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25 março 2013

Evidenciação

O deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) apresentou na semana passada o projeto de lei 5061, que elimina a obrigatoriedade da publicação dos balanços de empresas privadas e públicas nos jornais impressos. Em pronunciamento no plenário da Câmara Federal, ele argumentou que “isso gerará uma economia enorme para os cofres das empresas”.

Fonte: Aqui

18 janeiro 2013

Unlock Your Papers

Por Raquel Recuero

Esse é um post longo, mas é uma reflexão que eu achei que valia a pena dividir com todos. :)
Um dos grandes desafios, para os acadêmicos, é a publicação de seu trabalho. Aqui no Brasil, praticamente toda a avaliação do desempenho dos pesquisadores é feita com base nisso. A CAPES, por exemplo, qualifica os periódicos em extratos que definem onde os pesquisadores devem publicar, num sistema chamado Qualis (A1, A2... B1, B2... e C, que é a pior classificação). Por algum motivo, essas categorias são baseadas numa proporção do total de periódicos de cada área (assim, por exemplo, apenas 25% dos periódicos de uma área X podem ser A, dos quais apenas 25% podem ser A1 e, uma vez atingida essa proporcionalidade mesmo que um novo periódico atinja as condições de A, só sobe se alguém descer). Essa avaliação é baseada em critérios particulares de cada área (assim, um MESMO periódico pode ser, por exemplo, A1 para uma área e C para outra), que nem sempre são iguais ou parecidos. Do mesmo modo, apenas periódicos onde os membros de Programas de Pós Graduação das áreas publicam são imediatamente avaliados pelo Qualis. Há também um Qualis para livros, o qual funciona de forma parecida. Ou seja, o sistema é péssimo e não faz qualquer sentido na minha visão. Minha opinião particular sobre esse tipo de avaliação sempre foi essa. Assim, por exemplo, pesquisadores como eu, que transitam em várias áreas, acabam sempre tendo uma avaliação ruim de suas publicações, porque nem todas estão "na área" (sim, se vc publicar fora da "área", sua publicação pode não ser avaliada). Do mesmo modo, se eu publicar em um periódico "não avaliado" na área (internacional, por exemplo), corro o risco do mesmo não ser avaliado (e a publicação não contar nada) ou ainda receber um "C" (o que piora a situação).

Além disso, há outro problema. Em muitas áreas, a maioria dos periódicos A são periódicos "fechados", ou seja, cujo conteúdo é fechado, só podemos acessá-los pagando (sério, às vezes é uma quantidade absurda de dinheiro, como 30 dólares por UM ARTIGO) ou via portal de periódicos (onde governo e universidades pagam para que os pesquisadores tenham acesso). Outras tantas vezes, esse artigo está preso numa revista impressa, de circulação limitada e que, uma vez terminada a edição, não circula mais. Eu, por exemplo, já cansei de bater de frente com um artigo muito interessante e relevante para o meu trabalho, mas publicado em uma base fechada que não se tinha acesso. Durante o doutorado, vasculhava a internet procurando por alguma pobre alma que tivesse publicado uma versão PDF de algum artigo publicado num periódico impresso que não existia em biblioteca alguma.

Tudo isso para dizer o seguinte: Eu penso que todos os acadêmicos têm um compromisso com a sociedade. Sim, porque essa sociedade direta ou indiretamente pagou pela sua formação e pela sua pesquisa. E nesse compromisso está implícito que o seu trabalho precisa circular, precisa estar disponível e as pessoas precisam ter acesso. E por isso, desde o tempo do meu mestrado, quando primeiro fiz esse blog, lá em 2001, comecei a disponibilizar tudo o que eu publicava. Na época, muitos colegas me diziam chocados que eu estaria "dando dicas" do meu trabalho no blog e que este perderia a originalidade, que eu teria meus artigos "roubados" se colocasse online, etc. etc. Em 2009, quando lancei o meu primeiro livro, consegui um acordo com a editora para disponibilizá-lo na íntegra online (valeu, Cubo.cc!). As mesmas críticas voltaram. Disseram que meu livro não ia vender na versão impressa (sério, se eu fizesse pesquisa para ficar rica, tava frita), que ia ser mal avaliado porque "ebook nao conta nada para a CAPES", etc. etc. Vejam, nem sempre eu consigo publicar tudo em versão aberta. Meu segundo livro, por exemplo, não rolou porque não consegui patrocínio. E nem sempre consigo publicar em periódicos versão aberta (embora, dentro do possível, eu procure disponibilizar alguma versão sem copyright do trabalho nesse site). Mas sempre foi um esforço da minha parte e uma política que eu procurei seguir.images.jpgNa sexta-feira, a Internet foi varrida pela notícia do suicídio do Aaron Swartz. O cara era um hacker e ativista, co-fundador do Reddit, um dos criadores do #STOPSOPA e que, dentre vários problemas, estava sendo processado pelo MIT, pelo JSTOR e pelo governo dos EUA por um crime incrível: Um belo dia, ele foi no MIT, hackeou a rede, baixou milhares de artigos cientiíficos que eram mantidos "fechados" no JSTOR e disponibilizou online (aliás, devo dizer que um dos artigos que eu mais precisei pra tese que eu mais me ralei pra encontrar estava no JSTOR e eu só consegui "pirata"). O julgamento criminal previa uma pena de até 35 anos de prisão pelo "crime". E por muitos amigos/conhecidos do Aaron, foi considerado um dos fatores motivadores para o seu suicídio, principalmente pela perseguição que ele sofreu do sistema jurídico americano. Independentemente do papel que o processo teve ou não no caso, ele é mais um fato para fazer com que os acadêmicos pensem (e repensem) suas políticas de publicação, e suas políticas de avaliação. Para mim, é em parte a motivação para escrever esse texto. O conhecimento e a pesquisa devem ser livres e nós, acadêmicos, precisamos começar a pressionar as revistas pela liberação do conteúdo online, fazer um esforço pela publicação do nosso material online e incentivar a circulação da produção de pesquisa.E um pequeno passo é colocar aquilo que produzimos disponível.  E procurar publicar em periódicos abertos, sejam eles A, B ou C e pressionar os nossos órgãos de avaliação para que periódicos abertos recebam uma avaliação positiva.
Nesse sentido, ontem alguns acadêmicos iniciaram uma campanha denominada #PDFTribute, em homenagem ao Aaron, solicitando aos demais que publicassem seu conteúdo online e disponibilizassem o link no Twitter. A lista de artigos que foi disponibilizada está aqui. :-) Então vamos lá gente, libertem seus papers! 

07 novembro 2012

Publicidade


A obrigatoriedade da publicação de informações de pequenas e médias empresas de capital aberto em Diário Oficial e outros veículos impressos é um dos principais entraves ao crescimento do segmento de acesso do mercado de capitais brasileiro. A publicação oficial foi citada como problemática por 100% dos participantes do painel de emissores em mesa-redonda na sede da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), no Rio de Janeiro, sobre o uso do mercado de capitais para o financiamento de pequenas e médias empresas no Brasil.

(...) De acordo com a gerente de prospecção da BM&FBovespa, Edna Holanda, o diagnóstico internacional mostrou que, com exceção da Ásia, não há exigência de publicação impressa de informações e dados financeiros nos países estudados pelo governo e a bolsa.


Publicações oficiais dificultam acesso ao mercado de capitais - 6 de Novembro de 2012
DCI

14 fevereiro 2012

O custo do conhecimento

Ou: Boicote à Elsevier

Cientistas de todo o mundo estão participando de um boicote coletivo à Elsevier, a maior editora internacional de periódicos científicos. A iniciativa surgiu de uma sugestão no blog de um dos matemáticos mais conceituados atualmente: Timothy Gowers, da Universidade de Cambridge - laureado com a honorável medalha Fields.

O abaixo-assinado conta com, no momento da publicação desta postagem, 5.345 assinaturas de cientistas que, por meio do documento, se comprometem a parar de submeter, referenciar ou editar trabalhos da Elsevier.

Para que tenhamos uma ideia da imensidão da ação, veja alguns dos periódicos da editora:

- Accounting, Organizations and Society;
- Journal of Accounting and Economics;
- Journal of Accounting Education;
- International Journal of Accounting Information Systems;
- Advances in Accounting;
- The International Journal of Accounting;
- Management Accounting Research.

Só periódicos com o mais alto nível.

Então... o motivo da revolta?
A Elsevier, assim como a maioria das editoras científicas comerciais internacionais, cobra um absurdo para publicar um artigo aceito - cerca de R$ 3.000,00. Cobra, adicionalmente, pelo acesso ao conteúdo. Cada artigo custa por volta de R$ 45,00

Trocando em miúdos: os pesquisadores pagam para publicar e para ler. Divertido, não?

O lucro da Elsevier em 2010? R$ 2,1 bilhões.

E a gente com isso?
O Governo gasta, em média, R$ 25 mil com a assinatura anual de uma revista conceituada. Segundo a CAPES, em 2011 gastou-se em torno de R$ 133 milhões para que 326 instituições de pesquisa tivessem acesso a mais de 31 mil periódicos científicos comerciais.

Rogério Meneghini, coordenador do Scielo - uma base que reúne 230 periódicos científicos brasileiros com acesso aberto - acredita que o movimento do livre acesso ao conhecimento científico deu um passo importante com esse movimento internacional. Tomara que ele tenha razão.

Fonte: Adaptado daqui.

29 janeiro 2012

Publicação em periódicos

O Felipe Pontes destacou uma tabela interessante com o tempo médio para publicação de um artigo em periódicos brasileiros de contabilidade e gestão:

Os dados foram retirados do artigo "A comunicação do conhecimento científico: dados sobre a celeridade do processo de avaliação e de publicação de artigos científicos em periódicos da área de Contabilidade", na Revista Brasileira de Contabilidade.
Autores: Warley de Oliveira Dias, João Estevão Barbosa Neto e Jacqueline Veneroso Alves da Cunha

24 novembro 2011

Revista Ambiente Contábil

Prezado leitor e pesquisador,

Com o propósito de incentivar o crescimento das publicações científicas em contabilidade ressaltamos o pedido da Revista Ambiente Contábil, que solicita o envio de artigos para avaliação e possível publicação.

No momento existem 6 edições disponíveis e já houve classificação como "C" pelo QUALIS - CAPES. Atualmente a revista depende de artigos de professores e profissionais de várias instituições distintas.

Informamos ainda que o periódico está disponíveis em 3 sítios eletrônicos:

http://www.ccsa.ufrn.br/ojs/index.php/ambiente
http://www.periodicos.ufrn.br/ojs/index.php/ambiente
http://www.atena.org.br/revista/ojs-2.2.3-06/index.php/Ambiente

12 setembro 2011

Publicação, importante etapa da ciência

Artigo de Rogério Meneghini na Folha de São Paulo (30/08/2011):

No Brasil, os periódicos são publicados por sociedades, e não por publishers; por isso, a maioria é gerenciada de modo amador e com poucos recursos A produção mundial de ciências tem crescido intensamente, principalmente em países emergentes. Estima-se que haja mais de 100 mil periódicos científicos no mundo.

Tanto em taxa de crescimento quanto em total de artigos, os países emergentes do grupo Brics se destacam, com 18% das publicações mundiais. Tais números ressaltam a quantidade, mas e quanto à qualidade? A avaliação mais próxima desse atributo se faz pelo número médio de citações aos artigos, utilizando bases internacionais de indexação.

Na mais prestigiosa, a Thomson-Reuters-ISI, o Brasil se encontra na 13ª posição em número de artigos publicados e na 35ª posição em citações por artigo; em resumo, relativamente bem em produtividade, mas mal em qualidade. Entre os fatores que pesam para isso está o baixo nível de colaboração internacional (27% dos artigos).

Países mais avançados apresentam taxas superiores a 50%. É evidente que, hoje, a interação com parceiros internacionais aumenta a troca de ideias e informações, beneficiando o trabalho resultante.

Outro fator é a baixa presença de cientistas brasileiros nos corpos editoriais das revistas internacionais. Não por menos, esses pesquisadores são chamados de guardiões do portão: como cientistas destacados, têm o poder de estabelecer os contornos da ciência contemporânea, definindo o que é relevante e vanguardeiro.

Nossos periódicos também têm seus guardiões. Poderiam eles compensar a pouca presença internacional? Dificilmente. Os países emergentes buscam indexar seus periódicos nas bases internacionais, e alcançaram sucesso nos últimos anos. Contudo, tais periódicos não se tornam necessariamente internacionais por isso. Eles operam primordialmente para fluir a produção científica nacional.

No Brasil, são publicados por instituições ou sociedades, e não por publishers, como na grande maioria dos países. Por isso, são em sua maioria administrados de forma amadora e com recursos modestos.


O programa SciELO, apoiado primordialmente pela Fapesp, tem operado para selecionar os melhores periódicos brasileiros, dispondo-os em acesso aberto na internet e alavancando-os para indexação nas bases internacionais. O programa, porém, não intervém em suas administrações, não exercendo, portanto, o papel de publisher.

Como avançar na internacionalização desses periódicos? A meta é atingir maior visibilidade (citações) com uso intensivo da língua inglesa e da colaboração internacional.

Para isso, é necessário: (1) profissionalizar a administração, por meio de publishers e de atuação na composição do corpo editorial com pesquisadores conceituados e ativos (não perfunctórios), remunerados e experientes internacionalmente; (2) adotar um modelo econômico em que os autores pagam para publicar seus artigos, com recursos provindos de seus projetos.

A escolha de onde publicar já seria um procedimento de avaliação dos melhores periódicos pelos pesquisadores.


Rogério Meneghini é professor titular aposentado da USP, coordenador científico do programa SciELO de revistas científicas e membro da Academia Brasileira de Ciências.

11 setembro 2011

Reino Unido veta fim de cópias de papel

A oposição esmagadora de grandes e pequenos investidores derrotou uma proposta que visava a permitir que as companhias parassem de imprimir em papel seus relatórios anuais e balanços.

O Financial Reporting Council (FRC), órgão de fiscalização responsável pelo cumprimento das normas contábeis e de governança empresarial no Reino Unido, disse que abandonou o plano depois que "foram levantadas preocupações com o fim das cópias em papel dos relatórios, que colocaria os pequenos investidores em desvantagem, uma vez que muitos deles são idosos ou possuem acesso limitado à internet".

Dentre as propostas publicadas pelo FRC na quinta-feira está também a obrigação das companhias de colocar seus contratos de auditoria sob licitação a cada dez anos, ou explicarem por que não o fizeram.

Stephen Haddrill, presidente do FRC, havia descrito neste ano os relatórios anuais impressos como "um enorme desperdício de papel, uma enorme perda de tempo e um desperdício de dinheiro".

A mudança de opinião reflete queixas de investidores e profissionais do mercado financeiro de Londres, muitos dos quais afirmam que, independentemente da idade do leitor, é mais difícil ler esses relatórios longos e documentos complexos na tela de um computador.

"Para muitos investidores, incluindo eu, é muito mais fácil ler em uma cópia impressa", disse Simon Laffin, ex-presidente do conselho de administração da administradora de pubs Mitchells & Buttlers, em uma carta condenando a proposta.

Laffin, que preside os comitês de auditoria da Aegis e da Quintain Estates & Development, também mencionou o exemplo da Argos, apontando que a companhia varejista ainda imprime cópias de seu catálogo, além de operar on-line. "Uma lição importante da economia digital não é que as pessoas querem tudo on-line e sim que elas exigem informações de várias maneiras", disse ele.


Fonte: Valor Econômico- Adam Jones Financial Times, de Londres

03 setembro 2011

A vez dos artigos

Os periódicos científicos, onde pesquisadores publicam seus estudos, têm ganhado em importância. A tal ponto que, no Brasil, seguindo países como Holanda e EUA, alguns programas de pós-graduação já substituem a obrigação de escrever uma tese por artigos científicos.

O aluno pode defender, em banca, três trabalhos publicados ou aceitos para publicação em revistas científicas. Pelo menos dois deles devem estar em periódicos de "alto impacto", ou seja, aqueles que são muito citados por pesquisadores.

A substituição da tese pelos artigos é feita com aval da Capes (Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), que avalia a pós-graduação no país. No Instituto de Biociências da USP, por exemplo, os alunos podem escolher entre a tese "padrão" ou os artigos.

"Ninguém lê tese, [1] a não ser os membros da banca. Se o trabalho não for publicado, vai ficar jogado numa biblioteca", diz a geneticista Mayana Zatz, uma das entusiastas do formato. "Juntar papers já publicados é o melhor que pode ser feito. Na Holanda, eles já fazem isto há muito tempo", afirma.

"A publicação prévia é importante, mas não podemos deixar nas mãos das revistas a titulação dos alunos. A defesa da tese tem de ser mantida", alerta Rogério Meneghini, coordenador científico do Projeto SciELO, que reúne publicações da América Latina com acesso livre.

Além de disseminar as informações acadêmicas mais facilmente, os artigos dão mais visibilidade à produção científica do país. Hoje, o Brasil está em 13º lugar no mundo em quantidade de artigos publicados. [2]

MAIS RANKINGS
Mas os artigos não podem ser publicados em quaisquer revistas. Gestores têm criado rankings de periódicos para classificá-las.

No Brasil, o Qualis, da Capes, cumpre esse papel e classifica, por área de conhecimento, cerca de 17 mil títulos. Quem publicar mais nos melhores periódicos, ganha nota mais alta. E quem tiver as notas mais altas, recebe mais recursos, como bolsas.

A ligação direta entre a publicação de artigos e distribuição do dinheiro público para ciência tem tirado o sono dos pesquisadores, principalmente daqueles cujas revistas correspondentes à sua área não estão no topo.

"No meu campo de estudo, administração de empresas, o ranking não reflete a realidade", diz Ross Thomas, editor do "Journal of Educational Administration" e professor da Universidade de Wollongong, na Austrália.

Naquele país, o governo distribui R$ 2,8 bilhões para pesquisas de acordo com a "qualidade" da revista em que os trabalhos são publicados. Como não ocupa os primeiros lugares no ranking, que reúne 22 mil revistas do país, a área de Thomas fica com uma fatia pequena.

É isso também que acontece com as ciências humanas, cuja produção aparece mais em livros do que nas revistas. "É preciso adequar a metodologia [de avaliação] para essa área", diz Isidro Aguillo, do Laboratório Cybermetrics, do CSIC (Conselho Nacional de Pesquisa da Espanha).

A distribuição de recursos de acordo com as áreas que mais publicam causa o que a sociologia da ciência chama "efeito Mateus". O nome é uma alusão à passagem bíblica que diz "a quem tudo tem, tudo lhe será dado".

"Quem mais publica artigos continua recebendo mais recursos", diz Maria Conceição da Costa, socióloga da ciência da Unicamp.

Postado por Isabel Sales. Indicado por Glauber Barbosa, a quem agradeço.
Fonte: Folha de São Paulo, 15 de agosto.


1: Leiam a postagem “uma tese é uma tese”: aqui.

2: Quantidade não significa qualidade. Provavelmente o Brasil está entre os que mais publicam frente às exigências da Capes. Mais: aqui.

Em Ciências Contábeis um fator a ser considerado é o tempo que leva desenvolver a pesquisa, enviar para um periódico e o artigo ser publicado. Isso se transforma em um processo que envolve mais que um ano. Talvez não seja viável publicar três ótimos artigos nos quatro anos em que se cursa o doutorado. Talvez não seja desejável. O principal objetivo é a qualidade do ensino e a tese, apesar de ser realmente lida integralmente por poucos, é um processo que desenvolve o aluno até que se torne um bom pesquisador.


29 janeiro 2009

Publicação das Fechadas

Um artigo interessante sobre a questão da publicação dos balanços das limitadas de grande porte. Achei interessante que a decisão da juíza teve recurso da União. O governo não deveria deixar que as próprias empresas fizessem este recurso? Afinal estaria gastando o dinheiro do contribuinte por algo que é de interesse da sociedade (quem não gostaria de saber o lucro da GM e da Wal-Mart no Brasil?).

A questão apresentada por Zilveti também é interessante. Se uma empresa possui um faturamento um pouco abaixo do limite estabelecido pela lei a prova fica por conta de quem?

O outro ponto interessante do texto é sobre a punição das empresas que não se enquadrarem na lei. O texto completo a seguir:


Publicação de balanço de limitadas provoca dúvidas
Gazeta Mercantil - 29/1/2009

Uma liminar da Justiça Federal de São Paulo está provocando dúvidas entre empresários e aumentando o movimento nos escritórios de advocacia. A juíza da 25ª Vara Federal Cível da Terceira Região (São Paulo), Maíra Felipe Lourenço, suspendeu entendimento do Departamento Nacional de Registro do Comércio (DNRC), que considerava facultativa a publicação de balanço pelas sociedades limitadas. Já a decisão judicial prevê que empresas limitadas de grande porte - ou seja, que tenham ativo total superior a R$ 240 milhões ou receita bruta anual superior a R$ 300 milhões - terão que seguir as regras contábeis aplicáveis às sociedades anônimas e estão obrigadas a publicar suas demonstrações financeiras no Diário Oficial e em jornal de grande circulação. A União já recorreu e aguarda a apreciação do recurso. Enquanto isso, empresários têm dúvidas. Para especialistas, medida pode atingir, também, limitadas de pequeno porte.

"Até o momento, não existe uma definição clara quanto à obrigatoriedade de publicação de balanços por parte das limitadas de grande porte", afirma a advogada Ana Marta Cattani de Barros Zilveti, do escritório Zilveti e Sanden Advogados. "Temos recebido muitas consultas de clientes sobre essa decisão judicial e ainda está tudo indefinido", comenta a advogada Cristiane Cordeiro von Ellenrieder, do mesmo escritório. As advogadas afirmam que mesmo as empresas que não se enquadram na determinação judicial podem ter problemas na hora de registrar seus atos na Junta Comercial. "A dúvida é saber como é que a Junta vai fazer no caso das limitadas de pequeno porte. Para provar que elas são de pequeno porte terão que apresentar o balanço para a Junta?", questiona Ana Marta Zilveti.

"A Junta Comercial pode pedir a confirmação do faturamento da empresa para saber se ela teria que ter publicado ou não o seu balanço. Mas ainda é cedo para saber como vão fazer", diz a advogada Gyedre de Oliveira, do escritório Souza, Cescon Avedissian, Barrieu e Flesch Advogados. "Eles (as Juntas Comerciais) devem pedir o balanço para confirmar o faturamento, mas a questão é saber se as juntas terão funcionários suficientes para fazer essa verificação", complementa Gyedre. "O DNRC tinha dado uma orientação clara para as juntas, que estava sendo seguida pelas empresas. Hoje há uma incerteza do que vai prevalecer", comenta o advogado Fábio Ulhoa Coelho.

Recurso

Segundo os advogados, muitos clientes têm procurado seus escritórios com dúvidas sobre a publicação de balanço pelas limitadas e sobre a possibilidade de recorrer à Justiça contra a exigência da publicação do balanço para o registro dos atos na Junta. Mas para a advogada Gyedre, do Souza, Cescon, essa não é uma decisão tão simples. "As empresas têm o direito de contestar judicialmente, mas isso pode não ter efeito prático", diz Gyedre. "Ao exigir a publicação do balanço, a Junta Comercial está cumprindo um ofício do DNRC, que está cumprindo uma decisão judicial. Vai ser difícil para a empresa conseguir uma decisão contra a decisão judicial", comenta a advogada.

Para Gyedre, as empresas devem aguardar o andamento da ação judicial que determinou a publicação do balanço. Caso a decisão seja mantida, as empresas têm até o final de abril para publicarem seus balanços. Para Ulhoa Coelho, as empresas devem dar entrada nos registro dos seus atos societários mesmo sem a publicação do balanço e se a Junta Comercial não der o registro pela falta do balanço a empresa deve recorrer à Justiça. "A decisão judicial não quer dizer que a junta vai exigir a publicação do balanço, apesar do DNRC ter dado uma orientação clara para as juntas", diz o advogado.

Os especialistas comentam que não há uma penalidade contra as sociedades que deixarem de publicar seus balanços. Mas elas podem ter problemas para conseguir financiamentos ou para participar de licitações, por exemplo. "Do ponto de vista social e econômico, é importante a publicação dos balanços. Mas do jurídico, não há essa determinação e esse era o entendimento do DNRC", diz Gyedre.

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 9)(Gilmara Santos)

10 outubro 2008

Publicação e Economia

Na teoria econômica a maldição do vencedor (winners curse) remete à idéia de que alguém que coloca o lance vencedor em um leilão pode ter pago demasia. Considere, por exemplo, os lances de desenvolver um campo petrolífero. A maioria das ofertas estão próximas do verdadeiro valor dos recurso, então a proposta mais elevada, provavelmente pagou demais.

A mesma coisa pode estar acontecendo na publicação científica, de acordo com uma nova análise. Com tantos trabalhos científicos perseguindo tão poucas páginas nas mais prestigiadas publicações, os vencedores poderiam ser os mais prováveis para a promover resultados dramáticos importantes que mais tarde podem-se revelar falsos.

Isso produz uma imagem distorcida da investigação científica conhecimento, com resultados menos dramáticos (mas mais exato) relegados para obscuros periódicos ou inéditos sem publicação.

Em Public Library of Science (PloS) Medicine, um periódico on-line, John Ioannidis, um epidemiologista da Faculdade de Medicina em Ioannina, na Grécia, e os seus colegas, sugerem que uma variedade de condições econômicas, tais como oligopólios, escassez artificial e maldição do vencedor, podem ter analogias na publicação científica.

Publish and be wrong - Oct 9th 2008 - The Economist

07 fevereiro 2008

Colaboração intelectual

Em Intellectual Collaboration, David N. Laband (Auburn University) e Robert D. Tollison (University of Mississippi) (Journal of Political Economy, 2000, vol. 108, no. 3) fazem um levantamento histórico da publicação de pesquisas econômicas e biológicas. Laband e Tollison percebem que cada vez mais os artigos publicados na área contam com a participação de mais autores. Ou seja, a colaboração intelectual seria uma marca do nosso tempo.

O gráfico a seguir foi retirado do trabalho destes autores e mostra a percentagem de artigos com co-autoria (mais de um autor) ao longo do tempo nas duas áreas. A série histórica é longa (a partir de 1950) e claramente aponta que artigos individuais são exceção nos últimos anos (a linha de cima é biologia; de baixo, economia).



A figura seguinte também é interessante pois mostra o número de co-autores por artigo. Novamente a tendência crescente é clara, sendo comum artigos com 2 autores, por exemplo.



A próxima figura mostra o número de colaboradores informais. Estes colaboradores são aqueles que apresentaram algum tipo de contribuição para o artigo. Novamente, existe uma tendência crescente neste gráfico.



Estas figuras mostram claramente que é cada vez mais difícil fazer pesquisa individual. Hoje a pesquisa é realizada por um grupo de cientistas. E isto também ocorre na área de ciências contábeis.

Qual a razão disto? Uma possível explicação é a especialização na área de conhecimento. Os artigos em co-autoria é uma necessidade diante da complexidade cada vez maior das áreas.

Tenho uma outra possível explicação, mais cínica. O aumento da co-autoria é uma forma que os pesquisadores encontraram para responder a pressão para publicação. Existiria uma troca entre autores para colocar o nome do artigo do outro, aumentando a chance de publicação.

Aqui outro ponto de vista sobre o assunto

22 janeiro 2008

A ordem dos autores num trabalho acadêmico

Diversos trabalhos já mostraram que a ordem dos autores é relevante, e prejudica quem possui o último nome. Na contabilidade o livro muito usado no Brasil de Teoria Contábil é o do Hendricksen e Van Breda. Mas muitos citam somente o primeiro autor (Hendricksen) e esquecem do segundo (Van Breda). Minha experiência pessoal mostra que isto é verdade; já análise diversos trabalhos que citavam o livro de Administração do Capital de Giro escrito pelo Assaf (mas não Assaf e Silva).

Mas não é somente numa publicação acadêmica que a ordem é relevante. Uma empresa com o nome de AAA Administradores aparecerá em primeiro lugar na lista telefônica. Ou nos classificados de um jornal.

Uma possibilidade é usar a ordem de contribuição numa obra. Assim, o autor que mais contribuiu estaria listado em primeiro lugar. Mas este critério é subjetivo e dos próprios autores. Às vezes uma pequena contribuição pode ser mais expressiva do que muitas linhas escritas. Quando, como orientador, apresento uma idéia para um orientado, indico as coordenadas e apresento as soluções talvez minha contribuição seja mais significativa.

Há muitos anos li na The Economist sobre a discriminação alfabética, que favorece as pessoas que possuem os nomes nas primeiras letras do alfabeto. A revista lembrava que os políticos do mundo moderno possuem nomes que começam com a primeira parte do alfabeto (Clinto, Bush, Blair, entre outros. O atual primeiro ministro da França seria, portanto, uma exceção). E esta discriminação começa na escola, onde a lista de chamada obedece esta ordem (A UnB a ordem é pelo número de matrícula, o que seria uma exceção).

Quando era coordenador de um programa de mestrado, usei a ordem inversa para subverter esta discriminação. Mas provavelmente esta não é uma solução adequada.

Aqui, algumas referências sobre o assunto, que encontrei neste endereço

Cornell, Bradford and Richard Roll. 1981. Strategies for pairwise competitions in markets and organizations. Bell Journal of Economics 12 (1), 201-213.

Einav, Liran and Leeat Yariv. 2006. What’s in a Surname? The Effects of Surname Initials on Academic Success. Journal of Economic Perspectives 20 (1), 175–188.

Engers, Maxim, Joshua S. Gans, Simon Grant and Stephen P. King. 1999. First-Author Conditions. Journal of Political Economy. 107 (4), 859–83.

Merton, Robert K. 1973. The Sociology of Science: Theoretical and Empirical Investigations. Chicago: Univ. Chicago Press.

06 dezembro 2007

Viés da Publicação

Um trabalho que anuncia que a pena de morte salva vidas. Segundo um estudo, para cada pena de morte, 3 a 18 mortes são evitadas. Entretanto, diversos outros estudos apontam o contrário. Quem está certo? Uma possível explicação é o viés da publicação. Neste tipo de viés, somente as pesquisas que apresentam resultados interessantes, contrário ao senso comum ou a pesquisa já realizada, são publicados. Clique aqui para ler mais

06 agosto 2007

Influencia na avaliação

Os periódicos científicos adotam, geralmente como padrão, a avaliação de um trabalho sem saber a autoria do mesmo. Uma experiência interessante mostrou que ao saber algo sobre o autor isto muda a percepção do avaliador.

Uma pesquisa da JAMA de 2006 mostrou os efeitos em 67 mil resumos submetidos na American Heart Association (AHA) entre 2000 e 2004. No começo de 2002 a AHA mudou o processo de análise, retirando o nome dos autores e sua origem dos resumos antes de mandar para análise. Ao comparar os dois períodos, o número de trabalhos de autores norte-americanos reduziu significativamente. (Aqui para ler mais)

02 agosto 2007

Pareceristas

Existe uma crise nos pareceres da área? Acredito que sim, pois a qualidade está caindo. Isto inclui a educação dos pareceristas. Num congresso recente um parecer tinha os seguintes dizeres:

Trata-se de mais uma investigação semelhante aos inúmeros trabalhos coordenados pelo Prof. YYY. Nada acrescenta ao já publicado. A plataforma teórica - modelo de Trzesniak - é extremamente confusa, daí os autores calcularem apenas os fatores de impacto. Apresenta enormes tabelas que pouco dizem. Não explicam como chegam, por exemplo, aos 42705 autores, 83159 referências de um ano, sendo que depreende-se [SIC] que são necessários três anos. Caso o processo seja manual, sugerimos o emprego de ´presidiários´ para essa tarefa. Acho que não errei nas contas: segundo os criativos autores, há em média 21 autores por artigo e com uma média de 42 referências por artigo, em um ano que os autores pesquisaram a base SCOPUS.


Deselegante, no mínimo. O trabalho não é de minha autoria, mas conheço o autor e sei de sua enorme capacidade. Parece que o parecerista não merecia estar na listagem.

A publicação em Periódicos Acadêmicos irá perder a importância?

Um pesquisador que deseja publicar num periódico de bom nível pode levar mais de dois anos para conseguir seu intento. Após enviar seu texto para o periódico, ele aguarda de dois a seis meses (em alguns periódicos este prazo é maior) com as respostas dos pareceristas (geralmente dois). Feitas as correções, o artigo é reenviado para o periódico, que encaminha para os pareceristas aprovarem o que foi corrigido.

Com a aprovação do artigo, o texto entra numa lista de espera, que pode demorar um certo tempo. Recentemente saiu um artigo de minha co-autoria que tinha sido escrito há três anos.

Para quem deseja fazer um bom currículo acadêmico, este é o caminho. Isto significa que o que está sendo agora pesquisado só deverá chegar nos periódicos em 2010. Mas será que isto é o caminho mais adequado?

Recentemente um periódico da economia adotou um política interessante de fazer uma análise do artigo sem revisão (clique aqui para ler).

Agora uma pesquisa conduzida por Ellison (Is Peer Review in Decline?) mostra que nas últimas décadas observou-se um declínio dos artigos escritos por economistas de universidades com melhores rankings.

Existem algumas possíveis explicações para este acontecimento. Em primeiro lugar, talvez mais novos pesquisadores talentosos estejam publicando nos dias de hoje. Uma segunda possibilidade é o próprio processo de revisão dos jornais econômicos. Finalmente, Ellison considera a possbilidade de declínio na qualidade das revisões e nas características da publicação acadêmica, que torna menos atrativo publicar.

Clique aqui para ler também

26 julho 2007

Análise de artigos em periódicos: Economic Inquiry

O periódico Economic Inquiry resolveu adotar uma nova política na análise de artigos submetidos para publicação.

Em geral os periódicos adotam um procedimento de revisão realizado por pareceristas. Quando um artigo é enviado para publicação, o editor distribui o artigo para análise de parecerista, geralmente dois. Estes pareceristas são autores da área que irão opinar sobre a publicação ou não do artigo. Em geral o parecer solicita alterações no artigo. De uma maneira geral, a publicação do artigo está condicionada as mudanças propostas pelo parecerista.

Isto geralmente faz com que o artigo leve muito tempo para ser publicado.

O Economic Inquiry adotou uma nova política: não haverá sugestão de alteração. Ou o artigo será aceito ou recusado.

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06 março 2007

Pesquisa e Ensino

Uma questão que tem sido debatida em alguns blogs refere-se à pesquisa e ensino na universidade.

De uma maneira geral, a pesquisa tem sido a questão mais destacada quando se comenta sobre o ensino superior. Recentemente, na última Revista Brasileira de Contabilidade, foi discutida uma pesquisa realizada no Brasil sobre os maiores pesquisadores brasileiros na área de contabilidade. Destaco, inicialmente, o ineditismo desse ranking no Brasil. Entretanto, a metodologia usada poderia ser questionada. Afinal, a qualidade é igual a quantidade?

Recentemente no Blog de Greg Mankiw foi publicada uma crítica ao fato do peso na universidade ser para as pessoas que publicam. Argumenta-se que a maioria dos artigos que são publicados é realmente questionável.

Nessa semana, o debate Posner e Becker foi sobre escolas de economias e ranking. Posner acha que os rankings são manipuláveis pelas escolas, dependendo do atributo. Becker lembra que nos últimos anos tem crescido o interesse por ranking. Isso ocorre devido à dificuldade dos estudantes, pacientes e outros consumidores em ter uma informação suficiente sobre os atributos que são oferecidos nas escolas, hospitais e outros serviços. Becker lembra que os rankings podem conduzir a um "jogo" na medida. Por exemplo, se os hospitais são classificados pela taxa de mortalidade dos seus pacientes, isso pode conduzir essas organizações a não aceitar pacientes que estão em estado grave.

Voltando nossa atenção para a academia, a presença de rankings pode conduzir a distorções. Hoje os pesquisadores brasileiros sabem, por exemplo, que publicar um artigo num periódico pode significar mais pontos que publicar em outro periódico. Isso também é válido para congressos e outras atividades. Quando faço um parecer para um periódico não ganho pontos na minha atividade de pesquisador na visão da Capes. Mas quando publico um artigo num periódico de nível A, ganho. Esse tipo de situação conduz ao que Becker chamou de "jogo", incentivando o comportamento do pesquisador para algo que talvez não seja adequado.

Andrew Oswald, da University of Warwick, fez uma pesquisa simples, mas interessante. Usando dados de periódicos antigos na área de economia, Oswald critica as universidades que tem sua política voltada para publicação em periódicos de prestígio. Para Oswald, publicar nesses periódicos não significa necessariamente qualidade. Utilizando o impacto da citação como variável, Oswald mostra que uma pesquisa publicada num periódico de alto nível pode ser "pobre" pois não é lembrada posteriormente. Já uma excelente pesquisa publicada num periódico de nível mediano pode ser considerada de maior qualidade já que é lembrada mais vezes. (Oswald explica que isso decorre do desvio-padrão)

Ellison, do MIT e do NBER, mostrou que nos últimos anos o número de artigos publicados nos periódicos científicos de economia escritos por departamentos de universidades de renome tem declinado. A justificativa para isso talvez seja o acesso mais fácil aos dados proporcionado pela Internet.

30 novembro 2006

A difícil arte de publicar


Fica cada vez mais difícil publicar artigos em periódicos de nível A no Brasil. A Revista de Administração de Empresas, da FGV, informa que no ano terminado em 31/12/2005 foram submetidos 257 artigos para publicação na RAE. No mesmo período terminando em 31/08/2006 o número aumentou para 341 artigos. Nestes dois anos foram aprovados 28 artigos. Um artigo pode ficar, em média, mais de duzentos dias em avaliação.