, disposição do produto, forma de abordagem afetam a decisão de comprar de um individuo. A cada dia somos surpreendidos por novas descobertas neste campo.

Roger Dooley, do blog neuromarketing, reuniu algumas maneiras que as empresas usam para influenciar a mente do consumidor. E publicou os textos num livro denominado, de maneira apropriada, Como influenciar a mente do Consumidor. São cem formas de influenciar, apresentadas em 14 partes, de maneira didática e sem complicação. O livro é muito interessante para o consumidor, o dono de uma empresa e o pesquisador. Para o consumidor, a leitura serve de alerta para não cair nas técnicas modernas usadas para venda. Para o dono da empresa, é um bom manual para ajudar a aumentar as vendas. E para o pesquisador, a leitura abre um grande leque de potenciais pesquisas. Ou seja, é um livro de grande utilidade.

Talvez pelo fato de expor muitas técnicas em pouco mais de 250 páginas, a sua leitura deve ser em pequenas doses. É o livro ideal para deixar no automóvel e ler alguns trechos enquanto espera alguém. Apresento a seguir alguns dos conselhos resultantes das pesquisas já realizadas.

Vale a pena? Sem dúvida.

Evidenciação: Este blogueiro adquiriu a obra numa livraria, não tendo sido induzido a fazer esta postagem pelas partes interessadas.

Melhor banco

A revista Euromoney premiou o Bank of Cyprus como o melhor de Chipre em 2012. O banco divulga isto. Ironia.

Eleição no Vaticano

Durante o conclave para eleição do novo papa foi noticiado que a Itália detinha 1/5 dos votos e que os EUA detinham 1/10. Um texto de um professor italiano, Nicolas Boccard, apresenta alguns cálculos curiosos sobre a disparidade entre o número de cardeais e o número de católicos.

Boccard lembra que o grande número de cardeais italianos é decorrente do passado, quando os meios de transporte e de comunicação eram ineficientes. Mas usando dados de população católica, Boccard mostra que o hemisfério norte está bem representado. Considerando a população de católicos destes países e o número de cardeais - uma relação de 9,3 milhões de católicos por cardeal - Boccard faz um exercício matemático, premiando cada país com 9,3 milhões com um cardeal.

O Brasil, com 5 cardeais, deveria ter 14, e seria o país com maior ganho em termos de cardeais. Isto significa, em outras palavras, que o país está mal representado no colégio dos cardeais. Já a Itália, com 28 atualmente, deveria ter 5. México e Filipinas também ganhariam com este critério (mais sete cardeais), enquanto a Índia perderia quatro.

02 abril 2013

Rir é o melhor remédio

Evolução da publicação

Uma forma de perceber o que está ocorrendo no mundo científico é analisar a evolução das publicações. Observar a questão da publicação de artigos, em especial em periódicos de primeiro nível, permite inclusive traçar um perfil sobre as tendências.

Dois economistas da Universidade da Califórnia fizeram um apanhado dos textos que foram publicados nos cinco periódicos de maior prestígio na área econômica, de 1970 até os dias de hoje. E eles identificaram algumas tendências, das quais destaco:

Número de submissões – apesar de não terem a informação para o período completo, existe uma clara tendência de aumento no número de submissões. O gráfico abaixo mostra que o número aumentou substancialmente desde o novo século, sobrecarregando o trabalho dos editores e dos avaliadores.

Número de artigos publicados – Esta é uma informação estranha: este número diminuiu ao longo do tempo. Apesar de a redução ser relativamente reduzida, como o número de submissão aumentou isto significa que está cada vez mais difícil publicar nos periódicos de primeiro nível.

Aumento no número de páginas por artigo – Apesar do número de páginas de cada periódico ter permanecido relativamente constante, o número de páginas de cada artigo cresceu ao longo do tempo. Isto talvez signifique que os textos estão mais profundos, mas possui uma consequência perversa: o número de artigos por periódico reduz, tornando mais difícil a publicação em periódicos de ponta. É bom lembrar que ao contrário do que ocorre no Brasil, onde o número de periódicos eletrônicos é substancial, os principais periódicos estrangeiros ainda usam papel. Isto talvez explique a dificuldade de aumentar o número de artigos por ano.

Aumento na citação – como o crivo está mais rigoroso, uma consequência é que o número de citação por artigo tem aumentado. A figura mostra que os artigos publicados entre 1990 a 2005 são muito mais citados que os textos publicados antes de 1990. Obviamente que os textos publicados após 2005 não são tão citados em razão de serem muito recente.

Número de autores – conforme já observado em outras pesquisas, o número de autores por artigo aumentou ao longo do tempo.

Leia mais em
CARD, David; VIGNA, Stefano della. Nine facts about top journals in economics.

Curso

CVM abre Inscrições para Curso de Atualização sobre o Mercado de Capitais

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) divulgou o regulamento e abriu inscrições para a 12ª edição do Programa TOP (Treinamento de Professores), curso com duração de cinco dias, sobre o mercado de capitais.

O programa é destinado a professores vinculados a instituições de ensino de nível superior, de graduação ou pós-graduação, que lecionem ou tenham lecionado disciplinas relacionadas ao mercado de capitais. O curso tem como objetivo atualizar este público, por meio de aulas e palestras com profissionais de mercado, além de contribuir para o desenvolvimento de multiplicadores junto às instituições de ensino.

O treinamento é promovido pelo Comitê Consultivo de Educação e será realizado na cidade de São Paulo, entre os dias 01 e 05/07/2013. A participação é gratuita e as inscrições poderão ser efetuadas até 07/06/2013. Os interessados em devem preencher o formulário eletrônico que se encontra no link abaixo. Todos os inscritos que preencherem os requisitos do regulamento receberão, ao final do curso, um certificado de participação pelas instituições que integram o Comitê.

O Comitê Consultivo de Educação é formado por membros da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Associação Brasileira das Companhias Abertas (ABRASCA), Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA), ANCORD - Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, Câmbio e Mercadorias , Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (APIMEC), BM&FBOVESPA S.A. Bolsa de Mercados e Futuros da Bolsa de Valores de São Paulo e Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (IBRI).

Informamos também que o livro “Mercado de Valores Mobiliários Brasileiro”, lançado pelo Comitê Consultivo de Educação a partir da experiência acumulada em edições do Programa TOP, já está disponível para download. O livro aborda, em uma perspectiva educacional, as principais características do mercado de capitais no Brasil, tratando dos temas: Sistema Financeiro Nacional, Valores Mobiliários, Fundos de Investimento, Companhias Abertas, Governança Corporativa, Relações com Investidores, Bolsa de Valores e Funcionamento do Mercado, Oferta Pública, Derivativos e Análise de Investimentos. Este material pode ser obtido gratuitamente no Portal do Investidor, no link disponível abaixo. Contamos com o apoio de vocês para divulgá-lo para outros professores e também entre os alunos.

Aproveitamos a oportunidade para indicar a página CVM Educacional no Facebook, que divulga assuntos e eventos educacionais: facebook.com/CVMEducacional

Informações sobre o Curso, Regulamento e Inscrições:
bit.ly/CVM-TOP-XII

Download do Livro do Programa TOP: “Mercado de Valores Mobiliários Brasileiro”
bit.ly/LivroCVM

Negócio da Argentina

Na quarta-feira, dia 27 de março, o executivo Carlos Fabián, do grupo argentino Indalo, esteve no 22o andar da sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, para fechar o negócio de sua vida. É lá que funciona a Gerência de Novos Negócios da Petrobras, a unidade que promove o maior feirão da história da estatal – e talvez do país. Sem dinheiro em caixa, a Petrobras resolveu vender grande parte de seu patrimônio no exterior, que inclui de tudo: refinarias, poços de petróleo, equipamentos, participações em empresas, postos de combustível. Com o feirão, chamado no jargão da empresa de “plano de desinvestimentos”, a Petrobras espera arrecadar cerca de US$ 10 bilhões. De tão estratégica, a Gerência de Novos Negócios reporta-se diretamente à presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster. Ela acompanha detidamente cada oferta do feirão. Nenhuma causou tanta polêmica dentro da Petrobras quanto a que o executivo Fabián viria a fechar em sua visita sigilosa ao Rio: a venda de metade do que a estatal tem na Petrobras Argentina, a Pesa. ÉPOCA teve acesso, com exclusividade, ao acordo confidencial fechado entre as duas partes, há um mês. Nele, prevê-se que a Indalo pagará US$ 900 milhões por 50% das ações que a Petrobras detém na Pesa. Apesar do nome, a Petrobras não é a única dona da Pesa: 33% das ações dela são públicas, negociadas nas Bolsas de Buenos Aires e de Nova York. A Indalo se tornará dona de 33% da Pesa, será sócia da Petrobras no negócio e, segundo o acordo, ainda comprará, por US$ 238 milhões, todas as refinarias, distribuidoras e unidades de petroquímica operadas pela estatal brasileira – em resumo, tudo o que a Petrobras tem de mais valioso na Argentina.

O negócio provocou rebuliço dentro da Petrobras por três motivos: o valor e o momento da venda, a identidade do novo sócio e, sobretudo, o tortuoso modo como ele entrou na jogada. Não se trata de uma preocupação irrelevante – a Petrobras investiu muito na Argentina nos últimos dez anos. Metade do petróleo produzido pela Petrobras no exterior vem de lá. Em 2002, a estatal brasileira gastou US$ 1,1 bilhão e assumiu uma dívida estimada em US$ 2 bilhões, para comprar 58% da Perez Companc, então a maior empresa privada de petróleo da Argentina, que já tinha ações negociadas na Bolsa. Após sucessivos investimentos, a Perez Companc passou a se chamar Pesa, e a Petrobras tornou-se dona de 67% da empresa. Nos anos seguintes, a Petrobras continuou investindo maciçamente na Pesa: ao menos US$ 2,1 bilhões até 2009. Valeu a pena. A Pesa atua na exploração, no refino, na distribuição de petróleo e gás e também na área petroquímica. Tem refinarias, gasodutos, centenas de postos de combustível. Em maio de 2011, a Argentina anunciou ter descoberto a terceira maior reserva mundial de xisto – fonte de energia em forma de óleo e gás –, estimada em 23 bilhões de barris, equivalentes à metade do petróleo do pré-sal brasileiro. A Pesa tem 17% das áreas na Argentina onde se identificou esse produto. No ano passado, por fim, a Pesa adquiriu uma petroleira argentina, a Entre Lomos, que proporcionou um aumento em sua produção.

Apesar dos investimentos da Petrobras, quando a economia da Argentina entrou em declínio, há cerca de dois anos, as ações da Pesa desvalorizaram. As desastrosas políticas intervencionistas da presidente Cristina Kirchner contribuíram para a perda de valor da Pesa. De 2011 para cá, as ações da empresa caíram mais de 60%. É por isso que técnicos da Petrobras envolvidos na operação questionam se agora é o melhor momento para fazer negócio – por mais que a Petrobras precise de dinheiro. Seria mais inteligente, dizem os técnicos, esperar que a Pesa recupere valor no mercado. Reservadamente, por medo de sofrer represálias, eles também afirmam que os bens da Petrobras na Argentina – as distribuidoras, refinarias e unidades de petroquímica que constituem a parte física do negócio – valem, ao menos, US$ 400 milhões. Um valor bem maior, portanto, que os US$ 238 milhões acordados com a Indalo. “Se o governo não intervier tanto, a Pesa pode valer muito mais”, diz um dos técnicos. A Petrobras, até dezembro do ano passado, tinha um discurso semelhante. Na última carta aos acionistas, a Pesa diz: “Estamos otimistas em relação ao futuro da Petrobras Argentina. E agora renovamos o compromisso de consolidar uma companhia lucrativa, competitiva e sustentável, comprometida com os interesses do país (Argentina)...”. Em outro trecho da carta, informa-se que os resultados do ano passado foram “encorajadores” e permitiram, como nos cinco anos anteriores, a distribuição de dividendos milionários aos acionistas.

(...) Procurada por ÉPOCA em três oportunidades, a assessoria da Petrobras limitou-se a responder que “não vai emitir comentários sobre assuntos relacionados com o seu Programa de Desinvestimento”. Graça Foster e o executivo Ubiratan não responderam às ligações. (...)

Ele [Lopez] apresentou uma proposta em 7 de janeiro, aumentou o valor numa segunda proposta, um mês depois – e fechou a compra das ações por US$ 900 milhões em 22 de fevereiro. Com o acordo, López e a Petrobras discutem agora os detalhes do contrato a ser assinado. Se tudo correr como previsto, resta apenas a aprovação do Conselho de Administração da Petrobras, que se reunirá no final de abril. (...)

O maior problema do negócio da Petrobras com o “czar do jogo”, e com todas as operações do feirão, é a falta de transparência. Como demonstra o caso da Argentina, não há critérios claros para a escolha das empresas que farão negócio com a Petrobras. Esse modelo sigiloso e sem controle resultou em calamidades, como a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. Em 2004, a Astra Trading pagou US$ 42 milhões pela refinaria. Meses depois, a Petrobras pagou US$ 360 milhões por metade do negócio. Tempos depois, um desentendimento entre as sócias levou a questão à Justiça. A Petrobras perdeu e foi condenada a comprar não só a parte da sócia, como a pagar multa, juros e indenização. Em junho, a Petrobras anunciou que pagaria mais US$ 820 milhões. (...)


O feirão da Petrobras - DIEGO ESCOSTEGUY, COM MURILO RAMOS, LEANDRO LOYOLA, MARCELO ROCHA E FLÁVIA TAVARES - Época

Balanço do BNDES

(...) Na ânsia de fazer a conta chegar ao resultado prometido, o Conselho Monetário Nacional, às vésperas da virada do ano, permitiu que o BNDES lançasse em seu balanço um quarto das ações que possuía em carteira sem atualizar o seu valor de referência, isto é, sem levar em conta as grandes oscilações das cotações desses papéis no mercado. Isso inflou o lucro do BNDES em R$ 2,38 bilhões, o que foi útil para o governo, mas pode ter consequências negativas para a instituição. Essa prática lança dúvidas sobre a correção de seu balanço e pode limitar a sua capacidade de captar recursos no exterior. Com o mercado externo menos acessível, o Tesouro Nacional poderá ser obrigado a repassar um volume ainda maior de recursos para a instituição, que no ano passado recebeu nada menos do que R$ 55 bilhões.

O truque não passou despercebido pela auditora independente, que, em seu parecer sobre o balanço do banco, fez constar uma ressalva sobre essa forma de contabilização desigual do valor das ações. De fato, os lançamentos deveriam obedecer a um só critério, de acordo com os padrões contábeis internacionalmente aceitos, isto é, todas as ações que representam participação do banco em outras empresas deveriam ser lançadas pelo seu valor de mercado no momento de fechamento do balanço, independentemente da oscilação de suas cotações. A abertura de exceção para que um quarto dos papéis seja contabilizado de outra maneira é inteiramente discrepante das melhores práticas contábeis.

Não por acaso, as ações contabilizadas de "forma especial" são as mais afetadas pela desvalorização das cotações na Bovespa. Com a duplicidade de critérios, o banco pode pagar mais dividendos ao Tesouro, engordando o superávit primário.

Essas circunstâncias foram levadas em conta pela agência de classificação de risco Moody's, que rebaixou a nota do BNDES e do BNDESPar em dois degraus, passando-a de A3 para Baa2. Como motivos para sua decisão, a Moody's mencionou a "deterioração da qualidade de crédito intrínseca e, particularmente, o enfraquecimento de suas posições de capital de nível l". Essas razões podem ser discutíveis, mas inegavelmente criam um obstáculo à tomada de crédito no mercado internacional. (...)

Fontes do mercado e do próprio governo admitem que a maquiagem do balanço torna mais difícil a colocação de papéis do BNDES. Além disso, há restrições regulamentares que investidores institucionais, como fundos de pensão, devem obedecer para a aquisição de papéis de instituições cujos resultados sejam colocados em dúvida.

Ainda que os obstáculos venham a ser superados em negociações com investidores externos, o custo para o banco tende a ser maior. O mais lamentável em tudo isso é a ligeireza e a irresponsabilidade com que o governo agiu para obter um resultado a curto prazo, desprezando normas fundamentais para assegurar a credibilidade do balanço de uma instituição do porte e da importância do BNDES.

O balanço do BNDES - 1 de Abril de 2013 - O Estado de São Paulo

01 abril 2013

Xadrez II

O torneio de candidatos para decidir o desafiante ao campeão de xadrez Anand chegou ao fim ontem. Dois jogadores estavam disputando o primeiro lugar: o ex-campeão Kramnik e o jovem Carlsen. Kramnik é um russo que possui um estilo cauteloso, mas que tinha obtido três vitórias nos últimos três jogos. O norueguês Carlsen possui 22 anos e a maior pontuação entre os jogadores de xadrez: o seu rating é maior que Kasparov.

Na última rodada Carlsen iria enfrentar um jogador russo. Já Kramnik teria como adversário um ucraniano. O critério de desempate seria o número de vitórias e isto favoria Carlsen, que tinha 4 x 3 vitórias. Isto significava que se Carlsen obtivesse o mesmo resultado do adversário seria o desafiante ao título. Mas com 33 lances, Carlsen jogando de brancas estava em clara desvantagem. E dois lances depois comete mais um erro, permitindo a vitória do adversário em 48 lances. Bastava que Kramnik empatasse seu jogo. Mas o russo, jogando de pretas, comete um erro no 35o. lance e mais 12 lances depois reconhece sua derrota.

Como os dois jogadores não somaram pontos, terminaram o torneio com 8,5 pontos, empatados. E Carlsen levou o direito de desafiar o campeão. Um final bizarro.

Reajuste de bolsas de pós-graduação

A partir de 1º de abril, a bolsa de mestrado passará de R$ 1.350 para R$ 1.500, a de doutorado, de R$ 2.000 para R$ 2.200, e por fim, a bolsa de pós-doutorado será reajustada de R$ 3.700 para R$ 4.100. Este é o segundo reajuste em menos de um ano. Em maio de 2012, o governo federal também concedeu um reajuste de 10% para mestrandos, doutorandos, pós-doutorandos e alunos de iniciação científica.

Segundo o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, o novo reajuste faz parte da política para aumento do número de mestres e doutores na educação superior. “O reajuste de bolsas é fundamental para estimular jovens talentos”, salientou.

Nos últimos quatro anos, a Capes expandiu o Sistema Nacional de Pós-Graduação e aumentou a oferta de bolsas. Em 2008, havia cerca de 40 mil bolsistas no país. Em 2011, foram concedidas 72.071 bolsas de pós-graduação e 30.006 no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid). Em 2012, foram mais de 127 mil bolsas em todas as modalidades. Já o CNPq, em todas as modalidades, no mesmo período, aumentou a oferta de bolsas de 63 mil para cerca de 81 mil.

Qualificação – A bolsa é um instrumento para viabilizar a execução de projetos científicos, tecnológicos e educacionais nas pesquisas e projetos apoiados pelos ministérios da Educação e da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

O MEC e o MCTI, por meio da Capes e CNPq, mantém programas de qualificação na educação superior, entre eles, o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) e o Ciência sem Fronteiras, que concede bolsas no exterior para alunos de graduação em cursos das áreas de exatas.

Antes do reajuste do ano passado, o último reajuste de bolsas de pós-graduação no país havia sido em junho de 2008, quando as de mestrado passaram de R$ 940 para R$ 1,2 mil e as de doutorado de R$ 1,3 mil para R$ 1,8 mil. Entre 2004 e 2008, houve três aumentos, em que as bolsas obtiveram reajuste de 67% sobre os valores de 2002.
(ACS/MEC)

Rir é o melhor remédio

1812 e o Theatro de S João

O Teatro São João era um edifício localizado em Salvador, Bahia, onde hoje se localiza a Praça Castro Alves. Foi construído em 1806, começando a funcionar em 1808.

O financiamento para construção do teatro foi bastante interessante: inicialmente pensou num sistema de cotas, mas depois surgiu uma loteria para financiar a construção. Em 1812 o jornal Idade D´Ouro, na sua edição 17, divulgava os bilhetes premiados no mês de fevereiro:


Seis dias depois, uma nova lista de premiados é divulgada no mesmo jornal, indicando que o financiamento para pagar as contas do teatro originou-se os incrédulos apostadores em busca de fortuna.

O Teatro de São João também passa para nossa história pelo pioneirismo na evidenciação contábil. Em 30 de janeiro de 1816, por exemplo, Manoel José de Mello, tesoureiro, publica no periódico baiano a conta de Receita e Despesa, que corresponderia a uma demonstração do resultado do exercício da época:


Podemos notar que as receitas provenientes da loteria são relevantes para manutenção do teatro. O balanço de 1815 não apresentava uma evidenciação tão boa quanto a demonstração de 1814, também publicada no Idade d´Ouro. Em duas páginas são evidenciadas as receitas e despesas do Teatro. A seguir a página referente às despesas, onde sobressaem os ordenados:

Neurociência, teoria dos jogos e chimpanzés

Margens e Impostos

Produtos industrializados custam entre o dobro e o triplo do preço no Brasil, em comparação com outros países. O que mais pesa são os impostos, a margem de lucro e o valor do real frente ao dólar. A ineficiência da indústria, a precariedade da infraestrutura e a baixa produtividade dos trabalhadores, combinada com seus salários em alta, são problemas adicionais. Os industriais, atacadistas e varejistas brasileiros ganham dinheiro de forma diferente dos de outros países capitalistas. Em vez de vender muito, ganhando pouco por unidade, eles vendem pouco, com larga margem de lucro.

O governo brasileiro, além de cobrar alíquotas altas, calcula os impostos também de forma diferente da de outros países. Se o produto vale R$ 100 e a alíquota é de 30%, o governo não cobra R$ 30. A alíquota é aplicada não sobre R$ 100, mas sobre R$ 130. Nesse exemplo, em vez de R$ 30, o governo recebe R$ 39. Os tributos vão sendo aplicados, uns sobre os outros, e a cada vez que o produto muda de mãos.

A pedido do Estado, a importadora Sertrading fez o cálculo dos impostos sobre três produtos - celulares, calças jeans e brinquedos. Considerando preço inicial de R$ 100 e margens de lucro de 10%, os celulares saltaram para R$ 278 (178% mais), as calças jeans, para R$ 308 (208% mais) e os brinquedos, para R$ 408 (308% mais).

O professor Alcides Leite, da Trevisan Escola de Negócios, pesquisou, para o Estado, os preços de iPad, tênis Nike, camisa Lacoste e o automóvel Corolla no Brasil, nos Estados Unidos, onde quem pode vai fazer compras, no México, país com nível semelhante de industrialização do Brasil, e na Itália, conhecida pela carga tributária e burocracia. Quando os preços são convertidos para reais, constata-se que todos custam mais caro no Brasil.

O Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário calculou então os impostos cobrados nos quatro países sobre esses quatro produtos. Mesmo subtraindo-se os impostos, continuam bem mais caros no Brasil.

Estudo do Sindipeças, o sindicado dos fabricantes de peças para automóveis, constatou que a margem de lucro das montadoras no Brasil é o dobro da média mundial e mais do triplo da dos EUA. Em média, as montadoras lucram 10% no Brasil, 5% no mundo e 3% nos EUA. Os impostos também são maiores: 32% no Brasil, até 16% no mundo e de 6% a 9% nos EUA. (...)

Baixaria



No início, os deuses da tecnologia criaram a internet e viram que era algo bom. Finalmente havia um espaço público com potencial ilimitado para um debate racional e uma troca de ideias, uma espécie de ponte para ampliar os horizontes ligando as muitas barreiras geográficas, sociais, culturais, ideológicas e econômicas que nos separam na vida, uma maneira de fazer as coisas livremente.

Mas então alguém inventou a seção de “comentários do leitor” e o paraíso foi perdido.

A internet, deve ser dito, ainda é um lugar maravilhoso para o debate público. Mas quando se trata de ler e compreender artigos online – como este, por exemplo – este meio pode ter um efeito surpreendente poderoso sobre a mensagem. Uma pesquisa feita por nós mostrou que comentários de alguns leitores podem distorcer, e muito, o que outros leitores acham daquilo que foi inicialmente informado nos artigos e notícias.

Mas, neste caso, não é o conteúdo dos comentários que importa. É o tom deles.

No nosso estudo publicado online no mês passado na revista acadêmica The Journal of Computer – Mediated Communication, nós dois e mais três colegas relatamos um experimento para medir o que pode ser chamado de “efeito grosseria”.

Selecionamos 1.183 participantes e pedimos para lerem cuidadosamente um post de um blog fictício em que eram explicados os riscos e os benefícios potenciais de um novo produto tecnológico chamado “nanopartícula de prata”. De acordo com o artigo no blog, estes elementos minúsculos de prata, mais finos do que 100 bilionésimos de um metro em qualquer dimensão, têm vários benefícios potenciais (como propriedades antibacterianas) e riscos (como contaminação da água).

Em seguida, os participantes eram instruídos a ler os comentários, supostamente publicados no blog fictício por outros leitores, para depois responder às perguntas sobre o conteúdo do próprio artigo.

Metade dos participantes foi exposta aos comentários de leitores mais civilizados e a outra metade, às opiniões mais grosseiras – em ambos os grupos, o conteúdo, a extensão e a intensidade dos comentários eram equivalentes, embora variassem entre os que apoiavam a nova tecnologia e os mais cautelosos em relação aos riscos.

A única diferença era que os comentários grosseiros continham palavrões ou insultos pessoais como “Se você não vê benefícios no uso da nanotecnologia neste tipo de produto, você é um imbecil” ou “Você é estúpido se não pensa nos riscos para os peixes, plantas e outros animais por causa da água contaminada com prata”.

Os resultados do experimento foram surpreendentes e perturbadores. Os comentários mais grosseiros não só polarizaram os leitores que participaram da pesquisa, mas com frequência mudaram a interpretação deles sobre o próprio conteúdo do artigo.

No grupo exposto às reações mais contidas, tanto os participantes que apoiaram a nova tecnologia quanto os que a desaprovaram ao ler o texto mantiveram sua opinião depois de ler os comentários. Já os outros participantes, que leram as manifestações grosseiras, ficaram depois com uma compreensão mais polarizada sobre os riscos da nanopartícula fictícia.

O simples fato de haver um ataque pessoal no comentário de um leitor foi suficiente para fazer os participantes pensarem que as desvantagens da tecnologia fossem maiores do que eles haviam imaginado antes ao ler o texto.

Embora seja difícil quantificar os efeitos distorcivos dessa grosseria online, ela ocorre de maneira substancial e particularmente – talvez ironicamente – na área do jornalismo científico.

Cerca de 60% dos norte-americanos que buscam se informar sobre assuntos científicos afirmam que a sua fonte primária de informação é a internet – ela aparece no topo sobre qualquer outra fonte de notícias.

Novas regras. A situação em que vivemos, de uma mídia online emergente, criou um novo fórum público sem as tradicionais normas sociais e o autocontrole que normalmente influenciam nossas trocas de ideias cara a cara com uma pessoa – e este meio determina cada vez mais aquilo que sabemos e o que achamos que conhecemos.

Claro que uma estratégia possível para diminuir o efeito da grosseria é fechar completamente o espaço de comentários, como algumas empresas de comunicação e blogueiros fazem. Por exemplo, o post no blog de Paul Krugman, no New York Times, publicado no dia que marcou os dez anos dos atentados de 11 de setembro de 2001, terminou simplesmente com: “não vou permitir comentários neste post, por razões óbvias”.

Outras organizações de mídia adotaram regras para favorecer a civilidade entre os leitores de seus sites ou para receber comentários de usuários mais moderados.

Mas, como dizem, é só para enxugar gelo. A interação do leitor é parte do que faz a internet ser a internet, como também o Facebook, Twitter e qualquer outra plataforma de mídia social. Este fenômeno só vai ganhar mais impulso à medida que avançamos para um mundo de celulares e TVs inteligentes em que qualquer tipo de conteúdo se incorpora imediatamente ao fluxo constante de comentários e aos contextos sociais.

É possível que as normas sociais neste admirável domínio novo mudem mais uma vez – e que os usuários passem a rejeitar ataques mesquinhos de alguém que assina com um pseudônimo e, em vez disso, cultivem o debate civilizado. Até então, tenham cuidado com o efeito grosseria.


O efeito da baixaria - 10 de março de 2013 - Estado de S Paulo - Link - / Tradução de Terezinha Martino - Dominique Brossard e Dietram A. Scheufele

Resumo: O Mundo é Plano II

Por Isabel Sales

Força nº 7.
Cadeia de Fornecimento
Comendo sushi no Arkansas
            Esse seção fala principalmente sobre o exemplo do Wal-Mart, que se tornou a maior rede de varejo do mundo. Todo seu sistema é eletrônico, desde a célula elétrica que lê o código de barra (futuramente trocado por chips, que já estão sendo implantados) das caixas dos produtos, braços elétricos separam o material de acordo com o destinatário, até o momento em que o cliente retira o produto da prateleira, mandando um sinal para que o fornecedor fabrique outro daquele item e o envie pela cadeia de fornecimento. O diferencial é o fato de serem mais espertos e mais rápidos na adoção de novas tecnologias do que todos os seus concorrentes.
            A experiência da cadeia foi compartilhada com os japoneses. Masao Kiuchi, principal executivo da loja japonesa Seiyu, conheceu o Wal-Mart em Dallas e ficou impressionado. Tentou aplicar as mesmas características em sua loja, com base em fotos tiradas em sua visita, mas seus colegas não se animaram. Por fim procurou o pessoal da cadeia e firmou uma pareceria em 31 de dezembro de 2003. o Wal-Mart comprou uma parte da Seiyu em troca de ensinar-lhes sua inigualável fórmula de colaboração: o uso de uma cadeia de fornecimento global para proporcionar aos consumidores os melhores produtos, pelos menores preços. A estratégia teve que ser adaptada apenas ao departamento de vendas de peixe cru, tradição japonesa.
            “Não há de ser nada. Se esperarmos só um pouquinho, tenho certeza de que, num futuro não muito distante, ainda veremos sushi no Wal-Mart”.
  
Força nº 8.
Internalização
O que é que aqueles caras de bermudão marrom andam fazendo
            Internalização (insourcing) é uma nova forma de colaboração e criação horizontal de valor dentro da própria empresa. Empresas como a UPS (United Parcel Service), entregadora de pacotes, investem em logística. Hoje possuem até departamentos de assistência técnica para eletrônicos e de criação de embalagens para seus fornecedores. Essa transformação ocorreu em conseqüência da busca pela qualidade da imagem da empresa. Se a embalagem estragasse ou a entrega de uma televisão que foi para o conserto atrasasse, a UPS era a culpada por seus clientes e não as outras empresas envolvidas no processo. Foram implantados processos de logística e rastreamento de última geração. Executivos da empresa oferecem palestras buscando otimizar os sistemas de seus clientes de forma a entrarem em harmonia com os padrões da UPS.
         “A UPS está desenvolvendo plataformas para que qualquer empresa possa se globalizar ou multiplicar a eficiência de sua cadeia de fornecimento global. É um setor de atuação inédito, mas a UPS está convencida de que as possibilidades são quase ilimitadas”.
  
Força nº 9.
In-formação
Google, Yahoo!, MSN Web Search
            Nunca antes, na história do mundo, tanta gente – por conta própria- teve a possibilidade de encontrar tantas informações sobre tantas coisas e sobre tantas outras pessoas.
            O Google facilita o acesso a todos os conhecimentos do mundo em todos os idiomas. Informações antigamente restritas, ou adquiridas com dificuldades, hoje estão disponíveis facilmente.
            Os buscadores se enquadram no conceito de colaboração pela “in-formação” - o equivalente individual ao código aberto, à terceirização, à internalização, à cadeia de fornecimento e ao offshoring. In-formar consiste na possibilidade de construir e estruturar sua cadeia de fornecimento pessoal, de informação, conhecimentos e entretenimento. É uma espécie de autocolaboração: você se torna seu próprio pesquisador, editor e selecionador de entretenimento, gerindo-se e delegando tarefas a si próprio, sem precisar recorrer a bibliotecas, cinemas ou redes de televisão, trata-se de buscar conhecimento, procurar pessoas e comunidades de mentalidade semelhante. A fantástica popularidade do Google, que levou o Yahoo! E a Microsoft (representado pelo novo MSN Search) a também fazerem das buscas em profundidade e da in-formação recursos de destaque em seus respectivos sites, mostra o quanto as pessoas estão famintas por esse tipo de colaboração.
            O capítulo exemplifica as possibilidades desses sites, como a investigação da vida das pessoas (um futuro colega de quarto, um recém conhecido), a facilidade para encontrar CEPs e endereços, além de restaurantes perto de casa. Fala também da aquisição da Keyhole pelo Google que se transformou no Google Earth.
  
Força nº 10.
Esteróides
Digital, móvel, pessoal e virtual
            Carly Fiorina, ex-principal executiva da HP, costumava dizer que a tecnologia será realizada de modo “digital, móvel, virtual e pessoal”. Por “digital” quer dizer que graças às revoluções do PC, Windows, Netscape e fluxo de trabalho, todos os conteúdos e processos analógicos estão sendo digitalizados, o que permitirá que sejam moldados, manipulados e transmitidos pelo computador, pela Internet, via satélite ou por cabos de fibra óptica. “Virtual” significa que esse processo de moldar, manipular e transmitir o conteúdo assim digitalizado pode se dar a altíssima velocidade e muito facilmente, de modo que não será preciso sequer parar para pensar a respeito – graças a todas as auto-estradas, protocolos e padrões digitais subjacentes já instalados. “Móvel” refere-se ao fato de que, graças à tecnologia sem fio, tudo isso pode ser feito de qualquer lugar, com qualquer um, por meio de qualquer dispositivo, e pode ser levado para toda parte. Por fim, é “pessoal” porque pode ser feito por você, no seu próprio aparelho.
            Aqui fala-se da facilidade de compartilhamento de arquivos como o realizado pelo programa Napster (fechado por determinação judicial, em virtude de violação de direitos autorais, e só pode retornar em 2003), dos telefones via Internet (VoIP) como o Skype e das futuras possibilidades tecnológicas como a aposentadoria dos fios.


Capítulo Três: A Tripla Convergência

Por volta do ano 2000, todas as dez forças começaram a convergir, interagindo de maneira a gerar um novo campo global, mais nivelado. À medida que este se consolidava, pessoas físicas e jurídicas começaram a adotar novos hábitos, habilidades e processos, a fim de explorar ao máximo as novas possibilidades. Assim, os modos de criação de valor até então vigentes, eminentemente verticais, foram sendo pouco a pouco substituídos por outros, mais horizontais. O encontro desse novo campo para operação com as novas formas de atuação constituiu a segunda convergência, que na verdade ajudou a achatar a Terra mais ainda. Por fim, enquanto acontecia todo esse nivelamento, entrou no jogo um novo grupo de pessoas – bilhões delas, na verdade, oriundas da China, Índia e antigo Império Soviético – e, graças ao novo plano e suas novas ferramentas, muitas delas logo tiveram condições de entrar no jogo da colaboração e concorrência direta com os demais. Foi a terceira convergência.

Xadrez

Ocorre hoje, a partir das 10 horas de Brasília, a última rodada do torneio de candidatos a desafiante do campeão mundial de xadrez, o indiano Anand. A Fide, a entidade que organiza o xadrez no mundo, reuniu oito jogadores em Londres, incluindo os quatro melhores no rating, o desafiante do ano passado e três jogadores que venceram torneios. A disputa envolve turno e returno, num total de 14 rodadas.

Na sexta rodada o norueguês Carlsen – o melhor do mundo – e o armênio Aronian - o segundo melhor, dividiam a liderança com 1,5 ponto dos demais. Neste torneio cada vitória ganha um ponto e o empate 0,5. Na oitava rodada, o russo Kramnik, antigo candidato ao título, ganhou em reduziu a vantagem para um ponto, já que Carlsen e Aronian empatavam seus jogos. Na rodada seguinte, Aronian perde seu jogo e Carlsen, com um empate com Kramnik, isola na liderança. A décima rodada mantem as posições, mas Kramnik diminui a diferença de Carlsen a rodada seguinte, já que Aronian perdeu seu jogo.

A 12ª. rodada, que foi jogada na sexta, foi dramática. Kramnik venceu Aronian e praticamente tirou o armênio da disputa. Pressionado, o jovem Carlsen sentiu e perdeu sua partida. Com isto, Kramnik passa a ser líder isolado do torneio. Ontem, na 13ª. rodada, Kramnik teve chances de vencer, mas preferiu um conservador empate. Como precisa vencer, Carlsen fez um jogo de sete horas e forçou o erro do jovem Radjabov, o quarto melhor jogador do mundo pelo rating. Assim, Carlsen empatou com Kramnik na liderança, mas terá a vantagem do desempate. Você poderá acompanhar os jogos aqui.