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06 setembro 2009

Controle Gerencial

Este estudo tem por objetivo verificar qual foi o impacto que a internacionalização das operações de uma empresa de serviços em seu sistema de controle gerencial. A orientação desta pesquisa foi norteada pela premissa de que, conforme o aumento do escopo geográfico das operações de uma organização a complexidade administrativa também aumenta, determinando a adoção de novos e mais sofisticados sistemas de controle. As evidências coletadas indicam que não houve total adaptação dos sistemas de controle gerencial ao novo contexto. À luz desses resultados é possível destacar a necessidade de considerar variáveis contextuais e organizacionais, em conjunto com medidas habituais medidas financeiras, para que se possa atender aos interesses dos diversos stakeholders da organização.

Controle Gerencial em Empresas Brasileiras Internacionalizadas do Setor de Serviços – O CASO DA SPOLETO
Mauro Silva Florentino, Josir Simeone Gomes

06 junho 2009

Controle

O instituto do tag along e o espírito da lei
Leslie Amendolara
2 Junho 2009 - Valor Econômico

(...) Estudo realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi) revelou que apenas 37% das empresas listadas na BM&FBovespa não possuem a figura de um controlador definido. O estudo informa ainda "que se for observada a relevância dessas empresas para o mercado a participação é ainda menor". Essas empresas representam 5,2% da receita das companhias em 2008 e 6% do valor de mercado da Bovespa. O que significam esses números? Significam que 94% do valor de mercado está em poder dos controladores, demonstrando a pouca pulverização das ações e, em consequência, a fraqueza do acionista minoritário. Cabe, assim, aos controladores a responsabilidade pela conduta ética das empresas, porque existe uma disciplina do poder a ser observada por quem comanda, consistindo no dever de manter elevado o espírito público para dar exemplo àqueles que devem obedecer-lhes.

03 maio 2009

O caso Sadia

Seria interessante que os professores de controladoria pudessem discutir em sala de aula o caso Sadia. Como uma empresa deste porte permitiu um prejuízo de 2,5 bilhões de reais com derivativos.

Após a notícia, a providência da empresa foi demitir do diretor financeiro, providenciado um culpado. Mas esta medida é muito simplista, pois certamente a ausência de controles é de responsabilidade da presidência. É sempre bom lembrar um conceito importante da teoria administrativa:

Você delega funções, mas não responsabilidades


Isto diz muito sobre o fato da diretoria imputar no ex-diretor a culpa pelo prejuízo. Um texto da Gazeta Mercantil (Ex-diretor da Sadia diz que se reportava ao conselho, 8/4/2009, p. 1, Fabiana Batista) mostra que o ex-diretor, Adriano Lima Ferreira, afirmou que reportava diretamente ao Conselho de Administração. Uma consulta a página da empresa na internet mostra que são as pessoas que compõe este Conselho.

Mais ainda, Ferreira afirmou que as operações que trouxeram prejuízo em 2008 foram as mesmas que corresponderam a 60% do lucro da empresa nos últimos seis anos.

Mas observe o que afirmou o ex-diretor para Folha de São Paulo ("A Sadia sabia de tudo", afirma ex-diretor, 9/4/2009, Cristiane Barbieri)

FOLHA - As de derivativos tóxicos também?
FERREIRA - As operações dois para um começaram em meados de 2007. A empresa ficou mais de um ano fazendo essas operações, que tiveram várias auditorias. Quando se fechava uma operação desse tipo, a boleta ia para nossos operadores, para a contabilidade e à controladoria da companhia, que era separada da área financeira. Ia também para a auditoria interna e para o conselho de administração. Pela atipicidade da cultura financeira da empresa, a auditoria independente, a KPMG, tinha uma equipe financeira destacada para auditar a área financeira da Sadia.

FOLHA - Não era uma auditoria de empresa não financeira?
FERREIRA - Havia uma auditoria principal para a área de alimentos, que buscava apoio numa equipe de auditores de bancos, corretoras e instituições financeiras, porque a Sadia tinha uma cultura financeira forte, operava todos os instrumentos disponíveis no mercado. As operações, sejam derivativos ou não, sempre foram contabilizadas, auditadas e aprovadas em várias instâncias. Havia alçadas rigorosamente atendidas e relatórios mensais.

FOLHA - Eles eram detalhados?
FERREIRA - Não havia o nível de detalhamento [de todas as operações] porque não fazia parte da cultura da companhia. Você apresentava resultados que as operações deram, a exposição dessas operações, simultaneamente com apresentações da área de risco. Em 2003, determinou-se que o limite de risco do câmbio era de 20% sobre o patrimônio, equivalente a R$ 600 milhões ou R$ 700 milhões de perda assumida. Só que havia 95% de confiança nessas operações e 5% de risco. Esse "modus operandi" era o dia a dia da companhia. Agora, de um dia para outro, dizer que não sabia dessas operações? Como não sabia? Tinha diversas auditorias e formas de controle que eram apresentados todo mês.

FOLHA - O conselho de administração e a presidência executiva sabiam das operações?
FERREIRA - As operações eram apresentadas a eles. Todas foram registradas, auditadas e aprovadas. Quando aconteceu uma crise desse tamanho, não só a Sadia, mas centenas de empresas no Brasil, no México e na Ásia, principalmente, tiveram os mesmos problemas. Quando se faziam essas operações, usavam-se como base cenários e probabilidades que, quando colocados nos modelos [econométricos], era difícil de a perda não compensar seu uso. Tanto é que centenas de empresas os utilizavam.

FOLHA - Por que a área financeira não se reportava à presidência executiva?
FERREIRA - Nos seis anos em que eu estive lá, 60% dos resultados da companhia eram de operações financeiras. Se olhar para trás, o percentual era maior. A empresa só teve lucro em alguns anos por causa da área financeira. Até o primeiro semestre de 2008, 80% dos lucros vieram dessas operações específicas. A estrutura de governança da companhia espelhava uma cultura financeira, de uma empresa que tinha uma corretora, que tinha uma tesouraria ativa, que tinha um projeto de criar um banco, que aconteceu. A companhia sempre teve um risco financeiro. A estrutura, quando o presidente-executivo assumiu, em 2004, tinha forma do reporte da diretoria financeira para o conselho [por causa dessa cultura]. Mas contabilidade, controladoria e jurídico, que aprovava as operações, estavam sob a área executiva. Se fechasse uma operação [de derivativo] hoje, no mesmo dia o boleto estava na mão dele [do presidente-executivo].
(...)


Aproveitem estudiosos da controladoria. Este é um excelente caso para discutir sobre controles, auditoria, responsabilidade, etc.

17 abril 2009

Controle Interno do Banco Mundial

Banco Mundial falha no combate a fraudes
Valor Econômico - 17/4/2009

Os procedimentos do Banco Mundial para detectar fraudes em seu principal programa de assistência a países pobres foram classificados como "fraqueza estrutural" num relatório interno, aumentando os problemas do banco no tratamento de questões de corrupção.

O Grupo de Avaliação Interna do banco deu-lhe a pior nota possível para procedimentos de deteção de fraude no programa de assistência de US$ 40 bilhões, chamado de Associação Internacional de Fomento. Isso pode prejudicar contribuições à iniciativa, que oferece empréstimos sem juros e um programa de doações aos 78 países mais pobres do mundo.

O relatório de 690 páginas, o primeiro para o programa, foi completado no fim do ano passado. Desde então tornou-se objeto de longas discussões entre o alto escalão do banco e a divisão de avaliação independente sobre se a classificação de "fraqueza estrutural", a pior de quatro possíveis avaliações, era justificada. Nenhuma das outras notas do programa foram baixas.

"Os tradicionais sistemas de controle dos bancos não foram projetados para resolver questões como fraude e corrupção", disse Ian Hume, um dos autores do relatório. "Eles foram criados para garantir a eficiência e integridade financeira do banco - ao menor custo possível". Isso aumenta o risco de corrupção no uso dos financiamentos da AIF, disse ele.

Há anos que o Banco Mundial tem sido alvo de críticas de que não leva a corrupção suficientemente a sério, e alguns funcionários temiam que a publicação do relatório estivesse sendo adiada por motivos políticos. Funcionários do banco dizem que houve muita pressão especialmente dos Estados Unidos para divulgar o relatório.

"Tivemos uma interação dura mas cordial com a direção (do Banco Mundial) durante esse processo", disse Cheryl Gray, diretora do grupo de avaliação.

O relatório foi publicado no website da unidade na quarta-feira à tarde, mas não recebeu destaque. Sua presença era notada por um pequeno ícone no canto inferior direito da página. Gray disse que o grupo não pretendia esconder o relatório e que a divisão não divulgou um comunicado à imprensa porque o relatório era "técnico e tinha jargão demais". Depois de questionamentos feitos pelo Wall Street Journal, o documento ganhou mais destaque no site.

O relatório concluiu que o Banco Mundial tinha, "até recentemente, poucas ou nenhuma ferramenta específica" para tratar diretamente de fraude e corrupção "em todos os estágios do processo de financiamento". Um comitê assessor que apoiou a designação de "fraqueza estrutural" escreveu que questões de fraude e corrupção "envolvem um risco considerável à reputação, podendo possivelmente causar uma perda de confiança dos vários interessados" no banco.

Nos EUA, o governo do presidente Barack Obama pediu recentemente ao Congresso que aprove uma contribuição de US$ 3,7 bilhões em três anos à AIF. Um integrante da maioria democrata no Congresso disse que ainda é muito cedo para saber se o relatório dificultaria a aprovação dos recursos. Em 2007, o Banco Mundial obteve de países doadores e de fontes internas um total de US$ 41,6 bilhões em compromissos de fundos para a AIF em três anos.

Funcionários do Banco dizem que o programa da AIF enfrenta desafios particularmente difíceis, porque a corrupção geralmente é um problema especialmente nos países pobres. "Nós operamos em alguns dos locais mais difíceis do mundo", disse um integrante do alto escalão do Banco. "Estamos sempre tentando melhorar as coisas."

A diretoria do banco pressionou para mudar a designação do quesito fraude e corrupção melhorada um grau, para "deficiência significativa". O argumento era que o grupo de avaliação não levou em conta as medidas adotadas pelo banco no último ano para melhorar seus sistemas de fiscalização e controle.

"O banco está totalmente comprometido em melhorar seus esforços de administração e de combate à corrupção em suas atividades de fomento ao desenvolvimento", afirmou a diretoria em comunicado. Ele cita várias melhorias, incluindo a criação de um conselho consultor independente. O banco informou também que está tentando integrar melhor os órgãos de prevenção de fraudes e corrupção à suas operações gerais.

O relatório não examina casos específicos de corrupção, embora ressalte que isso já foi divulgado em várias ocasiões, a exemplo de contratos para construir postos de saúde na Índia. Em vez de investigar, o papel do grupo é avaliar os sistemas e procedimentos existentes para evitar a corrupção ou identificá-la quando ela ocorrer.

O relatório adota padrões semelhantes aos aplicados para garantir a boa governança das empresas. No geral, a AIF se saiu bem na avaliação. "A descoberta de uma única fraqueza estrutural (...) no contexto geral deve ser considerado um resultado relativamente respeitável", afirmou o relatório.

Durante décadas, o Banco Mundial basicamente ignorou a corrupção, considerando que alguma propina era o preço de se fazer negócios em países pobres. A partir de 1996, porém, o ex-presidente da instituição James Wolfensohn deu mais atenção ao tópico, como fez seu sucessor, Paul Wolfowitz, que segurou empréstimos a alguns países pobres por preocupação relativa à corrupção. Isso levou a acusações de que o banco estava aplicando regras de corrupção seletivamente.

Depois que Wolfowitz foi criticado por mostrar favoritismo a sua namorada, uma empregada do banco, alguns países em desenvolvimento trataram os esforços do banco como hipocrisia. Wolfowitz pediu demissão em 2007 e o atual presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, tem tentado despolitizar a questão da corrupção, especialmente pelo fortalecimento do Departamento de Integridade Institucional.

Avaliações de outras instituições ligadas ao governo americano também indicaram a tal "fraqueza estrutural". Um "relatório de transparência" do Departamento do Tesouro dos EUA para o ano fiscal encerrado em 30 de setembro de 2008 denunciou quatro ocorrências do mesmo tempo, incluindo três envolvendo os esforços de modernização da IRS, a receita federal americana, na segurança de seus sistemas de informática e na contabilidade, e uma das ocorrências envolve até os boletins financeiros do governo americano.

12 janeiro 2009

Um Caso Interessante, ora pois pois...

O antigo chefe da contabilidade do Parque Expo, empresa pública que organizou a Expo-98, foi condenado pelo Tribunal Cível de Lisboa a indenizar a cooperativa "Mar da Palha" em mais de 2,3 milhões de euros.

Este montante refere-se a um desfalque resultante do desvio de 32 cheques entregues pela Cooperativa "Mar da Palha" à "Parque Expo" pela compra de dois terrenos na zona da Expo-98 para construção de dois empreendimentos. O ex-chefe de contabilidade e tesouraria do Parque Expo exercia funções nas duas entidades, o que possibilitou os desvios ocorridos entre 1996 e 1998. (1)

(...) Porém, os outros dois elementos foram condenados por não terem exercido os seus deveres de controlo e fiscalização sobre Caldeira. Por outras palavras, nunca deveriam ter tido uma "confiança cega" sobre Caldeira. (2)

O esquema que conduziu ao desfalque assentou num negócio de compra da dois terrenos à Parque Expo. A cooperativa "Mar da Palha", representada por Caldeira e os outros dois elementos também ligados à Expo, pretendia construir para os seus cooperantes habitações em dois empreendimentos designados "Vasco da Gama" e "Gil Eanes". Para tal, chegou a acordo para pagar pelas duas parcelas, faseadamente, um total de 7,5 milhões de euros.

Só que os pagamentos foram alvo de manipulação contabilística. Aproveitando-se dos poderes conferidos pelas funções de chefe de contabilidade e tesouraria, Caldeira conseguiu fazer constar na contabilidade os recebimentos, mas sem que isso correspondesse a efectivos depósitos bancários, apesar de a "Mar da Palha" passar os cheques. Quando o deteve, a Polícia Judiciária apreendeu-lhe vários desses cheques. (3)

Fonte: Aqui

Observações:
(1) Falha básica no controle das empresas. A mesma pessoa ocupava dois cargos em empresas com transações entre si. (2) é interessante a interpretação da justiça portuguesa. Corresponde a condenar os funcionários por desleixo ou incompetência. (3) Aqui temos o poder do método das partidas dobradas. A saída do cheque de uma empresa deveria corresponder a um lançamento na outra empresa, que não ocorreu.

07 janeiro 2009

Efeito do SPED

O texto a seguir discute um efeito (proposital?) do SPED: o maior controle tributário.

Em janeiro, empresas de diversos setores terão de conviver com uma nova realidade em uma de suas áreas mais críticas: a cobrança e fiscalização de tributos. Nessa data, entrará em vigor um novo sistema da Receita Federal que obriga as companhias a substituir toda a papelada contábil e tributária por arquivos eletrônicos. Pelo impacto da mudança, especialistas já batizaram o Sistema Público de Escrituração Digital (Sped) de "big brother" fiscal.

O objetivo do novo sistema é padronizar os processos tributários para facilitar o cruzamento de informações entre os Fiscos municipais, estaduais e da União. Para as empresas, o fato é que, com esse novo e poderoso banco de dados, a Receita vai apertar o cerco à sonegação. "O Sped aumenta a fiscalização e a arrecadação do governo, mas as empresas também se beneficiam com a diminuição da informalidade e a possibilidade de uma competição mais justa", diz José Othon de Almeida, sócio da consultoria Deloitte.

O Sped está em gestação há quatro anos e já custou R$ 140 milhões à Receita. A nota fiscal eletrônica, que passou a ser obrigatória para alguns setores em abril e avança por etapas até setembro de 2009, foi a primeira parte do programa. Com o Sped, porém, o Fisco vai além do registro instantâneo de transações entre empresas. Passará a receber, via internet, todos os pagamentos e recebimentos realizados (como compras e salários) e registrar todos os débitos e créditos gerados nessas operações. (...)


''Big brother'' tributário entra em vigor em janeiro
Empresas terão de substituir papelada por um novo sistema eletrônico
Marianna Aragão


Uma questão não abordada pelo texto é o fato de que o SPED, ao permitir maior fiscalização, promove uma maior igualdade, em termos de competição, entre as empresas.

Sobre o assunto, outro aspecto comentado é o reflexo na cadeia de valor, que leva mesmo quem não está obrigado, a adotar o SPED:

(...) Pequenos negócios têm aderido espontaneamente à medida, em uma reação em cadeia. "O elo principal acaba forçando seus fornecedores e clientes a entrar no sistema, para facilitar as transações. É um processo natural", afirma o consultor José Othon de Almeida, da Deloitte. A situação tem ocorrido com alguns dos setores incluídos até agora - fabricantes de bebidas, cimento, cigarros e automóveis, entre outros -, formados, em sua maioria, por gigantes, mas que têm as MPEs entre seus parceiros de negócios.


Empresas adotam nota fiscal eletrônica mesmo sem precisar
Marianna Aragão - O Estado de São Paulo

19 dezembro 2008

Salvo pela Due Diligence

O Banco Frances Société Générale, sempre envolvido em confusões, conseguiu antecipar os problemas com o fundo de investimento de Madoff. No início de 2003, numa due diligence de rotina, uma equipe encontrou problemas com o fundo e o colocou na sua lista negra. Os problemas eram tão óbvios que o SG não hesitou em tomar esta medida.

Enquanto isto, outras instituições com mais reputação não tiveram o mesmo cuidado, segundo o NY Times.

16 novembro 2008

Nem tudo que reluz se funde

Quem levasse ouro até uma Casa de Fundição tinha que declarar seu nome, o nome do proprietário do metal (se não fosse o próprio) e onde residia. O escrivão anotava estas informações em um livro e acrescentava o número de ordem do registro, a data, o peso do ouro apresentado e sua qualidade (expressa em quilates). No fim do dia, o tesoureiro registrava em um segundo conjunto de livros a movimentação diária do ouro naquela Casa de Fundição e o rendimento do quinto [imposto sobre o outro]. Terminado um livro, era feito o recenseamento do total apresentado.

Os registro da Casa de Fundição do Serro Frio dão conta de que, no dia 15 de julho de 1767, a cigana Joana Soares chegou lá com 4 onças de ouro (113,4 gramas). Por elas, pagou o quinto de 6 oitavas e 28,8 grãos, isto é: 22,9504 gramas. Fazendo as contas, conclui-se que o imposto pago por Joana Ultrapassou os 20% do total registrado. Teria sido erro de cálculo? Não. Na verdade, a cigana possuía 114,752 gramas, e não os 113,4 gramas que aparecem no registro. A diferença eram impurezas, que lhe foram descontadas no momento de se fundir a barra com a qual saiu de lá.

Esta diferença entre o ouro em pó impuro e o ouro em barra puro chamava-se "quebra". A julgar pleos registros dos quintos, a qualidade do ouro em pó em circulação em Minas Gerais melhorou bastante a partir da instalação das casas de fundição. No Serro, por exemplo, de 1753 a 1755, as quebras ficaram em torno de 3,375%. Uma década depois, de 1766 a 1767, haviam diminuído para 0,764% do total de ouro em pó apresentado. (...)

As casas de fundição também deviam ter livros com os nomes das pessoas que fossem comerciar em Minas, para comparar o valor do ouro fundido por eles com os livros dos postos fiscais (registros), que documentavam todos e tudo o que passava nas vias de acesso da capitania. O objetivo era ver se os bens apresentados e declarados pelos comerciantes correspondiam ao valor das fazendas [tecido] e gêneros que importavam. Com esta medida, Minas antecipou em dois séculos e meio a função fiscal da extinta CPMF: quem sonegasse seu ouro caía na malha fina!


Trecho da excelente Revista da Biblioteca Nacional, que em novembro dedica várias reportagens a questão do ouro em Minas Gerais. O trecho acima é muito interessante. Podemos usá-lo em custos (quebra!), contabilidade fiscal (quinto) e legislação (função dos livros de registros).



Fonte: Aqui

14 outubro 2008

Frase

de contabilidade e controle - são estes os principais aspectos necessários para o bom e correto funcionamento da primeira fase do sociedade comunista

Lênin, 1917, citado em Rayman, Accounting Standards: True or False, London, Routledge, 2006, p. 19

08 outubro 2008

Padrão nas crises?

Olhe as duas figures. Você consegue enxergar algum padrão?



Uma pesquisa mostrou que quando uma pessoa sente que não possui controle sobre sua vida, tem-se mais probabilidade de ver padrões onde não existe. (A imagem da esquerda não tem nada; da direita, o planeta Saturno e seus anéis) Pessoas com tendencia a acreditar em conspirações e supertições possuem este tipo de sentimento.

Esta pesquisa foi usada aqui para tentar entender os políticos que enxergam padrões onde não existe.

23 julho 2008

Custos de Itaipu

O então candidato a presidência do Paraguai, Fernando Lugo, prometeu abrir as contas da hidroelétrica Itaipu.

Agora, conforme informa agências internacionais (Lugo no podrá abrir al público cuentas de Itaipú, AP Spanish Worldstream -22/07/2008) o futuro diretor local da usina, Carlos Balmelli, reconhece que isso não será possível pois um tratado internacional está acima de leis nacionais.

A usina não pode ser controlada por órgãos nacionais, como a Contraloría General del Estado.

24 abril 2008

Caso do Guggenheim e as lições de controle

O caso do desvio de recurso do Guggenheim, em Bilbao, Espanha, é uma lição do que não se deve fazer com respeito ao controle interno. (aqui, link anterior).

Num texto do El Diario Vasco, La mano negra del Guggenheim, de Inaki Esteban (21 de abril de 2008), isso fica muito claro.

Descoberta ao acaso do problema

Según la versión aportada por el Guggenheim, el agujero se descubrieron de forma casual. El Tribunal Vasco de Cuentas Públicas había solicitado información el 3 de abril para abrir una auditoría por la pérdida de al menos seis millones de euros en una operación de cambio de divisas realizada por el museo en 2002.

En su calidad de director de Administración y Finanzas, Cearsolo era quien solía responder a los auditores. Pero esta vez se encontraba casualmente de baja desde el día anterior y la petición fue a parar a manos del subdirector del área, Andoni Dobaran, que empezó a sospechar al examinar unas transferencias bancarias y la emisión de unos cheques.

Aparência pode não ser importante

Abiertamente nacionalista y fiel a la cita anual del Alderdi Eguna, Cearsolo logró sin problemas la plaza gracias a su currículum, al conocimiento de la iniciativa desde su origen y a la consideración de que su labor en el control del gasto había sido buena. «Me pareció un hombre cumplidor, serio, un buen profesional», recuerda una persona que vivió de cerca los primeros tiempos del proyecto. Muestra de su vinculación con el nacionalismo, Cearsolo ejerció como tesorero de la ikastola Lauaxeta durante dos años.

Acumulação de função

En la selección de personal quedó vacante la plaza de director artístico y Vidarte pasó de ser gerente a director general y a asumir más competencias, entre ellas la organización de las exposiciones. Cearsolo acaparó el poder económico de la institución y se hizo un tipo casi imprescindible en el corazón operativo del museo: llevaba finanzas, seguridad, mantenimiento e instalaciones, información y nuevas tecnologías. En los últimos tiempos parecía que su influencia disminuía.

Sinais exteriores de riqueza

Una vecina suya de Soraluze, en Guipúzcoa, le recuerda por el «sentimiento de superioridad» que desplegaba frente a ella. En este sentido rememora cómo, en 2005, hablaba de una «casona» en Usansolo en la que iba vivir, valorada según él en 100 millones de pesetas. También se le atribuye la compra reciente de un vehículo por unos 60.000 euros. [O salário era de 68.520 euros brutos]

Falta de regra para valores elevados

En el primer informe que emitió el Tribunal de Cuentas sobre el Guggenheim, referente a la edificación del museo y a su puesta en marcha y que cubre el periodo de 1992 a 1998, el órgano fiscalizador no advirtió que en ese último ejercicio Cearsolo había emitido tres cheques por más de 160.000 euros, sus primeras prácticas irregulares.

20 abril 2008

Custo e Benefício do controle


Nos últimos anos observa-se um aumento substancial na fiscalização e controle dos entes públicos. O advento da Constituição Federal de 1988, em conjunto com outros normativos recentes, criou uma serie de entidades e instrumentos que permite uma maior transparência das ações do Estado brasileiro. Por um lado, esta transformação possibilita, a princípio, uma melhor gestão dos recursos públicos, com possibilidades para reduzir os desperdícios. Por outro lado, a criação destes mecanismos provocou um aumento dos custos na administração pública.

Isso criou uma sobrecarga de trabalho e tarefas na administração pública resultante do acréscimo de instrumentos de controle. O gestor dos recursos públicos necessita dispor de uma grande quantidade de tempo para atender as demandas burocráticas, em especial aquelas vinculadas ao controle do recursos públicos.

Existe uma predisposição em considerar que os instrumentos de controle do uso do dinheiro público seja plenamente justificável. Isto faz com que estes instrumentos sejam implantados sem que existam um estudo prévio.

Existem duas maneiras de estudar esta questão: através dos custos ou através de uma análise comparativa entre empresas (comparando uma empresa estatal e uma empresa não estatal que atuam no mesmo setor).

18 abril 2008

Frase


O museu Guggenheim de Bilbao (foto) é um dos mais conhecidos da europa. Segundo notícia da CFO (The Art of the Steal, Bilbao-Style, Stephen Taub, 17/4/2008), descobriu-se que Roberto Barrenetxea, diretor financeiro, desviou, desde 1998, quase 800 mil dólares. Roberto prometeu devolver o dinheiro. Depois de dez anos sem ser pego pelo controle interno, para o museu, a situação é "um caso isolado".

Segundo esta reportagem do El País, o museu tinha passado por auditoria externa e pelo controle interno. Num comunicado, o museu afirma que Roberto

asumía «de manera personal el control de costes, tesorería, realización de pagos, control de ingresos y gastos, relación con entidades de crédito, seguimiento y ejecución de cobros…» (fonte: aqui)

Ou seja, descumpriu um princípio básico do controle: divisão de tarefas.

Al Qaeda


"Fiquei muito perturbado pelo que você fez", escreveu Atef. "Eu obtive 75000 rupias para você e sua família para viagem ao Egito. Eu soube que você não enviou o comprovante para o contador".

Uma reportagem do Los Angeles Times mostra que a rede terrorista era burocrática.

21 fevereiro 2008

Conclusão do óbvio

Una investigación interna del banco francés Société Générale iniciada tras una pérdida millonaria provocada por un operador, concluyó que los controles de la entidad eran poco exhaustivos. (...)

Auditoría revela fallas en el Société
El Cronista Comercial - 21/2/2008

12 fevereiro 2008

Agências de publicidade preocupadas com custos

Agências controlam mais os custos para recuperar margem
Valor Econômico - 12/02/2008

O aumento da concorrência nos últimos anos e a diversificação dos investimentos dos anunciantes fizeram com que a rentabilidade das agências de publicidade fosse caindo. Há cerca de dez anos, a margem do negócio era entre 10% e 15% maior do que é hoje. Diante do quadro, as agências vêm controlando os custos com maior rigor e tentando aumentar a produtividade de cada funcionário. (...)

O grupo [Totalcom] adota, há um ano e meio, ferramentas de gestão que permitem, inclusive, monitorar a rentabilidade de cada cliente - a receita de uma agência tradicional é proporcional ao que o cliente investe em compra de espaço publicitário. Quando o cliente não é um anunciante intensivo, a receita cai. Mesquita acompanha todos os investimentos feitos pelos clientes e quantas horas trabalhadas pelos funcionários das agências do grupo foram gastas em cada cliente - num sistema parecido ao de consultorias e escritórios de advocacia. (...)

11 fevereiro 2008

Cartões corporativos numa empresa

Empresas privadas têm controle rigoroso
O Globo - 9/2/2008

Funcionários têm de comprovar gastos e podem ser punidos se usarem cartões indevidamente

Nice de Paula*

O uso de cartões de crédito corporativos é comum nas grandes empresas, mas há regras e controle rigoroso dos gastos. A primeira regra, segundo o executivo de uma grande companhia de energia, é que o funcionário não pode usar o cartão para saque de dinheiro.

— O empregado recebe a senha do cartão, mas não pode usar para sacar em caixa automático — conta o executivo, que também já teve cartões em empresas de outras áreas e preferiu não se identificar.

Segundo ele, sua empresa atual não permite o uso do cartão em postos de gasolina. O objetivo principal é o uso como verba de representação: por exemplo, para almoço ou jantar com algum convidado. Além da cópia da boleta do cartão, é preciso entregar cópia da nota fiscal do estabelecimento onde foi feita a despesa e uma justificativa para o gasto.

Os valores disponíveis variam de acordo com a empresa e o cargo do executivo, mas a maioria impõe um limite mensal de gastos para o cartão. Numa empresa de telefonia, os limites do cartão corporativo variam de R$5 mil a R$20 mil nos níveis de gerente e diretoria, e há cartões sem limites para alguns executivos. Numa multinacional do setor químico, o cartão é dado a funcionários dos mais variados cargos e não apenas a diretores ou gerentes que possuem o benefício.

— Depende muito da função. Se ele faz muito serviço externo, tem gastos com almoços e transporte, terá um cartão — diz um executivo.

“O gasto tem que ser compatível com a função que a pessoa ocupa”

O principal na multinacional é a fiscalização. Para cada gasto, o funcionário tem que apresentar os recibos com nota fiscal. Os documentos são entregues, com uma justificativa formal, a seu superior, que o analisa e decide se aprova. Em seguida, os recibos são enviados para o setor de contabilidade, que faz nova verificação.

— O gasto tem que ser compatível com a função que a pessoa ocupa. Não faz sentido um funcionário de um setor técnico de manutenção pagar almoço para cliente. Já alguém que trabalha em atendimento certamente terá este tipo de gasto — explica um funcionário, que tem o cartão e também preferiu não se identificar.

Na empresa dele, até gastos com presentes para clientes são permitidos, desde que justificados. O funcionário de relações públicas pode comprar vários brindes para clientes. Mas há um orçamento que deve ser cumprido, com limite de gastos para cada setor. A cada quatro meses, uma auditoria externa analisa as despesas.

— Como temos ações negociadas em várias bolsas, qualquer deslize pode virar um escândalo e mexer com os papéis no mercado. A política de gastos do cartão corporativo está disponível na intranet e todos os funcionários, até aqueles que não têm o benefício, podem consultá-la — diz o executivo.

No caso de viagens, algumas empresas dão ao funcionário a opção de pegar a verba de adiantamento ou usar o cartão, e vetam o uso simultâneo dos dois, exceto em caso de emergências. O executivo da empresa de energia conta que, por uma falha da agência de viagens, sua reserva de vôo não foi confirmada. Como ele precisava ir uma reunião, comprou a passagem com o cartão e depois justificou o gasto na empresa, anexando carta da agência assumindo a falha.

Junto com o cartão corporativo, os funcionários de empresas privadas recebem as normas de utilização e as punições para descumprimento das regras. A mais básica delas é a obrigação de ressarcir a empresa em caso de gastos indevidos. Em geral, na primeira ocorrência de uso indevido do cartão, além de devolver o dinheiro, o funcionário recebe uma advertência e uma nova cópia das regras. A partir da segunda vez, as punições ficam mais graves, indo da perda do cartão corporativo até a demissão.

* Do O Globo Online

Controle e Cartões Corporativos

A questão dos cartões corporativos é interessante como um ponto de partida para discutir sobre CONTROLE em diferentes situações.

Este parece ser um caso onde o instrumento é interessante, mas que foi mal usado. Uma entrevista na Folha de S. Paulo ("No exterior, regras claras inibem abuso com cartões", 11/2/2008) com Marcos Fernandes Gonçalves (por Fernando Barros de Mello) mostra que o instrumento cartão corporativo é bom por facilitar os pagamentos menores. Gonçalves chega a afirmar que


O cartão corporativo não é culpado pela fraude, ele é a solução para combater esse tipo de corrupção, porque gera automaticamente a transparência e acaba com essa história de nota, recibo etc. Todo mundo sabe que é fácil pegar, por exemplo, um recibo superfaturado em um táxi, uma prática imoral. Se é cartão de crédito, aparece onde gastou e o valor exato. Ao surgir uma conta estranha, fiscaliza-se. Não por acaso, o escândalo só veio à tona porque os gastos ficaram registrados. Mostrou a importância de um instrumento como o Portal da Transparência. Mas há confusão sobre o que é um escândalo e o que não é.


Já o jornal O Globo (Nas contas tipo B, controle era pequeno, 10/2/2008) mostra que o problema estava em alguns tipos de contas, onde o controle é mínimo.

O principal é que se estabeleça regras mais rígidas de controle. É o que pensa o professor José Marias Pereira, especialista em administração pública da Universidade de Brasília (UnB):

— O que se constatou com os cartões é que a falta de controle e a frágil auditoria levaram de maneira natural aos abusos. O cartão é um cheque em branco na mão do funcionário.


Já o Ministro Hage (GASTOS SEM CONTROLE: Ministro diz que transparência e controle aumentaram, O Globo, 10/2/2008, Chico de Gois, Luiza Damé e Gustavo Paul), os abusos não significam que o cartão seja ruim:

Uma servidora da Presidência gastou R$40 na Feira do Paraguai, de produtos falsificados. Ficou muito fácil utilizar o cartão?

HAGE: De forma alguma. Essa mesmíssima facilidade sempre existiu, porque é suprimento de fundos. Era muito pior porque não ficavam sabendo, pois era retirado em dinheiro e depositado numa conta em nome do funcionário, que emitia cheques, sacava em dinheiro e ia comprar na Feira do Paraguai. Nunca ficaram sabendo nem bateram nos governos anteriores, porque nenhum lhes deu a oportunidade de mostrar isso na internet.

24 novembro 2007

Ajuda não contabilizada

A reportagem a seguir trata da ajuda econômica que a Venezuela está dando para a Bolívia. O problema é muitos recursos não passam pela contabilidade pública, o que significa que não tem controle.

Ayuda venezolana a Bolivia no alcanza el nivel prometido y no tiene control
Agencia EFE - Servicio Económico - 23/11/2007

La Paz, 23 nov (EFECOM).- La ayuda venezolana al presidente boliviano, Evo Morales, no alcanzó los miles de millones prometidos, en su mayoría tiene manejo reservado y, de 14 convenios firmados, se aplican pocos y solo parcialmente, según fuentes y documentos consultados por Efe.

Las cifras reales de la cooperación del presidente venezolano, Hugo Chávez, son un misterio porque no están en la contabilidad oficial boliviana, no se sabe qué es crédito y qué donación, y hubo anuncios repetidos de inversiones, muchos no concretados, señalaron las fuentes.

Los ministerios de Hacienda y de Producción mencionan 110 millones de dólares: 80 en cheques que entrega personalmente Morales a militares y alcaldes, más 30 del Tratado del Comercio de los Pueblos y la Alternativa Bolivariana de las Américas (TCP-ALBA), para productores.

También se anunciaron 8,3 millones para alfabetización, identificación de ciudadanos y ayuda por desastres naturales, más 1,5 millones para 30 radios comunitarias afines al gobierno.

Se desconocen las cifras de otros programas, como el de 5.000 becas educativas y la dotación de tractores a municipios y comunidades campesinas, cuestionada en su momento porque llegaron las máquinas sin arados.

No obstante, las cifras de la ayuda están lejos de los 2.000 millones de dólares que Morales anunció en mayo de 2006, al replicar críticas de la oposición, que denuncian la "injerencia" de Venezuela en Bolivia.

El senador Carlos D'Arlach, de la alianza opositora Podemos (derecha), dijo a Efe que se ignora la cifra global de la "tremenda danza de millones".

A su juicio, el reparto de la ayuda venezolana repercute en las cifras de la inflación, que hasta octubre llegó casi al 10 por ciento, el triple de lo inicialmente previsto por el gobierno para todo 2007.

El presidente de la Comisión de Exteriores de la Cámara de Diputados, Michiaki Nagatani, del Movimiento Nacionalista Revolucionario (MNR, derecha), declaró a Efe que los anuncios sobre la cooperación venezolana son "elegantes, llamativos para la población, pero a la hora de la verdad, lo que se va a ejecutar es otra cosa".

Los opositores protestan por la falta de registro oficial de los cheques que Morales entrega a alcaldes y militares para diversos proyectos, como la remodelación de cuarteles, para los que destinó 6,3 millones.

Por contra, Morales asegura que la ayuda venezolana es "incondicional", como la que también recibe de Cuba en salud y educación.

Los polémicos cheques son girados por la embajada venezolana en La Paz.

Los recursos del TCP-ALBA los gestiona una oficina del Banco de Desarrollo Económico y Social (BANDES) de Venezuela, cuya dirección en La Paz desconoce la Superintendencia de Bancos de Bolivia.

Según Nagatani, solo cuatro de los catorce convenios firmados se aplican y "no hay absolutamente nada" sobre otros, como la construcción de un fuerte militar y un puerto en la frontera con Brasil.

Esos proyectos castrenses, para los que se anunció una inversión de 47 millones de dólares, originaron polémica en naciones vecinas, como Paraguay, por el temor a una amenaza militar que fue desmentida por Morales.

Quedó en suspenso un préstamo venezolano de cien millones, por medio de la emisión bonos, inicialmente anunciado para apoyar el déficit fiscal boliviano, dinero que luego iba a servir para comprar dos refinerías de la brasileña Petrobras que fueron "nacionalizadas".

Tampoco se concretaron los anuncios de millonarias inversiones de la alianza de las empresas estatales Petróleos de Venezuela (PDVSA) y Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), que iban a llegar a 1.000 millones, según Chávez y Morales.

En 2006 se prometieron 170 millones para dos plantas separadoras de gas, gasoductos y una petroquímica, pero no se volvió a hablar de ello.

La última promesa significativa fue hecha en agosto pasado, cuando Chávez visitó la zona cocalera del Chapare, bastión electoral de Morales, para anunciar la creación de una sociedad anónima mixta que debía invertir 70 millones de dólares en una planta termoeléctrica.

Según confirmó Efe, la ley de electricidad vigente en Bolivia no permite ese tipo de empresas.

Ambos gobiernos tienen en vigor, además, un convenio para la compra venezolana de cientos de miles de barriles de gasóleo, aunque ese producto escasea en Bolivia y origina problemas sociales y productivos.

Sobre la cooperación de Chávez, el único dato concreto que tiene el Banco Central es el crecimiento de la deuda con Venezuela, que pasó de 33 a 53 millones de dólares entre fines de 2006 y septiembre pasado.

Esa cifra es casi la mitad de los 110 millones registrados como ayuda oficialmente.