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10 abril 2007

Fazendeiro

Um fazendeiro tinha um filho adolescente que estava em dúvida quanto a sua profissão. O fazendeiro decidiu fazer um experimento. Ele colocou quatro objetos na mesa de estudos do seu filho:

Uma bíblia
Uma nota de dez reais
Uma lata de cerveja
Uma revista Playboy

“Eu esperarei meu filho chegar”, pensava o fazendeiro. “Se ele escolher a Bíblia, será um padre ou um pastor. Se pegar a nota de dez reais, será um homem de negócios, e ficarei feliz com a escolha. Se escolher a lata de cerveja será um desocupado. Que decepção. Se pegar a revista, será um mulherengo.”

Para não ter dúvidas, o fazendeiro ficou escondido esperando a entrada do filho no quarto. Quando o garoto chegou, deixou os livros na cama e viu com curiosidade os objetos em cima da mesa. Pegou a Bíblia e colocou debaixo do braço. Tomou a nota e rapidamente colocou no seu bolso, tomando o cuidado de ver se tinha alguém observando. Abriu a lata de cerveja e tomou um grande gole, enquanto abria na página central da revista.

“Meu Deus”, exclamou o fazendeiro no seu esconderijo. “Meu filho será um político.”

Fama e French

Em janeiro cai numa pegadinha sobre French (clique aqui) ). No dia 31 de março (mas não 1º. de abril), uma das minhas leituras prediletas na Internet, o Blog Mahalanobis, publicou a mesma notícia.

10 razões para você não ser Rico

1. Você se importa com o que os seus vizinhos pensam
2. Você não é paciente
3. Você tem maus hábitos
4. Você não tem objetivos
5. Você não está preparado
6. Você tenta atingir rápido o topo
7. Você deixa os outros tomar conta do seu dinheiro
8. Você investe em coisas que você não entende
9. Você é medroso financeiramente
10. Você ignora suas finanças

Fonte: Lifehack

Putin x Price

A agencia EFE informa que a empresa Gazprom manterá a PwC como sua empresa de auditoria. Isso apesar dos problemas que a Price está enfrentando com o Fisco russo.

A Gazprom é uma das maiores empresas de petróleo do mundo e resolveu apoiar a PricewaterhouseCoopers (PwC) apesar das ameaças que esta auditoria está sofrendo de não ter mais licença para trabalhar na Rússia. A licença vence em maio.

O motivo da briga é a acusação do Fisco de que a Price estaria ajudando na evasão de impostos da Yukos, também uma empresa de petróleo. A Yukos é considerada a grande inimiga de Putin, e por isso foi liquidada pelo governo.

A ameaça a PwC teve o revide da Casa Brance, que também ameaçou obstruir todas as ofertas públicas de ação de empresas russas na bolsa de Nova Iorque.

Chile e correção monetária

Postei no final de março (clique aqui) uma discussão sobre a correção monetária no Chile. Uma outra reportagem publicadas ontem (09/04/2007) no El Mercurio tratam do mesmo tema.

Corrección monetaria ya no será necesaria

Con la aplicación en Chile a partir de 2009 de las normas contables IFRS (Normas Internacionales de Información Financiera), deja de tener sentido la norma tributaria vigente que obliga a las empresas a realizar corrección monetaria. (...)

Muchos de los procesos se van a duplicar. Por ejemplo, hoy en día en un banco los intereses de la cartera de colocaciones se reconocen contable y tributariamente en el resultado como utilidad, en función de la tasa que está pactada en el contrato de crédito o en el pagaré. Con la IFRS, la tasa efectiva será la del contrato menos los gastos necesarios para colocar el crédito. Ello significa que habrá un proceso de devengamiento de intereses de los bancos que demandará bastante trabajo por los procesos que hay detrás.

Hoy en día, para determinar su base imponible respecto de la cual pagan un impuesto de 17% por las utilidades obtenidas, al extraer la información desde la contabilidad, las empresas le hacen alguna depuración y llegan a determinar el resultado tributario o renta líquida imponible.

Ese proceso de conversión entre el resultado contable y tributario es lo que se va a ver dificultado con los cambios al IFRS porque, advierte Muñoz, los cambios son de tanta profundidad que para hacer esta transformación, en algunos procesos las empresas tendrían que llevar más de una contabilidad. Un ejemplo de ello es la valorización del activo fijo, donde las empresas actualizan su valor por la variación de la inflación interna y los deprecian con una cuota de depreciación que llevan a gasto.

Contable y tributariamente eso es exactamente igual, señala el experto. "Con IFRS el sistema de corrección monetaria sólo se aplica en países hiperinflacionarios y, por tanto, contablemente en Chile ya no se debería aplicar más", agrega.

Y propone eliminar la corrección monetaria de la ley tributaria para simplificar en algo la duplicidad de procesos, de modo que, al menos respecto del activo fijo, las empresas no tengan diferencias entre los activos contables IFRS y los tributarios.


A inveja é saber que o Chile já tem uma data para adoção da IFRS. Enquanto isso no Brasil ...

09 abril 2007

Sinal de falta de governança

Segundo o Valor Econômico (Teles têm maior "spread", 9/4/2007)

As maiores diferenças de preços entre ordinárias e preferenciais estão hoje nas ações do setor de telefonia, já que é nele que se espera a troca de controle de várias companhias, como Brasil Telecom, Telemar, TIM e Vivo. As ONs de telefonia valem, em média, duas vezes as PNs. "Quanto maiores as chances de troca de controle, mais importante é o 'tag along'", diz Gustavo Harckbart, analista da Fides Asset Management. É exatamente por isso que aplicadores optam pelo porto-seguro das ON em teles.

Para um gestor de fundos, com o modelo de privatização, as teles puderam ser controladas com um percentual pequeno do capital total e tendo poucas preferenciais. "Isso potencializa muito o desalinhamento de interesses", observa.

Dados da Economática mostram que, em junho de 2003, as ONs da Brasil Telecom Participações valiam 17,9% menos que as PNs. Já em março deste ano, valiam 124,3% mais. No caso das ordinárias da Telemar Participações, em dezembro de 2002, seus preços eram 26% menores que os das preferenciais e, no mês passado, estavam 114,2% acima.

Aplicar em preferenciais, no entanto, não é certeza de que você nunca receberá parte do que foi pago ao controlador no caso de compra da companhia. Seguindo as melhores práticas de governança corporativa, muitas empresas hoje já oferecem "tag along" às PN, às vezes até de 100%.

Uma Comissão de Valores Mobiliários (CVM) mais ativa, como a de agora, tende a reduzir cada vez mais os abusos por parte das companhias, acredita Fábio Anderaos de Araújo, estrategista de renda variável para pessoa física da Itaú Corretora. "A atitude da CVM no caso do 'tag along' na Arcelor Brasil foi um divisor de águas, mostrando que a autarquia pode, na medida do possível, interferir na relação entre controladores e minoritários", diz. Ele acredita que o próprio mercado caminha, gradualmente, para o melhor dos mundos: empresas apenas com ações ordinárias. (DC e CV)

LRF e a manipulação das contas

A Lei de Responsabilidade Fiscal foi criada com a finalidade de ser um avanço em termos de gestão pública. Entretanto, vários aspectos induziram a manipulação. Uma reportagem do O Globo (9/4/2007, Estados recorrem a ‘faz-de-conta’ para fugir da punição da Lei Fiscal, por Regina Alvarez) mostra a manipulação dos números da contabilidade pública:

O problema é que os antecessores desses governantes usaram truques de contabilidade para maquiar o desempenho real das contas estaduais, e as conseqüências disso só foram aparecer no encerramento de seus mandatos.

No Distrito Federal, as despesas não contabilizadas em 2006, apuradas pela equipe do governador José Roberto Arruda, chegam a R$749 milhões. Foram identificadas, por exemplo, contas de água e luz que simplesmente não entraram no orçamento do governo anterior nem no cálculo dos restos a pagar (despesas de um ano não pagas que passam para o ano seguinte).

Assim, para efeito das exigências da LRF, o estado estava enquadrado na virada do mandato, mas a realidade era outra. O superávit de R$68 milhões se transformou em um déficit de R$45 milhões depois de um pente-fino nas contas. O déficit potencial projetado para este ano chegaria a R$1,6 bilhão, caso o governo não tivesse adotado medidas duras para reduzir suas despesas.

No Rio Grande do Sul, o atual secretário de Fazenda, Aod Cunha de Moraes Jr., encontrou dívidas com fornecedores não contabilizadas no valor de R$1,6 bilhão, enquanto no caixa único do estado havia apenas R$1,6 milhão. O governo anterior não contabilizava como despesas com pessoal gastos com pensionistas, pagamentos decorrentes de decisões judiciais e compromissos de exercícios anteriores. Assim, o estado está dentro dos limites da LRF — compromete 41% de sua receita com pessoal, para um limite de 60% — quando o gasto real chega a 73%.

— O que explica a confusão sobre as contas estaduais é que os indicadores tradicionais não captam a maquiagem da contabilidade oficial, principalmente nos chamados restos a pagar. Os indicadores tradicionais não conseguem separar o que é conta do que é “faz de conta”. A contabilidade criativa está sabotando a responsabilidade fiscal — afirma o economista José Roberto Afonso.

Em Alagoas, a secretária de Fazenda, Maria Fernanda Villela, encontrou dívidas no valor de R$388 milhões e apenas R$5,3 milhões em caixa. Os limites com gastos de pessoal estouraram logo que o novo governo assumiu, com os aumentos concedidos no ano anterior e não incluídos nas contas.

— O estado aparentemente estava enquadrado na LRF, mas o exame das contas mostrou os disfarces — relata o subsecretário de Fazenda de Alagoas, Mauricio Toledo.

Conselho de Administração

Segundo a Gazeta de 9/4/2007:

Net tem o maior Conselho de Administração - Lúcia Rebouças

(...) O projeto da editora Análise Editorial de fazer o primeiro anuário de governança corporativa no Brasil já virou realidade e foi além do objetivo inicial, transformando-se num verdadeiro raio-x das 294 companhias abertas negociadas na Bovespa.

(...) O maior conselho de administração operando no Brasil é da o NET com seus 24 membros. Em seguida vem o conselho da Embraer, com 22.

Os conselheiros mais requisitados são personalidades conhecidas por sua atuação em cargos de ponta tanto no governo quanto na iniciativa privada: Alcides Tápias, Antonio Kandir, Carlos Medeiros Silva Neto, Francisco Roberto André Gros e Oscar de Paula Bernardes Neto. Todos eles com acento no conselho de pelo menos quatro empresas.

08 abril 2007

Infraero

A Folha de S. Paulo de 08/04/2007 traz reportagem sobre a Infraero. Em Prejuízo em 2006 foi de R$ 135 mi o jornal faz uma análise global da empresa:

A Infraero é uma empresa pública vinculada ao Ministério da Defesa responsável pela administração de 67 aeroportos no país. Em 2006, girou R$ 2,2 bilhões, mas fechou seu balanço com prejuízo de R$ 135,5 milhões.


Imaginei que "girou" correspondia a receita. Numa outra reportagem informa que esse dado corresponde ao faturamento, que é diferente do conceito de receita. Continua a reportagem:

O resultado negativo não impediu que a estatal, por exemplo, destinasse R$ 5,9 milhões ao patrocínio de 80 projetos esportivos e culturais e concedesse aumentos salariais e promoções. A Infraero também desenvolve 62 projetos sociais, com 21 mil pessoas beneficiadas.


Nesse trecho a uma clara intenção de dizer que empresa com prejuízo não pode destinar recursos para patrocínio e projetos sociais. Isso não é verdade.

Em Lista de processos contra a empresa dificulta ação do TCU , de Iuri Dantas, o jornal informa que o TCU não consegue julgar as contas da Infraero desde 1998. O jornal informa que:

Por conta da grande quantidade de apurações em curso, o tribunal não julga as contas da Infraero desde 1998.

Curiosamente, entretanto, os processos administrativos têm força para impedir o trabalho do TCU, mas não indícios suficientes para interromper obras, suspender editais ou ocasionar o rompimento de contratos.

A assessoria de imprensa do TCU atribuiu a demora no julgamento das contas às auditorias em andamento.


Aqui fica claro que o problema é do TCU. O jornal cita que as últimas contas aprovadas dos Correios são de 1999, mas da Casa da Moeda são de 2004. O jornal escutou o representante do Ministério Público no TCU que defende a não interrupção das obras quando constata problemas.

Em Infraero é alvo de mais de 100 apurações de irregularidades , também de Iuri Dantas, o jornal informa que a Infraero

responde hoje a mais de uma centena de apurações sobre supostas irregularidades.

Segundo pesquisa realizada pela Folha, são 35 procedimentos administrativos do Ministério Público Federal, 95 processos no Tribunal de Contas da União, quatro investigações da Controladoria Geral da União e três apurações de suas auditorias internas que apontam graves irregularidades em contratos comerciais.


Continua a reportagem:

Com faturamento de R$ 2,2 bilhões no ano passado, a Infraero também chegou a ter metade de sua diretoria sob suspeita de práticas condenáveis, antes do afastamento em dezembro de Adenauher Figueira Nunes, que ocupava a diretoria financeira até então.


Aqui o trecho dá a entender que hoje a diretoria já não está sob suspeita, uma vez que o diretor financeiro foi afastado.

07 abril 2007

Folha de Pagamento é ativo?

Os contratos de exclusividade das folhas de pagamento é um ativo? Analisando os conceitos de ativo, em particular do Iasb, a resposta seria um Sim, pois satisfaz aos três critérios. Inclusive o controle.

Mas qual ativo seria melhor? Parece que a Nossa Caixa considerou como Despesas Antecipadas. O melhor seria um ativo permanente, amortizado pelo tempo decorrido do contrato.

Delib. 488/2005).

Enfim, o que os senhores acham?

China

Algumas pessoas espantam com o crescimento da China e outros fazem até projeção sobre o fato da China ser a nova potência mundial. O gráfico abaixo é da The Economist (31/03/2007, p.4, Special Report sobre a China) e mostra a participação da China na economia mundial. Na realidade, o crescimento é uma recuperação da sua posição na economia que a China tinha no final do século XIX. Em 1820 mais de 30% da economia mundial era proveniente da China.

Etanol

A The Economist faz um comentário sobre a afirmação de Castro sobre o Etanol ("sinistra idéia de converter comida em combustível"). Para a revista, como combustível, a idéia é interessante, mas a produção nos Estados Unidos é ruim.

O Etanol é uma iniciativa que tem um amplo apóio nos Estados Unidos: fazendeiros gostam por representar uma nova fonte de subsídio, falcões gostam por oferecer uma possibilidade de depender menos do oriente, a indústria automotiva gosta por reduzir a pressão sobre o aquecimento global.

Já o etanol da cana é considerado pela revista como bom, pois produz mais energia e o principal produtor, o Brasil, possui terras disponíveis sem precisar reduzir a produção de comida ou ameaçar as florestas. Será verdade isso que a revista afirmou?

Redução da corrupção

O jornal La Vanguardia (07/04/2007, En los últimos días dos nuevos casos de corrupción han ocupado los titulares de...) tenta entender as razões para os inúmeros escandâlos de corrupção (clique aqui para ler). Duas citações interessantes. A primeira, sobre o Brasil,

El PT brasileño, la esperanza de los pobres del país, ha visto su ascendencia gravemente dañada por la corrupción de importante dirigentes, diputados y líderes municipales financiando al partido y sólo ha sobrevivido merced al carisma y honestidad de Lula.


A segunda, quando explica a razão pela qual a Finlandia é considerado o país menos corrupto do mundo:

Finlandia y sus vecinos se caracterizan por ser sociedades culturalmente homogéneas, con fuertes lazos de identidad interna, con bajo índice de desigualdad social y un amplio sistema de protección social. Con lo esencial de la vida asegurado y con un sistema impositivo que hace estéril superar ciertos niveles de ingresos, con un fuerte control de la contabilidad individual y empresarial, los incentivos para la corrupción son escasos y socialmente rechazados.

Faça o que eu digo

Notícia da Folha de 07/04/2007 afirma que o Banco Mundial, que divulga a necessidade de padrões de governança no mundo, está investigando o salário da namorada de Wolfowitz. A funcionária Shaha Riza está atualmente trabalhando no Departamento de Estado dos EUA, mas sendo paga pelo Banco Mundial, com remuneração de 193 mil dólares, livres de impostos.

A história começou dois anos atrás, quando Wolfowitz, então número dois do Pentágono, foi escolhido presidente do Banco Mundial. Veio a público que ele namorava a Shaha Riza, então relações públicas do Bird.

Pelas regras da instituição, namorados não podem supervisionar uns aos outros e por isso ela teria sido orientada a mudar. Riza foi transferida ao Departamento de Estado -foi promovida e recebeu aumentos agora questionados pela associação de funcionários do banco.

Manipulação de imagens

Sabemos que existem manipulações de imagens, que usualmente associamos ao Photoshop. Uma revista Playboy a foto de uma modelo foi tão manipulada que a moça apareceu sem o seu umbigo (é verdade!).

Nós que estamos acostumados a ouvir falar em fraude contábil, com manipulação dos números do balanço de uma empresa, sabemos que isso é possível de acontecer graças a criatividade humana.

Da mesma forma que na contabilidade, existem técnicas para detectar fraudes em fotografia. Uma foto que circulou colocando numa mesma imagem John Kerry e Jane Fonda era falsa e foi identificada graças as essas técnicas.

A foto a seguir compara o número de pontos brancos em cada pupila. O primeiro e terceiro possuem somente um único ponto; o segundo e quarto personagem possuem dois pontos. A foto foi retocada!

Clique aqui para ler mais

Blogs

O link indica um interessante relatório sobre blogs. O número de blogs tem crescido, mas o relatório indica que os blogs spam é problema.



As postagens geralmente estão associadas a algum evento especial. O último, apontado pelo gráfico abaixo, foi as "fotos" de uma participante do American Idol



São 1,4 blogs novos a cada segundo sendo de 3 a 7 mil blogs spam a cada dia. São postados 1,5 milhão por dia ou 17 por segundos. A língua principal é a japonesa (37%) e somente 2% dos blogs estão em português.

P.S. Nesta história de Spam o pequeno criminoso está bem acompanhado. Em Dezembro a Sony criou um blog com dois adolescentes que conversavam sobre o PlayStation no Natal (All I want for Xmas is a PSP). O blog tinha vídeos e a fraude foi descoberta. O porta-voz da empresa afirmou que o objetivo era apelar para o humor das pessoas. Clique aqui para ler sobre esse caso

Powerpoint é ruim para apresentação

Cientistas australianos descobriram que o uso do Powerpoint não é bom para apresentação de idéias. Segundo os cientistas, o processo de informação torna-se mais difícil quando existe a forma escrita e falada ao mesmo tempo.

"O uso da apresentação do PowerPoint pode ser um desastre" diz um dos pesquisadores.

A pesquisa é mais controversa ao indicar que os professores deveriam concentrar nas respostas e não nas perguntas.

Clique aqui para link e aqui também

06 abril 2007

Obras mais importantes

Postei em março minha lista das obras mais relevantes de contabilidade. A lista do prof. Jorge Niyama é a seguinte:

1.Contabilidade Introdutória da USP, pela revolução no ensino da contabilidade no Brasil.;
2. Contabilidade Geral, do Hilário Franco, pelo que representou ao longo de mais de quatro décadas de ensino na área.
3. Teoria da Contabilidade do prof.Sergio de Iudicibus desnecessário dizer porque.
4. MANUAL de contabilidade das SociedadesK por Ações, por representar o divisor de águas entre o ensino e a prática da contabilidade.
5. Contabilidade Superior, do saudoso prof. Frederico Hermann Jr.
6. Contabilidade de Custos, Eliseu Martins, principal obra da área;

Já o prof. Lustosa listou as seguintes:

1) Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações - Fipecafi - Atlas.
2) Introdução à Contabilidade - Equipe de Professores da USP, Atlas. Pelo pioneirismo, difusão e contribuição ao estudo da contabilidade no Brasil.
3) Contabilidade de Custos - Eliseu Martins, Atlas.
4) Contabilidade Gerencial - Garrison e Noreen, LTC, Rio de Janeiro, 2001.
5) Livro do prof. Giacomani, na área de Contabilidade Pública.
6) Teoria da Contabilidade - prof. Iudícibus, Atlas,

Para recordar, minha lista é a seguinte:

=> Tese do Natan Szuster - A tese do professor Natan mostrou que é possível fazer pesquisa exaustiva e com rigor no Brasil.
=> Livro do prof. Eliseu Martins sobre Correção Monetária - O livro deveria ser uma exposição do teorema de Modigliani e Miller sob a denominação de alavancagem financeira. Porém, a exposição sobre o significado da correção monetária é marcante e mereceu citação na enciclopédia de história da Contabilidade de Chatfield
=> Livro do Hendriksen e Van Breda - Apesar da obra não ser adotada mais nas grandes escolas de contabilidade (e nem ser possível comprá-la na Amazon), o livro de Teoria é um marco pois ensinou os professores de contabilidade do Brasil
=> Tese do professor Iudícibus - Talvez o primeiro trabalho efetivamente científico da contabilidade brasileira
=> Manual de Contabilidade da Fipecafi - pela influencia que até hoje exerce na contabilidade brasileira.
=> Contabilidade Introdutória - apesar de ter críticas a essa obra, é inegável sua influencia sobre o ensino de contabilidade.

Pode-se perceber que minha lista é um pouco diferente dos meus colegas...

05 abril 2007

Guidance

Guidance, a pratica de divulgar projeções, é objeto de duas reportagens nos jornais de hoje (5/7/2007). Uma na Gazeta e outra no Valor Econômico. Na Gazeta Mercantil:

Guidance cai no gosto das empresas
Gazeta Mercantil

Pesquisa do Ibri aponta que 3/4 das companhias da Bovespa divulga projeções ao mercado. O hábito de divulgar a analistas de mercado as projeções de resultados, o chamado guidance, já é praticado por três quartos das grandes companhias abertas brasileiras. Pelo menos é o que aponta uma enquete do Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (Ibri). A consulta mostrou que 76% de 40 empresas listadas na Bovespa, todas com valor de mercado superior a R$ 1 bilhão, dão ao mercado algum tipo de orientação sobre expectativas de resultados. A enquete divulgada ontem, em seminário na Bovespa, mostra também que a preferência das companhias que adotaram a prática é dar informações anuais, com 58% do total, ante 42% que o fazem em bases trimestrais.Embora em ascensão, a prática ainda é alvo de controvérsia no Brasil.

Especialmente porque não há uma tendência clara sobre a conveniência e as vantagens desse hábito para as próprias empresas e seus investidores no mercado americano, onde o guidance surgiu. Um levantamento divulgado pela consultoria McKinsey no mesmo evento apontou que 222 empresas dos EUA deixaram de apresentar guidance desde 2003, incluindo gigantes como Coca-Cola, McDonalds e Intel. Em contrapartida, 31% delas voltaram atrás. No geral, as empresas percebem que os benefícios do guidance são maiores do que os riscos", diz William Jones, da McKinsey.

E entre os riscos mencionados na pesquisa do Ibri por empresas brasileiras avessas a divulgar projeções como motivos para não fazê-lo, os principais são a volatilidade do cenário econômico e receio de questionamentos quando não atingir os números apontados. Para Arleu Anhalt, diretor da consultoria Firb, no geral as empresas que dão guidance registram volatilidade menor em bolsa e suas ações ficam mais próximas do preço-justo. "Mas se vier num momento em que a companhia estiver mal posicionada, o guidance pode prejudicar mais que ajudar", diz.

Foi mais ou menos isso o que aconteceu com a Votorantim Celulose e Papel (VCP), que começou a divulgar projeções trimestrais de resultado desde março de 2006. No final do ano, ao apresentar perspectivas para o quarto trimestre bem menores do que as divulgadas anteriormente, as ações da companhia desabaram. Ainda assim, o diretor de relações com investidores da companhia, Alfredo Villares, considera a prática positiva. "Se não divulgássemos o guidance, o resultado teria sido pior", diz.

Outra defensora da prática, a elétrica mineira Cemig, também sofreu um revés recente, quando apresentou resultado trimestral em que a receita ficou R$ 230 milhões abaixo do que previu antes, o que levou a queda de quase 10% das ações. "Descobrimos que tínhamos errado nas nossas projeções", admite Agostinho Cardoso, superintendente de relações com investidores da Cemig. Em vez de desistir da prática, a companhia decidiu melhorá-la. "Criamos um comitê específico para divulgação financeira e decidimos mudar nosso processo de elaboração dos relatórios de projeções", diz Cardoso.

Mas há companhias que tomaram outros rumos, como também indica a enquete do Ibri, segundo a qual 18% das empresas que divulgam guidance pensam em desistir da prática. Um desses casos é a Guararapes, dona da rede Riachuelo, que abandonou o guidance no início de 2007.


No Valor:

Projeção de resultados cresce no mercado

A divulgação de projeções de resultados pelas empresas, o chamado "guidance", ganha espaço nas companhias brasileiras em meio à melhora da governança corporativa das companhias. Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (Ibri), apresentado ontem durante o seminário "Guidance e Criação de Valor", promovido pela entidade, de um universo de 40 empresas consultadas no fim do ano passado, a maioria (76%) dá algum tipo de projeção para o mercado periodicamente.

A informação mais comum é o volume de vendas, em 76% das empresas, seguida do valor do investimento previsto (50%) e dos custos e despesas (40%). A informação menos abordada nas projeções é o lucro (16%), justamente o item mais divulgado nos Estados Unidos. A maioria (66%) usa intervalos de valor e não números fechados para as projeções e faz as estimativas anualmente (58%). Dos 24% de empresas que dizem não divulgar "guidance", quase a metade, 42%, afirma estar estudando adotar essa política.

A divulgação de projeções é polêmica e encontra opositores ilustres, como o megainvestidor Warren Buffet. No exterior, o "guidance" passou a ser mais utilizado a partir de 1995, quando a Securities and Exchange Comission (SEC) regulamentou a divulgação, reduzindo o risco de processos contra os administradores caso as projeções não se realizassem, lembrou o ex-presidente da CVM e sócio do escritório Motta, Fernandes Rocha Advogados, Luiz Leonardo Cantidiano. Mesmo assim, companhias importantes, como Coca Cola, Dell, AT&T, Google, Ford, Citigroup e Motorola decidiram não divulgar mais projeções ao mercado. Outras, que divulgavam "guidance" trimestral, passaram a fazer apenas projeções anuais, alegando que isso evitava que os executivos e investidores pensassem apenas no curto prazo e relaxassem as estratégias de longo prazo.

No Brasil, o "guidance" é muito mais difícil de ser feito, avalia Willian Jones, diretor da McKinsey. "Pelo cenário econômico mais incerto e crises freqüentes.". Mesmo assim, ele destaca os benefícios, como aumentar o número de analistas que acompanham as empresas e reduzir as diferenças entre as projeções de preços das ações e aumentar o contato com analistas e investidores. "Hoje os preços das ações brasileiras seguem mais fatores gerais do mercado do que fatores individuais e um aumento do número de analistas acompanhando os papéis poderia reduzir essa correlação entre a ação e o Ibovespa". Ele lembra que, nos Estados Unidos, 66% das empresas que compõem o índice S&P 500 fornecem "guidance". "E esse número vem crescendo desde 1994".


Ambas as reportagens usam a pesquisa do Ibri, com enfoques diferentes. O percentual de adoção do guidance deve ser considerado com cuidado uma vez que existe uma restrição da amostra da pesquisa - só as grandes empresas abertas participaram. As razões da baixa utilização podem incluir o conservadorismo, a falta de experiência histórica do nosso mercado (temos só doze anos de mercado com baixa inflação) e o fato de que o guidance não é um assunto passível de certeza no exterior.

Dados da Bolsa

Os dados da bolsa de valores informam que:


=> As 104 empresas que participam dos níveis de governança corporativa da Bovespa possuem mais da metade dos negócios e do valor de mercado;

=> O número dessas empresas aumentou em virtude da participação das empresas que abriram recentemente o capital

=> Os investidores estrangeiros são influentes: 34,52% do volume de negócios. Nas novas ofertas sua participação chega a 77%

=> Em março os estrangeiros compraram R$ 26,95 bilhões e venderam R$ 26,03 bilhões de ações

Fonte: Bovespa e Lucia Rebouças, Níveis de governança dominam giro financeiro, Gazeta Mercantil, 5/4/2007