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10 fevereiro 2011

Discurso do Futuro presidente do Iasb III


Apesar das aparências que as regras são feitas por um punhado de europeus influentes que gostam de brincar com regras de contabilidade, ele insistiu que o IASB é um grupo multinacional em que todos têm o que dizer. Ou melhor, ele insistiu que ele vai tentar garantir que o IASB seja percebido como tal

What’s on Incoming IASB Chairman Hans Hoogervorst’s Plate? - ADRIENNE GONZALEZ – Going Concern

Discurso do Futuro presidente do Iasb

A seguir, as palavras mais usadas no discurso do futuro presidente do Iasb:

Wordle: Hans hoogervorst addresses

A figura mostra a importância da palavra transparência. Destaco também a palavra estabilidade.

Discurso do Futuro presidente do Iasb II

O futuro presidente do Iasb, Hans Hoogervorst, falou em Bruxelas sobre objetivos das demonstrações contábeis para o European Commission Conference on the Financial Reporting and Auditing. O discurso inicia-se com duas questões que, segundo HH, dominou os debates nos últimos três anos: quem é o usuário preferencial?; e as demonstrações devem servir para transparência ou para estabilidade financeira?

Quanto a primeira pergunta, do usuário preferencial, HH afirma que a discussão é se as demonstrações são para os investidores ou devem servir a um público mais amplo, incluindo reguladores. (Aqui, a citação dos reguladores não é gratuita, já que existe uma pressão na Europa para focar as demonstrações para fins regulatórios.) Para HH são os investidores o alvo prioritário:

Escusado dizer que as demonstrações financeiras são mais relevantes para os investidores. Afinal de contas, demonstrações contábeis nasceram da necessidade de dar aos investidores informações adequadas sobre a empresa para o qual está fornecendo o capital.


Mas para HH as informações contábeis devem ser confiáveis. E esta característica seria fundamental para a economia de mercado global, sendo portanto de “interesse público”. HH lembra que na constituição da Fundação IFRS o “interesse público” está presente no parágrafo primeiro.

Com respeito a segunda questão, HH ressalva que os termos transparência e estabilidade aparecem como conflitantes. Afirma HH

Acho que isso é essencialmente uma contradição falsa. Em minha opinião, é evidente que transparência é uma condição necessária de estabilidade.


Para HH, as normas de contabilidade devem ter um papel importante tanto na estabilidade, proporcionando máxima transparência.

Mais genericamente, a transparência não vem sempre espontaneamente para um setor que é tão vulnerável como o do setor financeiro.


HH lembra que Paul Volcker, presidente do banco central dos EUA, escondeu o fato de que o setor financeiro do seu país estava quebrado durante a crise da dívida latino-americana, e que ele conseguiu um tempo para que os bancos pudessem arrumar seus balanços.

Após responder as duas questões, HH comenta sobre a relação entre a independência e responsabilidade no estabelecimento dos padrões de contabilidade. HH comenta sobre a pressão dos grupos de interesses e o fato de que a contabilidade possui grau elevado de subjetividade. Para ele, a contabilidade deve ser sensível aos interesses dos negócios, mas independente dos interesses especiais.

A independência é essencial pré-condição para a confiança do público na definição dos padrões de contabilidade.


Para obter a independência, HH apresenta quatro maneiras de reforçar a aceitação das IFRS: qualidade do trabalho do Iasb; assegurar que o processo de normatização seja transparente e participativo; rápida mudança nas normas, quando for necessário; existência de um sistema de accountability.

A todo o custo devemos evitar a impressão de que a Fundação IFRS é dominada por um pequeno grupo de países.

P/L nos emergentes

O gráfico

mostra o índice P/L dos mercados emergentes. Este índice relaciona o preço da ação pelo lucro por ação. Quando o mercado está valorizado, o preço da ação geralmente está num patamar muito superior ao lucro por ação. Desta forma, quanto maior o índice P/L, mais valorizado estará o mercado.

Pelo gráfico é possível perceber que os mercados mais valorizados são Colômbia e Chile. Rússia e Hungria são mercados menos valorizados. Para o investidor internacional, valores menores de P/L são as oportunidades de investimentos.

Auditoria na folha de pagamento

Segundo ela [ministra do Planejamento, Miriam Belchior], o primeiro foco do ajuste fiscal será na folha de pagamentos, um dos maiores gastos da União [1]. Para tanto, o governo contratará junto à Fundação Getúlio Vargas (FGV) [2] uma auditoria externa [3] na folha de pagamentos para detectar incorreções.

Para isso, haverá um sistema de alerta que avisará quando ocorrer desvios em relação aos parâmetros estabelecidos para os gastos com a folha. Além disso, um outro sistema investigará indícios de irregularidades, como a acumulação de cargos e aposentadorias. De acordo com Miriam, 13 Estados já cooperam com o sistema, que realizará cruzamentos semestrais das informações.

Folha de salários do governo será auditada pela FGV - Por Eduardo Rodrigues, Adriana Fernandes e Renata Verissimo

[1] Isto inclui o judiciário e o legislativo. Será que irão conseguir?
[2] O governo já definiu quem irá contratar. Ou seja, haverá dispensa de licitação. Como a FGV é forte no governo público.
[3] A FGV fazendo auditoria externa? Faz sentido?

09 fevereiro 2011

Fotografias

É difícil não se apaixonar pelas fotos abaixo






Rir é o melhor remédio


Herói

Por que demora tanto o processo de liquidação de bancos no Brasil?

Volta e meia a imprensa econômica traz notícias sobre a gestão dos liquidantes dos bancos Econômico ou Nacional. Mas espera: o Econômico quebrou em 1994, o Nacional em 1995, São mais de cinco mil dias depois do problema. Afinal, o que explica o longo tempo entre a liquidação e a “última pá de cal”?

Temos algumas hipóteses para explicar isto. Primeiro lugar, a nossa legislação para liquidação é muito ruim para os credores das entidades que quebram. Isto significa que o sistema jurídico não garante, de forma adequada, os direitos de propriedade. Este quesito, por sinal, faz com que nosso país ainda seja analisado de forma negativa no seu risco.

Aliado a isto, o judiciário brasileiro permite que recursos e mais recursos sejam apresentados, na idéia de garantir “ampla defesa aos acusados”. Besteira, obviamente.

Mas os dois aspectos acima não seriam relevantes se não existisse o interesse dos antigos donos. Eles sabem que o sistema jurídico brasileiro não é bom e tentam se aproveitar disto. Notícia recente do Valor Econômico mostrava que uma nova norma do Banco Central, reduzindo o valor dos passivos das instituições em liquidação, poderia fazer com que alguns ex-banqueiros recebessem dinheiro das empresas que quebraram. (Banqueiros podem embolsar garantias, Valor Econômico, 21 jan 2011, Murilo Camarotto e Fernando Travaglini).

Mas existe uma explicação alternativa. O liquidante recebe mensalmente pelo trabalho que está fazendo. Mas esta remuneração induz a incentivos errados. Se um trabalho de liquidação durar um ano, o liquidante irá receber doze vezes o salário mensal. Se ele ficar 180 meses na função, como é o caso dos bancos citados, serão 180 salários que irá receber. Quanto mais tempo durar o processo de liquidação, mas vantajoso será para o liquidante. Para se ter uma idéia, considere com salário mensal de R$15 mil para um liquidante. Trabalhando 180 meses, isto significa que o liquidante embolsou no período 2,7 milhões. Uma quantia bastante razoável.

Isto obviamente não significa que os liquidantes sejam desonestos. Mas como os agentes econômicos reagem aos incentivos, a demora num processo de liquidação é algo esperado.
Uma forma que reduzir este tempo é remunerar o liquidante pela tarefa, não pelo tempo de trabalho.

Teste 427

As empresas Ambev, Casas Bahia, Hyundai Cacoa e Unilever (Omo e Seda). A maior anunciante gastou R$3 bilhões em 2010 em propaganda e publicidade. Depois, 1,9 foi o valor gasto pela empresa vice-líder em gastos. O terceiro e quarto posto gastaram 1,3 e 1,2 bilhão. Você saberia a ordem destas empresas em gasto?

Resposta do Anterior: 3,6%. Fonte: aqui

Impostos para Sílvio

A venda do banco Panamericano deve gerar uma conta de cerca de R$ 1 bilhão em tributos federais para o apresentador Silvio Santos, segundo cálculos de técnicos escalados pelos maiores banqueiros do País para cuidar da venda, de acordo com reportagem publicada pelo jornal Folha de S. Paulo desta quarta. A publicação diz ainda que a fiscalização da Receita Federal entende o cálculo da mesma forma.

Segundo o jornal, a origem da obrigação fiscal é a diferença entre o preço aplicado pelo Fundo Garantidor de Créditos no Panamericano e o valor de venda do banco. O FGC emprestou R$ 3,8 bilhões à holding do Grupo Silvio Santos para cobrir os déficits da instituição financeira. No entanto, Silvio Santos vendeu o banco para o BTG Pactual por R$ 450 milhões. Na negociação, ficou firmado que essa quantia irá para o FGC e que o apresentador ficará livre integralmente da dívida com o fundo
(Fonte: Terra)

A Entidade e o Panamericano

Análises contábeis feitas por auditores da Deloitte e da Price, a pedido do Fundo Garantidor de Créditos, não encontraram desvios de recursos no banco PanAmericano. O banco teve um rombo de R$ 4,3 bilhões, mas a diretoria não tirou dinheiro da instituição, segundo os estudos feitos até agora.

O rombo foi resultado de má administração, de acordo com esses técnicos. A manipulação da contabilidade era uma forma de esconder o buraco de R$ 4,3 bilhões, não os desvios.

Na interpretação dos profissionais que estão analisando as contas do banco, os diretores do PanAmericano que foram afastados em novembro, quando foi anunciado o rombo de R$ 2,5 bilhões, tiraram recursos de outras empresas do grupo.

A estimativa inicial é que os ex-diretores do PanAmericano tenham tirado cerca de R$ 100 milhões das empresas não financeiras do grupo. (Auditores não acham desvio no PanAmericano - Mario Cesar Carvalho - Folha de Sao Paulo - 4 fev 2011)

O texto afirma que não ocorreu desvio: a diretoria simplemente retirou dinheiro de outras empresas do grupo para cobrir o rombo. Mas e o princípio da entidade, onde fica? Pela entidade, isto é um desvio de recurso. Os auditores da Deloitte e Price realmente afirmaram isto?

Vale do Rio Doce

A figura mostra que a maior empresa exportadora brasileira é a Vale do Rio Doce, seguida pela Petrobras. A Bunge, uma multinacional presidida por um brasileiro, aparece em terceiro. Em quarto, a Embraer, que exporta muito, mas também é uma importadora de peso. A Embraer é a primeira empresa de tecnologia em termos de exportação. A maioria das exportadoras são empresas do setor primário. Isto é um sinal de que o país continua sendo uma economia pouco desenvolvida em termos industriais.

Auditoria em filmes

O cineasta Michael Moore denunciou os donos do estúdio The Weinstein Company por apropriação indevida de vários milhões de dólares gerados pelo documentário "Fahrenheit 11 de Setembro", segundo informou nesta terça-feira o "Los Angeles Times".

O conhecido diretor americano vencedor de um Oscar por "Tiros em Columbine" (2002) acusou os irmãos Harvey e Robert Weinstein de falsificarem as contas do lucro do filme e ficaram com pelo menos US$ 2,7 milhões que supostamente eram de direito dele.

(...) Larry Stein, que representa os interesses de Moore, assegurou que a denúncia chegou depois que um auditor independente estudasse as contas de "Fahrenheit 11 de Setembro". "Esta é a primeira vez que Michael Moore denunciou alguém em seus 20 anos de carreira como diretor. Isso deveria ser um indicativo de que é algo sério. A quantia de US$ 2,7 milhões é o que descobrimos até agora. Não me surpreenderia que a quantidade fosse muito maior", disse Stein.
Michael Moore denuncia distribuidora de "Fahrenheit 11 de Setembro"

Música e dinheiro

A revista Isto É dinheiro fez uma seleção musical e relacionou com alguns conceitos importantes para as finanças pessoais (Afinadas).

Uma das canções selecionadas foi do Chico Buarque:

Todos juntos somos fortes
Somos flecha e somos arco
Todos nós no mesmo barco
Não há nada pra temer
(Todos juntos – Chico Buarque, no musical Os Saltimbancos)

A seguir a explicação da revista:

A lição: cuidado com o efeito manada ao investir
Engana-se quem pensa que acompanhar os movimentos do mercado é a melhor forma de ganhar dinheiro na bolsa. Quando um grupo de investidores começa a comprar ou a vender determinadas ações, muitos outros vão atrás. Esse fenômeno é conhecido como efeito manada, que tende a se acirrar em horas de crise.“Os números e os fundamentos da companhia são mais importantes do que a opinião da multidão”, afirma o consultor de investimentos Mauro Calil. Ele lembra que boa parte dos investidores não tem paciência para ver suas economias crescer e recomenda considerar um trio bem afinado: valor aplicado, objetivo do investimento e prazo esperado para alcançar a meta.

É interessante que a canção diz exatamente o oposto da lição pregada pela revista. Para a música o “efeito manada” é bom.

Análise de balanços como ferramenta de gestão

A grande maioria das médias, pequenas e até mesmo microempresas ainda padece de um mal que já passou da hora de ser expurgado do mundo empresarial – a ignorância quanto à importância da análise de demonstrações contábeis enquanto ferramenta de gestão. Num mundo em que tomar decisões rápidas e certas é a medida do bom administrador, deixá-la de lado é assinar um atestado de incompetência.
Análise de balanços como ferramenta de gestão - Alexandre Alcântara

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Elite e Poder

O mito de que pessoas inteligentes, principalmente se são membros das escolas de elite, como a Ivy League, são necessariamente honestas cai por terra no documentário de Charles Ferguson, "Inside Job". Ele mostra que acadêmicos que detém o poder de monopólio do conhecimento e por isso figuram nos principais postos da economia, seja nos bancos de Wall Street, ou no FED, abusam do poder e de sua posição de prestígio para obter rendas. (Fonte: aqui) (Dica e Texto de Pedro Correa)

Fraude

Um caso interessante de fraude:

O jornalista Lee Horton, ex-editor esportivo do tabloide The People, editado em Londres pela Trinity Mirror, foi condenado a 15 meses de detenção por ter fraudado registros da empresa para desviar 370 mil libras em pagamentos por reportagens inexistentes. A fraude teve início em 2000 e terminou em junho de 2008, dois meses antes de Lee Horton ter sido suspenso.

A empresa Trinity Mirror iniciou uma investigação interna para apurar "irregularidades financeiras" e, em setembro de 2008, teve início uma ação civil contra Horton e reembolsou a empresa em cerca de 300 mil libras desde então. O restante será reembolsado quando a casa do ex-editor for vendida.

Horton "inventou" 1.690 pedidos de pagamento por contribuições ao jornal de supostos "free lancers". Como os valores eram modestos, entre 150 e 390 libras, o jornalista conseguiu a liberação, pois sabia que somente pagamentos acima de 500 libras tinham de ser aprovados
pelos chefes.

Para dar autenticidade à fraude, o ex-editor de esporte criou 12 contas diferentes para receber os depósitos dos pagamentos pelas reportagens fictícias, desviando 370.406 libras.

O salário do jornalista, de 90 mil libras anuais, não era compatível com os gastos que ele fez. Ele alegou que gastou o dinheiro com a educação da filha. Horton teria feito doações à escola da filha, que tem a síndrome de Down, e teria feito gastos em um torneio de golfe para agradar aos colegas.

O jornalista foi condenado a 15 meses de prisão em Southwark. Horton, cuja a esposa está se divorciando, confessou ter falsificado a contabilidade da empresa e ter feito manobras para lavar o dinheiro desviado.

Ao proferir a sentença que condenou Horton, o juiz John Price lamentou o destino do jornalista. "Você tem sofrido de ansiedade e depressão, e sua esposa está movendo uma ação de divórcio. É um caso extraordinário e triste", lamentou o juiz. "Fico triste por fazer o que eu tenho de fazer."

Para Price, Horton é um homem decente que caiu em tentação. "Mas agora terminou, e você estará fora dessa confusão em alguns meses", ponderou o juiz. "Passará."

O advogado da empresa, David Levy, disse que Horton foi "ganancioso" e "ridiculamente generoso" com o dinheiro alheio. Já Tara McCarthy, advogada de defesa do jornalista, afirmou que a vítima de Horton não "era uma senhora velha vulnerável". Ela acrescentou que Horton tinha trabalhado anteriormente em vários e nunca teve um estilo de vida pródigo.

"Ele cometeu um erro estúpido", reconheceu a advogada. "E o que fez ele com o dinheiro? Ele não comprou um Ferrari", justificou McCarthy. "Ele perdeu tudo. A casa, a aposentadoria e até a esposa."

"E ele nunca mais vai poder trabalhar no setor que ele mais gosta, nem como jornaleiro ou como jornalista, porque ninguém mais do segmento jornalístico lhe dar emprego", observou a advogada.

Reembolso

Em 2008, quando a fraude foi descoberta, Lee Horton concordou em reembolsar a empresa em quase 500 mil libras. Suspeitava-se, na época, que a fraude vinha sendo praticada havia mais de sete anos. Horton foi preso pela primeira vez em 2008, ao completar 52 anos, pela Polícia
Metropolitana de Londres, e solto em seguida mediante pagamento de fiança.

A acusação original apontava que Horton tinha recebido um total de pelo menos 376.225 libras indevidamente, entre 2001 de janeiro e agosto de 2008 em mais de 1.600 operações de pagamento de colaborações fictícias. O reembolso do prejuízo não livrou o jornalista do processo criminal. (...)

Fonte : aqui

Quase contador

Eis uma notícia sobre William, novo gerente de futebol do Corinthians:

Quase formado em contabilidade (parou no último ano), William já vê problemas para abrir os cofres. O jogador acredita que os protestos da torcida nos últimos dias pela eliminação na Taça Libertadores vão complicar a procura. Ele entende que os jogadores na mira do Timão aumentarão a pedida salarial por causa da segurança.
Quase contador, William sai à caça de reforços, mas controlando gastos - Carlos Augusto Ferrari - São Paulo

Existe uma diferença sutil, que naturalmente a imprensa não percebe. Uma pessoa que se forma em contabilidade, fazendo o curso superior, é um bacharel. Pela nossa legislação, para se tornar um contador de fato e de direito é necessário estar inscrito no conselho de classe. O correto seria então “quase bacharel”.

Investimento

Mesmo com a redução das ações policiais com o pagamento regular de propinas, bandidos não economizaram para montar um arsenal de guerra na Vila Cruzeiro, na Penha. A contabilidade do tráfico obtida pelo EXTRA revela um investimento de R$ 788.640 para a compra de armas, como metralhadoras e fuzis, segundo a movimentação financeira descrita em anotações feitas durante 307 dias.

Contabilidade do tráfico na Vila Cruzeiro revela gastos de R$ 788 mil
na compra de armas - Herculano Barreto Filho – O Globo

08 fevereiro 2011

Rir é o melhor remédio

A seguir, propaganda da Pepsi Cola, que passou no intervalo do Super Bowl.

Teste 426

O iPhone é produzido para Apple numa fábrica da China. O valor de custo é de US$178,96. Mas o aparelho é feito com muitas peças de outros países, incluindo Japão, Alemanha, Coréia do Sul e EUA. A parcela correspondente a China representa:

Mais de 20% do custo do iPhone
Menos de 20% e mais de 10% do custo do iPhone
Menos de 10% do custo do iPhone.

Resposta do anterior: Yevloev era estudante de contabilidade. Fonte: Radio do Vaticano

Por que as empresas não atualizam seus ativos?

O motivo desta pergunta foi uma reportagem do Valor Econômico (Empresas evitam atualizar ativos, 20 de jan de 2011, Fernando Torres). Na ausência da reavaliação, que ainda continua proibido no Brasil, as empresas poderão apresentar uma nova avaliação inicial, quando adoção das normas internacionais. Esta nova avaliação recebe a denominação de deemed cost.

Existia uma expectativa que as empresas pudessem fazer novas avaliações para seus ativos. Mas o texto faz uma constatação: poucas empresas estão usando o deemed cost. De trinta empresas somente duas resolveram atribuir um novo custo.

O texto de Torres apresenta uma possível resposta a este dilema: a questão da distribuição de dividendos. Um maior ativo tem como contrapartida o aumento nas despesas de depreciação. Maior depreciação pode conduzir a um menor lucro, influenciando nos dividendos, reduzindo-os. Para alguns investidores a nova avaliação poderia diminuir o valor a ser distribuído.

Existem dois argumentos contrários a esta idéia: (1) os grandes investidores geralmente são os gestores das empresas. A redução dos dividendos poderia ser compensada por despesas favoráveis aos gestores; (2) o número de empresas onde esta justificativa seria adequada é reduzido.

Além disto, o próprio texto afirma que a CVM poderia questionar o valor a ser registrado nos ativos das empresas:

“A empresa terá que dizer que considera que o valor registrado no balanço está próximo do valor justo. A explicação só pode ser essa”, diz José Carlos Bezerra, gerente de normas contábeis da CVM, ressaltando que a autarquia sempre terá o poder de questionar essa avaliação. “Afirmar isso tem consequências.”

Parece que as empresas não acreditam na ameaça de Bezerra.

Duas possíveis explicações para a atitude das empresas que considero mais razoáveis. Primeiro, as empresas provavelmente acreditam que no futuro a reavaliação será permitida. Assim, a decisão de não atualizar o ativo poderá ser feita no futuro.

Particularmente acredito mais na segunda alternativa: atribuir um valor para cada ativo é muito caro e seus benefícios são relativamente reduzidos. O processo de mensuração do valor de cada ativo deve estar baseado num laudo de avaliação técnico. As empresas acham que isto é complicado demais; em alguns casos é interessante a contratação de terceiros para fazer esta avaliação.

Links

Mulher mais atraente recebe mais mensagens em endereços de encontros amorosos

Senador belga pede greve de sexo até a obtenção de um acordo

O relatório anual, e pessoal, criativo

A história ilustrada da dívida

Seu nome é nome de rua, praças e outro local? Digite seu nome e veja no mapa

As propagandas do Super Bowl ranqueadas

Padronizar o tamanho dos textos jurídicos

Custo no Super Bowl

Um anúncio de 30 segundos durante a transmissão do Superbowl de 2011 custou 3 milhões de dólares. Isto significa que o custo do minuto foi de 6 milhões. Em horas, 360 milhões (6 x 60 minutos). Ou 8.640 milhões por dia. Transformando isto em valores anuais, 3,2 trilhões de dólares por ano. Somente para fins de comparação, o PIB da Alemanha em 2010 foi de 3,3 trilhões.

As empresas que mais anunciaram no Superbowl entre 2001 a 2010 foram:
1. Inbev = 10 participações nos jogos = 235 milhões gastos
2. Pepsico = 10 participações = 170,8 milhões de dólares
3. Wal Disney =9 e 70,8 milhões
4. General Motors = 7 e 61,1 milhões
5. Coca-Cola = 4 e 54,4 milhões.

Fonte: Aqui

Santos e Santificação

Robert Barro é um dos economistas mais famosos da atualidade. Sua última pesquisa é sobre santos e santificação. Barro, em conjunto com Rachel McCleary, analisa (Saints Marching In, 1590-2009) o processo de santificação, que ocorre em dois estágios: a beatificação e a canonização. Barro e McCleary estudaram o processo desde 1590 encontraram que a taxa de canonização depende do número de candidatos. Além disto, desde 1900, o processo parece refletir uma resposta da Igreja à concorrência do protestantismo.

Tesouro direto foi a melhor aplicação da década


O Tesouro Direto foi a modalidade que mais deu lucro aos investidores nos últimos dez anos no Brasil. Levantamento feito pelo Instituto Assaf, especializado em investimentos, mostra que as Notas do Tesouro Nacional (NTNs) proporcionaram ganhos reais de 164% aos investidores entre 2001 e 2010. Esses títulos são recomendados para investimentos de longo prazo, com vistas à aposentadoria, por exemplo.

Em segundo lugar do ranking que avalia rentabilidades reais obtidas entre 2001 e 2010 está a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), com ganho de 139,3%. Depois aparecem os fundos DI, com rendimento de 119%. O único investimento que não conseguiu resultados positivos no período avaliado foi o dólar, que demonstrou queda de 56,6%.

Tesouro Direto foi melhor aplicação dos últimos 10 anos - Estado de Sao Paulo
Seg, 07 Fev, 08h22

07 fevereiro 2011

Rir é o melhor remédio

O ciclista Lance Armstrong não consegue separar das acusações de doping

Por que as pessoas insistem na automedicação?

O governo, os conselhos de medicina e outras entidades fazem propagandas insistentes contra a automedicação. Entretanto, mesmo com a conscientização das pessoas, a população insiste em não procurar um médico antes de tomar um medicamento.

Isto ocorre em razão da chamada relação custo e benefício. Para a pessoa que está doente, procurar um médico envolve em vários custos: o valor da consulta, o tempo de espera, o desagradável ambiente de um hospital, o risco de contrair uma infecção hospitalar, a perda de um dia de trabalho, entre outros. É possível perceber que uma consulta médica não é algo muito interessante.

A alternativa disponível pode ser tomar um conselho de alguém que já teve sintomas parecidos. Este conselho pode ser de um conhecido, que possui um pouco mais de conhecimento sobre saúde, ou pode surgir de alguém que não conhecemos direito, mas que transmite certa sabedoria sobre o assunto. O vendedor da farmácia pode ser uma opção. Se a doença parecer algo simples, a relação custo-benefício é muito desfavorável a consulta médica, mas é favorável a uma solução mais simples.

Assim, em lugar das campanhas dispendiosas, o governo poderia tentar reduzir os custos da consulta médica, reduzindo o tempo de espera nos hospitais ou tornando-os locais mais seguros, por exemplo. Outra possibilidade é dificultar o acesso aos medicamentos sem receita.

Teste 425

Recentemente um atentado terrorista no aeroporto internacional de Moscou matou 36 pessoas e deixou 200 feridos. O autor do atentado é Magomed Yevloev, morador de Ali-Iour, vizinha a Chechênia. Você saberia dizer qual a relação disto com a contabilidade?

Resposta do Anterior: Bradesco. Fonte: Isto é Dinheiro

Links

Photoshop da revista Rolling Stones (Kate Perry)

Gasto com educação gera retorno no PIB do Brasil

JP Morgan sabia que Madoff era picareta e não fez nada

Shell não quer pagar indenização por derramento de petróleo na Nigéria para não incentivar a prática da sabotagem

Os problemas contábeis das empresas chinesas

Um vídeo interessante sobre coincidência e correlação: as pessoas não conhecem probabilidade

Computador e mercado II

Os corretores especialistas em computação, conhecidos como quants (analistas quantitativos), estão muito atentos. Segundo o Aite Group, uma empresa de consultoria de serviços financeiros, cerca de 35% das empresas de trading quantitativo já estudam a possibilidade de usar feeds de dados não estruturados. Há dois anos, cerca de 2% destas empresas os usavam.

Os quants usam frequentemente esses programas para administrar seus riscos, por exemplo, fechando automaticamente as negociações quando recebem más notícias.

Mas segundo especialistas do setor, os programas também estão agitando os mercados. Em maio, quando a crise financeira da Grécia se agravou, os computadores de Wall Street captaram uma notícia com a palavra "abismo" na manchete, e começaram a emitir ordens de venda, segundo especialistas do setor.

Alguns desses especialistas advertem que existe uma crescente divisão digital nos mercados. Corretores mais abonados, que podem se permitir uma tecnologia sofisticada, estão em posição de vantagem em relação a todos os outros.

Mesmo assim, os especialistas já falam do que virá em seguida - programas de computador para assimilar automaticamente as transmissões e os letreiros da televisão.

Tecnologia pode tornar o mercado mais instável - 24 de dezembro de 2010 | 0h 00
- O Estado de S.Paulo

Computador e mercado

Os analistas de Wall Street que vivem lidando com números, agora têm mais uma coisa para acrescentar ao seu arsenal: o noticiário. Os operadores amantes da matemática já estão usando computadores potentes capazes de ler com rapidez o noticiário, os editoriais, os sites das companhias, postagens de blogs e até mesmo mensagens do Twitter - e depois deixam que as máquinas decidam o que tudo isso pode significar para os mercados.

A novidade vai muito além do material digital comum, como as listas de mais lidos e enviados pelo correio eletrônico. Em alguns casos, os computadores na realidade analisam palavras, estrutura de sentenças e até mesmo emoções. Uma piscada e um sorriso, por exemplo, poderão significar que as coisas estão melhorando para os mercados. Depois, frequentemente sem a intervenção humana, os programas interpretam as notícias e as usam nas operações.

Dada a volatilidade dos mercados e a preocupação de que as negociações computadorizadas possam exagerar os altos e baixos, a ideia de que Wall Street esteja montando agregadores de notícias pode soar como um pesadelo para o investidor.

Mas a inovação, que começou há alguns anos, faz parte da revolução tecnológica que está reformulando Wall Street. Em uma atividade em que a informação é a mercadoria mais valiosa, os traders com os computadores mais inteligentes e mais rápidos podem superar em inteligência e esperteza os concorrentes.

"É uma corrida às armas", comentou Roger Ehrenberg, sócio gerente da IA Ventures, empresa de investimentos especializada em companhias jovens, falando de algumas das novas tecnologias que ajudam os corretores a identificar os acontecimentos e a interpretá-los.

Muitos dos leitores-robôs vão além dos números e tentam analisar o sentimento do mercado, a intuição que os investidores têm a respeito dos mercados. Assim como os dados econômicos mais recentes, as notícias e os boatos da mídia social - os "dados não estruturados", como são conhecidos - podem mudar os sentimentos da exuberância para o abatimento.

Os corretores conhecedores da tecnologia há anos extraem os dados do noticiário, dos press releases e dos sites das empresas na internet.

Mas um software novo, baseado em linguística, vai muito além disso. As agências de notícias, como Bloomberg, Dow Jones e Thomson Reuters, adotaram a ideia, oferecendo serviços que supostamente ajudarão seus clientes de Wall Street a avaliar automaticamente as notícias.

Sentimentos. Alguns desses programas se assemelham à ciência espacial. Trabalhando com acadêmicos da Columbia University e a Universidade Notre Dame, a Dow Jones compilou um dicionário de aproximadamente 3.700 palavras que podem indicar mudanças de sentimentos. Entre as palavras com uma conotação positiva estão "engenhosidade", "vigor" e "vencedor". Entre as de conotação negativa estão "litigioso", "conspira" e "risco".

O software identifica o tema de um artigo e depois examina as palavras. Os programas são escritos de forma a reconhecer o significado das palavras e das frases dentro de um contexto, como distinguir entre "terrivelmente", "bom" e "terrivelmente bom".

Vince Fioramonti, gerente de carteiras da Alpha Equity Management, um fundo de ações de US$ 185 milhões de Hartford, usa o software da Thomson Reuters para avaliar o sentimento durante semanas, e não apenas minutos ou horas, e transmite estas informações diretamente para os sistemas de operações do fundo. "É um efeito agregado", disse Fioramonti. "Essas coisas permitem assimilar mais informações".

A Bloomberg monitora artigos e feeds do Twitter e alerta seus clientes quando muitas pessoas de repente enviam mensagens de Twitter a respeito, por exemplo, da IBM.

A Lexalytic, uma companhia de análise de texto de Amhearst, Massachusetts, que trabalha com a Thomson Reuters, informa que desenvolveu algoritmos que entendem o sentido das mensagens do Twitter. O que inclui emoções como rosto feliz e rosto não tão feliz.

Apesar do ceticismo, os idealizadores do método insistem que este software consegue transmitir um tipo de comunicação com os corretores. / TRADUÇÃO DE ANNA CAPOVILLA

Computador lê notícia em Wall Street - Software é capaz de identificar o sentimento do mercado ao analisar o noticiário e as mensagens nas mídias sociais, como o Twitter - 24 de dezembro de 2010 - Graham Bowley (The New York Times) - O Estado de S.Paulo

06 fevereiro 2011

Rir é o melhor remédio


Livremente adaptado daqui

O valor de uma companhia fechada

Uma das grandes dificuldades na área de avaliação é determinar o real valor de uma empresa fechada. Existem divergências nos critérios e nas opiniões que irão embasar o resultado final. No entanto temos alguns exemplos de como a avaliação pode conduzir a resultados distintos.

Recentemente o jornal The New York Times e no Herald Tribune (A Portfolio´s Price, Julie Creswell, 4 jan 2011) apresentou alguns exemplos de resultados distintos para estas empresas. O texto obteve a informação a partir de empresas que eram obrigadas a divulgar seus resultados e possuíam participação em empresas de capital fechado. E o resultado mostrou uma grande diferença. Eis dois exemplos:

 Freescale representou um investimento de 7 bilhões em 2006. Agora os donos afirmam que a empresa vale 3,15 bilhões, 2,45 bilhões ou 1,75 bilhões, de acordo com o fundo de investimento.
 Energy Future Holdings of Texas possui investimentos de dois fundos: KKR e TPG. O primeiro avalia a empresa a 20 centavos por dólar investido e a segunda a 40 centavos. A diferença é de 100%

Observe que a base para fazer a avaliação foi a mesma informação. No primeiro caso, Creswell afirma que um dos avaliadores tem sede em Londres e usa normas internacionais de contabilidade; o outro possui sede nos Estados Unidos, com uso das normas contábeis do Fasb (entidade que regula a contabilidade daquele país).

Mas isto não faz sentido, pois a forma de se fazer a contabilidade não deve influenciar na avaliação da empresa. Nunca é demais lembrar que o valor de uma empresa depende da riqueza futura e esta não é influenciada – a rigor – pela norma contábil adotada.

04 fevereiro 2011

Rir é o melhor remédio

Ainda sobre Risco Moral (uma dica de Pedro Correa), o economista Greg Mankiw conta um fato que ocorreu com ele.

Diante da quantidade de neve e a necessidade de retirá-la com uma pá, sua esposa trava o seguinte diálogo

Esposa de Greg : Tenha cuidado.

Greg : Eu terei.

Esposa : Éstá escorregadio lá fora. Eu não quero que você caia.

Greg: Mas eu tenho um monte de seguro de vida.

Esposa : Ha. Ha.

Greg : Mas eu não tenho um seguro de invalidez.Então, se eu tiver um acidente, certifique-se que a queda me mate.

Efeito Janeiro

O efeito janeiro é uma anomalia relacionada com o calendário no mercado financeiro. Em 1980 Donald Kleim observou que desde 1925, no mercado acionário dos Estados Unidos, as cotações das ações de pequenas empresas apresentavam uma forte valorização.

Este comportamento do mercado acionário decorre do fato que não existe a eficiência absoluta. Uma explicação para o efeito janeiro é que os investidores vendem suas ações no final do ano, para recomprá-las em janeiro. Isto faz com que o mercado apresente um aumento maior no mês de janeiro.

O mercado brasileiro também apresenta o efeito janeiro. Usando informações de 1995 (inclusive) até janeiro de 2011, tivemos alguns resultados interessantes. Inicialmente calculamos o retorno anual e o retorno do mês de janeiro. Os resultados encontrados foram os seguintes:


Com base nesses valores observa-se o seguinte
a) Das dezesseis observações (anos) da série histórica, o sinal foi invertido em cinco anos: 2001, 2003 a 2005 e 2010.
b) A média aritmética do retorno anual é de 28,06%, que abrange doze meses de observação; o retorno médio de janeiro é de 2,62%.
c) A correlação de Pearson entre as duas colunas foi de 0,547, com significância de 2,8%. Isto significa que podemos dizer que existe correlação entre as duas colunas, com 97% de certeza. (*)
d) Foi calculada também uma regressão entre a primeira coluna e a segunda. O resultado mostrou que o retorno de janeiro, multiplicado por 3,2, irá corresponder aproximadamente ao retorno anual. (**)
e) Em outras palavras, se o mercado acionário cresce em janeiro, provavelmente o mercado será positivo no ano. Caso contrário, quando o retorno de janeiro é negativo, o retorno do mercado acionário no ano deverá ser negativo. Isto ocorreu em 7 de cada dez anos.
f) Uma notícia ruim: o mercado caiu em janeiro (3,2%, aproximadamente). Mantendo o comportamento passado, a projeção é uma queda do mercado de mais de 12%.
Se o efeito janeiro persistir.

(*) A correlação de Spearman foi de 0,594, sign = 0,015.
(*) A regressão sem o termo constante apresentou o seguinte resultado: Retorno Anual = 3,193 Retorno Janeiro, com R2 = 0,342; DW = 1,998; e Fc = 7,79 (sign. = 0,014)

Teste 424

Recentemente um banco brasileiro anunciou um lucro líquido de R$10 bilhões para 2010. O resultado representa o terceiro maior lucro da história dos bancos. Este banco é o:

Bradesco
Brasil
Itau Unibanco

Resposta do Teste Anterior: O futuro presidente do Iasb, Hans Hoogervorst Fonte: aqui

Por que os gêmeos são importantes para a ciência?

Na explicação científica, alguns pesquisadores consideram que as relações humanas, construídas desde a infância, são cruciais para explicar o comportamento das pessoas. Entretanto, alguns cientistas acreditam que o componente genético pode ser muito importante.

Como provar se a genética é mais relevante que as relações humanas? Os cientistas encontraram uma solução muito engenhosa: pesquisando os gêmeos que foram separados na infância, por qualquer motivo. Reunindo uma grande quantidade de informações sobre estes casos é possível determinar qual a parcela mais importante: os genes ou o componente social.

Vamos imaginar que estejamos interessados em determinar como os investimentos são feitos: conservadores ou mais arriscados. Se ao analisar os gêmeos descobrimos que eles possuem um padrão de comportamento como investidores similares, seria possível afirmar que o aspecto genético é importante. No entanto se não conseguir constatar que os investimentos realizados são semelhantes é que o componente social é crucial.

Recentemente uma pesquisa realizada com gêmeos na Suécia descobriu que 25% da variação do risco de uma carteira de ação têm sua origem na genética. Isto é uma descoberta fantástica: até então os teóricos de finanças não consideravam a questão genética no risco dos indivíduos. E só foi possível graças aos gêmeos.

Leia Mais: CESARINI, David et al. Genetic Variation in Financial Decision-Making. Journal of Finance, outubro de 2010.

O Custo da Economia de Custo

A explosão da plataforma de petróleo da BP no golfo do México em abril de 2010 provocou a morte de 11 pessoas e 4 milhões de barris de óleo no mar. Segundo um relatório de uma comissão da Casa Branca sobre o assunto, o poço de Macondo (*) sofreu com o corte de custos (Corte de custos da BP contribuiu para vazamento no golfo do México, diz relatório. Reuters, Folha de S Paulo)

Agora, os acionistas da BP têm alguma idéia do custo de longo prazo da empresa: mais de 40 bilhões de libras, segundo projeção de Robert Preston, da BBC (BP shareholders are £40bn poorer). Inicialmente os dividendos foram cortados; mais recentemente, foram anunciados dividendos, mas num patamar menor que os do passado.

(*) Uma ironia, já que Macondo trata-se da cidade fictícia criada por Gabriel Garcia Marquez no romance Cem anos de Solidão

Beleza e Emprego

As pessoas mais bonitas têm mais possibilidade de obter um emprego? Uma pesquisa realizada na Europa e Israel tentou comprovar isto. Enviando currículos para empregadores, alguns com foto de uma pessoa atraente e outros sem a foto, mostrou que a imagem pode fazer diferença. E a diferença é favorável para os homens. As mulheres não possuem um prêmio de beleza.

Fonte: aqui

Panamericano


O banco PanAmericano confirmou hoje que o grupo Silvio Santos (o principal acionista) teve que repassar para a instituição financeira a quantia R$ 1,3 bilhão, para cobrir "inconsistências contábeis".

A cifra consta de um comunicado publicado hoje pela administração do banco, que não informa a data do aporte e apenas esclarece que a operação ocorreu mediante uma operação de crédito entre o grupo empresarial do apresentador de TV e o FGC (Fundo Garantidor de Créditos).

"Inconsistências contábeis" foi o termo originalmente utilizado pela administração do banco para se referir ao rombo nas contas, inicialmente estimado em R$ 2,5 bilhões, e posteriormente revisado para R$ 3,8 bilhões por auditores.

"Esse montante é decorrente do ajuste necessário verificado até o momento em função das apurações das inconsistências contábeis ainda em andamento", afirma a administração, em texto assinado pelo diretor de relações com investidores, Celso Zanin.

Investidores e acionistas do banco terão que esperar mais um pouco para conhecer o tamanho real desse rombo. A administração adiou a divulgação do balanço de 2010, previsto para esta semana, para alguma data "até o dia 15 de fevereiro".

PanAmericano confirma rombo de R$ 1,3 bi e adia balanço - Folha de S Paulo

Imagem, aqui

Panamericano 2

A Caixa Econômica Federal e o BTG Pactual vão comprar R$ 14 bilhões em títulos e carteiras de crédito do banco PanAmericano para que ele possa funcionar em condições competitivas (...).

A decisão foi endossada pelo conselho do PanAmericano em reunião anteontem. A injeção indireta será anunciada na segunda, em um comunicado ("fato relevante").

A proporção que cada um dos sócios do PanAmericano colocará não será igual, apesar de terem praticamente o mesmo percentual de ações do antigo banco de Silvio Santos: a Caixa comprará R$ 10 bilhões, e o BTG Pactual, R$ 4 bilhões.

Os R$ 10 bilhões da Caixa serão aplicados na compra de carteiras de crédito (R$ 8 bilhões) e em certificado de depósito interbancário (R$ 2 bilhões). Os R$ 4 bilhões do Pactual serão aplicados em CDI, um título similar ao CDB, mas que é comercializado só entre bancos.

O BTG comprou na segunda-feira 37,64% das ações do PanAmericano por R$ 450 milhões. Em dezembro de 2009, a Caixa havia adquirido 36,56% do capital total por R$ 739,27 milhões.

A Caixa diz que esses negócios não foram discutidos na reunião do conselho do PanAmericano. Nega também que haverá comunicado ao mercado. O BTG Pactual não quis se pronunciar.

Folha de S Paulo

Incentivos

Quando a Inbev adquiriu a Budweiser, a empresa teve que contrair uma pesada dívida de 54 bilhões de dólares. Ao final de 2009 a dívida já tinha reduzido.

Agora a empresa anunciou pagamento de 28 milhões de opções para os executivos. Com uma condição: o pagamento somente acontecerá se a empresa conseguir reduzir a dívida líquida sobre o lucro para 2,5 vezes, até o final de 2013.

Uma boa notícia para a família dos executivos: os analistas estão prevendo que até o final de 2011 o objetivo será alcançado.

O gráfico mostra que nos últimos meses o mercado está razoavelmente confiante na empresa. As ações chegaram a 56 dólares, bem acima dos 40 dólares de setembro de 2009.

03 fevereiro 2011

Rir é o melhor remédio


Adaptado daqui

Links

Iasb e Fasb e as perdas de crédito

Gráfico: O terremoto do Haiti não foi o mais violento

Pessoas estranhas nos caixas eletrônicos

O grande assalto ao banco do Afeganistão

CPA é uma profissão estressante

As normas internacionais sem os Estados Unidos: a opinião de Sir David Tweedie

China irá criar uma cidade com 42 milhões de habitantes

A Microsoft (leia-se Bing) copia dos resultados do Google

O Iasb e o Fasb propõe solução comum para impairment accounting

As agências de ratings não possuíam capacidade preditiva durante os anos 1930s

Africa adota as IFRS

Por que as demonstrações contábeis são cada vez maiores?

Quando analisamos uma demonstração contábil publicada há vinte anos percebemos que o número de páginas era muito reduzido. Existe claramente um aumento nesta quantidade. Michele Leder, em Financial Fine Print (Wiley, 2003) mostra que 1997 o número de páginas destinadas às notas explicativas era, em média, 14,85; em 2002 chegava a 28 páginas.

Quais as explicações para este aumento de páginas? Arrisco a listar algumas das razões, mas certamente existem mais motivos.

Em primeiro lugar é importante que se diga que nem tudo é informação realmente. Os marqueteiros das empresas descobriram que uma demonstração contábil deveria estar acompanhada de uma fotografia da natureza quando o relatório comentar os gastos ambientais. Antes das páginas sobre o desempenho, uma fotografia de um trabalhador sorridente e simpático torna mais palatável o resultado. E assim por diante. Estas fotografias tomam espaço e apesar de influenciar o usuário não representam informação. Mesmo assim, sabemos que isto não explica completamente o aumento no número de páginas.

Uma segunda explicação decorre da complexidade do mundo atual. Isto naturalmente gera uma necessidade de mais explicações sobre o que está ocorrendo com a empresa. Quanto mais complexa as relações econômicas, mais informações serão necessárias.

Uma terceira resposta possível é: “na dúvida publique”. Por um lado, as empresas, com medo de eventuais processos judiciais, preferem publicar informações, mesmo que não sejam relevantes. Não querem ser acusadas de esconder algo que poderia ser importante. Os reguladores, por outro lado, ao descobrirem uma área passível de litígio preferem exigir que todas as empresas façam a divulgação. Mesmo que restrita a um setor específico. É o “pecar pelo excesso”.

A quarta resposta possível para nossa pergunta diz respeito à associação entre quantidade de informação e qualidade da empresa. Associamos divulgação com menor risco, com melhor gestão financeira, maior profissionalização e maior retorno futuro, entre outros aspectos. Mas como medimos a quantidade de informação? Certamente o número de páginas do relatório é uma variável relevante. Isto parece muito com um aluno que acha que a qualidade do seu trabalho de final de curso é medida pelo número de páginas.

Em quinto lugar, mas não menos importante, as pessoas necessitam de emprego. Aquele funcionário do departamento de RI tem que pagar a conta da escola da sua filha. Qual a forma de mostrar que seu trabalho é importante? Mostrando que a cada ano são necessárias mais informações. Isto garante seu emprego e a escola da filha.

Finalmente, e também não menos importante, o aumento do número de páginas deve-se a duas funções dos computadores das empresas: “Control C” e “Control V”. Boa parte dos relatórios produzidos são cópias dos relatórios passados. (Uma orientanda minha, Ludmila Melo, mostrou que isto ocorre no Brasil, na sua dissertação de mestrado) Assim, quando uma empresa acrescenta uma informação, não se retira outra que já não é importante. Utiliza-se os dois comandos para manter aquilo que já foi dito.

Teste 423

Veja este senhor da fotografia:

Você sabe dizer que ele é?

Resposta do Anterior: Albert Uberzo. Fonte: Jornal de Angola. Fisco ataca pai de Asterix

Ações do Panamericano sobem novamente

A seguir mais uma evidência da operação Panamericano foi estranha: as ações subiram de forma substancial e informações foram divulgadas na imprensa antes de chegar no mercado.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) está investigando a oscilação das ações do banco Panamericano registradas antes do anúncio formal, na segunda-feira, de venda da instituição ao Banco BTG Pactual. A suspeita é que o banco não tenha feito as devidas comunicações ao mercado, como manda a lei para garantir a igualdade de direitos dos investidores, ou que tenha havido uso de informação privilegiada, um crime contra o mercado de capitais.

Houve oscilações de preço dos papéis acima de 10% em dois dos seis pregões que precederam o anúncio. A CVM possui filtros internos para acompanhar o volume e as cotações de ações e tem por norma investigar variações fora do padrão. Mas, neste caso, a autarquia afirmou que as negociações chamaram atenção especial do órgão por causa de reportagens que circularam na imprensa antecipando a venda do banco e a descoberta de um novo rombo.

Suspeitas de que tenha havido vazamento de informações também fizeram com que a CVM cobrasse explicações do banco na semana passada. No último dia 27, o jornal O Estado de S. Paulo publicou reportagem antecipando que a nova administração do Panamericano negociava novo socorro diante da descoberta de um rombo maior do que os R$ 2,5 bilhões inicialmente estimados.

O banco precisou enviar um ofício no dia seguinte ao mercado esclarecendo que seus trabalhos internos e dos profissionais de auditoria externa ainda não haviam terminado, e que não sabia de forma definitiva o valor das inconsistências contábeis. Acrescentou ainda desconhecer a fonte da notícia. O novo rombo foi confirmado em R$ 1,5 bilhão.

No mesmo dia, o banco divulgou outro comunicado em que confirmava que vinha mantendo entendimentos sobre uma "possível negociação envolvendo a companhia e outras instituições financeiras". Dizia ainda não haver, até aquele momento, nenhum acordo formalizado, "não se podendo, portanto, assegurar que as negociações resultarão na celebração de qualquer tipo de negócio jurídico ou afirmação de configuração de uma efetiva negociação". O documento é de sexta-feira passada e o negócio foi anunciado na segunda-feira.

CVM investiga oscilação das ações do Panamericano - Por Agencia Estado

Risco Moral

Tradução do termo Moral Hazard. Refere-se a mudança de comportamento de um agente econômico diante de uma transação econômica. Em geral o agente comporta-se de maneira diferente caso estivesse exposto totalmente ao risco. Uma pessoa que fez seguro irá dirigir seu veículo de forma diferente de outra que não possui seguro. Provavelmente irá assumir mais risco. Se uma empresa sabe que será salva pelo governo num momento de crise, ela irá assumir mais risco.

Panamericano: ganhadores e perdedores

Quem foram os ganhadores e os perdedores da operação de resgate do Panamericano?

Silvio Santos saiu como grande ganhador. O rombo inicial recebeu como garantia a sua fortuna pessoal. Isto significava que num primeiro momento ele corria o risco de perder todo seu esforço de construir sua fortuna. Entretanto, o aumento do rombo, constatado algumas semanas depois, não contou com um aumento nas garantias, já que ele não as tinha. Ao final da operação, Sílvio manteve o SBT e Jequiti e perdeu um banco. O rombo, de R$4 bilhões, foi vendido por R$400 milhões. Bom negócio para ele.

O Banco que adquiriu também fez bom negócio. A reação do mercado, que aumentou a cotação das ações, mostrou que existia uma possibilidade de ganho imediato. Além disto, o BTG Pactual deve ter saído com garantias de recursos adicionais para manter a instituição financeira durante certo tempo.

Perdedores foram o Fundo Garantidor, que teve que entregar bilhões de recursos para cobrir o rombo. Quem garante o fundo garantidor são os outros bancos. Eles também perderam, pois para evitar um problema sistêmico tiveram que entregar recursos para uma instituição financeira com gestão de baixa qualidade.

A Caixa Econômica também perdeu na operação. Aparentemente a Caixa entrou no Panamericano com o respaldo de duas empresas de auditoria. Entretanto, a expansão do banco estatal para setores populares de financiamento mostrou inadequada. Escolheram o banco errado e tiveram o desgaste de negociar uma saída para que o Panamericano não quebrasse.

O Risco Moral não foi comentado. Mas a solução encontrada certamente afeta este risco.

Panamericano: o rombo que não é rombo

Os profissionais que assumiram a gestão do Panamericano a partir de novembro não têm dúvidas: o rombo de R$ 4 bilhões no banco foi provocado por má gestão e incompetência. A maior parte do buraco adicional de R$ 1,5 bilhão, descoberto em janeiro, é explicada por erros técnicos, não por fraudes contábeis. [1]

Cerca de R$ 400 milhões decorrem de contabilização equivocada das chamadas provisões para perdas de devedores duvidosos (conhecidas como PDD, no jargão do setor bancário). Outros R$ 370 milhões são fruto de erro na contabilização de uma operação chamada de hedge cambial. Quando fazem transações no exterior (como emissões), os bancos são obrigados a proteger esse patrimônio em dólar aqui dentro. Vão ao mercado futuro e compram ou vendem moeda estrangeira. A gestão anterior calculou que essa operação gerava um lucro de R$ 170 milhões. Com a valorização recente do real, havia na verdade um prejuízo de R$ 200 milhões.

Todos esses dados devem ser finalmente conhecidos pelo mercado na próxima sexta-feira [2], quando o Panamericano deve divulgar, de uma só vez, os balanços relativos ao terceiro e ao quarto trimestres de 2010. (Estado de São Paulo
)

[1] Outro nome para "barbeiragem contábil"
[2] Veja postagem anterior sobre a tempestividade da informação

Panamericano

O texto abaixo é muito claro: o grande ganhador da operação do Panamericano foi Silvio Santos. O texto explora bem a questão da matemática financeira da operação:

Imagine que você tem uma dívida de R$ 2.000 no cartão de crédito que ficará congelada por 17 anos, pois a operadora abre mão dos juros. Isso não existe. Em qualquer financiamento de carro ou imóvel, o consumidor sempre acaba pagando pelo menos o dobro do valor inicial. Mas, segundo as primeiras informações, a venda do banco PanAmericano, de Silvio Santos, para o BTG Pactual contou com uma matemática financeira incomum. A dívida estimada em R$ 3,8 bilhões ficou congelada, com o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) - criado pelos bancos com um percentual das aplicações dos poupadores, para cobrir perdas de correntistas em caso de quebra de instituições financeiras - abrindo mão de juros ou da simples correção pela inflação.

Na operação, o BTG pagará R$ 450 milhões, corrigidos anualmente a 110% do CDI, o que em 17 anos cobriria os R$ 3,8 bilhões, de acordo com o que se divulgou. Só faltou dizer que, em 17 anos, em nenhum outro lugar os R$ 3,8 bilhões serão R$ 3,8 bilhões. Nos cálculos menos conservadores, o valor atualizado seria de quase R$ 25 bilhões.

Na opinião do economista Miguel de Oliveira, da Anefac (associação de executivos de finanças), a explicação para esse tipo de operação atípica é que os bancos calcularam que perderiam ainda mais caso o PanAmericano quebrasse e preferiram abrir mão da receita.

- Os grandes contribuintes são os grandes bancos e eles provavelmente tinham dinheiro investido em carteiras no PanAmericano. Se o PanAmericano quebrasse, eles perderiam esse dinheiro - afirma.

Outra hipótese, afirma o próprio Oliveira, é que os grandes bancos tenham ficado com medo dos efeitos que uma quebra de confiança poderia gerar entre os pequenos e médios bancos.

- Eles podem ter pensado no prejuízo que teriam com a quebra do PanAmericano, as dificuldades dos pequenos e médios bancos para captar caso houvesse uma desconfiança em relação a eles - considera.

Em uma simulação de matemática financeira, se o valor de R$ 3,8 bilhões fosse apenas corrigido pelo IPCA, índice oficial de inflação, no centro da meta de 4,5% ao ano, em 2028 a atual dívida mais que dobraria.

- Se atualizássemos o valor da dívida pelo centro da meta oficial, para manter o mesmo poder aquisitivo, seriam necessários cerca de R$ 8 bilhões - afirma José Dutra Vieira Sobrinho, professor de Matemática Financeira. - É claro que é preciso saber quais são as condições dadas de pagamento, mas alguém está assumindo o prejuízo e esse alguém é a sociedade.

Se considerarmos uma inflação mais robusta, dois pontos percentuais acima, mas ainda dentro da meta (6,5% ao ano), o valor da dívida saltaria para R$ 11,08 bilhões, praticamente três vezes o valor da dívida atual. Mesmo em um exercício em que o governo doma com folga a inflação, com um IPCA médio em 2,5% ao ano, o valor da dívida também seria elevado para ao menos R$ 5,8 bilhões.

Supondo que os R$ 3,8 bilhões fossem não apenas corrigidos, mas também aplicados em um investimento conservador, como renda fixa ou um título do Tesouro Nacional, com rendimento médio mensal de 0,8% com juros sacados apenas ao fim dos 17 anos, a dívida resultaria em um rendimento de quase R$ 20 bilhões, pelos cálculos de Oliveira, já descontado o valor do Imposto de Renda.

- A operação ainda está muito nebulosa, mas, mesmo por um investimento conservador, está claro que a dívida renderia mais - diz Oliveira.

Se o valor da dívida do PanAmericano fosse aplicado na poupança, o professor de finanças do Ibmec Gilberto Braga calcula que somaria R$ 15,768 bilhões em 17 anos. Já um investimento pouco mais agressivo, com rendimento de 1% ao mês, traria aos cofres do FGC um valor líquido de R$ 24,589 bilhões. (A matemática financeira peculiar que congelou a dívida do PanAmericano
Clarice Spitz - O Globo)

IFRS na América Latina

Representantes de órgãos que emitem pronunciamentos contábeis do Brasil, Argentina, México, Chile e Venezuela se reunirão na sexta-feira, em Brasília, para começar a costurar um trabalho conjunto das entidades [1]. (...)

O objetivo é trocar experiências [2] sobre o processo de convergência para um padrão único e global de contabilidade, tendo como base o modelo internacional IFRS, e organizar as demandas da região [3], sempre que houver consultas públicas do Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (Iasb, na sigla em inglês) sobre novas regras a serem emitidas. (...)

A expectativa do presidente do Iasb, que deixa o cargo em julho deste ano, é que dentro de três anos 150 países estejam usando o modelo internacional de contabilidade. "Há cerca de 200 países no mundo. Os outros 50 passarão a ter problemas para explicar porque usam seu próprio modelo, especialmente [4] se a Securities and Exchange Commission (SEC), dos EUA, decidir por usar o IFRS ", afirma Tweedie. (...)

América Latina quer voz conjunta sobre normas contábeis - Valoronline (02/02/2011)

[1] A idéia se juntar os esforços para fortalecer as demandas da região. Mas o pressuposto de que as demandas são comuns é questionável. Será que os interesses brasileiros são os mesmos da Venezuela. Esperamos que não.
[2] Como o Brasil está na frente dos países citados - talvez exceto o Chile - a troca de experiências não irá trazer ganhos para nossos contadores.
[3] É interessante que nos últimos dias apareceram indicações que o processo de sugestões teria mais resultado através de uma centralização das sugestões.
[4] Observem a dependência do sucesso da convergência depende, efetivamente, dos Estados Unidos.

02 fevereiro 2011

Rir é o melhor remédio

Procurei algo bem engraçado para postar neste item hoje. Eis o que encontrei:

Sarney diz que presidir o Senado será um sacrifício pessoal

Reeleito para presidir o Senado pela quarta vez, José Sarney (PMDB-AP) disse que não desejava o encargo, mas assumiu a missão como um "sacrifício pessoal".

"Não há nenhum órgão no Brasil que tenha hoje a transparência do Senado Federal", disse Sarney. O pemedebista, no entanto, não mencionou as denúncias que vieram à tona em 2009, de que a mesa diretora da Casa teria editado mais de mil atos administrativos secretos.

(...)Ao deixar o Senado, Sarney ainda disse que os 70 votos recebidos são uma prova da confiança dos senadores no seu trabalho. "Eu me emocionei como nunca na minha vida. Estou assumindo este mandato com o gosto da despedida, pois é sem dúvida meu último mandato, disse.

"Vamos prosseguir na preservação dos valores éticos e morais. Vamos prosseguir na votação das reformas", acrescentou o presidente do Congresso.


Muito engraçado, não?

Teste 422

Este conhecido desenhista é muito famoso no mundo dos quadrinhos. Com 84 anos, o fisco francês está exigindo dele 203 mil euros de impostos. O fisco decidiu considerar como ilustrador, e não co-autor, de 24 álbuns, de forma retroativa. Seu nome é:

Albert Uberzo
Frank Miller
John Romita Jr.

Resposta do Anterior: Administração, com 47 docentes; Economia, com 33 docentes; e Engenharia de Produção, com 25 docentes. Fonte: COSTA, Abimael. Rankings dos programas de pós-graduação stricto sensu em ciências contábeis. Dissertação de mestrado: Brasília, 2011.

Por que se faz tanta pesquisa com o mercado acionário?

Sejamos honestos. A maioria das pessoas que conhecemos não sabe para que serve o mercado de ações. E a imagem que temos, de um bando de pessoas gritando, de maneira desesperada, não ajuda muito. É bem possível que o leitor seja investidor neste mercado, quando ele compra cotas de fundos de investimento, mas é provável que não queira saber muitos detalhes sobre o que ocorre lá.

Entretanto, os pesquisadores parecem que adoram estudar o mercado acionário. Qual a razão disto?

A principal explicação para a existência de inúmeras pesquisas com informações do mercado acionário diz respeito ao termo “mercado”. A comercialização de ações das empresas ocorre num local mais próximo de um “mercado ideal”. Com a vantagem de que as transações são registradas pela bolsa de valores e ficamos sabendo dos resultados.

Assim, se queremos saber como as pessoas reagem às notícias ruins da economia, procuramos verificar como o mercado acionário reagiu quando ocorreu a crise financeira. Se pretender estudar o efeito de uma aquisição de uma empresa, basta comparar os preços das ações antes e depois que a notícia circulou. Caso queira saber se o risco aumentou ou não, verificou se as negociações ocorridas mostram um “nervosismo” das pessoas que estão comprando e vendendo ações.

Para o pesquisador, usar o mercado acionário é a maneira mais fácil de responder muitas perguntas.

Tempestividade

O Banco Panamericano vai publicar seu balanço do 3º trimestre no dia 29 de dezembro, disse nesta terça-feira (21/12) a presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Coelho.

A divulgação do balanço foi suspensa após a descoberta de "inconsistências contábeis" na carteira de crédito do Panamericano pelo Banco Central. O banco teve de ser socorrido pelo controlador, o Grupo Silvio Santos, com um empréstimo de R$ 2,5 bilhões, obtidos com o Fundo Garantidor de Créditos.

Maria Fernanda, que preside o conselho de administração do Panamericano, disse que ainda não sabe como "o empréstimo será contabilizado, mas que será de maneira transparente".

Brasil Econômico

P.S. Até esta data (2 de fevereiro) o balanço não tinha sido publicado.

Eis o que diz a Estrutura Conceitual sobre o assunto:

Quando há demora indevida na divulgação de uma informação, é possível que ela perca a relevância. A Administração da entidade necessita ponderar os méritos relativos entre a tempestividade da divulgação e a confiabilidade da informação fornecida. Para fornecer uma informação na época oportuna pode ser necessário divulgá-la antes que todos os aspectos de uma transação ou evento sejam conhecidos, prejudicando assim a sua confiabilidade. Por outro lado, se para divulgar a informação a entidade aguardar até que todos os aspectos se tornem conhecidos, a informação pode ser altamente confiável, porém de pouca utilidade para os usuários que tenham tido necessidade de tomar decisões nesse ínterim. Para atingir o adequado equilíbrio entre a relevância e a confiabilidade, o princípio básico consiste em identificar qual a melhor forma para satisfazer as necessidades do processo de decisão econômica dos usuários.

Panamericano

As repercussões da venda do Panamericano para o BTG Pactual por R$450 milhões continuam.

As ações preferenciais do banco aumentaram 20% (Panamericano sobe mais de 20% e supera preço da OPA, Valor Econômico, Beatriz Cutait)

Sabemos que a Caixa continuará com a participação adquirida no final de 2009 (37% do capital social) e o BTG terá 51% das ordinárias e 22% das preferenciais. Aos minoritários será ofertado um preço de 4,89 reais por ação, o mesmo valor pago ao controlador. Entretanto, a valorização indicaria que os minoritários provavelmente não irão vender suas ações. O principal motivo é o fato dos novos gestores serem do ramo.

"A leitura é de que o mercado está uma dando indicação de que a adesão à OPA pode não ocorrer. Aparentemente, os minoritários querem ficar na empresa", pontuou o analista da Ágora Corretora Aloisio Villeth Lemos. "Uma combinação de informações levou o mercado a ser mais otimista na precificação imediata da empresa, mesmo que os minoritários continuem sem o balanço." Mas não existe a pretensão de cancelar o registro de companhia aberta.

O balanço do terceiro trimestre, prometido anteriormente para o final de 2010, ainda não foi divulgado. Existe a promessa para os próximos dias. Esta questão foi objeto de reclamação da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) (Anefac critica falta de transparência no caso PanAmericano, Vanessa Dezem, Valor). A Anefac criticou o trabalho das auditorias:

O caso colocou luz sobre a capacidade de as auditorias em captarem fraudes. Vertamatti afirma que tem caído a qualidade dos trabalhos das auditorias no Brasil, diante da pressão sobre os custos dos serviços, que têm sido remunerados de forma insuficiente.

"Hoje a auditoria está muito mais voltada para cumprir procedimentos, do que fazer a função de auditar propriamente", acrescentou um executivo do setor, que preferiu não se identificar.

Outra conseqüência é a classificação de risco do banco. Moody´s informou que irá manter sua nota de rebaixamento, mesmo com o anúncio. O banco tem o rating D para solidez financeira (Rating do PanAmericano continua em revisão, diz Moody s, Paula Cleto | Valor)

Economistas influentes

A revista The Economist fez uma pesquisa para saber qual era o economista mais influente (Economics' most influential people, 1 fev 2011) na última década. Com sete votos, Ben Bernanke, presidente do Banco Central dos Estados Unidos e estudioso de crises econômicas. Keynes recebeu quatro votos. A seguir Jeff Sachs, Hyman Minsky e Paul Krugman com três e Adam Smith, Robert Lucas, Joseph Sitglitz, Friedrich Hayek e Alan Greenspan com dois votos. Outros 26 receberam um voto.

A questão seguinte era: qual economista teve a idéia mais importante no mundo após a crise? Com quatro votos, Raghuram Rajan. Robert Shiller e Kenneth Rogoff receberam três votos.

Contabilidade Pública

Uma reportagem do DCI (Nova Regra de Contabilidade cria Desafio ao Governo Dilma) sobre a contabilidade pública comenta a questão da implantação do regime de competência.

Faltam menos de um ano para adaptação e pouca coisa foi feita. O texto ouviu duas pessoas: um auditor e diretor da Crowe Horwath e o presidente do CRC-SP.

As novas normas serão encabeçadas pelo Sistema CFC/CRCs (formado pelo Conselho Federal de Contabilidade e pelos Conselhos regionais de Contabilidade) e pela Secretaria de Tesouro Nacional, obedecendo ao disposto na Portaria do Ministério da Fazenda número 184, de 25 de agosto de 2008.

Dois aspectos são considerados pelo texto: os novos governantes ainda não entenderam as implicações das normas e não existe pessoal suficiente para fazer o processo acontecer. O texto comete alguns erros, como chamar as normas de IFRS ou acreditar que somente pela adoção haverá mais transparência. Particularmente acredito não a relação entre regime de competência de transparência não é tão simples assim. (Ou seja, adotar competência não significa mais transparência. Pode ocorre o contrário, mas isto seria um tema para uma postagem específica)

01 fevereiro 2011

Rir é o melhor remédio



Comercial de barra de chocolate

Teste 421

Entre os doutores que atuam na pós-graduação em Contabilidade a maioria concluiram seu doutorado em Contabilidade (USP, principalmente). Três outras áreas também são relevantes na sua contribuição para os cursos de pós-graduação na área contábil: administração, economia e engenharia de produção. Você saberia colocar em ordem de docentes que atuam na pós-graduação de contabilidade estas três áreas?

Resposta do Anterior: JK Rowling, Harry Potter e a Pedra Filosofal. Rio de Janeiro: Rocco, p.89, 2000. (Na primeira versão da postagem coloquei "a autora". Por exclusão seria JK Rowling.

Por que existem empresas?

Uma análise da história econômica mostra que o predomínio das empresas é algo recente. Quando Pacioli ensinou as partidas dobradas existiam ainda poucas empresas da forma como conhecemos hoje.

No século passado tentou-se uma alternativa, através do planejamento central, realizado pelos burocratas. O fracasso do império russo mostrou a dificuldade de encontrar uma opção para que possamos viver num mundo sem "Google, Vale ou Bradesco". As pessoas consomem os produtos das empresas e uma grande parcela trabalha para elas.

A pergunta desta postagem é muito importante para a teoria econômica e também para a contabilidade. A principal resposta foi dada em 1932, por um jovem economista de 21 anos (e que celebrou cem anos em 29 de dezembro de 2010): Ronald Coase. A palestra que Coase pronunciou naquele ano não teve muita repercussão. Posteriormente ele escreveu um artigo, também sem grande impacto. Somente em 1991 Coase foi reconhecido com o prêmio Nobel de Economia.

A resposta de Coase para a pergunta é muito simples e pode parecer um tanto quanto óbvia:

Os custos de realizar certas transações no mercado podem ser altos. Estes custos, denominados custos de transação, podem ser reduzidos por meio de um contrato de longo prazo realizado pela empresa.


Para ler mais:
Why do firms exist? The Economist, 16 dec 2010.

Auditoria

O termo Auditoria diz respeito ao exame das atividades financeiras e econômicas de uma entidade. Apesar do termo geralmente estar relacionado com a contabilidade, é comum empregar o termo para outras situações. Deste modo, toda ocasião que se deseja verificar a validade e a confiabilidade de algo, pode-se utilizar o termo auditoria. É interessante notar que a origem da palavra está associada com o profissional, o auditor. O termo tem sua origem associada a ouvinte.

Curiosidade Matemática

Recebi o seguinte e-mail de Denise:

Este ano vamos experimentar quatro datas incomum .... 1/1/11, 1/11/11, 11/1/11, 11/11/11 e Tem mais!!! Agora vão descobrir, pegue os últimos 2 dígitos do ano em que nasceu mais a idade que você vai ter este ano e será igual a 111 para todos! ALGUEM EXPLICA O QUE EH ISSO ????..

Minha resposta:

Sendo y = dois últimos dígitos do ano que você nasceu. Supondo que você nasceu no século passado, então você necessariamente nasceu em (1900 + y). A sua idade é dada por (2011 - ano que você nasceu) ou (2011 - 1900 - y)

O texto diz: "pegue os últimos 2 dígitos do ano em que nasceu mais a idade que você vai ter este ano e será igual a 111 para todos!"

Ou seja
y + (2011 - 1900 - y)
Como "y" se anula temos
2011 - 1900 = 111

Melhor universidade

Temos, em Brasília, algumas brincadeiras com os nascidos em Goiás. Uma delas diz que a melhor universidade do Brasil é a UFG (Universidade Federal de Goiás), pois consegue formar goiano. Mas pelo último exame do MEC a melhor universidade do Brasil foi realmente a UFG, com nota 4,57. Parabéns aos professores daquela instituição, que possui um curso de graduação relativamente novo (Ércilio, Moisés e Camila, entre outros).

Eis os sete melhores cursos e o número de estudantes que fizeram o teste:

1. UFG (63 alunos)
2. Universidade de Brasília (209)
3. Universidade Federal de São João Del Rey (80)
4. Fucape (13)
5. Universidade Federal de Santa Catarina (301)
6. Universidade Federal do Rio Grande do Sul (171)
7. Universidade Federal de Viçosa (57)

O número de alunos que fizeram o exame é uma variável importante em razão da média ser influenciada pelos extremos. (vide aqui e aqui um teste neste blog sobre este assunto)

Contabilidade do Crime

Os cadernos do tráfico dão indícios de que os traficantes conviviam com policiais sem a necessidade de troca de tiros, colocando “sócios de farda” na folha de pagamento do crime organizado. As anotações revelam o preço da impunidade: R$ 259.715 em 307 dias, divididos entre “arrego” e “liberdade”.

O “arrego”, propina para a polícia evitar batidas e apreensões, custou R$ 153.150 aos cofres do tráfico. A “liberdade”, taxa para que um traficante detido seja solto antes de ser levado à delegacia, chegou a R$ 106.565.

O “arrego” custava até R$ 13.150 por fim de semana, em pagamentos feitos de sexta a domingo, e funcionava como uma espécie de “seguro-traficante”, para evitar prejuízos com apreensões.

Quando um policial furava o esquema, ele poderia cair em outra teia de corrupção, recebendo pela “liberdade” do bandido. Enquanto um representante buscava o dinheiro, o traficante aguardava para ser solto no banco de trás da viatura.
(Tráfico pagava mais de R$ 13 mil por fim de semana para policiais - Extra - Herculano Barreto Filho -30 jan 2011)

Brasil e Portugal

O gráfico mostra a quantidade de vezes que a palavra Portugal e Brazil aparecem nos livros da biblioteca digital do Google (aqui). No início do século XIX, Portugal era mais relevante para as obras publicadas em língua inglesa. A partir do início do século XX ocorre uma inversão, com a perda de prestígio de Portugal e o aumento da relevância do Brasil, que atinge o máximo durante a segunda guerra. E está caindo nos últimos anos.

Panamericano

O BTG Pactual vai pagar R$ 450 milhões pela participação do empresário Silvio Santos no banco Panamericano. Além disso, já está acertado que a Caixa Econômica Federal (que tem 49% do capital do banco) e o próprio BTG vão garantir linhas de financiamento para que o banco continue funcionando.

Pessoas que participam da operação afirmam que Silvio sairá livre de dívidas e com seus ativos liberados.

BTG pagará R$ 450 mi pela participação de Silvio Santos no Panamericano - Leandro Modé e David Friedlander, de O Estado de S. Paulo

Aparentemente foi um bom negócio para Sílvio Santos, que salvou algum dinheiro. Para o sistema financeiro, a saída de Santos é boa.

Colaboração entre os cientistas


Fonte: aqui e aqui(Dica de Pedro Correia, grato)