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24 novembro 2008

Rir é o melhor remédio


Fonte: New Yorker

Links

1. Pessoas obesas tem direito a dois assentos no avião no Canadá

2. As melhores orquestras do mundo

3. A diferença entre as finanças comportamentais e as finanças tradicionais (vídeo-propaganda)

4. Morreu Kiyoshi Ito, matemático com contribuição na teoria da probabilidade e em estudos sobre aleatoriedade

Citibank

Segundo notícias, o Tesouro dos EUA irá aportar 20 bilhões de dólares em capital no Citigroup, podendo absorver mais perdas. Mas os termos ainda não são claros.

Uma das possibilidades é criar uma entidade para absorver os créditos podres do Citi.

As notícias são desencontradas, sendo difícil afirmar o que é verdade.

Valor Justo

Considerações sobre o valor justo dos ativos
Gazeta Mercantil - 24/11/2008

Com alterações na legislação societária, promovidas pela Lei 11.638/07, um tema já muito abordado nas normas internacionais e aplicável às instituições financeiras passou a fazer parte da realidade das sociedades brasileiras em geral: o registro contábil de instrumentos financeiros seguindo o "fair value" (valor justo), que pode ser entendido como o valor pelo qual um ativo pode ser negociado, ou um passivo liquidado, entre partes interessadas, conhecedoras do negócio e independentes entre si, com a ausência de fatores que pressionem a liquidação da transação ou que caracterizem uma transação compulsória.

A nova legislação societária, no art. 183, determinou que os instrumentos financeiros, inclusive derivativos, direitos e títulos de créditos, devem ser avaliados pelo seu valor de mercado ou equivalente ("fair value"), em caso de aplicações destinadas à negociação ou disponíveis para venda.

Observe-se que esta prática já é aplicável para as instituições financeiras e outras entidades desde 2002. Assim, a atual alteração promove a uniformização de critérios contábeis para os agentes da atividade financeira, possibilitando que as duas partes envolvidas elejam o mesmo tratamento para uma mesma operação.

A exemplo da realidade brasileira, o "fair value" ganhou relevância nas normas internacionais nos últimos anos provocando discussões acaloradas acerca de seu conceito e forma de mensuração. A literatura destaca como principais vantagens de sua aplicação: (i) informações mais interessantes para investidores uma vez que a contabilidade espelharia o preço pelo qual ativos e passivos disponíveis para venda poderiam ser negociados, (ii) transparência em relação à substância econômica de ativos e passivos, (iii) desvinculação do valor de ativos e passivos a fatores específicos de uma entidade em particular, uma vez que estariam avaliados por razões de mercado, propiciando condição de comparação entre diferentes entidades.

Por outro lado, especialistas também destacam desafios relacionados à sua aplicação: (i) elevado grau de subjetividade dos critérios de mensuração, dependente de premissas,(ii) complexidade dos métodos de cálculo, (iii) reflexo imediato, nas demonstrações contábeis, de oscilações bruscas oriundas de momentos extremos, (iv) possibilidade de difusão nas demonstrações contábeis de eventuais equívocos de mensuração.

Em relação aos dois últimos itens, a crise financeira mundial é exemplo dos reflexos contábeis imediatos, extremamente relevantes, decorrentes da alteração brusca do valor de mercado de ativos ou passivos. Muitas perdas verificadas contabilmente não representam reflexos imediatos nos fluxos de caixa, mas geram dúvidas quanto à capacidade de sua realização pelas sociedades que as divulgam. A questão é tão relevante que no "projeto" aprovado pelo Senado dos EUA, há exigência de análise por parte da Comissão de Valores Mobiliários (SEC, na sigla em inglês) da relação direta entre a regra contábil do valor justo e a falência de várias instituições financeiras. Face à exigência, cabe ponderar que a contabilidade, por um lado, deve colher a fotografia fidedigna da situação patrimonial em determinada data-base, com transparência e uniformidade de critérios, por outro, o leitor dessa informação deve estar ciente que o efeito pode ser meramente transitório, não impactando de forma definitiva o resultado da empresa ou mesmo seu fluxo de caixa.

Em relação aos aspectos tributários, a norma atual para instituições financeiras e demais sujeitas à regra desde 2002 estabelece que os valores relativos à marcação a mercado de ativos e passivos que afetarem seus resultados só devem ter reflexo tributário quando efetivamente realizados. A medida confere justiça vez que impede que oscilações contábeis não configurem como ganhos ou perdas definitivas para fins de apuração das bases dos tributos (IRPJ, CSL, PIS e Cofins).

Em relação à alteração promovida pela lei societária, diferentemente do que ocorreu em 2002, em que a lei tributária imediata e adequadamente foi adaptada, não houve, até o momento qualquer alteração o que tem gerado dúvidas quanto à tributação de eventuais ajustes positivos e negativos oriundos da avaliação a mercado dos ativos e passivos detidos por sociedades não financeiras submetidas ao novo critério.

Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 3 - Luciana Aguiar, Adriano Silva e Tatiana Fernandes - Gerentes da PwC


A definição do valor justo é do CPC 02.

LBV e Filantropia

No jornal O Globo:

Sete anos depois de protagonizar um dos maiores escândalos da filantropia brasileira, a Legião da Boa Vontade (LBV) tem hoje um histórico "limpo", graças à brecha jurídica que anulou todas as provas que apontavam para desvio de recursos e outras irregularidades, informa a repórter Leila Suwwan na edição desta segunda-feira do Globo. Há dois anos, sem alarde, conseguiu recuperar seu certificado de entidade beneficente (Cebas) e garantir a isenção tributária retroativa. E agora, com a edição da MP da Filantropia pelo governo, ganhou mais uma benesse: 15 recursos que ameaçavam a atual proteção contra as cobranças foram sumariamente extintos, sem chance de recurso pela União.

A brecha usada pelos advogados da LBV foi a falta de notificação, com três dias de antecedência, das diligências realizadas pelo INSS.
Brecha jurídica anula processo da LBV - O Globo - 24/11/2008



O que fez a LBV? O jornal faz um resumo dos problemas que foram encontrados na entidade no passado:


Numa série de reportagens publicadas a partir de março de 2001 — Prêmio Esso de Reportagem —, O GLOBO mostrou que a Legião da Boa Vontade (LBV), maior entidade não-governamental do país, desviava parte dos R$215 milhões que arrecadava anualmente para a assistência a crianças e idosos carentes a fim de garantir mordomias a seus dirigentes. O diretor-presidente da entidade, José de Paiva Netto, era o principal favorecido. Ele tinha à sua disposição seis moradias de luxo, algumas com piscina, circuito interno de TV e segurança, além de carros importados e jatinhos fretados.

O GLOBO também revelou o resultado de uma fiscalização extraordinária do INSS no ano anterior, que encontrou irregularidades em 350 das 400 unidades da LBV no país. Segundo a fiscalização, só em 2000 a LBV sonegou R$2 milhões em contribuições previdenciárias que ela descontou de seus 5.450 funcionários e não repassou ao INSS.

Além disso, a LBV devia mais R$8,4 milhões ao INSS referentes a períodos anteriores ao ano de 2000, e R$4,5 milhões pelo não recolhimento do FGTS de seus empregados. Foi constatado ainda que a entidade remunerava indiretamente seus dirigentes, o que é proibido por lei. Os fiscais comprovaram ainda que a LBV usou notas fiscais frias para justificar despesas de R$2,6 milhões. Segundo a fiscalização, a contabilidade da LBV registrava que as despesas em programas sociais não passaram de 3,5% do total gasto em 1999.

Em conseqüência da série de reportagens, a LBV teve o registro de entidade filantrópica cassado pelo Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS). Em junho de 2001, o conselho indeferiu o pedido de renovação do registro de entidade filantrópica por irregularidades fiscais.
Império de mordomias

23 novembro 2008

Sobre a importância da Contabilidade nos dias de hoje

Apuntes contables
El País - Nacional - 23/11/2008 - UN (Única) - 42

En la actual crisis financiera, la contabilidad parece haber cobrado una importancia significativa. No sólo nos ha obligado a entender una nueva semántica, sino que también nos ha generado dudas sobre los mecanismos de conexión entre los apuntes contables en balances o cuentas de resultados y las causas y soluciones de la crisis.

Una modificación en el valor de activos o pasivos puede variar la situación patrimonial de una entidad, y los desajustes en la valoración de ambos pueden llevar a desequilibrios difícilmente sostenibles. De aquí el debate sobre la idoneidad de la utilización del valor razonable para la valoración de determinados activos o pasivos en el balance y, adicionalmente, la dificultad para estimar dicho valor y el alcance de dicha razonabilidad.

Caídas en el valor de los activos de las entidades llevan directamente bien a reconocer pérdidas, bien a reducir sus recursos propios. Pero no debemos perder de vista que existe una asimetría entre la valoración de activos y de pasivos. Mientras que para los primeros, por prudencia, parece oportuno calcular el valor de realización de los mismos, en los pasivos no parece razonable reconocerlos por el valor por el que se podrían liquidar, ya que este principio llevaría a que cuanto peor fuese la solvencia de una entidad, menos pasivo habría que reconocer, lo que, paradójicamente, llevaría a generar beneficios. Esta asimetría lleva, en periodos de caída de valor de los activos financieros como el que vivimos, a que los inversores reconozcan un menor valor de sus activos mientras que los emisores de los instrumentos sigan reconociéndolos por su valor de reembolso, en un juego de clara suma negativa.

Este juego ha llevado a los supervisores a buscar soluciones al tratamiento contable de determinadas inversiones. No es sólo cuestión de reconocer las dificultades de valorar muchos activos cuando no existe mercado, sino también de plantearse si tiene sentido dicho desacompasamiento en la valoración de activos y pasivos. Cualquier medida en este sentido no será la solución a la crisis, pero sí ayudará a que las entidades financieras puedan contar con un mayor margen de maniobra para afrontar el escenario actual. -

22 novembro 2008

Rir é o melhor remédio


Fonte: GraphJamAqui

Valor justo pode não ser substituído


Segundo a Reuters News (Fair value accounting should not be replaced-US panel, Rachelle Younglai), a regra contábil do valor justo, considerada por alguns como responsável pela crise financeira, pode não ser substituída. Participantes de um encontro na sexta-feira sugeriram que os bancos revelem mais informações sobre como eles avaliaram seus ativos.

Apesar do encontro sugerir a preservação do valor justo, existiu um certo consenso de modificar as atuais regras:

"Maybe more information is needed in the valuation process... so users can assess whether it's a good number or not," said Wayne Landsman, professor of accounting at the Kenan-Flagler Business School, the University of North Carolina. Landsman suggested more details on where the "numbers come from."

Donald Nicolaisen, the SEC's former chief accountant, said "You do need enough information in the market place so the market can absorb, digest and compare" companies.

Nicolaisen, who serves on a number of boards including Morgan Stanley, said there are ways to encourage disclosures. "They don't have to go in the footnotes, they don't have to go in elaborate write-ups, they can appear on websites," he said.

Dane Mott, a senior equity analyst at JP Morgan covering U.S. accounting and valuation, said additional details should be included in regulatory filings and said it creates complexity if you expect investors to know it's on a web site.

James Gilleran, former Office of Thrift Supervision director, argued against increasing disclosure just for disclosure purposes. "I don't think that is a fair disclosure of information," he said.

The SEC is required to submit the study by early January.


Foto: Life

Crise, Iosco e SEC


Comitê da Iosco se reúne na segunda para avaliar venda a descoberto
21 November 2008 - Valor + News

O presidente da Securities and Exchange Commission (SEC), Christopher Cox, convocou hoje um encontro do comitê técnico da Iosco (entidade que reúne os órgãos reguladores do mercado de capitais nacionais) - presidido por ele - para avaliar possíveis novas medidas com relação à crise financeira. A reunião será realizada via teleconferência na próxima segunda-feira, dia 24 de novembro.

O objetivo do encontro será "discutir questões regulatórias urgentes" ligadas à atual crise no mercado de crédito.

Na pauta da reunião estarão: venda a descoberto de ações; regulação de derivativos de balcão e outros instrumentos financeiros; agências de rating; e a adoção de um padrão contábil internacional.

"Ao lidar com as condições turbulentas do mercado, é essencial que os reguladores atuem não apenas contra violações das normas vigentes no mercado, incluindo venda a descoberto de ações de forma abusiva, mas também que haja uma forte coordenação entre os mercados internacionais para evitar buracos regulatórios e consequências indesejadas", disse Cox.

Em relação à venda a descoberto, o presidente da SEC sugere que os membros do comitê técnico da Iosco avaliem o efeito da recente suspensão de algumas práticas abusivas desta estratégia em certos países. A idéia é reduzir as manipulações, mas sem banir completamente o instrumento. A divulgação da posição "vendida" ao mercado a obrigação de que o aluguel da ação seja feito antes da venda do papel devem estar entre as recomendações.

Sobre mercados pouco regulados ou não regulados, Cox propõe que se desenvolva normas para que haja maior transparência na negociação de derivativos de balcão (OTC - over-the-counter) e de outros instrumentos financeiros, para que se possa aumentar a proteção do investidor e mitigar o risco sistêmico.

Em relação às agências de rating o encontro tratará do processo de adoção das regras do código de conduta revisado da Iosco. Sobre contabilidade, a Cox sugere que os membros da entidade global se certifiquem de que o processo de desenvolver um padrão contábil internacional continua a levar em conta os interesses dos investidores.

(Valor Online)
(Foto: Life)

21 novembro 2008

Rir é o melhor remédio



A Casa Branca e o Caixa Eletrônico.

Fonte: Aqui

Links


1. Os bandidos do mercado financeiro

2. Aronian, um dos maiores jogadores de xadrez da atualidade, afirma que “mulher não pode jogar xadrez”

3. Carro dos sonhos

4. A vida em Novo Paraíso, Amazonia, segundo a The Economist

5. Crença na prostituição muda com a idade na Inglaterra (figura ao lado)

6. Países mais ricos são mais saudáveis?

7. O uso do xadrez como arma política na União Soviética

8. A relevância do conceito da continuidade na situação atual

Crise e Citigroup

O maior investidor individual do Citigroup deu ao banco um novo apoio nesta quinta-feira ao afirmar que planeja ampliar ligeiramente sua participação na instituição. O anúncio, porém, não foi suficiente para reparar a confiança do mercado e as ações do banco despencavam mais de 20% na tarde de ontem.

Príncipe elevará fatia no Citi
Gazeta Mercantil - 21/11/2008


Dois links sobre a crise no Citi:

1. Pandit corta a tripulação, mas o problema é mais embaixo

2. Os números do Citi

Risco Brasil

(...) Desde que a Lehman Brothers entrou em concordata e a crise de crédito internacional se agravou, o risco-Brasil subiu 187%. Seu pico foi de 600,8 pontos básicos em 23 de outubro.(...)

Risco-Brasil explode - Valor Econômico - 21/11/2008

A matemática ajuda a solucionar um mistério musical


Um mistério solucionado pela matemática. Segundo o Scientific Blogging (Another major mystery solved) a transformação de Fourier ajudou a esclarecer o mistério dos acordes na música A Hard Day´s Night, dos Beatles .

A música começa com

"It’s been a hard day’s night
And I’ve been working like a dog"

Mas até então, ninguém sabia que acordes Harrison estava tocando. Decompondo o som com o uso de computadores, Jason Brown obteve a resposta precisa.

Foto: Life

Congresso e Montadoras

Congresso dos Estados Unidos nega ajuda a montadoras
Ana Conceição, da Agência Estado

WASHINGTON - O Congresso não irá aprovar nesta semana uma legislação de emergência para socorrer as montadoras norte-americanas, mas pode voltar a se reunir em dezembro se as empresas apresentarem um plano viável para sua sobrevivência, afirmou o senador Larry Reid (Partido Democrata/Nevada), líder da maioria no Senado dos EUA.

Reid e a presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi (Partido Democrata/Califórnia), disseram que as montadoras não apresentaram até agora uma estratégia viável para resolver seus problemas financeiros.

Um acordo preliminar, aprovado mais cedo por um grupo bipartidário de senadores, para alocar mais empréstimos às montadoras sob um programa do Departamento de Energia (DoE) parece morto. Reid afirmou que os senadores com base política em Detroit chegaram a se comprometer com um acordo, mas que ele não seria aprovado nem pela Câmara nem pelo Senado. "Queremos ter certeza de que há viabilidade", disse Reid. "Podemos oferecer socorro apenas se as montadoras estiverem dispostas a ajudar a si mesmas".

O Congresso pode sair do recesso parlamentar na semana do dia 8 de dezembro, segundo Reid e Pelosi, mas apenas se as montadoras oferecerem um plano aceitável.

Alguns democratas ficaram decepcionados com as propostas apresentadas pelas chamadas "Três Grandes de Detroit": General Motors, Ford e Chrysler. "Esses homens voando em seus jatos corporativos não enviaram uma boa mensagem", disse Reid, referindo-se às notícias de que os executivos das montadoras usaram jatos privados para viajar a Washington, onde negociariam um acordo no Congresso.

Reid disse que o presidente do Comitê de Serviços Financeiros da Câmara, o democrata Barney Frank, e o também democrata Christopher Dodd, presidente do comitê de Finanças do Senado, trabalhariam nos detalhes de um novo plano de socorro. Frank e Dodd devem presidir novas audiências sobre o estado da indústria automotiva na semana do dia 2 de dezembro. "Até lá, vamos ouvir idéias, se elas fizerem sentido", disse Dodd.

Frank atribuiu o fracasso em aprovar um pacote de resgate para as montadoras nesta semana ao ceticismo criado pela rapidez com que o Congresso aprovou o pacote de resgate de US$ 700 bilhões para Wall Street em outubro.

As ações de GM e Ford que subiram forte no início da tarde com a notícia de um possível socorro, reduziam a alta. Ford subia 1,59% e GM avançava 7,89% na Bolsa de Nova York.

Caixa: eis a questão


A revista The Economist discute a questão da necessidade que as empresas possuem de “ter caixa”. Em All you need is cash (The Economist, 20/11/2008) o texto faz um retrospecto da história recente das empresas, onde ter caixa era sinal de ineficiência. Hoje o foco é a “queima de caixa”, ou seja, o quanto as empresas estão consumido do seu caixa e a duração que este caixa terá nos próximos meses (o índice “queima de caixa” e sua explicação pode ser encontrado no livro de Administração do Capital de Giro, de Assaf Neto e Tibúrcio Silva, pela Atlas).

Em termos macro-econômicos, como as empresas estão cortando o gasto discricionário, o resultado será o que Keynes denominava de “paradox of thrift”: cada empresa corta seu gasto e isto influencia no processo de recessão da economia. O ótimo individual não corresponde ao ótimo coletivo.

Além disto, o momento é ótimo para as empresas predadoras, que possuem recursos, como é o caso da Microsoft, que atualmente tem 21 bilhões, e as empresas farmacêuticas (Eli Lilly, Roche, Merck e Bristol-Myers Squibb), que podem adquirir as empresas de biotecnologia.

É interessante notar que um texto da CFO (GM Controller to Peers: Watch Your Assets, David McCann, CFO.com, 20/11/2008) mostra a situação da empresa General Motors. E comenta que a empresa está sendo gerenciada, nos dias atuais, pelo caixa. O raciocínio é: tenho pagamentos a fazer e devo tomar medidas para converter meus ativos em caixa.

Foto: Life

Antes da Crise, minha remuneração


Uma pesquisa do Wall Street Journal (Before the Bust, These CEOs Took Money Off the Table, Mark Maremont, John Hechinger e Maurice Tamman, 20 November 2008 - A1) constatou que diversos executivos de grandes empresas aproveitaram dos anos de bonança para encher o bolso de dinheiro. O problema é que alguns desses administradores estão comandando empresas que hoje estão desacreditadas no mercado, como a Lehman Brothers e a Bear Stearns. Isto gera uma grande desconfiança do público em geral, que acredita que esses gestores são vilões mal-intencionados.

Um dos problemas é o proprio sistema de remuneração, que incentiva maiores pagamentos quando a situação econômica é melhor. Os exemplos do WSJ são interessantes, mas prefiro usar o caso da Exxon.

Nos últimos anos, esta empresa de petróleo bateu o seu recorde de lucratividade. Mérito dos executivos? Não, pois a lucratividade depende de um fator externo, o preço do petróleo. Como parte da remuneração é variável, dependendo do resultado da empresa, gerenciar uma empresa num momento de alta do seu produto é mais fácil do que roubar um doce de uma criança.

Conforme comente o professor de finanças Roy Smith, “o sistema tende a premiar pessoas que participam das bolhas”. Os executivos defendem sua remuneração, argumentando que a parte variável depende da avaliação que o mercado faz da empresa. Se o mercado achar que a empresa é boa, as ações valorizam e o executivo é premiado.
E o Brasil? Não sabemos, pois a política de remuneração geralmente não é evidenciada. Praticamente não sabemos nada sobre a qualificação dos executivos que trabalham nas empresas nacionais, exceto que uma grande parcela está vinculada, por razões genéticas, ao controlador.

Mas polêmica nunca é demais. A The Economist discute a questão da remuneração e aponta uma expectativa de redução dos bônus em torno de 70% para os executivos das corporações.

Foto: Life, executivo da American Airlines

Aquisição

Um levantamento feito por Heidi Moore (Today’s Deal Strategy: Losing by Winning) mostra algumas recentes ofertas de aquisição e o preço atual de cada ação. É interessante como executivos deixaram passar excelentes oportunidades de vender suas empresas, alardeando a independência. O mais interessante deles:

Microsoft-Yahoo
Oferta: US$ 31 por ação
Preço atual da ação do Yahoo: US$9.13

Banco do Brasil e Nossa Caixa


Com a aquisição da Nossa Caixa pelo BB, o sistema financeiro brasileiro tornou-se mais concentrado. Isto pode aumentar o risco global do sistema já que os dez principais bancos representam 87,1% do total. E a concentração promete continuar.

Aqui notícia do NYTimes sobre o assunto. O BB pretende fechar 30 agências (=menos competição), segundo o Estado de S. Paulo

Aqui o fato relevante e aqui a briga pelo primeiro lugar.

Finalmente, aqui uma opinião sobre o objetivo de uma empresa (aumentar receita ou agregar valor)

Fonte da Fotografia: Life