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20 outubro 2014

Detecção de fraudes em demonstrações financeiras via machine learning

This study presents a method of assessing financial statement fraud risk. The proposed approach comprises a system of financial and non-financial risk factors, and a hybrid assessment method that combines machine learning methods with a rule-based system. Experiments are performed using data from Chinese companies by four classifiers (logistic regression, back-propagation neural network, C5.0 decision tree and support vector machine) and an ensemble of those classifiers. The proposed ensemble of classifiers outperform each of the four classifiers individually in accuracy and composite error rate. The experimental results indicate that non-financial risk factors and a rule-based system help decrease the error rates. The proposed approach outperforms machine learning methods in assessing the risk of financial statement fraud.

Song X. P. Hu Z. H. Du J. G. and Sheng Z. H. (2014), Application of Machine Learning Methods to Risk Assessment of Financial Statement Fraud: Evidence from China, Journal of Forecasting. doi:10.1002/for.2294

06 agosto 2013

Glossário: demonstrações financeiras

Financial Statements: demonstrações financeiras
Income Statement: demonstração do resultado do exercício
Comprehensive Income Statement: demonstração do resultado abrangente
Balance Sheet: balanço patrimonial
Statement of Cash Flows: demonstração dos fluxos de caixa
Statement of Changes in Shareholders' Equity: demonstrações das mutações no patrimônio líquido
Operating Statements: relatório das operações
Profit And Loss Statement (P&L): demonstração de lucros e perdas
Notes to Consolidated Financial Statement: notas explicativas
Report of Independent Registered Public Accounting Firm: parecer dos auditores independentes

Assets: ativos
Liabilities: passivos
Equity: patrimônio líquido

Property, plant, and equipment: imobilizado
Investments: investimentos
Intangible: intangível

Income: lucro
Revenue: receita
Expense: despesa

Exemplo:

Financial Information: informações financeiras - clique aqui para a página de informações financeiras da The Walt Disney Company ou aqui para baixar o relatório anual de 2012.

Capa do Relatório

Parecer dos Auditores Independentes para a empresa "The Walt Disney Company" - Ano Fiscal 2012


16 junho 2012

Status quo das demonstrações

Atrasos, divergência de dados, comentários vagos demais. Estes são alguns dos pontos criticados pelo Comitê de Orientação para Divulgação de Informações ao Mercado (Codim), que divulgou orientação sobre as melhores práticas para elaboração e divulgação de relatório anual, em evento durante a manhã de hoje. O material, elaborado voluntariamente por empresas de capital aberto no Brasil, reflete "o momento da companhia, seu desempenho durante o ano de referência e a influência no setor de atuação e seus mercados", aponta a ementa do Codim. Ainda são avaliados os segmentos de negócio, o perfil corporativo, as oportunidades e os riscos.


Edina Biava, relatora da Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca), afirma que algumas demonstrações possuem dados diferentes no material apurado por auditores e nos comentários da administração. Neste sentido, ainda há muito a ser feito, diz, apesar dos recentes avanços nas práticas de governança corporativa brasileira.


Para Adeildo de Oliveira, membro do Conselho administrativo do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon), o principal objetivo do relatório é promover visibilidade. "Não é uma repetição dos documentos anteriores, é uma manifestação qualitativa que mostra a essência da empresa".


Os relatórios anuais divulgados pela Berkshire Hathaway, por exemplo, são referência para o mercado, exemplifica Geraldo Soares, coordenador do Codim. Neles, o megainvestidor Warren Buffet agrega humor, fluência textual e algumas pistas sobre sua percepção econômica, capazes de mobilizar os investidores.


Nos Estados Unidos, a divulgação do documento é obrigatória. Segundo Soares, o público mudou. Já não são os analistas setoriais que se debruçam sobre os relatórios, mas jornalistas, acadêmicos, novos acionistas e potenciais investidores. "O discurso tem de se adaptar a este cenário", diz o executivo.


O ideal é sobrepor a essência à forma, afirma Marco Antonio Muzilli, relator do Codim. "Não é qualquer tipo de informação que beneficia o público. É preciso evitar obviedades e não distorcer a percepção do leitor. As demonstrações devem ser completadas com notas explicativas", afirma Muzilli.


Os atrasos de divulgação também despertam críticas da entidade, que recomenda que os relatórios sejam entregues antes da assembleia geral, o que corresponderia ao mês de março. "O relatório anual é essencial para o acionista, mas leva de cinco a seis meses para ser feito. Apesar de complexo, não é justificável entregá-lo depois da assembleia de acionistas. É uma questão de respeito", conclui Edna.

Codim critica atraso e divergência de dados nos balanços - Valor Online | 15/06/2012

01 junho 2012

O vocábulo inovação nos Relatórios de Administração


Na sua empresa há inovação? Praticamente todas diriam que sim. O termo é usado a torto e a direito por empresas. É um modo de mostrar que estão na vanguarda, seja lá do que for: da tecnologia, da medicina, dos salgadinhos, dos cosméticos. É um tal de exibir diretores de inovação, equipes de inovação, estratégias de inovação. Há até "dia" da inovação.

Não significa, no entanto, que a empresa esteja realmente inovando em alguma coisa. Nada disso: embora o termo remeta a uma transformação monumental, o progresso sendo descrito volta e meia é bem ordinário.

Como outros motes popularíssimos no passado - "sinergia", "otimização" -, a inovação corre o risco de virar um clichê. Se é que já não virou. "A maioria das empresas diz que é inovadora na esperança de levar o investidor a crer que há crescimento onde não há", diz Clayton Christensen, professor da Faculdade de Administração Harvard e autor de "O Dilema da Inovação", de 1997.

Uma busca em informes de resultados anuais e trimestrais apresentados à agência reguladora do mercado aberto nos Estados Unidos, a SEC, revela que empresas citaram alguma variação do termo "inovação" 33.528 vezes no ano passado, alta de 64% em relação a cinco anos antes. Mais de 250 livros com o termo "innovation" no título foram lançados nos últimos três meses - a maioria na seção de administração, segundo pesquisa na Amazon.com.

(...)Hoje consultor de inovação, Berkun aconselha clientes a banir a palavra da empresa. "É uma palavra camaleônica [usada] para ocultar a falta de substância", diz.

Para Berkun, a popularização do termo inovação remonta à década de 90, época da bolha da internet e do lançamento de "Dominando a Dinâmica da Inovação", de James M. Utterback, e do livro de Christensen. O termo seduz empresas estabelecidas por indicar algo ágil e bacana, como seriam uma empresa nova e seus criadores, explica.

Nos Estados Unidos, mais de 250 livros com a palavra "innovation" no título foram lançados nos últimos três meses Nem sempre empresas de tecnologia são as que mais abusam do termo. A Apple e o Google usaram a palavra inovação 22 vezes e 14 vezes, respectivamente, nos mais recentes relatórios anuais. Junto com elas vieram Procter & Gamble (22 vezes), Scotts Miracle-Gro (21) e Campbell Soup (18).

A febre da inovação fez nascer toda uma indústria de consultoria. Empresas do ranking das cem maiores da revista "Fortune" pagam a consultores de inovação entre US$ 300 mil e US$ 1 milhão para a colaboração em um único projeto, o que pode chegar a US$ 1 milhão e US$ 10 milhões ao ano, estima Alex Kandybin, consultor de estratégia de inovação da Booz & Co.

Além disso, quatro de cada dez executivos dizem que sua empresa hoje tem um diretor de inovação, de acordo com um estudo recente do fenômeno divulgado no mês passado pela consultoria Capgemini.

Os resultados, baseados em uma sondagem pela internet de 260 executivos do mundo todo, além de 25 entrevistas mais detalhadas, sugerem que o título pode ser mera "propaganda". A maioria dos executivos admitiu que sua empresa ainda não tem uma estratégia de inovação clara para respaldar o posto(...)

A palavra inovação de nova não tem nada. O primeiro registro do termo - que vem do latim "innovatus" (renovação, mudança) - em um documento impresso da do século 15, diz Robert Leonard, presidente do programa de linguística da Universidade Hofstra, nos EUA. Com a aceleração do ciclo de produtos em empresas, a palavra passou a significar não só fazer algo novo, mas fazê-lo com mais rapidez, diz ele.

Christensen observa que as demais modalidades poderiam muito bem ser chamadas de progresso comum - e normalmente não criam mais empregos nem negócios. Como a inovação de ruptura pode levar de cinco a oito anos para dar frutos, diz ele, muita empresa perde a paciência. Para a empresa é bem mais fácil, acrescenta o autor, apenas dizer que está inovando. "Todo mundo está inovando, pois qualquer mudança virou inovação"(...)

Fonte :Inovação vira clichê no dicionário empresarial - Leslie Kwoh - Valor Econômico - 25/05/2012 - Publicado originalmente no WSJ no dia 23/05/2012.

02 dezembro 2011

Necessidade Psicológica

Eu acho que é bastante obviamente um viés cognitivo para contar histórias. Da mesma forma, na década de 1930 o Alfred Cowles concluiu que os relatórios financeiros não ajudam os seus leitores a "ganhar do mercado", mas ele também assumiu que esses relatórios persistiria. Havia uma necessidade psicológica por eles.


(...)É claro que os jornalistas políticos que se dedicam a análise ainda tem um papel a desempenhar. Não têm os jornais seções de horóscopos e de estilo? 


Fonte: Aqui

09 novembro 2011

Responsabilidade social


O texto a seguir, publicado no WSJ, é uma discussão muito interessante sobre a questão de responsabilidade social das empresas:


Mas o que dizer de uma das principais alegações do grupo: que as corporações estão faltando com sua responsabilidade social, como a de criar empregos no país? Alguns politicos têm conferido legitimidade aos protestos. Uma pesquisa conduzida pela CNN mostrou que 32% dos americanos defendem a demonstração enquanto muitos outros ainda estão indecisos sobre o assunto.


Milton Friedman, o economista laureado com o Prêmio Nobel, destruiu a ideia de responsabilidade social corporativa quadro décadas atrás, chamando-a de "doutrina fundamentalmente subversiva". Dando voz a muitos capitalistas daquela época e de hoje, ele disse que "empresas só têm uma, e uma única, resposabilidade social – usar seus recursos e desenvolver atividades que se destinem a aumentar seus lucros o tanto quanto estiver dentro das regras do jogo".


Empresas não deveriam dispensar seus lucros para criação de empregos ou causas sociais, afirmou Friedman. Esse dinheiro deve ser destinado aos acionistas – os donos das empresas. Pronunciamentos sobre responsabilidade social corporativa, acrescentou, são a benevolência de "empresários bondosos" que são "incrivelmente limitados e atrapalhados em assuntos que vão além de seus negócios". E essa benevolência pode levar a mercados ineficientes. (...)


Friedman reconheceu o valor da bondade corporativa em uma comunidade – e a propensão a isso – e aconselhou as empresas a manterem-se apoiadas em uma definição firme do interesse dos acionistas.


Friedman faleceu no ano seguinte, mas suas ideias acerca do tema, claramente, não. Crescimento econômico cria empregos, não o contrario, dizem seus adeptos. E ajuda se o governo regular menos.


"Empregos são um início, não um fim; eles são um custo de fazer negócios, não um objetivo de fazer negócios", diz William Freeza, que trabalha com capital de risco em Boston e é membro do Instituto de Empresas Competitivas.


"Da perspectiva em defesa do capitalismo, se você aceitar a premissa do seu oponente de que as empresas precisam dar retorno à sociedade, significa que você já perdeu", diz ele. "Sendo mais dramático – você deslegitima o capitalismo, que é o objetivo dos manifestantes. Empresas dão retorno à sociedade todos os dias satisfazendo seus clientes e empregando seus funcionários. Não há nada que empresas devam, além de vender os melhores produtos com os melhores preços."

19 setembro 2011

IFRS e USGAAP

A figura mostra a diferença de tratamento de quatro itens entre as IFRS e USGAAP (Fonte: PINTO, Jerald et al. Equity Asset Valuation. Hoboken: Wiley, 2010, p. 155). Observe que em todos os itens as IFRS apresentam duas opções. Assim, quando uma empresa recebe juros, referente a receitas financeiras, a norma internacional trata como operacional ou investimento. Já a norma dos Estados Unidos (USGAAP) considera somente a classificação como operacional (o que é o mais correto).

Já os juros pagos, referente aos empréstimos e financiamentos, são considerados operacional ou financiamento pelas normas internacionais; esta mesma situação recebe a classificação de operacional (infelizmente, pois o correto é financiamento) das normas dos Estados Unidos.

A princípio isto não faz muita diferença, já tudo é caixa. Entretanto, os analista focam sua atenção no fluxo gerado nas atividades operacionais, já que esta informação é crucial para entender a capacidade de sobrevivência de longo prazo da empresa. Assim, com as normas internacionais, uma empresa poderia escolher considerar os valores recebidos como operacionais e os valores pagos como financiamento. Isto aumentaria o valor do fluxo das atividades operacionais.

Qual a razão da IFRS apresentar tantas alternativas? Como um órgão internacional que deseja que suas normas sejam aceitas pelos países, o Iasb busca não ser muito impositivo nas normas. Ou seja, as IFRS são mais flexíveis, o que aumenta a chance dos países adotarem todas as normas.

02 junho 2011

Gasto, Resultado, Despesa, Custo ...

Eis um trecho de uma reportagem do Valor Econômico do dia 31 de mai (via aqui)
Gasto (1) maior pressiona resultado
Levantamento mostra que pressão de custos e despesas (2) reduziu margem operacional (3) das companhias abertas, apesar do crescimento das vendas. Marina Falcão e Fernando Torres
A inflação nos custos de mão de obra e no preço das matérias-primas [4] deixou as primeiras marcas nos balanços das empresas de capital aberto no Brasil no primeiro trimestre deste ano, o que pode ser um sinal [5] de que ficou para trás o cenário cor-de-rosa visto até o fim de 2010, em que os números das grandes empresas pareciam imunes aos reveses da economia.
Levantamento realizado pelo Valor Data com dados das maiores companhias abertas do país mostra que embora as vendas continuem a aumentar de forma expressiva, com avanço de 16,1% na comparação entre o primeiro trimestre deste ano com o mesmo período de 2010, para R$ 181,96 bilhões, o lucro bruto subiu [6] 10,7%, para R$ 53,31 bilhões, indicando que a pressão do lado dos gastos [7] torna a vida dos gestores empresariais mais complicada.
A margem bruta, que é quanto sobra da receita após deduzidos os custos de produção [8], caiu 1,4 ponto percentual, para 29,3%. Embora aparentemente pequena, essa diferença representa R$ 2,6 bilhões a menos de lucro.
Contabilizadas as despesas gerais, com vendas e administrativas, o resultado operacional [9] antes de juros e impostos teve alta de apenas 2,5% em relação a 2010, somando R$ 25,38 bilhões.
Como a despesa financeira líquida foi menos pesada entre janeiro e março deste ano, com ajuda do efeito da apreciação do real sobre as dívidas em moeda estrangeira, o lucro líquido cresceu mais do que o resultado operacional [10] , com avanço de 12,1%, num total de R$ 14,75 bilhões.
O estudo foi feito com as 100 maiores empresas não financeiras do país, já com os dados no padrão internacional de contabilidade para os dois períodos.
Os dados acima excluem os resultados de Petrobras e Vale que, por conta do tamanho, distorcem algumas comparações. Ao colocar na conta os balanços das duas maiores empresas brasileiras, o cenário é melhor, especialmente por conta da disparada de 292% no lucro líquido da Vale.
Na amostra completa, o custo dos produtos e serviços cresce 18,1% na comparação com o primeiro trimestre de 2010, quase na mesma proporção da receita, que aumentou 18,2% no período, para R$ 259,75 bilhões.
Com isso, a margem bruta das companhias no conjunto se manteve praticamente estável, subindo apenas 0,1% [11].
Para Pedro Martins, chefe da área de pesquisa do Bank of America Merrill Lynch, as margens operacionais (antes de juros, impostos, depreciação e amortização [12]) das empresas dificilmente vão atingir neste ano o pico verificado no terceiro trimestre de 2010. Com base em dados do próprio banco, ele diz que as margens já caíram 2,5 pontos percentuais desde então, para 25,5%, e devem permanecer nesse nível até o fim de dezembro.
"Para as empresas exportadoras, a valorização do real frente ao dólar comprometeu a geração de caixa. Já as empresas mais focadas na economia doméstica sentiram o impacto da inflação no setor de serviços que pressionou o custo com funcionários", explica. Com alta de 42% nos custos de produção e serviços, as empresas do setor de construção [13], por exemplo, tiveram a margem bruta reduzida de 32% para 28,5%. (...)
É muita confusão conceitual. Por esta razão, fiz a numeração no texto.

[1] Gasto - podemos pensar que o texto irá analisar o gasto das empresas. Mas observem que o termo será usado somente mais uma vez.
[2] Aqui o termo "custos e despesas". Parece que a análise não será de Gasto, mas da DRE.
[3] Outro indicativo que não iremos ler sobre "gasto".
[4] Isto está no CMV.
[5] O texto que ser pessimista. Mas os números seguintes não permitem esta conclusão.
[6] Como seria um sinal se o lucro bruto subiu?
[7] Aqui novamente o termo gasto, usado de maneira errônea. Observem o pessimismo da frase.
[8] Margem bruta é a relação entre lucro bruto e receita líquida de vendas. O conceito apresentado é de lucro bruto. Mas o número corresponde, aparentemente, ao da margem bruta.
 [9] Observem que o pessimismo não resiste, já que o lucro operacional, um conceito mais relevante, aumentou.
[10] Para os acionistas, o resultado líquido é mais importante que a margem bruta. O pessimismo ficou diluído no texto.
[11] Quando considera todas as empresas da amostra, o pessimismo do título não resiste. A margem bruta manteve-se estável.
[12] Agora o texto chama os "especialistas" para apoiar a idéia do título. O conceito apresentado informa que margem operacional é antes de "depreciação e amortização". Não é verdade, já que estes itens já estão nas despesas operacionais e no custo de produção. Talvez seja o conceito de EBITDA, que retira este dois itens do lucro.
[13] A partir de agora, o texto começa a fazer um levantamento dos setores. Mas uma amostra de 100 empresas, será que a análise setorial, que terá poucas empresas, é confiável?

Conclusão: um bom texto para explorar confusões conceituais.

19 maio 2011

Instituto Ronald McDonald

O Instituto Ronald McDonald é muito conhecido no Brasil pelo trabalho assistencial na luta contra o câncer infantil. Todo ano, em agosto, a rede de fast food McDonalds promove o McDia Feliz que arrecadou, em 2010, 13 milhões de reais. Só nos cofrinhos existentes em cada loja foram 2,7 milhões.

O relatório de atividades do Instituto é muito interessante e comovente. São 56 páginas, com muitas fotos, sobre o que foi feito pelo Instituto. Da parte contábil, na página 51 o parecer dos auditores independentes e na página 52 o Balanço Patrimonial. No título de ambas as páginas: “Transparência”.

Eis o que os auditores dizem sobre os números:

Examinamos as demonstrações financeiras do Instituto Ronald McDonald de Apoio à Criança (Instituto) que compreendem o balanço patrimonial em 31 de dezembro de 2010 e as respectivas demonstrações do resultado das atividades sociais, das mutações do patrimônio social e dos fluxos de caixa para o exercício findo naquela data, assim como o resumo das principais práticas contábeis e demais notas explicativas. (...)

Em nossa opinião, as demonstrações financeiras acima referidas apresentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial
e financeira do Instituto Ronald McDonald de Apoio à Criança em 31 de dezembro de 2010, o desempenho de suas operações e os seus fluxos de caixa para o exercício findo naquela data, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil.

Perceberam algo estranho? Apesar dos auditores comentarem sobre as demonstrações financeiras (balanço patrimonial, mutações e fluxos), o Instituto não divulga, no Relatório de Atividades, estas demonstrações. Contador que é contador não participa do McDia Feliz!

18 maio 2011

Fluxo de Caixa e Lucro Líquido

Uma das grandes vantagens das alterações na lei 6404 foi a necessidade de publicação da Demonstração dos Fluxos de Caixa. Estão surgindo algumas demonstrações onde é possível constatar situações interessantes.

Veja o caso da empresa Frefer Metal Plus. A empresa teve, em 2010, receitas de 325 milhões de reais, ou 47% a mais que em 2009. O CMV não aumentou na mesma proporção (30%) e isto ajudou a empresa a transformar o prejuízo de 2009 num lucro em 2010. (Na figura, as principais contas, em R$ Mil. Observe o negrito no Lucro Bruto. Reproduzi o valor constante na DRE da empresa. Provavelmente ocorreu aqui um erro de aproximação.) A margem líquida da empresa em 2010 foi de 3,5%.


A demonstração dos Fluxos de Caixa mostra um panorama diferente. Em 2009 a empresa conseguiu gerar caixa com as atividades operacionais. Já em 2010 o fluxo operacional foi de menos 112 milhões de reais. A principal justificativa foram os estoques, que aumentaram em 84 milhões de reais.

Em nota explicativa a empresa explica: “o volume de estoques em 31/12/2010 aumentou significativamente em relação ao saldo de 2009, principalmente pela oportunidade de aquisições a preços favoráveis considerando a crescente demanda do mercado, que se concretizou nos meses subseqüentes a dezembro de 2010”. A empresa comprou estoques com preços favoráveis (motivo especulação de Keynes) e já informa que isto irá gerar um resultado interessante em 2011. Observe que se isto for verdadeiro, a DRE neste caso é mais informativa que a DFC.

Muito interessante.

05 outubro 2009

Notas Explicativas

Com as atuais regras contábeis, as mudanças potenciais devem ser reconhecidas em notas explicativas. Isto é uma fraqueza. Primeiro, notas explicativas são informações ad hoc essencialmente não padronizadas e, logo, tem limitações na comparabilidade entre empresas (...) Segundo, muitos interessados e investidores não prestam atenção nestas notas (...) E finalmente, estas notas usam várias abordagens para estimar o valor das perdas potenciais.


INTROSPECTIVE Accounting lessons from global crisis? Cayetano Paderanga, Jr. - 28/9/2009 - BusinessWorld- S1/5

17 setembro 2009

CPC em ação

É inegável o trabalho e a agilidade do CPC. Agora, mais oito pronunciamentos:


As deliberações da CVM são aplicáveis aos exercícios encerrados a partir de dezembro de 2010 e às demonstrações financeiras de 2009 apresentadas em conjunto com as de 2010 para fins de comparação. Essa determinação também é válida para as ITR's de 2010 comparativas aos períodos de 2009.

Pronunciamento Técnico CPC 23 - Políticas Contábeis, Mudanças de Estimativa e Retificação de Erro.
O objetivo do Pronunciamento Técnico CPC 23 é definir os critérios para a seleção e a alteração de políticas contábeis, além de estabelecer parâmetros para tratamento contábil e divulgação de alterações nas políticas, nas estimativas contábeis e nas correções de erros.
O Pronunciamento Técnico CPC 23 não apresenta novidades em relação à Deliberação CVM nº 506, de 19 de junho de 2006, que aprovou o Pronunciamento NPC 12 do Ibracon, baseado no IAS 8 do International Accounting Standards Board. A sua importância reside fundamentalmente na definição de algumas diretrizes para a seleção e alteração das políticas contábeis, buscando harmonizar, tanto quanto possível, a escolha de políticas contábeis adequadas e a comparabilidade das demonstrações contábeis ao longo do tempo. Assim, uma entidade deve modificar uma política contábil apenas se a alteração for exigida por regulamentação ou se resultar em informação confiável e mais relevante sobre os efeitos das transações e outros eventos que afetem a posição financeira, desempenho ou fluxos de caixa da entidade.
O pronunciamento também aborda a questão das alterações nas estimativas contábeis, que, num ambiente de incertezas, requerem atenção especial dada sua importância , na elaboração das demonstrações contábeis. As estimativas envolvem julgamento que deve estar baseado nas últimas informações disponíveis e confiáveis. Finalmente, o Pronunciamento trata também da retificação de erros que, na mesma linha da alteração de políticas contábeis, orienta a entidade nas ações necessárias para manutenção da capacidade comparativa das demonstrações contábeis ao longo do tempo. Essa capacidade comparativa tem o objetivo de identificar tendências na posição patrimonial e financeira, no desempenho econômico e nos fluxos de caixa.

Pronunciamento Técnico CPC 24 - Evento Subsequente.
O objetivo do Pronunciamento Técnico CPC 24 é estabelecer quando a entidade deve ajustar suas demonstrações contábeis com respeito aos eventos subsequentes ao período contábil de referência e quais as informações que a entidade deve divulgar sobre os eventos subsequentes que tenham gerado ou não ajustes nas demonstrações.
São definidos como eventos subsequentes todos aqueles eventos, favoráveis ou desfavoráveis, que ocorrem entre a data final do período contábil a que se referem as demonstrações e a data na qual sua emissão é autorizada. A divulgação, em nota explicativa, dessa data de autorização para emissão das demonstrações contábeis é obrigatória.

Pronunciamento Técnico CPC 25 - Provisão e Passivo e Ativo Contingentes
O objetivo do Pronunciamento Técnico CPC 25 é assegurar que sejam aplicados os critérios de reconhecimento e as bases de mensuração apropriados a provisões e passivos e ativos contingentes, Outra finalidade desse pronunciamento é exigir o máximo de informação nas notas explicativas para permitir que os usuários entendam a sua natureza, oportunidade e valor.
Este pronunciamento está baseado no IAS 37 - Provisions, Contingent Liabilities and Contingent Assests do IASB e não apresenta novidades em relação à Deliberação CVM nº 489,de 03 de outubro de 2005, que referendou o Pronunciamento NPC 12 do Ibracon, exceto quanto aos exemplos, que estão agora incluídos nos originais do documento do IASB.

Pronunciamento Técnico CPC 26 - Apresentação das Demonstrações Contábeis
O objetivo principal do Pronunciamento Técnico CPC 26 é definir a base para a apresentação de demonstrações contábeis em consonância com a nova estrutura conceitual, no sentido de assegurar a comparabilidade, tanto com as demonstrações contábeis de períodos anteriores da entidade, quanto com as demonstrações contábeis de outras entidades. O pronunciamento desenvolve os requisitos gerais para a apresentação de demonstrações contábeis individuais e consolidadas, as diretrizes acerca da sua estrutura, bem como os requisitos mínimos em termos de seu conteúdo.
Este pronunciamento está alinhado com o IAS 1 - Presentation of Financial Statements e considera as modificações decorrentes da nova estrutura conceitual da contabilidade brasileira. Entretanto, em função das exigências legais brasileiras, tornou-se necessário adotar e adaptar uma das duas alternativas previstas no IAS 1 no que diz respeito à apresentação de uma nova demonstração - a demonstração do resultado abrangente. O resultado abrangente total engloba os componentes da demonstração de resultado, representados pelo lucro/prejuízo do exercício e os demais itens que alteram o patrimônio líquido durante um período e não derivados de transações com os proprietários. A adaptação refere-se, ao contrário da alternativa de apresentação separada prevista no IAS 1, à evidenciação da demonstração do resultado abrangente, de forma destacada, dentro da demonstração das mutações do patrimônio líquido.

Pronunciamento Técnico CPC 29 - Ativo Biológico e Produto Agrícola
O objetivo do Pronunciamento Técnico CPC 29 é especificar o reconhecimento contábil dos estoques dos ativos biológicos de onde se extraem os produtos agrícolas e dos estoques decorrentes da produção agrícola derivada desses ativos no momento de sua colheita ou obtenção. O Pronunciamento trata da informação relacionada ao gerenciamento da transformação biológica de animais ou plantas vivos (ativos biológicos) para obtenção de produtos para a venda ou para a formação de outros ativos biológicos. O CPC 29 não trata dos estoques de produtos agrícolas após a fase da colheita, como na transformação da cana-de-açúcar em açúcar ou álcool, do leite em produtos lácteos, da uva em vinho e da madeira em celulose, o que é feito por outro pronunciamento (CPC 16 - Estoques).
A novidade é que os ativos biológicos e os produtos agrícolas derivados passam a ser avaliados ao valor de mercado em vez de terem uma avaliação relacionada ao custo de produção. A exceção são situações em que o valor justo dos ativos biológicos não possa ser mensurado de forma confiável, quando, então, os ativos biológicos deverão ser mantidos pelo seu valor de custo.

Pronunciamento Técnico CPC 30 - Receitas
O objetivo do Pronunciamento Técnico CPC 30 é especificar como a entidade deve mensurar, reconhecer e divulgar informações sobre receitas de qualquer natureza (venda de bens, prestação de serviços e uso por terceiros de ativos da entidade que produzam juros, royalties, dividendos etc.).
A principal mudança está relacionada a tributos, como ICMS, IPI, PIS e COFINS, que não devem ser evidenciados na linha de receita. Nessa linha deve ser divulgada a entrada efetiva de benefícios econômicos para a entidade. O Pronunciamento detalha também como devem ser contabilizadas as receitas em empresas que mantenham programas destinados aos clientes com previsão de resgate de prêmios.
O Pronunciamento estabelece, ainda, que deve haver divulgação quanto: (i) às políticas contábeis adotadas para o reconhecimento das receitas e os métodos utilizados para determinar a fase de conclusão de transações que envolvam a prestação de serviços; e (ii) o montante de cada categoria significativa de receita reconhecida durante o período, incluindo as receitas provenientes da venda de bens, prestação de serviços, juros, royalties, dividendos e o montante de receitas provenientes de trocas de bens ou serviços incluídos em cada categoria significativa de receita.

Pronunciamento Técnico CPC 31 - Ativo Não-Circulante Mantido Para Venda e Operação Descontinuada
O Pronunciamento Técnico CPC 31 está baseado no IFRS 5 - Non-current Assets Held for Sale and Discontinued Operations emitido pelo International Accounting Standards Board. Seu objetivo é especificar a contabilização de ativos não-circulantes colocados à venda e a apresentação e divulgação de operações descontinuadas. Um ativo mantido para venda é aquele cujo valor contábil será recuperado principalmente por meio de uma transação de venda ao invés do seu uso contínuo, alterando assim a forma como os benefícios serão obtidos no futuro.
O pronunciamento exige que os ativos que satisfaçam os critérios de classificação como colocados à venda sejam apresentados separadamente no balanço patrimonial e mensurados pelo menor dentre os seguintes valores: i) o valor contábil até então registrado; e ii) o valor justo menos os custos de venda.
Uma operação descontinuada é um componente de uma entidade que foi disposto ou está classificado como mantido para venda. Os resultados destas operações devem ser apresentados separadamente na demonstração do resultado, permitindo ao usuário a identificação e a análise dos resultados das operações que continuarão no futuro.

Pronunciamento Técnico CPC 32 - Tributos sobre o Lucro
O objetivo principal do Pronunciamento Técnico CPC 32 é prescrever o tratamento contábil de todas as formas de tributos sobre o lucro. Para fins do Pronunciamento, o termo tributo sobre o lucro inclui todos os impostos e contribuições nacionais e estrangeiros que são baseados em lucros tributáveis.
O pronunciamento trata dos registros de ativos e passivos correntes e diferidos, relacionados à incidência de tributos sobre o lucro e exige o reconhecimento de passivos fiscais diferidos para todas as diferenças temporárias tributáveis, exceto alguns casos que especifica. Para reconhecimento de ativo fiscal diferido decorrente de diferenças temporárias dedutíveis ou prejuízos fiscais e créditos de tributos a compensar, o Pronunciamento condiciona esse reconhecimento à provável existência de lucro tributável contra o qual a diferença temporária dedutível ou o prejuízo a compensar possam ser utilizados. Diferenças temporárias são diferenças entre o valor contábil de um ativo ou passivo no balanço e sua base fiscal.
Chama-se a atenção nesse pronunciamento sobre as diferenças entre o valor contábil de um ativo ou passivo e a sua base fiscal nos casos em que estas diferenças provoquem encargos tributários (ou ganhos) que são recuperáveis (ou possivelmente serão perdidos) com o uso desses ativos.
Este pronunciamento está alinhado com o IAS 12 - Income Taxes e a fidelidade ao texto da norma internacional só não foi completa em razão de pouquíssimos ajustes, feitos com o objetivo de proporcionar maior clareza e objetividade, sem excluir ou deixar de atender às disposições contidas no pronunciamento do IASB. Em razão de abranger também os tributos estrangeiros, este pronunciamento trata de situações não previstas na legislação fiscal brasileira.


Via blog Cláudia Cruz

09 agosto 2009

Método Direto

Através do Discussion Paper (DP) No. 1630-100, Preliminary Views on Financial Statement Presentation, o Fasb e o Iasb estão planejando defender o maior uso do método direto para determinação do fluxo de caixa das atividades operacionais.

Atualmente os métodos diretos e indiretos podem ser usados, embora as entidades defendam o direto. Mas as empresas na prática - algumas alegando razões de custo da informação - optam pelo indireto.

O método indireto parte do lucro para chegar ao fluxo, sem mostra claramente quanto a empresa recebeu dos seus clientes e quanto efetuou de pagamento de despesas.

Entretanto, o método indireto permite que seja possível visualizar a diferença entre o caixa gerado e o lucro obtido num exercício.

25 maio 2009

As novas Demonstrações Contábeis

Acho interessante que quando falo das novas demonstrações contábeis as pessoas reagem com surpresa. Isto é um sinal de que a discussão conjunta entre Iasb e Fasb sobre o assunto ainda não chegou ao Brasil. As mudanças previstas são significativas e representa uma reformulação do que atualmente é ensinado na graduação. Mais até que a Lei 11638.

Em resumo as principais alterações são as seguintes:

a) Exigência da Demonstração dos Fluxos de Caixa pelo método direto. Apesar das normas atuais insistirem que o método direto é melhor que o indireto, a maioria das empresas utiliza o que não é recomendável. Quem está errado: o regulador ou as empresas? As empresas acreditam que implantar o método direto aumenta o custo de produção da informação. Uma estimativa da CFO para item chega a 5 milhões no primeiro ano de adoção do método direto, mais 2 milhões para os períodos seguintes. Será?

b) Conciliação entre o Fluxo de Caixa e o Comprehensive Income

c) Classificação em Operacional, Investimento e Financiamento - Utilização dos três grandes grupos para as principais demonstrações, incluindo balanço e DRE.

08 maio 2009

A Nova Contabilidade

Conforme já comentado anteriormente neste blog, existe uma proposta conjunta do Fasb e do Iasb em mudar as demonstrações financeiras, classificando todos os itens do balanço, da DRE e dos fluxos de caixa, em financeiro e dos negócios (operacional e de investimento).

Uma crítica que já está sendo feita a proposta (Critics Pan New Financial Statements, Tim Reason, CFO.com, 24/4/2009) mostra este problema:

Como resultado, cada um das três demonstrações – balanço patrimonial, demonstração do resultado e demonstração dos fluxos de caixa – serão divididas em duas grandes seções: negócios e financiamento.
A seção de financiamento irá incluir todas as atividades de obtenção de recursos para os negócios da empresa. Para instituições não financeiras, isto inclui primariamente caixa, empréstimos bancários, títulos e outros items que representam o esforço de obter capital.

Na seção de negócios – que poderá ser subdividida em operacional e investimento – terá o foco no que a empresa produz de produtos e serviços. A categoria operacional irá incluir a receita e despesa gerada pela atividade principal e a categoria de investimento irá incluir atividades que geram retorno, mas que não são o foco.
Muitos, particularmente os bancos, comentam que o Fasb e o Iasb necessitam esclarecer mais as atividades de operações e investimento. “Eles estão usando a mesma terminologia que nós usamos no FAS 95 para fluxos de caixa, afirmou John Hepp, partner da Grant Thornton a CFO. Mas elas tem um significado completamente diferente.


Interessante, não? Você sabia disto? O mesmo texto cita uma pesquisa entre os CFO e a grande maioria não estava familiarizada com a proposta. E mesmo aqueles que afirmaram saber da proposta, muitos alertavam para o custo e o benefício da alteração.

12 novembro 2008

Ainda GM

Segundo GM shares plunge after analyst sees them hitting zero, as ações da GM cairam 30% na segunda depois da análise do Deutsche Bank.

Mas achei muito interessante a observação do excelente blog Footnoted. Este blog faz uma postagem por dia, analisando as entrelinhas dos textos das demonstrações financeiras das empresas com ações na bolsa dos EUA. Ou seja, é um blog único por analisar TEXTOS, não números. Em GM’s incredibly sobering 10-Q… o blog lembra que dentro das 337 páginas do 10Q da GM o termo “going concern” foi utilizado 15 vezes!.

E, apenas no caso se ainda há dúvidas sobre exatamente quanto a GM está com problemas (...) a empresa menciona as palavras "em continuidade" - um termo contábil que causa arrepios na maior parte dos investidores - nada menos do que 15 vezes no texto


Para mais notícia, veja este artigo da CFO sobre os termos “going concern” e “eventos subseqüentes” conforme proposta de minuta do Fasb.

05 setembro 2008

Finanças Pessoais

Sobre finanças pessoais, um texto interessante de Stephen Dubner sobre o assunto:

Em uma sociedade com um sistema financeiro moderno e bem complexo como os Estados Unidos, provavelmente não é um bom sinal o fato de mais da metade de seus cidadãos não serem capazes de lidar com economia básica, como mostrado em um novo estudo de Lusardi, intitulado "Alfabetização Financeira: Uma Ferramenta Essencial para uma Opção Informada pelo Consumidor?" Entre os conhecimentos básicos estão saber como um cartão de crédito realmente funciona; entender a beleza do juro composto e o horror de pagar o valor mínimo do cartão de crédito; saber como economizar e investir mesmo quando pensa que não pode etc.


Na entrevista, uma questão interessante:

P.: Se você fosse presidente dos Estados Unidos por um dia (ou mais), quais seriam os cinco itens de alfabetização financeira que tentaria ensinar a todos?

R.: Se fosse presidente por um dia, eu gostaria que os seguintes assuntos fossem ensinados no colégio:

1. O básico sobre como os mercados funcionam. Coisas como: é a lei da oferta e demanda que determina os preços em mercados competitivos e a taxa de juros é o preço do dinheiro.

2. O valor temporal do dinheiro e o funcionamento do juro composto: porque muitos pagamentos nas finanças acontecem em pontos diferentes do tempo, é preciso saber como comparar os pagamentos. O desconto está na base do preço de um ativo. Qual é o preço dos títulos? É o valor no presente de seus pagamentos. A composição dos juros é um conceito fundamental e exige um pouco de matemática. É muito importante entender a composição dos juros para poder apreciar plenamente a importância de começar a economizar cedo e como tomar empréstimos e administrá-los.

3. O conceito básico de risco e o funcionamento da diversificação do risco e seguro: muitas das decisões sobre poupar e investir estão ligadas a como lidar com o risco.

4. Contabilidade básica: para saber os valores líquidos é preciso subtrair ativos e obrigações, e que faz uma grande diferença entre escolher preços de mercado e preços contábeis.

5. Direitos e responsabilidades dos consumidores e instituições. As pessoas precisam saber que há uma Sociedade Federal de Seguro de Depósito, que os depósitos bancários são seguros (até US$ 100 mil) e que não há necessidade de fazer fila para sacar depósitos; elas precisam saber quem tem e não tem deveres fiduciários e o que significa o uso de um consultor financeiro (você não pode processá-los em caso de queda do mercado de ações).



Texto completo, aqui. Dica de Conjuntura Contábil