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Mostrando postagens com marcador PIB. Mostrar todas as postagens
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15 junho 2011

PIB per capita

Por Pedro Correia


OPIB per capita, apesar dos defeitos, é o melhor indicador para mensurar o progresso econômico de um país. Os países onde o PIB per capita mais cresceram entre 2001 e 2010 são: a Guiné Equatorial, Azerbaijão e Turcomenistão.Todos esses países são ricos em recursos naturais e foram beneficiados pelo boom das commodities. A China é uma exceção a essa regra, o que torna o seu crescimento ainda mais impressionante.O Brasil teve,de 2001 a 2010, um crescimento médio do PIB de 3,6%, no entanto, o crescimento do PIB per capita durante o mesmo período foi de apenas 3%.


11 junho 2011

Afeganistão

Por Pedro Correia

De acordo com o Banco Mundial, 97% do PIB do Afeganistão esta relacionado a gastos militares e doações:

"Misspent foreign aid can result in corruption, alter markets and undercut the ability of the Kabul government to control its resources, said the report, which was posted Tuesday night on the Senate committee’s website. The World Bank found that a whopping 97 percent of the gross domestic product in Afghanistan is linked to spending by the international military and donor community."

Fonte: aqui

05 abril 2011

China e o rápido crescimento econômico

Por Pedro Correia

No mais novo artigo de Barry Eichengreen:WHEN FAST GROWING ECONOMIES SLOW DOWN: INTERNATIONAL EVIDENCE AND IMPLICATIONS FOR CHINA. O autor mostra que economias com crescimento muito rápido entram em suave declínio.Quando o país atinge a renda per capita de 17 mil dólares a taxa de crescimento cai no mínimo em 2%.No caso chinês essa renda per capita será atingida por volta de 2015.Segue resumo:



Using international data starting in 1957, we construct a sample of cases where fast-growing economies slow down. The evidence suggests that rapidly growing economies slow down significantly, in the sense that the growth rate downshifts by at least 2 percentage points, when their per capita incomes reach around $17,000 US in year-2005 constant international prices, a level that China should achieve by or soon after 2015. Among our more provocative findings is that growth slowdowns are more likely in countries that maintain undervalued real exchange rates.

31 março 2011

O quam cito trânsito gloria mundi

Por Pedro Correia


Uma das colunas mais antigas do Financial Times, a Lex Collumn, fez uma proposta sarcástica para a solução de um dos problemas dos PIGS : transformar Portugal numa província brasileira, que seria equivalente a 5% da população e 10% da economia do Brasil. É o retrato do passado e o futuro dos territórios ultramarinos.


"Here is an out-of-the-box way to deal with the situation: annexation by Portuguese-speaking Brazil (a decade of 4 per cent annual GDP growth, much higher recently). Portugal would be a big province, but far from dominant: 5 per cent of the population and 10 per cent of GDP."


Como diria Tomás de Kempis:"O quam cito trânsito gloria mundi"("O quão rapidamente passa a glória do mundo").

18 março 2011

PIB per capita x Reservas

Postado por Pedro Correia

Ao contrário do que as teorias sobre maldições de recursos naturais sugerem, existe uma forte correlação positiva entre o valor de reservas de petróleo e gás natural per capita e o nível da PIB per capita (vide gráfico abaixo com dados de renda per capita PPP do IMF/WEO e reservas de petróleo e gás da British Petroleum, para países com mais de 200 barris de petróleo equivalente per capita em 1990).

É interessante notar quem está acima e abaixo da linha de regressão.




Texto de Irineu de Carvalho

15 março 2011

O Mito do Pequeno Crescimento da Economia Japonesa

Postado por Pedro Correia
O lento crescimento japonês não se deve a insuficiência de políticas macroeconômicas agressivas, mas ao pequeno crescimento demográfico. Daniel Gross Diretor, do Centro de Estudos de Política Europeia, vai direto ao ponto e mostra porque o Japão não está com a economia estagnada. Segundo ele a base da história de terror sobre o Japão é que o PIB cresceu na última década a uma taxa média anual de apenas 0,6% em comparação com 1,7% para os EUA. A diferença é realmente muito menor do que muitas vezes assumida, mas à primeira vista, uma taxa de crescimento de 0,6%, qualifica-se a economia japonesa como uma década perdida.
"Assim, de acordo com esse raciocínio, pode-se argumentar que boa parte da Europa também "perdeu" a última década,a Alemanha alcançou taxas de crescimento semelhantes ao Japão (0,6%) e Itália fez ainda pior (0,2%), a França e a Espanha foram um pouco melhor. Mas este quadro de estagnação em muitos países é enganoso, porque deixa de fora um fator importante:a demografia.

Como se deve comparar registros de crescimento entre um grupo de semelhantes, os países desenvolvidos? A melhor medida não é o crescimento do PIB global, mas o crescimento da renda per capita da população em idade ativa (ou seja, População Economicamente Ativa). Este último elemento é importante porque só a população em idade ativa representa o potencial produtivo da economia. Se dois países alcançarem o mesmo crescimento médio na renda per capita da PEA , deve-se concluir que ambos foram igualmente eficientes no uso do seu potencial, mesmo se suas taxas de crescimento do PIB global são diferentes.

Quando se olha para o PIB / PEA (definidos como população na faixa etária de 20-60), obtém-se um resultado surpreendente: o Japão tem feito realmente melhor do que os EUA ou a maioria dos países europeus ao longo da última década. A razão é simples: as taxas globais de crescimento do Japão foram bastante baixos, mas o crescimento foi conseguido apesar de uma queda na população economicamente ativa.

A diferença entre o Japão e os EUA é nítida aqui: em termos de crescimento do PIB global, tratava-se de um ponto percentual, mas é maior em termos de taxas de crescimento de acordo com a PEA - mais de 1,5 pontos percentuais, dado que os EUA população em idade ativa cresceu 0,8%, enquanto o Japão tem vindo a diminuir na mesma taxa.

Outra indicação de que o Japão tem utilizado plenamente o seu potencial é que a taxa de desemprego tem sido constante ao longo da última década. Em contrapartida, a taxa de desemprego nos EUA quase dobrou, já próximo dos 10%. Pode-se assim concluir que os EUA deveriam ter o Japão como um exemplo não de estagnação, mas de como conseguir um crescimento máximo de um potencial limitado. "

14 março 2011

Jogo dos erros: Egito

Jogo dos erros: Egito - Postado por Pedro Correia

Egito é um país pobre de recursos naturais, localizado em uma região estratégica, com alto desemprego e grande desigualdade. Correto?

Não! Apesar de ser um país de renda per capita mais baixa que o Brasil, o Egito tem índices de desigualdade significativamente mais baixos do que os nossos. O índice de GINI, que mede desigualdade e vai de 0 (total igualdade) a 1 (total desigualdade), era 0.55 para o Brasil em 2007 e 0.32 para o Egito em 2005 (Fonte: World Bank/WDI).

Mas o Egito padece de uma economia com falta de dinamismo, estagnada, diferente da economia brasileira! Correto?

Não! Vide o gráfico abaixo para o crescimento acumulado do PIB de 1979 a 2010 para o Egito e o Brasil. Não há duvida alguma que nos últimos 30 anos o PIB do Egito cresceu mais rápido que o brasileiro (Fonte: IMF/WEO de outubro de 2010).


Mais que isso: Enquanto o Brasil cresceu aproximadamente 4% ao ano nos últimos 8 anos, o Egito cresceu 5.3% no mesmo período (Fonte: IMF/WEO de outubro de 2010, dados preliminares para 2010).

Além disso, os dados per capita nao mudam a mensagem
:




Em 1980 a renda per capita do Egito era pouco mais que um terço da renda per capita brasileira (Fonte: WEO/IMF). Esta é uma diferença nada desprezível e pode explicar uma parte significativa da diferença em desempenho. Ainda assim, acho que vale a pena ser um pouco cético com relação às explicações enlatadas da crise egípcia como conseqüência de mau desempenho econômico. O Egito não é uma estrela do crescimento econômico, mas também não é um meteoro. Em relação ao comércio exterior, o Egito exporta também gás natural, algodão e manufaturas, em particular têxteis (que se valem da mão-de-obra ainda barata), e insumos intermediários como aço, cerâmica e cimento.


Texto de Irineu de Carvalho

18 agosto 2010

A história da economia


A figura (fonte, aqui, publicado na The Economist) mostra a história da economia nos últimos dois mil anos. Foram compilados por Angus Maddison.

É possível perceber que China e Índia dominavam a economia mundial até 1820, quando a Revolução Industrial aumentou a participação dos EUA e da Inglaterra. Uma razão para este domínio: a grande população, que até 200 anos era o fator dominante para a produção econômica.

28 abril 2010

PIB e Estoque



Já postamos anteriormente que existe uma relação entre a economia e o nível do estoque de uma empresa. Quando analisamos os últimos trimestres da Cia Brasileira de Distribuição (CBD) é possível visualizar esta relação claramente. Usando as informações de estoques de cada trimestre da maior empresa nacional de varejo podemos verificar uma forte relação com o valor do Produto Interno Bruto (PIB), a principal medida de uma economia de um país. Isto significa dizer que o comportamento desta conta do ativo de curto prazo comporta-se de modo aproximado ao valor do PIB trimestral. (Os dados dos estoques foram obtidos no sítio da Bovespa e os valores do PIB no sítio do Ipea).

A correlação entre os estoques no final do trimestre da CBD e o PIB entre 2002 a 2009 foi de 0,891. Lembrando que a correlação varia entre -1 e 1, sendo que quando mais próximo dos extremos maior a correlação. Esta relação está no gráfico 1. Neste caso, a correlação foi significativa, o que significa dizer que existe uma relação entre as duas variáveis.

Calculei também uma regressão da seguinte forma:

PIB = a + b1 Tempo + b2 Estoque Médio/Receita + b3 Deflator + b4 Estoque + b5 Receita

O modelo que calculei elimina as variáveis que não são adequadas, deixando somente as melhores variáveis. O modelo final ficou:

PIB = 170 919 + 14 652,7 Tempo + 472 746 Estoque Médio/Receita

Este resultado é interessante pela presença da variável estoque/receita. Usei esta variável para medir se o peso do estoque manteve-se constante, em termos da receita, no tempo. E o resultado mostra que a resposta é não. O gráfico 2 mostra o comportamento do estoque médio sobre a receita no tempo para a CBD. Apresenta também uma linha de tendência, neste caso crescente. Isto significa dizer que a empresa está investindo proporcionalmente mais em estoques. (Uma razão disto pode ser a abertura de novas lojas, que pode ter conduzido a uma deseconomia de escala)


24 janeiro 2010

Em defesa do PIB

Em In Defense of GDP, Justin Wolfers defende a medida tradicional de crescimento econômico, o Produto Interno Bruto. Recentemente o francês Sarkozy defendeu a criação de uma medida econômica mais adequada.

Entretanto, Wolfers lembra que as críticas ao PIB são antigas. Mas que ao longo do tempo esta medida tem-se mostrado consistente. Já foi comprovado existir uma elevada correlação entre o PIB per capita e a satisfação com a vida (correlação igual a 0,82, muito elevada para dados econômicos) Também a correlação entre o PIB per capita e o IDH é muito alta: 0,95. Existem alguns países que são outliers (fora do padrão), como é o caso de Cuba (IDH elevado para seu PIB per capita). Mas são exceções.

11 dezembro 2009

Peso da crise

Crise custou entre R$ 150 bilhões e R$ 210 bilhões ao País
Alexandre Rodrigues, RIO
O Estado de São Paulo - 11/12/2009

Para o economista Régis Bonelli, do Ibre/FGV, a ‘marolinha’ que atingiu a economia brasileira ‘foi bastante cara’

A crise econômica internacional custou ao Brasil um recuo de 1% do Produto Interno Bruto (PIB). É o que indica a variação acumulada do PIB nos quatro trimestres que sucederam à quebra do banco de investimento americano Lehman Brothers, em setembro de 2008, que desencadeou a instabilidade dos mercados globais.

A taxa acumulada, divulgada ontem pelo IBGE, dá um retrato do efeito da crise sobre o Brasil. Se o ano tivesse começado no que é considerado o ponto inicial da crise, o PIB teria fechado o período de 12 meses com variação negativa de 1%.

Para Régis Bonelli, especialista em análises econômicas do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), a análise do período dá uma boa medida do tamanho da “marolinha” prevista pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no início da crise. Ele estima um avanço de cerca de 2% no PIB do quarto trimestre deste ano em relação ao terceiro, o que deve fazer com que 2009 termine com uma variação negativa de 0,4%.

Pelos cálculos do economista, antes da crise, o Brasil tinha potencial de crescimento entre 5% e 7% em 2009. Com o crescimento perdido, ele acredita que o País deixará de acrescentar este ano entre R$ 150 bilhões e R$ 210 bilhões à atividade econômica.

“Esse é o custo da crise. É sempre duro não crescer, mas, se considerarmos as previsões que foram feitas antes da crise, que cogitaram quedas de até 4% no PIB de 2009, o resultado é bom. Pode até ser classificado como uma marolinha, mas é uma marolinha bastante cara”, avaliou o economista.

Ele reconhece que a onda sobre o País poderia ter sido muito maior, embora países como Índia e China tenham passado ao largo da recessão e a Coreia do Sul tenha tido apenas um trimestre de recuo. O Brasil amargou dois trimestres consecutivos de resultados negativos.

Bonelli avalia que as medidas anticíclicas do governo foram bem-sucedidas, embora reconheça que os números divulgados ontem pelo IBGE para o terceiro trimestre, abaixo da previsão de analistas, indica uma recuperação mais lenta da economia.

“Os números indicam que é cada vez mais difícil um crescimento robusto no quatro trimestre para que a variação seja zero ou positiva.”

15 agosto 2009

Previsão do PIB


Uma forma de medir o tamanho e o crescimento de uma economia é verificar alguns sinais externos. Estas aproximações são importantes quando o tamanho do setor informal é grande que influencia nas formas tradicionais de cálculo.

Uma maneira interessante é comparar a luminosidade de uma região a partir de fotos de satelites. Segundo a revista New Scientist ( Night-time photos shed light on growing economies, 14/8/2009, Jim Giles, através do blog The Reformed Broker as imagens de satélites mostram a expansão de um país, através da construção de novas estradas e do aumento de áreas residenciais.

Através desta estimativa o crescimento do Congo entre 1992 e 2003 foi estimada em 2,4%, em lugar da estimativa do Banco Mundial de 2,6%.

29 julho 2009

Números

A economia chinesa não voltada para exportação cresceu 235 em junho. As exportações representam 35% da economia chinesa. As exportações cairam 20% em junho. A economia chinesa cresceu 8%.

Com estes números Vitaliy Katsenelson propõe um exercício de aritmética:

0.35 x (-20%) + 0.65 x (X%) = 8%.

Resolvendo, X = 23%.

Ou seja, a economia não voltada para exportação da China cresceu três vezes o valor do crescimento da economia. Duas opções: ou as estatísticas são mentirosas ou a base monetária cresceu muito, o que significa que a qualidade do crescimento é questionável.

26 maio 2009

PIB e Mercado

Em fevereiro fiz a relação entre o valor de mercado e o tamanho da economia. Esta relação mostrava que o mercado realmente estava aquecido nos últimos anos. O gráfico abaixo é uma atualização, com pequenas modificações, do gráfico postado anteriormente.

Em primeiro lugar, o gráfico agora está em R$ e não em dólar. Isto não traz modificações substanciais, mas evita alguns problemas com a taxa de câmbio. O valor da economia refere-se ao PIB mensal acumulado dos últimos dozes meses. Isto evita que variações sazonais influenciem o comportamento da economia.

Em segundo lugar, fiz o cálculo para duas variáveis de mercado. No primeiro, usei o Ibovespa, que contempla as empresas que compõe este índice. Em outras palavras, são as maiores empresas por valor de mercado do Brasil. No segundo usei o valor da Bolsa de Valores no seu total. Pode-se perceber que não existe muita diferença no longo prazo, exceto por uma sutileza.



Veja que a partir de 2007 a diferença entre os dois índices aumenta. Para entender melhor, o segundo gráfico mostra a relação entre o valor de mercado das empresas que compõe o Ibovespa e o valor de mercado da Bovespa, de 1996 a 2009.

Observe que até 2003 a participação do Ibovespa estava num patamar abaixo de 70% do valor de mercado total. Este valor aumentou ao longo do tempo, com uma pequena reversão entre meados de 2007 e meados de 2008, quando chegou a 68%. A partir de setembro de 2008 o valor de mercado do Ibovespa cresce proporcionalmente ao Bovespa, indicando uma concentração do mercado.



Em outras palavras, a crise fortaleceu as maiores empresas da bolsa, que hoje representam quase 80% do mercado brasileiro. Apesar de não sermos como o mercado da Finlândia, onde a maioria do valor de mercado é explicada pelas ações da Nokia, a concentração pode ser preocupante.

30 março 2009

Espanha muda cálculo do PIB

La economía ilegal también cuenta. La revisión de la contabilidad nacional que se ha puesto en marcha en toda la Unión Europea (UE) obligará a incluir actividades como la prostitución, el contrabando y el tráfico de drogas en el cálculo del producto interior bruto (PIB). La fecha prevista para su aplicación es el año 2011 o 2012.
La norma afectará a todos los países de la UE, como ocurre en la actualidad. Formará parte del cambio de base de la contabilidad nacional, que ahora se denomina SEC-95 (Sistema Europeo de Cuentas). Son ajustes que los institutos de estadística realizan para incorporar nuevas actividades y criterios.

En el caso de la economía ilegal, algunas estimaciones sitúan su valor en dos o tres puntos del PIB. Es decir, una vez que se incluyan esas actividades, el volumen del PIB de los países de la UE subirá en torno a ese porcentaje. Ello tendrá implicaciones, por ejemplo, en la contribución que los países hacen al Presupuesto de la UE en base al denominado cuarto recurso (renta nacional bruta). Al elevarse el PIB, la contribución aumentará, aunque en otras ocasiones en que se ha producido una revisión, los efectos han sido neutros. En la actualidad, la contabilidad nacional se calcula con la base 2000. La siguiente será la base 2008, que incluirá, además de la economía ilegal, datos que España ya calcula, como precios de importación y exportación.

El PIB incluirá la prostitución, el tráfico de drogas y el contrabando
El País – Nacional - 0 (1ª Ed. Madrid) – 28 – 30/03/2009

17 março 2009

Qual o valor?

Os contadores escutam muitas críticas sobre os problemas de mensuração nas demonstrações contábeis. Mas isto não é muito diferente do que ocorre em outras situações. Andrew Gelman, em What is Russia's GDP per capita?, mostra o caso do PIB per capita da Rússia. A listagem é curiosa e engraçada (Valores em doláres):

$7,600 (Banco Mundial, 2007)

$9,100 (Banco Mundial, 2007)

$14,700 (Ajustado pelo Poder de compra, Banco Mundial, 2007)

$4,500 (Banco Mundial, 2006)

$7600 ou $14,400 ("Atlas method" ou "Paridade do Poder de Compra" Banco Mundial 2007)

$12,600 (FMI, 2008), $9,100 (Banco Mundial, 2007) ou $12,500 (CIA 2008)

$2,637 em doláres de 2000 dos EUA (Banco Mundial, 2007)

$2,621 (Banco Mundial, 2006) ou $8,600 (FMI)

Veja as fontes na postagem de Gelman

11 março 2009

Crise

De volta a 2004
11/3/2009 - Valor Econômico - Nelson Niero

A crise financeira global que encerrou um longo ciclo de alta das empresas listadas na bolsa e desacelerou o nível de atividade da economia fez com que o valor total de mercado das empresas em relação ao produto interno bruto (PIB) caísse praticamente à metade em 2008.

O indicador, que no fim de 2007 era de 95,4%, levando em conta os preços em reais, caiu para 47,6%, bem próximo aos níveis do fim de 2004. A forte desvalorização das ações das companhias é o principal componente da deterioração do indicador. Em 2007, as empresas valiam quase R$ 2,5 bilhões na Bovespa e, ao fim de 2008, esse montante somava apenas R$ 1,38 bilhão, uma diferença de mais de R$ 1 bilhão.

A relação entre o PIB e o valor de mercado vem sendo usada como um parâmetro para se determinar se o mercado está "caro" ou "barato". Sua eficiência tem sido motivo de debates, mas figuras proeminentes como o investidor americano Warren Buffett costumam consultar o indicador antes de tomar decisões.

Grosso modo, um resultado acima de 100% indicaria que o mercado está supervalorizado, enquanto algo abaixo de 50% seria a luz verde para as compras.

O índice de capitalização em relação ao PIB costuma ser um termômetro do desenvolvimento do mercado de capitais e também da dinâmica dos investimentos, já que o mercado funciona como uma das fontes de financiamento de projetos para as empresas.

Os investidores, porém, também observam esse indicador como termômetro de momentos que podem ser oportunos para investir e consideram que quando fica muito alto, o índice pode sinalizar que os ativos estão caros demais.

Nos Estados Unidos, a relação está próxima de 70%, comparado a um pico de 154,7% em 2000, no auge da bolha da internet. Em artigo recente, a revista americana "Fortune" arrisca que, pela "métrica de Buffett", seria a hora de entrar no mercado.

No entanto, todo cuidado é pouco, lembram os especialistas. O momento ainda é de instabilidade e incerteza no mercado, o que significa um risco ainda muito alto. Passada essa fase, a relação poderia ser, entre várias outras, usada para orientar para os investidores.

"É um indicador polêmico, mas confiável no médio e longo prazo, levando em conta o grau de desenvolvimento do país", diz César Tibúrcio, professor de contabilidade da Universidade de Brasília (UnB). "É especialmente interessante como tendência histórica e como alerta para situações de valorização excessiva do mercado."

Para ele, o indicador deve continuar nesse patamar por mais algum tempo, como reflexo da crise.

Reginaldo Alexandre, presidente da Apimec-SP, a associação dos analistas de investimentos, lembra que há múltiplos mais precisos - como preço da ação sobre lucro (P/L) ou valor do negócio sobre o lucro operacional (EV/Ebitda, na sigla em inglês) -, que ajudam a compor um quadro da situação. Ainda assim, é preciso esperar um "contexto de recuperação" para evitar surpresas.

Alexandre acredita que, quando vier esse momento, o Brasil poderá se valer de bons fundamentos macroeconômico e também microeconômico. "O setor bancário é sólido e as empresas não foram, de modo geral, pegas no contrapé, não se endividaram demais", afirma.

O sócio da gestora Leblon Equities, Pedro Rudge, observa que os preços dos ativos no mercado de ações respondem muito mais rápido em momentos de crise do que os indicadores da economia real, por isso, no fim de 2008 a relação entre a capitalização de mercado e o PIB estava provavelmente num ponto bastante crítico.

"No PIB, a correção é mais gradual, na bolsa, é imediata", diz Rudge, lembrando que os investidores da bolsa antecipam nos preços as expectativas para o futuro.

Para o economista e presidente do Banco Ribeirão Preto, Nelson Rocha Augusto, os investidores colocam rapidamente o tamanho da crise global no preço das ações, conforme suas expectativas. Ele não vê, porém, nenhum problema estrutural no mercado de capitais brasileiro e nos fundamentos macroeconômicos do país. O economista lembra que a queda na capitalização da bolsa ocorreu em quase todos os mercados, em muitos inclusive de forma mais acentuada do que no Brasil.

"Este vai ser um ano difícil, em que o sistema financeiro americano precisa criar bases para se refundar e isso vai afetar a todos. Mas o mercado de capitais brasileiro não tem problemas estruturais, ao contrário, temos um sistema financeiro forte, que nos favorece", diz Rocha Augusto. Outro fator que costuma ser apontado por especialistas como favorável ao Brasil é que o mercado tem uma regulação já forte.

No Brasil, até o Ibovespa retomar a trajetória positiva e o mercado de emissões primárias renascer, em 2004, o índice valor de mercado das empresas em relação ao PIB ficava na casa dos 30%. Entre 2004 e 2007, porém, os empreendedores locais passaram a captar recursos com a venda de ações para novos sócios - os investidores da bolsa. Assim, cem novas companhias chegaram e melhoraram um pouco a representatividade dos setores da economia no mercado de ações. Além disso, os preços das companhias já existentes tinham se valorizado.

Um dos problemas do passado era que a bolsa brasileira era muito concentrada na Telebrás. Mais recentemente, o setor de commodities, representado por Vale e Petrobras passou a predominar e ainda não há uma representação tão balanceada, mas o perfil melhorou um pouco, na visão dos especialistas. "Há três anos não tínhamos empresas de construção civil e agronegócio no pregão, por exemplo, o que já existe hoje. Mas ainda falta diversificação para ficar representativo", diz Rudge.

Para ele, o importante agora é tentar vislumbrar quando será o ponto de virada da situação, ou seja, quando o valor das companhias deve voltar a crescer como proporção da economia como um todo. "É difícil prever, o mercado ainda tem oscilado ao sabor de humores."

Rudge diz que do ponto de vista das captações no mercado de capitais - que andam praticamente paralisadas - pode ser que se comece, timidamente, a ver sinais de alguma atividade, embora com muita seletividade e para as companhias já estabelecidas. Há, porém, quem acredite, que até pelo menos o terceiro trimestre, tudo vá continuar bastante parado nesse terreno.

O analista da Investidor Profissional, Gustavo Ballvé, diz que do ponto de vista do investidor ele não avalia a capitalização de mercado como um indicador tão relevante, ao menos num mercado como o brasileiro, ainda em fase de consolidação. "Pode ser mais um dado a se observar, mas preferimos analisar histórias individuais", diz.


Aqui postagem sobre o assunto

05 fevereiro 2009

Tempo de investir?

Uma forma de mensurar se o mercado está com preço acima do normal (ou abaixo) é verificar a relação entre o valor de mercado das empresas e o valor da economia. Aqui a revista Fortune, que denomina este índice de métrica de Buffett, mostra que nos EUA talvez seja hora de voltar a investir.

No Brasil, fiz um gráfico próximo, comparando o PIB anual em dólares pelo valor de mercado de todas as empresas do Bovespa (dados obtidos no Bacen).

O gráfico está abaixo:



No final da década de 1990 o valor era abaixo de um. Ou seja, o valor das empresas era inferior ao PIB. No início do novo milênio, com a entrada do investidor estrangeiro, o patamar muda para valores acima da unidade. Em março de 2007 ultrapassa a 1,5.

Em setembro de 2007 atinge o seu máximo, de 1,94. Ou seja, neste momento as empresas valiam quase duas vezes o PIB. Um anos depois, em setembro de 2008, o valor fica abaixo de 1, onde está até hoje.

01 janeiro 2008

Importância da educação



Educação e PIB per capita

A figura diz tudo. A relação entre o número de anos na escola e o PIB é significativa. Fonte: Aqui

23 abril 2007

Um país não é uma empresa

É muito comum encontrar frases comparando um país com uma empresa. Normalmente compara-se o faturamento de uma empresa com o PIB de um país. Por exemplo, Philip Hensher, no The Independent, afirma que o faturamento da Tesco, de 42 bilhões de libras, é superior ao PIB do Peru.

Ao criticar esta comparação, o blog Adam Smith afirma que o correto seria utilizar o lucro, em lugar do faturamento. Neste caso a posição da Tesco corresponderia a Bahamas.

Na verdade o lucro seria uma aproximação. O melhor seria o valor adicionado, obtido na DVA (Demonstração do Valor Adicionado).