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24 maio 2018

Remuneração

Boa notícia para o mercado de capitais brasileiro:

O Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) derrubou a liminar que autorizava companhias brasileiras a divulgarem apenas de forma parcial a remuneração de seus executivos, contrariando o previsto na Instrução nº 480 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). 

A listagem de empresas que usavam a liminar incluía os seguintes nomes:  Bradesco, Cielo, Itaú e Itausa (financeiro); Vale (mineração); CSN, Metalúrgica Gerdau e Gerdau (siderurgia); Fibria e Suzano (papel e celulose); Oi e Tim (telefonia); Braskem (petroquímica); CCR e Rumo (infraestrutura); Lojas Americanas, B2W e Via Varejo (varejo); BR Malls e Iguatemi (shopping); Alpargatas (calçados); Cosan e CPFL (energia), Embraer (aeronaves), Duratex e Even (construção); Multiplus (serviços); e Minerva (alimentos).

A CVM divulgou um comunicado sobre o assunto. Em um dos trechos:

A decisão proferida hoje pelo TRF2 foi tomada por 3 votos a 0, com manifestação favorável do Ministério Público Federal durante a sessão. Os argumentos da CVM foram acolhidos por unanimidade. O Tribunal reconheceu que a regra estabelecida pela Autarquia não representa afronta à Lei 6.404/76, e que o respeito aos direitos à intimidade e privacidade não tem caráter absoluto, podendo ceder ao interesse público, presente no caso.

Levou-se também em consideração que, ao adotar a forma de companhia aberta para o exercício de qualquer atividade empresarial, as companhias devem seguir a legislação e a regulamentação correspondentes, especialmente focadas no regime informacional de maior transparência, tendo em vista o interesse do público investidor em geral.

Sobre a questão da violência, também exposta pelo IBEF, o Tribunal entendeu que a preocupação aflige a população brasileira de forma geral e que a experiência com a divulgação da remuneração dos servidores públicos demonstrou que não houve acréscimo do risco associado à violência para essa parcela da população.

Os desembargadores ainda observaram que a regra editada pela CVM foi precedida de amplo debate público, com a incorporação de práticas que já vêm sendo adotadas internacionalmente.



Óbvio, não? Mas qual a razão da demora para julgar?

13 dezembro 2017

Pode isto?

Uma empresa apresenta dificuldades na sua gestão. Suspende os pagamentos aos credores e entra em falência. Mesmo assim, seus executivos deverão receber bônus de 16 milhões de dólares. Pode isto? Não deveria, já que os responsáveis pela condução dos negócios estão sendo recompensados por sua incompetência. Em que país subdesenvolvido isto ocorreu? Estados Unidos. E o pagamento foi aprovado pelo juiz responsável pelo caso. A empresa: Toy-R-Us. 

30 setembro 2017

Remuneração dos executivos de empresas brasileiras

Valores médios numa amostra de 243 empresas.

Usando os dados de 30 empresas, disponibilizados no site G1, é possível tentar fazer uma breve análise entre a remuneração e o desempenho de cada empresa. Num primeiro momento, calculei esta relação usando todas as variáveis disponíveis: remuneração média, mínima e máxima, além de uma constante. Somente a maior remuneração apresentou significância. Assim, há uma relação entre a maior remuneração de cada empresa e o resultado líquido obtido no período. Usando a maior remuneração, o coeficiente angular foi de 87,915: o resultado da empresa corresponde ao maior salário multiplicado por 88.

Uma razão para o valor da remuneração média não ter sido significado é o fato de cada empresa ter um número diferente de diretorias, que pode ter afetado o resultado.

18 setembro 2017

Remuneração de Executivos e medidas não-GAAP

Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos (via aqui) mostrou que os executivos que fizeram grandes ajustes positivos no desempenho fora dos princípios contábeis (medidas Não-GAAP), entre 2010 e 2015, receberam 23% a mais na sua remuneração anual esperada, em relação aos valores utilizando os princípios contábeis.

Em geral a contabilidade das empresas obedece às normas contábeis emanadas dos reguladores. Nos Estados Unidos estas normas seriam emitidas pelo Fasb. Entretanto, as empresas podem divulgar outras medidas de desempenho; esta liberdade poderia ser aproveitada quando as medidas contábeis não expressassem o verdadeiro desempenho da empresa. Entretanto, as medidas que fogem aos princípios contábeis são divulgadas para “manipular” o resultado. Além disto, os executivos tendem a enfatizar a divulgação dos resultados favoráveis, o que se torna um incentivo para o uso das medidas não-GAAP.

Outro aspecto é o fato dos executivos muitas vezes terem o controle do sistema de compensação. Eis um exemplo nacional: comitê de remuneração do Bradesco é composto do presidente do Conselho de Administração, do diretor-presidente, dois membros do Conselho de Administração e um membro não administrador.

13 abril 2017

Executivos são descalibrados nas suas previsões

Usando mais de dez mil previsões realizadas por executivos, três pesquisadores concluíram que estas pessoas são descalibradas nas suas estimativas. Segundo Ben-David, Graham e Harvey as pesquisas já tinham mostrado que as pessoas possuem excesso de confiança, superestimando a precisão das previsões e subestimando a variância. Gestores tomam decisões diariamente e a pesquisa procura determinar se as previsões são boas ou não.

Usando dados trimestrais por mais de dez anos sobre o comportamento do mercado acionário, os pesquisadores imaginaram que os gestores deveriam ter, pelo menos, um bom senso na estimativa do grau de risco, definindo intervalos de confiança razoáveis. Os pesquisadores pediram aos executivos uma estimativa dentro de um limite de confiança de 80%. A figura mostra o resultado:

A linha tracejada mostra o valor esperado ou 80% de acerto. A linha em vermelho o valor observado, cerca de 36%, bem abaixo da meta. As previsões estavam descalibradas. Mas a pesquisa trouxe um achado interessante: nos momentos de incerteza, quando geralmente o mercado é mais volátil, as respostas deveriam ter um intervalo de confiança maior, em razão da variância maior. Isto ocorreu durante a crise de 2008, quando o mercado apresentou uma elevada volatilidade. Mas nestes momentos parece que o nível de acerto piorou.

Outra conclusão interessante do estudo é que aparentemente os executivos com limites de confiança menor são de empresas com políticas mais agressivas. Isto pode indicar que a política da empresa contamina o executivo ou o contrário, o executivo contamina a empresa.

21 janeiro 2016

Sorte

Recentemente comentamos sobre o papel da sorte nas finanças pessoais. Um texto de Frick para Harvard Business Review destaca a relevância deste fator no sucesso de executivos:

Quando você pergunta a Lars Serensen da Novo Nordisk qual a força que impulsionou ele ao top do ranking de 2015 da HBR de melhor desempenho de executivo no mundo, ele cita algo muito diferente: sorte. (...) Uma série de textos recentes ajuda a responder a questão, quantificando o papel da sorte, habilidade e experiência no sucesso do CEO. Juntos eles sugerem duas conclusões: primeiro, nenhuma peculiaridade ou habilidade parece explicar o desempenho do CEO e, segundo, a sorte tem um grande papel.

14 outubro 2015

Os melhores executivos

A HBR lista os melhores executivos. Eis os dez melhores:

1 LARS REBIEN SØRENSEN, NOVO NORDISK (fotografia)
2 JOHN CHAMBERS , CISCO SYSTEMS
3 PABLO ISLA, INDITEX
4 ELMAR DEGENHART, CONTINENTAL
5 MARTIN SORRELL, WPP
6 STEPHEN LUCZO, SEAGATE TECHNOLOGY
7 JON FREDRIK BAKSAAS, TELENOR
8 GEORGE SCANGOS, BIOGEN
9 MICHAEL WOLF, SWEDBANK
10 FUJIO MITARAI , CANON

Dois brasileiros na lista dos 100 melhores:

16 CARLOS BRITO, ANHEUSER-BUSCH INBEV
24 ROBERTO EGYDIO SETUBAL, ITAÚ UNIBANCO

Duas mulheres foram escolhidas entre os cem, 74% não possuem MBA, 55% são Chairman e 86% insider. Como toda lista, polêmica. Em 20o. MARTIN WINTERKORN, da Volkswagen, envolvido no escândalo da empresa.

03 agosto 2015

Discurso de Executivo


Lucy Kellaway comentou o comunicado do executivo Satya Nadella de 1.500 palavras para os funcionários da Microsoft. Destaca o tamanho, mas a análise mais interessante é a confusão no texto. (Você pode ter acesso ao texto aqui, que foi publicado originalmente no Financial Times e em português no Valor Econômico)

Trata-se da confusão habitual de "plataformas", "motivadores", "ecossistemas", "alinhamento", "DNAs" e "seguir em frente" - além de algumas combinações mais ambiciosas como "ampliar nossa pegada de experiência".

Segundo Lucy, a novidade é que isto originou-se de um executivo de uma grande empresa.

O terceiro executivo-chefe da história da Microsoft estava tentando convencer o mundo e lembrar os funcionários de que a empresa tem um plano. Mesmo assim, o que surgiu disso é ininteligível, em grande parte pelas hipérboles sem sentido - e ninguém ficou perturbado.

Muitos leitores deixaram passar em branco a primeira palavra. "Equipe", começa o comunicado. Os funcionários da Microsoft não são uma equipe, ou não deveriam ser. Estudos vêm mostrando que o número ideal de integrantes de uma equipe é quatro ou cinco, e não 120 mil. "Toda grande empresa tem uma missão permanente", continua Nadella. Isso soa bem, só que não é verdade. Gosto de pensar que o "Financial Times" é uma grande companhia; temos persistido há 127 anos sem uma missão oficial.

Fantástico. As entidades são quase que “obrigadas” a ter uma missão oficial. Kellaway diz que isto não é necessário para uma empresa ter sucesso. A missão anunciada da Microsoft é "habilitar cada pessoa e cada organização do planeta a conquistar mais."

O primeiro sinal de problema é a palavra "planeta". Há uma regra que diz que sempre que essa palavra é usada como substituta de "mundo", a sentença em que ela aparece é uma tolice completa. Se a ressonância cósmica é gratuita, o autor está escrevendo uma besteira.

(...) Conquistar mais o quê? Quanto a essa dúvida vital, Nadella mantém silêncio. Na verdade, a melhor maneira de habilitar as pessoas do planeta a conquistar mais seria convencê-las a amar um pouco menos seus dispositivos móveis e desligá-los ocasionalmente, para cuidar de algo real para variar.

Não satisfeito em anunciar sua nova missão, Nadella se habilita a conquistar ainda mais: "Hoje, quero compartilhar mais sobre o contexto geral e o tecido conjuntivo entre nossa missão, visão de mundo, estratégia e cultura". Ter uma missão e uma visão de mundo é algo ganancioso. Mas ter tantas coisas abstratas com muito tecido conjuntivo entre elas é de dar náusea.

Em seu parágrafo final, Nadella insere duas palavras que finalmente significam alguma coisa. "Escolhas difíceis", alerta ele, em breve terão de ser feitas - usando as mesmas palavras que Lord Hall da BBC escolheu na semana passada ao anunciar a eliminação de mil empregos.
Esse é o mais novo eufemismo de CEO para a demissão de pessoas e um dos mais dissimulados. "Escolhas difíceis" implica em "isso vai doer mais em mim do que em você", sugerindo ao mesmo tempo que o CEO automaticamente fez a escolha certa e a opção da não demissão seria ainda pior. (...)

16 outubro 2014

Listas: Os melhores executivos

1. Jeff Bezos - Amazon
2. John Martin - Gilead Sciences
3. John Chambers - Cisco Systems
4. David Pyott - Allergan
5. David Simon - Simon Property Group
6. Lars Rebien Sørensen - Novo Nordisk
7. Hugh Grant - Monsanto
8. J. Michael Pearson - Valeant Pharmaceuticals
9. Mark Donegan - Precision Castparts
10. William Doyle - PotashCorp
11. Tadashi Yanai - Fast Retailing
12. David Novak - Yum Brands
13. Michael Wolf - Swedbank
14. Pablo Isla Álvarez de Tejera - Inditex
15. Marc Benioff - Salesforce.com
16. Oscar Gonzalez Rocha - Southern Copper
17. Stephen Wynn - Wynn Resorts
18. James Taiclet Jr - American Tower
19. Elmar Degenhart - Continental
20. George Paz - Express Scripts
21. Tsai Ming-Kai - MediaTek (tie)
21. Paolo Rocca - Tenaris (tie)
23. Reed Hastings - Netflix
24. Ronald Havner Jr. - Public Storage

25. Michael Balmuth - Ross Stores

Segundo a Harvard Business Review

10 outubro 2014

Executivos e balanços

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) criou uma força-tarefa para garantir o cumprimento da regulação e monitorar as suspeitas de uso de informações privilegiadas. Uma das iniciativas é acompanhar 100% das negociações realizadas pelos administradores de companhias abertas nos 15 dias que antecedem a divulgação de seus balanços financeiros. Como estão mais próximos da tomada de decisão das empresas, executivos e conselheiros são considerados potenciais infratores. As regras da CVM proíbem que eles negociem papéis das companhias na véspera da publicação de informações financeiras - a regra passou a valer neste primeiro trimestre, disse ontem o presidente do órgão, Leonardo Pereira, durante evento no Rio.

Pereira explicou que a força-tarefa será responsável também por pesquisar novas tecnologias e métodos de investigação, além de estudar como a CVM pode se organizar para punir as irregularidades de forma eficaz. (...) A partir de 2016, a meta é que os julgamentos ocorram em até dois anos. 

Fonte: O Estado de S Paulo

05 junho 2014

Ainda sobre o BVA

Cinco meses antes da intervenção do Banco Central no banco BVA, o salário do então presidente da instituição, Ivo Lodo, aumentou de R$ 50 mil para R$ 1 milhão por mês. Isso aconteceu em maio de 2012. Em outubro, quando o BC entrou no BVA, encontrou um buraco de R$ 1,6 bilhão nas contas da instituição. Segundo relatório do BC, o aumento do salário fixo do executivo contrariou "frontalmente" a situação financeira da instituição, que era "bastante crítica".

Fonte: aqui

O executivo negou e afirmou que atendeu uma norma que obrigava as instituições financeiras a definir um teto salarial. E que durante o período que esteve na frente do banco, as retiradas foram em torno de 40 mil mensais.

18 janeiro 2014

Orgia Romana

A Tyco é uma empresa suíça de segurança com uma receita de 17 bilhões de dólares. No inicio da década passada a empresa foi notícia em razão de um escândalo associado a seu executivo Dennis Kozlowski .

Kozlowski ficou conhecido por um estilo de vida extravagante. Isto incluiu um apartamento de 30 milhões de dólares em Nova Iorque e uma festa de aniversário de 2 milhões para sua segunda esposa. Esta festa, por sinal, foi realizada na Sardenha, com escultura de gelo reproduzindo o David de Michelangelo, urinando vodka, e ficou conhecida como A Tyco Roman Orgy (foto). Esta festa atraiu a atenção da justiça de Manhattan, que passou a investigar Kozlowski. O executivo foi levado a júri, que viu a cena da festa, mas não condenou Kozlowski.

O julgamento foi anulado. No segundo julgamento, os promotores mudaram a estratégia: em lugar de falar do seu estilo de vida, tratou das questões contábeis. Kozlowski foi condenado por furto, pagou uma multa e foi para prisão. Ontem Kozlowski saiu da prisão.

13 dezembro 2013

Os piores executivos

Geralmente só temos livros e reportagens sobre os melhores executivos. Eles são como heróis: nunca falham e parecem sábios todo o tempo. Mas eis uma lista que leva em conta o outro lado: os piores executivos

O empresário Eike Batista foi apontado como o pior presidente-executivo de 2013 em lista formulada por Sydney Finkelstein, professor de estratégia e liderança da Escola de Administração Tuck da Faculdade de Dartmouth (EUA).

O acadêmico é autor do livro "Por que executivos inteligentes falham" e elabora desde 2010 um ranking com os piores desempenhos do ano. Na lista, ele leva em conta critérios financeiros como preço das ações, valor de mercado da empresa e outros índices.

Finkelstein avalia depois se o executivo teve responsabilidade sobre a mudança de cenário.

Entre os nomes presentes no ranking estão também Thorsten Heins, da Blackberry, e Steve Ballmer, da Microsoft.

Pela primeira vez, o acadêmico elaborou também uma lista com os melhores desempenhos do ano. A classificação é liderada por Jeff Bezos, da Amazon, seguido por Akio Toyoda, da Toyota.

28 novembro 2013

Pensão para o Executivo da Peugeuot-Citroen

O atual comandante da Peugeot-Citroen, Philippe Varin, deverá receber a módica quantia de 21 milhões de euros (ou 66 milhões de reais) de pensão, caso decida aposentar-se. O valor faz parte de um contrato secreto, mas a empresa passa por dificuldades financeiras e decidiu congelar os salários dos trabalhadores.