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10 julho 2008

Brasil é o país do futuro?

Kedrosky afirma que um jovem de 22 anos deveria vir para o Brasil. Felix Salomon argumenta que não e justifica:

a) o Brasil não é amigável para estrangeiros que procuram trabalho;
b) As empresas brasileiras são menos propensas de serem de propriedade estrangeira do que qualquer outro país da América Latina
c) O Brasil é comandado por um pequeno grupo de elite de famílias ricas concentrados em enclaves do Rio e São Paulo;
d) A idéia da meritocracia no Brasil não está plenamente desenvolvida
e) Os maiores empresários são provenientes da elite branca, apesar da comemorada democracia racial.

Isso é um contraponto a notícia postada por Alexandre Alcântara no seu blog.

07 julho 2008

Confiança e Idade

Nós sabemos que a idade, a experiência e o grau de sucesso de uma pessoa influencia as decisões econômicas e financeiras. Pesquisas mostraram que a existência de superconfiança pode aumentar com a idade.

27 junho 2008

Analista com novas regras

Analistas de ações não precisarão mais de registro na CVM
26 June 2008
Valor + News

Os analistas de valores mobiliários devem ser dispensados da exigência de registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). É o que prevê, entre outras determinações, a minuta de instrução sobre o tema divulgada hoje pela própria autarquia. A proposta de regulamentação ficará em audiência pública até o próximo dia 25 de julho.

De acordo com o documento em que apresenta a minuta, com o fim da exigência de registro a CVM quer estimular a auto-regulação no setor e reduzir os "custos atualmente inerentes ao exercício da atividade de analistas". Pelos termos da minuta, bastará então a pessoa se registrar em uma entidade credenciadora de analistas, como é o caso hoje da Apimec. Atualmente, existe um duplo registro, tanto na entidade quanto na CVM.

Ao mesmo tempo em que transfere essa responsabilidade de controle cadastral para auto-regulação, a CVM deve aumentar a supervisão indireta sobre o trabalho dos analistas, seja via entidade credenciadora, ou por meio da instituição financeira que contratar o analista.

Entre as exigências para os credenciadores estão a existência de código de conduta e a fiscalização e punição dos analistas, a submissão dos testes de qualificação à autarquia e a criação de um programa de educação continuada para averiguar periodicamente a capacidade técnica dos profissionais.

Para as gestoras de recursos e distribuidoras de valores que contratarem analistas, haverá a obrigação de manter o cadastro de cada profissional atualizado, de segregar fisicamente as instalações onde a equipe de análise trabalha das demais atividades da empresa, além de identificar, administrar e eliminar, formalmente, eventuais conflitos de interesses que comprometam a imparcialidade do analista.(...)



Aqui a regra

25 junho 2008

BDR sob suspeita


CVM investiga negociação com BDRs
25/06/2008
Valor Econômico

O volume de negociação com os BDRs (recibos de ações) da Agrenco disparou exatamente uma semana antes da operação da Polícia Federal no dia 20. O número de negócios salta de menos de 50 por dia para 530 no dia 13 de junho, mantendo-se perto de mil nos dias seguintes. No dia 16, o volume negociado chegou a R$ 13 milhões, um dos mais altos desde o lançamento do papel em outubro. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) disse que está analisando as operações para ver se houve uso de informação privilegiada.Ontem, quatro dias depois do escândalo envolvendo a prisão dos controladores e principais executivos da Agrenco, a Credit Suisse Corretora enviou relatório aos clientes retirando a recomendação de compra ("outperform") para os BDRs (recibos de ações) da empresa e anunciou a suspensão da cobertura do papel.

A corretora, que pertence ao banco que coordenou a oferta de ações e era a única casa a acompanhar a Agrenco, mantinha preço alvo de R$ 19,00 para o BDR, o dobro do preço de lançamento, e quase 20 vezes maior que a última cotação do BDR antes de ser suspensa na tarde de sexta-feira, a R$ 1,25.Em relatório enviado aos clientes, com data de 24 de junho, o analista Luiz Otávio Campos informa que suspendeu a cobertura da Agrengo até que se torne mais clara a investigação sobre os três executivos da companhia. "Nossa mais recente classificação ('outperform') não deve ser mais considerada", diz o relatório, acrescentando que a corretora "continuará a monitorar o BDR durante a investigação e manterá os investidores informados de qualquer notícia".A suspensão da cobertura não significa que a corretora recomenda a compra ou a venda do papel, explica um executivo do mercado que pediu para não ser citado. Ela é uma prática comum das corretoras quando há um fato muito grave e não há condições de entender o que está acontecendo com uma empresa em determinado momento. "Se os próprios executivos da companhia não podem dar informações, emitir uma ordem de compra ou venda seria especulação", diz esse executivo. Além disso, a negociação do papel está suspensa, o que tornaria inútil uma recomendação. A suspensão também não significa que a corretora deixará de cobrir o papel.

Uma visita aos fóruns de discussão de investidores mostra a força que a recomendação da Credit Suisse tinha sobre os aplicadores. No fórum do site financeiro ADVFN, é possível ver várias histórias de aplicadores que acreditavam na empresa, citando a avaliação da corretora. No dia 11, por exemplo, quando os BDRs da Agrenco chegaram a R$ 3,50, um investidor se animou e escreveu: "Agora é meu preço, esperei e chegou agora. Vou dobrar o capital nela." E continuou: "Vamos acompanhar, essa malvada não vai apanhar mais não", escreveu o investidor, lembrando ainda da estimativa de "outperform" para os papéis feita pelo Credit Suisse.Já no dia 16, outro investidor ressaltava o papel, lembrando que a ação era "considerada 'outperform' pela Credit Suisse". "Com projeção de valorização de 165% em 365d. Comprei mais um pouquinho a 2,76 hoje e to vendo o negócio despencar." (sic)

26 maio 2008

Estratégia de investimento

É possível sempre comprar na baixa e vender na alta?
Clayton Calixto - 19/05/2008 - Valor Econômico
O famoso estudo de Brinson, Hood and Beebower (2005) demonstra que no mercado americano de ações, conforme medido pelos retornos do S&P 500 entre 1989 e 1994, o chamado "timing" - a possibilidade de investidores acertarem o melhor momento para entrar e sair da bolsa - é praticamente nula. Em 1.275 pregões, o retorno anualizado é de +10,35%. Ao excluirmos os 10 pregões de maiores altas o retorno do S&P 500, cai para +4,28%. Isso quer dizer que, se o investidor errar em 0,78% dos pregões analisados, seus retornos caem pela metade. Já se perder os 20 pregões de maior alta, os seus retornos ao ano são de +0,14%, ou seja, praticamente zero. E, se excluirmos os 30 pregões de maiores altas, o retorno anualizado é -3,29%. Por fim, ao excluirmos os 40 pregões de maiores altas, a rentabilidade anualizada é de -6,56%.
Quando o estudo acima é discutido no Brasil, muitos investidores torcem o nariz e dizem que isto ocorre apenas nos EUA onde o mercado é mais maduro e eficiente. Em países emergentes como o Brasil, com mercados ainda imperfeitos, haveria maior possibilidade de ganhos para o investidores que recorrem ao "timing" dadas as ineficiências que o mercado possui.
O fato de que há grande correlação entre a variação da Ibovespa e as bolsas americanas (Dow Jones e S&P 500) sugere que não deveria haver no Brasil maior possibilidade de ganhos com entradas e saídas da bolsa, mas, de qualquer forma, resolvemos testar o argumento acima.
Elaboramos o mesmo estudo para o Ibovespa, no período de 1999 a 2008, e observamos um comportamento muito parecido com o S&P 500. A bolsa brasileira proporcionou um retorno anualizado de +27,87%. No entanto, ao excluirmos os 10 maiores retornos do Ibovespa, a rentabilidade cai para +15,96%. Isso representa menos que a rentabilidade do CDI médio no período de +18,32%. Excluindo da amostra os 20 pregões de maiores altas, o retorno cai para +9,83%. Já se excluirmos os 30 pregões de maiores altas, o retorno do Ibovespa, de 4,41%, fica abaixo da inflação medida no período, de 6,73%, conforme medida do IPCA. Caso o investidor perca os 40 pregões de maior alta no ano, o retorno da parcela de sua renda investida em bolsa já caminha para o território negativo de 0,37%.
Ao investir em renda variável, o brasileiro tem a falsa noção de que entrar e sair da bolsa é mais rentável do que permanecer aplicado por um período mais amplo e aguardar que o tempo permita que o potencial de alta desses ativos possa se materializar, a chamada diversificação temporal na teoria financeira. Vários elementos induzem o investidor a portar-se dessa maneira que, como vemos nos números descritos acima, tende a ser prejudicial aos retornos de suas aplicações em bolsa. Um dos fatores que contribui para alimentar essa crença é a mentalidade de curto prazo do investidor brasileiro. Segundo levantamento do Ibope feito para a Anbid, mais de 80% dos investidores no Brasil avaliam suas aplicações diária ou mensalmente, buscando antecipar principalmente com base em retornos passados, qual o melhor ativo para se investir ao longo dos próximos 21 dias úteis.
Essa mentalidade de curto prazo encontra respaldo e estímulo todo começo de mês, quando a maioria das publicações voltadas a finanças publicam os rankings mensais com os ativos que tiveram o melhor desempenho no mês. Além disso, há uma avalanche de entrevistas e sugestões de investimento de especialistas, reforçando a imagem de que o investidor deve ter o compromisso de acertar o que comprar e quanto pagar por cada ativo nos quais investirá seus recursos ao longo do próximos 21 dias úteis. Acertar o "timing" no Brasil é difícil e pouco provável, da mesma forma que nos Estados Unidos ou em qualquer outro mercado acionário.
O investidor deve ter consciência de que não conseguirá prever os movimentos dos preços no curto prazo e que a lei das probabilidades joga pesadamente contra suas chances de ter sucesso. Na média, o investidor ganha muito mais se mantiver suas posições em bolsa, privilegiando a disciplina e a paciência. O investidor disciplinado precisa estar disposto a estar na bolsa em momentos de queda para que não perca a oportunidade de valorização durante as altas que, como demonstram os levantamentos acima, ocorrem de forma concentrada no tempo em um punhado de pregões a cada ano.
Uma dica que o investidor pode seguir é utilizar apenas uma parte de seus recursos destinados à bolsa como, por exemplo, 10% para tentar fazer "timing". O trade (compra e venda no curto prazo) é saudável para o investidor e para o mercado, pois ajuda a dar liquidez a esses ativos. Afinal, qual investidor não pretende ter ganho de 5% em três ou quatro sessões do pregão? Agora, saiba que na média os retornos oriundos de tais operações tendem a ser menores que os juros e, dependendo do caso, até da inflação. (Colaborou Aquiles Mosca)

Enviado por Ricardo Viana (grato)

15 maio 2008

Brasil: vantagens e desvantagens

O texto Commodities e moeda forte criam um novo milagre brasileiro, de Matt Moffett, do The Wall Street Journal (13/05/2008) aponta problemas e aspectos positivos do Brasil. A seguir boa parte do texto, separado em pontos positivos e negativos:

Vantagens:

* Devagar e sem alvoroço, no entanto, a economia brasileira vem superando barreiras. Já uma potência mundial em recursos naturais e agricultura, o Brasil acrescentou um ingrediente-chave que durante muito tempo não teve: uma moeda forte. Isso tem ajudado a deflagrar a maior onda de prosperidade que o país experimentou em três décadas, atraindo um enxame de investidores estrangeiros e dando um motor de crescimento para uma economia global enfraquecida.

* Pelo segundo ano consecutivo, a economia brasileira está crescendo cerca de 5%. Ainda é pouco se comparado ao crescimento da China. Mas a expansão tem possibilitado ao Brasil, que em 2002 mais parecia à beira de uma grande moratória, amealhar dólares o bastante para cobrir toda a sua dívida externa e se tornar um credor líquido pela primeira vez em sua história. O real se tornou tão confiável que até mesmo o seletivo investidor americano Warren Buffet tem comprado a moeda.

* O Brasil tem tanto dinheiro em reservas que ontem anunciou que seguiria o exemplo de outros países emergentes como a China e os países ricos em petróleo do Golfo Pérsico e constituíra um fundo soberano com valor entre US$ 10 bilhões e US$ 20 bilhões para investir o dinheiro que tem em excesso. Além do fundo, o Ministro da Fazenda, Guido Mantega, lançou uma política industrial de US$ 125 bilhões para estimular novas exportações e a indústria de tecnologia por meio de isenções tributárias e outros incentivos.

* A recém-conquistada estabilidade tem elevado milhões de brasileiros pobres à classe média, que está se tornando a faixa mais numerosa da população em um país que foi durante muito tempo conhecido pela disparidade entre classes. Jogando combustível na fogueira de otimismo, novas descobertas de petróleo no litoral do país podem colocar o Brasil entre os maiores exportadores mundiais de petróleo.

* O Brasil está se sentindo tão confiante sobre o lugar que deve ocupar na economia mundial que recentemente o presidente Luis Inácio Lula da Silva brincou com uma platéia de empresários latino-americanos dizendo ter dado um puxão de orelhas no presidente americano George Bush. “Bush, meu filho”, Lula disse que falou a Bush. “Nós passamos 26 anos sem crescer, e agora que estamos crescendo, você vem e complica as coisas? Resolva sua crise!” Representantes da Casa Branca disseram que os dois presidentes discutiram a economia, mas não com essas palavras.

* Dia 30 de abril, outra notícia caiu como uma luva para o Brasil, quando a agência de classificação de risco Standard & Poors elevou a classificação de risco do país para “grau de investimento” — fazendo do Brasil a última das nações do Bric a receber o selo de aprovação com relação à capacidade do país de honrar suas dívidas. Os brasileiros celebraram, salientando que tinham reformado sua economia mesmo enquanto sua democracia de apenas 23 anos firmava raízes. A Índia é o único país cuja democracia funciona no mesmo nível entre os países do Bric.
* Mas Lula tem se provado um importante interlocutor, capaz de se sentir em casa em um churrasco com o presidente Bush ou tomando um café cubano com Raúl Castro. “O Brasil realmente não tem nenhum inimigo”, diz o economista Claudio Haddad, presidente da escola de Administração Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais.

*Isso é bom para investidores que vêem o Brasil como um paraíso na Terra, um país democrático, rico em recursos naturais e cuja economia cresce de forma estável, num canto tranqüilo do mundo. Brad Edson, presidente da NutraCea, fabricantes de produtos à base de arroz com sede em Fênix, no Arizona, estava procurando um lugar para construir sua nova fábrica. “As áreas para o cultivo do arroz estão marcadas por instabilidade política, econômica ou social e você tende a preferir ambientes mais estáveis”, ele disse. O Brasil foi uma escolha óbvia para o investimento em torno de US$ 30 milhões da companhia.
* Mesmo antes de ter alcançado o grau de investimento, o Brasil estava nadando em capital estrangeiro, sendo que a maioria era direcionado para a construção civil. Este ano, o volume tem superior o ano passado, quando o país alcançou o recorde de US$ 34,6 bilhões em investimento estrangeiro, mais dinheiro do que foi enviado à Índia, cuja população é quase seis vezes maior.

* “O Brasil é um dos melhores lugares do mundo para fazer negócios em se tratando de recursos naturais”, diz Daniel Titcomb, presidente da Jaguar Mining Inc, empresa americana de mineração de ouro que está investindo US$ 550 milhões em Minas Gerais. “Eles suportam o que dizem com leis”. As instituições democráticas com que investidores contam para proteger seus direitos aumenta os atrativos do Brasil ao capital.

Desvantagens

* Em contraste com o frio e calculista primeiro-ministro russo Vladimir Putin, Lula parece um personagem inusitado para um país de economia crescente. Ele é conhecido por suas gafes, como por exemplo quando se descreveu como o filho “de uma mãe que nasceu analfabeta”. Mais importante, críticos dizem que Lula não tem feito o bastante para enxugar o setor público, o que aumenta o peso tributário para cerca de 36% da produção, coisa de duas vezes o nível da China ou da Índia.
* Mas a caótica versão de democracia no país é uma faca de dois gumes. O Congresso brasileiro não tem a disciplina interna que tem o Partido Comunista da China — e às vezes, parece não ter disciplina alguma: cerca de 15% de seus membros estão sob investigação formal por supostos crimes que vão de tentativas de homicídio a lavagem de dinheiro.

* Franklin Feder, o presidente da Alcoa para a América Latina, diz que sob o ponto de vista da segurança do investidor o Brasil é de longe preferível a “um regime autocrático que pode mudar radicalmente de um dia para outro”. A Alcoa Inc. está investindo US$ 2 bilhões em projetos para a construção de uma hidrelétrica, uma mineradora e uma refinaria, o programa de investimento mais ambicioso da empresa. Isso dito, a democracia ao estilo brasileiro “nos dá muitas frustrações diárias por conta da sua velocidade na tomada de decisão”, diz Feder. Devido à papelada necessária, o processo de licenciamento e formação de uma joint-venture para a construção da hidrelétrica da Alcoa na Amazônia já leva uma década e o projeto só vai ser concluído lá por 2010 ou 2011.

* Nada se move rápido no Brasil. No Congresso, tomado por corrupção e um grande número de partidos pequenos e fracos, as mudanças ocorrem em velocidade glacial. Uma das maiores vitórias legislativas de Lula, a aprovação de um projeto que reduz o volume de processos na Suprema Corte, estava em andamento desde os anos 60.

* Do ponto de vista da eficiência econômica, “há algo que tem de ser dito sobre comando e controle”, diz Stelleo Tolda, diretor das operações brasileiras do Mercado Livre, a maior plataforma de comércio eletrônico da América Latina. Ele observa que os líderes chineses podem dizer “nós vamos colocar abaixo 15 quarteirões no centro de Pequim e nós não nos importamos com quem mora lá, nós precisamos fazer isso para construir arranha-céus e criar empregos”. Em contraste, na efervescente democracia brasileira, grupos de sem-terra e sem-teto estão organizados em grupos que exercem pressão bloqueando trens carregados de minerais e conduzem passeatas em fazendas.

* O Brasil não exibe as taxas de poupança e investimento da China e da Índia. Mas já atingiu um estágio mais maduro de desenvolvimento que a China e a Índia — com uma parcela mais da da população na zona urbana e uma riqueza per capita mais alta —, de modo que é menos provável que dê passos gigantes agora.

* Ainda há céticos de sobra quanto ao renascimento brasileiro. O economista Aldo Mussachio, da Faculdade de Administração Harvard, dos EUA, escreveu recentemente um paper cujo título sugeria que o Brasil estava fora do ritmo dos Bric. Mussachio diz que o Brasil está se beneficiando de uma bolha nos preços das commodities e que há todas as chances de que a economia acabe voltando ao chão.

* Os contribuintes brasileiros não obtêm muito retorno de seus impostos em áreas como educação, onde adolescentes de 15 anos tiveram notas 20% menores que seus pares na Rússia num teste padronizado de Ciências.

24 abril 2008

Estimativas dos analistas


Um texto muito interessante do jornal português Jornal de Negócios, de 23 de abril de 2008. O texto, de Peter Robinson, da Bloomberg, comenta a questão da previsão dos lucros pelos analistas. Pelo texto, a margem de erro aumento nos últimos anos.

Estimativas dos analistas não valem um cêntimo por acção
Peter Robison Bloomberg
Jornal de Negócios 23 /04/2008

Esta nova "época de apresentação de resultados" poderá mostrar até que ponto é que os analistas de Wall Street se baseiam nas orientações das empresas que analisam para fazerem as suas estimativas. Isto porque com a crise do crédito e o abrandamento económico, as empresas terão mais dificuldade em apresentar resultados que estejam em linha ou superem os números previstos. Ou seja, se os resultados começarem a ficar muito aquém do estimado... é porque algo se passa, já que a norma não tem sido essa.
Com efeito, em todos os trimestres que decorreram desde o ano 2000, pelo menos 27 empresas apresentaram resultados que coincidiram ou excederam as previsões de Wall Street. A Coach e a Starbucks estão nessa lista. A General Electric (GE) também esteve até ao passado dia 11, data em que deu por terminada essa façanha, ao divulgar números aquém do esperado.

A Goldman Sachs considera que este revés da GE e de outras empresas que não corresponderam às expectativas dos analistas é "um sinal do que está para vir". Isto porque prevê que mais empresas falhem as estimativas para o primeiro trimestre.

Nos "bons velhos tempos", as empresas aproveitavam frequentemente a flexibilidade das normas contabilísticas para escolherem quando é que registavam as receitas e os custos, criando uma sensação de lucros previsíveis, diz Thomas Russo, "partner" na Gardner Russo & Gardner. Só que o abrandamento económico dos EUA e o congelamento dos mercados do crédito estão a dificultar estas manobras.

Voltando aos analistas e à sua independência, ou falta dela, o que intriga verdadeiramente Shiva Rajgopal, professor de contabilidade da Universidade de Washington, é o facto de a GE não ter falhado as estimativas entre 2000 e 2007. Mais surpreendente é o facto de 26 desses 32 resultados trimestrais terem ficado em linha com as previsões. Se os analistas fizessem as suas contas sem se basearem nas previsões das próprias empresas (que funcionam como "guiders"), a probabilidade daquele recorde com a GE seria de uma em cem mil milhões, isto com base numa equação-padrão estatística, salientou aquele professor.

Os Estados Unidos introduziram três novas leis em três anos, destinadas a tornar a análise em Wall Street mais independente: uma norma SEC em 2000, a Lei de Sarbanes-Oxley em 2002 e um acordo da SEC com casas de investimento em 2003. A Sarbanes-Oxley, além de combater a fraude contabilística, veio também obrigar os analistas a divulgar conflitos de interesse e impedir que as entidades patronais retaliem contra os analistas que escrevam relatórios negativos. Em 2003, o Citigroup, Merrill Lynch e oito outras casas de investimento pagaram uma multa de 1,4 mil milhões de dólares por manipulação das análises e concordaram em deixar de compensar os analistas com base no volume de negócio que eles ajudaram a gerar para os seus segmentos da banca de investimento.

Com estas leis, as análises podem ter ficado mais independentes, mas a margem de erro também aumentou. No quarto trimestre de 2007, os quase 1.800 analistas deste sector sobrestimaram os resultados finais em 33,5 pontos percentuais, o que correspondeu ao maior desvio de sempre. Ainda assim, 62% das empresas listadas no Standard & Poor's 500 bateram as estimativas médias – porque os analistas reviram em baixa as suas projecções ao longo do trimestre. Os números deste primeiro trimestre de 2008 apresentam uma tendência semelhante: das 111 empresas que já divulgaram os seus resultados, 55% superaram as previsões médias.

Mas será sempre positivo para as empresas superarem as estimativas? À primeira vista, tudo indica que sim, pelos previsíveis reflexos altistas em bolsa. No entanto, há excepções. A General Electric teve um desempenho inferior ao S&P500 nos últimos cinco anos. Nos 32 trimestres consecutivos em que os seus resultados coincidiram ou superaram as estimativas, os títulos da GE caíram 39%, ao passo que o índice bolsista de referência se manteve inalterado.

Rajgopal, que estudou o chamado "jogo dos lucros" diz que a pressão para atingir os objectivos trimestrais pode prejudicar os investidores. Aquele professor participou em 2005 num inquérito a 400 executivos sobre opções de gestão e diz ter ficado supreendido ao descobrir que 78% sacrificariam investimentos de longo prazo só para poderem aliviar os seus resultados. "Estão todos tão focalizados num número que esquecem que o mais importante é o crescimento de longo prazo da empresa", sublinha Yuan Zhang, professor na Graduate School of Business da Universidade de Columbia.

Apesar de as novas leis evitarem que as empresas façam anúncios selectivos, obrigando-as a declarar tudo o que é considerado informação relevante, a verdade é que estas continuam a poder orientar os analistas para uma determinada estimativa que sabem que pode ser excedida. Os analistas também recebem incentivos para evitarem escrever "researches" negativos, pois isso pode prejudicar o seu relacionamento com a empresa ou o objectivo do seu patrão de incentivar os clientes a comprarem acções da referida empresa.

16 abril 2008

Testosterona




Quando os corretores da bolsa têm um elevado nível de testosterona, principal hormônio sexual masculino, têm mais tendência a assumir riscos e obtêm maiores ganhos, revelou um trabalho de pesquisadores britânicos divulgado nesta segunda-feira (14) nos Estados Unidos.

A pesquisa permite também explicar decisões irracionais responsáveis por bolhas especulativas e "cracks" na bolsa, segundo os pesquisadores da Universidade de Cambridge.

Os cientistas acompanharam 17 corretores da Londres durante oito dias de trabalho consecutivos e mediram seus níveis de testosterona por meio de amostras de saliva duas vezes por dia: às 11h, em plena atividade da bolsa, e às 16h, ao final da sessão.

A cada vez que mediam o nível de testosterona eram registradas também as perdas e os ganhos.

Comparando os dados recolhidos, os pesquisadores determinaram que os ganhos obtidos eram muito maiores que a média diária quando os corretores tinham níveis de testosterona muito mais elevados.

Confiança

Baseando-se em estudos anteriores, os cientistas acreditam que o fenômeno seria explicado pelo fato de que a testosterona aumenta a confiança em si mesmo e o gosto pelo risco.

A influência dos esteróides, especificamente a testosterona e o cortisol ou hidrocortisona, poderia também explicar por que os operadores de mercados custam a reagir racionalmente frente a bolhas especulativas ou a uma quebra, exacerbando as crises financeiras.

O testosterona é um hormônio determinante para o comportamento sexual e a competitividade, já que atua sobre a agressividade. Este hormônio aumenta em um atleta antes de uma competição e segue aumentando em caso de vitória, mas diminui em caso de derrota.

"O aumento dos níveis de testosterona e de cortisol predispõem os corretores aos riscos", afirmou o doutor John Coates da Universidade de Cambridge, co-autor do trabalho e ex-corretor de bolsa.

"No entanto, se a testosterona se tornar excessiva no organismo, como pode ocorrer facilmente em situações de bolhas especulativas, o gosto pelo risco pode se tornar obsessivo", acrescentou.

O estudo foi divulgado nos "Anais da Academia Nacional de Ciências" dos Estados Unidos desta segunda-feira.


Fonte: Aqui

09 abril 2008

Erotismo e Investimento


... O estudo confirma uma investigação recente que indicou que os homens que assistiram um filme pornográfico estavam mais propensos a fazer decisões sexuais arriscadas. Outro sugere que os homens pensam menos sobre o seu futuro financeiro após ter sido mostrado imagens de mulheres bonitas.

Fonte: Aqui

28 março 2008

Warren Buffett investe como menina


Este é um título instigante de um texto do blog Motley Fool.

Não é um insulto. Pelo contrário, ao investir como uma menina ele se tornou o homem mais rico do mundo. Buffett possui uma abordagem diferente dos demais investidores, esperando o preço justo para comprar. E não pretende vender as empresas que investiu. A razão do título está na própria característica de investimento de uma mulher, que são listadas abaixo:

=> As mulheres investigam mais os investimentos do que os homens. Isto reduz a chance de tomar as "dicas" dos amigos, por exemplo;
=> Os homens comercializam com mais freqüência do que as mulheres, sendo mais confiantes. Por negociar mais, o lucro é menor em virtude do custo de transação e impostos sobre ganhos.
=> A rentabilidade das mulheres é melhor do que a dos homens numa pesquisa realizada pela Universidade da Califórnia
=> As mulheres não olham somente para os números ao investir, incluindo na sua análise a qualidade dos produtos, a ética e outros fatores
=> As mulheres são mais espertas que os homens para identificar empresas com potencial de crescimento futuro.

Uma alternativa para melhorar os ganhos de suas aplicações: deixe esta decisão com a sua mulher.

26 março 2008

Excesso de Confiança


O excesso de confiança é um dos itens mais interessantes das finanças comportamentais. A pesquisa clássica é a pergunta aos motoristas se eles estão acima ou abaixo da média dos outros motoristas quanto a sua habilidade no volante. Um percentual elevado responde que suas habilidades são superiores a da média, o que revela este excesso de confiança.

O excesso de confiança também pode ser conhecido como Lake Wobegon Effect. A seguir um texto sobre este assunto, publicado no Valor Econômico, e enviado por Ricardo Viana (grato):

O excesso de confiança nas decisões de investimento
Aquiles Mosca
Valor Econômico - 25/03/2008

Excesso de confiança diz respeito à sobreestimação das capacidades pessoais. Esse comportamento é sem dúvida aquele que possui maior número de estudos que confirmam sua existência e, para alguns pesquisadores, chega a ser o elemento de maior influência no processo decisório. Ele é observado em indivíduos que imaginam ter capacidade decisória superior à média da população. Diversas categorias profissionais já foram alvo de estudos sobre excesso de confiança e entre as mais afetadas pelo fenômeno estão psicólogos, juristas, empreendedores e profissionais do mercado financeiro.

A mensuração do excesso de confiança é, via de regra, feita por meio de questionários onde os pesquisados devem responder a algumas perguntas de variado grau de complexidade e, em seguida, avaliar a confiança (expressa em porcentagem) na resposta ou conclusão a que chegaram. Verifica-se excesso de confiança quando em uma população a proporção de respostas corretas é significativamente inferior ao grau de confiança médio.

Um dos pontos mais surpreendentes revelados por tais estudos é que o excesso de confiança cresce com o nível de complexidade da decisão que precisa ser tomada ou da pergunta a ser respondida. Estranhamente, quando as perguntas são muito simples, ou seja, questões que a maioria consegue responder sem problemas, o nível de confiança reportado é geralmente baixo. Os meteorologistas aparecem como a única categoria profissional que é capaz de julgar de maneira justa e correta a exatidão de sua capacidade de previsão e o acerto de seus prognósticos.

No mundo dos investimentos, excesso de confiança faz com que aplicadores acreditem compreender o mercado e serem capazes de antecipar flutuações de curto prazo, mesmo em circunstâncias de volatilidade extrema. Shiller (2000) recorre a um levantamento feito por ocasião da quebra da bolsa em 19 de outubro de 1987 para testar a hipótese de que investidores individuais e institucionais sofrem de excesso de confiança. Na semana seguinte à quebra de 1987, a equipe de Shiller enviou a um grupo de 620 investidores profissionais e amadores um questionário semelhante ao descrito acima. Resultado: 30% afirmaram pensar no dia da quebra do mercado saber exatamente em que nível voltariam a investir na bolsa. Entre os que compraram ações no dia da quebra, 48% acreditavam ser capazes de identificar com precisão o ponto mais baixo de preços para retomar suas compras de ações. Em 88% dos casos, a justificativa para tal certeza não se baseava em elementos objetivos, mas em sua "intuição de investidor".

Hilton, Biais, Mazurier e Pouget (2005) criaram um mercado experimental para estudar a influência desses traços de comportamento sobre a performance de carteiras de investimento. O alvo do estudo foram os estudantes da London Business School e da Universidade de Toulouse. Esse mercado era composto de uma única ação e os investidores precisavam avaliar se no período seguinte o dividendo a ser pago seria de 50 euros, 240 euros ou 490 euros e negociar a ação com base em suas expectativas.

Divididos em dois grupos, os estudantes recebiam uma única informação dizendo qual dos três dividendos não seria pago. Por exemplo, se o real valor do dividendo a ser pago era de 490 euros, a informação recebida por um dos grupos era de que o dividendo não seria de 50 euros. O outro grupo receberia a informação de que o dividendo não seria de 240 euros. Em seguida, abria-se mercado para negociarem a ação em nove pregões sucessivos. A cada negócio fechado, precisavam julgar se haviam feito um bom negócio e o nível de confiança que tinham no resultado obtido. Conclusão: 90% dos investidores acreditava no momento da negociação ter feito o melhor negócio possível, ao passo que os resultados efetivos revelaram que só 36% tiveram uma performance tão positiva, ou seja, houve um excesso de confiança generalizado.

Além disso, o estudo mostrou que, quanto mais um indivíduo sofre de excesso de confiança, pior é a performance de sua carteira quando comparada a outros investidores que possuem um nível de confiança menor e mais em linha com a realidade. No exercício, ao passo que o lucro médio por investidor foi zero (como em qualquer mercado a soma de lucros e perdas é sempre zero), os 25% de participantes melhor "calibrados" quanto à exatidão de confiança tiveram lucro de 131,40 euros. Já os 25% com excesso de confiança tiveram prejuízo de 147,70 euros.

Dentre os malefícios associados à tendência comportamental, temos que o investidor é levado a não utilizar toda informação disponível, confiar na intuição e crenças pessoais. Adicionalmente, o excesso de confiança leva-o a subestimar os riscos associados às modalidades de investimento, à superestimar o potencial de alta e o preço de aquisição, prejudicando a diversificação eficiente da carteira de investimentos.

Dessa forma, na hora de decidir onde e, mais importante, com quem investir, o aplicador deve também avaliar esse aspecto bastante intangível, mas relevante para o processo decisório e, conseqüentemente, para a performance da carteira. Desconfie de analistas e gestores repletos de certezas. A evidência empírica mostra que segui-los cegamente ou deixar-se levar pelo excesso de confiança resulta, apesar da grande sensação de confiança que é gerada no momento da decisão de investimentos, em perdas e arrependimento.

14 fevereiro 2008

Efeito manada

Em momentos de crise, a questão da racionalidade (e o contraponto das finanças comportamentais) são utéis para entender o que aconteceu. Estudar efeito manada e como os indivíduos são levados para uma situação de excesso de otimismo é importante e ajuda a entender o que ocorreu. O artigo a seguir mostra um pouco desta visão:

O contágio do passado na decisão de aplicação
Aquiles Mosca
Valor Econômico - 13/02/2008

"Rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura". Apesar de simples, a frase de alerta que acompanha os prospectos dos investimentos parece lutar em vão contra ao menos três tendências comportamentais. Para a maioria dos investidores, uma aplicação, independentemente de seu risco, parece mais atraente quanto maior o retorno apresentado no passado recente, a despeito de qualquer aviso que o regulador determine obrigatoriamente.

Estudos indicam que as expectativas que formamos em qualquer situação que exija avaliação em condição de incerteza são, em grande parte, uma extrapolação do que foi observado no passado recente. Isso vale para circunstâncias que envolvam um futuro incerto, como previsão do tempo ou a performance de aplicações.

Bange (2000) demonstra em um estudo para a Associação Americana de Investidores Individuais que não apenas o aplicador extrapola para o futuro a performance passada, mas também há a tendência de aumentar a parcela de sua carteira em ativos que tiveram retornos atraentes no passado. Assim, quanto mais o mercado sobe (como visto no Brasil entre 2003 e 2007), mais os investidores ficam otimistas com a performance esperada das aplicações de risco, aumentando ao mesmo tempo sua exposição em tais mercados. Em um cenário de baixa (como o atual), observamos o efeito inverso. Ao portar-se de tal forma, o aplicador acaba executando para a carteira o inverso do que é recomendado, isto é, compra ativos que estão em alta (compra caro) e vende os que estão em queda (vende barato).

O investidor que se comporta dessa maneira é denominado "momentum investor", ou aquele que crê, conscientemente ou não, na continuidade dos movimentos do mercado. Há também os chamados "contrarian investors", que crêem na reversão das tendências.

Estudo da Universidade de Yale (Dhar e Kumar 2001) buscou identificar qual grupo é predominante, usando uma amostra de 41 mil investidores do mercado de ações americano. Fica claro no estudo que a performance observada entre uma semana e três meses é o principal fator que atua na tomada de decisão. O número de investidores que age no sentido oposto à tendência corrente é 25% inferior ao dos que se deixam levar pela tendência observada. O estudo foi repetido em mercados emergentes e revelou a mesma conclusão, mostrando que o efeito "momentum" é mais significativo em ativos com performance extrema, como no mercado acionário.

Observando os dados relativos a investimentos de pessoas físicas no mercado de fundos de ações no Brasil em 2007, temos forte evidência do fator "momentum" nas decisões dos investidores. Por exemplo, as aplicações em fundos Vale, que em média renderam 84% em 2007, ante 44% do Ibovespa, lideraram o fluxo de investimentos em fundos de renda variável no ano passado, totalizando 50% do total investido em fundos de ações nesse ano. Em contrapartida, a média dos fundos de ações após três meses de performance negativa, entre novembro e janeiro, passou a sofrer saques líquidos. Não por coincidência, no mesmo período os fundos DI, seguros e em terreno positivo, voltaram pela primeira vez em 12 meses a receber ingressos líquidos.

Observamos em momentos como o atual uma tendência dos agentes de inferir que a realização observada ontem tende a continuar. Basta ler nos jornais a avaliação de analistas para confirmar esse fenômeno. Isso equivale a prever o futuro com base no passado, a chamada "representatividade" na teoria financeira comportamental. Esse fator é acentuado pela ampla divulgação na mídia dos estragos sofridos pelo mercado. Tal disseminação recebe o nome de "saliência" na teoria comportamental e refere-se à grande disponibilidade de informação relativa a um fato e ao peso que essas informações, salientes para o investidor, têm na formação de expectativas e na tomada de decisão, sendo o principal combustível do efeito contágio.

O componente final que define o comportamento do investidor refere-se à necessidade que os agentes têm de agir em conformidade com o grupo. Se todos estão vendendo, também tendemos a vender e vice-versa. Afinal, errar em companhia da maioria é menos desgastante. Esse é o principal combustível do efeito manada, que tende a acentuar o efeito contágio e a magnificar a amplitude de variação dos preços, realimentando o processo e definindo a direção do fluxo de recursos para os ativos.

Ante essas tendências, alertar o investidor que "rentabilidade passada não garante rentabilidade futura" é tão útil quanto dizer a uma criança com um chocolate que comer doce antes da refeição estraga o apetite. O pai cumpre com seu dever de zelar pela nutrição, a criança come o doce de qualquer jeito e, se der dor de barriga, o pai pode dizer com toda autoridade: "Eu bem que avisei!"

Enviado por Ricardo Viana

08 fevereiro 2008

Quem é melhor investidor: Homem ou Mulher?

Pesquisas mostraram que existem diferenças entre a forma como o homem e a mulher investem. A mulher é mais conservadora e concentra seus investimentos em títulos. Os homens são superconfiantes e assumem mais riscos. Em termos de racionalidade, a mulher tem um melhor resultado. O homem tende a fazer mais aplicações e resgates.

Clique aqui, aqui e aqui

13 dezembro 2007

Munger, o investidor

Charlie Munger não é tão conhecido como Warren Buffet, mas é um companheiro de inúmeras decisões financeiras deste. Seu cargo é de vice-presidente da BH, a empresa de Buffett. Seus conselhos também são interessantes e preciosos. Neste texto aqui Munger expõe parte de suas idéias. Aqui, seu blog. Dica deste blog

09 agosto 2007

Itaú e alguns esclarecimentos do seu resultado

Neste link é possível ter acesso a transcrição da conferência de apresentação dos resultados do Itaú para os investidores, em especial estrangeiros. Alguns esclarecimentos são feitos sobre itens específicos e expectativas dos dirigentes são apresentadas.

19 julho 2007

Comportamento no investimento em ações

Uma pesquisa realizada por dois professores da Universidade de Illinois (“Information Diffusion Effects In Individual Investors’ Common Stock Purchases: Covet Thy Neighbors’ Investment Choices” The Review of Financial Studies, Zoran Ivkovich e Scott J. Weisbenner) mostra que a vizinhança pode ser um importante fator que induz os indivíduos a investir em ações. Os autores usaram dados de 35 mil casas, clientes de corretoras, entre 1991 a 1996. Usando o número do Código Postal, os autores determinaram as decisões de investimento dos aplicadores em uma ação se os vizinhos compraram aquela ação ou outra do mesmo setor. Segundo o NY times existe evidência que o comportamento na decisão de investimento seja influenciada pelo vizinho.