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20 julho 2009

Teste #112

Um contador foi contratado para avaliar uma lagoa em termos do seu potencial de pesca. O dono não sabia dizer quantos peixes tinha na lagoa e o valor da mesma depende desta avaliação. Para resolver este problema o contador precisou lançar a rede duas vezes.

Na primeira vez ele contou mil peixes. Depois de pescá-los, o contador marcou cada um deles com uma tinta especial, que não se dissolve em água, e os devolveu vivos para lagoa (nenhum peixe morreu com este procedimento).

Na segunda vez ele pescou mil peixes novamente. Destes peixes, vinte estavam pintados com a tinta especial. Quantos peixes existem na lagoa?

Adaptado de PAENZA, Adrián. Matemática ... Cadê você? Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009, p. 160-161

Resposta do Anterior: 19%, pois se a moeda não é viciada, 50% responderiam sim e somente 19% diriam a verdade.

18 fevereiro 2009

Aposta

Em 1980 um cientista e ambientalista da Stanford, Paul Ehrlich , previu que dez anos depois o mundo passaria por uma grave crise nos recursos naturais. Sua crença era tão forte que ele aceito uma aposta com um economista, Julian Simon . Simon propôs que Ehrlich escolhesse cinco commodities e que dez anos depois eles verificariam quanto estava o preço destes produtos. Se o preço da maioria dos produtos subisse, indicando escassez, Ehrlich ganharia; caso contrário, o vencedor seria Simon. As escolhas de Ehrlich foi realizada em produtos minerais, com a ajuda de John Holdren .

Dez anos depois o preço de todos os produtos caíram. E se a aposta tivesse sido com vinte anos, Simon também ganharia. (Simon tentou apostar novamente, mas não conseguiu).

Holders foi nomeado consultor cientifico do presidente Obama.

Fonte: aqui

19 dezembro 2008

Previsão para 2009


A influente revista The Economist recusou a fazer previsão para o ano de 2009 (It’s Called The Economist, Not The Futurist, Stephanie Clifford) no número especial de dezembro. O motivo foi a bola de cristal que não funcionou em 2008.

E pediu desculpas pelo texto de 2008 (escrito no final de 2007). As falhas incluíam o preço do petróleo, as mudanças no governo da Itália e a eleição de Clinton para Casa Branca.

Foto: Life

Avaliação em Tempo de Crise

O texto a seguir mostra a dificuldade de fazer avaliação em tempos de crise. Muitos modelos de avaliação dependem da estimativa da receita (incluem aqui os múltiplos como o Ebitda ou ate mesmo a projeção do fluxo de caixa futuro, que geralmente parte da receita). Com a crise, a estimativa de receita de muitos setores tornou-se pessimista, com reflexos no resultado final.

Mas existe algo que o texto não considera: o efeito psicológico da avaliação em momentos de crise. Se no período que antecedeu os analistas apresentaram projeções otimistas demais, neste momento projetar cenários otimistas é desestimulado. Os analistas preferem agora errar para menos, fazendo estimativas mais pessimistas dos investimentos.

A magical mystery tour over private equity valuations
By Jennifer Hughes
4/12/2008

How can you value a private equity investment? Let me count the ways.

Or rather, let the industry come up with the answers as that is exactly what groups are struggling to do now as they face year-end reports to investors.

Like other sectors facing valuation issues, the discussions have centred around "fair value", or the use of market prices where possible. In the private equity universe, this isn't that often. Without market prices, the firms then descend through a sliding scale of measuring systems.

Blackstone, the US giant, helpfully lists in its latest quarterly report the range of methods it most uses, including projected net earnings, multiples of earnings measures (such as ebitda), valuations for comparable companies, discounted cash flow method and/or capitalisation rates analysis (for property investments) and for some holdings, cost, or the price paid.

3i, the UK-listed group, even breaks its portfolio down by valuation method, among which it reports a quarter at cost, almost a third on some earnings-based measure and "other", including discounted cash flow, at a further 20 per cent.

The problem for the industry is that all of these just got harder and they weren't straightforward to begin with.

Any valuation involves making assumptions about cash flows, primarily based on revenues. With the economy falling rapidly into a worse downturn than had been expected just a couple of months ago, it has become harder to weigh up what is truly an unlikely Armageddon scenario and what is actually reasonable.

In 3i's half-yearly results (to September 30) the value of its investments assessed on an earnings multiple dropped £194m from last year. Total valuation losses came to £414m.

It is a fair bet that Blackstone, 3i and others will struggle to use public or private market transactions as a measuring stick since there are very few of these.

The market volatility has pretty much rendered any transactions of just a few months ago as virtually unusable.

Discounted cash flow models depend on all sorts of assumptions that just became trickier. Alongside revenue expectations, cost of capital is one of the most important calculations and is likely to have risen sharply.

There are other assumptions within that, such as the risk-free rate. MBA students are usually taught to use a conservative standard measure for the risk-free rate such as 8 per cent. Investment banks and others have been using something much closer to 5 per cent or lower.

AAA-rated government yields are far lower than that right now as interest rates fall. But is that a good basis on which to base forecasts given the glut of government borrowing coming soon that will push up yields? All these points, and many others, have to be thought through by each firm and for each investment.

The wider point to take from all this is summed up in the last line of the Blackstone paragraph summarised above: "These valuation methodologies involve a significant degree of management judgment."

To swing this point around to the danger from an investor point of view: "There's still some misconception that there is some magic number that's the right one - and there isn't," says Nick Rea, partner in PwC's advisory practice.

Private equity, with its lack of market pricing at the best of times, is an extreme example of the issues a broad range of companies will face this coming year.
Any valuation, unless it is for some heavily traded security such as a blue chip stock or a Treasury bond, is going to involve assumptions that produce a range of valuations for that asset, reduced to a single figure for presentation on the balance sheet.

Worried private equity investors, like their counterparts in listed companies, are demanding more explanation of the assumptions behind the final number. Any company or investment firm would be wise to produce as much as they can - and as clearly as they can - to help alleviate the jitters.

24 agosto 2008

Sabedoria das multidões 2

A previsão média das medalhas de ouro do Brasil nas olimpíadas era de 13,48, com 225 pessoas. Segundo a "sabedoria das multidões" (aqui também), a previsão é mais precisa quando realizada por mais pessoas (ou, pelas "multidões"). O valor mínimo foi de zero e o máximo de 40.

Os dados podem ser conferidos aqui. Entretanto, no quadro final de medalhas, o número foi três (aqui). Parece que o patriotismo impediu que o grau de acerto fosse melhor.

06 julho 2008

Bola de Cristal

A Business Week publicou uma edição onde, num tom pessimista, faz projeções para o mercado imobiliário dos Estados Unidos (foto).



Zac Bissonnette concorda com algumas ideias, mas lembra da previsão da revista em 1979, sobre o fim do mercado mobiliários com a inflação existente à época. (foto)

04 julho 2008

Melhorar a previsão? Faça de novo

Já sabemos que o mercado pode ser dar uma importante resposta para a previsão de variáveis genéricas, como inflação e crescimento da economia. Em Sabedoria das Massas, James Surowiecki mostrou que a existência de um grande número de pessoas tentando fazer projeções o resultado médio é melhor que uma pessoa.

É interessante notar que a revista Superinteressante aderiu a moda e está propondo aos seus leitores participar da experiência de previsão das multidões. Você pode prever o número de gols do Brasileirão, qual será a posição de Massa ao final da formula 1 de 2008 entre outras coisas.

Agora, uma pesquisa interessante de Edward Vul, do Massachusetts Institute of Technology, e Harold Pashler, da University of California, San Diego, publicada no Psychological Science mostrou um novo caminho. Segundo o estudo, uma segunda tentativa de fazer uma projeção revela um resultado melhor do que a primeira tentativa.

Os pesquisadores perguntaram a 428 pessoas questões simples que faziam parte do livro “CIA World Factbook”. Metade dos participantes foi solicitado fazer uma segunda tentativa, logo após ter completado o questionário inicial. Na outra metade, foi solicitado responder o mesmo questionário (segunda tentativa) três semanas depois.

No primeiro caso, a media foi 6,5% melhor. No segundo caso, 16%.

One answer could be that they are evidence for the “generate and test” model of creative thinking. This suggests that the brain is constantly creating hypotheses about the world and checking them against reality. Those that pass muster are adopted. Guessing the answers to questions you do not know the correct answer to, but have some idea of what the right answer ought to look like, could tap into such a system. A hive mind buzzing with ideas, as it were, but inside a single skull.( The crowd, The Economist, 26/06/2008)


Ver aqui e aqui também

04 maio 2008

Futuro e projeção

Um comercial de telefonia, onde uma garota, em tempos idos, faz uma redação sobre o telefone do futuro.

Fonte: aqui

24 abril 2008

Sabedoria das multidões



Já postamos sobre a utilização da projeção feita pelo "mercado" para fazer estimativas (aqui e aqui. Aqui na Wiki). A idéia é interessante e está baseada no livro "Sabedoria da Multidão", de James Surowiecki. O texto a seguir é uma tentativa de aplicar esses conceitos no mercado brasileiro de ações. Somente no futuro podemos ter uma idéia se funciona para o Brasil, mas é importante esclarecer que um dos supostos para que isso seja possível é a possibilidade de muitos participantes.

A seguir um texto (enviado por Ricardo Viana, grato) sobre o assunto:

Site permite votar em ação para comprar ou vender
Por Angelo Pavini, de São Paulo
15/04/2008

Diz o velho ditado que a voz do povo é a voz de Deus. Mas será que isso vale para o mercado de ações? É o que vai ser possível observar no recém-criado site VoteBolsa. Nele, os investidores se registram e podem indicar as ações que acham que vão subir mais ou cair. A inscrição é grátis. As mais votadas para compra ou venda aparecerão no site diariamente. Mensalmente, será feita uma seleção dos investidores que acertaram mais e eles passarão a ter mais prestígio nos fóruns de discussão.

O site é baseado na teoria da Sabedoria da Multidão, diz Otavio Sampaio, organizador do VoteBolsa. Economista formado pela Universidade Federal do Rio (UFRJ), Sampaio é sócio de uma empresa de informática que trabalha com gestão financeira e de risco. Apesar de nunca ter trabalhado no mercado, ele sempre teve investimento em ações, pela influência do pai, que trabalhou em diversos bancos como Econômico e Boavista.

Pela sabedoria da multidão, a opinião média deve estar direcionada para o acerto. E, no site, os expoentes vão mudando mês a mês. Isso dá a mesma chance de quem está começando no mercado ter a opinião avaliada junto com a de quem está há anos. Haverá um histórico com a evolução de cada participante ao longo dos meses.

O site oferece também informações sobre cada empresa de maneira rápida e fácil de acessar. "Hoje, muitos investidores usam os fóruns dos blogs, mas acaba sendo uma coisa desorganizada, não dá para tirar uma conclusão do que se está falando ou quem realmente entende de mercado", diz.

Sampaio chegou a submeter o site à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), de quem recebeu a orientação de colocar um aviso sobre a necessidade de quem dá recomendações de compra de maneira profissional ter registro de analista no órgão regulador. "Isso trouxe mais conforto para nós e para o usuário", diz.

Toda vez que um participante vai dar uma opinião, o sistema orienta a pessoa a separar uma opinião de uma notícia. E dizer se possui aquele papel que está recomendando. "Os outros precisam saber se a pessoa tem algum interesse naquela opinião", diz. "Além disso, alertamos para o exercício ilegal da atividade de analista e fornecemos o link para a definição da profissão". Outro ponto é que o site é meramente informativo, ninguém faz operações por meio dele. "Não somos corretora", explica.

José Alexandre Cavalcante Vasco, superintendente de proteção e orientação ao investidor da CVM, esclarece que o órgão não endossa nenhum site. "Recebemos, sim, muitas denúncias contra sites que oferecem serviços de intermediação ou opinião sobre valores mobiliários", diz. Vasco explica que dar opinião ou palpite não configura atividade de analista. "Mas isso não exime o site de outras irregularidades", diz ele, lembrando que houve casos em que grupos de pessoas se juntavam para incentivar a compra de determinado ativo. "Em um dos casos, os funcionários da empresa que vendia certificados de investimento se faziam passar por investidores felizes com a aplicação", diz. Vasco orienta os investidores a tomar cuidado com as opiniões em blogs e sites e consultar a CVM antes de negociar por um site desconhecido.

Valor Econômico

Estimativas dos analistas


Um texto muito interessante do jornal português Jornal de Negócios, de 23 de abril de 2008. O texto, de Peter Robinson, da Bloomberg, comenta a questão da previsão dos lucros pelos analistas. Pelo texto, a margem de erro aumento nos últimos anos.

Estimativas dos analistas não valem um cêntimo por acção
Peter Robison Bloomberg
Jornal de Negócios 23 /04/2008

Esta nova "época de apresentação de resultados" poderá mostrar até que ponto é que os analistas de Wall Street se baseiam nas orientações das empresas que analisam para fazerem as suas estimativas. Isto porque com a crise do crédito e o abrandamento económico, as empresas terão mais dificuldade em apresentar resultados que estejam em linha ou superem os números previstos. Ou seja, se os resultados começarem a ficar muito aquém do estimado... é porque algo se passa, já que a norma não tem sido essa.
Com efeito, em todos os trimestres que decorreram desde o ano 2000, pelo menos 27 empresas apresentaram resultados que coincidiram ou excederam as previsões de Wall Street. A Coach e a Starbucks estão nessa lista. A General Electric (GE) também esteve até ao passado dia 11, data em que deu por terminada essa façanha, ao divulgar números aquém do esperado.

A Goldman Sachs considera que este revés da GE e de outras empresas que não corresponderam às expectativas dos analistas é "um sinal do que está para vir". Isto porque prevê que mais empresas falhem as estimativas para o primeiro trimestre.

Nos "bons velhos tempos", as empresas aproveitavam frequentemente a flexibilidade das normas contabilísticas para escolherem quando é que registavam as receitas e os custos, criando uma sensação de lucros previsíveis, diz Thomas Russo, "partner" na Gardner Russo & Gardner. Só que o abrandamento económico dos EUA e o congelamento dos mercados do crédito estão a dificultar estas manobras.

Voltando aos analistas e à sua independência, ou falta dela, o que intriga verdadeiramente Shiva Rajgopal, professor de contabilidade da Universidade de Washington, é o facto de a GE não ter falhado as estimativas entre 2000 e 2007. Mais surpreendente é o facto de 26 desses 32 resultados trimestrais terem ficado em linha com as previsões. Se os analistas fizessem as suas contas sem se basearem nas previsões das próprias empresas (que funcionam como "guiders"), a probabilidade daquele recorde com a GE seria de uma em cem mil milhões, isto com base numa equação-padrão estatística, salientou aquele professor.

Os Estados Unidos introduziram três novas leis em três anos, destinadas a tornar a análise em Wall Street mais independente: uma norma SEC em 2000, a Lei de Sarbanes-Oxley em 2002 e um acordo da SEC com casas de investimento em 2003. A Sarbanes-Oxley, além de combater a fraude contabilística, veio também obrigar os analistas a divulgar conflitos de interesse e impedir que as entidades patronais retaliem contra os analistas que escrevam relatórios negativos. Em 2003, o Citigroup, Merrill Lynch e oito outras casas de investimento pagaram uma multa de 1,4 mil milhões de dólares por manipulação das análises e concordaram em deixar de compensar os analistas com base no volume de negócio que eles ajudaram a gerar para os seus segmentos da banca de investimento.

Com estas leis, as análises podem ter ficado mais independentes, mas a margem de erro também aumentou. No quarto trimestre de 2007, os quase 1.800 analistas deste sector sobrestimaram os resultados finais em 33,5 pontos percentuais, o que correspondeu ao maior desvio de sempre. Ainda assim, 62% das empresas listadas no Standard & Poor's 500 bateram as estimativas médias – porque os analistas reviram em baixa as suas projecções ao longo do trimestre. Os números deste primeiro trimestre de 2008 apresentam uma tendência semelhante: das 111 empresas que já divulgaram os seus resultados, 55% superaram as previsões médias.

Mas será sempre positivo para as empresas superarem as estimativas? À primeira vista, tudo indica que sim, pelos previsíveis reflexos altistas em bolsa. No entanto, há excepções. A General Electric teve um desempenho inferior ao S&P500 nos últimos cinco anos. Nos 32 trimestres consecutivos em que os seus resultados coincidiram ou superaram as estimativas, os títulos da GE caíram 39%, ao passo que o índice bolsista de referência se manteve inalterado.

Rajgopal, que estudou o chamado "jogo dos lucros" diz que a pressão para atingir os objectivos trimestrais pode prejudicar os investidores. Aquele professor participou em 2005 num inquérito a 400 executivos sobre opções de gestão e diz ter ficado supreendido ao descobrir que 78% sacrificariam investimentos de longo prazo só para poderem aliviar os seus resultados. "Estão todos tão focalizados num número que esquecem que o mais importante é o crescimento de longo prazo da empresa", sublinha Yuan Zhang, professor na Graduate School of Business da Universidade de Columbia.

Apesar de as novas leis evitarem que as empresas façam anúncios selectivos, obrigando-as a declarar tudo o que é considerado informação relevante, a verdade é que estas continuam a poder orientar os analistas para uma determinada estimativa que sabem que pode ser excedida. Os analistas também recebem incentivos para evitarem escrever "researches" negativos, pois isso pode prejudicar o seu relacionamento com a empresa ou o objectivo do seu patrão de incentivar os clientes a comprarem acções da referida empresa.

11 abril 2008

Usando Prediction Markets para fazer previsões


Um artigo de Steve Lohr (Betting to Improve the Odds, 9 de abril de 2008, New York Times Link) destaca o uso de "prediction markets" para fazer previsões. (ver aqui e aqui sobre o assunto).

Lohr destaca que essa técnica tem sido usada por diversas empresas (InterContinental, GE, HP, Best Buy,Google, Cisco, Arcelor Mittal, entre outras) para tentar melhorar o processo de previsão, reduzir o risco e aumentar a inovação, com ajuda do mercado. O mecanismo pode contar com ajuda interna ou externa. Os participantes fazem apostas virtuais de forma anônima. Eles apostam sobre o que irá ocorrer (e não o que eles ou seus chefes gostariam que ocorressem). Os apostadores mais precisos ganham presentes modestos, como um iPod.

A ferramenta é mais provável de usar em grandes empresas, mas o potencial é grande. O texto apresenta o caso de da Best Buy, que estava na dúvida sobre a data provável de abertura de uma loja no mercado chinês. Usando a ferramenta, os preços no prediction market mostrou que a loja poderia abrir na data, mas que a incerteza era grande.

O conceito deve sua popularização ao livro de James Surowiecki denominado "The Wisdom of Crowds".

01 abril 2008

Orçamento


Num estudo, 87 estudantes universitários fizeram previsões sobre gastos com sua alimentação e entretenimento para o próximo ano e para o próximo mês e. As despesas foram registradas e comparadas. As despesas anuais previstas foram as que mais se aproximaram das realizadas. Alguns estudos mostram que a orçamentação de curto prazo tende a ser otimista. Fonte: Aqui

19 março 2008

Yahoo! ataca. Como? Melhorando o futuro.


A empresa Yahoo! decidiu partir para o contra-ataque. Como? Tornando o futuro melhor. Segundo o NY Times (aqui ou aqui), a Yahoo! decidiu complicar a oferta da Microsoft de 45 bilhões de dólares de forma interessante. Ao afirmar que o futuro será melhor (inclusive em relação ao que pensam os analistas), a Yahoo! estaria forçando um aumento na oferta da Microsoft e, quem sabe, na sua desistência de adquirir a empresa.

01 fevereiro 2008

Otimismo dos analistas

Crise no mercado traz a necessidade de buscar os culpados. A atenção se volta para os analistas, que são acusados de serem otimistas demais ou de se deixarem enganar por um clima de festa (veja sobre o efeito manada aqui) .

Um artigo de Rodolfo Cirne Amstalden (Por trás das projeções para resultados corporativos, pode haver muito viés) comenta a questão da existência de viés na projeção dos analistas (aqui). Destaco aqui, os três motivos para o otimismo dos analistas:

• Fomentando o trade
A renda dos analistas está intimamente associada à quantidade de operações que suas estimativas fomentam para as corretoras. Como há muito mais trade gerado por posições compradas que por vendidas, faz sentido estimular a entrada no mercado.
• Interesses institucionais
As divisões internas em um banco de investimentos não são tão eficientes quanto sustentam os códigos de ética. Assim, uma recomendação positiva por parte da equipe de análise freqüentemente ajuda a área comercial nos negócios com a empresa coberta.
• Insider
Ter postura otimista frente a resultados corporativos é um passo importante para ficar próximo da diretoria da empresa e obter informações privilegiadas.



P.S. Agradeço a Ricardo Viana, que chamou a atenção para este artigo

14 janeiro 2008

Projeção

Na construção de uma estrutura de avaliação, uma das etapas mais sensíveis é a projeção do resultado futuro da empresa. O analista precisa determina como o futuro irá afetar os resultados e, conseqüentemente, o valor da empresa.

Existem diversas formas de fazer a projeção. O uso de métodos quantitativos confere a projeção uma certa cientificidade ao resultado, mas isto não garante, de certo modo, que o valor encontrado seja próximo ao valor que será realizado.

Desde a publicação de certos trabalhos ressaltando a qualidade do "mercado", tem-se buscado o uso de técnicas que poderiam substituir a opinião (ou a "sabedoria") da massa.

Existem bons e maus resultados com o uso desta técnica. Recentemente uma pesquisa foi realizada com dados dos funcionários da Google. Esta empresa está usando a "opinião" de empregados, através de contratos de compra e venda referente ao desempenho de um produto da empresa. O resultado deste encontro entre comprador e vendedor reproduziria o mercado de opiniões sobre determinado produto.

Dois pesquisadores tiveram acesso a estas informações e encontraram algumas conclusões interessantes:

=> os mercados são bons na projeção de quantos usuários o sistema de e-mail a empresa teria ao final de cada período
=> os empregados tendem ao otimismo quanto a esta informação
=> quando as ações da empresa no mercado de capitais estão em alta, os empregados são mais otimistas
=> A existência de afinidade/vínculo entre as pessoas termina por influenciar a projeção.

Fonte: Aqui e aqui

A questão é que o uso do mercado para previsão depende de certas características (diversidade, agregação e incentivos) que nem sempre estão presentes no que queremos medir. Recentemente, o uso do "mercado" sofreu uma derrota na previsão eleitoral dos Estados Unidos. Nesta situação, duas das condições não foram observadas, o que torna difícil afirmar que esta não é uma boa técnica tendo em vista este revés.

25 novembro 2007

Previsão na Economia

Um análise do livro “Imperfect Knowledge Economics”, de Roman Frydman e Michael Goldberg, feita pela The Economist, mostra dificuldade de fazer previsão em economia. Para Frydman, aquele que faz previsão usa métodos quantitativos, mas também a intuição e o julgamento. "Ele não é um cientista", afirma Frydman, e este fato tem sido ignorado pelos economistas, que perseguem a previsão perfeita, apesar de toda prova em contrário de que ela não existe. Frydman e Goldberg destacam o desempenho das agências de ratings no mercado de títulos versus o CDO. O desempenho no primeiro é melhor pois se usa um modelo matemático em conjunto com o julgamento de especialista, enquanto o segundo só trabalha com modelo quantitativo. A reportagem encontra-se a seguir:

A new fashion in modelling
Nov 22nd 2007 - From The Economist print edition
What to do when you don't know everything

“THE forecaster is like an entrepreneur,” says Roman Frydman. “He uses quantitative methods, but he also studies history, and relies on intuition and judgment. He is not a scientist.” According to the New York University economist, this fact has been lost on contemporary economists, who continue to pursue the perfect economic forecast despite abundant evidence that it does not, and cannot, exist. They dismiss their repeated failures in much the same way that self-styled reformers in Mr Frydman's native Poland once insisted that socialism was great, but just needed to be carried out better.

In the economics profession the leading inheritors of this communistic mindset, says Mr Frydman, are the proponents of rational-expectations theory, which assumes that the economy and the individuals within it act with perfect foresight. Yet he is equally critical of the more fashionable school of behavioural economics, or at least those of its practitioners who claim that although people are irrational, their irrationality can be modelled so precisely that the future can be forecast with great precision.

In a new book, “Imperfect Knowledge Economics”, written with Michael Goldberg of the University of New Hampshire, Mr Frydman sets out an alternative approach to prediction, in which the forecaster recognises that his model will inevitably be less than perfect. Their work has received glowing praise from Nobel-prize-winning economists such as Kenneth Arrow and Edmund Phelps, who wrote the introduction to the book—though it is unlikely to have gone down so well with Robert Lucas, who won the Nobel for his work on rational expectations.

There is nothing new in economics about the idea that people must make decisions based on imperfect knowledge. Frank Knight gave his name to “Knightian uncertainty” thanks to his 1921 book, “Risk, Uncertainty and Profit”, which noted that most business decisions involve a step into an unknown that is to some degree unmeasurable. And John Maynard Keynes observed that “human decisions affecting the future, whether personal or political or economic, cannot depend on strict mathematical expectation, since the basis for making such calculations does not exist.”

While reflecting these insights, imperfect-knowledge economics still sees a role for economic theory in forecasting. Messrs Frydman and Goldberg argue that, to be useful, economic forecasting models should be based on qualitative regularities in the way that market participants respond to new information—that is, patterns of behaviour that are observable and somewhat predictable. Though not perfect, these will often give a better clue to the future than no model at all, or models based on rational expectations or behavioural economics.

Take bulls and bears, for example. Their analysis of the fundamentals leads them to opposite conclusions about where prices are going. But there is evidence that the way they revise their forecasts in the light of price movements may share common features, such as a tendency to become more risk averse the further the price of an asset moves away from what is generally believed to be its long-term fundamental value. This may work eventually to return the asset price to its fundamental value, though it may also cause it to deviate significantly from this value for long periods of time. This approach will not generate the “sharp predictions” beloved of most contemporary economists—which are doomed by imperfect knowledge to be wrong. But it will provide a broad sense of the state of play, which an enterprising forecaster can usefully combine with experience, intuition and so forth when making a decision.

To show how this works, Messrs Frydman and Goldberg examine the persistent failure of economists to predict movements in the currency markets. According to Kenneth Rogoff, an economist at Harvard who has long attempted to find rational models for predicting currency fluctuations, “it is stunning how hard it is to explain movements in exchange rates.” All the models based on rational expectations now say that, on fundamentals, the euro is overvalued against the dollar, he reckons. But does that mean the dollar will soon rise? Mr Rogoff says he has no idea.

In rational-expectations theory, a range of variables including inflation, interest rates and growth should have a predictable impact on currency movements, but in practice this theory has proved less useful for forecasting than tossing a coin. Among rational economists, the debate is over “whether the glass is 5% full or 95% empty,” he says. Only over longer periods—say two to four years—is there any evidence of exchange-rate predictability, which is far too long to be useful to traders or policymakers.

By contrast, the model developed by Messrs Frydman and Goldman, which assumes imperfect knowledge and learning, does significantly better than tossing a coin, although it is by no means right all the time. Mr Rogoff describes this work as innovative. Now, however, it must demonstrate that it can consistently maintain explanatory power in the future and over a range of markets, he believes.
Maths lesson

Messrs Frydman and Goldberg are now turning their attention to the troubled subprime-mortgage markets, and the performance of the rating agencies. The rating agencies, argues Mr Frydman, have generally been better at rating corporate bonds than rating asset-backed collateralised-debt obligations. Why? One reason is that the rating agencies used both a mathematical model and the judgment of their in-house specialists when forecasting the default probabilities of corporate bonds; on subprime-related securities, they could only use mathematical models, not least because the instruments were so new. “They had no experience, no intuition, no entrepreneur,” he says. That is “empirical proof that relying on models alone is not wise.”

16 outubro 2007

Fraude 2

TORONTO, 15 de outubro (Reuters) - A Nortel pagará 35 milhões de dólares em um acordo com a comissão de valores mobiliários dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês), que acusa a empresa canadense de ter fraudado sua contabilidade para atingir as expectativas de lucro de analistas de Wall Street.

A Nortel, produtora de equipamentos de telecomunicações, se envolveu em dois esquemas de fraude contábil, uma relacionada a lucros e outra a receitas, segundo queixa da SEC no tribunal distrital de Manhattan.

Os esquemas permitiram à Nortel atingir "a orientação irrealista de lucros e receita que foi fornecida à Wall Street em 2000 e novamente em 2002 e 2003", alegou a SEC em seu processo.

A Nortel fechou acordo para encerrar o litígio sem negar ou admitir culpa no caso, de acordo com documentos do tribunal nesta segunda-feira.

O órgão que regula o mercado de capitais dos EUA disse que a demanda por equipamentos de telecomunicações e de rede caiu em 2000, e o número de pedidos por produtos da Nortel diminuiu.

Segundo a SEC, a Nortel usou nessa época de ajustes "incompatíveis com os princípios de contabilidade dos EUA geralmente aceitos para mover receitas e lucros para cima e para baixo o necessário para atingir as irrealistas expectativas de Wall Street".


Nortel paga US$35 mi para por fim a acusações de fraude contábil
Reuters Focus - 15/10/2007

19 setembro 2007

Projeções

Este link é muito interessante. Apresenta uma série de ferramentas para se fazer projeção. Uma delas, você pode prever a sua vida útil, baseado nos seus hábitos. Em outra, inserindo valores contábeis, pode-se fazer a previsão de falência usando modelo de Altmans e de Ohlson.

Previsão do Fluxo de Caixa Muda

A reportagem a seguir é extensa, mas muito interessante.

Nova Publicação Identifica Cinco Principais Tendências Que Impactam a Previsão de Fluxo de Caixa
Business Wire Latin America - 18/09/2007

VIENA, Áustria-- (BUSINESS WIRE LATIN AMERICA)--18 de setembro de 2007-- Uma nova publicação patrocinada pela Visa intitulada "Tendências em Previsão de Fluxo de Caixa" destaca a situação atual da previsão de fluxo de caixa no curto prazo, identifica e analisa as cinco principais tendências que estão impactando a previsão de fluxo de caixa e fornece quatro categorias de melhores práticas.

Os tesoureiros corporativos de todo o mundo estão agora focando a atenção em previsão de fluxo de caixa por duas razões, de acordo com a publicação. Primeiro, houve um aumento na sofisticação dos processos de previsão devido a recentes melhorias na tecnologia da informação e avanços nas técnicas de previsão. Segundo, os problemas enfrentados pelos que fazem previsão se tornaram mais desafiantes como resultado de um aumento nas exportações e a utilização mais intensa de dívidas por financiamento.

A publicação, divulgada na EuroFinance International Cash and Treasury Management Conference em Viena, Áustria, enfoca as previsões de curto prazo que abrangem os próximos doze meses e representam as principais preocupações dos departamentos de tesouraria corporativos.

"A previsão é crítica para as companhias de todos os tamanhos minimizarem riscos, maximizarem a utilização do capital de giro e organizarem os retornos sobre o investimento: até agora as companhias achavam difícil historicamente desenvolver modelos de previsão precisos em razão da incapacidade de adquirir informações de qualidade", disse Aliza Knox, vice-presidente sênior da Visa Commercial, Visa International. "Várias das tendências da previsão de fluxo de caixa favorecem os pagamentos eletrônicos e os cartões de pagamento porque proporcionam acesso direto a dados de receitas e dispêndios facilmente categorizados."

As cinco principais tendências que impactam a previsão de fluxo de caixa são:

1. A melhoria da tecnologia está simplificando o processo de previsão: As empresas estão utilizando melhores sistemas de informações para simplificar e melhorar o processo de previsão.

-- As empresas estão cada vez mais contando com sistemas de informações de tesouraria (TIS) e fazendo menos uso de planilhas eletrônicas. Os TIS oferecem vantagens porque eles mantêm uma previsão centralizada, reduzem a entrada de dados manual sujeita a erros, permitem melhores controles de segurança, proporcionam um claro acompanhamento de auditoria e podem incluir facilmente fluxos de dados diretos de outras fontes que podem ser utilizados na preparação da previsão.

2. A função de previsão está sendo centralizada: As previsões estão sendo produzidas mais freqüentemente por sedes corporativas ao invés de em nível de unidades de negócios.

-- Os TIS facilitam a transferência de informações de unidades de negócios para as sedes. Na previsão centralizada, um pequeno número de funcionários nas sedes pode enfocar todo o seu tempo na previsão, permitindo, assim, que se tornem especialistas no gerenciamento e novas técnicas para gerar previsões superiores em menos tempo. Além disso, a centralização permite uniformidade nas previsões de diferentes divisões.

3. Regulamentos mais rígidos estão conduzindo previsões melhor informadas: Efeitos adicionais de controles regulamentares estritos estão levando a previsões mais informadas e voltadas para dados.

-- A previsão precisa pode representar um componente crítico de compatibilização regulamentar e os regulamentos de títulos em alguns países aumentaram diretamente a importância da função de previsão.

4. Novas técnicas de previsão foram disponibilizadas: Novas técnicas baseadas em análises estatísticas e econômicas estão sendo cada vez mais adotadas.

-- Essas técnicas incluem: a) previsões em nível de projeto que são mais precisas do que previsões em nível da companhia: b) previsão baseada em condutor que permite às empresas avaliar os efeitos de mudanças no ambiente econômico; c) "Fluxo de Caixa de Risco" que permite às empresas avaliar o risco de que um evento desastroso possa levar a uma deficiência de caixa; d) incorporação de previsões no processo de tomada de decisão de vencimento de investimentos para reduzir os custos de transações bancárias; e e) modelagem de análises de crédito entre países e macroeconômica internacional para controlar a volatilidade do fluxo de caixa gerado por exportações.

5. Os negócios de capital privado estão aumentando a necessidade de previsões precisas: A tendência para melhores previsões está se fortalecendo, especialmente em empresas compradas por investidores em aquisição de controle acionário de capital privado.

-- As empresas adquiridas por fundos de aquisição de controle acionário de capital privado normalmente trazem empréstimos pesados. Essas empresas precisam produzir previsões especialmente precisas para se compatibilizar com as cláusulas de empréstimos e evitar os riscos de falência.

"Os benefícios criados por boas práticas de previsão de fluxo de caixa vão desde melhorias significantes de eficiência em empresas com caixa rico a proteção potencial de insolvência em empresas financeiramente apertadas", disse o Dr. Mark J. Garmaise, PHD, da UCLA Anderson School of Management, autor da publicação sobre previsão de fluxo de caixa. "As tendências sugerem que as companhias estão propensas a incorporar o modelo de previsão de fluxo de caixa de maneira mais completa em sua estratégia de planejamento operacional para manter um nível desejado de liquidez independentemente de atividades não previstas."

Melhores Práticas

A publicação descreve quatro categorias de melhores práticas de análise das cinco tendências de previsão de fluxo de caixa, incluindo:

1. Sistemas: Os sistemas de informações de tesouraria integrados em nível da empresa, como estações de trabalho de tesouraria de terceiros ou módulos de tesouraria de planejamento de recursos empresariais, são os melhores. As previsões baseadas em planilhas eletrônicas estão cada vez mais obsoletas.

2. Técnicas de Previsão: A previsão baseada em condutor, utilizando simulações ou regressões, é melhor, especialmente quando combinada com cenários de análises estatísticas que proporcionam um senso de fluxo de caixa futuro esperado bem como sua extensão.

3. Métodos de Pagamento: Alguns dos sistemas de pagamento eletrônico, especialmente os que incluem integração com as contas dos clientes e fornecedores, são melhores. Esses métodos de pagamento podem ser incorporados em novas tecnologias de previsão. Os sistemas de pagamento eletrônico também proporcionam dados que são úteis para técnicas de previsão com informação intensiva.

4. Função de Tarefa: A atenção da equipe de tesouraria deverá estar enfocada em uma análise dos determinantes da variabilidade do fluxo de caixa, não na coleta de dados. A tecnologia avançada automatiza a tarefa anterior que consome tempo de coleta de dados, deixando os que fazem previsão com tempo para estudar mais cuidadosamente as dinâmicas de fluxo de caixa.

Benefícios Dos Pagamentos Eletrônicos em Relação Aos Cheques

De acordo com a publicação, várias das tendências na previsão de fluxo de caixa favorecem a utilização de pagamentos eletrônicos e cartões de pagamento em relação aos cheques. Por exemplo:

-- Melhor integração de tecnologia e sistemas torna mais atrativa a utilização de pagamentos eletrônicos e cartões de pagamento, porque esses métodos de pagamento podem ser incorporados em sistemas de computação em nível da empresa.

-- A centralização favorece os pagamentos eletrônicos e os cartões para valores a receber e a pagar, por causa do acesso direto às informações sobre os futuros fluxos de caixa que são fornecidas.

-- Os regulamentos mais rígidos favorecem os pagamentos eletrônicos e os cartões, porque eles proporcionam controle sobre os fundos e permitem às companhias limitar o acesso a esses fundos a pessoas autorizadas. Além disso, a limitação das compras corporativas a pagamentos eletrônicos e cartões torna fácil para as empresas monitorar o fluxo de caixa e prevenir dispêndios não autorizados, porque esses pagamentos são mais fáceis de documentar e permitem acompanhamento de auditoria.

-- Novas técnicas avançadas de previsão sugerem a utilização de pagamentos eletrônicos e cartões porque oferecem dados desagregados de receitas e dispêndios que podem ser facilmente categorizados e estudados.

Metodologia

Para analisar a situação atual da previsão de fluxo de caixa e desenvolvimentos que também serão provavelmente importantes no futuro, a Visa contratou o Dr. Garmaise, um especialista em finanças corporativas e negócios bancários, para identificar e analisar mais de 75 trabalhos de pesquisa secundária. O Dr. Garmaise também conduziu entrevistas de pesquisa primária em seis organizações de vários tamanhos em diversas indústrias em todo o mundo para saber mais sobre seus processos atuais e futuros de previsão de fluxo de caixa.

08 agosto 2007

Provisão

A dificuldade de fazer estimativa da provisão com processo trabalhista é mostrada nesta interessante reportagem do Valor Econômico:

Análise de risco judicial é aleatória
Cristine Prestes
Valor Econômico - 06/08/2007

Pela legislação brasileira, as companhias abertas são obrigadas a informar em seus balanços os valores que eventualmente podem ter que vir a gastar em caso de condenações no Poder Judiciário. As chamadas provisões,destinadas a bancar os possíveis custos das ações judiciais, estão previstas na Lei das Sociedades Anônimas e nas regras da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e são feitas pelos advogados das empresas com base na análise dos processos e nas chances de êxito ou perda na Justiça. No entanto, uma pesquisa inédita feita a partir da análise de 496 processos trabalhistas iniciados entre 1995 e 2001 contra duas companhias abertas de grande
porte indica que as avaliações dos riscos judiciários pode não estar sendo feita com o rigor necessário.

De acordo com a pesquisa - que será apresentada durante o seminário "Risco Judicial: a Visão dos Praticantes" da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) no dia 17 de agosto, quando também será lançada a revista internacional "Review of Economic Development, Public Policy and Law", de perfil acadêmico -, em 18,5% dos processos analisados os advogados das empresas indicaram previsão de perda de R$ 10 mil. Mas na Justiça o resultado foi outro: apenas 1,17% delas resultaram em condenações deste porte. Inversamente, 1,75% das ações trabalhistas analisadas receberam pareceres jurídicos indicando a não-condenação das empresas - o que efetivamente ocorreu em 68,35% dos casos.

Segundo o pesquisador Ivan Ribeiro, autor do estudo intitulado "A Previsão de Valores de Ações Judiciais nas Empresas e o Uso de Técnicas Estatísticas e Econométricas", os resultados da análise de todas as ações trabalhistas mostram que em nenhuma delas o grau de previsão - ou seja, o quanto ela sinaliza o resultado obtido na Justiça - é maior que zero. Quando as previsões dos advogados são feitas com base em resultados de ações anteriores, o índice sobe para ínfimos 0,5%. E mesmo quando as ações já estão na fase de execução, quando os valores das condenações já foram definidos levando-se em conta os resultados anteriores, o grau de previsão atinge somente 12,5%.

A pesquisa foi realizada a partir da análise dos 496 processos e das avaliações feitas pelos advogados das duas companhias que fundamentaram as provisões contábeis. A escolha por analisar ações trabalhistas, segundo Ribeiro, deve-se ao fato de a Justiça do Trabalho contar com uma jurisprudência mais consolidada em função da já antiga legislação, da década de 40. Há casos em que os advogados estimaram uma condenação de R$ 229 mil, mas ao fim da ação a empresa foi absolvida. Uma boa notícia para ela, não fosse o fato de existirem surpresas também no sentido inverso. Em outro caso, enquanto os advogados previram uma condenação de R$ 10 mil, a Justiça do Trabalho levou a companhia a desembolsar R$ 630 mil em passivos trabalhistas.

"Mesmo em condições ideais o advogado não consegue avaliar os riscos com uma abordagem do todo, ele avalia caso a caso", diz Ribeiro, que defende a elaboração de modelos estatísticos para auxiliar as empresas e seus advogados na análise dos riscos judiciais. Segundo o pesquisador, no Brasil inexiste uma "base de microdados" relativos ao Judiciário, o que impede que seja feita uma análise mais criteriosa. Além disso, ele afirma que a questão não está entre as preocupações das empresas que lidam, em seu dia-a-dia, com centenas de processos semelhantes cuja administração é terceirizada a escritórios de advocacia - que em alguns casos são substituídos por concorrentes por uma economia de apenas R$ 5,00 por processo. "Elas pensam nos custos de manter essa estrutura de defesa", diz Ribeiro.

Enviado por Ricardo Viana