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11 dezembro 2012

Elogios e desempenho

Quando alguém nos diz que estamos nos saindo bem em uma tarefa, é comum nos sentirmos motivados a fazer jus ao elogio. Socialmente, não é muito difícil de entender – afinal, gostamos de ser reconhecidos. Contudo, como será que esse fenômeno ocorre em nosso cérebro? Recentemente, uma equipe de pesquisadores do Japão analisou o efeito “cerebral” de um elogio.

Em estudo anterior, eles haviam concluído que o corpo estriado (importante estrutura do cérebro, uma das mais afetadas por demências como doença de Parkinson ou de Alzheimer) é ativado quando uma pessoa é recompensada com um elogio ou com dinheiro. Desta vez, eles mostraram que essa ativação parece encorajar a pessoa a se esforçar mais em uma tarefa.

Para isso, eles reuniram 48 adultos e os ensinaram a executar uma ação (apertar teclas de um teclado em uma ordem específica o mais rápido possível em 30 segundos). Em seguida, dividiram os participantes em três grupos: o primeiro incluía um avaliador, que elogiaria quem tivesse um bom desempenho; no segundo, alguns participantes observariam outros sendo elogiados; no terceiro, cada voluntário avaliaria o próprio desempenho. No dia seguinte, aqueles que faziam parte do primeiro grupo tiveram um desempenho melhor que o dos demais.

“Parece haver uma validade científica por trás da mensagem ‘louve para encorajar o desenvolvimento’”, aponta o pesquisador Norihiro Sadato. “Elogiar alguém pode se tornar uma estratégia fácil e eficiente na sala de aula e durante uma reabilitação”. Ele acrescenta que, para o cérebro, receber um elogio é uma recompensa social similar a ser pago em dinheiro.

ScienceDaily e HyperScience

23 novembro 2012

Nervosismo e Desempenho

Sabemos que o nervosismo afeta o desempenho das pessoas. Ontem tivemos um exemplo interessante desta relação. Está sendo realizado a Copa do Mundo de Xadrez Feminino. As melhores jogadoras de xadrez do mundo (com exceção de Judit Polgar, que é a melhor de todos os tempos e geralmente não participa deste tipo de torneio) estão competindo num sistema de mata-mata. Ou seja, quem perder sai do torneio.

O torneio iniciou com 128 jogadoras e depois de quatro rodadas sobraram somente oito jogadoras. Cada rodada disputavam dois jogos, com cores invertidas: numa partida uma das jogadoras estava com as peças brancas e na segunda partida com as pretas. Existindo empate nas duas partidas ou uma vitória e uma derrota, disputa-se uma nova rodada de duas partidas, até a eliminação de uma das jogadoras.

A partida entre Stefanova e Sebag, a primeira do desempate, foi a seguinte:


Stefanova - Sebag (playoff game 1) 
1. Nf3 d5 2. c4 c6 3. g3 Nf6 4. Bg2 dxc4 5. O-O Nbd7 6. Qc2 Nb6 7. a4 a5 8. Na3 Be6 9. Ng5 Bg410. Nxc4 Bxe2 11. Ne5 Bh5 12. b4 e6 13. b5 Bd6 14. Bb2 O-O 15. bxc6 Rc8 16. Qb1 Bxe517. cxb7 Rc5 18. d4 Bg6 19. Ne4 Rc4 20. Rd1 Bc7 21. Ba3 Re8 22. Nxf6+ gxf6 23. Qb5 Bc224. Re1 Bxa4 25. Qh5 Bc6 26. Qg4+ Kh8 27. Bxc6 Rxc6 28. Rab1 Qd5 29. Qe2 Nc4 30. Bc5 Bd631. Rec1 Bxc5 32. b8=Q Rxb8 33. Rxb8+ Kg7 34. Qxc4 Bxd4 35. Qxc6 Qa2 36. Qf3 f5 37. Rbc8 a438. R8c2 Qb3 39. Qxb3 1-0

Somente para se ter uma ideia, Stefanova (lado esquerdo da foto) tem um rating de 2491 e Sebag (de óculos, na foto) de 2521. Stefanova é bulgara e já foi campeã feminina mundial de xadrez. Sebag, francesa, já ganhou de um ex-campeão de xadrez. Na partida acima, os lances em azul são jogadas normais. Aqueles em cor roxa são lances medianos, existindo alternativas melhores naquele momento. E os lances em vermelho são jogadas ruins, fracas. Foram nove jogadas, de 77 lances, considerados fracos. Ou mais de 10% das jogadas. Num jogo normal, entre dois enxadristas de nível elevado, dois ou três lances fracos podem ocorrer (as vezes não ocorre nenhum).

21 maio 2011

EVA , Lucro Residual e o Desempenho das empresas

Postado por Pedro Correia


Diversas empresas, incluindo AT&T,Armostrong Holdings e Baldwin Technology, deixaram de usar medidas de desempenho baseadas no lucro residual depois de a experimentarem. Por quê?Os motivos variam, mas "a evaporaçãode bônus parace ser o calcanhar de aquiles das métrica de criação de valor, como o lucro residual e o EVA- bem como uma causa importante do abandono desses planos". Os administradores tendem a adotar o lucro residual e o EVA quando so bônus são grandes, mas clamam por mudanças das medidas de desempenho quando os bônus encolhem.

Fonte: Bill Richard e Alix Nyberg,"Do EVA and Other Value Metrics Still Offer a Good Mirror of Company Performance"CFO, março de 2001,pp.56-64


Leia sobre o EVA.


30 janeiro 2011

Aprendizado na graduação

Aprendizado na graduação - Por Isabel Sales

Cada vez mais pessoas têm acesso ao ensino superior, porém agregam cada vez menos conhecimento.

Um estudo realizado nos Estados Unidos com mais de 2.300 estudantes demonstrou que 45% dos alunos não apresentaram melhora significativa em seu raciocínio crítico, racionalidade complexa e escrita ao fim de seu primeiro ou segundo ano de faculdade. Após quatro anos na graduação, 36% dos alunos não demonstraram progresso acadêmico significativo.

Esses resultados estão alinhados a outros estudos que notaram o crescimento de problemas mentais em estudantes universitários. Um segundo estudo demonstrou que universitários são viciados em redes sociais – o que pode afetar seu desempenho acadêmico.

Os autores culpam os alunos que buscam cursos fáceis e não se esforçam nos estudos, além de universidades que valorizam a pesquisa ao invés do ensino. Alunos que trabalhavam com afinco, liam e escreviam mais e especializavam-se em cursos tradicionais de artes e ciências foram os com maior propensão ao aprendizado.

Tudo isso está presente no livro "Academically Adrift: Limited Learning on College Campuses" (University of Chicago Press, 2011) escrito pelos sociólogos Richard Arum e Jospia Roksa.


Leia mais em:

45% dos alunos não aprendem muito na graduação

Student tracking finds limited learning in college


20 novembro 2009

Medida de desempenho

Usando uma fórmula que calcula o salário estimado do ator em cada filme, incluindo DVD e venda para TV, comparado com as receitas dos filmes em cinemas e outros, a Forbes.com diz que cada dólar pago a [Will] Ferrell seus filmes produziram em média 3,29$.

Para criar a lista, o sítio de notícias financeiras olhou os cem maiores astros de Hollywoo que tiveram desempenho importante em ao menos três filmes altamente distribuídos nos últimos cinco anos. (…)

Os mais bem pagos da Forbes foram

1. Will Ferrell ($3.29)
2. Ewan McGregor ($3.75)
3. Billy Bob Thornton ($4)
4. Eddie Murphy ($4.43)
5. Ice Cube ($4.77)
6. Tom Cruise ($7.18

Fonte: aqui

28 outubro 2009

Responsabilidade Social e Desempenho Financeiro

Fundamentado na teoria dos stakeholders, o presente estudo tem por objetivo verificar, pormeio da regressão linear múltipla, se a responsabilidade social, representada pelos indicadores sociais e ambientais, líquidos de encargos sociais compulsórios e tributos, causa impacto no desempenho financeiro das empresas. Para atingir o objetivo da pesquisa, foram analisados odesempenho financeiro e os indicadores sociais de 237 empresas, pertencentes a 15 setores daeconomia, no período de cinco anos. Como proxy do desempenho financeiro, variável dependente do modelo, utilizou-se a receita líquida, conforme correlação canônica, e da responsabilidade social os indicadores sociais líquidos de encargos sociais e tributos extraídos do balanços social. Foram incluídas, também, na análise empírica, variáveis de controle, de modo a garantir a robustez da análise. Tais variáveis foram: setor, representadas por variáveis dummies, e o tamanho, tendo como proxy as vendas. Os resultados evidenciaram haver um impacto positivo da responsabilidade social no desempenho das empresas, no que tange aos indicadores internos e externos, não se podendo rejeitar as hipóteses 1 e 2 da pesquisa. Quanto aos indicadores ambientais, não há indícios de que podem acarretar impactos, positivos ou negativos, no desempenho financeiro das empresas estudas, rejeitando-se, assim, a hipótese 3 da pesquisa.


RESPONSABILIDADE SOCIAL IMPACTA O DESEMPENHO FINANCEIRO DAS EMPRESAS?
Márcio André Veras Machado & Márcia Reis Machado (UFPB)

30 julho 2009

Futebol, Evidenciação e Desempenho

Qual o nível da evidenciação das informações contábeis geradas pelos clubes de futebol no Brasil? Usando uma abordagem de checklist, eu, Higor Teixeira e Jorge Katsumi fizemos uma pesquisa em 19 clubes de futebol no Brasil - todos da série A ou B do campeonato brasileiro de 2007. Os clubes que participaram do estudo foram os seguintes:

Atlético Mineiro; Barueri; Atlético Paranaense; Coritiba; Corinthians; Gama; outro de Minas; Ponte Preta; Flamengo; Santo André; Fluminense; São Caetano; Grêmio;
Internacional; Palmeiras; Paraná; Santos; São Paulo; e Vasco.

A tabela a seguir mostra a evidenciação dos itens recomendados pela Lei 6404. O único clube que não divulgou todas as demonstrações do artigo 176 da lei foi o Gama - publicou apenas o Balanço e a DRE. O Gama também não publicou o parecer de auditoria. Mas somente 6 redigiram o Relatório de Administração.



A tabela a seguir mostra os itens de menor evidenciação. Somente um clube divulgou o balanço social, por exemplo.


O gráfico a seguir mostra a relação entre receita e evidenciação. Em outras palavras, quanto maior o clube (ou seja, maior receita) maior a evidenciação contábil. Existe um ponto fora do padrão (outlier) que é o Vasco, com receita de R$51 milhões e baixa evidenciação.


O ponto mais interessante encontra-se a seguir. A relação entre evidenciação e desempenho é positiva. Ou seja, os clubes com melhores desempenho em campo foram aqueles que evidenciaram mais suas informações. A relação não é muito forte (R2 de 0,23 indica que 23% da evidenciação poderia ser explicada pelo desempenho), mas é significativa.



Este trabalho será apresentado no Congresso USP de Iniciação Científica, no dia 31 de julho, as 16:30. Estão todos convidados a participar.

08 abril 2009

Remuneração e Desempenho


O gráfico é ilustrativo sobre a questão da remuneração dos executivos. De um lado, no eixo "x", o desempenho da empresa, medido pelo retorno total das ações. No outro eixo o valor da remuneração. Existem casos, como o da Motorola, onde elevadas remunerações não foram acompanhadas por retornos adequados (é o ponto mais alto do gráfico). Apesar do retorno das ações não ser a medida ideal de desempenho e que a medida de remuneração usada ter problemas (pode ser baseada em desempenhos de outros exercícios e contemplar ações com baixa liquidez), o gráfico a distância entre desempenho e remuneração. (Fonte: Aqui. Mais sobre remuneração aqui)

E no Brasil? Não podemos construir este gráfico por dois bons motivos. Em primeiro lugar, as informações sobre remuneração não são adequadamente divulgadas. E segundo lugar, muitos executivos são também controladores e parte de sua remuneração está disfarçada sob a forma de despesas operacionais, por exemplo.

12 fevereiro 2009

Indicador de Desempenho 2

Sabemos como a escolha de indicadores de desempenho influencia o comportamento das pessoas. O texto a seguir, do Valor Econômico, mostra isto na prática. É também um interessante exemplo da relação agente-principal (Teoria da Agência) .

Governo vai alterar regras para ferrovias
11/2/2009
Valor Econômico

As concessionárias de ferrovias estão explorando apenas 38% da malha cedida pelo governo. Do total de 28,8 mil quilômetros administrados pela iniciativa privada, quase 18 mil quilômetros de trilhos não veem a passagem de uma única composição por dia. Insatisfeitos com estes números e com o custo do frete, o governo e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) trabalham em um conjunto de medidas que promoverá a maior reforma regulatória no setor desde a privatização da Rede Ferroviária Federal (RFFSA), em 1996.

Além da obrigatoriedade de compartilhar suas malhas com os demais operadores, as concessionárias terão novas metas de desempenho - que é medido em toneladas transportadas por quilômetro útil (TKU), unidade de referência no setor. Nos contratos de concessão, foram estabelecidas metas de aumento de produção. As empresas investiram mais de R$ 20 bilhões na modernização das malhas, em 13 anos.

O problema, na avaliação oficial, é que tudo isso ficou excessivamente concentrado. "Existem trechos concedidos onde há anos não passa um único trem", constata o diretor-geral da ANTT, Bernardo Figueiredo, principal responsável por desenhar a nova regulamentação. Primeira medida: as metas, hoje estabelecidas para o conjunto da malha operada pela concessionária, serão fixadas para cada um dos corredores ferroviários dentro de uma mesma concessão. "As metas valem para a malha como um todo e desconsideram se a concessionária concentra todos os seus esforços em apenas alguns trechos", assinala.

A percepção da ANTT e do Ministério dos Transportes é que as concessionárias privilegiam regiões de maior demanda e deixam semi-abandonados 62% de seus trilhos, inviabilizando pequenos e médios usuários de escoar sua produção pelas ferrovias. Com as novas metas, todos os trechos deverão ser ativados, ainda que não ofereçam a mesma rentabilidade dos mercados mais nobres da área de concessão. Figueiredo garante que a agência "não vai rasgar contratos". Os documentos já permitem a fixação de metas específicas, segundo ele, mas a ausência delas foi a opção feita até agora.

Se as empresas não aceitarem as novas metas - por avaliar que o investimento necessário é inviável - ou não conseguirem cumpri-las, a concessão deverá ser retomada. "O que não pode continuar é uma situação em que a concessionária senta em cima e não gera nenhum benefício para a sociedade", afirma Figueiredo.

Ele já teve sinal verde da Casa Civil e do Ministério dos Transportes para seguir adiante nesses planos. "Pretendemos forçar uma capilaridade maior das ferrovias", endossa o secretário-executivo do ministério, Paulo Sérgio de Oliveira Passos. A ministra Dilma Rousseff já havia afirmado ao Valor que a falta de exploração poderá levar à perda das concessões. "A partir de agora, quem tiver uma concessão do governo em qualquer área, e não explorar, vai perdê-la", disse Dilma.

O diretor da ANTT explica que a aplicação da medida será precedida de estudos. "Vamos saber rapidamente o que acontece com cada trecho - alguns talvez não tenham viabilidade para carga, mas podem virar trens turísticos ou de transporte regional de passageiros", continua Figueiredo, descartando que essas ligações ferroviárias fiquem sem uso ou mal exploradas no futuro.

As concessionárias também serão obrigadas a compartilhar suas malhas. No jargão do setor, é o que se costuma chamar de "direito de passagem". Ou seja, a MRS, que opera essencialmente na chegada aos portos de Santos (SP) e Itaguaí (RJ), poderá recolher ou entregar diretamente cargas na Norte-Sul, administrada pela Vale. Basta, para isso, que elas paguem tarifas entre si. "Vamos permitir que as malhas sejam permeáveis às diversas concessionárias. Nada vai impedir que a MRS entregue cargas em Palmas ou que a Transnordestina recolha veículos da Fiat em Betim."

Não deixa de ser algo comparável ao que existe no setor elétrico. No mercado livre, grandes indústrias podem tornar-se clientes de fornecedores de energia que estão fora da área de concessão da distribuidora local. Para isso, precisam somente pagar pelo uso da rede de distribuição.

O direito de passagem já consta dos contratos de concessão, mas é uma prática pouco disseminada atualmente. A restrição está no fato de que esse sistema só pode ser adotado, conforme dizem os contratos, quando houver "impossibilidade" de "tráfego mútuo" entre as concessionárias.

Por esse sistema, hoje mais comum, a operadora da ferrovia pode levar a carga de seus clientes até a divisa da concessão. A partir dali, tem que entregar todo o material contratado para ser transportado por outra concessionária. Raramente há "impossibilidade" logística de trocar a carga, mas a ANTT promete baixar uma resolução esclarecendo que a "impossibilidade" pode ser também comercial, abrindo espaço para o compartilhamento das malhas e o aumento da concorrência pelas grandes cargas.

O Ministério dos Transportes concorda com a medida. Tem como referência o sistema ferroviário europeu. Na maior parte dos países do continente, a malha é gerida e operada por uma única empresa, privada ou pública, e os diversos operadores ferroviários podem entrar livremente em toda a malha, desde que paguem tarifas e os trilhos estejam livres.

Figueiredo adianta também que exercerá uma regulação mais forte nas tarifas-teto que as concessionárias podem cobrar dos usuários. Para ele, os preços estão distorcidos porque a privatização da RFFSA foi feita com as tarifas em bases muito elevadas.

Para corrigir esse problema, a ANTT fará um levantamento dos custos ferroviários e apontará novos limites às tarifas. Tanto esta como as outras medidas virão por meio de resoluções do próprio órgão regulador, dispensando projetos de lei e decretos presidenciais. Figueiredo diz que elas serão detalhadas em 2009 para implementação em 2010. "Queremos criar um ambiente competitivo nas ferrovias. É isso que vai provocar tarifas mais baratas para o usuário."

19 janeiro 2009

Desempenho financeiro e Testosterona

Ganhar dinheiro vem naturalmente para algumas pessoas, especificamente, para os homens expostos a níveis elevados de testosterona antes de nascerem. Isso, pelo menos, é a conclusão de um estudo publicado esta semana por John Coates, da Universidade de Cambridge e de seus colegas.

Níveis de testosterona normalmente surge no meio de uma gravidez. Isto não só molda o cérebro e órgãos sexuais da criança, mas também afeta a maneira como seus dedos crescem. (...)

No ano passado, o Dr. Coates relatou uma experiência diferente em que ele descobriu que os comerciantes que tinham altos níveis de testosterona no seu corpo no período da manhã faziam mais dinheiro durante o dia.

Digitally enhanced - The Economist - 15/1/2009

Experiências como esta mostram que as pessoas não são idênticas e que variáveis diferentes, como aspectos genéticos e ambiente externo são relevantes para o processo decisório.

Aqui, outra pesquisa sobre o efeito do testosterona na decisão.

03 julho 2008

O futuro da GM 2

Ainda sobre o futuro da GM veja a reportagem do WSJ:

Por que Wagoner resiste à frente da GM?
GEORGE ANDERS
The Wall Street Journal Americas - 2/7/2008

Rick Wagoner pintou um quadro bonito quando assumiu a presidência executiva da General Motors Corp., em junho de 2000. A participação da GM e suas afiliadas no mercado mundial poderia aumentar de 25% para 28%, disse. As margens de lucro continuariam altas. As ações da empresa ficariam entre as 25% com melhor desempenho no mercado. “As oportunidades futuras são virtualmente ilimitadas”, declarou.

As coisas não funcionaram assim. Em vez disso, Wagoner tornou-se o Sísifo da indústria americana, lutando constantemente para corrigir o incorrigível. Às vezes ele consegue um pequeno progresso cortando custos e reanimando a linha de produtos. Só que aí novas crises deixam a GM num estado pior do que antes.

Na semana passada, as ações da empresa chegaram ao ponto mais baixo em 53 anos. Elas caíram 83% desde que Wagoner assumiu. A participação da GM no mercado mundial está em 12,5%.

Na maioria das empresas, acionistas e conselheiros furiosos já teriam chutado o diretor-presidente para fora há muito tempo. Poderiam ter encontrado alguém melhor. Ou teriam feito o jogo do bode expiatório, assim como times perdedores ficam trocando de técnico, sem contar como muitos outros fatores podem estar prejudicando a atuação.

Então por que Wagoner ainda está no emprego? Alguns fatores incomuns que estiveram em jogo na GM nos últimos anos merecem uma olhada mais de perto.

As peculidaridades da empresa começam com sua base de acionistas. Empresas com ações debilitadas geralmente são alvo de investidores ativistas, que adquirem grandes fatias delas e daí partem para mudanças na diretoria. Mas na GM ativistas de renome tiveram tanto impacto quanto uma criancinha estapeando o capô de um utilitário esportivo: uns pequenos estragos na lataria, mas nenhum resultado capaz de mudar o destino das coisas. Carl Icahn fez uma rápida incursão nas ações da GM em 2000. Kirk Kerkorian adquiriu muito mais em 2006. Nenhum liderou um golpe de sucesso; ambos acabaram vendendo.

Parece que ativistas não conseguem fazer consertos rápidos nos grandes problemas da GM, como seus custos com empregados ou mix de produtos. Por isso, a tendência de acionistas frustrados é passar suas ações adiante, em vez de ficar para lutar.

Conselheiros da GM também têm um papel crucial na longevidade de Wagoner. Em vários momentos críticos, o principal conselheiro independente, George Fisher, ex- presidente da Kodak Corp., disse acreditar que a GM está no caminho certo com sua atual liderança. Em entrevistas ao Wall Street Journal em maio e junho, Fisher endossou a estratégia de Wagoner e afirmou que a cotação das ações da empresa não é uma grande preocupação do conselho ou da diretoria.

Os defensores dizem que Wagoner obteve grandes avanços ao negociar custos trabalhistas menores na América do Norte. Também lhe dão crédito pela expansão da GM na China, no Brasil e em outros mercados emergentes, por estimular a empresa a desenvolver carros elétricos e pela melhora das suas posições em rankings de qualidade.

Mas o prejuízo operacional da empresa está corroendo seu caixa, que era de US$ 24 bilhões em 31 de março e vem encolhendo uns US$ 3 bilhões por trimestre. Analistas estimam que ela precisa de pelo menos US$ 7 bilhões em caixa disponível a qualquer momento. Ou seja, ela pode se ver num sufoco para captar mais dinheiro dentro do próximo ano.

A GM poderia fazer muitas coisas para captar recursos rapidamente, como vender ativos ou desmembrar seus lucrativos negócios no exterior. Por volta de 2010, parte da redução nos custos salariais negociados por Wagoner no ano passado deve começar a aliviar a pressão financeira da companhia.

Mas as ações da GM e sua classificação de crédito não dão certeza aos participantes do mercado de que a empresa possa atravessar o próximo período difícil. Se o destino da GM em 2009 depender de sua capacidade financeira, os conselheiros podem querer rever se Wagoner ainda é a melhor pessoa para o trabalho.

13 maio 2008

Esportes, ilusão da moeda e remuneração


No texto "Do Employees Care about their Relative Position? Behavioural evidence focusing on Perfomance" Benno Torgler, Markus Schaffner, Sascha L. Schmidt e Bruno S. Frey procuram determinar a relação entre a posição de um indivíduo, sua remuneração e seu desempenho. Usam dados de esportes, incluindo jogadores de futebol na Alemanha. Usando uma medida de desempenho do jogador (simplista, que inclui gols e assistências), os autores estabeleceram uma relação entre desempenho, salário relativo futuro do jogador, salário absoluto e variáveis de controle.

25 março 2008

Governança: Causa ou Conseqüência


Se Hermalin (via este blog ) estiver correto, muitos estudos de governança corporativa precisariam ser reescritos. Segundo este autor, a boa governança é resultado, não causa, do bom desempenho. Isto significa dizer que uma empresa não necessita buscar a boa governança para obter elevada lucratividade. Na realidade, a elevada lucratividade conduziria, naturalmente, a melhoria na governança.

A maioria dos estudos sobre o assunto caminham no sentido oposto. Isto significa uma inversão na relação causa-efeito.

Precisamos pensar mais sobre o assunto.

28 novembro 2007

TCU cobra mais resultado da CEF

TCU cobra explicação da Caixa para calote
Geralda Doca e Bruno Rosa, O Globo - 27/11/2007


BRASÍLIA e RIO - O fraco resultado apresentado pela Caixa Econômica Federal no terceiro trimestre pode desencadear uma auditoria. No período, o lucro líquido da Caixa registrou queda de 89,4%, passando de R$ 590 milhões em igual período de 2006 para R$ 62,5 milhões, influenciado pelo calote de pequenas empresas. O procurador-geral junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Lucas Furtado, disse, em entrevista ao GLOBO, que pretende pedir informações à instituição sobre o que qualificou de ''pífio resultado". Dependendo das explicações, ele vai avaliar com a secretaria do órgão a necessidade de uma investigação mais profunda nas contas.

A intenção do procurador é esclarecer se houve erro estratégico na generalização do crédito, sem exigir garantias, por exemplo, ou se o calote decorreu da concentração de financiamentos em poucos contratantes, o que poderia configurar favorecimento. Neste último caso, explicou Furtado, o TCU poderá punir os responsáveis e pedir seu afastamento do cargo.

07 novembro 2007

Mulheres e Desempenho

Empresas com elevadas percentagens de mulheres com o cargo de diretores superam significativamente as empresas com pouca ou nenhuma mulher nesta função (...)

constatou que as maiores empresas (Fortune 500) com o maior participação de mulheres com o cargo de diretores superaram aqueles com o mais baixo em cerca de 53%, em média de retorno sobre o capital próprio. (...)


Fonte: Aqui

05 setembro 2007

Vida pessoal do executivo e desempenho da empresa


Morte de sogra de executivo afeta a empresa? Alguns estudos dizem que sim
Mark Maremont - 05/09/2007
The Wall Street Journal

Será que os acionistas de uma empresa deveriam se importar se o filho do presidente morre? E se for a sogra?

Questões desse tipo normalmente não fazem parte de decisões de investimento. Mas talvez deveriam, de acordo com um estudo recente feito por três professores de finanças. A partir de dados detalhados do governo dinamarquês sobre milhares de empresas, os professores puderam estudar a relação entre as mortes nas famílias de presidentes de empresas e a lucratividade das empresas ao longo de uma década.

O estudo descobriu que o lucro cai, em média, quase 20% nos dois anos depois da morte de um filho do diretor-presidente. Quanto à sogra do executivo, velhas piadas parecem ter um fundo de verdade: os pesquisadores chegaram à conclusão de que a lucratividade tende, na média, a crescer levemente depois que ela morre.

O estudo é parte de uma nova e polêmica área de pesquisas financeiras, que se aprofunda na vida privada e na personalidade de presidentes para encontrar ligações com o desempenho das empresas. Ela é resultado da propensão de se tratar os presidentes executivos como fundamentais para as corporações que eles dirigem. Se o desempenho deles é tão vital, dizem esses pesquisadores, faria sentido que os investidores quisessem saber qualquer coisa que poderia afetá-lo.

"Quando vamos ao hipódromo, estudamos o cavalo", diz David Yermack, um professor de finanças da Universidade de Nova York. "Investir não é muito diferente. Queremos saber o máximo possível sobre o jóquei."

Um estudo do qual ele foi um dos autores analisou as compras de casas dos executivos. Constatou que, na média, as ações de empresas dirigidas por executivos que compram ou constróem megamansões têm um desempenho bem inferior ao da média do mercado. Os pesquisadores não sabem por que isso acontece. Eles teorizam que esses executivos podem estar mais preocupados em desfrutar sua riqueza do que trabalhar duro.

Um dos executivos incluídos no estudo foi Trevor Fetter, diretor-presidente da cadeia de hospitais americana Tenet Healthcare Corp., que comprou uma casa de 934 m2 na região de Dallas no início de 2005. Desde então, as ações da Tenet acumularam uma queda de mais 60%, enquanto o mercado acionário em geral subiu. Um porta-voz da Tenet disse que a empresa conhecia o estudo, mas não tinha comentários.

Outro grupo de pesquisadores encontrou desempenho abaixo da média, tanto em lucros quanto nas bolsas, em empresas lideradas por executivos que recebem prêmios, como os de melhores administradores dados pela imprensa. A teoria: depois que se tornam estrelas, alguns presidentes executivos gastam mais energia a escrever autobiografias e participar de conselhos de outras empresas do que dirigindo suas próprias.

Dois professores da Universidade do Estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos, tentaram recentemente classificar diretores-presidentes de empresas de tecnologia com base em seu nível de narcisismo. Eles examinaram informações como o tamanho de suas fotos nos balanços anuais e com que freqüência falam na primeira pessoa do singular em entrevistas à imprensa. Os autores concluíram que executivos narcisistas tendem a assumir riscos maiores, causando oscilações mais fortes na lucratividade de suas empresas. O estudo, chamado "It's All About Me" (algo como "Tudo Gira em Torno de Mim"), será publicado na "Administrative Science Quarterly", publicação da Universidade Cornell.

A nova linha de pesquisa suscita algumas questões espinhosas sobre privacidade. Se ela se intensificar, a vida dos executivos pode se tornar como a dos políticos ou estrelas de cinema, vasculhada intensamente pelo público? Pesquisadores dizem que uma nova área perfeita para estudo é o possível impacto de divórcios e "esposas-troféu" no desempenho das empresas.

"Acho difícil imaginar que se eu tivesse um filho doente isso seria da conta de qualquer pessoa", diz Jerry W. Levin, presidente do conselho da varejista americana Sharper Image Corp. e ex-diretor-presidente da Revlon Inc. "Presumir que por causa de algo que se passa na minha vida pessoal minha empresa será afetada é loucura. Eu sequer perguntaria esse tipo de coisa para meus próprios empregados, meus próprios executivos."

Por outro lado, os executivos talvez gostassem de saber que os estudos concluem de maneira geral que os presidentes importam para o desempenho de suas empresas. Isso reforça o lado deles na discussão sobre remunerações de executivos.

Alguns investidores dizem que gostariam de receber mais informação sobre as vidas privadas dos executivos, desde que não seja muito intrusiva. "Bisbilhotar pessoas que têm um filho com leucemia, isso é um pouco de invasão", diz Scott Black, diretor-superintendente da Delphi Management Inc., uma administradora de recursos de Boston. Mas Black diz que não investe em empresas que gastam excessivamente em sedes e mobília, e diz que "seria de nosso interesse" saber que um presidente comprou uma mansão gigantesca, um iate ou um quadro de US$ 20 milhões.



Já conhecia um estudo sobre a morte abrupta do executivo de uma empresa e a sua rentabilidade. Quanto ao desempenho dos executivos que tornam-se estrelas, uma possível explicação encontra-se na reversão à média.

20 agosto 2007

Desempenho dos executivos

Sobre a notícia do NYTimes (aqui) onde se comprova a relação entre destaque dos executivos na imprensa e redução na qualidade do desempenho das empresas, Barry Ritholtz (aqui) destaca um ponto interessante: há uma confusão entre correlação e causação. O fato de uma coisa ocorrer próxima a outra não significa que uma causou a outra.

19 agosto 2007

Desempenho de executivos e destaque na imprensa

O NY Times de 18/08/2007 pergunta a razão pela qual um executivo que é destaque na imprensa perde desempenho após as notícias. Uma explicação da reportagem é que o executivo distrai com a "glória". Entretanto, uma explicação mais plausível é uma coisa chamada "reversão a média".

03 agosto 2007

Diferença de Desempenho

Paserman fez uma análise comparativa entre jogadores de tênis. Uma partida de tênis é um campo de pesquisa interessante para uma análise estatística pois o resultado é bem definido: um ponto pode ser obtivo por um "winner" (um ponto que é conseguido sem que o adversário toque na bola), um erro forçado ou um erro não forçado.

A análise da probabilidade depende do desempenho anterior dos jogadores. Um exemplo citado no artigo: no jogo de Federer e Nadal em Wimbledon em 2006, nas finais, a probabilidade de vitória de Federer era de 65,1%. Mas vencer o primeiro ponto (onde Federer tinha o saque) aumentava a probabilidade vencer a partida para 65,7% e perder o ponto reduzia a probabilidade para 63,6%. Em outras palavras, vencer o primeiro ponto do jogo tinha uma importância de 2,1%. (Paserman descobriu também que este não foi o ponto mais importante da partida).

Usando dados de 238 partidas de Grande Slam, Paserman chegou a uma conclusão muito interessante entre o gênero (este é o nome "correto" para definir o sexo dos jogadores). Enquanto que nos homens o desempenho não varia muito dependendo da importância do ponto, o desempenho das mulheres era significativamente inferior quando os pontos eram importantes.

Seria uma constatação da reação do gênero diante de uma situação de pressão? Talvez seja difícil fazer uma inferência tão forte.

Além disto a pesquisa comparou o desempenho dos jogadores mais fortes (o critério foi a força do saque) e o desempenho, Paserman encontrou que jogadores mais fracos são menos agressivos e fazem mais erros não forçados em pontos importantes.