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05 agosto 2011

TAM conclui auditoria para determinar valor da Trip

A TAM informou hoje que concluiu, “de forma satisfatória”, a auditoria (“due dilligence”) para apurar o valor de 31% do capital da regional Trip. A TAM anunciou essa negociação no dia 30 de março. No dia 5 de abril, o Valor apurou que o valor dessa fatia estava avaliado entre US$ 200 milhões e US$ 250 milhões. As duas empresas não comentam essa informação.

“A TAM manterá seus acionistas e o mercado em geral informados a respeito da eventual conclusão das negociações e voltará a comentar o assunto caso seja concretizado qualquer fato que deva ser divulgado, de acordo com a lei e a regulamentação da CVM (Comissão de Valores Mobiliários)”, informa o comunicado da TAM.

A TAM acrescentou na nota que a Trip deverá concluir, nesta semana, a implantação de uma nova plataforma de reservas, vendas e check-in. No dia 23 de setembro do ano passado, a Trip comunicou a escolha do sistema “SabreSonic Customer Sales and Service” para o seu sistema de reservas, vendas e check-in, um investimento de US$ 30 milhões.

(Alberto Komatsu | Valor)

Efeito Framing

Por Isabel Sales

Kahneman e Tversky (1979) desenvolveram uma pesquisa sobre a teoria dos prospectos que colaborou para o desenvolvimento do estudo sobre framing effect. Esse efeito parte do princípio que a forma com que as informações são apresentadas influencia a maneira como são captadas. Nesse artigo os autores afirmaram que os indivíduos dão preferência a situações em que existem ganhos garantidos, ao invés de situações com ganhos prováveis. Essa tendência acarreta escolhas com aversão ao risco quando há ganhos certos e escolhas com busca por risco quando há garantias de perdas. Isso por que as perdas são sentidas de formas mais intensas que os ganhos.

Em uma pesquisa posterior, Kahneman e Tversky (1984) acrescentam que o processo da contabilidade mental explica alguma das anomalias no comportamento dos consumidores. A aceitabilidade de uma opção pode depender da caracterização de um resultado negativo como custos ou como perdas não recompensadas. Para exemplificar essa sentença, considere o seguinte:

Problema 1: Você aceitaria uma aposta que te oferece 10% de chance de ganhar $95 e 90% de chance de perder $95?

Problema 2: Você pagaria $5 para participar em uma loteria que oferece 10% de chance de ganhar $100 e 90% de chance de não ganhar nada?

Kahneman e Tversky (1984) questionaram esse par de problemas a 132 universitários, tendo 42 rejeitado a aposta apresentada no problema 1, porém aceitado a loteria equivalente do problema 2. Os autores concluem que isso ocorre por que relacionar $5 como pagamento torna a negociação mais atraente que pensar nesse mesmo montante como perda.

Nesse mesmo ambiente, Thaler (1985) afirma que em um cenário com dois eventos, um apresentando a possibilidade de perda e outro a de um ganho de maior peso, os indivíduos avaliarão os eventos de forma integrada, considerando, assim, o lucro líquido das operações. O estudo desse autor se baseou na teoria dos prospectos, em especial na satisfação marginal decrescente, na qual uma alteração em uma certeza, de impossível para possível, tem maior impacto do que uma mudança comparável que esteja no meio da escala. Assim, um aumento de 0% para 5% tem maior impacto que um acréscimo de 30% para 35% (KAHNEMAN; TVERSKY, 1984).

Dilla e Janvrin (2010) pesquisaram a evidenciação voluntária em relatórios anuais com foco na divulgação gráfica de variáveis chaves de performance financeira. Os resultados indicam que as companhias com maiores decréscimos em medidas de desempenho tendem a ser menos gráficas quanto à apresentação das variáveis chaves, enquanto as empresas com maiores acréscimos no lucro líquido se comportam de forma contrária.

Silva e Lima (2007) estudaram a influência na forma de apresentação das informações financeiras sobre o processo decisório aplicado ao Brasil. Os resultados permitiram concluir o efeito framing na avaliação de estoques, na evidenciação dos dados sobre pesquisa e desenvolvimento (P&D) e no reconhecimento dos efeitos da inflação na elaboração das demonstrações contábeis. Ademais, foi observada influência interpretativa nos usuários da informação de acordo com a apresentação de dados textuais e gráficos.

Carvalho Júnior, Rocha e Bruni (2009) escreveram sobre o efeito framing em decisões gerenciais e aprendizado formal de controladoria aplicado a estudantes da Bahia. Os resultados encontrados apontaram para a inexistência de contribuições do aprendizado formal de controladoria na redução da ocorrência de vieses. Acrescenta-se a isso a ocorrência do efeito framing só ter sido observada em situações envolvendo custos irrecuperáveis e custos de reposição.

Leia mais: aqui e aqui.


REFERÊNCIAS

CARVALHO JÚNIOR, C. V. O.; ROCHA, J. S.; BRUNI, A. L. Efeito framing em decisões gerenciais e aprendizado formal de controladoria: um estudo experimental na Bahia. In: CONGRESSO USP DE CONTABILIDADE E CONTROLADORIA, IX, 2009, São Paulo. Anais... São Paulo: 2009.

DILLA, W. N.; JANVRIN, J. J. Voluntary disclosure in annual reports: the association between magnitude and direction of change in corporate financial performance and graph use. Accounting Horizons. v. 24, n. 2, p. 257-278, jun. 2010.
KAHNEMAN, D.; TVERSKY, A. Prospect theory: an analysis of decisions under risk. Econometrica. v. 47, n. 2, p. 263-292, mar. 1979.
KAHNEMAN, D.; TVERSKY, A. Choices, values, and frames. American Psychologist. v. 34, n. 4, p. 341-350. 1984.
SILVA, C. A. T.; LIMA, D. H. S. Formulation effect: influência da forma de apresentação sobre o processo decisório de usuários da informação. In: ENCONTRO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO – ENANPAD, 31., 2007, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: ANPAD, 2007.
THALER, R. Mental accounting and consumer choice. Marketing Science. v. 4, n. 3, p. 199-214. 1985.

Marca

O Flamengo vai contratar um empresa para avaliar o valor da marca do clube. Depois, vai incluir o resultado como patrimônio intangível, na categoria de marcas e patentes, e tentar zerar o passivo a descoberto, hoje perto de R$ 100 milhões. Esse patrimônio não poderá ser usado como garantia bancária em caso de empréstimo. A proposta é incluir o valor, estimado entre R$ 200 e R$ 300 milhões, no balanço deste ano. (Lance) (Dica de Alexandre Santos)

04 agosto 2011

Rir é o melhor remédio

Federer consegue fazer uma bola de tênis atingir a 190 milhas por hora:

Teste 510

Como o teste anterior foi sobre futebol, eis outro teste sobre o mesmo assunto. Este campeonaato possui as seguintes características: - Tem 20 anos de idade - 25% dos clubes são de uma mesma cidade - cinco times são patrocinados por empresas de jogos - desde 1995 somente três times diferentes venceram - nenhum treinador nativo venceu o campeonato - o nome já mudou quatro vezes em 20 anos - media salarial de 115 milhões de dólares ano - somente sete times participaram de todos os campeonatos - 2/3 dos jogadores são estrangeiros Qual o seu nome? Resposta do Anterior: Real Madrid. Ou seja, Cristiano Ronaldo é garantia de um empréstimo. Fonte: aqui

Hans na China IX: Dependência financeira

O gráfico mostra uma realidade já alertada diversas vezes neste blog: a enorme dependência do Iasb do dinheiro das grande empresas de auditoria. Sem estes recursos, o gap financeiro seria quase 40% da receita do Iasb. Fonte: aqui

Hans na China VIII: IFRS domina o mundo

As quinhentas maiores empresas listadas na bolsa e as normas utilizadas. Em 2003, as IFRS eram insignificantes. Em 2009 já igualou aos US GAAP. Em 2012, segundo estimativa, 50% das empresas devem adotar estas normas.

Hans na China VII: Brasil

Ao tentar convencer os chineses, HH cita o Brasil como exemplo:

É por esta razão que o Brasil, outro país que está à beira de cumprir todo o seu potencial econômico, decidiu adotar as IFRS plenamente. Na sua estratégia de se tornar líder no mercado regional, o Brasil sabia que precisava de todos os benefícios da franquia IFRS. Investidores em Londres, Nova York, Paris, Frankfurt, Xangai entendem que quando é uma empresa brasileira "as demonstrações financeiras estão rotulados como"em conformidade com as IFRS".

Hans na China VI: China

HH destacou no seu discurso que a diferença entre os resultados obtidos segundo as normas internacionais e as normas chinesas é muito reduzido. Assim, isto significa dizer que a diferença entre as duas normas é muito reduzida. HH conclamou os chineses a participaram mais das agendas de discussão.

Um depoimento colhido por Selling contradiz a afirmação de HH: os padrões chineses são muito mais simples que as IFRS. Para consolidação, os padrões chineses totalizam uma página; hedge  accounting são sete páginas somente.

Além disto, ainda conforme Selling, o representante chinês no Iasb, Wei-Guo, é uma esfinge nas reuniões do conselho. Ou seja, ele não tem nada a acrescentar para as discussões. Ele e HH, afirma Selling.

Hans na China V: O Político

Vimos que HH não possui muita experiência em contabilidade, conforme ele mesmo admitiu. Mas então qual seria sua relevância para o IASB, uma entidade técnica?

 Para Tom Selling sua missão é vender as IFRS para o maior número de países. Neste processo de venda, o discurso se enquadra perfeitamente, segundo Selling: primeiro, as vantagens das IFRS; depois, os prováveis benefícios para a China. Acrescentaria um terceiro item: destacar a importância do país para o processo de convergência.

Para David Albrecht, HH é um político de carreira.

Hans na China IV: Inexperiência

É interessante notar que HH “confessou” que não possui muita experiência em contabilidade ao afirmar que seu interesse na área realmente começou quando participava do Financial Crisis Advisory Group, criado em 2008. Nesta ocasião, HH descobriu que

“a contabilidade não é chata, mas intelectualmente desafiadora. Descobri que na contabilidade o poder do argumento pode unir as pessoas. As pessoas podem convencer as outras de sua opinião (ao contrário, muitas vezes, da política”

Mais adiante ele afirma que não é um contador por formação (é um historiador), mas acredita que seus contatos fora da área da contabilidade podem ajudar o Iasb. O que é isto? Política, que ele renegou anteriormente.

Ao conversar sua inexperiência, HH assume que talvez não esteja preparado tecnicamente para discutir contabilidade.

Hans na China III: sobre os Estados Unidos

HH reconhece que os Estados Unidos possuem o maior mercado de capitais e um sofisticado padrão de contabilidade. Indica que é compreensível a demora da SEC em fazer a transição, assim como a preocupação de alguns sobre os custos. Neste sentido, HH afirma que a convergência dos EUA é diferente da Europa. No caso europeu, não era possível um mercado comum sem uma mesma contabilidade.

Hans na China II

Hans Hoogervorst, o novo presidente do Iasb, fez um discurso na China bastante interessante. Um resumo pode ser encontrado aqui

HH afirmou, de início, que os próximos 12 a 18 meses serão importantes para a direção futura das normas internacionais. Entretanto, através do seu discurso, não é possível entender a razão disto.

Hans na China I

A figura abaixo apresenta as principais palavras do discurso do atual presidente do Iasb na China: Wordle: hans hoogervorst in china

Emoção ao investir


Efeito manada, excesso de otimismo, aversão à perda, autoconfiança exagerada. Esses são alguns sintomas comuns em investidores e que têm sido foco de diversos estudos ao redor do mundo sob o tema das finanças comportamentais.

Despertar a consciência do investidor sobre os sintomas psicológicos que surgem a partir da relação com investimentos e dinheiro é uma maneira de aguçar a razão e evitar que a emoção influencie nas decisões, segundo especialistas.

De acordo com dados levantados pelo banco Santander, 40% dos clientes que fizeram cursos ou participaram de palestras sobre finanças comportamentais obtêm melhores rentabilidades nos investimentos.

"Isso ocorre porque o investidor percebe que é preciso raciocinar antes de tomar a decisão e não simplesmente fazer porque os outros fizeram", analisa Vera Rita de Mello Ferreira, psicanalista especializada em psicologia econômica e autora de dois livros sobre o tema.

Aquiles Mosca, estrategista de Investimentos Pessoais do Santander, cita um estudo da Universidade de Cambridge para comprovar a falta de racionalidade que há na relação com os investimentos. "O maior medo do ser humano é falar em público. Em segundo lugar está a morte. E a terceira aflição é o futuro financeiro. Se há esse medo, há emoção em excesso."

Aconselhamento. Um levantamento da Infomoney feito com centenas de brasileiros mostra que somente 4,75% dos investidores tomam decisões com base na opinião de profissionais especializados; 30,71% decidem unicamente por sua própria análise; 22,57% são pouco influenciados pela soma de análises próprias e profissionais; e 41,97% ponderam as opiniões de conhecidos e as percepções próprias.

Para Bernardo Nunes, que está desenvolvendo uma tese de doutorado sobre finanças na Nova School of Business Economics de Lisboa, o investidor que passa a conhecer "os vieses e desvios da racionalidade mais comuns pode evitar uma boa parte das perdas e passa a lidar com o assunto finanças de uma forma mais eficaz".

Institucional. Os estudiosos do assunto afirmam que já há uma incorporação do tema nos escopos mais tradicionais da economia, apesar de ainda haver preconceito dos economistas mais antigos. "Depois da crise financeira de 2008, certamente as finanças comportamentais ganharam ainda mais relevância", diz Vera Rita.

O próprio Santander é um exemplo de incorporação do tema. Há pouco mais de dois anos, as finanças comportamentais são tema de cursos e palestras do banco. "Há benefícios ao banco. Por exemplo, 12% dos clientes que participam desses cursos e palestras tornam-se mais promotores do banco", conta Mosca.

Nunes conta que Áustria, Inglaterra, Holanda e Suécia são os países mais avançados nesse processo em termos acadêmicos. "Na psicologia econômica como um todo", diz.

Especificamente sobre as finanças comportamentais, que são um braço da psicologia econômica, os Estados Unidos lideram a incorporação, tanto no meio acadêmico quanto no prático, de acordo com Nunes.

"Nos Estados Unidos, as certificações profissionais de finanças, como a CFA, incorporam questões de finanças comportamentais nas provas", explica. "No Brasil, o assunto também já é tratado na certificação CGA, da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais)", exemplifica.

Conhecimento ajuda a domar a emoção ao investir - Roberta Scrivano - O Estado de S.Paulo - 4 de out de 2010


03 agosto 2011

Rir é o melhor remédio

Serviço Público
Fonte: Aqui

Termômetro de Insolvência I


Termômetro de Insolvência

Por Alexandre Alcantara da Silva

Visitando o Blog de Stephen Kanitz, achei um texto do mesmo comentando sobre seu termômetro de insolvência: Os Próximos 20 Anos Serão de Ouro II. Neste post Kanitiz destaca o contexto que o motivou a criar o seu conhecido Termômetro de Insolvência:

Estudei em Harvard uma matéria que me encantou: Management of Lending - Administração de Carteiras de Empréstimos.

Era uma matéria difícil que exigia conhecimentos de psicologia, negociação, análise de balanços, análise setorial, lei societária, lei do crédito, crédito e cobrança, lei das falências, enfim uma área em que eu teria poucos concorrentes.

A primeira coisa que fiz ao retornar foi criar o famoso Termômetro de Insolvência, também conhecido como o Termômetro de Kanitz, uma das primeiras experiências de credit scoring no Brasil.

No mesmo post ele cita a divulgação do artigo "Como prever falências de empresas", publicado na Revista Exame, edição de dezembro de 1974. Como bem ele destaca, este exemplar da Revista Exame é uma raridade, vide ao final link para a íntegra do artigo.

De acordo com SILVA (2010, p. 173)

O estado de insolvência de uma empresa pode ser definido como a incapacidade para pagar as suas obrigações financeiras na data de seu vencimento, bem como quando seus ativos forem inferiores ao valor dos seus passivos.

Buscando subsidiar as decisões de concessões de crédito ou mesmo subsidiar decisões estratégicas, alguns modelos têm sido desenvolvidos, e quando associados a outras técnicas de análise tornam-se instrumentos valiosos para permitir a caracterização da situação econômico-financeira das empresas.

Estes modelos têm por objetivo identificar, mediante procedimentos estatísticos (em especial a análise discriminante), a relação funcional entre os índices financeiros e o estado de solvência (lucros, fluxos de caixa, rentabilidade), ou de insolvência (falência, incapacidade de cumprir com as obrigações) de uma organização. Por ter como base a utilização de índices de solvência, rentabilidade e lucratividade, devem ser adequados às características de organizações de um mesmo setor.

Termômetro de Insolvência II


Termômetro de Insolvência

Por Alexandre Alcantara da Silva
(continuação)


Quando escrevi nosso livro de Análise de Balanço (SILVA, 2010) inseri um capítulo por título “Modelos estatísticos de previsão de insolvência”, para o qual obtive boas informações no artigo e na tese de livre docência de KANITZ: "Indicadores Contábeis e Financeiros de previsão de insolvência: a experiência da pequena e média empresa brasileira" (curiosidade: a tese, defendida em 1976, foi toda datilografada. É possível obter uma fotocópia junto a USP, pois é um excelente material para pesquisa). Posteriormente consegui o seu livro "Como prever falências", editado em 1978, onde o tema é apresentado de forma mais simplificada como o seu modelo foi desenvolvido.

No que pese a existência de vários modelos estatísticos para previsão de insolvência, uma coisa é certa e deve ser ponderada: a contabilidade brasileira padece de qualidade em seus balanços, em decorrência de alguns fatores, conforme já era citado por KANITZ (1976, p. 10-12):

a) sistema contábil ineficiente para captar de forma adequada as informações passíveis de escrituração;
b) falta de consciência quanto a princípios contábeis no Brasil, pois não havia à época um órgão que efetuasse pesquisas neste sentido;
c) a adulteração de balanços; e
d) a prática do window dressing (contabilidade criativa).

O cenário não mudou muito desde 1976, grande parte do empresariado brasileiro ainda não vislumbra a contabilidade como ferramenta de gestão, especialmente entre os pequenos e médios empresários. Esperamos que muito em breve nos livremos do jeitinho brasileiro de, na hora da necessidade, elaborar um “balanço perguntado” para satisfazer as necessidades dos analistas de crédito (vide artigo indicado sobre este tema). Alguns afirmam que com a convergência do Brasil às normas internacionais de contabilidade e de auditoria a qualidade das demonstrações contábeis irá melhorar. Esta é outra história, ainda precisa de muita pesquisa para revelar-se verdadeira.

Quando da leitura da tese de livre docência e do livro de KANITZ observei que em ambos, na referência bibliográfica, consta referenciado um livro de Lopes Sá: "Curso Superior de Análise de Balanço". Achei interessante que em uma tese defendida na USP constar uma referência à obra de Lopes Sá (dentre outros autores brasileiros também referenciados como: Arnaldo REIS, Aulos FRANCO, R. M. TREUHERZ, e N.H TUNG).  Intrigado com isto, em uma das conversas que mantive por telefone com o saudoso Prof. Lopes Sá o mesmo me relatou que havia participado anteriormente, em 1973, da banca de Doutorado de Kanitz, ou seja, antes do que ele chamava de conversão da USP ao modelo "estadunidense".

Movido pela curiosidade, eu fui dar uma lida no livro de SÁ sobre Análise de Balanço, onde verifiquei que o mesmo, quando mais jovem foi pioneiro no Brasil na análise de grande volume de balanço de empresas (7.100 balanços entre 1953 a 1957)  com vistas a identificar o perfil ideal de equilíbrio da empresas brasileiras (SÁ, 1977, p. 24-28; SILVA, 2010, p. 18-19 - vide tópico 2.2.1).

Em sua obra SÁ (1977, p. 25 – a primeira edição é de 1953) faz menção aos estudos realizados no início do Séc. XX pelo alemão SCHAMALENBACH, que tentava avaliar o impacto da inflação e do tempo sobre a análise de balanço, declarando a ineficácia das análises das situações estáticas, em contraposição à teoria dualista de SCHMIDT. Os trabalhos destes autores alemães são posteriormente citados por TINOCO (1992) em seu trabalho sobre avaliação patrimonial.

Termômetro de Insolvência III


Termômetro de Insolvência

Por Alexandre Alcantara da Silva
(continuação 2)


Em outro trecho, comentando o resultado de sua pesquisa, SÁ (1977, p.25) expõe:

Quando observamos, por exemplo, as proporções que de­vem ser guardadas entre o volume dos créditos cedidos aos clientes e o dos recebidos de fornecedores, não nos é possível ficar alheios aos pontos de conexão no tempo, relativamen­te aos investimentos e financiamentos em créditos. A im­portância da análise das situações na dinâmica é que nos conduziu à elaboração da teoria da proporção definida dos valores, que chamamos de ponto de equilíbrio do capital (ver nosso livro "O Equilíbrio do Capital das Empresas").

Observamos, pela análise de milhares de balanços, que existem proporções certas nas combinações dos valores de acordo com o giro ou a velocidade dos mesmos no tempo e com o processo da formação do rédito. Enunciamos a primeira das leis a respeito:

"Os valores que se combinam para a formação da estrutura do capital de funcionamento das empresas guardam entre si relações constantes".

Imagine como deve ter sido trabalhoso fazer este levantamento no final da década de 1950 por SÁ e por Kanitz na década de 70.

Ao abordarmos a questão do uso de indicadores setoriais obtidos através de publicações especializadas fizemos um breve comentário sobre a primeira edição da revista EXAME Melhores e Maiores (SILVA, 2010. p. 89 – nota de rodapé), para demonstrar como era complexo trabalhar como tão grande volume de dados antes do advento da microinformática.

A primeira edição da Revista Melhores & Maiores – uma raridade que encontrei na Biblioteca do Senado – saiu em setembro de 1974, sob a direção do Prof. Stephen Kanitz, e foi chamada “Os melhores e os maiores”. A capa destacava que seriam apresentadas as 500 maiores empresas privadas por vendas e as 50 maiores empresas estatais e como se comportou cada setor. No texto de apresentação – “como foi feito” – encontramos uma pérola do “recurso tecnológico” utilizado na elaboração do ranking. Veja uma parte do texto:

“Durante oito meses – a partir de 16 de dezembro de 1973 – foram examinados mais de 10 mil balanços de empresas. Chegou-se, com isso, a uma seleção de 1.600 balanços, que foram então analisados em profundidade. Os dados recolhidos em cada balanço foram passados para cartões de computador, de modo a permitir o processamento eletrônico – único meio de tornar viável um empreendimento de tal porte, em que foram efetuados cerca de 18 milhões de cálculos e consumidas 212 horas de computador.”

Termômetro de Insolvência IV


Termômetro de Insolvência

Por Alexandre Alcantara da Silva

Ao longo dos anos identifiquei vários artigos sobre indicadores de insolvência. Ao final apresento uma seleção de alguns destes artigos. Creio que os mesmos podem ser sugeridos a alunos que desejam fazer uma pesquisa sobre o tema em seu trabalho de conclusão de curso, ou ainda como referência complementar para disciplina de Análise das Demonstrações Contábeis.

Dentre os artigos indicados destacamos:

a)    KASSAI & KASSAI - desvendam o modelo de insolvência de KANITZ, demonstrando como a técnica pode facilmente ser realizada utilizando uma planilha eletrônica, muito mais simples do que a forma adotada por SÁ e KANITZ;
b)    ALTMAN - dois artigos produzidos pelo professor americano, um dos mais citados pesquisadores sobre o assunto, sendo que um dos artigos foi escrito em parceria com dois professores brasileiros; e
c)    BRUNI, FAMÁ e MURRAY - trazem uma avaliação crítica de cada um dos vários modelos desenvolvidos no Brasil.

Caso o leitor tenha material adicional sobre o tema nos enviem (alexandre@alcantara.pro.br), ficaremos gratos.

REFERENCIAS

KANITZ, Stephen Charles. Como prever falências de empresas. Revista Exame. São Paulo: Abril, dez. 1974. Disponível em: http://pt.scribd.com/doc/61123852/ComoPreverFalenciaEmpresa-Kanitz-2> Acesso em: 01 ago. 2011

__________. Indicadores contábeis e financeiros de previsão de insolvência: a experiência da pequena e média empresa brasileira. 1976. Tese (Livre-docente) – Faculdade de Economia e Administração, Universidade de São Paulo, São Paulo.

__________. Como prever falências. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1978.

__________. Os próximos 20 anos serão de ouro II. Disponível em: http://blog.kanitz.com.br/2010/11/os-p.html> Acesso em: 01 ago. 2011

SÁ, Antônio Lopes de. Curso superior de análise de balanço. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1977. 2 v.

SILVA, Alexandre Alcantara. Estrutura, análise e intepretação das demonstrações contábeis. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2010

TINOCO, João Eduardo Prudêncio. Avaliação patrimonial em contabilidade á valores de entrada e saída. Caderno de Estudos nº 06, São Paulo, FIPECAFI, Outubro/1992. Disponível em: http://www.eac.fea.usp.br/cadernos/completos/cad06/avaliacao.pdf> Acesso em: 01 ago. 2011

ARTIGOS INDICADOS

ALTMAN, Edward I. Financial ratios, discriminant analysis and the prediction of corporate bankrupcy. Journal of Finance, v. 23, nº 4, p. 589-609, Sept. 1968.

__________; BAIDYA, Tara K. N.; DIAS, Luiz Manoel Ribeiro. Previsão de problemas financeiros em empresas. Revista de Administração de Empresas. São Paulo, v. 19, nº 1, p. 17-28, jan./mar. 1979. Também disponível em:  http://rae.fgv.br/rae/vol19-num1-1979/previsao-problemas-financeiros-em-empresas >. Acesso em: 01 ago. 2011.

Assaf Neto, Alexandre; RIBEIRO, Evandro Marcos Saidel; RICI, Emerson Tadeu Gonçalves. Cálculo da duration como ferramenta auxiliar aos modelos de previsão de insolvência. Disponível em: http://www.institutoassaf.com.br/downloads/DURATION_MODELOS_INSOLVENCIA.pdf> Acesso em: 01 ago. 2011

Bruni, A. L., Murray, A. D. & Famá, R. (1998). Modelos Brasileiros Preditivos de Risco de Crédito: Um Estudo Exploratório Atual sobre as suas Eficácias. Periódico Tema, número 32, janeiro/junho, pp. 148-167. Disponível em: http://www.infinitaweb.com.br/albruni/artigos/a9801_Tema_Risco_Credito.pdf> Acesso em: 01 ago. 2011

Casa Nova , Silvia Pereira de Castro . SANTOS, Ariovaldo dos. Proposta de um modelo estruturado de análise de Demonstrações contábeis. RAE-eletrônica, v. 4, n. 1, Art. 8, jan./jul. 2005. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/raeel/v4n1/v4n1a04.pdf > Acesso em: 01 ago. 2011
Chuvakhin ,Nikolai; Gertmenian , L. Wayne. Bankruptcy Prediction in the WorldCom Age. Disponível em: http://www.ncbase.com/papers/BP.pdf > Acesso em: 01 ago. 2011

Como foi feito. Brasil em Exame: os melhores e os maiores. Revista Exame. São Paulo, set 1974. p. 4. Disponível em: http://pt.scribd.com/doc/61400153/EXAME-melhores-maiores-1974> Acesso em: 01 ago. 2011

CORRÊA, Ana Carolina Costa; MATIAS, Alberto Borges; VICENTE, Ernesto Fernando Rodrigues . Balanço Perguntado: Uma Metodologia de Obtenção de Demonstrativos Financeiros de Micro e Pequenas Empresas. Disponível em: http://www.ead.fea.usp.br/semead/9semead/resultado_semead/trabalhosPDF/52.pdf> Acesso em: 01 ago. 2011

KASSAI, José Roberto. Balanço perguntado: uma técnica para elaborar relatórios contábeis de pequenas empresas. Disponível em: http://www.humbertorosa.com.br/Banco_de_Artigos/Balanco%20Perguntado/Kassai_Balanco_Perguntado_Uma_Tecnica_Para_Elaborar_Relatorios_Contabeis.pdf> Acesso em: 01 ago. 2011

KASSAI, José Roberto; KASSAI, Silvia. Desvendando o termômetro de insolvência de Kanitz. EnANPAD 1998. Disponível em: http://www.anpad.org.br/evento.php?acao=trabalho&cod_edicao_subsecao=53&cod_evento_edicao=2&cod_edicao_trabalho=3552> Acesso em: 30 dez. 2006

MATIAS, Alberto Borges. SIQUEIRA, José de Oliveira. Risco bancário: modelo de previsão de insolvência de bancos no Brasil. Revista de Administração USP. São Paulo v. 31, n. 2, p. 19-28, abril/junho 1996 Disponível em: http://www.rausp.usp.br/busca/artigo.asp?num_artigo=155 > Acesso em: 01 ago. 2011

Sanvicente, Antônio Zoratto; Minardi, Andrea Maria A. F. Identificação de indicadores contábeis significativos para previsão de concordata de empresas. Outubro de 98. Disponível em: http://www.risktech.com.br/PDFs/indicadores_concordata.pdf  Acesso em: 01 ago. 2011


BRAGA, Roberto; MARQUES, José Augusto Veiga da Costa. Análise dinâmica do capital de giro: Modelo Fleuriet. Revista de Administração de Empresas. São Paulo v. 35, n. 3, p. 46-63, maio/jun. 1995 Disponível em: http://rae.fgv.br/rae/vol35-num3-1995/analise-dinamica-capital-giro-modelo-fleuriet> Acesso em: 01 ago. 2011

Gimenes, Régio Marcio Toesca; Uribe-Opazo, Miguel Angel. Previsão de Insolvência de Cooperativas Agropecuárias por Meio de Modelos Multivariados. Rev. FAE, Curitiba, v.4, n.3, p.65-78, set./dez. 2001 65. Disponível em: http://www.fae.edu/publicacoes/pdf/revista_da_fae/fae_v4_n3/previsao_de_insolvencia.pdf> Acesso em: 01 ago. 2011

Teste 509


A crise espanhola pode ter desdobramentos “interessantes”. Se um dos bancos espanhóis, o Bankia, tiver problemas financeiros, as pessoas irão olhar os empréstimos realizados pela instituição. Um dos empréstimos concedidos pelo Bankia foi realizado para que _______ fizesse um conjunto de transações milionárias, sendo dado em garantia certos “ativos”. Isto significa dizer que ______ é uma garantia na operação.

Hola! - fotografia
Museo del Prado - Goya
Real Madrid - Cristiano Ronaldo

Resposta do Anterior: Will Schuester, cujo personagem chegou a pensar de “desistir do seu sonho” e ser contador. 

Confusão

Hoje, gastos fixos - como salários, previdência, dívida e repasses a Estados e municípios - consomem R$ 9 de cada R$ 10 que o governo arrecada. Resta apenas R$ 1 para investir. (Estudo vê Dilma de ''mãos amarradas'' - Segundo levantamento, a cada R$ 10 arrecadados pelo governo, R$ 9 são gastos com despesas fixas e sobra apenas R$ 1 para investir - Lu Aiko Otta – Estado de S Paulo, 1 de agosto de 2011 – A6)

A intenção era boa, mas houve uma grande confusão entre gastos fixos, despesas fixas, investimento, despesas de custeio, etc.

Bloqueio de escritor: Depressão

Bloqueio de escritor: Depressão - Por Isabel Sales

Dizem que o bloqueio de escritor ocorre quando tentamos escrever antes de estarmos preparados. Quando você está escrevendo um trabalho de pós-graduação e passa por um bloqueio provavelmente está tentando escrever em prosa sem ter uma clara ideia do que pretende transmitir ou a estrutura com a qual deseja trabalhar.

No livro ”Demystifying dissertation writing” a autora Peg Boyle Single, Ph. D, descreve alguns motivos para que tenhamos o tal bloqueio de escritor. Pode ser em consequência ao seu perfeccionismo, procrastinação, impaciência, depressão. Pretendo falar sobre todos, em tempo, mas hoje vou focar a depressão.

De uma forma geral, estudantes parecem experimentar dois pontos mais baixos quando estão cursando a pós-graduação. O primeiro ocorre por volta do primeiro semestre. Como é de se esperar, cursos de pós-graduação são geralmente mais exigentes que os de graduação. Alunos que são excelentes na graduação são desafiados a um novo nível de desempenho. Estudantes que estiveram no topo de suas turmas estão agora na média. Assim, muitos alunos de mestrado mencionam largar durante as provas do final do primeiro semestre. Inclusive a autora do livro.

Peg conta que nunca se esquecerá da conversa que teve com seu pai, algo como: “pai, vou largar o curso de mestrado”. Ele abaixou o jornal, olhou pra ela e falou: “tudo bem. Apenas termine esse semestre e atualize o seu currículo. Você poderá conseguir um emprego como contadora”.

Silêncio. Ela havia voltado para a pós-graduação por querer uma alteração profissional. Ela tinha um grau de bacharel em contabilidade e após alguns anos trabalhando na área, percebeu que nunca seria feliz gastando suas horas de trabalho como uma contadora ou auditora. Quando conduziu entrevistas com alunos do primeiro ano da pós-graduação para a sua dissertação, percebeu que muitos consideraram largar ao fim do primeiro semestre também. Eles estavam estudando para provas finais e terminando trabalhos que os desafiavam muito além do que havia antes conhecido.

Peg terminou o primeiro semestre e considerou as suas opções durante as férias. Ela não atualizou seu currículo e voltou para a universidade no semestre seguinte. Uma ótima decisão. Apesar de ainda utilizar seu aprendizado contábil, é mais feliz investindo o seu tempo escrevendo e lecionando ao invés de reconciliando contas e auditando registros.

O segundo ponto baixo experimentado pelos alunos é logo antes da dissertação. A camaradagem é mínima. O alicerce fornecido pela estrutura do curso se foi. A única coisa a perseguir é um projeto em longo prazo. Frequentemente nesse momento os alunos experimentam o isolamento. Esse é o horário nobre para que a depressão venha rastejando e a falta de ânimo o impeça de prosseguir na dissertação. O apoio social é de grande importância durante um tempo como esses.

Peg iniciou seu próprio suporte social quando estava finalizando a sua dissertação. Ela pediu que três outros alunos se juntassem a ela em uma atividade semanal de escrita em grupo. Cada reunião era em sua mesa de café da manhã, um do grupo compartilhava seu trabalho por meia hora. Essa pessoa poderia enviar seu trabalho por e-mail ao resto do grupo antecipadamente para que todos pudessem revisar e dar retornos pontuais. Mais tarde o grupo compartilhava seu progresso da semana. Todos completaram a dissertação em tempo oportuno.

Muitas vezes o suporte social pode deter ou te tirar da depressão ou disforia, mas nem sempre. Se a depressão ou a disforia se tornar um obstáculo para você, procure ajuda profissional. A pós-graduação é estressante, assim como trabalhar no seu projeto de dissertação e contemplar a vida após o término do curso. Se você quiser procurar um terapeuta, pode ir ao centro de aconselhamento da sua universidade ou obter uma recomendação do seu médico principal ou de outros alunos do seu curso. Se você precisar de ajuda, por favor busque-a. Não trate isso de forma leviana.

Posteriormente falaremos de outros obstáculos.

Currículos criativos







Fonte: aqui (clique na imagem para visualizar melhor)

02 agosto 2011

Rir é o melhor remédio

Piadas sobre a Goldman Sachs

Você está dizendo "fraude" como se fosse uma coisa ruim – David Letterman

8,7 bilhões dólares do nosso dinheiro desapareceu no Iraque! Eu nem sabia que eles tinham uma Goldman Sachs por lá. - Jay Leno

Por que os funcionários do governo fizeram uma ação civil contra o Goldman Sachs? Isso só vai ser embaraçoso daqui a alguns anos, quando todos vão voltar a trabalhar na Goldman Sachs. - Stephen Colbert

Bem, o governo disse hoje que os piratas somalis detidos sob custódia dos EUA serão trazidos para cá e eles serão julgados por um júri de seus pares. Então, eu estou supondo que é da Goldman Sachs, não? - Jay Leno

Um homem só é fiel as suas opções - Chris Rock

O presidente Obama fez sua declaração de imposto hoje. Ele não deve muito em impostos. Ele tem um monte de dependentes. Ele tem sua esposa, duas filhas, AIG, General Motors, Goldman Sachs. - Jay Leno

A propósito, todas as piadas desta noite foram apresentadas por nossos amigos da Goldman Sachs. Então você não precisa se preocupar, eles ganham dinheiro se você rir ou não... - Presidente Obama

Na semana passada, o presidente Obama fez um discurso em Nova York, sobre seu plano para a reforma das regras em Wall Street, você sabia? E num momento embaraçoso, quando o chefe do Goldman Sachs estava passando pela segurança, ele foi convidado para esvaziar os bolsos e cinco senadores republicanos cairam. - Jay Leno

Links

História: A importância da Aula de Comércio no desenvolvimento da contabilidade em Portugal

Ouro é seguro?

A equação do Logo de Batman 

Empresa de Petróleo da China compra vinhos

Teoria do Gás e os problemas financeiros de um jogador de futebol

Photoshop: os piores momentos

A beleza da matemática

Teste 508

Este personagem de uma série de sucesso chegou a pensar em ser contador antes de assumir sua profissão atual:

ex-ladrão e falsificador Neal Caffrey, de White Collar
físico teórico Sheldon Cooper, do The Big Bang Theory
professor de espanhol Will Schuester, do Glee

Resposta do Teste Anterior: Eliseu Martins.

Impacto de mudanças na economia dos EUA

O mercado internacional está com os olhos fixos na decisão que o Congresso dos Estados Unidos precisa tomar até esta terça-feira (2) sobre a elevação do teto da dívida pública do país. A medida, em discussão há meses, é defendida pelo presidente Barack Obama para evitar calote aos credores externos. Professores da Universidade de Brasília dizem que aumentar o limite do endividamento é inevitável, mas informam que a decisão trará consequências para muitos mercados, incluindo o brasileiro.

O Brasil é o quinto maior credor da dívida americana. O país tem hoje cerca de US$ 210 bilhões em títulos do tesouro dos Estados Unidos. Apesar de remota, a possibilidade de não pagamento da dívida abalaria a economia nacional. “Haveria grande impacto nas contas brasileiras. O crédito seria encarecido e o país passaria a contar com menos reservas”, explica Adriano Benayon do Amaral, professor aposentado de Economia Internacional do Instituto de Ciência Política. Na análise do especialista, o calote poderia dificultar a oferta de capital e afetar o setor produtivo com o esfriamento do consumo e, em conseqüência disso, com retrações no mercado de trabalho.

Adriano Benayon lembra que, além de aumentar o teto da dívida, os congressistas americanos discutem cortes nos gastos públicos para evitar o calote. “Os conservadores querem cortes com os gastos sociais. O que seria penoso para os idosos e para a seguridade social”, diz. Com menos dinheiro em circulação na maior economia global, as exportações brasileiras também seriam comprometidas. Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior apontam que, na última década, os Estados Unidos foram responsáveis pela compra de 16% de tudo o que o Brasil vendeu para fora.

O chefe do Departamento de Economia, Joaquim Pinto de Andrade, considera “fora de questão” a declaração de um calote. Ele diz que o congresso deve selar um acordo para afastar o risco. “De todo modo, a ameaça já foi muito ruim para todo mundo”, avalia. Ele considera que o episódio põe em xeque o papel hegemônico dos Estados Unidos e aponta a queda de credibilidade do país, classificado como bom pagador pelas agências internacionais. “Os países emergentes passarão a ocupar um papel ainda mais importante após a crise e devem aumentar a participação na economia mundial”, conclui.

Motivações políticas também interferem no momento econômico americano, segundo o professor de Direito Econômico, Marcos Faro de Castro. “O problema envolve as pretensões políticas dos republicanos que lutam contra a reeleição de Obama”, afirma. Segundo ele, qualquer que seja a decisão dos parlamentares, a desconfiança sobre a economia dos Estados Unidos tende a permanecer. “A medida é evitar o calote, mas pode não evitar o rebaixamento do triplo A americano”, diz em referência da classificação máxima conferida pela agência internacional Moody’s aos países que cumprem seus compromissos econômicos.

O economista Newton Marques, professor do Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares, considera inevitável o corte dos gastos nas despesas públicas norte-americanas. Ele diz que a diminuição de aportes na área social pode ser "um caos” nesse momento de crise, mas enxerga como positiva a possível redução com gastos militares. “Provavelmente os Estados Unidos terão que retirar suas tropas de alguns países e gastar menos com armamentos, o que seria um benefício para humanidade”.

A dívida americana chegou a US$ 14,3 trilhões em maio, valor máximo estabelecido pelo Congresso. A intenção dos governistas é ampliar esse teto em mais de US$ 2 trilhões e cortar gastos públicos de forma gradual para refrigerar a economia americana. O presidente Barack Obama tem feito apelos sistemáticos nas últimas semanas para que os parlamentares adotem as medidas necessárias para evitar “uma crise profunda” que seria fruto de um comportamento “imprudente e irresponsável”.


Fonte: Hugo Costa - UnB Agência

Dispersão da Beleza


A existência de sítios de relacionamento tem gerado pesquisas interessantes. Com uma extensa base de dados, alguns pesquisadores encontraram uma fonte quase “inesgotável” para novos achados. Uma destas pesquisa foi destaque em vários endereços da internet recentemente. (aqui e aqui, por exemplo)

O gráfico abaixo foi obtido no sítio do OK Cupid, um endereço de encontros na internet. De um lado, o número de mensagens recebido pelas mulheres. No eixo horizontal, a nota dada para sua “atratividade”.


É perceptível que quanto maior a atratividade, maior o número de mensagens. Mas existe um ponto interessante: uma mulher com uma nota elevada para sua aparência pode receber poucas mensagens! A foto abaixo mostra duas mulheres com notas parecidas de atratividade: 3,4 e 3,3. A segunda mulher recebe muito mais mensagens que a primeira. Qual a razão?

A explicação está na própria figura. A mulher do lado esquerdo recebe muitas notas “quatro”, alguns “três” e “cinco”, mas poucas notas reduzidas. Ou seja, existe um certo consenso que ela é bonita. Já a mulher do lado direito recebeu muitas notas “cinco” e “um”. Ou seja, existe divergência se ela é bonita ou não. Mas é ela que recebe mais mensagens dos potenciais candidatos: 2,3 vezes a média, enquanto a mulher do lado esquerdo recebe 0,8 vezes a média.

Parece existir algo curioso aqui: quanto mais os homens discordam da beleza de uma mulher, mais ela recebe mensagens dos pretendentes. O gráfico abaixo ilustra o número de mensagens em relação a média (eixo vertical) e a diferença de opinião dos homens, conhecida na estatística como dispersão. Quanto maior a dispersão, ou seja, quanto maior a diferença de opinião sobre a atratividade de uma mulher, maior o número de mensagens.

Qual a possível explicação desta “incoerência”? Se o leitor assistiu o filme sobre a vida de NashUma Mente Brilhante, deve lembrar-se de uma cena em que ele vai ao bar com alguns amigos. Na mesa oposta, um grupo de mulheres, onde se destacava uma muito bonita. Nash explica que a melhor estratégia é abordar a segunda mais bonita, não a mais bonita. Como todos os homens estarão interessados no maior “prêmio”, a concorrência para a segunda mais bonita é menor e as chances de sucesso são maiores. Trata-se de uma situação típica da Teoria dos Jogos.

O mesmo pode ser aplicado aos achados do sítio de relacionamento. Se um homem estiver interessado na morena da direita e ele suspeitar que outros fossem achá-la pouco atraente, isto significa menos concorrência. A chance de ela receber uma mensagem aumenta. A loura da esquerda será considerada “bonita” por quase todo mundo; um homem pensaria que o número de mensagens que ela recebe é grande e sua chance é pequena.

De posse disto, como a mulher pode aumentar o número de mensagens? Apesar de a atratividade ser difícil de ser mudada, a mulher pode influenciar na dispersão. A sugestão é interessante: utilizar algo que nem todos os homens gostam e destacar isto na foto. Por exemplo, uma tatuagem. Nem todos os homens admiram uma mulher com tatuagem. Ao colocar a foto destacando a tatuagem, isto provavelmente irá aumentar a dispersão.

Parecer do auditor


Os  Estados Unidos estão discutindo mudanças nos relatórios dos auditores. Entre as alterações, destaca-se:

a) Uma narrativa onde o auditor pode discutir questões relevantes, como riscos identificados. A idéia é facilitar o parecer do auditor. Este texto denomina-se Auditor’s discussion and analysis (AD&A).

b) Destaque maior para os parágrafos de ênfase, onde os assuntos mais significativos são tratados.

c) Maior responsabilidade sobre informações fora das demonstrações contábeis, incluindo o Relatório de Administração e outras informações.

d) Esclarecimento sobre a responsabilidade do auditor, esclarecendo linguagem e conceitos.

A nudez de Wall Street

A nudez de Wall Street - Por Isabel Sales

Três pessoas foram detidas pela polícia por volta das sete horas da manhã de segunda-feira (1/8) quando apareceram brevemente em vários estados de nudez em frente à Bolsa de Valores de Nova Iorque em Wall Street. Os réus, dois homens e duas mulheres, participavam de um trabalho de arte-em-lugares-específicos, “Ocularpation: Wall Street”, que exigia que eles ficassem pelados por cerca de cinco minutos.

A obra, criada pelo artista Zefrey Throwell, envolveu 50 pessoas representando as várias ocupações de Wall Street – corretores, secretárias, zeladores, tia do cafezinho – e dramatizando brevemente seus papéis antes de se despir ao longo da avenida. A ideia, segundo o Sr. Throwell, é expor as realidades do trabalho na artéria financeira da nação como um comentário sobre o estado da economia, apesar de que a maioria dos passantes apenas viu ‘pele’. “Ele está pelado!!! Deus tenha misericórdia” disse uma senhora, ao observar um 'artista' se despir de seu terno.

Leia (e veja) mais aqui (em ingles).

Contribuição dos Doutores


Consultanto 125 doutores titulados até 2005, uma pesquisa encontrou que:

Cerca de um terço deles nunca publicaram um artigo científico em periódicos ou eventos ou, se o fizeram, foi feito antes de 31/12/2004. Quanto às participações em atividades vinculadas à academia, evidencia-se o quadro de total concentração dessas atividades nas mãos de pouquíssimos doutores. A conclusão é que as retribuições que os doutores em Ciências Contábeis deveriam estar trazendo para a ciência, principalmente por terem estudado em uma instituição pública, não têm correspondido às expectativas.


Acredito que as duas principais explicações para este fato são:
(a) no passado, a pressão por publicação era muito menor.
(b) nem todos os doutores possuem a vocação para pesquisa e publicação. Alguns serão excelentes consultores, outros professores.

Polar


Num dos maiores escândalos financeiros da história do Chile, uma única rede de lojas de departamento conseguiu lesar 12% das famílias do país, colocando em cheque auditorias internacionais, ameaçando os pilares do sistema privado de previdência e trincando a vitrine liberal do primeiro presidente de direita a assumir democraticamente o governo do país em 50 anos.


A estratégia da Polar, uma das maiores lojas de departamento do Chile, consistia em, primeiro, dar crédito fácil a quem não podia pagar. Em seguida, as dívidas de clientes inadimplentes eram renegociadas ou repactuadas unilateralmente, várias vezes, com inúmeros encargos. Nos casos mais graves, a loja multiplicava essas dívidas em mais de 30 vezes, sem o consentimento do cliente. Em menos de um ano, 418.826 chilenos foram lesados. Mas o estrago pode ser muito maior - além das vítimas do crediário, milhares de donos de ações da Polar também acabaram pagando a conta, entre eles, fundos privados de pensão.


(...) Com a descoberta tardia da fraude, a queda nas ações da Polar foi uma questão de tempo. Em pânico, a Bolsa de Santiago suspendeu as vendas dos papéis por uma semana. Os acionistas eram iludidos por um truque da empresa, que apresentava milhares de "dívidas morosas" (que ela não tem expectativa de receber) como "dívidas vigentes". Isso era possível graças à maquiagem das renegociações. Com isso, a Polar parecia mais saudável do que realmente era. (...)

O Castelo de cartas da chilena Polar - Estado de S Paulo - 27 de julho de 2011 - N3

Música


Analisando mais de 4200 músicas que ficaram no top tem da Billboard, desde a década de sessenta até hoje, Shaun Ellis e Thomas Engelhardt chegaram a algumas conclusões interessantes

As músicas possuem em torno de 250 segundos, ou um pouco mais de 4 minutos. Mas existe uma tendência a aumentar ao longo do tempo


A DanceAbility tem aumentado no tempo.


A guerra de volume realmente existe: cada vez mais o som é mais alto:

01 agosto 2011

Rir é o melhor remédio

Fonte: aqui

Teste 507


Um pesquisador brasileiro está presente no último número da prestigiosa Accounting Review, fazendo uma resenha de um livro sobre a contabilidade. Qual é este pesquisador, bastante conhecido de toda a comunidade contábil brasileira?

Resposta do Anterior: Não é gasto e sim despesa. 

Onde moram as mulheres estressadas?

Onde moram as mulheres estressadas? - Por Isabel Sales

Uma pesquisa divulgou que na Índia as mulheres são mais estressadas que em outros países. Mas elas não estão sozinhas. Veja a lista a seguir:

1) Índia (87%)

2) México (74%)

3) Rússia (69%)

4) Brasil (67%)

5) Espanha (66%)

6) França (65%)

7) África do Sul (64%)

8) Itália (64%)

9) Nigéria (58%)

10) Turquia (56%)

11) Grã-Bretanha (55%)

12) Estados Unidos (53%)

13) Japão (52%)

14) Canadá (52%) // Austrália (52%)

15) China (51%)

16) Alemanha (47%)

17) Tailândia (45%) // Coreia do Sul (45%)

18) Malásia (44%) // Suécia (44%)

Por que tantas pessoas compram casas maiores quando se aposentam?

Por que tantas pessoas compram casas maiores quando se aposentam? - Por Isabel Sales

Antigamente os aposentados aproveitavam essa fase para se mudar para um lugar com o clima agradável, para uma casa menor, com menor necessidade de reparos e cuidados. Todavia, atualmente os aposentados trocam suas casas por outras maiores e por perto de onde residiu em sua fase adulta.

Pondera-se que uma das justificativas para isso seria o maior poder aquisitivo, possibilitando aos indivíduos comprarem casas maiores. Ou talvez o fato de a expectativa de vida ter aumentado, fazendo com que os cidadãos de terceira idade ainda se sintam dispostos a trabalhar de outras formas que não em seu emprego original, os incentive a continuar em sua vizinhança.

Outra hipótese aceitável é que uma casa grande próxima da residência dos filhos adultos poderia atrair visitas mais frequentes dos netos. Com o divórcio e os novos casamentos sendo uma ocorrência comum nas últimas décadas, é comum uma família com seis ou mais avós e avôs, incluindo-se aí os pais dos padrastos. A demanda por visitas dos netos aumentou, mas a oferta de visitas não. Portanto, os avôs talvez esperem aumentar sua quota de visitas se construírem uma casa espaçosa, atraente, num local conveniente.

Mais uma possibilidade seria o fato de que os filhos não mais saírem cedo de casa, ou logo que o segundo grau acaba, como em outros países. Assim, mesmo que os pais aposentem, querem continuar a ter casas grandes e luxuosas para garantir que seus filhos queiram ficar sob seus cuidados por muito tempo. Tendo em vista o poder aquisitivo dos jovens, compensa mais economizar o aluguel e morar com os pais a buscar a independência nesse aspecto. Deste modo, quanto mais confortável e acolhedora a casa, maior será o salário mínimo exigido para que um filho considere sair de casa algo recompensador.

Adaptado de: FRANK, R. H. O naturalista da economia. Rio de Janeiro: Best Business, 2008.

Ratings dos Títulos

Fonte: aqui

Big Four no Reino Unido


O Office of Fair Trading (OFT), da Inglaterra, está recomendando uma "investigação exaustiva" sobre a competição nas empresas de contabilidade.

A KPMG reagiu dizendo que já existe concorrência baseada no mercado.

A Deloitte a princípio concorda com medidas para melhorar a concorrência, sem perder a qualidade, prejudicar o Reino Unido como local de negócios.

PwC afirmou que o mercado é competitivo.

A Ernst & Young apóia as medidas, desde que a restrição não fique somente para as Big Four.

Gerenciando hospitais


Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos tentou determinar se a gestão de um hospital por parte de um médico produz melhores resultados que uma organização gerenciada por um administrador profissional.

Comparando indicadores de desempenho dos dois grupos de hospitais (chefiados por médicos x chefiados por administradores), Amanda Goodall, a autora do estudo, encontrou que o primeiro grupo são de organizações com melhores índices.

Entretanto, boas organizações devem ser avaliadas ao longo do tempo, não de forma estanque. Este é um ponto não considerado na referida pesquisa, o que enfraquece as conclusões obtidas.

Viciados em parcelar


Os programas especiais de parcelamento de dívidas criados pelo governo nos últimos 11 anos criaram uma legião de viciados em renegociações. Empresas e pessoas físicas em débito com a Receita Federal e Previdência Social têm pago apenas as primeiras parcelas e depois abandonam os pagamentos à espera de novo perdão e nova renegociação. A estratégia tem funcionado. Desde 2000, já foram lançados quatro parcelamentos e as dívidas nunca são quitadas. (...) 


(Fisco cria viciados em parcelar dívidas - Estado de S Paulo, 15 de julho de 2011, p. B1)