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24 setembro 2014

Listas: As empresas que mais doaram para as eleições

1. JBS = 113 milhões
2. Vale = 50,3
3. Ambev = 44,2
4. Bradesco = 29,1
5. BTG = 16,45
6. Cosan = 14,8
7. Itaú = 12,8
8. Braskem = 12,0
9. BRF = 5
10. MRV = 4,5

Fonte> Valor Econômico

05 junho 2014

Pague US$ 20.000 e seja assassinado em grande estilo

Quem lê as sagas de George R. R. Martin sabe que ele não tem pena de matar. Não tem! Pode ser o mais talentoso dos heróis, aquele protagonista essencial para a história fazer sentido, o garçom n. 4, o psico-vilão. Não importa! Morreu! Se contente. Nem adianta chorar porque logo outra pessoa vai morrer e se você ficar sentimental vai se desidratar.

Você elege seu personagem favorito e... pronto. Errou! Não eleja personagem favorito nos livros do George. Como ninguém me avisou... cai no erro. Sou Arya Stark até o fim! (E espero que esse fim seja no livro 7 com ela vivendo feliz para sempre). Então - SPOILERS* - ainda não entrei no luto extremo, mas já levei um baita susto logo primeiro livro (na série da HBO não deram a entender isso, sorte dos televisivos) ao pensar que a Arya havia morrido, e logo decretei: se ela morreu, não leio mais! Ufa! Ela estava a salvo viva. (Ainda bem porque obviamente eu não conseguiria parar de ler). E graças pelo kindle porque já pude comprar imediatamente o volume dois, na calada da noite.

o/ Eu me chamo Isabel e sou viciada em livros chick lit e ficção científica.

Há uma imagem com a J. K. Rolling falando que acha difícil matar personagens em seus livros e, ao lado, o Martin falando algo do tipo “como você é adorável”. Eu ri horrores com essa imagem (achei e a anexei abaixo). Quem é fã dos dois sabe...

Os marcadores mostram páginas com mortes...

Agora a novidade: se você for bem rico & fã das Crônicas de Gelo e Fogo poderá virar um personagem e, é claro, ser assassinado. Olha que sensacional! Por meros vinte mil dólares você entrará para a história. [Se você é milionário, não participar disso e não tiver uma parede falsa (existe arquiteto SÓ pra isso!) que leva para uma super biblioteca – está fazendo tudo errado. Me dê o seu dinheiro.].

Essa empreitada faz parte de uma campanha de arrecadação de fundos para duas instituições de Santa Fé. Se você for menos rico, pode, ainda, por reles US$ 7.500, ganhar um daqueles chapeuzinhos que o George usa (tem na foto ali em cima, conhecido como "greek fisherman's cap"). É! Um chapéu dele mesmo! Um velho e usado... mas do próprio George. o.O E, se você for ainda menos rico, doa qualquer quantia e concorre a um sorteio. O sortudo (com direito a um convidado, que pode ser daquele blog que você tanto adora!) ganhará um passeio no santuário Wild Spirit Wolf em companhia de quem? De quem? Do George R. R. Martin! Uau!

Se você, querido leitor rico e sortudo, ganhar o passeio, peço que o encha o saco para que ele lance logo os dois últimos livros.(Ele já avisou que o 6o livro não sairá antes de 2015!) Depois que a série na HBO começou, ele passou a enrolar os leitores mais ainda. Vamos lá! Tem que rolar um bullying! Algum tipo de pressão pra ele produzir. Isso faz milagres! Qualquer mestrando aqui vai concordar comigo. E mais: não mate a Arya, termine a saga!!! Faz assim... me avise quando o sorteio sair que escreverei o texto com as palavras exatas pra você, ok? ;)

Ah quando eu ficar rica...

O link pra participar fica aqui ó => LINK <= Participem!!! É tudo por uma ótima causa... ;)

*SPOILER ocorre quando você lê o resumo da novela no domingo, por exemplo. Você fica sabendo das coisas antes delas "acontecerem". Quem é fã de Doctor Who só ouve essa palavra ao som da voz da River Song. *.*

07 abril 2014

Doações eleitorais dos fornecedores da Petrobrás

JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO, DANIEL BRAMATTI, DIEGO RABATONE, LUCAS DE ABREU MAIA - O Estado de S.Paulo


De cada R$ 10 doados por empresas a candidatos e comitês nas eleições de 2010 e 2012, R$ 3 vieram de fornecedores da Petrobrás. Maior companhia brasileira, a estatal está no centro da mais ampla rede de financiamento privado de campanhas eleitorais no Brasil. Detentores de contratos com a companhia petrolífera desembolsaram ao menos R$ 1,4 bilhão em contribuições às campanhas de postulantes a presidente, governador, prefeito, deputado e senador.

Isso não implica que a Petrobrás tenha direcionado as doações - a legislação proíbe que empresas que tenham participação societária do Estado financiem campanhas eleitorais. Tampouco denota ilegalidade. Mostra, porém, o potencial de alcance político e econômico da estatal e ajuda a entender os temores de parte da classe política com a instalação de uma CPI da Petrobrás.

Levantamento conjunto do Estadão Dados e da Transparência Brasil revela que 4.792 candidatos e comitês partidários receberam recursos de empresas contratadas pela Petrobrás nos últimos quatro anos. Nas eleições parlamentares e para governos de 2010, 1.778 candidatos/comitês receberam desses fornecedores. Na disputa municipal de 2012, foram 3.014 os beneficiários. Os valores doados pelos fornecedores da Petrobrás constituem uma estimativa conservadora: o levantamento levou em consideração só os contratos assinados a partir de 2010.

Pontaria. Além de volumosa e extensa, a rede de doações é certeira. Dos 513 deputados federais eleitos em 2010, nada menos do que 330 contabilizaram doações de empresas privadas que mantêm contratos com a Petrobrás. Juntos, receberam pelo menos R$ 78 milhões para ajudar a bancar suas candidaturas. O valor pode ser ainda maior, porque não inclui as doações dessas empresas a comitês partidários, que podem beneficiar mais de um candidato.

A regra dos doadores é ter um pé em cada canoa partidária. Tornam-se, assim, centopeias político-ideológicas. O dinheiro foi doado indiscriminadamente tanto a partidos que apoiam o governo federal quanto a legendas que lhe fazem oposição. Nada menos que 24 siglas receberam recursos em 2010, e 26 em 2012.

Rateio. Nas eleições realizadas há quatro anos, candidatos e comitês do PT, que disputava o terceiro mandato presidencial consecutivo, receberam 25% do valor total doado pelos fornecedores da Petrobrás. Já o PSDB, principal partido da oposição e havia oito anos distante do Planalto, ficou com uma fatia levemente inferior: 24%.

Levando-se em conta as disputas pelos cargos de presidente, governador, senador, deputado federal e deputado estadual, candidatos do PT receberam em 2010, em conjunto, R$ 224 milhões de empresas ligadas por contratos à Petrobrás. As doações para tucanos somaram R$ 210 milhões.

O PMDB, que tem influência em diretorias da Petrobrás e é segundo maior partido da base governista, recebeu menos recursos do que o oposicionista PSDB em 2010: R$ 165 milhões, o equivalente a 19% do total.

Nas eleições de 2012, PT e PMDB ficaram com uma parcela maior dos recursos: 31% e 16%, respectivamente. Já o PSDB levou apenas 13%.

A lista dos fornecedores que fazem doações para campanhas tem 2.265 empresas. A maioria, porém, faz contribuições relativamente pequenas - apenas 117 empresas desembolsaram mais de R$ 100 mil. A concentração de poder no topo é alta: 81% dos recursos doados (mais de R$ 1,1 bilhão) saíram dos 50 maiores fornecedores.

Na lista dos maiores doadores estão as grandes empreiteiras do País, que têm outras fontes de recursos públicos e interesses em diversas áreas do governo, não apenas no setor do petróleo. Isso explica o fato de, em alguns casos, as doações eleitorais serem superiores aos valores dos contratos firmados com a Petrobrás.

15 janeiro 2014

Listas: As 30 celebridades mais "generosas"

1. Atriz Jami Gertz e seu marido Antony Ressler — $10,569,002
To the Ressler Gertz Foundation. Grants from the foundation include $1.7 million to the LA County Museum of Art, $400k to Cedar Sinai Medical Center.

2.Músico Herb Alpert – $9,104,829
To the Herb Alpert Foundation, which focuses on the arts, compassion, and well being.

3. Ator Mel Gibson — $6,853,020
To the A.P. Reilly Foundation, which he started to support Holy Family Church.

4. Diretor, Produtor, Escritor, George Lucas$4,250,000
To Lucas Film Foundation then granted to The George Lucas Educational Foundation with a mission to inspire and empower young people to become responsible citizens, compassionate leaders, and to live their dream.

5. Escritora Nora Roberts — $3,000,000
To the Nora Roberts Foundation, which support literacy. Additional areas of focus are: children’s programs, arts organizations, and humanitarian efforts, with local organizations being its priority.

6. Jogador da NFL Ndamukong Suh$2,600,000
$2 million to the Nebraska University athletic department and another $600,000 to the University of Nebraska-Lincoln College of Engineering to endow a scholarship. It is the largest single gift ever from a former football player.

7. Jogador da MLB Lance Berkman e sua esposa Cara — $2,412,245
To The Lord’s Fund, a foundation they established. Grants include $400k to Josiah Venture, a Christian youth movement in Eastern Europe, and $113k to Children’s Cup, a Christian organization focusing on “forgotten children” in Swaziland, Mozambique and Zimbabwe, and efforts are also underway in Vietnam and the Philippines.. Most of their giving is to Christian-based organizations.

8. Atriz Meryl Streep e seu marido Donald Gummer — $2,000,000
To Silver Mountain Foundation for the Arts, a foundation they established. Grants include $100k each to Oxfam America and Partners in Health; $1,225,000 to Vassar College. Total grantmaking for the year was more than $2.1 million.

9. Produtora de televisão Marcia Carsey e seu marido John Carsey — $1,870,000
To Carsey Family Foundation they established. Grants include $250k to Media Matters for America, $100k to Institute for America’s Future, $50k to Progressive Talent Initiative.

10. Co-Criador dos Simpsons Sam Simon — $1,800,000
To The Sam Simon Foundation to “save the lives of dogs to enrich the lives of people.” The Foundation manages a number of programs including a mobile veterinary unit, dogs for veterans, and dogs for people who are deaf or hard of hearing.

11. Comediante Jerry Seinfeld — $1,766,000
To the Seinfeld Family Foundation that supports education, children’s services, health associations, and Jewish organizations; funding also for the arts.

12. Atriz Barbra Streisand — $1,555,500
To the Barbra Streisand Foundation. Grants are distributed to a variety of charities and causes including the Barbra Streisand Women’s Cardiovascular Research and Education Program at Cedars Sinai, City Year, and the Natural Resources Defense Council, respectively.

13. Ator Matthew McConaughey — $1,537,292
To the Just Keep Livin’ Foundation that he established. Grants distributed include $88,000 to Communities in School Los Angeles West and $38,000 Communities in School Central Texas.

14. Escritores Dean e Gerda Koontz — $1,500,000
To the Dean and Gerda Koontz Foundation. Grants include $750,000 to Canine Companions for Independence and $500,000 to Saint Michael’s Abbey in Silverado, CA.

15. Modelo Gisele Bundchen — $1,500,000
To the Red Cross for Haiti Relief.

16. Escritora Isabel Allende — $1,017,247
To the Isabel Allende Foundation to support charities that empower and protect women. Founded in honor of her daughter, Paula Frias who passed away at 28. Grants include $500,000 to Oritel, which provides human services for low income families and $30,500 to the Global Fund for Women.

17. Ator Alec Baldwin — $1,005,131
To the Alec Baldwin Foundation. Grants include $50,000 to the NY Philharmonic, $42,500 to Waterkeeper Alliance, and $250,000 to the Carol M Baldwin Breast Cancer Research Foundation.

18. Atriz Sandra Bullock — $1,000,000
To Doctors Without Borders for Haiti Relief following the devastating earthquake.

19. Jogador da NFL Player Eli Manning e sua esposa Abby — $1,000,000
To the University of Mississippi’s Ole Miss Opportunity Scholarship, which allows prospective students with an adjusted gross family income at or below $30,000 to attend the University of Mississippi.

20. Atores Will e Jada Smith — $900,000
To the Will and Jada Smith Family Foundation. Grants included $126,000 to the Lupus Foundation, $200,000 to the Baltimore School for the Arts, and $52,000 to the Make-A-Wish Foundation.

21. Fundador da Playboy, Hugh Hefner — $900,000
To Trust for Public Land to save the iconic Hollywood sign from being plowed under in order to make room for four luxury homes.

22. Jogador da NBA, Carmelo Anthony — $837,200
To Carmelo Anthony Foundation. Grants include $500,000 to Syracuse University and $302,000 to The Living Classroom Foundation.

23. Atleta, Lance Armstrong – $700,648
To The LiveStrong Foundation, which he founded to improve the lives of people with cancer.

24. Escritores Jonathan e Faye Kellerman — $627,700
To Jonathan and Faye Kellerman Foundation. Grants include $175,000 for Children’s Hospital of LA, $150,000 to USC/Kellerman Endowment, $25,000 to Boston Institute of Music.

25. Jogador da MLB, Mariano Rivera — $627,500
To the Mariano Rivera Foundation. Grants distributed included $150,000 to the Church of God Prophecy and $50,000 to the Brooklyn Tabernacle.

26. Cantora e compositora Taylor Swift — $625,000
$500k to Hands on Nashville the Community Foundation of Middle Tennesee for Nashville’s flood relief efforts (Nashville Rising); $25,000 to the Wyomissing, PA school district for educational $100,000 check to rebuild Kids Kingdom, a playground in Hendersonville, Tennesee where she attended high school.

27. Daniel e Cara Whitney (Larry the Cable Guy) — $550,020
To Git-R-Done Foundation. Grants include $500,000 to the Child Advocacy Center and $525,000 to the Madonna Foundation.

28. Artista Jasper Johns — $500,000
To Low Road Foundation he established. Grants distributed include $50,000 to the Foundation for Contemporary Arts.

29. Jogador de Golfe, Davis Love — $424,379
To the Davis Love III Foundation, which he established. Grants distributed include $479,000 to the St. Presbyterian Church, $100,000 to Frederica Academy, $75,000 to Special Olympics, and $75,000 to Boys and Girls Club of Southeast GA.

30. AtrizVictoria Principal — $342,665
To Victoria Principal Foundation. Grants distributed include $25,000 to Greenpeace Fund, $125,000 to Natural Resource Defense Council, $100,000 to Oceana.

Fonte: Aqui

27 dezembro 2013

Psicologia das doações

Todo ano, milhões são doados para organizações sem fins lucrativos. O ato de fazer uma simples doação tem atraído alguns pesquisadores, que estão tentando descobrir os motivos que levam as pessoas a fazerem doação para um lar dos velhinhos ou uma igreja. Entender o processo de doação interessa as ONGs.

Uma pesquisa antiga mostrou que estas entidades conseguem maiores doações quando usam um discurso mais pessoal: o volume de doação é maior quando se conta o drama de uma pessoa com nome e características específicas do que quando se usa números frios da
situação de milhares de pessoas.

Outro estudo mostrou que o efeito beleza também funciona na busca de dinheiro por estas entidades. Usando diferentes pessoas que buscavam doações, o resultado revelou que uma mulher considerada mais atraente, numa escala de 1 a 10, tende a obter mais doações que outra menos
atraente. Não surpreendente, o efeito tende a ser maior quando um homem é solicitado a contribuir.

Mas a pesquisa foi repetida anos depois e o efeito beleza trouxe menos recursos. Parece que obter recursos para estas entidades não é tão fácil como parece. Afinal, o efeito beleza tem efeito temporário.

Outra pesquisa separou as razões para a doação. Um incentivo externo é doar pelo reconhecimento. Neste caso, as entidades sem fins lucrativos podem oferecer cartões ou fazer citações especiais nas suas páginas. Isto funciona para um grupo específico de pessoas. Outro grupo de doadores está mais preocupado com as questões internas. Por exemplo, doa-se por uma crença religiosa. Para estas pessoas, as placas ou citações não funcionam.  

Estas pesquisas mostraram que o ato de doar é muito complexo para se enquadrar num único padrão. Conhecer melhor as razões da doação poderá ajudar as organizações sem fins lucrativos a abordar melhor seu potencial doador. 

18 novembro 2012

Captação de recursos no ensino superior

Prática corriqueira no exterior ainda é rara no Brasil. Entre os motivos apontados por especialistas estão a inabilidade ao pedir contribuições, o não acompanhamento da carreira dos egressos e a falta de uma lei de incentivos fiscais para a educação.


Todos os meses, a cobrança de R$ 150 já está programada para ser debitada da conta corrente do economista Pedro Albuquerque, de 27 anos. O crédito vai direto para o Insper, a instituição de ensino onde ele se formou, em 2009. Mas não se trata de pagamento de mensalidade atrasada nem de ressarcimento de bolsa de estudo. É uma doação voluntária. Simples assim.

"Comecei contribuindo com R$ 50. E, na medida em que o meu salário cresce, aumento a minha participação", conta ele, que atualmente trabalha em Curitiba numa empresa da área de infraestrutura. Assim como Pedro, outros 115 ex-alunos doam para o Fundo de Bolsas da instituição - desde que foi criado, em 2009, já foram arrecadados R$ 850 mil.

Todo o dinheiro é utilizado para subsidiar os estudantes oriundos de escola pública e que não têm condições de arcar com as mensalidades de cerca de R$ 3 mil - atualmente, dos 1,5 mil alunos do Insper, 100 são bolsistas.

A motivação dos doadores não é simplesmente caridade. "Quando contribuo, colaboro para a perenidade da instituição e ajudo a escola a se manter no topo, com os melhores alunos que poderia ter, o que inclui, obviamente, aqueles que não teriam condições de arcar com a mensalidade", diz Franco Veludo. Ele se formou em 2007 e, em todo início de ano, doa R$ 3 mil.

A prática, bem incomum no Brasil, é corriqueira mundo afora. Em especial nos EUA, onde só Harvard arrecada US$ 30 bilhões por ano. Mas a prática se difundiu. "Na Europa, Oxford e Cambridge estão muito fortes e, na América Latina, o México tem sido muito bem-sucedido nisso", elenca Custódio Pereira, autor do livro Sustentabilidade e Captação de Recursos na Educação Superior no Brasil.

O especialista diz que, tecnicamente, há três explicações para o Brasil ter uma atuação incipiente. "Aqui, não há essa visão da filantropia para a educação, as instituições de ensino não têm pessoas especializadas no trabalho de captação e o governo não oferece incentivo fiscal." Apesar disso, ressalva, o principal motivo do insucesso brasileiro é a falta de habilidade de quem pede. "Nós não sabemos pedir".

Nesse cenário, sobressai-se quem tem bons relacionamentos e sabe valorizar o doador, afirma o pró-reitor de ensino e pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Antonio Freitas. "Muitas de nossas salas e laboratórios foram doados por ex-alunos. Para a FGV, já doaram José Ermírio de Moraes, Moreira Salles e Abílio Diniz. Mas, no Brasil, as doações são frutos de amizade. Nos EUA, não. Lá, se qualquer um doa US$ 1 mil, ganha o nome no ladrilho."

Aos que doam muito, o agradecimento é mais explícito. A Universidade Yale, por exemplo, tinha outro nome até, no século 18, ser rebatizada com o sobrenome de um judeu que doou parte de suas riquezas para a instituição. Harvard também leva o nome de um doador generoso.

[...]Acordadas - Longe das discussões ideológicas do Largo São Francisco, outra unidade da própria USP já tem passado o chapéu. A Escola Politécnica, que congrega os cursos de Engenharia, criou, neste ano, o Amigos da Poli, com a meta de arrecadar R$ 10 milhões nos primeiros 12 meses de atividade.

Dentre as privadas, a FGV tem uma assessoria com funcionários dedicados exclusivamente para captação de recursos. E a Universidade Mackenzie, a pioneira da prática no Brasil, vai ressuscitar, em 2013, seu programa de patrocínio. "Será uma campanha motivadora e providenciaremos aos doadores um fluxo de informação sobre o beneficiado, imprimindo o caráter mais pessoal possível ao programa", explica Solano Portela, diretor de finanças da instituição.

[...]'Nós brasileiros não sabemos pedir direito'
Entrevista com Custódio Pereira, especialista em captação de recursos

Diz-se que o brasileiro não tem tradição de doar. Você concorda?
Discordo. Não é apenas uma questão cultural ou de falta de incentivo fiscal. Nos EUA não havia incentivo nos anos 1600 e os fazendeiros doavam legumes, ovos e terrenos. As pessoas doam por acreditar que é um ato nobre, que com isso está ajudando a comunidade, colaborando com o País.

E por qual razão o brasileiro doa pouco?
Porque não pedimos e, quando o fazemos, pedimos errado. Damos a impressão de que a pessoa está fazendo um favor, quando na verdade o tom deveria ser de que o ato é uma oportunidade de contribuir com a sociedade. Nos EUA, no primeiro dia de aula, o calouro já escuta: "Fulano, você está em uma das melhores universidades do mundo e sua responsabilidade é levá-la para frente". Depois de formado, a instituição não o esquece. Ela mantém contato, cria um vínculo perene. Isso, claro, faz com que esse aluno queira que seu filho estude na mesma instituição.

No Brasil, são raras as instituições que sabem o paradeiro de seus ex-alunos...
Vivemos em uma caverna de Platão. A instituição não sabe sua história. Isso tem de mudar. É preciso construir um banco de dados com contatos e trajetória profissional dos egressos e convidá-los para os eventos institucionais. Afinal, mesmo que inconscientemente, todos querem o melhor para sua universidade. Se ela está bem, isso agrega valor ao currículo.

08 junho 2012

Tributação na sucessão "causa mortis"


O Estado do Paraná
A tributação na sucessão "causa mortis"
mar 01 2012
Antonio Carlos Petto Junior
Antonio Carlos Petto Junior, especialista em Direito Tributário e Planejamento Sucessório, sócio da Duarte Garcia, Caselli Guimarães e Terra Advogados em São Paulo/SP.


É comum encontrarmos herdeiros que nem sequer têm conhecimento de que devem recolher tributos sobre o quinhão ou legado recebidos na herança.

O imposto em questão é o que, em São Paulo, se denomina ITCMD – Imposto sobre transmissão "causa mortis" e doação de quaisquer bens ou direitos. Trata-se de imposto estadual e, até por isso, em outros Estados a denominação pode ser diversa (por exemplo, no Rio de Janeiro, diz-se ITD). Qualquer que seja o "apelido", porém, a hipótese de incidência é a mesma, transmissão de bens ou direitos por falecimento ou doação.

Sendo de competência dos Estados, podemos ter algumas regras, prazos de recolhimento e alíquotas diferentes em cada lugar. Assim, é essencial o conhecimento da legislação dos diferentes Estados em que o falecido tiver bens, para evitar surpresas em relação ao prazo e procedimento para recolhimento do tributo e eventual incidência de multas que poderão onerar os herdeiros e atrasar o andamento do inventário e da partilha dos bens da herança.

As regras gerais estão previstas na Constituição Federal e são comuns a todos os Estados. Por exemplo, o imposto será devido ao Estado em que se localizar o bem, se for imóvel, ou direito a este relativo. Já em relação aos bens móveis, títulos e créditos, o imposto será de competência do Estado em que se processar o inventário ou arrolamento.

A alíquota do imposto é fixada por lei pelo Estado arrecadador, respeitado o limite estipulado pelo Senado Federal (atualmente 8%). Em São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo, aplica-se atualmente a alíquota de 4%. Outros estados aplicam alíquotas diferentes, como Minas Gerais (5%).

A base de cálculo é, em regra, o valor venal do bem, entendendo-se como venal, o valor de mercado. No Estado de São Paulo, em geral admite-se aquele fixado pelas Prefeituras.

Diante desse cenário, imaginemos uma herança em que o falecido residia em Minas Gerais, onde tinha apenas bens móveis, e era proprietário de um imóvel em São Paulo e outro no Rio de Janeiro. Nesse caso, os herdeiros deverão recolher o ITCMD para os 3 Estados: para Minas o imposto referente aos bens móveis; para Rio de Janeiro e São Paulo o imposto referente aos imóveis localizados em cada Estado respectivo.

Essa situação, como dito, exige muita atenção, principalmente, para se evitar a aplicação de penalidades.

Em São Paulo, por exemplo, o prazo máximo para recolhimento do ITCMD é de 180 dias contados da abertura da sucessão (falecimento). Após esse prazo, o débito do imposto fica sujeito à multa, que pode chegar a 20%, além de juros de mora (calculados pela Taxa SELIC). Também se aplica a multa na hipótese de não ser requerida a abertura do inventário em até 60 dias do óbito (10% ou 20%, dependendo do tempo decorrido).

Já o Estado do Rio de Janeiro não prevê multa vinculada exclusivamente ao prazo decorrido desde o falecimento para recolhimento do imposto, porém, também prevê no caso de não ser requerida a abertura do inventário em até 60 dias do óbito, além de trazer hipóteses de aplicação de penalidades que podem chegar a até 250% do valor do imposto.

Esses dois exemplos, por si, demonstram o cuidado que se deve ter com a tributação dos inventários e arrolamentos, que não se limita apenas à aplicação do ITCMD, na modalidade "causa mortis". Dependendo da forma em que for ajustada a partilha dos bens entre os herdeiros, poderemos ter a incidência do ITCMD também na modalidade doação (caso os quinhões sejam divididos de forma desigual), além do ITBI – imposto sobre transmissão e bens imóveis que, abusivamente é exigido por alguns municípios.

A cobrança do ITBI dá-se na hipótese da partilha não respeitar, quanto aos imóveis, os parâmetros definidos em lei. Apenas para ilustrar, é o caso do inventário em que os dois únicos herdeiros decidam atribuir o único imóvel a um herdeiro e os bens móveis (de valor equivalente ao imóvel) ao outro. Por mais que os quinhões tenham sido divididos de forma igualitária, sob o aspecto de valor absoluto, o Fisco exige o ITBI do herdeiro que receber integralmente o imóvel, por considerar que ele incide sobre a transmissão de propriedade imobiliária havida em percentual superior ao que lhe caberia na partilha universal, não interessando, no caso a atribuição ao outro herdeiro de bens ou direitos de natureza diversa.

Tal cobrança, em nossa opinião, é ilegal, na medida em que não há onerosidade na transação imobiliária, de modo que não haveria a incidência do ITBI. De qualquer forma, alguns Municípios tem feito esse tipo de cobrança, passível de questionamento na esfera administrativa e judicial.

Em resumo, podemos afirmar, com tranquilidade, que o aspecto tributário é questão de suma importância na transmissão "causa mortis" e deve ter a atenção dos herdeiros e seus advogados, já que qualquer descuido pode gerar custos inicialmente não previstos, como multas e juros, além da cobrança de diferentes impostos, de acordo com a forma com que se busque a partilha dos bens.

17 maio 2012

Delta e o Capitalismo de Laços


Sergio Lazzarini, autor do livro Capitalismo de Laços, analisa o caso Delta:

(...)A Delta, uma das mais importantes financiadoras de partidos políticos, cresceu sobremaneira nos últimos anos graças a inúmeros contratos com o setor público. Nos grampos telefônicos da Polícia Federal, aparece ligada a Carlinhos Cachoeira que, por sua vez, cultiva uma impressionante teia de contatos com políticos influentes.


(...)Se a aquisição realmente se concretizar, a JBS herdará contratos da Delta com o governo; a Delta e seus acionistas terão uma interessante porta de saída para seus investimentos; o governo conseguirá salvar algumas obras em curso com seu novo sócio estratégico; e a JBS implementará uma curiosa estratégia de diversificação: de frigorífico para construção civil.

Trocam-se os atores, fica o script: capitalismo de laços, na sua mais pura forma. Empresas fazem doações de campanha, e com isso se ligam ao sistema político e ao governo em exercício. Em troca, recebem capital estatal e acesso diferenciado a projetos públicos. Com o capital estatal disseminado em diversas empresas, o governo direciona o setor privado de acordo com suas estratégias. Um ciclo muito azeitado e que tem espantosamente sobrevivido, firme e forte, a ondas de abertura econômica, privatização, e eventuais “faxinas” dos mais diversos governos.

Na origem do problema, os financiamentos privados a políticos. No Brasil, as campanhas eleitorais são muito caras, pois a competição entre partidos é acirrada e os políticos têm que cobrir grandes extensões territoriais. Os candidatos dependem das empresas para as suas campanhas, e as empresas dependem dos candidatos eleitos para novas oportunidades com o setor público. Delta, Carlinhos Cachoeira e os políticos envolvidos são apenas casos particulares de um problema mais amplo. E nem adianta proibir o financiamento privado de campanhas eleitorais, pois o “caixa dois” continuará correndo solto.

Além disso, em um contexto onde financiar políticos e conectar-se ao governo faz grande diferença, não é difícil entender a estratégia de diversificação de grupos como o JBS e vários outros no Brasil. Esses grupos passam a ter incentivo a entrar em negócios que tem pouca relação além da sua grande interface com o setor público. Afinal, um político de confiança capaz de resolver pendengas nos setores de energia ou construção civil pode fazer o mesmo em outros negócios regulados como transporte, telefonia ou mineração.

Complicando o cenário, o governo, que já mantinha extensa penetração na economia via estatais, BNDES e fundos de pensão, passa cada vez mais a sinalizar interesse em influenciar mais diretamente as estratégias e os investimentos privados.

Uma simbiose produtiva para fortalecer o empresariado nacional, dirão alguns. Mas a realidade é que, no Brasil, a palavra de ordem cada vez mais é dançar a música do governo. Os mais conectados continuarão com mais espaço na pista de dança. E o escurinho do salão continuará abrigando as mais diversas conversas ao pé do ouvido.

Sérgio Lazzarini é Professor Titular de Estratégia do Insper e autor de “Capitalismo de Laços: os Donos do Brasil e suas Conexões”.

23 dezembro 2011

Wikipédia: propaganda ou doações?


A maioria dos empreendedores quando cria uma empresa tem como maior propósito obter lucro com ela e melhorar a sua vida. Mas a Wikipedia, um dos sites mais acessados do mundo, não. Hoje não existe um internauta no mundo que desconheça a Wikipedia e atualmente não deve haver um estudante que não tenha usado a enciclopédia livre como fonte de trabalhos escolares [referenciando corretamente, né!?].

Ela tem versões em 282 idiomas e serve páginas a dezenas de milhões de pessoas todos os dias. Segundo o Alexa, a Wikipedia é o sexto site mais acessado do mundo (17º do Brasil) e quase dois milhões de sites na internet acrescentam links apontando para a enciclopédia online.

Jimmy Wales, um dos fundadores da Wikipedia, afirma que a publicidade não é malévola, mas não faz parte da Wikipedia. Ano passado fiz uma pequena doação e fiquei me perguntando porque a Wikipedia não deveria exibir publicidade. Depois de algum tempo esqueci... agora eles estão arrecadando fundos novamente, repetindo que a Wikipedia não é lugar de exibir propaganda.

Mas por qual motivo este homem insano não coloca publicidade no site? Porque apenas um dos dez sites mais acessados do mundo não visa lucro? Um único e simples banner do programa de afiliados do Google, por exemplo, poderia render para a Wikipedia centenas de milhares, talvez milhões de dólares em um único dia. Mas o gigante vive, em realidade, de doações e para todo o ano de 2012 os gastos estão estimados em USD 28,3 milhões, um valor pífio perto do que a empresa poderia arrecadar com publicidade pensando no tráfego que possui hoje.

E este ano eu entendi a resistência de colocar propagandas na Wikipedia: porque a sobrevivência da maior enciclopédia do mundo depende disso.

A Wikipedia foi criada em 2001 como uma organização filantrópica sem fins lucrativos. E justamente pelo fato de não obter lucro com suas atividades ela possui um exército de colaboradores que não ganham sequer um tostão para criar seu conteúdo [lembram-se do vídeo que postamos aqui?].

Pode-se argumentar que com a receita gerada por publicidade a Wikipedia poderia contratar pessoas para escrever artigos, assim como uma enciclopédia costuma fazer. Neste caso outros problemas indesejados podem surgir: pressões de anunciantes por forçar certo conteúdo aqui, remover algo que não atenda a seus interesses ali, tirar a imparcialidade de alguns artigos acolá… Os redatores, agora funcionários e não voluntários, poderiam pular algumas etapas para maximizar sua produtividade reduzindo a qualidade do conteúdo.

Qualquer editor de TV, jornal, revista ou internet passa por estes problemas e todos eles adorariam poder viver sem este ‘encosto’ chamado lobbying. Jimmy Wales está vivendo o sonho dos editores: colocar no ar conteúdo sem pressões comerciais.

Eu uso a Wikipedia semanalmente e doei novamente este ano. Se você também usa, considere doar também.


Fonte: Aqui, com adaptações

13 dezembro 2011

Relações políticas e os empréstimos do BNDES



Mais um exemplo de rent-seeking no Brasil:




As empresas que usam doações de campanha para construir boas relações políticas são as que têm mais acesso aos empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Agora existe até uma conta para medir essa conexão: para cada deputado, governador, senador e até presidente da República eleito com seu apoio, uma empresa recebe do BNDES em média US$ 28 milhões na forma de empréstimos ou por meio de financiamentos a projetos de infraestrutura dos quais participa.

A conclusão e o cálculo - fruto de um exercício matemático feito com base nas informações de 289 companhias abertas e da Justiça Eleitoral - fazem parte de um estudo feito por quatro pesquisadores da área de administração: os professores Sérgio Lazzarini (Insper), Aldo Musacchio (Harvard), Rodrigo Bandeira-de-Melo (Fundação Getúlio Vargas) e Rosilene Marcon (Univali).

O objetivo dos pesquisadores é lançar a discussão sobre dúvidas que com frequência rondam o BNDES, dono do cofre mais cobiçado pelos empresários do País: as conexões políticas das empresas influem nas decisões do banco? A instituição funciona como hospital de empresas em dificuldades? O banco aplica seus recursos com eficiência? A estratégia de criar "campeões nacionais" ajuda no desenvolvimento do País?


Nesta entrevista, dois dos pesquisadores, Lazzarini e Bandeira-de-Melo, apresentam as principais conclusões do grupo de acadêmicos.

Vocês afirmam no estudo que empresas com boas relações políticas recebem mais empréstimos do BNDES. Como vocês chegaram a essa conclusão?

Sérgio Lazzarini: Montamos uma base de dados com 289 empresas de capital aberto. Mapeamos, nas eleições de 2002 e 2006, quem foram os candidatos que receberam contribuições para suas campanhas, quantos se elegeram e quantos não foram eleitos. Depois cruzamos esses dados com os financiamentos liberados pelo BNDES às empresas doadoras. Assim, conseguimos conectar diretamente as empresas que receberam recursos do banco aos candidatos eleitos.

Leia a entrevista na íntegra.

21 agosto 2011

Novas evidências de incetivos para a doação de sangue

Por Pedro Correia

A recompensa financeira para algumas pessoas doarem sangue, enquanto outros recebem apenas um superficial obrigado, é suficiente para afastar os doadores altruístas. Este artigo analisa dados de 15 países europeus e mostra que no caso de recompensas não-financeiras o resultado é diferente.Segue o resumo:

The issue of the nature of the altruism inherent in blood donation and the perverse effects of financial rewards for blood and/or organ donation has been recently revisited in the economic literature with limited consensus. As Titmuss (1970) famously pointed out, providing monetary incentives to blood donors may crowd out blood supply as purely altruistic donors may feel less inclined to donate if a reward is involved - in addition to having the effect of reducing blood quality. In this paper we take a different approach by focusing on the nature of the rewards. That is, we examine how favouring different types of incentives are related to the likelihood of donating blood by exploiting a large sample representative of 15 European countries in 2002. Our results show that donors are less likely to favour monetary rewards for blood donation but are more likely to favour non-monetary ones. This is consistent with the idea that while monetary rewards may crowd out blood donation, non-monetary rewards do not.

10 fevereiro 2010

Os maiores doadores

A lista dos maiores doadores para caridade de 2009 mostra que os milionários ficaram mais reticentes: o total de doação caiu para 15,5 bilhões de dólares, com a redução da média dos cinqüenta maiores doadores reduzindo de 69 milhões para 41 milhões.

Na listagem, a surpresa do maior doador: Stanley e Fiona Druckenmiller, com 705 milhões de dólares. Eis os dez maiores:

1. Stanley e Fiona Druckenmiller, $705 milhõesn para Druckenmiller Foundation

2. John M. Templeton (Bequest), $573 milhões para Templeton Foundation

3. Bill e Melinda Gates, $350 milhões para Gates Foundation

4. Michael R. Bloomberg, $254 milhões para 1,358 groups

5. Louis Nippert, $185 milhões para Greenacres Foundation

6. George Soros, $150 milhões: $100 milhões para Fund for Policy Reform; $50 milhões para Central European University.

7. Eli e Edythe L. Broad, $105.2-milhões para Broad Foundations

8. J. Ronald e Frances Terwilliger, $102 milhões: $100 milhões para Habitat for Humanity Intl.; $2 milhões para outros

9. William P. Clements Jr., $100 milhões para Southwestern Medical Foundation

10. Pierre e Pam Omidyar, $92 milhões: $50 milhões para Hawaii Community Foundation; $41 milhões para HopeLab e Humanity United; $1 milhões para U. of Hawaii

Fonte: aqui

16 janeiro 2010

Partidos e doação

FINANCIAMENTO DE CAMPANHA: Rodrigo Maia prevê dificuldades de arrecadação
O Globo - 16/1/2010
Maria Lima e Carolina Brígido

BRASÍLIA. A nova regra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que impede doações ocultas repercutiu mal entre os presidentes de partido. O presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), criticou a decisão. Para ele, não se pode chamar de oculta uma contribuição financeira registrada na contabilidade do partido. Em setembro do ano passado, o Congresso Nacional aprovou a minirreforma eleitoral, que manteve autorizada a doação sem identificação dos candidatos beneficiados.

— Não é doação oculta, é doação ao partido. A doação está identificada no partido. As empresas preferem dessa forma, não vejo problema. Defendo o financiamento público, mas, na atual situação, a restrição de uma fórmula que está dando certo vai acabar gerando mais dificuldades (para arrecadação de recursos) — disse o parlamentar.

Para Rodrigo Maia, o tribunal extrapolou suas atribuições ao legislar sobre o assunto — algo que apenas o Congresso poderia fazer. Ele defende que o TSE se preocupe com outros temas:

— A prioridade maior do tribunal é julgar os processos de fidelidade partidária, fiscalizar e não permitir caixa dois.

O presidente eleito do PT, que assume em fevereiro, José Eduardo Dutra, também disse que o TSE, se aprovar as minutas de resolução, confrontando com o que foi aprovado no Congresso, estará extrapolando seus poderes:

— O TSE tem de baixar a bola, porque a Constituição não lhe dá poderes para legislar. O Congresso legisla, o Executivo executa, e o Judiciário interpreta as leis. Ponto.

Assim como Rodrigo Maia, Dutra rejeita a classificação das doações ao partido de ocultas:

— Primeiro, não aceito o termo doação oculta. Segundo, o TSE não pode aprovar uma resolução que se choque com uma deliberação do Congresso Nacional. Há uma zona cinzenta nessa resolução. O partido distribui o recurso recebido para quem quiser e depois presta conta. Oculto é caixa dois.

O senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), que foi relator da minirreforma no Senado, acredita que o texto aprovado pelos parlamentares é mais condizente com a realidade brasileira:

— O texto que aprovamos no Congresso foi coerente com o pensamento do TSE de fortalecer os partidos. Acho que o que aprovamos é o certo.

16 junho 2009

Doação

Conforme relato de Steven Levitt (Economists vs. Catherine Zeta-Jones) um estudo procurou verificar os padrões de doação para instituições de caridade abordando 5 mil casas. A pesquisa mostrou que a arrecadação de dinheiro através de loterias é maior que a contribuição voluntária. E que a presença feminina na arrecadação também gera incentivos para o doador. Levitt lembra uma propaganda da T-Mobile com Catherine Zeta-Jones que vale a pena dar uma olhada.

14 setembro 2008

Doação e Celebridade

A revista Parade organizou as celebridades mais generosas:

=> Oprah Winfrey = doação de 50,2 milhões de dólares no último ano
=> Herb Alpert = $13 milhões
=> Barbra Streisand = $11 milhões
=> Paul Newman = $10 milhões
=> Mel Gibson = $9,9 milhões
=> Angelia Jolie & Brad Pitt = $8,4 milhões
=> Lance Armstrong, Eric Lindros e Michael Jordan = $5 milhões

22 agosto 2008

Cruz Vermelha com problemas contábeis nos Estados Unidos

Uma reportagem do The Wall Street Journal (Philanthropy: Red Cross, Strained by Deficit, Could Use Some Relief of Its Own, Mike Spector, 21/08/2008, A8) mostra os problemas gerenciais da Cruz Vermelha dos Estados Unidos. Esta instituição ainda é a entidade de escolha de muitos quando existe uma calamidade. Mas escândalos e problemas administrativos são questões importantes.

Atualmente o deficit é de 200 milhões e existe um empréstimo de 4 milhões de dólares para vítimas do Dolly, um furacão, embora as doações deveriam cobrir os custos.

Recentemente a entidade cortou mil empregos. O ex-administrador renunciou depois de um escândalo sexual. Como conseqûência, doações cairam para 700 milhões (é bem verdade que em 2007 não ocorreu nenhum desastre natural, que tende a aumentar o volume de doações).

Os concorrentes (como o Exército da Salvação) estão mais ativos na questão da doação.

In fall 2005, critics blasted the Red Cross for taking too long to aid victims of Katrina. Victims complained of calling busy telephone hot lines and standing in hours-long lines for aid, only to leave empty-handed. As the storm ravaged New Orleans, the Red Cross borrowed relief money -- more than $400 million -- for the first time. In December of that year, CEO Marsha Evans resigned amid clashes with the board.

Another continuing obstacle: Red Cross headquarters uses a different accounting system from many of its local chapters. That means it can take months for top executives to get data from chapters on donations and other revenue. A Red Cross spokesman says integration of financial and accounting systems is "well under way."

In May 2007, Congress approved an overhaul of the Red Cross's governance, halving the size of its board starting in 2009. Critics often blamed the board for the charity's unfocused strategy and constant executive turnover. Ms. McGovern, the new CEO, said she believes stronger communication about the Red Cross's storied brand can get fund raising on track. Most Americans, she notes, don't realize that 93% of the some 70,000 disasters the Red Cross responds to each year are neighborhood fires. The charity's work with injured soldiers also isn't well known, she says.

20 agosto 2008

Contabilidade e política

A divulgação da primeira prestação de contas parcial das eleições deste ano mostra que 72% do dinheiro doado aos 11 candidatos à Prefeitura de São Paulo foi feito de forma indireta, o que dificultará -e, em alguns casos, impossibilitará- a futura identificação entre doador e candidato.

Dos R$ 9,047 milhões reunidos pelas candidaturas, R$ 6,5 milhões entrou por meio desse mecanismo, popularizado nos últimos anos, no meio político, como forma de atender a empresas que não querem ter o nome associado aos políticos para os quais contribui. (...)

A legislação eleitoral permite que as doações sejam feitas dessa forma. "É uma doação indireta. Dificulta a contabilização, mas não é irregular. (...) Acho que é feito para dificultar mesmo. Não chega a ser uma ocultação da contabilidade, mas dificulta (...) saber exatamente quem está doando, quem não está doando", afirmou o procurador-regional eleitoral de São Paulo, Luiz Carlos Gonçalves.

O "drible" para não ter o nome vinculado diretamente ao candidato funciona assim: as empresas ou pessoas físicas que quiserem fazer doações aos candidatos a prefeito podem fazer de quatro maneiras:

1) diretamente para o próprio candidato, o que "carimba" claramente a doação como "dinheiro da empresa tal para o candidato tal"; 2) ao "comitê financeiro municipal para prefeito", o que também "carimba" a doação; 3) ao "comitê financeiro municipal único"; ou 4) ao partido político.

As duas últimas opções dificultam muito ou inviabilizam completamente a identificação de qual empresa ou pessoa doou para cada candidato. Isso ocorre porque, ao repassar a doação ao candidato, o "comitê financeiro municipal único" e o partido político não precisam fazer, em suas prestações de contas, a ligação clara entre doador e beneficiário. Geralmente, eles misturam todas as doações em uma coluna de receitas e, então, listam a coluna de despesas, sem estabelecer uma ligação clara entre elas.

Além disso, enquanto os candidatos e os comitês apresentam suas prestações de contas em um período curto após as eleições, a dos partidos políticos é entregue somente em abril do ano seguinte. (...)

Doações "ocultas" somam 72% da verba de candidatos em SP
Folha de São Paulo - 20/08/2008
RANIER BRAGON

26 junho 2008

Agrenco e Política


No mês de maio de 2008 postei um link sobre o uso de um indicador na análise das empresas: Um contra-indicador - quando uma empresa começa a fazer doações para políticos é tempo de alerta (Nos Estados Unidos!)

E a Agrenco fez doações para políticos em Santa Catarina. O indicador parece funcionar o Brasil:

Agrenco doou R$ 1,2 milhão a políticos de Santa Catarina
Valor Econômico - 26/06/2008

O grupo Agrenco aparece nas últimas duas eleições em Santa Catarina como um dos principais doadores de recursos para campanhas políticas. Somando as duas campanhas mais recentes, os pleitos de 2004 (eleições municipais) e 2006 (eleições para governo do Estado e deputados estadual e federal), a empresa doou cerca de R$ 1,2 milhão para candidatos a prefeito e a deputado pelo PT, PSDB e PMDB de Santa Catarina. A maior parte dos recursos foi doada na disputa eleitoral de 2004: R$ 655 mil.De acordo com as contas prestadas pelos candidatos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi o atual prefeito de Itajaí, Volnei Morastoni (PT), então candidato, que recebeu a maior quantia doada pela empresa: R$ 440 mil, o equivalente a 35% do total de despesas da campanha. O porto de Itajaí é administrado pela prefeitura.Morastoni, que atualmente é candidato à reeleição, não concedeu entrevista.

O chefe de gabinete, Adiel Truppel, argumentou que não há como saber o que ocorre dentro de uma empresa, e que desde que "ela tenha CNPJ e esteja em situação regular, ela pode ser doadora de campanhas". Além do prefeito de Itajaí, outros candidatos de cidades vizinhas receberam recursos da Agrenco, caso do atual prefeito de Balneário Camboriú, Rubens Spernau (PSDB), do prefeito de Camboriú, Edson Olegário (PSDB), o prefeito de São Francisco do Sul, Odilon Ferreira (PMDB) e o prefeito de Imbituba, Beto Martins (PSDB). Nem todos deram entrevistas. Spernau disse que foi apresentado a Francisco Ramos, executivo do grupo, por amigos. Ramos morava em Balneário Camboriú na época. Segundo Spernau, não era possível prever que poderia haver operações irregulares. "Meus amigos pediram ajuda dele e ele contribuiu. Como poderia sonhar que a pessoa teria esse envolvimento todo? Imaginava que estava interessada no abatimento de Imposto de Renda com a doação."De acordo com o delegado da PF, Airton Takada, à frente da Operação Influenza, há indícios de que a Agrenco trabalhava nas campanhas com "a política do toma lá dá cá". "As pessoas que financiaram as campanhas costumavam dizer isso. Temos nos autos essa frase. Não falavam nomes de políticos, mas deixavam claro o lema", disse o delegado.Cerca de R$ 170 mil foram recebidos pelo ex-superintendente do Porto de Itajaí, Décio Lima (PT), na campanha de 2006. Ele foi superintendente de janeiro de 2005 a março de 2006 e atualmente é deputado federal. Lima diz que "doador ninguém escolhe" e comenta que àquela época, a Agrenco era "acima de qualquer suspeita, tinha feito acordo com o grupo japonês Marubeni, atua nos mercados europeu e americano e que se trata uma sociedade anônima, que recebe uma fiscalização rigorosa da bolsa de valores", disse. Lima afirma que não houve má-fé de partido algum que recebeu recursos da empresa. "Quem declarou os recursos não pode ser rotulado como conivente com as irregularidades da empresa."A vice-prefeita de Itajaí, Eliane Rebello (PMDB), e que também foi superintendente do porto, de fevereiro a junho deste ano, concorda com Lima e diz que a Agrenco não levantava suspeitas, especialmente por ter ações listadas na bolsa. Ela afirma que não conhecia pessoalmente ninguém do grupo, tendo sido a doação feita para membros do seu partido.Para a deputada estadual, Ana Paula Lima (PT), esposa de Décio, sua imagem está sendo prejudicada, assim como a de todas as pessoas que receberam recursos da Agrenco e foram transparentes, declarando-os. "O Brasil inteiro acreditou nessa empresa. Ela lesou não só a nós, como também a imagem da cidade de Itajaí e do porto". Além de candidatos de SC, a empresa doou R$ 20 mil para a candidatura de Rosa Lopes (PTB) à prefeitura de Barra de São Miguel, em Alagoas.

13 maio 2008

Por que as pessoas ignoram os Genocídios?

Paul Slovic, da University of Oregon, faz essa pergunta na sua pesquisa "If I look at the mass I Will never act": Psychic numbing and genocide, para o Judgment and Decision Making (volume 2, número 2, abril de 2007, p. 79-95). somente no século XX tivemos vários genocídeos:

Armenia (1915)
Ucraine (1932-1933)
Holocausto Nazista (World War II)
Bangladesh (1971)
Cambodia (1975-1979)
Ex-Iugoslavia (1990s)
Ruanda (1994)
Zimbabwe (2000)
Congo (Hoje)
Darfur (Hoje)

Enquanto isso os jornais dedicam páginas para o caso Isabella. Faz sentido? Slovic mostra uma pesquisa de arrecadação de fundos onde três abordagens foram usadas. Na primeira, a campanha apresentava um depoimento pessoal de um garoto, com foto e descrição pessoal. A segunda estratégia era apresentar estatísticas sobre pessoas que necessitavam de ajuda. A terceira estratégia era uma combinação das duas, ou seja, um depoimento pessoal com estatísticas. O resultado da campanhas está na figura:




As pessoas contribuiram mais quando existia uma narração pessoal. Isso faz sentido?