Translate

Mostrando postagens com marcador cruzeiro do sul. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador cruzeiro do sul. Mostrar todas as postagens

29 agosto 2012

Cruzeiro do Sul

(...) a maior parte dos empréstimos falsos teria sido criada em nome dos associados da Ambra [Associação Beneficente dos Músicos Militares do Brasil], de acordo com duas fontes que participaram da inspeção. Eram pessoas que não tinham tomado os empréstimos, mas, que na carteira do banco, apareciam como devedoras. Essas operações sem lastro começaram a ser feitas há pelo menos cinco anos.
Por meio de um convênio com a Ambra, o Cruzeiro também fazia empréstimos reais com os associados.
Depois de criar esses empréstimos, o banco teria transferido o dinheiro dos créditos à associação. O destino final dos recursos, porém, ainda não é conhecido. É isso o que os próximos passos da investigação tentarão determinar daqui para a frente. (...)
Cruzeiro falsificou crédito a militar - Por Carolina Mandl e Cristiano Romero - Valor Econômico - 28/08/2012

15 agosto 2012

Cruzeiro do Sul

O banco Cruzeiro do Sul vai apresentar hoje um balanço com um passivo a descoberto de cerca de R$ 2 bilhões, segundo o Valor apurou. O rombo total do banco, que está sob intervenção do Banco Central desde 4 de junho, chega a quase R$ 3 bilhões, mas o patrimônio líquido, de R$ 900 milhões, ajuda a cobrir parte disso.

O volume de créditos que pode ter sido falsificados [1] pelos controladores do banco - Luiz Felippe e Luiz Octavio Indio da Costa - ficará dentro das estimativas iniciais do BC, em R$ 1,3 bilhão. A diferença, de cerca de R$ 1,7 bilhão, vem de uma lista supostas irregularidades [2] de mais de 50 itens encontradas pela auditoria. O BC, o Fundo Garantidor de Créditos e a PwC comandam a revisão dos números.

Entre as supostas irregularidades [2] encontradas estão, por exemplo, a concessão de empréstimos para empresas de fachada, que indicaram não ter capacidade de honrar com os empréstimos tomados - todas localizadas no Rio de Janeiro, onde fica parte do banco. (...)

Cruzeiro deu crédito a empresas de fachada - 14 de Agosto de 2012 - Valor Econômico - Carolina Mandl

[1] É interessante a postura da jornalista. Geralmente os textos falam de forma a não se comprometer.
[2] Aqui o tom já é mais ameno.

06 agosto 2012

Cruzeiro do Sul

O texto a seguir é da semana passada, mas é muito interessante [Estou tentando evitar textos longos, mas este vale a pena]:

A empresa de auditoria Ernst &Young solicitou ao Banco Central (BC) e à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para desconsiderar o parecer que emitiu sobre o balanço do banco Cruzeiro do Sul do primeiro trimestre deste ano.[1] O banco está sob intervenção do BC desde o início de junho.

Em carta enviada às autoridades, a 
Ernst &Young  afirmou que os administradores do banco omitiram dos auditores informações sobre os problemas patrimoniais que o Cruzeiro do Sul já enfrentava na data da publicação do parecer, dia 15 de maio. [2]

"Se [os fatos] fossem de nosso conhecimento, nos teriam levado a não emitir tais relatórios em caráter conclusivo" [3], disse a 
Ernst &Young  em documento encaminhado ao BC e à CVM em 2 de julho. A empresa pede às autoridades a desconsideração e a retirada do relatório dos sites públicos. [4]

O relatório da 
Ernst &Young  continha uma ressalva, o que equivale a um erro encontrado nas contas do Cruzeiro do Sul do primeiro trimestre. Para os auditores, o patrimônio líquido e o resultado trimestral estavam superavaliados em R$ 10,7 milhões. De janeiro a março de 2012, a instituição controlada por Luis Felippe Indio da Costa e por Luis Octavio Indio da Costa registrou um prejuízo de R$ 57,8 milhões.

Ernst &Young  afirma que, para emitir os relatórios, se baseou em indagações feitas aos administradores do banco. Segundo a empresa, por ser uma revisão trimestral, o trabalho possui um alcance menor do que uma auditoria, que só é feita para o balanço anual. [5]

O pedido foi até agora negado pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que está gerindo o Cruzeiro do Sul desde que o banco entrou no regime de administração especial temporário. O FGC afirma que, para fazer isso, precisa de autorização do BC e da CVM, o que ainda não ocorreu. Procurado pela reportagem, o BC não retornou a solicitação de entrevista. A CVM disse que não comenta casos específicos. A 
Ernst &Young  informou que não se pronunciaria.

Em carta enviada à
Ernst &Young , o FGC afirma também que os números do banco foram revisados pela firma de auditoria e que eles servirão de base para a apuração de responsabilidades por parte do BC. Essa nova auditoria está sendo feita pelo Banco Central, pelo FGC e pela PwC. [6]

Diante da negativa, a 
Ernst &Young  pediu ao banco que publicasse no site do Cruzeiro do Sul seu pedido de desconsideração dos relatórios. A solicitação foi aceita. [7]

Ontem, cerca de 200 investidores se reuniram para decidir o destino de dois fundos de "private equity" - Platinum e Equity - que investiram R$ 450 milhões em uma empresa controlada por Luis Felippe, a Patrimonial Maragato. Ambas as assembleias foram remarcadas para 9 de agosto por falta de informações mais detalhadas sobre o patrimônio da Maragato.


E&Y diz que não soube de problemas no Cruzeiro - 31 de Julho de 2012 - Valor Econômico - Carolina Mandl | De São Paulo

[1] Confesso que isto é uma novidade. Não sabia deste termo.
[2] Os usuários esperam que a empresa de auditoria descubra quando o administrador está omitindo informações. Além disto, a empresa tem livre acesso a contabilidade.
[3] Confiamos na experiência de uma empresa de auditoria. Já a empresa de auditoria deve conhecer o mínimo de teoria dos incentivos da economia: os administradores, diante de uma situação de fraude, não têm incentivos para revelar a existência desta situação. Cabe a empresa de auditoria ter ferramentas suficientes para descobrir estes fatos.
[4] Querem suprimir a história da fraude? Isto é censura. Precisamos guardar este documento para os anos vindouros, comprovando a existência deste parecer.
[5] Mas o problema do banco não se resumiu ao balanço do primeiro trimestre. Ou estou enganado?
[6] Eis um ponto interessante: ao suprimir o parecer, a E&Y estaria tentando reduzir os efeitos de um eventual processo judicial. Ou não?
[7] Acho que isto não deveria ser feito.

16 julho 2012

Cruzeiro do Sul

O Cruzeiro do Sul tem um rombo de pelo menos R$ 2,5 bilhões - o dobro do que o Banco Central (BC) imaginava quando decretou intervenção na instituição, no dia 4 de junho. A conta pode aumentar porque a apuração do buraco ainda não terminou. O trabalho está sendo feito pelo próprio BC, pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) e pela empresa de auditoria PricewaterhouseCoopers.

Essa situação pode inviabilizar uma solução de mercado para o Cruzeiro do Sul. A intenção do BC e do FGC é recuperar o banco e achar um comprador para evitar a liquidação. A expectativa era de que, encerrado o pente-fino nas contas do banco, o buraco chegasse a R$ 1,8 bilhão. Inicialmente, o BC estimou o rombo em R$ 1,25 bilhão, resultado da descoberta de fraudes contábeis concentradas em empréstimos consignados falsos.

O BC tinha detectado 300 mil operações como essas. O número cresceu e a conta já alcança cerca de R$ 1,6 bilhão. Os R$ 900 milhões restantes (para totalizar os R$ 2,5 bilhões) são consequência de ativos super avaliados, passivos tributários e provisões contra perdas de crédito inferiores às regras do BC, entre outros problemas.


Fonte: Aqui

08 junho 2012

Cruzeiro do Sul

O Banco Central localizou irregularidades no registro de milhares de pequenos empréstimos com desconto em folha de servidores e de aposentados do INSS feitos pelo Cruzeiro do Sul. Somados, explicam um rombo que pode passar do R$ 1,3 bilhão já contabilizado.

Diferentemente do PanAmericano, que vendia os empréstimos a outros bancos, os do Cruzeiro do Sul estão dentro da própria instituição, em fundos de investimento que, na prática, beneficiam-se do ganho dos empréstimos, chamados FIDCs.

Se há inadimplência nos empréstimos, o fundo perde. Se eles são falsos, o fundo tem ganhos fictícios.

A identificação, que ocorreu entre março e abril, só foi possível porque o BC agora inspeciona empréstimos com valores a partir de R$ 1.000 -medida tomada após o escândalo do PanAmericano.

Leia mais aqui.



05 junho 2012

Cruzeiro do Sul


Fato: O Banco Central decretou intervenção no Banco Cruzeiro do Sul. O Fundo Garantidor de Crédito, na figura de um dos seus diretores,  foi designado como administrador temporário da instituição. Parece que o FGC não pretende devolver o banco para os controladores, mas vendê-lo após o saneamento. No comunicado do Banco Central alega-se “insubsistência em itens do ativo”, avaliadas em até 1,3 bilhão de reais.

Primeiras providências: A Price foi contratada para “avaliar os números do banco”.  Esta Due Diligence deverá demorar dois meses. As ações foram suspensas na bolsa de valores. A renegociação das ações poderá demorar até três meses.

Histórico: o banco foi fundado (ou comprado) em 1993 e atualmente é comandado pelo filho, Luis Otávio. Este, por sua vez, é presença constante nas colunas sociais. A família foi afastada da direção do banco.

Na última informação contábil o banco apresentou um prejuízo. A liquidez no passado foi garantida com a venda de títulos nos mercados mundiais, mas a crise financeira reduziu esta possibilidade.

O banco possui poucas agências e teve seu rating rebaixado em março pela Moody´s. Por ser um banco pequenos, alguns analistas acreditam que a influencia será reduzida.

E a contabilidade? – Em geral quando existe a intervenção numa instituição financeira há grande probabilidade de fraude contábil. Até o momento não se sabe da existência de problemas na contabilidade do banco Cruzeiro do Sul, mas a Polícia Federal já está investigando o assunto. O FGC levantará um balanço especial para mostrar a situação atual da instituição.
Mas algumas informações já comentam sobre uma fraudeparecida com a do Panamericano, que produziu um patrimônio líquido negativo de 150 milhões.

Nos últimos meses a instituição já era notícia, com problemas nos pareceres dos auditores, acusações de desvios e investigações, problemas com a massa falida do BancoSantos, republicação de balanços. Com respeito a questão contábil da instituição, a notícia mais detalhada é esta:

Em prática que alguns concorrentes apelidaram de "contabilidade criativa", o Cruzeiro tem por costume manter as operações de crédito que gera em fundos de direitos creditórios que são detidos pela instituição. Quase 100% dos R$ 8 bilhões de ativos de crédito que o banco possui hoje estão em fundos. É justamente sobre isso que as autoridades começaram a se debruçar para entender melhor as operações tão incomuns no mercado.
Dentro desse fundos, o Banco Central chegou a detectar que as provisões para créditos duvidosos não vinham sendo feitas de forma tão rigorosa quanto deveriam caso estivessem diretamente dentro do banco. Em meio a isso, o Banco Central começou a cobrar de diversos bancos no ano passado um provisionamento mais minucioso dos bancos, incluindo o Cruzeiro do Sul.
Somado a isso, o banco dos Indio da Costa ainda enfrentou no ano passado um cenário bastante difícil para as captações de recursos no exterior, que representam 25% do seu "funding", com R$ 2,89 bilhões.
Outra importante fonte de recursos, a emissão de Depósito a Prazo com Garantia Especial (DPGE), teve suas regras alteradas pelo governo no ano passado, o que apertou essa opção de "funding". A emissão desse tipo de título tem de ser reduzida até ser extinta em 2016. O Cruzeiro vendeu a investidores R$ 2,28 bilhões dessa modalidade de papel.
Para agravar sua situação financeira, a partir deste ano, o Banco Central impediu que os bancos reconhecessem de uma só vez o resultado da venda de carteiras de créditos em que o banco desse a garantia das operações. Agora, o lucro dessas transações tem de ser reconhecido ao longo da vida da própria carteira, incorporando as perdas que o banco terá com inadimplência e pagamentos antecipados.