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19 novembro 2007

SEC e IFRS

A grande notícia da semana passada foi a possibilidade de empresas estrangeiras com ações negociadas no mercado norte-americano apresentar demonstrações contábeis segundo normas do IFRS (normas internacionais de contabilidade editadas pelo Iasb) sem a reconciliação com o US GAAP (normas norte-americadas de contabilidade). Esta notícia é um incentivo para o reconhecimento do IFRS como padrão para as normas internacionais mundiais. A seguir, uma notícia que resume este fato:

Contabilidade - SEC aceita IFRS como padrão para empresa de fora dos EUA
Gazeta Mercantil - 19/11/2007

São Paulo, 19 de Novembro de 2007 - A Securities and Exchange Commission (SEC, a comissão de valores mobiliários dos EUA) aprovou na semana passada que empresas não americanas com papéis listados nas bolsas do país passem a publicar seus demonstrativos financeiros seguindo as diretrizes das International Financial Reporting Standards (IFRS), sem a necessidade de reconciliação para o US GAAP.

Em comunicado, o órgão regulador explicou 2/3 dos investidores privados dos EUA detêm papéis de companhias de fora do país. "O objetivo é encorajar o uso das normas editadas pelo Iasb (International Accounting Standards Board, órgão responsável pela emissão das normas IFRS) no lugar de uma série de modelos diferentes em cada país", diz no comunicado Christopher Cox, presidente do conselho da SEC.

Ainda de acordo com o documento, a grande maioria das empresas estrangeiras investidas usam o IFRS, padrão já abraçado por 107 países ao redor do mundo. A decisão já vale para demonstrações financeiras das companhias relativas ao exercício de 2007. Adicionalmente, a SEC que também fará consultas públicas em dezembro para colher opiniões sobre a proposta de permitir que as empresas norte-americanas também possam trocar o US Gaap pelo IFRS.

No Brasil

O assunto vem sendo acompanhado de perto pelas 34 empresas brasileiras com American Depositary Receipts (ADR) negociados nas bolsas de Wall Street, hoje obrigadas a usar o US Gaap. Segundo especialistas consultados por este jornal, a tendência é que elas migrem para o IFRS. Isso porque muitas delas já têm que apresentar suas demonstrações contábeis nesse modelo porque têm subsidiárias em países onde o IFRS é padrão. É o caso da Vale do Rio Doce, dona da canadense Inco, e da Gerdau, dona da Sidenor da Espanha. "É fácil prever que as empresas vão querer reduzir custos e optar pelo mais prático", diz Eliseu Martins, da Fipecafi.

A Gerdau já se antecipou e, no mês passado, tornou-se a primeira empresa do País a usar o IFRS como padrão contábil internacional. Outras gigantes, como Itaú e Petrobras, já estão em processo adiantado de migração para esse modelo. De acordo com Martins, decisões recentes das autoridades regulatórias brasileiras vão acelerar a migração. Em julho, a CVM aprovou uma instrução tornando o IFRS como padrão obrigatório para relatórios contábeis das empresas abertas do País a partir do exercício de 2010.

Além disso, tramita no Congresso Nacional um projeto de lei que propõe tornar o IFRS como padrão brasileiro para todas as empresas. Nesta semana, o texto chega ao Senado, onde deve ser votado até janeiro de 2008, segundo previsão do relator do projeto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, deputado Carlos William (PTC-MG).

(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 3)(Aluísio Alves)

Concorrência ao extremo

Na semana passada uma notícia nos jornais mostrou até onde a concorrência pode chegar.

Escutas telefônicas feitas pela Polícia Federal indicam que pelo menos quatro empresas de transporte de passageiros foram lesadas pelo esquema desvendado pela Operação Veredas. Duas delas - Brasil Sul Linhas Rodoviárias e Viação Motta - disseram ter notado um rigor excessivo da fiscalização nos últimos meses. As demais - Aruanã e Itapemirim - preferiram não se manifestar sobre as investigações, alegando desconhecer qualquer ato lesivo praticado por suas concorrentes.

(...) A Andorinha também é acusada de pagar propina a policiais rodoviários federais para prejudicar a Viação Motta, sua principal concorrente em Presidente Prudente, no Oeste Paulista. "A Andorinha é vilã nessa história", disse uma fonte ouvida pelo Estado. "Os policiais recebiam propinas para fiscalizar com rigor os ônibus da Viação Motta, facilitando a vida da Andorinha. É um querendo engolir o outro."

Segundo a fonte, os ônibus da Viação Motta eram multados quando deixavam a estrada para, por exemplo, pegar passageiros em cidades que não constam da lista de paradas obrigatórias das linhas regulares. "Era uma fiscalização rigorosa, com multas pesadas, para inviabilizar a empresa concorrente." Os policiais rodoviários presos pela PF também costumavam parar os ônibus da Viação Motta nas rodovias e obrigar os passageiros a desembarcarem. "É o que se chama de transbordo. Os passageiros desembarcavam do ônibus multado e eram transferidos para o ônibus da concorrente (Andorinha)."

Procurada, a Andorinha confirmou que teve funcionários presos, mas negou que fossem executivos ou sócios. O Grupo Garcia alegou que não havia ninguém disponível para dar esclarecimentos. Já a Penha informou que não iria se manifestar sobre a operação.


Escutas mostram que pelo menos 4 companhias foram prejudicadas - Sandro Villar, Bruno Tavares e Rodrigo Pereira - Estado de S Paulo, 14/11/2007, p. C1

16 novembro 2007

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui

Links

1. Ilusão da transparência =>

2. Existe razão para os engenheiros serem terroristas?

3. Novo índice mede o desempenho das IPOs brasileireas =>

3. As pesquisas em Finanças Comportamentais

4. No te callas

Futebol, Torcedor e o Técnico

Este endereço discute se a "sabedoria das massas" funciona no futebol. Ou seja, se através de uma pesquisa de opinião entre os torcedores seria possível fazer uma seleção de jogadores ideal (Pense, por exemplo, numa pesquisa para escolher a melhor relação de jogadores brasileiros e a seleção brasileira de futebol). Para "sabedoria das massas" é necessário duas condições: (1) cada opinião deva ser independente e não influenciada por outros ou pela imprensa; (2) o conhecimento esteja disperso e fragmentado. A primeira condição, segundo o endereço, existe. O problema é que o técnico de um time tem informações que o torcedor comum não possui (se o jogador dormiu tarde ou foi para balada, se o atleta tem problemas de relacionamentos pessoais etc), e isto impede que a "sabedoria" funcione.

A força dos Emergentes

A The Economist desta semana (que deve chegar aos assinantes brasileiros na segund-feira) lembra da força dos emergentes (Aqui).



O gráfico é ilustrativo do crescimento do mercado brasileiro, desde 2003: 900%. Mas o risco é elevado, embora a revista chame a atenção para a existência de diferenças entre os países.

Para a revista, as economias mais arriscadas são Índia, Turquia e Hungria (vide figura 3). A reportagem destaca o grande número de oferta pública de ação e a valorização do real.

Fila do Café

Anteriormente este blog postou sobre uma pesquisa na fila do café (aqui) e fatos que indicariam existir discriminação. Aqui uma resposta de um dos autores sobre a crítica ao estudo, incluindo o tamanho da amostra, a importância da diferença encontrada, entre outros aspectos. Aqui, mais comentários

SEC e Normas internacionais

Atualmente os Estados Unidos exigem das empresas que publicam demonstrações contábeis pelas normas do Iasb que façam uma conciliação com a normas norte-americanas. Notícia divulgada dia 15 de novembro informa a decisão da SEC de permitir que as empresas adotem as normas internacionais sem esta exigência (fonte: aqui).

Nesta mesma data o Iasb parabeniza a decisão da SEC e lembra que esta decisão acompanha decisões idênticas da Comunidade Européia, Austrália, Hong Kong, África do Sul, Canadá, Índia, Coréia, Japão e China. O Brasil também é citado no comunicado: "No Brasil empresas abertas terão que usar as IFRSs em 2010" (Clique aqui para ler o comunicado)

FAS 157 irá atrasar?

Clique aqui, aqui e aqui

A força da Democracia na América Latina


Uma pesquisa realizada pela The Economist na América Latina mostra o grau de satisfação com o regime democrático. No Brasil, 43% responderam que preferem a democracia a qualquer outro tipo de regime (versus 30% em 2001). Mas somente 17% concordam que "em certos caso, um governo autoritário pode ser melhor que a democracia". O número de pessoas que concordam com que a economia de mercado é o melhor para o país aumentou em relação a 2000: mais de 55% concordam com isto. Além disto, aumentou aqueles que acreditam que a privatização foi o melhor para o país (em relação a 2005 e 2003; quase a metade concordam com isto). Na América Latina, a instituição mais confiável continua sendo a igreja, seguido dos militares e televisão. Os políticos mais populares são o presidente do Brasil, o rei Juan Carlos e o primeiro ministro Zapatero (os dois últimos brigaram com o Chavez, que não é muito popular, na última semana)

Reportagens que educam

Duas reportagens publicadas no dia 14 de novembro em jornais espanhois são muito interessantes para permitir exemplificar erros contábeis cometidos por um contabilidade não muito confiável. O exemplo é de um time de futebol chamado Celta de Vigo e trata das irregularidades de uma gestão passada e os problemas encontrados. (Uma situação parecida com o Corinthians atual). A primeira reportagem foi retirada do jornal La Voz de Galicia (La situación que se está viviendo estos días en Vigo al descubrirse unas... Alexandre Centeno - La Voz de Galicia - 14/11/2007):

Sobre Classificação Contábil:

(...)La principal irregularidad que reconoció el propio Lendoiro fue que en las cuentas anuales presentadas en diciembre del 2006 había reflejado 118,3 millones de euros (más de 19.635 millones de pesetas) como deudores a corto plazo cuando en realidad se refieren a derechos de televisión y publicidad a cobrar a largo plazo.

Sobre Reconhecimento:

(...) El líder de la plataforma de accionistas aseguró que ese apartado se refiere a la tasación del estadio municipal de Riazor, propiedad del Ayuntamiento y que el Deportivo disfruta a cambio una renta anual simbólica de un euro. Nadie lo negó. Esto significa que el consejo de administración de Lendoiro dice que ingresó más de 3.000 millones de pesetas por el campo de fútbol. Las prácticas contables establecen que no se puede registrar como ingreso la tasación de algo que le ha salido gratis. Estas irregularidades observadas durante la junta tuvieron su continuación semanas después cuando se conoció la redacción del acta.


Sobre o Princípio da Entidade e Ética:

(...) Los socios critican la bancarrota a la que ha llevado Lendoiro al Deportivo en los últimos años, con una nefasta gestión cimentada en un endeudamiento continuo y la creación de empresas deficitarias en las que ha dado empleo a sus hijos, los cónyuges de éstos y otros familiares tanto suyos como de algunos de sus colaboradores.


Uma outra reportagem, do mesmo jornal, "Mouriño acusa a sus antecesores de ocultar la realidad contable del Celta", de X.R. Castro, La Voz de Galicia, 14/11/2007

Sobre Ativo:

Además, indicó que jugadores como Catanha o Méndez eran considerados como activos del club años después de abandonar la disciplina y que aún a día de hoy son varios los jugadores que reclaman dinero que no aparece en ningún tipo de contabilidad. También señaló que se están pagando primas del último ascenso. En su comparecencia alimentó además el debate acerca de la legalidad contable. Sin entrar en críticas -aunque habló de mentiras y de engaños- reiteró que en su auditoría se había aplicado el único plan general contable que existe en España.

El delantero aparecía como activo del club por valor de 3,8 millones cuatro años después de marcharse

Mouriño descubrió que el futbolista Catanha, que hace casi un lustro que abandonó el club, aparecía en el balance contable con un valor de 3,8 millones de euros. Lo mismo sucedía con otros jugadores, como el argentino Méndez, que ya no pertenecen a la entidad por un valor cercano a los 6 millones de euros. «¿Cómo voy a tener en el balance que me cuesta eso si ya no es jugador mío? Es necesario retirarlo del balance y entonces ya se produce un desequilibrio. Si no son míos esos jugadores para qué voy a seguir mintiendo a la gente y mintiéndome a mí».


Sobre Passivo:

Se firmaron las actas de la deuda de 18 millones un mes antes del cambio

La deuda con Hacienda nunca había trascendido en ningún balance. Jamás se hizo la provisión de ese gasto. Sin embargo, Carlos Mouriño desveló que, «curiosamente, un mes antes del cambio, el consejo firmó las actas con Hacienda. En el descenso anterior se vendieron muchos jugadores y no hubo que pagar nada a Hacienda y nosotros tuvimos que destinar el 50% de los traspasos de los jugadores para pagar las actas de Hacienda».

No se corrigieron las observaciones de los auditores

En reiteradas auditorías anteriores, los auditores especificaron que había que corregir determinadas partidas que el consejo saliente obvió, según la declaración del propio Mouriño: «En la auditoría de los consejos anteriores esas observaciones grandes ya existían, pero simplemente no las corrigieron». El caso más llamativo lo representa la deuda con Hacienda. «Esos 18 millones tampoco iban en el balance, ¿Y si mañana sale que los perdí en la Audiencia Nacional? ¿Cómo lo pagamos?, le decimos a la gente que estamos quebrados y no fuimos capaces de hacer una previsión antes y de buscar una solución? Sabemos que es una deuda que ya se perdió en primera instancia y tenemos todas las posibilidades del mundo de perder de acuerdo con el informe de los abogados y por tanto seguir ignorándola, ocultándola y diciendo que no existe no se corresponde con la transparencia de la que hablamos desde el principio».


Sobre Passivo e Falta de Registro Contábil:

Jugadores de épocas anteriores que reclaman dinero que no consta en los libros de contabilidad


«Que estuvieran sin pagar no era tan grave como que no sabíamos a qué se debían». Con esta frase el presidente desveló que varios jugadores de épocas anteriores están reclamando dinero al club y que además de no ser abonado en su día no aparece reflejado en los libros de contabilidad. Puso como ejemplo la visita de Nagore a Vigo con el Numancia: «Al día siguiente del partido nos apareció en la puerta reclamando que le debían dinero. Le preguntamos si tenía algún papel y no lo tiene, en los libros tampoco aparece nada». Una situación idénticas se ha dado con jugadores como José Ignacio y Juan Sánchez. «El problema -dice el presidente- es que no sabíamos que se debían y cuando vienen a reclamarla vas a los libros de contabilidad y no están».

15 novembro 2007

Rir é o melhor Remédio


Fonte: Aqui

Petrobrás e Tupi

Aqui, o impacto da descoberta para Petrobrás.
Aqui, a conferência com investidores, com perguntas sobre este assunto

Portugal Telecom e os planos com a Vivo

Aqui a conferência da Portugal Telecom com investidores estrangeiros. Os gestores da empresa destacaram o papel da Vivo no resultado, apesar da baixa margem das empresas de Telecomunicações no Brasil, e algumas perguntas foram direcionadas a questão da empresa e da Telefónica. Afirmou-se que a Portugal Telecom não pretende desfazer das ações da Vivo.

14 novembro 2007

Links

1. Fotografias bonitas

2. Tradutor para teens (inglês)

3. Havaianas entre as marcas de impacto nos EUA

4. Frases de Warren Buffett

5. Injustiça na Ciência - O número de Avogadro não foi descoberto por Avogrado. E outras situações.

Custos da Guerra

Uma reportagem sobre o custo da Guerra no Iraque e Afeganistão. O problema do cálculo é que a estimativa realizada, em alguns pontos, é muito difícil e frágil de ser sustentada. É o caso do custo indireto sobre o preço do petróleo: é muito difícil estimar uma situação, isolando outras variáveis. Quem trabalha com métodos quantitativos sabe a fragilidade deste tipo de argumento quando se tem um grande conjunto de dados que possui similaridade no tempo. E quando isto não ocorre (como é o caso) o valor final transforma em especulação.

Gasto dos EUA com guerra seria maior
Valor Econômico - 14/11/2007

Os custos das operações militares no Iraque e no Afeganistão seriam o dobro do que o presidente dos EUA, George W. Bush solicitou ao Congresso por causa dos "custos embutidos", segundo um estudo apresentado por congressistas democratas. O estudo, apresentado na Comissão Econômica Conjunta do Congresso, diz que, no total, os custos da guerra chegam a US$ 1,5 trilhão. Esses "custos embutidos" seriam pagamento de juros de empréstimos para o custeio das guerras, investimentos perdidos, gastos de longo prazo com atendimento médico a feridos e os custos da tensão causada nos mercados de petróleo.O US$ 1,5 trilhão, para o período de 2002 a 2008, significa um custo de US$ 20,9 mil para uma família americana de quatro pessoas, diz o estudo. O governo Bush já requereu US$ 804 bilhões para as guerras do Iraque e Afeganistão. Apenas para o Iraque, o custo total estimado é de US$ 1,3 trilhão para o período de 2002 a 2008 -- ou US$ 16,5 mil para uma família de quatro.

Os custos futuros são ainda maiores. A relatório estima que as duas guerras custarão US$ 3,5 trilhões de 2003 a 2017, ou US$ 46,4 mil para cada família.O preço do barril de petróleo sofreu forte aumento desde o início da guerra no Iraque, de cerca de US$ 37 para bem acima dos US$ 90 nas últimas semanas. "Consistentes pressões resultantes da guerra têm afetado o preço do petróleo", apesar de o conflito no Iraque não ser o único responsável pela escalada, segundo o relatório. Ainda assim, o estudo estima que o aumento do preço do petróleo transferiu "aproximadamente US$ 124 bilhões dos consumidores americanos para produtores estrangeiros" de 2003 a 2008. O alto preço do petróleo tende a desacelerar o crescimento econômico e aumentar a inflação.Também "o total de juros pagos por dívidas relacionadas ao Iraque de 2003 a 2017 totalizará mais de US$ 550 bilhões", afirma o estudo. O governo americano tem de pagar juros sobre o dinheiro que pega emprestado para financiar a dívida pública interna, que atingiu recentemente US$ 9 trilhões.O relatório é divulgado no momento em que a Câmara dos Representantes se prepara para votar esta semana um projeto do oposicionista Partido Democrata que estabeleceria um cronograma para a retirada das tropas americanas do Iraque como condição para a concessão de outros US$ 50 bilhões para essa guerra.

Pulverização no mercado de capitais

Uma boa notícia: o mercado brasileiro está mais pulverizado. Isto é bom para as empresas e para o mercado:

Muda a estrutura de controle das SAs
(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 4)(Lucia Rebouças) - 14/11/2007

São Paulo, 14 de Novembro de 2007 - A expansão do mercado de capitais brasileiro está levando a uma mudança profunda na estrutura de propriedade das empresas brasileiras. Atualmente, das empresas que fazem parte do Novo Mercado - o segmento de listagem da Bovespa com as companhias que oferecem tratamento diferenciado aos minoritários -, 29 já têm capital pulverizado, difuso ou disperso (no qual, embora nenhum acionista tenha mais de 50% do capital, existem blocos de controle), número que deve crescer estimulado pelas próprias regras desse nível de governança corporativa da Bovespa.

(...) A pulverização do capital trouxe com ela mecanismos de proteção como as "poison pills", ou pílulas envenenadas, com as quais os controladores tentam proteger suas companhias de uma aquisição hostil. Para Maria Helena, a poison pill não é uma boa coisa. "Colocar prêmio sobre valor econômico eleva o custo de aquisição, o que torna impossível uma compra que seria saudável para os acionistas", afirma.

A pulverização do capital estimula a competitividade das empresas. "Sem amarras dos projetos ao tamanho do bolso do controlador fica mais fácil para a companhia expandir e gerar valor para seus acionistas", na opinião de Gilberto Mifano.

Essa estrutura de propriedade, porém, tem prós e contras. Maria Helena lembrou o fato de os acionista estarem aceitando ações preferenciais (sem direito de voto) nos novos IPOs (ofertas de ações na sigla em inglês).

13 novembro 2007

Links

1. Há petróleo

2. Não diga "função utilidade" e sim "função valor"

3. Estimativa do custo da guerra (EUA)

4. A face estranha da globalização. O que são fundos soberados

5. O poder do relacionamento pessoal = Uma história interessante que mostra o relacionamento pessoal em fundos de investimento

6. Um jogo interessante em Finanças Comportamentais

Contabilidade e Meio-ambiente

Nos Estados Unidos as empresas apresentam junto com as demonstrações contábeis uma listagem de ameaças e medidas que foram ou estão sendo tomadas pela empresa para fazer face a cada item. Este endereço faz uma listagem de empresas que estão considerando nas suas ameaças os problemas ambientais.

Mapa da corrupção


Fonte: Aqui

Apostando num perdedor

Você apostaria num time que não vence o principal torneio há 40 anos? Este time, nos últimos 40 anos, venceu 1.298 jogos e perdeu 1.378.

Parece que o investidor deveria pensar diferente. O Toronto Maple Leafs é o mais lucrativo time de hoquei do mundo. Apesar do desempenho em campo não bom, o time triplicou o valor do empreendimento (enterprise value, que corresponde a soma do valor de mercado, mais dívida e menos o caixa equivalente).

Nos negócios de esportes, o valor não é dado somente pela vitória, mas também em função dos custos dos jogadores, do patrimônio do clube e do valor dos torcedores. O resultado é que o time aumentou o lucro operacional em 24% na última temporada.

A revista Forbes destacou recentemente o desempenho do clube (Winning Isn't Everything; The Toronto Maple Leafs haven't had the Stanley Cup in 40 years. So how can they be the most lucrative hockey team on the planet?, de Nathan Vardi, 26/11/2007, Forbes, 96, Volume 180 Issue 11, clique para assinantes)

Clique aqui

Mais punição pela SEC

A SEC está mais rigorosa, conforme notícia abaixo:

Washington, 13 de Novembro de 2007 - A Securities and Exchange Commission (SEC), a comissão de valores mobiliários dos EUA, levou à Justiça 656 casos de empresas abertas que cometeram irregularidades no ano fiscal de 2007. O primeiro aumento em quatro anos, representa uma expansão de 14% em relação ao ano anterior e tem como um dos patrocinadores as investigações federais de empresas que pré-dataram concessões de opções de ações, disse ontem a diretora de fiscalização da SEC, Linda Thomsen, numa conferência jurídica em Nova York.

A divulgação incorreta de resultados financeiros, como declarações enganosas e concessões de opções de ações, representaram 33% dos casos, comparado com 24% em 2006, disse ela. Mais de 220 empresas divulgaram investigações internas ou federais para investigar a pré-datação de opções de ações para funcionários, interessados em garantir lucros para beneficiários. O órgão regulador do mercado de capitais deu entrada em 24 casos relacionados em 2007, contra apenas dois em 2006, disse Thomsen. "Ainda virão muitos casos", disse. "Minha esperança é que levaremos muitos mais aos tribunais" nos próximos 12 meses.(...)


SEG (sic) leva mais empresas à justiça após Sarbanes-Oxley
Gazeta Mercantil - 13/11/2007 - Finanças & Mercados - Pág. 4- Bloomberg News

12 novembro 2007

Rir é o melhor remédio

Um pequeno erro:


Fonte: Aqui

Simplificação em debate na Europa

A notícia a seguir é do jornal Vida Económica, de Portugal. Discute a simplificação na Comunidade Européia em termos de contabilidade:

CTOC rejeita isenção da obrigação de possuir contabilidade
Vida Económica - 9/11/2007

A Comissão Europeia avançou com uma proposta que está a agitar os meios contabilísticos. É intenção de Bruxelas isentar da obrigação de possuir contabilidade as empresas com um volume de negócios inferior a um milhão de euros. A Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas (CTOC) já se manifestou veementemente contra tal desiderato, considerando que não existe viabilidade ou lógica na medida proposta.

A CTOC garante que “não se está perante uma medida de simplificação, mas sim confrontados com uma proposta de apelo à pura e simples desorganização”. A instituição adianta que não faz sentido avançar com uma proposta deste tipo, já que qualquer empresa está envolvida com partes terceiras a que tem que prestar contas. É um facto que não pode haver ausência de contabilidade, até porque, em Portugal, quando há muitas regras de simplificação, as empresas acabam por ser mais tributadas.

A câmara considera mesmo que será criada uma desorganização que afectará não apenas as empresas, como toda a estrutura de funcionamento do sistema fiscal nacional. E refere a este propósito: “A proposta da Comissão revela uma insensibilidade total para as consequências emergentes da sua aplicação e dos nefastos resultados nas receitas públicas nos países comunitários.”

De facto, os grandes prejudicados serão as empresas e os empresários, tendo em conta que, não existindo um sistema de registos contabilísticos minimamente credível, serão um alvo fácil de uma série de situações complexas, as quais poderão afectar a segurança jurídica dos seus negócios ou, em muitos casos, o património individual de sócios e empresários. A posição dos empresários não é diferente, considerando estes que, independentemente da facturação de uma empresa, terá que existir sempre contabilidade organizada. O ideal seria uma simplificação considerável de processos.

Ansiedade simplificadora pode acarretar graves consequências

A entidade reguladora dos TOC acha que se chegou a um ponto de ansiedade simplificadora por parte da Comissão, “criando-se uma espécie de simplificação padronizada, isto é, aplicável a toda a Europa. No entanto, há medidas que nada têm de simplificação e que, se aplicadas, serão um factor de retrocesso na dinâmica empresarial, antes devendo ser classificadas como desorganização”.

Lamenta-se que, por vezes, Bruxelas não tenha a noção da realidade. Basta referir que são muito poucas as empresas, em Portugal, com uma facturação de um milhão de euros, o que significaria que a grande maioria ficaria isenta da obrigação de contabilidade. Mas é essencial que as empresas transmitam as suas evidências contabilísticas, sob pena de se cair num verdadeiro caos. Por outro lado, também ficaram críticas quanto à forma como se definem e são concebidas estas medidas, lançadas para discussão pública, sem quaisquer preocupações quanto às consequências, sobretudo tendo em conta as diferentes realidades dos países que integram a União.

Pronunciamento do CPC

Da página da CVM:

CVM edita Deliberação aprovando pronunciamento do Comitê de Pronunciamento Contábeis – CPC sobre a Redução ao Valor Recuperável de Ativos

A Comissão de Valores Mobiliários divulga hoje, 07/11/2007, a Deliberação nº 527/07, que aprova o Pronunciamento CPC 01 sobre "Redução ao Valor Recuperável de Ativos". O objetivo deste pronunciamento técnico é definir procedimentos para assegurar que os ativos, no âmbito de companhias abertas, não sejam registrados contabilmente por um valor superior ao passível de ser recuperado por uso ou venda. Em caso de evidências de que esses ativos estejam avaliados por valor não recuperável no futuro, a companhia deverá imediatamente reconhecer a desvalorização por meio da constituição de provisão para perdas. O pronunciamento também estabelece o procedimento para a entidade reverter as referidas perdas e a necessidade de divulgação dos eventos e circunstâncias que levaram ao reconhecimento ou reversão da desvalorização. Com a edição deste pronunciamento, busca-se um alinhamento da prática contábil adotada no Brasil com a norma internacional IAS – 36 Impairment of Assets.

Entre os possíveis cenários em que esta norma deve ser aplicada, estão: declínio significativo no valor de mercado de um ativo; mudanças adversas da tecnologia, do mercado ou do ambiente econômico ou legal; aumento nas taxas de juros do mercado ou de outras taxas de retorno sobre os investimentos; situações em que os ativos líquidos tornam-se maiores do que o valor de capitalização de mercado (preço de mercado das ações em circulação multiplicado pela quantidade dessas ações); obsolescência ou dano físico de um ativo; decisões sobre planos de descontinuidade ou reestruturação das operações; e ativos com desempenho abaixo do esperado.

Esta norma contábil é a primeira editada pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) e aprovada pela autarquia como resultado da estrutura de trabalho conjunto iniciado com a edição da Deliberação CVM nº 520/07, que prevê a possibilidade de aceitação e referendo, no todo ou em parte, dos pronunciamentos emitidos pelo CPC pela Comissão de Valores Mobiliários - CVM. O CPC tem como objetivo o estudo, o preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre procedimentos de Contabilidade e a divulgação de informações dessa natureza, para permitir a emissão de normas pelas entidades reguladoras brasileiras, visando à centralização e uniformização do seu processo de produção, levando sempre em conta a convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais.

O Pronunciamento CPC 01 foi posto em audiência publica pelo CPC, inicialmente, por um período de 4 meses. Com a publicação da Deliberação CVM nº 520, de 15 de maio de 2007, que dispõe sobre a audiência pública e a aceitação pela CVM dos pronunciamentos técnicos emitidos pelo CPC, passou por um novo período de audiência pública, desta vez em conjunto com a CVM.

Projeto caminha

Notícia da imprensa informa que o projeto 3741 está caminhando...

Lei da padronização vai ao Senado
Gazeta Mercantil - 9/11/2007 - Aluisio Alves

São Paulo, 9 de Novembro de 2007 - Projeto n 3741, que tramita há sete anos na Câmara, foi aprovado ontem pela CCJ. Sete anos. Esse foi o período de tramitação na Câmara dos Deputados do projeto de lei n 3741, de autoria do Poder Executivo, que altera a parte contábil da Lei das SA e alinha o Brasil ao padrão internacional de contabilidade. Ontem, o texto foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Após cinco sessões ordinárias da Câmara, se não houver pedido de apreciação do assunto em plenário, o texto seguirá para o Senado Federal, instância onde o assunto deve ter seu desfecho.

Segundo o deputado federal Carlos William (PTC-MG), que relatou o projeto na CCJ, a tramitação do texto no Senado deve ser rápida, devendo ser aprovado até janeiro de 2008. Em seguida será submetido à sanção presidencial. Se isso acontecer, a publicação de demonstrações financeiras de acordo com as International Financial Reporting Standards (IFRS) torna-se obrigatória a partir de 2009 para todas as empresas abertas e para as de capital fechado com patrimônio líquido acima de R$ 240 milhões ou receita anual de superior a R$ 300 milhões.

De acordo com William, a mudança vai facilitar a recepção de investimentos estrangeiros por parte das companhias brasileiras. "Elas precisam estar em linha com o que há de modernização administrativa no mundo", disse. Atualmente, o IFRS já é o padrão contábil utilizado por 107 países. "É um avanço que coloca o País no mundo real", comemorou o presidente do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon), Francisco Papellas.

A adesão ao modelo internacional já foi determinado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para as companhias abertas a partir do exercício de 2010. Até lá, a autarquia pretende emitir uma série de pareceres contábeis já em acordo com as IFRS. O primeiro deles, que trata da redução do valor recuperável de ativos, foi publicada na quarta-feira. "A idéia é fazer com que a transição não fique traumática", diz o superintende de normas contábeis da CVM, Antônio Carlos Santana.

Durante a tramitação do projeto na Câmara, foi derrubado o artigo que permitia às empresas fechadas de grande porte publicar suas demonstrações de forma condensada nos jornais, disponibilizando a íntegra do documento apenas na internet. O episódio fez advogados de empresas interessadas no assunto a afirmar que a obrigatoriedade de qualquer publicação dos balanços por parte dessas empresas teria sido suspensa.

Polêmica desfeita

Mas de acordo com o relator do projeto na CCJ da Câmara, não há dúvida: "Todas as empresas fechadas enquadradas no texto estarão submetidas às mesmas exigências das companhias de capital aberto, ou seja, também terão que publicar a íntegra de suas demonstrações financeiras nos jornais", explicou.



Projeto de reforma contábil irá ao Senado após sete anos
Valor Econômico - 9/11/2007

Enquanto, na prática, a harmonização contábil das normas brasileiras aos padrões internacionais caminha há muito tempo sem a ajuda de Brasília, o legislativo nacional deu o primeiro empurrão para que o projeto tenha a chancela oficial. A Câmara dos Deputados concluiu ontem, após sete anos de discussão, a análise e votação do projeto de lei 3.741, que altera as normas contábeis das sociedades anônimas. A votação foi concluída com a aprovação do projeto pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Agora segue para o Senado.O projeto é determinante para resolver o nó da regulação da contabilidade nacional e oficializar os esforços para a convergência das regras domésticas aos padrões internacionais, o IFRS (International Financial Reporting Standards).Um dos principais avanços da sua aprovação é fim da sobreposição de órgãos com capacidade para normatizar a questão.

Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Banco Central (BC), Superintendência de Seguros Privados (Susep), Comitê Federal de Contabilidade (CFC), Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon), entre outros, regulam simultaneamente o tema.A solução veio com a criação de uma única instituição para cuidar do tema: o Comitê de Práticas Contábeis (CPC). A transformação do projeto em lei irá oficializar a regulação por esse comitê, uma vez que a responsabilidade toda passa a ser centralizada na CVM - que, por sua vez, trata das questões contábeis dentro desse comitê. "Não haverá mais diversos órgãos ditando regras que, em alguns casos, eram até divergentes", diz Ariovaldo dos Santos, professor da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi). Ele lembra que o debate sobre as práticas contábeis brasileiras vem ocorrendo desde 1990. A demanda por mudanças tem quase duas décadas. O CPC já está a pleno vapor para orientar a contabilidade brasileira ao IFRS. Enquanto o Senado se debruça sobre o projeto, as companhias trabalharão para digerir a iniciativa inaugural do comitê, que trouxe para o Brasil a regulação do que tecnicamente é chamado de valor recuperável do ativo ou "imparmeint". O objetivo da medida é assegurar que os ativos não estejam registrados contabilmente por um valor superior ao que pode ser recuperado ou concretizado. Apesar de avançar junto do projeto de lei, o professor da Fipecafi crê que a convergência dos padrões nacionais aos internacionais andaria "praticamente sozinha", com o CPC.O próprio Banco Mundial, recentemente, reconheceu a melhoria do cenário brasileiro da contabilidade ao publicar estudo realizado em 2005 sobre a realidade das auditorias. Para divulgar o documento, fez um adendo destacando que boa parte dos problemas críticos caminhavam para um solução com o surgimento do CPC e as inciativas do Banco Central e da CVM, obrigando banco e companhias abertas a publicarem balanços seguindo o IFRS a partir de 2010. No caso das empresas abertas, a regra vale apenas para as demonstrações consolidadas.A expectativa é que o projeto vire lei antes disso. O trâmite no Senado deve ser bem mais rápido do que foi na Câmara. Antônio Carlos Santana, superintendente de normas contábeis e auditoria da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), acredita que a lei poderá ser sancionada em 2008. Ele avalia que os temas polêmicos já foram tratados em profundidade suficiente na Câmara. Assim, aposta o Senado agilizará o debate. "Há um grande engajamento para que o país avance na questão da harmonização internacional."Entre os temas polêmicos, estava a publicação dos balanços das grandes companhias - mesmo as limitadas. Mas, com as mudanças sofridas na Câmara, as empresas não terão de tornar os dados públicos, apenas auditá-los. A medida de grandeza das companhias também foi alterada. A versão original, encaminhada pelo Poder Executivo no governo de Fernando Henrique Cardoso, considerava de grande porte a sociedade ou grupo sob controle comum com ativos superiores a R$ 120 milhões ou receita bruta anual acima de R$ 150 milhões. Após as alterações, esses valores subiram, respectivamente, para R$ 240 milhões e R$ 300 milhões.

Iasb: mudanças - parte 2

Recentemente postei sobre as mudanças no Iasb (aqui).

O seguinte texto do Financial Times (Global accountancy regulators plan supervision body for IASB, de Jennifer Hughes, 8/11/2007, Asia Ed1, Page 15) não ajuda muito a esclarecer as razões do comunicado:

The long-held ambition of creating a single set of global accounting rules moved a step closer to reality yesterday with proposals designed to improve supervision of the board that sets international standards.

Leading regulators are supporting plans that centre on creating a supervisory group to oversee the work of the International Accounting Standards Board, with representatives from the US Securities and Exchange Commission, the European Commission and the Japanese Financial Services Authority.

The aim is to make IASB more independent and accountable to those who oversee the capital markets.

As the use of international financial reporting standards has grown, so have concerns about the complex governance of IASB, which is overseen by a foundation. This has meant a private-sector group has been setting public-interest accounting "law" in a growing number of jurisdictions.

International financial reporting standards issued by IASB are used or being adopted in more than 100 countries including the Group of Seven, except the US, and emerging economies such as China and India.

IASB's lack of accountability has led some national regulators to issue their own guidance and interpretations of IFRS - a path that risks disrupting the move to convergence by creating regional versions of standards.

In a joint statement yesterday, regulators, including Charlie McCreevy, the European Commissioner, and Christopher Cox, chairman of the SEC, said: "IFRS are becoming more widely used throughout the world."

They went on: "We have a common interest of ensuring continuing user confidence in the institutions responsible for the development."

The regulators said it was a "natural step" to involve the governmental bodies in scrutinising the standard setter.

The governance improvements would remove one roadblock to the US eventually switching to IFRS - a move looking increasingly likely.

Currently, the SEC is considering whether to drop its requirement for foreign filers to reconcile their accounts to US accounting rules if they already file in IFRS. IASB and FASB, its US counterpart, are also working on a long-term convergence project.

Mapa australiano


Na Austrália o mapa tem este formato. Isto coloca aquele país (e o nosso) no topo do mundo. Fonte: Aqui

Petrobrás

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) - o xerife do mercado de capitais brasileiro - tem pela frente uma de suas mais difíceis tarefas, a de investigar a possibilidade de vazamento e uso de informação privilegiada (o "insider information") no caso do campo de Tupi, da Petrobras. Não apenas por ser uma estatal e a maior empresa da bolsa brasileira, mas também pelo fato de envolver nada menos que o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo publicou o jornal "Folha de S. Paulo" na sexta-feira, o presidente teria contado aos governadores que o acompanharam na viagem para o anúncio da Copa de 2014, em 30 de outubro, que a Petrobras anunciaria descobertas que aumentariam em 50% as reservas de petróleo do país.

Petrobras coloca a CVM em saia justa
12/11/2007 - Valor Econômico - Daniele Camba

09 novembro 2007

Rir é o melhor remédio

Dois menininhos estavam saindo do estádio do Maracanã quando m deles foi atacado por um Rottweiler feroz. O outro menino imediatamente pegou um pedaço de pau e deu na cabeça do cachorro, fazendo com que o cão caísse morto e o amiguinho ficasse apenas com alguns arranhões.

Ao ver a cena, um repórter que passava correu para ser o primeiro a cobrir a fantástica história. Pensou em voz alta:
"Já estou até vendo a manchete: - "Jovem VASCAÍNO salva amigo de animal feroz'."
- "Mas eu não sou VASCAÍNO..." disse o menino.
- "Me desculpe, apenas presumi que fosse, já que estamos na saída do MARACANÃ... Então vou escrever: - "Pequeno BOTAFOGUENSE evita tragédia com amigo".
- "Mas eu também não sou BOTAFOGUENSE" Disse novamente o menino.
- "Ok! Então: 'Pequenino, valente e muito corajoso TORCEDOR DO FLUMINENSE vira herói'."
- "Não sou FLUMISENSE, moço."
- "Mas, afinal... Pra que time você torce?"
- "Sou FLAMENGUISTA."
E o repórter escreve em seu caderninho:
- "Delinquente FLAMENGUISTA mata brutalmente e sem piedade adorável animal doméstico.
Enviada por Matias

União entre BHP e Rio Tinto

A imprensa (comentou a possibilidade de união de duas mineradoras: BHP e Rio Tinto.

BHP Billiton, a primeira empresa do mundo no setor, propôs um acordo com a Rio Tinto, que rejeitou a idéia. A perspectiva era de um movimento de 150 bilhões de dólares, o que teria, inclusive, um reflexo interessante no mercado de fusões e aquisições.

A razão da rejeição foi que a administração achou o valor reduzido.

Notícias anteriores, clique aqui

Viés contra a Ciência

Uma discussão interessante sobre o viés contra o método científico:

1) Poder de autoridade = Na ciência você não deve acreditar nas pessoas, mas nas evidências. Neste sentido, não existe "consenso científico" pois ciência não é "pesquisa de opinião".

2) Poder do relato de uma experiência = As pessoas tendem a acreditar em casos mais do que em dados estatísticos. O avião é um meio de transporte seguro (em relação a outros meios), mesmo que os jornais enfatizem os "casos"

3) O culto a expressão pessoal - A ciência não é democrática no sentido de permitir que todos expressem sua "opinião". Ciência é fato, não achomêtro

4) Superconfiança - a confiança em nossa opinião cresce mais rápido do que a evidência.

Corrupção

Aqui, uma medida diferente de corrupção. Usando a internet, dois pesquisadores buscaram saber quantos documentos com a palavra "corrupção" aparecia no mesmo parágrafo que o nome de um determinado país. A relação com a medida de transparência internacional foi muito forte, conforme figura


Links

1) Milionários Chineses - Na China aumenta o número de milionários, podendo representar hoje o país com mais milionários, após os Estados Unidos.

2) Artigo de Mankiw sobre os números da Health Care

3) O Governo norte-americano fornece ajuda para produção de carne e outros produtos que provocam para obsidade e outras doenças, mas não vegetais e frutas.


3) Segundo documentos liberados por um tribunal, a pop-star Britney Spears gasta de forma suntuosa em roupas e diversão, mas não poupa ou investe. Além disto, seu gasto em educação é zero e a contribuição para caridade é simbólica ($500 dólares, de uma renda mensal de 737 mil dólares)

4) Amortização Negativa e Contabilidade

Educação pelo estado

Uma possível explicação para que a educação seja fornecida pelo estado é que a pessoa que irá escolher não será a pessoa que será beneficiada, a exemplo do que ocorre com um presente de amigo oculto. Nestas situações, a escolha será no sentido de prejudicar o beneficiário. É um argumento estranho, mas que vale uma reflexão

Pague quanto quiser

O conjunto Radiohead decidiu colocar seu novo trabalho à venda na internet, permitindo que o usuário pagasse o preço que considerasse justo. A experiência apresentou algumas conclusões interessantes. Cerca de62% não pagaram nada; 17% pagaram entre um centavo e $4, um valor muito abaixo do preço de um CD.

Mas a comparação (aqui, por exemplo) não é adequada pois deveria ser feita entre as pessoas que comprariam o CD, mas também entre as pessoas que baixaram as músicas sem pagar nada na internet. Somente assim seria possível determinar se foi ou não um sucesso.

10 Pesquisas Bizarras

Aqui uma relação de dez pesquisas bizarras. Fiquei perguntando se era verdade mesmo. Gostei muito do "Efeito da Música Country no Suicídio" e achei que poderia ser replicada para o Brasil, substituindo por música sertaneja e avaliando o impacto sobre a taxa de suicídio. Outra pesquisa interessante é a preferência das galinhas por humanos bonitos. Mas mereceria uma premiação no Ignóbil a pesquisa que concluiu ue a velocidade ultrasônica num queijo Cheddar é afetada pela temperatura.

08 novembro 2007

Rir é o melhor remédio


Relógio de NERD

Anti-doping: como verificar o não doping

A leitura da The Economist é sempre cheia de pequenas e grandes surpresas. Talvez por este motivo está é a melhor revista do mundo. Na sua última edição, uma reportagem interessante sobre a questão do doping no esporte.

Para revista, além do desafio de controlar o doping do atletas, as agências de controle de exame anti-doping tem um novo desafio: verificar o "não doping". A questão parece ser estranha, mas não é.

A razão disto é o chamado efeito placebo:

é um tratamento inerte, que pode ser na forma de um fármaco, e que apresenta efeitos terapêuticos devido aos efeitos fisiológicos da crença do paciente de que está sendo tratado. Medicamentos com princípios ativos também podem ter algum efeito placebo, apresentando efeitos terapêuticos diferentes do esperado. Por exemplo, um comprimido de Vitamina C pode aliviar a dor de cabeça de quem acredite estar ingerindo um analgésico, sendo um exemplo clássico de que o que cura é não o conteúdo do que inferimos mas sim a forma.


As agências de controle anti-doping divulgam uma lista de substâncias proibidas, divididas naquelas que são proibidas em qualquer tempo ou naquelas proibidas durante a competição. Pesquisas mostraram que um medicamento da segunda categoria pode ser usado em conjunto com o efeito placebo de forma criativa e engenhosa.

Por exemplo, considere uma droga que não é descoberta se ingerida até dois dias antes de uma competição. O atleta consome esta droga nos dias que antecede e durante os dois dias anteriores ingere um placebo (sem saber disto). Mesmo assim, seu desempenho será melhor do que os outros atletas. Isto já foi comprovado por alguns estudos, que a revista cita (How to cheat without cheating, 1/11/2007).

Blog empresarial: livre ou não?

Algumas empresa fazem restrições aos blogs de seus funcionários. Conforme este endereço aqui isto não é bom. Uma empresa que deixa seus empregados postarem de forma livre pode ajudar na reputação da própria empresa. Uma postagem crítica chama a atenção para a empresa e termina por destacar as postagens favoráveis. É o caso da Sun Microsystems.

FIA tem destaque no seu MBA

FIA é a única escola da América Latina no ranking do FT
Stela Campos - 29/10/2007

O MBA Executivo Internacional da Fundação Instituto de Administração (FIA) é o único representante latino-americano no concorrido ranking dos melhores cursos de MBA Executivo (EMBA) deste ano do jornal britânico "Financial Times".

O curso brasileiro ficou na 55ª colocação entre os 100 melhores do mundo. "É um grande desafio concorrer com as escolas mais importantes e descobrir que temos um conteúdo parecido", diz o coordenador James Wright.

O MBA Executivo, no geral, é oferecido em horários alternativos, permitindo ao executivo continuar trabalhando enquanto estuda. Por esta razão, atrai alunos mais seniores. Um dos quesitos que pesou na escolha da FIA foi justamente o fato dela agregar estudantes mais experientes. "Eles têm, em média, 38 anos de idade e 15 anos de atuação no mercado", diz Wright. Segundo ele, são diretores e gerentes seniores que aspiram chegar à presidência.

Segundo o FT, os alunos da FIA recebem, em média, US$ 218, 6 mil ao ano, o que os coloca entre os dez maiores salários entre as escolas selecionadas. O curso custa R$ 57.420. No geral, segundo Wright, os executivos são patrocinados por suas companhias, que custeiam 80% desse valor.

Esse preço não inclui as passagens aéreas para as viagens realizadas durante o curso. As aulas na FIA acontecem quinzenalmente, às sextas e sábados, em tempo integral. A duração total do MBA Executivo Internacional é de 18 meses. Existem ainda quatro dias de imersão em São Paulo, uma semana na universidade Vanderbilt (EUA), outra semana dividida entre a universidade de Cambridge (Inglaterra) e EMLyon (França) e dez dias na escola Sunyatsen (China).

Outro ponto forte do curso da FIA, que desde 2005 aparece no ranking do FT, é sua forte presença internacional. "Quase 70% dos alunos são de empresas estrangeiras. Muitos estão sendo preparados para assumir cargos de comando em outros países", diz Wright.

Do ponto de vista acadêmico, o curso da FIA segue o modelo americano, com ênfase para estratégia e competitividade internacional. Ele foi criado em 1993 e já formou mais de 900 alunos. São 35 estudantes por classe. Os professores também mereceram destaque no ranking. "São todos doutores que atuam no mercado", diz Wright.

Para eleger as melhores escolas o FT analisa o progresso na carreira dos alunos formados há três anos, a qualificação dos professores e a projeção internacional. As primeiras colocadas no ranking 2007 foram: Kellogg/Hong Kong; HEC Paris/LSE/ Stern; Wharton; Columbia/London Business School; IE; London Business School; Chicago Business School; Universidade de Washington; Columbia Business School e Insead.

Valor Econômico

Enviado por Ricardo Viana

Anúncios de resultados

Dois novos anúncios de resultados e a discussão com os investidores. O primeiro, da Cisco Systems, é interessante observar que não é citado o caso da prisão realizada no Brasil. Ou seja (e conforme já mostrei em gráfico) o mercado norte-americano não considerou este um caso grave. O segundo é do Itau.

Doutorado

Foi divulgado o edital para a primeira turma do Doutorado da UnB-UFPB-UFRN:

http://www.unb.br/cca/pos-graduacao/doutorado/seletivo.htm

07 novembro 2007

Produto

A diferença entre o produto jovem, revolucionário, inovativo e flexível:



Fonte: Aqui

Mudanças no Iasb?

Numa linguagem cifrada, a SEC, Comissão Européia, a Financial Services Agency of Japan e a International Organization of Securities Commissions (IOSCO) enfatiza a necessidade de independência do Iasb. (Clique aqui para ler)

Notícias da GM

A GM irá baixar 39 bilhões em razão dos prejuízos nos Estados Unidos, Canadá e Alemanha, além dos problemas financeiros da GMAC Financial Services, o que inclui hipotecas. (Fonte, aqui e aqui.

Já não bastava os problemas do Citi e Morgan

Abaixo a cotação da ação do Morgan nos últimos seis meses:



E a seguir, da GM (antes do efeito da notícia):

Lucro do Bradesco

Aqui, a transcrição do lucro do Bradesco para os investidores estrangeiros. A apresentação dos resultados parece que foi muito pouco criativa; é possível observar que ocorreu uma leitura de slides ("aqui, o slide 23" e assim por diante). Nas perguntas, questões sobre o Santander, o crescimento do banco no mercado interno, dúvidas sobre alguns passivos etc. Achei também interessante que o banco usou o percentual de arrecadação da CPMF como um critério de participação no mercado (pelo menos serviu para alguma coisa).

Escolhendo um profissão

Deu vontade de colocar esta notícia com o rótulo de "rir é o melhor remédio". Uma dúvida de um leitor num sítio da internet sobre a profissão de "ator" em filme pornográfico (aqui): quanto ganha, como entrar na profissão etc.

A resposta indica que um astro deverá ganhar entre $50 a $1500 dólares por cena. Este é o único pagamento (nenhum royalties, por exemplo). Parece que é difícil tornar-se um ator deste segmento, principalmente para homens, e a resposta diz isto claramente. Existem atributos físicos necessários e necessidade de cumprir o papel de forma eficiente. Além disto, o salário do homem é muito menor do que os recebimentos das mulheres.

Mulheres e Desempenho

Empresas com elevadas percentagens de mulheres com o cargo de diretores superam significativamente as empresas com pouca ou nenhuma mulher nesta função (...)

constatou que as maiores empresas (Fortune 500) com o maior participação de mulheres com o cargo de diretores superaram aqueles com o mais baixo em cerca de 53%, em média de retorno sobre o capital próprio. (...)


Fonte: Aqui

Religião e renda per capita

Recentemente postei sobre a relação entre religião e renda per capita em diversos países do mundo. O gráfico a seguir (fonte, aqui) mostra esta mesma relação para os estados dos EUA. Em vermelho, os estados que votaram em Bush em 2004; azul, os que escolheram Kerry. A relação inversa entre riqueza e religiosidade permanece, com pequenas exceções.



Tentei encontrar esta relação para o Brasil. Como no Brasil as pessoas declaram no censo que são religiosas (cerca de 90%), este dado torna-se questionável e a relação foi fraca. Usei a percentagem de católicos, e também não encontrei nenhuma correlação. A minha supresa aconteceu com os evangélicos, conforme gráfico abaixo:



A relação foi de 0,455, significativa. Dados do IBGE.

06 novembro 2007

Rir é o melhor remédio

A diferença entre o amor e o jiu-jitsu é que no jiu-jitsu certos golpes são proibidos Millor Fernandes

Fotos

Propaganda interessante:



Bons Tempos

Cisco

O caso da Cisco apresenta uma boa oportunidade para discutir a questão dos controles internos numa grande empresa. No dia 1 de novembro um dirigente da empresa falou sobre a questão e tentou mostrar que a matriz norte-americana não sabia de nada. Ou seja, a estratégia é tirar a responsabilidade da empresa e passá-la para outras empresas que atuavam em seu nome.


A seguir a reportagem do Estado sobre o assunto (grifo meu):


Cisco diz que não sabia o que funcionários e distribuidor faziam
Renato Cruz - 01/11/2007 - O Estado de São Paulo

Ninguém da empresa tinha falado antes sobre o assunto no Brasil

A Cisco Systems diz que não sabia de nada. Em 16 de outubro, quatro funcionários da empresa foram presos na Operação Persona, incluindo seu presidente no País, Pedro Ripper, e o homem que trouxe a empresa para o Brasil, Carlos Carnevali. Três foram soltos e um, Carnevali, continua preso. Quarenta pessoas foram detidas para desmontar um esquema de fraudes no comércio exterior que teria causado prejuízo de R$ 1,5 bilhão em impostos sonegados durante cinco anos.

"O sentimento foi de choque de que o governo brasileiro possa alegar que um grande montante de impostos não foi pago e algum esquema foi criado para sonegar impostos ao governo brasileiro", afirmou ontem Howard Charney, vice-presidente mundial da Cisco, sobre como a notícia foi recebida na subsidiária brasileira.

É a segunda vez que ele visita o País em duas semanas. Na semana passada, se reuniu com os funcionários e clientes para afirmar que a empresa age eticamente e continua operando.

A Mude, maior distribuidora da Cisco no Brasil, foi fechada. Segundo a Polícia Federal, ela funcionava como o departamento de importação da Cisco. "A Cisco não tem participação na Mude", garantiu Charney. "Não sabíamos como eles construíram a empresa, qual era a estrutura corporativa. Nossa meta era que eles importassem o produto certo e pagassem por ele. Os distribuidores fornecem estoque e crédito para nossos revendedores. Eles estavam fazendo um bom trabalho ao oferecer estoque e crédito para os revendedores e os produtos estavam sendo entregues no prazo correto. Se os procuradores não tivessem intervindo e dito que havia alguma coisa errada, nós não saberíamos."

Ontem, foi a primeira vez que algum representante da Cisco falou sobre o assunto. Antes disso, a empresa só havia divulgado comunicados. Desde o início do problema, a estratégia de comunicação da empresa tem sido conduzida a partir da sede, em San José, nos Estados Unidos. Uma assessoria de imprensa foi contratada especialmente para gerenciar a crise. Nenhum dos executivos brasileiros foi autorizado a falar com a imprensa.

Charney concedeu ontem nove entrevistas de meia hora para publicações diferentes, no Hotel Caesar Park Faria Lima, em São Paulo. A mensagem foi parecida com o primeiro comunicado, que dizia que a questão "envolvia um grupo de empresas brasileiras e pelo menos uma é revendedora Cisco". O esforço é para mostrar que a Cisco ou sua subsidiária brasileira não teriam nada a ver com o que está acontecendo. Charney defendeu Ripper e os outros dois funcionários liberados pela polícia. Mas não foi tão enfático na defesa de Carnevali, ressaltando que a Cisco nunca soube que ele tivesse feito alguma coisa errada.

Ontem, o desembargador Nelton dos Santos, da segunda instância da Justiça Federal de São Paulo, negou dois pedidos de habeas corpus pedidos na segunda-feira pelos advogados dos envolvidos no caso Cisco. Um dos pedidos referia-se a Cid Guardia Filho e Ernani Bertino Maciel, ambos da K/E, e outro a Moacyr Álvaro Sampaio, Marcelo Naoki Ikeda, Fernando Machado Grecco e José Roberto Pernomian Rodrigues, da Mude. O terceiro pedido de habeas corpus, referente ao acusado José Roberto Carnevali, ex-presidente da Cisco Brasil, ainda estava em análise. A decisão do desembargador é monocrática, ou seja, ainda passará por julgamento. COLABOROU ANDREA VIALLI


A seguir, a entrevista:

O que vocês já descobriram na investigação interna que estão fazendo?
O Estado de São Paulo

O que vocês já descobriram na investigação interna que estão fazendo?

Ainda não existem resultados. Em 16 de outubro foi a primeira vez em que tivemos notícia de que havia algo realmente errado. Os procuradores e a Polícia Federal estavam fazendo seu trabalho e fecharam a Mude e os escritórios da Cisco em São Paulo e no Rio. Por alguns dias, agora já estamos trabalhando de novo. Ficamos sabendo que havia alguma coisa realmente errada naquela data. Foi muito perturbador e iniciamos uma investigação interna, mas ainda não conseguimos completá-la. É preciso ainda entender que não temos acesso à documentação da Mude. Eles são uma outra empresa e seus documentos foram levados pelos procuradores federais. Tentamos entender o que houve, quem vendeu o que para quem, mas ainda não temos respostas para todas as perguntas.

O sr. sabia que a Mude teria usado empresas em paraísos fiscais para trazer seus produtos aqui para o Brasil?

Nós vendíamos produtos nos Estados Unidos para uma empresa chamada Mude USA. A Mude USA era um depósito e uma entidade legal que enviava esses produtos, até onde sabíamos, para uma empresa no Brasil, que era a Mude Brasil. Quem controlava essas duas empresas não era necessariamente de nosso conhecimento ou relevante para nós. O que era mais relevante para nós eram os pedidos que eles faziam e se eles pagavam suas contas. Se, quando eles entregavam os produtos para o cliente, o cliente ficava feliz. Se a instalação era feita de maneira correta. Agora, sabemos que a Mude tinha várias empresas, mas antes não sabíamos. A resposta é não, nós não sabíamos.

A polícia disse que a Mude funcionava como um departamento da Cisco no Brasil. O que vocês dizem sobre isso?

Nós, da Cisco, temos uma relação próxima com a IBM, com a Ingram - e tivemos uma relação próxima com a Mude, que nos falava sobre oportunidades nos setores bancário, hospitalar, universitário e governamental. Essas conversas fazem parte do processo de negócios. Temos um relacionamento próximo com todos os parceiros de negócios. Dizer que a Mude funcionava como um departamento da Cisco não é verdade. A Mude é uma companhia de terceiros, nós não dizemos a eles o que comprar nem que produtos devem manter no estoque e nós não dizemos para eles para quem dar crédito ou quem treinar. Falamos sobre negócios no Brasil, mas falamos sobre isso com todos os parceiros. A IBM é uma organização de vendas para a Cisco? Bem... Eles vendem nossos produtos, mas claramente não são a Cisco, são a IBM.

Por que Pedro Ripper e outros funcionários da Cisco foram presos?

Quatro funcionários foram detidos. Três foram soltos e um continua detido. Acredito que os procuradores federais e a Polícia Federal, de boa fé e fazendo seu trabalho, acreditam que um grande montante de dinheiro é devido ao governo federal do Brasil em impostos e taxas que não foram pagos. Eles têm transcrições de conversas entre pessoas. Eu não sei qual é o contexto das conversas. Mas eles acreditam que esses três indivíduos precisavam ser presos. Nós não entendemos precisamente porque as pessoas foram presas. Pedro era, é, o presidente da Cisco no Brasil. Talvez eles tenham acreditado que, por estar à frente da empresa no Brasil, precisava ser detido. Mas nosso entendimento é que realmente não há nenhum caso contra esses três indivíduos. Eles voltaram ao trabalho agora e estamos muito felizes que tenham voltado. Um funcionário ainda está preso, mas os procuradores federais não compartilham conosco porque fizeram o que fizeram.

Vocês não tiveram acesso ao processo?

Não. Nós sabemos muito pouco. Eles compartilharam conosco alguma informação. Mas, por exemplo, sabemos o que está no nosso registro, mas não no registro da Mude. Temos alguma informação, mas não muita.

Por que Carlos Carnevali ainda está preso?

Você percebe que essa pergunta não deve ser feita para mim, mas aos procuradores federais? Nós acreditamos que as informações que a Procuradoria tem sobre Carlos Carnevali são mais significativas. Muito mais sérias. É a única coisa em que podemos acreditar. Mas não temos controle sobre quanto tempo o sr. Carnevali ficará na detenção ou será solto.

Qual é a sua opinião sobre o sr. Carnevali?

Deixe-me ser claro: se pensássemos que o sr. Carnevali tivesse cometido atos imorais ou ilegais, teríamos tomado uma atitude muito mais cedo. Não tínhamos informação de que o sr. Carnevali tenha cometido qualquer ação imprópria. Teríamos feito alguma coisa a respeito. Se você me perguntar qual foi a reação, foi de incômodo. As acusações são bastante sérias. Não sabemos se as acusações são verdadeiras e teremos que esperar, como você, um, dois, três ou mais anos até haver uma decisão judicial. Mas estamos preocupados porque, se as acusações forem verdadeiras, ele fez coisas que não deveria ter feito, mas não sabemos. Não estamos felizes, mas a vida continua.

A história do sr. Carnevali está muito ligada à da Cisco no Brasil. Ele trouxe a empresa para o País. E a Cisco garante que tem um código de ética forte. Se as acusações forem verdadeiras, como isso pode ter acontecido, já que ele está há tanto tempo com vocês?

Nós temos um código de ética forte na companhia. Cada funcionário da empresa assina um código de conduta. Não podemos participar do controle de outras empresas, não podemos pagar para ninguém para ganharmos contrato e temos que agir de determinada maneira. O sr. Carnevali esteve na companhia - ele ainda está na companhia, tecnicamente - por muito tempo e tenho que dizer que, durante esse período, ele foi muito bem. Quando você pergunta que, se ele está há tanto tempo numa empresa com uma ética forte, como isso poderia acontecer, nós não sabemos. Não tínhamos nenhum motivo para acreditar que estaria acontecendo qualquer coisa que fosse ilegal ou antitética. O que nós sabíamos é que, na verdade, os negócios eram conduzidos de uma forma muito honesta. Nós simplesmente não sabíamos. R.C.


É interessante também notar a reação do mercado norte-americano (últimos seis meses):

Citibank

A notícia da semana (desta e da passada) refere-se a crise do Citigroup. O jornal Estado de S. Paulo de 5/11/2007 faz um balanço desta crise, com algumas observações contábeis interessantes:

O presidente do Citigroup, Charles Prince, renunciou ontem à tarde, dias depois de o banco anunciar prejuízos de bilhões de dólares com investimentos lastreados em hipotecas. O anúncio foi feito após uma reunião de emergência convocada pelo Conselho de Administração do Citigroup. O conselho também discutiu um novo anúncio de perdas bilionárias por causa da crise das hipotecas de alto risco (subprime).

Prince acumulava as funções de CEO (presidente) e presidente do Conselho de Administração do Citi. Como presidente do Conselho de Administração, será substituído por Robert Rubin, ex-secretário do Tesouro americano e atual presidente do comitê executivo do banco. Win Bischoff, presidente do Citi na Europa e membro dos comitês de gerência e operações do grupo, ocupará o cargo de CEO interinamente.

É a segunda baixa importante em grandes instituições financeiras em apenas uma semana, por causa da crise do subprime. Na segunda-feira, o presidente da Merrill Lynch, Stanley O'Neil, anunciou que deixaria a instituição. O Merrill Lynch perdeu US$ 8,4 bilhões em créditos de risco e hipotecas. Em sua edição eletrônica, o jornal The Wall Street Journal, disse que o Citi deve anunciar hoje a revisão de preço de seus ativos, que pode levar a perdas de US$ 8 bilhões a US$ 11 bilhões em sua carteira de crédito. A instituição deve "marcar a mercado" parte dos títulos que mantém, ou seja, vai reduzir o valor dos papéis seguindo a queda na cotação dos títulos no mercado.


A avalição dos ativos do banco irá provocar uma redução no seu patrimônio líquido através do prejuízo com os títulos. Este valor provavelmente está estimado para baixo, o que significa dizer que o prejuízo pode ser maior. A reportagem continua:

Na semana passada, o Citigroup já havia anunciado uma perda de US$ 6,5 bilhões por causa de investimentos em títulos lastreados em hipotecas e outros instrumentos financeiros de alto risco. Com isso, o lucro do Citigroup no terceiro trimestre caiu 57%. As ações do Citigroup caíram 31% neste ano e 9% só na semana passada. Além disso, a instituição está sendo investigada pela Securities and Exchange Commission (SEC), a comissão de valores mobiliários dos EUA, por causa de fundos de investimentos mantidos fora dos balanços do banco, os SIVs, que têm ativos de US$ 80 bilhões. O Citi seria o maior beneficiário de um plano de resgate anunciado recentemente pelos bancos, com apoio do Tesouro. Prince, de 57 anos, dirigia o Citigroup desde outubro de 2003 e havia sido criticado por muitos acionistas porque as ações da empresa estavam perdendo valor em relação à concorrência. As ações do grupo fecharam a sexta-feira em US$ 37,73, acumulando perda de 20% no mandato de Prince. Rubin, de 69 anos, está no Citigroup desde 1999 e é bastante próximo de Prince. Entre 1995 e 1999 foi secretário do Tesouro e já trabalhou na Goldman Sachs.
Patricia Campos Mello e Agências - Robert Rubin assumirá comando do Citigroup
5/11/2007 - November 2007- O Estado de São Paulo - p. b3


Observe que o Citi buscou serviços em uma pessoa bem relacionada (ex-secretário do tesouro), assim como ocorre no setor financeiro no Brasil, onde os grandes bancos possuem um relacionamento muito próximo com o poder.

Existem uma série de reportagens interessantes sobre o problema do Citi na internet e gostaria de destacar algumas.

1) Uma conferência com os analistas pode ser encontrada aqui

2) Uma comparação rápida com escandâlos contábeis anteriores e a possibilidade da crise ser pior, aqui

3) Críticas a Robin e o papel que poderá desempenhar na crise => aqui

4) Uma análise da razão histórica dos problemas do Citi e o conceito de "financial supermarket", aqui

5) Um texto mostrando que o problema do Citi era antigo e já estava relatado nas demonstrações contábeis, aqui

6) A dificuldade de estimar o tamanho do problema - aqui

7) Os ativos "nível 3" do Citi, que representavam 135 bilhões, aqui. Os ativos nível 3 são ativos avaliados por parâmetros com dificuldade de serem observados.

8) Mais sobre ativos "nível 3" aqui

O que diz o mercado? O gráfico abaixo é a cotação do Citigroup nos últimos cinco dias.



O seguinte é a cotação nos últimos cinco anos.



Fonte: CNN Money.

Bundchen só recebe em euros

A modelo brasileira Gisele Bundchen foi destaque por insistir, em seus contratos, receber em euros. Aqui, em português, aqui, aqui e aqui

02 novembro 2007

Rir é o melhor remédio

Esta é uma história antiga, da época da União Soviética:

Uma comissão visita uma escola para verificar o patriotismo das crianças:

- Ei, pergunta um membro da comissão, quem é seu pai?
- Meu pai é a União Soviética, responde uma criança
- Bom garoto. E quem é sua mãe?
- O partido comunista, replica a criança
- E o que você quer ser quando crescer?
- Orfão

Um problema ético

Uma reportagem do Wall Street Journal informa que a Merrill Lynch fez um acordo com muitos fundos de hedge para atrasar a divulgação das perdas das suas carteiras.

Clique aqui para ler

Nomes populares

Os nomes mais populares em Nova Iorque:

1. Michael
2. Daniel
3. Mathew
4. Joshua
5. Justin
6. David
7. Christopher
8. Joseph
9. Anthony
10. Jayden

01 novembro 2007

Rir é o melhor remédio

Hola, que tal? Hoy es una gran ocasión, pues tratase de Lo Dia Internacional de Hablarse Portuñol! A fim de celebrar esta efeméride y homenagear este dialeto muy compliexo que amalgama dos idiomas, lo português e lo español, en lo dia de hoy todos los blogueiros debem publicar posts en portuñol. Citando las imuertais palabras del ratito Speedy Gonzales: "Ándale, ándale, arriba, arriba!".


(...)

- "O Homem que Copiava" = "El Hombre que Tiraba Fuetocôpias"
- "Rocky" = "Pedrito"
- "Velocidade Máxima I" = "Mas Rápido No Puesso Ir"
- "Velocidade Máxima II" = "Mas Rápido No Puesso Ir de Nuevo, Carajo!"
- "Psicose" = "El Hirro Es La Madre"
- "American Pie" = "La Tuerta de Los EEUU"
- "Procurando Nemo" = "Donde Si Meteu El Pechito?"
- "Amnésia" = "El Hombre que No Se Recuerda"
- "Duro de Matar" = "Cabrón Hijo de Puta que Nunca Muerre"
- "Sinais" = "Un Extraterriestre in mi Mijaral"
- "Buttman - Prazeres Anais" = "Cara de Nadegas - Placeres en Los Culos"
- "Lisbela e o Prisioneiro" = "Lisguapa y Lo Hombre Prendido"
- "Carruagens de Fogo" = "Carrueças Inflamabiles"
- "Karatê Kid" = "Mestre Myagi y El Maricón Karateca"
- "Premonição" = "Alguna Mierda Irá Acontecier"
- "O Homem Nu" = "Lo Pieladón"


Clique aqui para continuar a ler

Obesidade e gênero

"Finalmente (e mais especulativamente), a percepção da mulher de um "ideal" corpo feminino é maior do que a percepção do homem de um corpo "ideal", e indivíduos com uma imagem maior de corpo ideal são mais propensos a serem obesos"

De uma pesquisa sobre obesidade na África do Sul - Aqui

Complexidade do texto


Tenho feito algumas pesquisas sobre complexidade de textos, em especial de relatórios de administração (junto com a prof. Fernanda Rodrigues) e dos fatos relevantes (com o agora mestrando José Lúcio Tozetti).

A figura acima (fonte, aqui)mostra uma amostra reduzida de textos de alguns escritores. De forma resumida informa que quanto mais simples for a frase maior a venda de livros. Como é difícil ser simples!

Religião e Riqueza



A figura acima foi obtida neste endereço. Mostra a relação entre o número de igrejas por dez mil pessoas e o PIB per capita da população. Ou seja, existe uma relação inversa, e razoavelmente forte, entre a riqueza de um país e o grau de religiosidade. A figura abaixo apresenta alguns países, sendo que os Estados Unidos e o Kuwait são pontos fora da média.

Ciclo de vida de Shopping

Assim como qualquer outro produto, existe um ciclo de vida para o Shopping:

Cai "ciclo de vida" de Shoppings Centers
O 'ciclo de vida' dos shopping centers está ficando cada vez mais curto. Nos Estados Unidos, onde o fenômeno já vem sendo observado há alguns anos, pelo menos 150 centros de compra construídos entre os anos 1950 e 1970 foram fechados. Muitas dessas construções foram demolidas e suas áreas destinadas a outras atividades, causando danos econômicos e urbanos. Outras estão abandonadas, contribuindo para a deterioração de seus arredores. No Brasil, é necessário chamar a atenção para o problema e evitar que o mesmo venha a ocorrer com os shoppings construídos aqui.

Essas são as conclusões do estudo 'Os Shopping Centers e o Enfrentamento do Ciclo de Vida do Produto', que será apresentado durante o VII Seminário da Sociedade Latino Americana de Estudos Imobiliários (LARES, na sigla em inglês de Latin American Real Estate Society), em São Paulo, nos dias 25 e 26 de outubro.

De acordo com o autor do trabalho, o arquiteto e urbanista Fernando Garrefa, mestre e doutor em Planejamento Urbano pela Universidade de São Paulo (USP), o fenômeno acontece porque um shopping center é considerado produto imobiliário e, como tal, está sujeito a um 'ciclo de vida'. Ou seja: passa por períodos de introdução, maturação, diversificação e declínio. (...)


Fonte: Shopping Center Bursátil

Fundação Gates

A Fundação criada por Bill Gates anunciou que estará patrocinando uma pesquisa denominada “The Joys and Dilemmas of Wealth.” A pesquisa será feita entre os ricos, que possuem mais de 25 milhões de dólares. A pesquisa pretende entender o que leva um milionário a fazer doações para caridade.

Fonte: Aqui