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22 novembro 2009

Linguagem simples

EUA querem linguagem simples em leis e provas
Gustavo Chacra
O Estado de São Paulo - 22/11/2009

Movimento defende inglês menos rebuscado e mais fácil de entender

Nos Estados Unidos, advogados, consumidores, professores e até políticos travam uma batalha para fortalecer a linguagem simples na hora de redigir leis, documentos, comunicados oficiais, bulas de remédio e descrições de alimentos. Instituições, como a Universidade de Nova York (NYU), começam a exigir que seus alunos escrevam trabalhos e provas de forma mais direta e com as palavras que melhor expressem as suas ideias, conforme manuais do movimento que luta contra os textos rebuscados e pouco claros.

O Centro para a Linguagem Simples (CLS), que busca alertar as pessoas para a necessidade de serem claras ao escrever, lançou uma premiação para escolher os mais bem escritos documentos e sites do setor público e do privado. Os piores também serão indicados e, posteriormente, divulgados. “Nós homenagearemos aqueles textos ruins que ninguém entende”, diz Susan Kleiman, do CLS. O anúncio dos vencedores será feito no mês de fevereiro.

Joseph Kimble, professor da Escola de Direito Thomas Cooley, escreve uma coluna mensal sobre linguagem direta no jornal da Ordem dos Advogados de Michigan há mais de duas décadas e se tornou o principal porta-voz do movimento. Seus artigos são encarados como a bíblia da linguagem simples. Em um texto intitulado Escrevendo para Dólares, ele demonstra 25 casos em que textos de leis, caso fossem alterados, poderiam ter levado o governo a economizar dinheiro. “A linguagem simples pode não ser um assunto sexy, mas eu acredito que o custo da má comunicação é um dos maiores desperdícios deste governo, podendo chegar a milhões e mesmo bilhões de dólares”, afirmou, em depoimento para uma comissão legislativa do Congresso dos Estados Unidos. “A linguagem simples deveria ser o idioma americano”, acrescenta.

Segundo David Daly, advogado Chysler e um dos entusiastas da linguagem simples, “advogados sabem que demora mais escrever uma petição clara e concisa. Assim como é preciso mais tempo para redigir um contrato que possa ser mais facilmente entendido pelos clientes”. Esse tempo a mais para escrever, na sua visão, seria compensado pela redução nos minutos gasto com a leitura.

Uma pesquisa de Kimble com oficiais da Marinha descobriu que eles demoravam de 17% a 23% menos tempo para ler documentos em linguagem simples. “O tempo perdido com a leitura de textos complicados pode custar até US$ 350 milhões para as Forças Armadas”, diz o professor de Michigan, sem determinar como chegou ao valor.

De acordo com seguidores do movimento pela linguagem simples, quase não há opositores. O problema maior está em educar as pessoas para não deixarem seus textos rebuscados. Por esse motivo, as universidades pressionam os alunos, principalmente na área de Direito, a serem muito claros na hora de escrever.

Outra preocupações está relacionada à quantidade de estrangeiros no país, que enfrenta dificuldades para entender leis escritas em um inglês mais rebuscado e com palavras ou expressões mais complicadas.

Incorporando os mandamentos da linguagem simples, o governo americano possui um site no qual explica o que é a “plain language”. Os funcionários são aconselhados a ler e usar as dicas disponíveis. Por exemplo, “palavras estrangeiras devem ser evitadas, assim como jargões e abreviações que deixem o texto menos claro”, diz uma das sugestões disponíveis pelo governo americano.

SUGESTÕES

O site do governo american também sugere utilizar algumas palavras em detrimento a outras: ao lado de (em vez de adjacente a); avião (aeronave); ajudar (beneficiar); parte (componente); querer (desejar); contar (enumerar); terminar (expirar); e, além disso ou também (no lugar de em adição a); e método (metodologia).

No manual oficial do governo, os funcionários públicos são aconselhados ainda a usar a voz ativa, a forma mais simples do verbo, evitar abreviações e escrever sentenças curtas, entre várias outras recomendações.

O bilionário Warren Buffett é outro defensor da linguagem simples. Na introdução do manual da Securities and Exchange Comission (a comissão de Valores Mobiliários dos EUA), o investidor aconselha a “escrever com uma pessoa específica na cabeça”. “Quando escrevo o relatório anual da minha empresa, imagino as minhas irmãs, que são inteligentes, mas não especialistas em contabilidade ou finanças. Elas entenderão a linguagem simples, mas os jargões podem confundi-las. Meu objetivo é dar a informação que gostaria de receber se estivesse no lugar delas”, afirma.


Grifo do blog. Sobre o assunto, vide a dissertação de Fernanda Rodrigues, em que a doutorando analisa a complexidade da linguagem dos relatórios de administração. Rafael Koifman fez um estudo sobre a narrativa em documentos contábeis.

14 julho 2009

Por favor não comprem minhas ações

Parece que isto é algo inédito. Segundo o excelente blog Footnoted, especializado nas demonstrações contábeis de empresas, em especial a parte narrativa, a GM aconselhou os investidores a não comprarem suas ações (GM: Please don’t buy our stock!)

No press release que acompanhou a divulgação das informações trimestrais a empresa faz a seguinte afirmação:

A administração da GM notou a persistência de volumes elevados de negociação das ações ordinárias da GM a preços superiores a US $ 1. A administração da GM continua lembrando os investidores da sua forte convicção de que não haverá um valor para os acionistas ordinários no processo de falência, mesmo sob o mais otimista dos cenários. Acionistas de uma empresa no capítulo 11 geralmente só recebem valor se todas as obrigações da empresa, credores com ou sem garantia, estiverem plenamente cumpridas. Neste caso, a administração da GM acredita firmemente que todas esses reivindicações não serão totalmente preenchidas, o que leva a conclusão de que as ações ordinárias da GM não terão qualquer valor.

24 abril 2009

Criatividade no Relatório de Administração

Estamos acostumados com relatórios de administração sonolentos e sem nenhuma criatividade. Existem exceções, como a famosa carta de Warren Buffett aos acionistas. A seguir, um exemplo

O preço de nossa ação caiu 28,4% em 2008 e 40% em 2009 até esta data. Mike e eu consideramos que o preço da ação no tempo é um importante relato de nosso desempenho e, este ano, nós ainda estamos na escola.


Fonte: aqui

23 março 2009

Importância do Texto na Contabilidade 1

(...) Uma pesquisa entre os membros do Chartered Institute of Management Accountants (CIMA) revelou que 93% acreditam que a complexidade das demonstrações aumentou nos últimos cinco anos. (...)

Demonstrações contábeis devem ir além de números prescritos pela legislação. (...) Embora seja muito difícil provar seu impacto positivo no rating da empresa diretamente, a PricewaterhouseCoopers (PwC) produziu uma evidencia interessante do seu efeito muitos anos atrás. Dois grupos de analistas tiveram acesso a níveis diferentes de informação sobre a mesma empresa. O primeiro grupo, que recebeu somente números, mas não narrativas, recebeu uma menor avaliação que o segundo grupo, que foi dado relatórios de narrativas contextuais.

(…) Minha paixão é a narrativa. Este estilo apresenta uma oportunidade vital para administração explicar sua estratégia para os investidores, discutindo o ambiente e informando como eles implementam sua estratégia. (...)

O ambiente em que nós operados é tão dinâmico que como a informação é apresentada pode ser muito diferente de dois anos atrás.


Corporate reports in narrative style give better impression
Charles Tilley - chief executive of the CIMA e autor de Complexity, Relevance and Clarity of Corporate Reporting; Views of CIMA FTSE350 Directors - 3 March 2009 - The Times – 1 – 52


Tenho realizado em conjunto com meus orientandos uma série de pesquisa na área de narrativa contábil. Isto inclui tanto o Relatório de Administração quanto as Notas Explicativas. Algumas destas pesquisas resultaram em dissertações de mestrado. Neste momento estou trabalhando em duas pesquisas sobre o assunto.

28 novembro 2008

Bancas

Ontem participei de cinco bancas de meus orientandos.

Rafael Koifman, do mestrado, pesquisou as notas explicativas e os relatórios de administração. Como estas peças são textos, a pesquisa de Rafael foi no sentido de verificar se a maneira como o texto é produzido pela empresa possui relação com o desempenho da mesma.

Higor, da graduação, fez uma análise nos clubes de futebol do Brasil, tentando verificar se a qualidade da evidenciação está relacionada com o desempenho do clube (ranking da CBF) e o tamanho da receita. Não para o primeiro e sim para o segundo.

Amanda, também aluna da graduação, relacionou o índice retorno sobre o estoque (RSIE ou GMROI) com a elasticidade-inelasticidade do produto. Este é um trabalho teórico interessante que poderá alguns desdobramentos futuros interessantes.

Vanessa replicou uma pesquisa que realizei no início desta década sobre a relevância da correção monetária das demonstrações contábeis. Ela empregou duas técnicas adicionais, mas constatou que a relação entre os números com e sem correção monetária é elevada, indicando dificuldade em aceitar que a correção é útil nos dias atuais.

E finalmente Eber tentou verificar se a análise de balanços é útil, mensurando se os indices de capital de giro podem ser usados para antecipar agregação ou não de valor.