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11 março 2009

Crise

De volta a 2004
11/3/2009 - Valor Econômico - Nelson Niero

A crise financeira global que encerrou um longo ciclo de alta das empresas listadas na bolsa e desacelerou o nível de atividade da economia fez com que o valor total de mercado das empresas em relação ao produto interno bruto (PIB) caísse praticamente à metade em 2008.

O indicador, que no fim de 2007 era de 95,4%, levando em conta os preços em reais, caiu para 47,6%, bem próximo aos níveis do fim de 2004. A forte desvalorização das ações das companhias é o principal componente da deterioração do indicador. Em 2007, as empresas valiam quase R$ 2,5 bilhões na Bovespa e, ao fim de 2008, esse montante somava apenas R$ 1,38 bilhão, uma diferença de mais de R$ 1 bilhão.

A relação entre o PIB e o valor de mercado vem sendo usada como um parâmetro para se determinar se o mercado está "caro" ou "barato". Sua eficiência tem sido motivo de debates, mas figuras proeminentes como o investidor americano Warren Buffett costumam consultar o indicador antes de tomar decisões.

Grosso modo, um resultado acima de 100% indicaria que o mercado está supervalorizado, enquanto algo abaixo de 50% seria a luz verde para as compras.

O índice de capitalização em relação ao PIB costuma ser um termômetro do desenvolvimento do mercado de capitais e também da dinâmica dos investimentos, já que o mercado funciona como uma das fontes de financiamento de projetos para as empresas.

Os investidores, porém, também observam esse indicador como termômetro de momentos que podem ser oportunos para investir e consideram que quando fica muito alto, o índice pode sinalizar que os ativos estão caros demais.

Nos Estados Unidos, a relação está próxima de 70%, comparado a um pico de 154,7% em 2000, no auge da bolha da internet. Em artigo recente, a revista americana "Fortune" arrisca que, pela "métrica de Buffett", seria a hora de entrar no mercado.

No entanto, todo cuidado é pouco, lembram os especialistas. O momento ainda é de instabilidade e incerteza no mercado, o que significa um risco ainda muito alto. Passada essa fase, a relação poderia ser, entre várias outras, usada para orientar para os investidores.

"É um indicador polêmico, mas confiável no médio e longo prazo, levando em conta o grau de desenvolvimento do país", diz César Tibúrcio, professor de contabilidade da Universidade de Brasília (UnB). "É especialmente interessante como tendência histórica e como alerta para situações de valorização excessiva do mercado."

Para ele, o indicador deve continuar nesse patamar por mais algum tempo, como reflexo da crise.

Reginaldo Alexandre, presidente da Apimec-SP, a associação dos analistas de investimentos, lembra que há múltiplos mais precisos - como preço da ação sobre lucro (P/L) ou valor do negócio sobre o lucro operacional (EV/Ebitda, na sigla em inglês) -, que ajudam a compor um quadro da situação. Ainda assim, é preciso esperar um "contexto de recuperação" para evitar surpresas.

Alexandre acredita que, quando vier esse momento, o Brasil poderá se valer de bons fundamentos macroeconômico e também microeconômico. "O setor bancário é sólido e as empresas não foram, de modo geral, pegas no contrapé, não se endividaram demais", afirma.

O sócio da gestora Leblon Equities, Pedro Rudge, observa que os preços dos ativos no mercado de ações respondem muito mais rápido em momentos de crise do que os indicadores da economia real, por isso, no fim de 2008 a relação entre a capitalização de mercado e o PIB estava provavelmente num ponto bastante crítico.

"No PIB, a correção é mais gradual, na bolsa, é imediata", diz Rudge, lembrando que os investidores da bolsa antecipam nos preços as expectativas para o futuro.

Para o economista e presidente do Banco Ribeirão Preto, Nelson Rocha Augusto, os investidores colocam rapidamente o tamanho da crise global no preço das ações, conforme suas expectativas. Ele não vê, porém, nenhum problema estrutural no mercado de capitais brasileiro e nos fundamentos macroeconômicos do país. O economista lembra que a queda na capitalização da bolsa ocorreu em quase todos os mercados, em muitos inclusive de forma mais acentuada do que no Brasil.

"Este vai ser um ano difícil, em que o sistema financeiro americano precisa criar bases para se refundar e isso vai afetar a todos. Mas o mercado de capitais brasileiro não tem problemas estruturais, ao contrário, temos um sistema financeiro forte, que nos favorece", diz Rocha Augusto. Outro fator que costuma ser apontado por especialistas como favorável ao Brasil é que o mercado tem uma regulação já forte.

No Brasil, até o Ibovespa retomar a trajetória positiva e o mercado de emissões primárias renascer, em 2004, o índice valor de mercado das empresas em relação ao PIB ficava na casa dos 30%. Entre 2004 e 2007, porém, os empreendedores locais passaram a captar recursos com a venda de ações para novos sócios - os investidores da bolsa. Assim, cem novas companhias chegaram e melhoraram um pouco a representatividade dos setores da economia no mercado de ações. Além disso, os preços das companhias já existentes tinham se valorizado.

Um dos problemas do passado era que a bolsa brasileira era muito concentrada na Telebrás. Mais recentemente, o setor de commodities, representado por Vale e Petrobras passou a predominar e ainda não há uma representação tão balanceada, mas o perfil melhorou um pouco, na visão dos especialistas. "Há três anos não tínhamos empresas de construção civil e agronegócio no pregão, por exemplo, o que já existe hoje. Mas ainda falta diversificação para ficar representativo", diz Rudge.

Para ele, o importante agora é tentar vislumbrar quando será o ponto de virada da situação, ou seja, quando o valor das companhias deve voltar a crescer como proporção da economia como um todo. "É difícil prever, o mercado ainda tem oscilado ao sabor de humores."

Rudge diz que do ponto de vista das captações no mercado de capitais - que andam praticamente paralisadas - pode ser que se comece, timidamente, a ver sinais de alguma atividade, embora com muita seletividade e para as companhias já estabelecidas. Há, porém, quem acredite, que até pelo menos o terceiro trimestre, tudo vá continuar bastante parado nesse terreno.

O analista da Investidor Profissional, Gustavo Ballvé, diz que do ponto de vista do investidor ele não avalia a capitalização de mercado como um indicador tão relevante, ao menos num mercado como o brasileiro, ainda em fase de consolidação. "Pode ser mais um dado a se observar, mas preferimos analisar histórias individuais", diz.


Aqui postagem sobre o assunto

03 março 2009

Valor Justo no BoA


A tabela acima é do Bank of America (BoA), uma das empresas mais admiradas na revista Fortune (Clique na imagem para ver melhor). Compara os empréstimos do banco em termos de valor justo e valor contábil. Em outras palavras, são 44 bilhões abaixo do valor de mercado. Fonte: Financial Times

05 fevereiro 2009

Tempo de investir?

Uma forma de mensurar se o mercado está com preço acima do normal (ou abaixo) é verificar a relação entre o valor de mercado das empresas e o valor da economia. Aqui a revista Fortune, que denomina este índice de métrica de Buffett, mostra que nos EUA talvez seja hora de voltar a investir.

No Brasil, fiz um gráfico próximo, comparando o PIB anual em dólares pelo valor de mercado de todas as empresas do Bovespa (dados obtidos no Bacen).

O gráfico está abaixo:



No final da década de 1990 o valor era abaixo de um. Ou seja, o valor das empresas era inferior ao PIB. No início do novo milênio, com a entrada do investidor estrangeiro, o patamar muda para valores acima da unidade. Em março de 2007 ultrapassa a 1,5.

Em setembro de 2007 atinge o seu máximo, de 1,94. Ou seja, neste momento as empresas valiam quase duas vezes o PIB. Um anos depois, em setembro de 2008, o valor fica abaixo de 1, onde está até hoje.

19 janeiro 2009

Horror

A tabela a seguir mostra o efeito da crise em algumas das empresas e bancos. Na primeira coluna, o nome da empresa; na segunda, o preço da ação recente. O preço da ação em 23 de maio de 2007 está na coluna seguinte. O valor de mercado atual segue na quarta coluna. O declínio do valor de mercado na última coluna.

A soma da última coluna resulta em 1 trilhão de dólares de valor de mercado, sendo metade disto com o Citi, AIG e Bank of America.

13 janeiro 2009

Barato ou caro?

Compare:


O mercado financeiro tem demonstrado descontentamento com a estratégia agressiva de incorporações do Banco do Brasil. O resultado acaba se refletindo nos papéis da instituição, que amargam uma queda da ordem de 47% nos últimos 12 meses, de longe a maior entre os maiores bancos brasileiros. Com a redução no valor de mercado, o BB passou a ter uma avaliação próxima à do Unibanco, que antes da fusão com o Itaú possuía menos da metade dos ativos do banco estatal, de acordo com dados da consultoria Economatica. No pregão desta quinta-feira, enquanto o Ibovespa subiu 2,87%, as ações do BB fecharam em queda de 2,28%.

A principal preocupação do mercado é com o valor que o banco tem pago nas operações. Na assembléia que aprovou a aquisição da Nossa Caixa, que custou R$ 7,6 bilhões, os fundos estrangeiros que são acionistas minoritários do BB votaram contra a operação.

Ações caem e valor de mercado encosta no Unibanco
9/1/2009 - Gazeta Mercantil - Finanças & Mercados - Pág. 3 - Vinícius Pinheiro e Jiane Carvalho


Com:

O temor do mercado de que o Banco do Brasil pagasse caro pela participação no Banco Votorantim acabou não se concretizando. Os R$ 4,2 bilhões desembolsados por metade do capital do braço financeiro da família Ermírio de Moraes correspondem a um valor cerca de 20% superior ao patrimônio líquido da instituição. A relação entre preço e valor patrimonial (P/VPA) é o método de avaliação mais usado nas operações de fusões e aquisições no setor financeiro.

Para efeito de comparação, a Nossa Caixa, adquirida pelo BB dois meses antes, saiu por R$ 7,6 bilhões, o equivalente a 2,4 vezes o patrimônio. Na época, os fundos estrangeiros com participação minoritária no banco se manifestaram contra a operação, cujo valor foi considerado caro.

As ações do BB, que vinham em queda pelo receio de que o Votorantim tivesse uma avaliação semelhante, subiram 3,11% na sexta-feira. Na avaliação da equipe de análise da Link Investimentos, o preço surpreendeu positivamente. Antes do anúncio, o mercado especulava que o BB pagaria até R$ 7 bilhões pela participação, ou 2,2 vezes o patrimônio do Votorantim.

Os analistas também destacaram o fato de a relação entre preço e patrimônio líquido ter ficado abaixo da registrada pelo próprio BB, que atualmente é negociado na bolsa com um P/VPA de 1,4 vez. Segundo a estrategista da Ativa Corretora, Mônica Araújo, parte da diferença entre as avaliações pode ser explicada pelo fato de o BB não ter assumido uma posição majoritária do Votorantim. "Porém, mesmo que fosse o caso e o banco pagasse 30% a mais pelo chamado prêmio de controle, a compra ficaria em um patamar abaixo da média das últimas operações no setor bancário."
Necessidade de caixa

Para um profissional do mercado, que pediu para não ser identificado, a necessidade de caixa do grupo Votorantim após as perdas de R$ 2,2 bilhões registradas com as operações em derivativos cambiais exóticos pode ter facilitado o negócio para o BB. Ele destaca que a distribuição de R$ 750 milhões em dividendos à família Ermírio de Moraes, que será realizada antes da entrada do banco estatal, é um sinal de que a venda pode ter sido usada para reequilibrar as finanças do grupo.

Banco do Brasil pagou barato pelo Votorantim, dizem analistas
12/1/2009 - Gazeta Mercanti - Finanças & Mercados - Pág. 3 - Vinícius Pinheiro

07 janeiro 2009

O resultado da Crise

Apesar da subestimação do efeito da crise no Brasil, por parte dos políticos, o efeito é visível.

Valor das empresas na bolsa recua R$ 871 bilhões no ano
Ter, 30 Dez, 01h13
As empresas brasileiras listadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) perderam R$ 871 bilhões em valor de mercado neste ano, o que significa uma perda de 41,5% em relação ao valor de dezembro do ano passado, segundo estudo da consultoria Economática. No dia 31 de dezembro de 2007, as 323 empresas analisadas pela Economática valiam R$ 2,097 trilhões. Quase um ano depois, no dia 26 de dezembro, o valor dessa mesma carteira era de R$ 1,225 trilhão.

(...) Em valores absolutos, as maiores perdas foram as da Petrobrás (de R$ 430 bilhões para R$ 220 bilhões) e da Vale (de R$ 270 bilhões para R$ 136 bilhões). "As duas, somadas, representam 40% de toda a queda de valor das empresas neste ano", diz Rivero.

Analisando-se, no entanto, a queda do valor de cada empresa, aquelas em pior situação são a Construtora Rossi - cujo valor no Ibovespa no fim de 2007 era de R$ 3,55 bilhões e na semana passada era de R$ 690 milhões (perda de 80,6% de valor de mercado) - e Aracruz. Há um ano, a empresa de papel e celulose valia R$ 14,7 bilhões e atualmente vale R$ 3,1 bilhões (perda de 78,9%).

"O setor de construção civil, representado por 29 empresas na nossa análise, foi o mais afetado ao longo de 2008. Teve uma queda de 72,4%, ou R$ 38,4 bilhões", diz Rivero. "Havia muitas empresas novas na bolsa, com valor acima do real. Um ajuste natural de mercado, seguido da crise econômica, e o preço das ações despencou."

(...) Apenas sete empresas apresentaram desempenho positivo este ano, segundo o levantamento: Nossa Caixa (alta de 188,2%), Brasil Telecom (33,2%), Ultrapar (33,2%), CTEEP (15,3%), Natura (12,8%), Eletrobrás (8,2%) e JBS-Friboi (4,6%).

Para Agostini, da Austin Rating, essas empresas - com exceção da Nossa Caixa - estão dentro de um grupo menos afetado pela crise. O economista acredita que os setores de energia e alimentos serão os que primeiro apresentarão melhora. [A Nossa Caixa foi objeto de aquisição este ano, e isto explica este desempenho]

22 dezembro 2008

Valor dos Bancos

No ano passado o Royal Bank of Scotland pagou 100 bilhões de dólares pelo ABN Amro. Com este dinheiro, segundo Barry Ritholtz (Cost of Banks,19/12/2008) seria possível comprar:

Citibank $22,5 bilhões (74% a menos)
Morgan Stanley $10,5 bilhões (-72%)
Goldman Sachs $21 bilhões (-67%)
Merril Lynch $12,3 bilhões (-77%)
Deutsche Bank $13 bilhões (-71%)
Barclays $12,7 bilhões (-71%)

E sobrava 8 bilhões, que poderiam ser usados na GM, Ford, Chrysler e na equipe da Honda de F1.

10 dezembro 2008

Índice de Mercado e a Crise

Um dos efeitos da crise refere-se à mudança na composição dos índices de mercado, como o Ibovespa, no Brasil, ou o SP 500, nos EUA. Alem disto, algumas empresas que eram consideradas de grande porte, em termos do valor de mercado, foram reclassificadas. O próprio conceito de “grande” empresa no mercado esta mudando, diante do novo cenário do mercado de capitais.

Isto gera um efeito sobre os fundos, que possuem limites de investimento em alguns tipos de empresas ou que pretendem “emular” o mercado. O trecho a seguir, do WSJ, comenta este efeitos.

Volatilidade turva conceitos de valor de mercado
Jeff D. Opdyke - 2/12/2008 - The Wall Street Journal Americas - 1

(...)
Como o valor das ações afundou e o valor de mercado escolheu, muitas das empresas de grande valor de mercado agora são de médio ou pequeno valor de mercado. Como diferentes setores recentemente se alternaram na preferência dos investidores, muitas das ações de crescimento se transformaram em ações de valor — papéis baratos em relação aos lucros ou ativos atuais.

Ainda assim, as ações de crescimento — de empresas cujos lucros têm previsão de crescimento a uma taxa mais alta que a média do mercado — hoje são diferentes do que eram poucos meses atrás.

A agência de classificação de risco americana Standard & Poor’s retirou 30 empresas de seu índice de ações S&P 500 este ano com base na redução de seus valores de mercado, 16 das quais saíram da lista depois de 10 de setembro. Em setembro, a S&P diminuiu de US$ 4,5 bilhões para US$ 4 bilhões o valor de mercado mínimo para entrar no índice.

(...) A maioria dos administradores de fundos mútuos, mesmo aqueles que administram ativamente a seleção de ações, até certo ponto usa um índice para decidir o que comprar; o desempenho deles é constantemente avaliado em relação àquele parâmetro. Embora administradores ativos tenham uma certa independência quanto ao que escolher — fundos de empresas com grande valor de mercado podem incluir papéis que tenham caído para a faixa de médio valor de mercado, por exemplo — eles ajustam seus portfólios em resposta a mudanças nos índices, as quais podem afetar retornos.

(...) É difícil categorizar mesmo as empresas mais conhecidas.

A General Motors, a antes poderosa montadora que faz parte da Média Industrial Dow Jones, é considerada uma empresa com ação de médio valor de mercado por alguns árbitros de índices.

AMGM Mirage, a Las Vegas Sands, a Macy’s, a Nordstrom e a Genworth Financial estão entre as empresas consideradas de médio valor de mercado. As ex-gigantes hipotecárias americanas Fannie Mae e Freddie Mac afundaram para a categorias de ações com pequeno valor de mercado.

Enquanto isso, o Hudson City Bancorp, um pouco conhecido banco do Estado de New Jersey que conseguiu evitar produtos arriscados de hipotecas, passou para a categora de grande valor de mercado com valor bursátil de US$ 8,7 bilhões.(...)

Interessante notar que pesquisas passadas em finanças comportamentais já mostraram que a entrada de uma empresa num índice de mercado tende a valorizar a ação acima da media; e que a sua retirada provoca um declínio na cotação. Estas pesquisas foram realizadas em mercados desenvolvidos. No Brasil, orientei uma monografia de graduação que não encontrou nenhuma relação entre as variáveis.

03 dezembro 2008

Adicionando Valor




O gráfico foi elaborado pela revista Fortune (GM AND ME, Alex III Taylor, 8/12/2008, Fortune, 92, Volume 158; Issue 11; ISSN: 00158259) e mostra que desde 2000 a empresa não consegue adicionar valor. (Clique na imagem para visualizar melhor)

Brinquedo versus Realidade



Valor de mercado da General Motors, que fabrica carros como Cadillacs: $3.2 bilhões de dólares.

Valor de mercado da Mattel Inc., que faz carros como Hot Wheels : $4.9 bilhões.

Fonte: Aqui via Aqui (Fonte da foto, aqui)

17 novembro 2008

Valor contábil versus valor de mercado

O artigo abaixo faz uma interessante comparação entre o valor de mercado de uma ação e o seu valor patrimonial (custo histórico, basicamente).

Blue chips têm valor em bolsa inferior ao patrimônio
Gazeta Mercantil – 12/11/2008
A contabilidade dos investidores não segue o mesmo raciocínio dos métodos de balanços financeiros. O que uma empresa vale, sem ponderações de crescimento, fatia de mercado ou cenário econômico, conforme indica a cifra do patrimônio líquido nos demonstrativos de resultados, deveria assegurar um valor ao menos equivalente na bolsa de valores - mas este deságio está ficando cada vez mais comum.
Levantamento da Economatica, a pedido da Gazeta Mercantil, mostra que 21 ações da carteira do Ibovespa apresentam cotação por papel inferior ao valor patrimonial por ação (medido pelo índice P/VPA ou preço da ação por valor patrimonial ajustado), considerando o preço de negociação na segunda-feira, dia 10 de novembro. Na mesma data do ano passado, eram apenas dois papéis com P/VPA inferior a um no Ibovespa - ambos da mesma empresa, a PNB e a ON da Eletrobras.
Na nova lista, estão papéis que eram considerados, antes da crise financeira e temor de recessão mundial, verdadeiros portos-seguros da renda variável, como Gerdau, Usiminas, JBS e Vivo.
"Não é normal uma empresa valer menos que seu patrimônio já que os valores dos ativos comprados tendem justamente a gerar maior valor no futuro", pondera Ricardo Almeida, professor da Fundação Instituto de Administração (FIA). A discrepância de valores reside justamente na palavra "futuro". O temor dos investidores é que o desaquecimento econômico destrua valor nas companhias e comprometa o potencial de geração de resultados - minando o potencial de ganhos do acionista.
Por isso, por si só, o P/VPA não é um indicativo de pechincha. "Normalmente significa que a ação está barata e é uma boa oportunidade de compra. Mas a avaliação deve ser feita caso a caso", alerta Luciana Leocádio, chefe de análise da Ativa Corretora. "Se a companhia estiver em dificuldade financeira, num setor que será comprometido com uma recessão, as perspectivas não são boas."
É o caso das companhias siderúrgicas, reféns do desaquecimento chinês e norte-americano, com a retração das vendas de automóveis que já levaram, inclusive no Brasil, a férias coletivas nas montadoras. "Na construção civil, as empresas começaram a rever número de lançamentos e podem ter dificuldade de financiamento no curto prazo. Nestes casos, a oportunidade pode estar no longo prazo, mas não no curto", define Leocádio.
Até empresas cotadas pelo mesmo montante que o valor patrimonial apresentam significativa queda. A Vale, por exemplo, era avaliadas em bolsa em novembro passado (quando a crise internacional já tinha começado) por 4,46 vezes o valor patrimonial (no caso da PNA), múltiplo que caiu para 1,39 um ano depois.
Para Fernando Campello, gerente de contas da corretora Hera Investment, o indicador pode servir como uma margem de segurança para o investidor. "Para o acionista que comprou um ação que vale 50% de seu patrimônio, será ótimo se a empresa crescer. Mas mesmo que se a companhia quebrar, com um deságio na venda de todos os seus ativos, o investidor terá algum ganho", avalia.
Mas, como lembra o economista-chefe da Corretora Souza Barros, Clodoir Vieira, ninguém compra uma ação esperando que a empresa precisará vender todo o seu patrimônio. Assim, os analistas recomendam que o investidor utilize mais de um indicador para saber se há oportunidade de compra ou, ainda que o papel esteja descontado, o cenário é muito nebuloso para fazer o investimento. "O valor patrimonial por ação pode ser um critério de decisão, mas não o único. Para ver onde está a oportunidade, o investidor começa pelo endividamento e, se estiver dentro do aceitável da média de mercado, deve conferir porque esta ação está mais barata", aconselha Vieira. "Pode ser que esteja perdendo mercado ou simplesmente que não esteja no foco do mercado, e isso acontece. Muitas vezes as atenções estão voltadas às blue chips e os ganhos estão em ações de segunda ou terceira linha."
Mas se a ação está abaixo do valor do patrimônio e apresenta prejuízo, não é exatamente uma oportunidade de mercado, destaca Campello. "O P/VPA e a rentabilidade por patrimônio líquido dão uma chapa da empresa, mas sem a perspectiva de resultados. Há opções de comprar R$ 1 por R$ 0,80, se o pessimismo for exagerado, a companhia bem gerida e o lucro ainda atrativo", completa. (Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 1)(Maria Luíza Filgueiras)


P.S. Deixei o texto tal como foi publicado, apesar do corretor do Word alertar para vários erros de português.

Valor de Mercado

Um texto sobre contabilidade e avaliação a preços de mercado, publicado no El País. Grifo meu.

Valorar a precios de mercado
El País - Nacional - 16/11/2008 - 44
J. MORALES & A. VELILLA

Las normas contables emitidas por el International Accounting Standard Board (IASB), llamadas Normas Internacionales de Información Financiera o NIIF, fueron ya adoptadas por la UE desde 2005 para los estados consolidados de las empresas cotizadas europeas, y posteriormente han sido también introducidas en España a través de Circulares del Banco de España y el nuevo Plan General de Contabilidad. Dichas normas requieren la utilización del valor razonable o precio de mercado para la valoración de determinados instrumentos financieros que mantiene la entidad, mientras que otros instrumentos se mantienen a coste o coste amortizado.

La cada vez mayor falta de liquidez en muchos mercados está provocando que estimar el valor razonable para muchos instrumentos financieros requiera un gran esfuerzo y una gran carga de subjetividad, debido a que no hay precios de transacciones actuales disponibles. Ante la actual situación, el IASB ha respondido tratando de homogeneizar criterios entre las empresas a la hora de obtener el valor razonable y tratando de incrementar la transparencia en las cuentas anuales. En los últimos meses ha emitido guías conceptuales acerca de la obtención del valor razonable, ha permitido reclasificar activos financieros fuera de las categorías de valor razonable, ha declarado que las guías de valor razonable bajo USGAAP son consistentes con las NIIF y ha comenzado a incrementar los requisitos de desglose en las cuentas anuales.

Hoy día, poca gente duda de que el valor razonable sea el método de valoración más adecuado para reconocer en balance instrumentos financieros mantenidos para negociar, derivados, o activos con precios muy líquidos. Sin embargo, no todos están de acuerdo en la extensión de este método a más instrumentos.

Para unos, utilizar masivamente el valor razonable conllevaría un gran incremento de costes y que las cuentas no reflejen adecuadamente el modelo de gestión económica de la empresa. En este sentido, organismos como la Federación Europea de Expertos Contables (FEE) han realizado declaraciones a favor de mantener un modelo mixto de valoración.

Para otros, la utilización masiva del valor razonable conlleva una mayor transparencia, dar al inversor toda información disponible en cada momento, anticipar problemas de solvencia y que las normas contables sean más simples. Recientemente, el IASB y el FASB han dejado claro que entre sus objetivos a largo plazo se encuentra requerir que todos los instrumentos financieros se valoren a valor razonable con cambios en la cuenta de resultados.

En definitiva, la actual situación del mercado ha provocado que haya comenzado el debate entre los defensores de un modelo mixto como el actual (en el que no todos los instrumentos financieros se reconocen a valor razonable) y los defensores de ampliar el valor razonable a prácticamente todos los instrumentos financieros.

02 outubro 2008

Efeitos da crise

A crise nos mercados já levou R$ 513 bilhões em valor de mercado das empresas brasileiras na Bolsa em 2008, segundo estudo da consultoria Economática. Só a Vale e a Petrobras encolheram R$ 85 bilhões cada uma na Bolsa neste ano.

O estudo mostra ainda que o setor financeiro, que está no epicentro da crise global, perdeu R$ 95,8 bilhões em valor de mercado. Na pesquisa, a Economática avaliou os valores das ações de 326 empresas abertas.

Considerado um "retrato momentâneo do preço" de uma empresa caso fosse vendida, o valor de mercado resulta basicamente de duas forças que têm a ver com a expectativa de lucros futuros e com o quanto alguém está disposto a pagar por ela. Segundo Fernando Exel, presidente da Economática, a crise deu um golpe nesses dois vetores: diminui a expectativa de lucros e reduziu o dinheiro disponível do investidor. "O lucro das empresas vai cair porque espera-se um desaquecimento geral. E esse futuro mais magro aparece nas ações."

Para Armando Castelar, economista da Gávea Investimentos, a crise de crédito retirou um "combustível importante" para mover os preços na economia. A isso, afirmou Castelar, somou-se uma incerteza sobre o que de fato vai acontecer com a economia, o que aumenta uma espécie de "taxa de desconto" em que os lucros futuros das empresas são trazidos hoje a valor presente. "Com maior incerteza, a taxa de desconto desse lucro futuro também aumentou. As ações estão refletindo essas duas coisas: perspectivas negativas de lucro e a incerteza que significa descontar mais desse futuro", disse.

(...) Professor de contabilidade da Fipecafi, Alexandre Assaf Neto afirma que a crise provocou um "descolamento" ainda maior entre os valores econômicos -que representa o quanto a empresa gera de riqueza- e o de mercado das empresas.

Assaf lembra que esse descolamento sempre foi maior no Brasil porque a maioria das empresas não têm suas ações completamente pulverizadas, como nos EUA. Essa distorção faz o mercado embutir um desconto pelo prêmio de controle, que é a capacidade de o acionista interferir na gestão estratégica da empresa. Como exemplo, cita o caso da GM, que tem 94% de suas ações no mercado, e os papéis são muito negociados. "Quando o capital é mais diluído e o volume de negociação das ações é maior, esses valores tendem a se aproximar", disse. (...)


Crise varre meio trilhão da Bolsa em 2008 - Folha de São Paulo - 2/10/08 - TONI SCIARRETTA


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19 setembro 2008

Exemplo interessante

A U.S. Energy Corp. tem uma capitalização de 54 milhões de dólares e possui 70 milhões em caixa e equivalents. Como a dívida é de 14 milhões, isto significa um valor de Mercado da empresa de 20 milhões, negativos. Faz sentido?
Fonte: Cash Is King?

30 julho 2008

Defesa do Mark-to-Market

A contabilidade de marcação a mercado tem sido acusada de ser o catalisador, ou mesmo a causa, da recente crise financeira. Conforme este argumento, a utilização do mark-to-market - a valorização dos ativos imputando os preços no mercado - a todas as carteiras de crédito nos livros comerciais faz os lucros parecerem pior. Mark-to-market deveria ser substituído pela avaliação de suas carteiras a custo histórico.

Não subscrevemos esta opinião, de forma alguma e acreditamos firmemente que uma mensuração da carteira de um banco comercial a "valor justo" é o único meio possível de garantir transparência e disciplina.

How to arrive at fair value during a crisis - Financial Times - 29/07/2008 - Jean-François Lepetit, Etienne Boris and Didier Marteau Por Jean-François Lepetit, Etienne Boris e Didier Marteau

10 julho 2008

Marcação a mercado

A seguinte notícia mostra que não existe consenso no meio bancário sobre a regra mark-to-market (marcação a mercado):

O banco de investimento Goldman Sachs Group Inc. (GS) saiu do Instituto de Finanças Internacionais, ou IIF, uma associação global de instituições financeiras, disse fonte próxima do processo à Dow Jones Newswires esta quarta-feira.

A mesma fonte disse que a Goldman Sachs enviou uma carta ao IIF a anunciar a sua saída há poucas semanas mas não adiantou por que razão é que o banco decidiu retirar-se.

Ninguém estava, de imediato, disponível para comentar tanto na Goldman Sachs na Alemanha como no IIF.

O jornal alemão Die Welt noticiou esta quarta-feira que a Goldman Sachs saiu devido a uma discussão sobre regras de contabilidade que requerem uma avaliação mark-to-market da maioria dos activos e da dívida própria no portfólio do banco, tornando as perdas eminentes mais transparentes.

O IIF quer agilizar aquelas regras, uma mudança a que muitos bancos se opõem, diz o jornal.

Goldman Sachs Sai do Grupo Lóbi Bancário - Dow Jones - 09/07/2008

14 abril 2008

Eletrobrás


Eletrobrás quer poder financeiro
Empresa tem R$ 78 bilhões de patrimônio e R$ 30 bilhões de valor de mercado, situação oposta à da Vale
Irany Tereza & Suely Caldas - O Estado de São Paulo - 14/04/2008

A Eletrobrás passou, há uma semana, por sua mais profunda transformação desde que começou a operar, em 1962. A lei 11.651, que lhe deu poderes semelhantes aos da Petrobrás, o maior grupo empresarial brasileiro, conferiu autoridade à soberania da empresa, mas não o respaldo de mercado. A companhia recuperou o que havia perdido no período de privatizações, nos anos 90, e ainda teve ganhos extras no controle de suas oito subsidiárias. Mas não ganhou musculatura financeira.

O sistema Eletrobrás, que tenta há quatro anos negociar ações na Bolsa de Nova York, esbarra no rigor da Security Exchange Commission (SEC), o temido órgão de controle do mercado acionário americano. Entre as principais dificuldades, está a ingerência política que sempre marcou a gestão do grupo.

O engenheiro eletricista José Antonio Muniz Lopes, atual presidente da Eletrobrás, apesar da qualificação técnica, não foge à regra: apadrinhado do senador peemedebista José Sarney, ele garante que tem a fórmula para corrigir os problemas das seis distribuidoras federalizadas, que hoje são o calcanhar-de-aquiles do grupo. "Este ano vamos chegar à ADR2 (American Depositary Receipts de nível 2, os títulos negociados em Nova York). Estamos chegando perto", afirma Lopes. O que falta, então? O executivo titubeia. Diz que não sabe "o detalhe exatinho" e cita "alguns passos dessa tal governança corporativa, criação de alguns comitês, alguma forma de fazer a contabilidade mais explícita". Mas, garante, sai este ano: "O pessoal do financeiro me falou que chegamos lá."

(...) Muniz vai enfrentar outro delicado problema: cobrar a enorme dívida da CEA (distribuidora do Amapá) com a Eletronorte. O principal defensor da CEA é o senador pelo Amapá, José Sarney, justamente quem indicou Muniz para a presidência da Eletrobrás. O desempenho financeiro da CEA é tão caótico que, há quase um ano, a Aneel pediu a caducidade da concessão que o governo federal se recusa até hoje a conceder, por influência direta de Sarney. O atual governador, Valdez Goes (PDT), aliado de Sarney, baixou decreto concedendo energia gratuita para todos os habitantes com renda per capita até um salário mínimo, o que abrange a grande maioria da população. Sem faturamento, a CEA também não paga a Eletronorte, que lhe fornece energia. Lopes admite que a Eletrobrás, apesar do caixa superavitário, "está perdendo valor de mercado". O lucro de R$ 1,547 bilhão em 2007, que representou crescimento de 33% ante o ano anterior, foi atribuído por ele a questões conjunturais. "O lucro foi muito em cima de um cálculo atuarial do fundo de pensão de Furnas. Mas, se o dólar não tivesse caído tanto, teríamos um resultado melhor por causa dos recebíveis de Itaipu", comenta, referindo-se à receita em dólares proveniente da usina binacional, que ainda paga o investimento de sua construção à Eletrobrás.

(...) Se hoje a Eletrobrás tem R$ 78 bilhões de patrimônio e apenas R$ 30 bilhões de valor do mercado - uma relação escandalosamente ruim se comparada a empresas como a Vale, que tem R$ 57 bilhões de patrimônio e R$ 200 bilhões de valor de mercado -, isso vai mudar, diz Lopes, que se fia num plano estratégico, traçado por consultoria internacional, para definir, até o fim do ano, as novas diretrizes da empresa.


Grifo meu.

11 abril 2008

Bernanke afirma que a contabilidade pode ter ajudado na crise


Segundo notícia da Reuters (Bernanke: mark-to-market accounting challenging, 10/4/2008, Reporting by Joanne Morrison, Writing by David Lawder, Editing by Chizu Nomiyama) o presidente do banco central norte-americano, Ben Bernanke (foto), disse que a contabilidade baseada no valor de mercado pode ter ajudado a desestabilizar o mercado para ativos ilíquidos. Entretanto, Bernanke ressaltou que os reguladores devem agir com cautela sobre a mudança no sistema.

"It's also true in the current context, that mark-to-market accounting has been sometimes destabilizing in that sales of assets into very illiquid markets had led to reductions in prices, which have caused writedowns which have sometimes caused firesales, and you get into an adverse dynamic which has caused problems in some of our markets," Bernanke said (...)

On balance, he said mark-to-market accounting has been a positive influence for investors, but valuations should be determined during normally functioning, stable markets, not times when assets are illiquid.

03 abril 2008

Ofensa da SEC

Ainda a questão da marcação a mercado. Segundo informa Norris (aqui ou aqui), a SEC determinou que se os preços dos investimentos do Nível 3 estão num patamar reduzidos a empresa deveria ignorar o valor de mercado.

Para o blog Big Picture isto significa um convite a fraude. Seria uma "ofensa" da SEC.

Aqui um outro link, comentando o SFAS 157