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03 novembro 2011

Panamericano

A Polícia Federal apurou que R$ 16,67 milhões foram sacados em espécie da conta da Panamericano Administradora de Cartões Ltda., entre junho de 2006 e novembro de 2010. Segundo a PF, naquele período foram realizados 86 saques em favor de empresas dos ex-diretores do Banco Panamericano "sem a apresentação de contratos ou outra causa que justificasse a despesa". (...) 


O expediente sob suspeita foi revelado por Jair Angelo Pitol, ex-gerente de contabilidade fiscal do banco. "Wilson Aro mandava mensalmente provisionar em uma conta da Perícia Seguros quantias para pagamentos a efetuar. Eram classificadas contabilmente como ‘contas a pagar’. Eu deduzia que os valores ‘provisionados’ eram destinados a retiradas, por parte dos diretores, pois eles não apresentavam notas fiscais e não justificavam para quem os valores seriam pagos."


Fonte: Estado de São Paulo

Panamericano e auditoria


A Polícia Federal não encontrou provas suficientes que justificassem o indiciamento dos dois sócios da Deloitte -José Barbosa da Silva Junior e Osmar Aurélio Lujan- responsáveis pela auditoria do PanAmericano


Para incriminá-los, a PF precisaria ter localizado indícios de que os dois participaram ou, ao menos, souberam das fraudes que levaram ao rombo de R$ 4,3 bilhões.


Para a PF, é possível que os auditores tenham se omitido ou cometido falha técnica. Mas essa investigação cabe ao Banco Central.


A Deloitte pode ser responsabilizada por não ter feito ressalvas no balanço do PanAmericano quando teve dificuldades para atestar transações envolvendo carteiras de crédito do banco vendidas a outras instituições -principal foco das fraudes.

(Fonte: Folha de São Paulo)

24 outubro 2011

Panamericano

Com respeito ao banco Panamericano, o jornal Estado de São Paulo traz um conjunto de reportagens sobre a procura de solução por parte dos executivos da entidade junto a políticos e fundo de pensão (aqui, aqui, aqui e aqui). Em um dos trechos, comenta sobre o governo de Alagoas, que descontava os empréstimos consignados da folha dos seus funcionários, mas não repassava as instituições financeiras.

Após reter os valores, o governo passava a negociar com os bancos o pagamento, cobrando um taxa de retorno de 25%. Sob ameaça de transformar a dívida em precatório judicial. Neste caso, os valores somente seriam recebidos muitos anos depois.

22 outubro 2011

Justiça proíbe ex-executivos do Banco Panamericano de deixar o País

A Justiça Federal proibiu todos os antigos dirigentes do Banco Panamericano de deixarem o País e ordenou que entreguem seus passaportes no prazo limite de 24 horas. Eles estão impedidos também de se comunicar com funcionários e ex-funcionários da instituição.

A decisão que limita os movimentos dos executivos do banco que pertenceu ao grupo do empresário e apresentador de TV Silvio Santos é do juiz Douglas Camarinha Gonzales, da 6.ª Vara Criminal Federal em São Paulo. O juiz mandou a Polícia Federal realizar buscas para apreensão de documentos, computadores, registros contábeis e bens na residência do ex-diretor jurídico do Panamericano, Luiz Augusto Teixeira de Carvalho Bruno.

A batida foi executada na terça-feira e se estendeu aos escritórios de duas empresas, Techno Brasil Indústria e Comércio de Fios e Cabos Especiais e Tecnho Plast Indústria e Comércio de Produtos Injetados, que o ex-diretor-superintendente do Panamericano, Rafael Palladino, teria adquirido em nome de terceiros, para lavar dinheiro.

A PF requereu a prisão preventiva do grupo de executivos, incluindo Palladino e o ex-braço direito de Silvio Santos, Luiz Sebastião Sandoval, este sob suspeita de que “estaria a empreender outras atividades delituosas”. Segundo a PF, Sandoval se desfez de imóveis de sua propriedade a preços irreais, em transações registradas em 14 de julho. A PF reputa necessária a prisão dos alvos para “garantia da ordem pública e da econômica”.

A PF diz que Palladino estaria usando como laranja o mecânico Alexandre Toros Kayayan, “com objetivo de ocultação da origem e da propriedade de valores desviados da instituição”.

A PF sustenta que o grupo que durante décadas deteve o poder no Panamericano promoveu fraudes contábeis e fez uso de empresas de fachada como destinatárias de valores desviados, causando prejuízo de cerca de R$ 3,8 bilhões.

O juiz não decretou a prisão dos investigados, acolhendo manifestação do Ministério Público Federal sobre adoção de medidas alternativas à custódia.

Na prática, os ex-dirigentes do Panamericano foram salvos pela Lei 12.403/11, em vigor há apenas cinco meses, que situa a prisão cautelar como medida excepcional. Assim, mesmo que presentes os requisitos e pressupostos necessários à custódia preventiva, como pediu a PF, o juiz deve verificar a possibilidade de impor outras medidas cautelares como substitutivas.

Camarinha ordenou aos executivos que não se aproximem dos funcionários e ex-funcionários do Panamericano para evitar eventual intimidação. O juiz advertiu que, sem sua autorização, todos os investigados estão impossibilitados de sair do País.

Porta malas. A PF juntou ao pedido de prisão de seus alvos documento intitulado “Relatório da Administração-2010″, redigido pela nova direção do banco, “que dão conta de novas inconsistências contábeis” atribuídas aos ex-diretores. “A atual administração identificou irregularidades adicionais de R$ 1,3 bilhão inicialmente informados e outros ajustes não relacionados a inconsistências no valor de R$ 500 milhões”, aponta a peça.

A PF encartou aos autos relatório de auditoria do Panamericano, relativo ao período de 13 de dezembro de 2010 a 23 de fevereiro de 2011. O documento diz que a “antiga administração apresentou estrutura contábil desprovida de princípios básicos de controles e de ética profissional, tendo como principal objetivo a criação de resultados fraudulentos, a geração de informações falsas ao mercado, acionistas e aos órgãos de supervisão e regulamentação, ludibriados por dados manipulados pelos sistemas operacionais internos”.

Para a PF, mesmo após a fiscalização do Banco Central, em junho de 2010, as irregularidades contábeis perduraram até a destituição da antiga cúpula, em novembro de 2010.

A PF apresentou “dados indicativos” de que os antigos dirigentes desviaram R$ 70 milhões em apenas três anos.

Aguinaldo Cândido da Rosa, ex-funcionário da Tesouraria, apontou a existência de saques, “tudo a partir de solicitações verbais dos ex-diretores Wilson de Aro e Carvalho Bruno”. A testemunha disse que, “na maioria das vezes, os valores eram entregues a Bruno no estacionamento, para serem guardados no porta-malas do carro”.

A PF aponta indícios de que Palladino adquiriu bens e os registrou “em nome de terceiros, com o objetivo da ocultação da origem e da propriedade de valores desviados do Panamericano para lavagem de dinheiro”. A PF cita a Techno Brasil e a Techno Plast, em São Paulo e em Campinas. “Palladino usa interpostas pessoas para a lavagem.”

Fonte: FAUSTO MACEDO – O Estado de S.Paulo

Inquérito sobre PanAmericano mostra doações ocultas a partidos

Entre as peças mais explosivas do inquérito da Polícia Federal que apura o socorro ao PanAmericano, está um relatório de auditoria sobre “doações ocultas a partidos políticos”, informa o “Painel”, editado por Renata Lo Prete, e publicado na Folha.

Os investigadores alimentaram essa pasta com e-mails em que executivos do banco falam abertamente de negócios fechados e em tratativas com lideranças dos três maiores partidos do país: PT, PMDB e PSDB.

Numa das mensagens, de 2009, Guilherme Stoliar, sobrinho e braço-direito de Silvio Santos, afirma que o tio “ficou de boca aberta” ao saber dele quais eram “os amigos” que ajudariam a concretizar a venda de parte do banco à Caixa Econômica Federal.

Os e-mails em poder da PF revelam, também, que o PanAmericano estava preparado para bater à porta do Banco do Brasil caso a transação com a Caixa, selada no final de 2009, não tivesse sido concretizada.

Em novembro de 2010, menos de um ano após a aquisição, veio à tona um rombo de R$ 2,5 bilhões –mais tarde recalculado para R$ 4,3 bilhões–nas contas do banco de Silvio Santos.

O escândalo foi um dos motivos que levaram à troca de quase todo o primeiro escalão da Caixa na passagem do governo Lula para Dilma.

O inquérito da PF sobre o socorro ao PanAmericano revela que Luiz Gushiken manteve contato direto e frequente com o então presidente do banco tanto em 2009, quando este teve 49% de seu controle adquirido pela Caixa Econômica Federal, como em 2010, quando veio à tona o rombo de R$ 4,3 bilhões na instituição criada por Silvio Santos, informa o “Painel”, editado por Renata Lo Prete, e publicado na Folha.

Entre os e-mails reproduzidos na peça policial, há um intitulado “igrejas evangélicas”, no qual o ex-ministro de Lula pede a Rafael Palladino que as “reuniões de fechamento” com a 1ª Igreja do Evangelho Quadrangular de Paulínia e “outras congêneres” ocorram somente com sua “anuência” e “participação”.

Gushiken pretendia, segundo suas palavras, “evitar o by passe (sic)”. O e-mail é de junho de 2010, cinco meses antes da quebra do banco. Embora tenha recebido respostas reasseguradoras, o petista voltou a escrever a Palladino em julho para se queixar: “Pergunto-lhe por que razão estou excluído das tratativas”. O contexto da conversa sugere que se trate de contratos de crédito consignado.

O ex-titular da Secom, que mesmo depois de deixar o governo no rastro do mensalão manteve influência sobre fundos de pensão, prestou ao PanAmericano uma consultoria em bases jamais esclarecidas. Em e-mail de março de 2009, Palladino pede a subordinados a compra de um “brinde para o sr. Luiz Gushiken”.

O “Painel” não conseguiu falar ontem com Gushiken, que está em tratamento quimioterápico.

Fonte: Folha de S. Paulo

15 setembro 2011

Panamericano


Senor Abravanel, na Polícia Federal, ao ser questionado sobre a fraude que desmantelou o Banco Panamericano, declarou. "Por uma dedução lógica, não é possível que Rafael não tenha sido o autor intelectual. Rafael é o camarada que faz ‘porque é assim que eu quero’. O craque é o Rafael. Por impressão, o Rafael é o intelectual".Rafael Palladino foi diretor superintendente e presidente do banco que pertenceu ao grupo do empresário e apresentador de TV Silvio Santos - Palladino foi seu braço direito, homem de confiança, por 20 anos.


Silvio, batizado Senor Abravanel, brasileiro, nascido aos 12 de dezembro de 1930, natural do Rio de Janeiro, segundo grau completo, profissão empresário, foi à Polícia Federal desacompanhado de advogados. Preferiu prestar contas sozinho sobre o caso, só ele e o delegado da PF que conduz o inquérito, Milton Fornazari Júnior, da Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros (Delefin). Dia 5 ele depôs.


Seu relato preenche 7 páginas. Ao final, assumiu compromisso de comunicar à PF eventual mudança de endereço, comercial ou residencial, nos termos do artigo224 do Código de Processo Penal. Ao longo da audiência, na sede da PF em São Paulo, ele exibiu simpatia, amabilidade e sua marca tradicional, o sorriso.


Mas, em alguns momentos, alegou "surpresa" ou reagiu com "indignação" ao ser informado sobre os caminhos da trama bilionária que levou sua instituição financeiro à bancarrota. Por exemplo, quando a PF o indagou se era de seu conhecimento que o advogado Luiz Augusto Teixeira de Carvalho Bruno "sacava valores em espécie do banco e guardava no porta malas do carro". Silvio se declarou "indignado de saber desse fato, pois se trata de uma prática de um verdadeiro gangster". "(Bruno) era advogado do Panamericano e muito amigo do Palladino", disse Silvio. "As pessoas se referiam ao Bruno como o advogado do Rafael, e não o advogado do banco. Bruno seria um dos autores intelectuais, é um cara sabido, todo mundo diz que o Bruno é um cara vivo."


O depoimento de Silvio revela passo a passo a linha de investigação e as descobertas da PF ao longo de um ano de investigação. Todo o rol de perguntas a Silvio revela como grandes importâncias saíram do caixa do Panamericano e migraram para supostas empresas de fachada.


Segundo a PF, 12 personagens sob investigação realizaram 38 transferências que totalizaram R$ 76,92 milhões em três anos, 2008, 2009 e 2010. Para duas empresas controladas por Palladino, Max Control Assessoria e Investimentos e Max Control Evento e Promoção, foram repassados R$ 19,88 milhões, aponta a PF. "Nunca soube disso", afirmou Silvio.


"Quem administrava de fato o banco era o Palladino", disse o apresentador. "O Luiz Sebastião Sandoval supervisionava a gestão de Palladino. Não sei quanto a holding recebeu de dividendos do banco entre 2008 e 2010. Sandoval sempre me falava que não podia tirar nenhum valor do caixa da holding para pagamento de dividendos porque o banco estava sempre em risco e não poderia faltar caixa."


Silvio explicou que "o único pagamento" que recebeu pessoalmente naquele período foi o deduzido da compra do Hotel Sofitel Jequiti, no Guarujá. "Sandoval me disse que tinha direito a receber R$ 80 milhões a título de dividendos. Comprei o hotel, cujo preço era R$ 150 milhões, por R$ 70 milhões, já descontados os dividendos que me eram devidos."


Contou que foi chamado a uma reunião no Banco Central, final de setembro de 2010. Encontrou-se com Henrique Meirelles (então presidente do BC) e "quatro ou cinco diretores". "O chefe da fiscalização do BC disse que a situação era grave e que o valor do rombo não era de R$ 1,1 bilhão e sim de R$ 1,6 bilhão. Ele disse que iriam liquidar o banco e que eu deveria procurar o Antônio Carlos, chefe do Fundo Garantidor. Quando fui falar com Antônio Carlos disseram que o rombo era de R$ 2,5 bilhões."


Segundo Silvio, o Fundo "queria evitar que a ruptura do Panamericano ocasionasse violenta de confiança no sistema financeiro". Viajou para Orlando (EUA) e, ao retornar, o chefe do Fundo informou que o valor da dívida "não era mais de R$ 2,5 bilhões, e sim de R$ 4,3 bilhões". "Antônio Carlos perguntou se eu venderia o banco, ele disse que André Esteves, do BTG, teria interesse em comprar por R$ 450 milhões. Vendi o banco para o BGT."


Fonte: aqui

11 setembro 2011

PanAmericano têm vantagens acima da média

O banco PanAmericano possui, hoje, vantagens que o colocam acima da média dos bancos médios brasileiros, diz um relatório do banco Santander. A principal delas é o fato de a instituição contar com acionistas de peso (o BTG Pactual e a Caixa Econômica Federal). O BTG adquiriu 3 bilhões de reais em carteiras de créditos durante o primeiro trimestre de 2011, o que proporcionou uma liquidez extra para o caixa do PanAmericano, segundo os analistas do Santander. Já a Caixa se comprometeu a financiar o banco em 10 bilhões de reais nos próximos oito anos, divididos em 2 bilhões de reais em empréstimos interbancários e 8 bilhões de reais em aquisições de carteiras de crédito. “É uma estrutura de financiamento exclusivo: mais barato, a longo prazo, e menos volátil – um sonho que se realiza para um banco médio”, diz o Santander.

Outro ponto positivo para o PanAmericano, segundo o Santander, é o potencial de sinergias com a Caixa, que deverá ajudar o banco a diversificar sua atuação no mercado de empréstimos. O objetivo é se consolidar em financiamentos de veículos e crescer no setor de crédito consignado e em linhas para pequenas e médias empresas. Se isso de fato ocorrer, projetam os analistas, o banco poderá ter uma carteira de crédito de 35 bilhões de reais nos próximos quatro anos, mais que o triplo da atual.

O Santander, no entanto, faz duas ressalvas: o Índice de Basileia do banco – de 12% – está abaixo da média do setor, o que significa que o banco deverá aumentar a sua capitalização para se enquadrar nas exigências da Basileia III. Mesmo assim, os analistas do Santander recomendam a compra das ações do PanAmericano.

Depois de uma queda de 30% nas ações do PanAmericano em 2010, depois de ser descoberto um rombo de quase 4 bilhões de reais no seu balanço, os papéis do banco valorizaram 39% em 2011 – a quinta maior alta da bolsa -, enquanto o Ibovespa caiu 20% no mesmo período.

Fonte: Thiago Bronzatto, Exame.com

23 agosto 2011

Central de crédito (C3) estréia com R$ 80 bi

Após quatro meses de atraso, começa a funcionar na segunda-feira a tão esperada Central de Cessão de Crédito (C3), onde todas as operações de compra e venda de carteiras de crédito entre os bancos terão de ser registradas. A expectativa de governo e bancos é conferir maior transparência e, consequentemente, segurança às operações de cessão de carteira, fonte tradicional de captação de recursos de bancos pequenos e médios. Desde a descoberta do rombo bilionário no PanAmericano, a compra e venda de ativos de crédito entre bancos patina.

A C3 dá início aos trabalhos com 13,153 milhões de contratos de créditos já negociados em estoque, que contemplam 1 bilhão de parcelas e volume financeiro estimado em R$ 80 bilhões. Os bancos vinham alimentando o sistema desde março. Cerca de 60% dos ativos são créditos consignados em folha de pagamento e os 40% restantes, originados em financiamentos de veículos. No ano que vem, outras modalidades deverão ser incluídas no rol da C3, como créditos pessoal e imobiliário.





A expectativa da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) é que o atual saldo de R$ 80 bilhões em operações de cessão de crédito possa, em seis meses, passar para R$ 130 bilhões. Tal patamar marcaria a volta à “normalidade” do mercado de cessões, como no período anterior a novembro de 2010, quando estourou o escândalo do PanAmericano.

A cifra pode até ser maior, caso a segurança a ser conferida pela C3 não só ajude a expandir o volume de operações como também traga de volta a esse mercado bancos, sobretudo estrangeiros, que haviam parado de comprar carteiras. Até o momento, 55 instituições financeiras participam da C3 – 41 como vendedoras (cedentes) e 14 como compradoras (cessionárias).

A Febraban trabalha com um número potencial de 116 bancos participantes. “Instituições financeiras que nunca haviam atuado no mercado de cessão de crédito já vieram nos sondar”, observa Ademiro Vian, diretor adjunto de produtos e financiamento da entidade.

A C3 é operada pela Câmara Interbancária de Pagamentos (CIP), ligada à Febraban. O sistema cruza os dados de carteiras vendidas e, na outra ponta, de portfólios comprados, checando as informações. O objetivo é evitar a duplicidade na venda de ativos, como aquelas detectadas no escândalo do PanAmericano, assegurando que o comprador do crédito está, de fato, levando um ativo que não foi cedido para outro banco.

Por enquanto, dinheiro não circula pela C3, só papel. Mas, a partir de 21 de novembro, a CIP passará também a liquidar as transações financeiras das operações de cessão de crédito. O banco comprador terá o valor do negócio debitado eletronicamente e transferido para o banco vendedor. A custódia dos títulos de crédito poderá ser feita tanto pela CIP como pela Cetip.

A CIP também trabalha na adaptação da C3 para que as garantias dos financiamentos possam ser incluídas nas operações de cessão ainda no primeiro semestre de 2012. No caso de um financiamento de automóvel, por exemplo, cuja garantia é o veículo, a alienação do carro poderá ser transferida do banco financiador (que liberou o empréstimo) para o banco que eventualmente for comprar a carteira. Hoje, essa alternativa não existe. “Por isso que grande parte das cessões é feita com coobrigação”, diz Vian. “Como a garantia não acompanha a cessão, o banco comprador do crédito prefere dividir o risco.”

Além das cessão de crédito entre bancos, a C3 vai intermediar a compra e venda de ativos entre fundos de investimentos em direitos creditórios (FIDCs). Esses fundos estão registrando participação na central de cessão aos poucos, por meio dos bancos que prestam serviço de custódia para eles. Boa parte da indústria – existem 334 FIDCs cadastrados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) com patrimônio total de R$ 60 bilhões – ainda não está com os sistemas adaptados para participar da C3, segundo Vian. Encontram-se registrados 2,9 milhões de contratos de FIDCs na central, com volume estimado em R$ 11,6 bilhões. “Dentro de 30 dias, a maioria dos fundos de recebíveis já deve estar apta.”

Por determinação do Conselho Monetário Nacional, todas as operações de cessão de crédito que envolvam empréstimos consignados e financiamentos de veículos, incluindo os ativos que estão em FIDCs, sejam registradas na C3.

Fonte: Aline Lima, Valor Economico

C3 encontra obstásculos

(...)Se por um lado a C3 vai dar mais transparência à cessão de crédito, evitando a duplicidade na venda de ativos, há, por outro lado, um conjunto de fatores que pode limitar o potencial de desenvolvimento desse mercado.

A investida mais forte de grandes bancos de varejo nos segmentos de crédito consignado e financiamento de veículos verificada do começo do ano para cá é um desses fatores. Aproveitando a brecha deixada pelas instituições pequenas e médias, que por conta da maior exigência de capital para empréstimos de longo prazo a pessoas físicas acabaram colocando o pé no freio nas concessões, alguns bancos como o Santander parecem ter mudado de estratégia, preferindo liberar crédito diretamente.

“Quando se compra crédito o cliente não está com você”, afirmou Marcial Portela, presidente do banco de capital espanhol, durante anúncio do resultado do segundo trimestre. Segundo o diretor de relações com investidores de um banco médio que preferiu não ser identificado, houve um deslocamento da compra de recebíveis para o Bradesco. “Só que ele [Bradesco] não vai conseguir suprir o mercado inteiro”, ressaltou.

Embora tenha diminuído o ritmo de compras, o Bradesco promete continuar como uma das instituições financeiras ainda mais ativas no mercado de cessões. “Sempre fomos fortes e seguiremos comprando créditos de bancos com os quais costumamos trabalhar”, disse há duas semanas ao Valor Domingos Abreu, vice-presidente do banco. “É uma questão de oportunidade, simples assim”, completou. O saldo de créditos adquiridos pelo Bradesco encerrou junho em R$ 6,443 bilhões, crescimento de 0,4% na comparação com março e de 42% em relação a junho de 2010. As compras se concentram em crédito consignado para pensionistas e aposentados do INSS.

Francisco Ferreira, diretor financeiro do Bonsucesso, especializado em crédito consignado, diz que a maior limitação encontrada para ceder créditos ao longo deste ano foi o próprio volume de negócios produzido pelo banco, apesar de Itaú Unibanco e Santander terem deixado de comprar seus ativos desde o escândalo do PanAmericano. As parcerias estão concentradas, agora, em três bancos, mas Ferreira se mostra otimista com a C3.

“Os grandes bancos têm potencial e capacidade para absorver mais ativos do que aqueles que estarão originando”, diz Ferreira. O Bonsucesso tem registrado na C3 um estoque de R$ 1,366 bilhão. No primeiro semestre, o banco cedeu R$ 870 milhões.

A entrada em vigor da resolução 3.533 do Banco Central (BC), que vai proibir, a partir de janeiro de 2012, a antecipação de receitas obtidas com a cessão de créditos feita com coobrigação – modalidade mais usual, em que o risco de crédito é dividido entre comprador e vendedor – poderá ser outra restrição no caminho da C3.

A aposta de parte do mercado financeiro é que as cessões feitas sem coobrigação (nas quais o risco de crédito é totalmente transferido ao comprador) passem a ganhar mais espaço. Segundo Renato Oliva, presidente da Associação Brasileira de Bancos (ABBC), que reúne bancos pequenos e médios, a cessão sem coobrigação já deve representar cerca de 30% do mercado. “O que vai diferenciar uma da outra é preço”, conclui.

Com isso, espera-se maior transparência e segurança nesse mercado, capaz de evitar que uma mesma operação de crédito seja vendida mais de uma vez, como era prática comum no banco que pertencia ao empresário Silvio Santos.

A C3 estreia com um estoque de 13 milhões de contratos e R$ 80 bilhões em volume financeiro – 60% de crédito pessoal com desconto em folha de pagamento e 40% de financiamento de veículos. A Febraban espera que a central ajude a restabelecer a cessão, uma das principais fontes de financiamento dos bancos menores e que patina desde dezembro.

Fonte: Aline Lima, Valor Economico

19 agosto 2011

Venda de carteira de créditos

O Conselho Monetário Nacional (CMN) determinou ontem que todas as operações de cessão de crédito que envolvam empréstimos consignados e financiamento de veículos devem ser registradas em sistema de registro e liquidação autorizadas a funcionar pelo Banco Central (BC).

A medida entra em vigor no dia 22 de agosto e inclui contratos que tenham sido feitas anteriormente a essa data, mas tenham prestações a vencer. “Estamos aproveitando uma ‘expertise’ que o Brasil tem sistema de registro para aplicar ao mercado de cessão, trazendo mais segurança e transparência ao segmento”, disse Sérgio Odilon dos Anjos, chefe do Departamento de Normas do Banco Central (BC).

Apesar de colocar foco em apenas duas linhas específicas para pessoas físicas, a ideia é que todo tipo de cessão seja registrada pelos integrantes do sistema financeiro. “O objetivo final é que todas as operações, inclusive de arrendamento mercantil, sejam registradas. Mas esse processo tem que ser por etapas e começamos pelas mais importantes e de maior relevância.”

A princípio, o BC aceita o registro em qualquer câmara autorizada a funcionar, mas a Câmara Interbancária de Pagamentos (CIP), ligada à Federação Brasileira de Bancos (Febraban), deve fazer esse trabalho por meio do sistema conhecido como C3 (Central de Cessão de Crédito). “A iniciativa é nossa, mas tivemos conversas com a indústria, com a Febraban, com as associações dos banco e estamos confortável e plenamente satisfeitos com as tratativas”, disse Odilon.

A medida vem na sequência dos problemas enfrentados pelo sistema após a descoberta de irregularidades no PanAmericano justamente na contabilização das cessões de carteiras, há menos de um ano. Odilon não quis relacionar a obrigação de registro a esse caso, mas admitiu que a medida trará mais segurança para todo sistema. “O registro é muito importante para bancos de todos os portes, porque todos têm interesse nessas operações. O mercado de cessão de carteira precisa de muita fluidez, por isso é importante a segurança.”

As duas partes envolvidas na cessão de uma carteira (cedente e cessionário) deverão fazer o registro. Apenas se as informações estiverem corretas, o contrato é reconhecido pelo BC.

No caso de cessão para operações de securitização ou fundos de investimento em direito creditório (FIDC), o banco terá que fazer o registro da mesma forma, prevendo essa condição, disse Odilon. O mesmo vale para créditos adquiridos de operações de empresas varejistas. O BC deve soltar uma circular em breve com os requisitos necessários para o registro.

Fonte: Fernando Travaglini , Valor Economico

29 julho 2011

Registro

O CMN (Conselho Monetário Nacional) determinou nesta quinta-feira que os bancos que venderem e comprarem carteiras de crédito terão que registrar essas operações em centrais de registro como a CCC (Central de Cessão de Crédito). Os registros serão feitos inicialmente apenas para carteiras de crédito consignado e veículos, a partir do dia 22 de agosto.


Bancos terão que registrar a venda de carteira de crédito - Folha de S Paulo - Lorenna Rodrigues

O estranho é que isto tenha acontecido somente agora.

16 julho 2011

Remuneração e divulgação

Pouco mais de um ano e meio após entrar em vigor a instrução da CVM que obriga as companhias abertas a divulgar os salários dos principais executivos, apenas 28 (56%) das empresas do IBrX-50 (índice dos 50 papéis mais negociados) abrem a informação, segundo levantamento da Folha.

As empresas que omitem o dado, considerado peça importante para compreender os riscos assumidos pela alta gerência, se apoiam em uma liminar obtida pelo Ibef-RJ (Instituto Brasileiro dos Executivos de Finanças) que garante o direito ao sigilo.A alegação é de risco à segurança. Executivos consultados pelaFolha solicitaram que suas fotos não fossem publicadas.

Desde 2010, as empresas abertas têm de divulgar os valores do maior e do menor salário, além da média salarial da diretoria e do conselho de administração no chamado formulário de referência -documento anual que pretende ser uma espécie de dossiê permanente das empresas, com a mesma transparência de quando vão ao mercado captar dinheiro na Bolsa.A punição vai de advertência à suspensão do exercício profissional.

Mesmo as empresas que divulgam os dados, como manda a CVM, também pecam na qualidade de informação, segundo especialistas. Faltam informações que permitem saber o quanto um executivo recebe quando acumula cargos em várias empresas do mesmo grupo.

Gigantes como Vale, Grupo Pão de Açúcar, Braskem e Itaú Unibanco, entre outros, não divulgam a informação a seus acionistas. “Além de termos empresas que simplesmente não divulgam a informação, as que divulgam fazem isso de forma errada ou não padronizada, dificultando a comparação”, afirma Alexandre di Micelli, coordenador do Centro de Estudos em Governança da Fipecafi.

INCONGRUÊNCIAS

Segundo ele, o caso do Banco PanAmericano é um exemplo. “O formulário do ano passado não informava qualquer valor relativo a bônus, embora tenha ficado claro no escândalo que os executivos recebiam bônus polpudos do banco. É preciso haver alguma forma de aferir a precisão das informações divulgadas”, afirma Di Micelli.

Nas companhias estatais e mistas, as remunerações chegam a representar menos de 10% dos pacotes mais generosos. Entre as cinco maiores remunerações – OGX, Lojas Renner, Bradesco, TAM e MMX -, duas companhias são do grupo de Eike Batista.[1]

Para Leonardo Salgado, especialista em remuneração da consultoria Hay Group, o motivo de tamanha diferença é que, nas empresas estatais e mistas, os salários não estão atrelados ao desempenho dos negócios. Segundo ele, todas as empresas seguem uma lógica compatível ao mercado. No entanto, o valor da remuneração depende da exposição ao risco da empresa.

“Em casos de remuneração altíssima, as metas da empresa também são agressivas. Nas companhias que pagam valores menores, a situação é de desempenho sem risco.”

Fonte: Felipe Vanini Bruning, Toni Sciarretto, Folha de S.Paulo

[1] Leia esta postagem:Remuneração e desempenho

14 julho 2011

Fitch eleva o rating do Panamericano

A Fitch Ratings elevou os ratings nacionais de longo e curto prazo do Banco Panamericano, de “A-(bra)” para “AA-(bra)” (com perspectiva estável), e de “F2(bra)” para “F1+(bra)”, respectivamente.[1] A elevação, de acordo com a agência, se baseia no suporte do Banco BTG Pactual, bem como nos benefícios de ter a Caixa Econômica Federal como acionista e principal financiador, após aprovação final da atual composição acionária do BP por parte das autoridades brasileiras.[2]

A Fitch acredita que o Banco Panamericano procuraria o suporte do BTG em caso de necessidade. No entanto, apesar de reconhecer o forte suporte de liquidez da Caixa e do fato de o BP representar uma nova e importante linha de negócios para o BTG, a Fitch considera “moderada” a probabilidade deste suporte.[1]

Após dois aportes totalizando R$ 3,8 bilhões, a ativação de créditos tributários de R$ 700 milhões e a cessão de R$ 3,5 bilhões de crédito sem coobrigação para o FGC, o BP conseguiu recompor seu patrimônio para R$ 1,4 bilhão, em março de 2011.

Entretanto, a Fitch ressalta que a qualidade do capital é prejudicada pelo substancial volume de ativos intangíveis e dívida subordinada, apresentando índice de capital elegível Fitch de baixo 1,6% em março de 2011. Apesar disso, a agência acredita na melhora do desempenho e da capitalização do banco ao longo dos anos, embora fortemente dependente de cessões de crédito.

Com o apoio de duas auditorias internacionais e do Banco Central do Brasil, o banco concluiu uma extensa revisão de seus livros, que não indentificou novas irregularidades. A Fitch também ressalta que apenas as demonstrações financeiras de dezembro de 2010 e março de 2011 são confiáveis para análise do BP, dado que os balanços anteriores apresentavam inconsistências contábeis, principalmente envolvendo cessões de crédito, superestimando a carteira de crédito e suas receitas.[3]

Fonte: Monitor Mercantil, Digital

Comentários de Pedro Correia:

[1]A Moody's continua com uma nota D para o rating do banco.
[2]Só faltou citar o "suporte" do FGC.
[3]A situação é tão grave que mesmo com o “tremendo esforço” as demonstrações financeiras de 2010 do BP estão fora dos princípios e normas contábeis. Além disso, a participação da Caixa numa entidade como esta é lamentável. O índice de Basiléia do Panamericano é de -5,74%, assim para retornar aos 11% exigidos, a CEF irá aportar 10 bilhões de reais.

12 julho 2011

Por que há tantos líderes ruins?

Rafael Palladino, do Banco Panamericano. Carly Fiorina, da HP. Bob Nardelli, do Home Depot. Gilberto Tomazoni, da Sadia. Bernie Ebbers, da WorldCom. Harry Stonecipher, da Boeing. Dominique Strauss-Kahn, do FMI. A lista de executivos-chefes que se mostraram inadequados, por motivos que vão de fraude e escândalos sexuais a erros de gestão ou omissão, é enorme. Tão grande que impõe a questão: é assim tão difícil escolher um bom líder para a empresa? Pelo ritmo intenso de trocas de comando – o estudo anual da consultoria Booz & Co. conclui que a rotatividade nas 2,5 mil maiores companhias abertas em 2010 foi de 11,2% –, parece que sim. Por quê?

O primeiro motivo é a pressão a que estão submetidos os executivos-chefes. Num mundo mais competitivo, em que os resultados precisam vir mais rapidamente, é natural que a rotatividade aumente. Mas um estudo psicológico de como são feitas as escolhas de líderes apontou problemas recorrentes, capazes de causar grandes prejuízos. O estudo é dos pesquisadores Jeffrey Cohn e Jay Moran, da consultoria Spencer Stuart, autores de Why Are We Bad at Picking Good Leaders? (“Por que somos ruins para escolher bons líderes?”). A seguir, as cinco principais armadilhas em que conselho e acionistas caem:

1. Síndrome da patota_Cercar-se de iguais é intrínseco ao ser humano. “Muitos executivos do alto escalão favorecem, mesmo que inconscientemente, os profissionais com histórico, experiências e características similares às suas próprias”, dizem os autores. No Banco Panamericano, Rafael Palladino, um ex-personal trainer sem diploma em administração sob cuja gestão o banco quase fechou, era primo em primeiro grau de Íris Abravanel, mulher de Silvio Santos.

2. Síndrome dos holofotes_A loquacidade e o carisma, o talento de magnetizar uma plateia, costumam impressionar os selecionadores. O prestígio do CEO carismático é ainda residual da “Era Jack Welch” na GE. Casos como o de Steve Jobs, que dá verdadeiros shows nas apresentações da Apple, reforçam o mito. Porém, como advertem os autores, o grande carisma diante do público às vezes camufla uma insuficiência na comunicação íntima, face a face. “Falar em público é uma capacitação aprimorável com um coach. Já a comunicação direta com o interlocutor é algo bem mais difícil de desenvolver”, dizem.

3. Síndrome do deslocamento-Poucos CEOs foram tão demonizados na década passada quanto o autocrático Bob Nardelli, em sua desastrada passagem pela rede de varejo Home Depot. Ao tentar gerar eficiência operacional, Nardelli quase destruiu a cultura descentralizada, informal e amigável que era marca registrada da rede. O CEO chutado, obviamente, estava longe de ser um tolo. Na década de 90, fora um dos executivos mais admirados dos Estados Unidos, na General Electric. “Há casos em que as competências do executivo estão deslocadas, e não têm como ser bem utilizadas na empresa”, dizem Cohn e Moran. O caso de Nardelli era mais ou menos como exigir de um caminhão Scania a performance de uma Ferrari.

4. Síndrome do menino-prodígio-É fácil ficar impressionado com profissionais brilhantes, principalmente se forem jovens geniais. Mas esse encantamento às vezes impede de enxergar falhas grandes em outros aspectos, como a ética ou a capacidade de comunicação. O caso mais notório, na última década, foi o de Jeffrey Skilling, ex-CEO da Enron, hoje cumprindo pena de 24 anos numa cadeia americana por causa de uma bilionária fraude de “contabilidade criativa”. Precoce, Skilling era braço direito do então presidente Kenneth Lay, nos anos 90. Ajudou-o a catapultar a capitalização de mercado da Enron, de US$ 2 bilhões para US$ 70 bilhões. Tornou-se sucessor natural de Lay. Foi um desastre.

5. Síndrome do bom-moço-É o contrário da anterior, o encantamento com o executivo-modelo, querido por todos. A justificativa em geral vai para o lado de que a pessoa é uma ótima “formadora de equipes”, ou “cria sinergia”. A dura realidade, dizem os autores, é que “os melhores líderes raramente são bons membros de equipe”. O profissional “bom-moço” tem ascensão rápida na escada corporativa. Mas quase sempre dá um ótimo número 2, não número 1. Tendendo à gestão por consenso, ele costuma agregar profissionais de pensamento homogêneo.

Ter em mente essas armadilhas não vai livrar as empresas de sofrerem deslizes. Mas diminui, dizem Cohn e Moran, a possibilidade de um desastre.

Contabilidade criativa – É a manipulação das demonstrações financeiras de empresas, aproveitando brechas na legislação para turbinar resultados. A expressão tornou-se célebre em 2001 com os escândalos contábeis da Enron e da WorldCom.

Fonte: aqui

16 junho 2011

Grupo SS


A dívida que sobrou para o grupo Silvio Santos como rescaldo da venda de 121 lojas do Baú para o Magazine Luiza, anunciada na segunda-feira, deve reverberar negativamente nos resultados do ano. Segundo apurou o Valor, apesar  da entrada de R$ 83 milhões no caixa, prevista para fim de julho, o grupo deve registrar prejuízos da ordem de R$ 100 milhões no encerramento de 2011 [1].


O valor a ser pago deve resolver cerca de um terço da dívida do Baú, estimada em R$ 240 milhões. O valor é a soma dos débitos da empresa com bancos, fornecedores e trabalhadores [2]. Procurado, o grupo SS preferiu não se pronunciar. (...)

Grupo SS prevê prejuízo de R$ 100 milhões – Denise Carvalho e Marli Lima – Valor Econômico – 15 jun 2011 via aqui

 [1] Parece existir uma confusão em caixa e lucro aqui. Em operações de vendas é muito comum prejuízo, apesar da entrada de recursos no caixa.
[2] Parte desta dívida é proveniente do ciclo operacional e geralmente não é paga. É o caso de fornecedores, onde a empresa compra a prazo.

07 junho 2011

Licitação

O Ministério Público Federal (MPF) está movendo ação contra o ex-prefeito do Rio de Janeiro em razão das obras do Pan. A questão está em torno da dispensa de licitação.
As obras custaram à União R$ 15,55 milhões. De acordo com o procurador da República responsável pela ação, Alexandre Chaves, o então prefeito, apesar de ter assumido as obras em novembro de 2004, só deu início ao processo de contratação em 2007, a cinco meses do início dos Jogos. A construção, então, foi caracterizada como emergencial, "uma emergência fabricada, já que não se tratava de uma situação decorrente de um imprevisto, mas de inércia administrativa, negligência", disse o procurador.

27 maio 2011

Pan Americano

O Banco PanAmericano --socorrido em 2010 após apresentar rombo de R$ 4,3 bilhões-- já havia sido autuado pelo Banco Central em 2002 por ter cometido infrações consideradas graves.

Na época, o BC multou o banco em R$ 25 mil (cerca de R$ 39 mil em valores de hoje) e impôs pena de inabilitação para cargo de direção no mercado financeiro a Rafael Palladino, então responsável pela área de crédito.

As punições, no entanto, nunca foram colocadas em prática. Em 2005, o Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional, a quem o PanAmericano apelou contra a decisão do BC, cancelou as punições impostas.

Depois disso, Palladino acabou sendo promovido e se tornou o principal executivo do PanAmericano.

Segundo o BC, o PanAmericano realizou 3.943 empréstimos a pessoas físicas, para a compra de automóveis, disfarçadas de financiamento de capital de giro para empresas no fim da década de 1990. O objetivo da camuflagem era permitir que os clientes do banco pagassem menos impostos.

Fonte: aqui

Silvio Santos vai vender o Baú

A rede de lojas Baú da Felicidade, do empresário e apresentador Silvio Santos, deve ser vendida entre 60 e 90 dias, segundo revelou o vice-presidente do grupo Silvio Santos, Lásaro do Carmo Junior, em entrevista ao portal de internet iG.

No ano passado, um grupo mexicano já havia feito uma oferta pelo Baú, mas o negócio não se concretizou então.

A primeira venda foi a do próprio PanAmericano, comprado em janeiro deste ano pelo BTG Pactual. Na ocasião, Silvio Santos disse que não venderia mais nenhuma outra empresa. "A única coisa que foi vendida foi o banco", afirmou. "As minhas empresas que estavam como garantia foram liberadas."

Na segunda-feira (23), o grupo Silvio Santos anunciou a venda de outra empresa, a Braspag, de soluções de pagamentos e serviços financeiros. A compradora foi a Cielo, de meios de pagamento eletrônico.

Na semana passada, o banco Panamericano anunciou balanço com lucro líquido de R$ 76,1 milhões no primeiro trimestre deste ano.

Segundo a reportagem do iG, o grupo Silvio Santos quer se concentrar em três áreas: comunicação, consumo e capitalização. Entre as empresas que ficam com Silvio Santos, estão o SBT, a Jequiti Cosméticos e a Liderança Capitalização, que gerencia a Tele Sena.

Fonte: UOL

17 maio 2011

Contador do PanAmericano

O ex-contador do banco PanAmericano Marco Antonio Pereira da Silva acusou Wilson de Aro, ex-diretor financeiro da instituição, de ser o responsável pela fraude de R$ 4,3 bilhões descoberta no ano passado.

Em depoimento à Polícia Federal em 16 de dezembro de 2010, e que teve trechos exibidos ontem pela RedeTV!, Silva afirma que Aro foi o responsável pela fraude no banco.

O contador afirmou ainda que executivos do banco se beneficiaram da fraude por meio do pagamento de bônus.

A defesa de Aro, segundo a reportagem da RedeTV!, nega que ele tivesse relação com a fraude.

A principal hipótese é que a fraude contábil tenha sido feita para encobrir uma operação deficitária decorrente de custos elevadíssimos com comissões para lojistas e demais distribuidores de crédito associados a uma captação de recursos com taxas elevadas.

O PanAmericano foi comprado em janeiro pelo BTG Pactual por R$ 450 milhões.

A operação de compra do banco, então do apresentador Sílvio Santos, envolveu o empréstimo adicional de R$ 1,5 bilhão pelo Fundo Garantidor de Crédito ao PanAmericano.

Em novembro, o fundo já havia emprestado R$ 2,5 bilhões, recursos necessários para evitar a quebra do banco.

Folha de S Paulo - 17 de mai 2011

16 abril 2011

Ação popular tenta reaver prejuízos com Panamericano

Por Pedro Correia

Uma ação popular movida pelo desembargador Walter do Amaral, 66 anos, tenta reaver prejuízos supostamente causados pelo rombo do Banco Panamericano ao patrimônio público. A ação propõe que a conta - calculada em pelo menos R$ 695 milhões - seja dividida entre o ministro da Fazenda, Guido Mantega; pelo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini; pela ex-presidente da Caixa Maria Fernanda Coelho; e pelo empresário Silvio Santos - todos citados como réus. No centro dos argumentos está a compra de 49% do Panamericano pela Caixa Econômica Federal por R$ 739 milhões.


Fonte:Estadão