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Mostrando postagens com marcador KPMG. Mostrar todas as postagens
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25 abril 2018

Notícias da KPMG

Envolvida recentemente em diversos problemas no mundo, a KPMG, uma das big four, as grandes empresas de auditoria contábil, parece que anda em uma maré de azar. Depois de Carillion, uma empresa britânica com problemas financeiros e contábeis que não foram percebidos pela KPMG e da ligação com a família Gupta, na África do Sul, que ameaça a sobrevivência da KPMG daquele país, a empresa teve um problema na investigação de utilização de softwares piratas na Índia. Tudo começou quando a filial da empresa no país asiático resolveu investigar uma empresa que aparentemente estava usando software ilegal. A investigação foi denunciada pelo empresário e isto provocou uma celeuma, a ponto da Microsoft e KPMG soltarem um comunicado conjunto.

Pelo menos uma notícia boa. Parece que o contrato de auditoria com a GE, depois de alguns problemas cometidos pelos auditores, deve ser renovado. Alguns acionistas solicitaram o rompimento de um contrato centenário na assembleia da empresa, mas tudo leva a crer que a proposta será rejeita.

(Leia este texto do blog, onde discutimos a dificuldade de analisar a qualidade do trabalho do auditor)

18 abril 2018

Política, governo e corrupção

Em postagens anteriores (aqui e aqui) descrevemos alguns dos problemas da empresa de auditoria KPMG na África do Sul. Na terça, mais uma notícia ruim para a KPMG: o governo anunciou a rescisão dos contratos com a auditoria em todos os níveis.

Além disto, um dos maiores bancos daquele país informou que está revendo sua relação com a KPMG no ano novo fiscal. Isto após diversas empresas já terem cortado as relações.

No passado, a KPMG manteve uma relação com uma família poderosa daquele país, a família Gupta. Os Guptas tinha uma relação muito próxima com Zuma, o ex-presidente do país. Provavelmente dinheiro do contribuinte foi usado para pagar um casamento luxuoso da família

Além da KPMG, estão em desgraça a McKinsey e a SAP, em uma intriga que envolve política, governo e corrupção.

13 março 2018

27 janeiro 2018

Carillion

Os problemas da empresa britânica Carillion novamente respinga na sua auditoria. Sendo uma companhia multinacional na área da construção, com 43 mil funcionários, a empresa teve um liquidação decretada no início de janeiro deste ano. Geralmente quando ocorre um problema com uma empresa de tal porte, a atenção se volta para os auditores.

Na verdade os problemas começaram em julho de 2017, quando a empresa avisou o mercado sobre um despesa de recuperabilidade de 845 milhões de libras. A seguir a empresa divulgou um prejuízo semestral de 1,15 bilhão em razão, segundo a empresa, de projetos não lucrativos fruto de decisões otimistas. Segundo uma informação do The Times, em janeiro de 2018, os problemas já existiam há quatro anos. No final de 2017, a empresa tentou desfazer de alguns negócios.

Os problemas da Carillion despertaram o interesse do regulador britânico que afirmou, há alguns dias, que estava investigando a divulgação das informações por parte da empresa. A tentativa da gerência de fazer acordos para quitar compromissos fracassou logo a seguir, o que resultou na liquidação. Segundo informação da imprensa, a empresa tinha, então, 29 milhões de libras em caixa, insuficiente para a gestão diária. (veja mais detalhes aqui)

Os problemas da empresas estão sendo investigados, inclusive o papel do auditor, a KPMG. No último relatório, a KPMG afirmava que a empresa tinha condições de sobrevivência por mais três anos. Mas os dados mostraram que a gerência da empresa tinha manipulado as demonstrações contábeis.

A Carillion é mais uma empresa onde os problemas não foram percebidos pelo auditor. Talvez não tenha sido tão humilhante quanto o caso da Deloitte, a Abengoa e Pepe Baltá. Quem é Pepe Baltá? Um estudante de 17 anos que notou os problemas da Abengoa num projeto de economia da escola secundária.

(Diante destes problemas com as empresas de auditoria, faleceu recentemente William McDonough, ex-presidente do Banco Central dos EUA e primeiro presidente do regulador das empresas de auditoria, o PCAOB)

23 janeiro 2018

PCAOB e KPMG 2

O Going Concern faz um resumo bastante detalhado da relação existente entre Brian Sweet, Cynthia Holder e Jeffey Wada, os dois primeiros ex-funcionários do PCAOB e depois contratados pela KPMG, e o último funcionário da entidade regula as empresas de auditoria, e David Middendorf, Thomas Whittle e David Britt, os três da KPMG.

Reproduzo a seguir o detalhamento da notícia divulgada ontem pela Reuters (vide aqui).

In 2015, when it looked like Sweet would be taking a role with the firm, he made his first mistake: “Sweet […] copied [PCAOB] Documents, as well as other confidential documents, from Sweet’s PCAOB computer to a personal hard drive.” These included “internal PCAOB manuals and guidance; […] comment forms issued in connection with inspections on which Sweet had worked; [and] a list of KPMG engagements to be inspected by the PCAOB in 2015.”

During Sweet’s first week on the job, in early May 2015, Middendorf asked him at lunch “whether a particular Issuer would be the target of a PCAOB inspection; and […] more generally, which KPMG engagements would be subject to inspection that year.”


Middendorf spoke to Sweet later that week, “[telling] Sweet to remember where Sweet’s paycheck came from and to be loyal to KPMG.”

Just a few days later, “Whittle asked Sweet for the list of engagements to be inspected by the PCAOB in 2015, most of which had not yet been officially noticed for inspection by the PCAOB. Whittle told Sweet that Sweet was most valuable to KPMG at that moment and would soon be less valuable.”

The next day, Whittle requested “the banking inspection list.” After discerning that Whittle meant the “inspection list,” Sweet sent it over and said, “Just so you know, it is actually the full list of anticipated inspections (including non-banks). I’d appreciate the team’s discretion to make sure it isn’t too widely disseminated.” Whittle said he understood “the sensitivity” but sent it to Middendorf anyway, writing in an email, “The complete list. Obviously, very sensitive. We will not be broadcasting this.”

The next month, June 2015, Sweet discussed the list with David Britt and wrote in an email, “Please note there is some sensitivity with these, and some of the teams have not yet been officially notified by the PCAOB, so please, use your discretion with this info.” Sweet went on to share the 2015 list with at least one partner who was not yet aware that his/her engagement would be selected for inspection.

That same month, Sweet used confidential PCAOB “risk factors” with a KPMG partner and the data firm that was helping the firm predict which audits would be selected for inspection.

Immediately upon his start at KPMG, Sweet started angling to bring Cynthia Holder to the firm. He wrote to her in an email “I’ve got a meeting set up with the head of the group tomorrow, and pulled together a list of potential hires . . . and put you as the #1 target!!!!)”

A couple weeks later, Holder told the PCAOB Ethics Office that she was “contacted today by a recruiter for KPMG asking if I would be interested in a job at the Firm. I told them that I was not interested . . .” Had she not lied about this to the Ethics Office, she would’ve been immediately removed from any work involving KPMG.

While she was inspecting KPMG, Holder used her position to share confidential info with Brian Sweet, including this gem: “Sweet asked HOLDER to provide Sweet

with an internal, confidential PCAOB Part II deficiencies comment form. On or about May 12, 2015, Holder used her personal email address to email Sweet at his personal email address and provided the requested document. The subject line of the email read ‘Anonymous Email.’ The body of the email consisted solely of an image of a winking-smiley face, and attached the confidential document Sweet requested.”

Also, in one instance Sweet talked Holder out of writing a comment on a KPMG inspection. When Sweet told Thomas Whittle about this, Whittle ” asked whether Sweet had opened his drawer, seen where his paycheck came from, and then advised the PCAOB employee not to write a comment.”
Holder also gave Sweet advanced notice that the PCAOB would be canceling one of its inspections and not replacing it. Sweet shared this information with Whittle and “The PCAOB subsequently notified KPMG that’ it would not inspect Issuer-1.” Sweet also informed Whittle that Holder was the source of all this info to encourage the firm to hire her.

Holder was offered a position with KPMG in July 2015. Before leaving the PCAOB, she copied confidential info to a thumb drive and copied it to her home computer. She then told Sweet about it after she started working at KPMG.

In November 2015, Jeffrey Wada started giving confidential information to Cynthia Holder. Holder passed it to Sweet; Sweet passed it to “relevant KPMG personnel.”

In February 2016, the SEC’s Office of the Chief Accountant called in KPMG for a scolding about their crappy inspection results. It was attended by “KPMG’s CEO, KPMG’s Vice Chair of Audit, and [Middendorf].” There were subsequent meetings as well.

Around this same time, Jeffrey Wada was a little frustrated with this job at the PCAOB, specifically that he didn’t get a promotion. He forward the PCAOB-wide promotion list email that did NOT include his name to Cynthia Holder who forwarded it to Brian Sweet.

About a week later, Wada emailed another PCAOB employee who didn’t get promoted, writing, “:I can’t believe we both got screwed last year.” The email, “[i]ncluded […] a cartoon depicting a man with a screw in his back.” That same month, Wada shared 12 issuers audited by KPMG that would be inspected with Holder.

Meanwhile, back at KPMG, Middendorf, Britt, Whittle and Sweet used this list of 12 to initiate “stealth re-reviews” in order to, chiefly, “[protect] KPMG’s monitoring programs” because negative results would constitute a “systemic failure.” The group agreed that the true nature of the “stealth re-reviews” needed to be a secret.

David Britt told a partner — Partner-3 in the indictment — that “Partner-3’s engagement would be inspected and that [he] could not tell Partner-3 the source of [his] knowledge. [He] also told Partner-3 not to tell any other members of Partner-3’s team.” Britt also lied to another partner — aka Partner-1 — about the reason for the re-reviews. According to the indictment: “Their inclusion in the access request was merely an effort to make the re-reviews look legitimate.”

These re-reviews detected problems in some of KPMG audits and the firm was able to take action prior to inspection and to perform additional work well after audit opinions were issued.

Back to the PCAOB leak — Wada read a preliminary list of audits that would be inspected to Holder in January 2017. Holder shared that info with Sweet, who subsequently took it to Whittle and Britt. They decided to notify partners on this list and to assign additional personnel to those engagements. Whittle asked Sweet to “alter an internal inspections list” to cover their tracks.

Also during this time, Jeffrey Wada was passed over for a promotion again, and he was NOT happy about it. He emailed Cynthia Holder his displeasure and we’re blockquoting it here because it’s so fun:

In February 2017, Wada read Holder a list of “approximately 50 stock ticker symbols, representing the full confidential list of KPMG clients to be inspected by the PCAOB in 2017.” You can guess what happens next, right? Yep, she shared it with Sweet and he shared it with the three musketeers. They discussed “which engagement partners should be notified that their engagements had been selected for inspection.”

22 janeiro 2018

PCAOB e KPMG

No primeiro semestre de 2017 postamos que um funcionário da entidade sem fins lucrativos PCAOB, responsável por fiscalizar as empresas de auditorias, repassou informações sobre a fiscalização que estava ocorrendo na KPMG.

Hoje a Reuters informou que foram três funcionários da PCAOB. Dois deles se transferiram para a KPMG e levaram informações confidenciais com eles. Outro tentou deixar a entidade e não conseguiu. Um deles se declarou culpado. Com a informação repassada, a KPMG reforçava os aspectos que estavam sendo investigados. Assim, faz parte da acusação a empresa de auditoria através de três funcionários. Eles se declararam inocentes. No ano passado a própria KPMG demitiu funcionários em razão do escândalo.

02 outubro 2017

Apoio para KPMG da África do Sul

Recentemente a KPMG da África do Sul esteve envolvida num escândalo político e contábil que levou a demissão dos principais executivos naquele país. O problema envolvida a qualidade da auditoria feita pela KPMG e algumas atitudes ilegais da filial. Em razão dos escândalos, algumas empresas começaram a trocar de auditor, o que levantava dúvidas sobre a continuidade da auditoria no país africano.

A reação da KPMG foi, além de demitir executivos, destinar recursos para organizações que combatem a corrupção. Agora, segundo a Reuters, a unidade local da KPMG recebeu um apoio inesperado do banco central: a KPMG seria "too big to fail". Pela regra local, nenhum banco pode deixar ou contratar um auditor sem a aprovação do banco central e foi isto que foi dito para as instituições financeiras.

A Reuters tentou investigar este assunto com o Reserve Bank, que não respondeu diretamente. Mas mandou um comunicado de duas semanas, onde afirmava que iria fazer reuniões para "manter a estabilidade do sistema financeiro". A saída da KPMG prejudicaria, por exemplo, o sistema de rodízio existente.

22 setembro 2017

Auditoria: o quarteto fantástico

Fonte: Aqui
O Neil Collins escreveu um artigo interessante sobre as grandes empresas de auditoria e como continuam a sobreviver meio a tantos problemas.

Há muitos anos atrás a Price Waterhouse anunciou que queria se fundir com a Cooper Brothers. Alguns consideraram uma má ideia, pois reduziria significativamente o número de empresas de contabilidade internacionais, que já era pequeno. As autoridades não tiveram poder ou interesse em vetar o acordo.

Alguns anos depois a Enron explodiu, levando a Arthur Andersen com ela. Passaram então a haver apenas quatro grandes empresas de auditoria internacionais.

Esse grupo de quatro empresas, também conhecido como Big Four (PwC, KPMG, Deloitte e EY), roda as principais atribuições entre si. As empresas são trazidas para investigar as falhas umas dos outras, já que não há alternativa realista. Essas empresas são tão grandes que atualmente nenhuma quantidade de fusões criaria uma quinta empresa internacional para competir com elas. Elas estão tão longe da concorrência que dificilmente as grandes empresas se arriscam a nomear alguém fora do “quarteto fantástico”.

Nesta semana ficou claro que a KPMG não é fantástica. Ela deu à HBOS um parecer favorável meses antes de o banco ter que ser resgatado e ter que sofrer uma investigação pelo regulador do mercado britânico, o Financial Reporting Council (FRC). Felizmente, o órgão concluiu que a auditoria da empresa em 2008 estava dentro dos padrões esperados. Infelizmente, essa conclusão foi tão fora do senso comum que tornou o FRC motivo de piada.

A KPMG também foi a auditora dos interesses da família Gupta, na África do Sul. Alguns executivos já foram demitidos, mas se a KPMG fose uma empresa incorporada e listada, a combinação de duas grandes falhas como essas seria o suficiente para afetar os altos executivos e, talvez, ameaçar a sobrevivência da entidade.

As auditorias não são assim, mais parecendo franquias operando em cada país. A publicação das suas demonstrações financeiras sempre parece ser muito aquém da divulgação que a lei exige para os seus clientes e a sua compartimentalização quase à vácuo é o suficiente para suportarem até mesmo desastres tão grandes quanto aos que têm ocorrido.

No fim das contas, como a KPMG, PwC, Deloitte e EY poderiam dizer, elas são muito poucas para quebrarem.

Frase

Os executivos da KPMG não estabeleceram nenhuma referência para a probidade, como afirmam alguns - eles simplesmente agiram quando foram pegos.

(David Everatt)

A KPMG está sendo acusada de atuar dentro do Serviço de Receita da África do Sul para obter informações contra os “inimigos’ da família Gupta. Agora a empresa demitiu alguns funcionários e fez doação dos honorários recebidos das empresas da família Gupta. E confirmou que atuou dentro da Receita.

21 setembro 2017

KPMG e o Zupta


Fonte do Cartoon: Aqui

A família Gupta é uma das mais ricas da África do Sul. De origem indiana, os Gupta chegaram no país africano em 1993 e possuem negócios em computadores, imprensa e mineração. Agora, a família está no centro de um escândalo que envolve o presidente da África do Sul, negócios estranhos e uma empresa de auditoria.

O presidente da África do Sul é Jacob Zuma desde 2009, quando foi eleito. A relação de Zuma com a família Gupta é tão próxima que ficou conhecida como Zupta, junção de Zuma e Gupta. A proximidade tem levantado suspeitas de negócios escusos, envolvendo a família e o governo da África do Sul. A esposa do presidente recebeu um cargo numa das empresas do grupo, assim como um dos filhos foi contratado como diretor, mesmo cargo ocupado pela filha do presidente.

A relação entre o presidente e a família provocou uma série de protestos na África do Sul. Recentemente, algumas empresas com negócios com a família decidiram abandonar as relações comerciais. Entre as empresas envolvidas encontra-se a KPMG, que há 15 anos tinha um laço comercial com os Guptas . Hoje, a big four está ameaçada de ser expulsa do país, depois de anos trabalhando para a família Gupta.

Como reação as ameaças, a KPMG começou um expurgo na filial da África do Sul, demitindo oito executivos. Durante anos, a empresa de auditoria deixou passar problemas na auditoria das empresas da família. Um dos casos foi relatado pelo Financial Times:

o escritório da África do Sul [da KPMG] permitiu que uma empresa de propriedade dos Gupta, a Linkway Trading, contabilizasse gastos com o casamento de um mebro da família em 2013 como uma despesa comercial.

Ainda segundo o Financial Times, o grupo ativista Save South Africa acusou a KPMG de ter desempenhado um papel na captura do Estado pela família.

20 setembro 2017

KPMG e a corrupção na África do Sul

Fonte: Aqui
A África do Sul tem passado por seu ano mais turbulento desde o fim do apartheid em 1994 consequente à corrupção e influência ilícita de interesses privados. O país já apresentava problemas com fraude e corrupção há anos, mas atualmente há alegações de que a influente família empresarial Gupta estaria se beneficiando indevidamente de ofertas públicas por meio de ligações com o presidente sul-africano Jacob Zuma. Acredita-se que a família também controle a seleção de funcionários de alto escalão em departamentos importantes.

Em decorrência desses escândalos, a multinacional britânica de relações públicas Bell Pottinger abriu falência e a McKinsey, empresa de consultoria empresarial norte-americana, iniciou uma investigação interna.


A divisão da KPMG na África do Sul auditou a família Gupta por 15 anos. Na semana passada, oito altos executivos foram demitidos em decorrência das conclusões de uma investigação interna referentes a omissão diante de irregularidades em auditorias. 

A empresa já perdeu dois grandes contratos (Sygnia e Sasfin) e tem enfrentado revisões generalizadas já que os clientes não querem manchar a sua reputação em decorrência de suas ligações com a KPMG.

19 setembro 2017

KPMG agiu adequadamente na auditoria do HBOS

O HBOS plc é uma instituição bancária e empresa de seguros com sede no Reino Unido e controlada pelo Lloyds Banking Group. O HBOS foi formado em 2001 pela junção do Halifax e Bank of Scotland (por isto o nome). Naquele ano era a quinta maior instituição bancária inglesa.

Durante a crise de 2008, as ações do HBOS sofreram um grande queda nos preços em razão dos rumores sobre sua situação financeira. Logo depois, a instituição foi incorporada ao grupo Lloyds, mas as autoridades tiveram que reforçar seu capital em 20 bilhões de libras. Na época, criticou-se o auditor, a KPMG, de não ter percebido os problemas da instituição.

Agora, em 2017, o regulador do mercado britânico, o Financial Reporting Council (FRC) concluiu que a KPMG agiu adequadamente, dentro dos padrões esperados por uma auditoria.

Deloitte com receita recorde de US$ 39 bilhões

Saiu no Financial Times: a Deloitte divulgou receitas globais de vendas de US$ 39 bilhões, a EY de US$ 31 bilhões e a PWC ainda não publicou nenhum resultado. A divisão que mais cresceu na Deloitte, com aumento de 13% nas receitas, foi a consultoria de risco, que aconselha as companhias quanto a questões relacionadas a crimes cibernéticos e regulação. A divisão de consultoria da Deloitte, sua maior linha de negócios, apresentou um aumento de 10% das receitas, que a empresa atribuiu a investimentos em áreas incluindo inteligência artificial, robótica, computação em nuvem e tecnologia de protocolo de confiança. As áreas de consultoria estão crescendo mais que as de auditoria.

Na última década as Big Four diversificaram os seus negócios e reduziram a dependência do trabalho de auditoria, em parte por causa do aumento da competitividade para esses contratos e outra pelo aumento do rigor regulatório para as práticas contábeis. Todas as empresas Big4, Deloitte, EY, KPMG e PWC, foram multadas por reguladores de todo o mundo nos últimos 12 meses, destacando a dificuldade da eliminação da má conduta em redes globais de firmas associadas, que empregam centenas de milhares de empregados e abrangem dezenas de países. Essas questões surgiram novamente quando a pressão recaiu recentemente sobre a KPMG em relação a negócios que o escritório sul-africana prestou para a controversa família Gupta.

02 junho 2017

Os auditores da JBS

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão regulador do mercado de capitais, instaurou dois processos administrativos para fiscalizar os auditores indepententes que assinaram os balanços do frigorífico JBS entre 2009 e 2016, de acordo com comunicado enviado nesta quinta-feira (1).
Os dois processos administrativos foram instaurados no dia 23 de maio e foram solicitados pela Superintendência de Normas Contábeis e de Auditoria.
Uma das empresas investigadas é a BDO RCS Auditores Independentes, que assinou os demonstrativos financeiros da companhia entre 2013 e 2016. A outra é a KPMG Auditores Independentes, responsável pelo balanço de 2009 e 2012.


Fonte: Aqui

12 maio 2017

Lobby para minar a SOX

As quadro grandes empresas de auditoria - Deloitte, EY, KPMG e Price - e a AICPA estão usando o momento político dos Estados Unidos para tentar mudar a Lei Sarbanes-Oxley, segundo afirma Francine McKenna. Esta lei, também conhecida como Sarbox ou SOX, foi aprovada em 2002 e alterou a forma de trabalho das empresas de auditoria.

Com a vitória de Trump abriu-se a oportunidade de reverter algumas reformas implementadas nos últimos anos. O atual presidente dos Estados Unidos é claramente favorável a redução de regras que “impedem” os negócios. Para a área de auditoria, a SOX é um obstáculo. Este conjunto de regras surgiu após os problemas com a empresa Enron e o trabalho incompetente da empresa de auditoria Arthur Andersen. Ambas entidades não existem mais, mas os efeitos dos problemas da Enron e da Andersen foram sérios, a ponto de levar a criação da SOX.

Segundo McKenna, as empresas de auditoria e a AICPA desejam voltar no tempo onde não existia uma entidade que regulasse as suas atividades. Segundo dados apresentados por McKenna, somente a Deloitte gastou 560 mil dólares no primeiro trimestre de 2017 na atividade de lobby. As outras empresas também estão fazendo “investimentos” pela alteração das normas, o que poderia, eventualmente, incluir a extinção do PCAOB.

Outro problema é a pressão exercida no passado para separar a auditoria da consultoria. Duas das grandes empresas de auditoria desfizeram da área de consultoria em razão da pressão ocorrida logo após a falência da Enron. Afinal, a atenção que a Andersen deu a consultoria pode ter provocado as falhas cometidas na Enron. Mas a área de consultoria é vantajosa e tem um crescimento bastante interessante. Por isto, as restrições de fazer auditoria e prestar serviço de consultoria representam um obstáculo para o crescimento das Big Four. O que se observa mais recentemente é a retomada dos serviços de consultoria.

No final de 2015, a Reuters revelou que as Big Four fizeram lobby para minar o presidente do PCAOB. Recentemente, sócios das empresas em diversos países, inclusive no Brasil, foram punidos pelo PCAOB. E um funcionário desta entidade repassou informações sobre fiscalização para a KPMG. Os problemas da Big Four com os reguladores não param e isto pode ser um indutor para o lobby das empresas de auditoria.

04 maio 2017

Rolls Royce e os efeitos da investigação brasileira

A empresa britânica Rolls-Royce foi fundada em 1904. Com receita de 15 bilhões de libras esterlinas (cerca de 60 bilhões de reais) e 49 mil empregados, a empresa é um orgulho e exemplo da eficiência britânica. Entre os vários setores onde a empresa atua destaca-se a construção de motores para aviões.

Em janeiro deste ano, a empresa fez um acordo com um regulador britânico, denominado SFO, e concordou em pagar 670 milhões de libras (quase 2,7 bilhões de reais) a um regulador britânico para evitar que as acusações de subornos pudessem impedir contratos de exportação. Neste acordo estava incluso 170 milhões de dólares para autoridades dos Estados Unidos e 25 milhões de dólares para o Brasil.

Descobriu-se posteriormente que alguns destes contratos recebiam dinheiro do contribuinte britânico.

Desde 1995 a empresa era auditada pela KPMG. Em razão da adoção do rodízio que foi adotado no Reino Unido, a empresa será substituída por outra Big Four. O problema é que a auditoria não conseguiu perceber nenhum problema com a empresa, inclusive o pagamento de subornos em outros países, durante estes anos.

Segundo notícia da Reuters e da BBC do dia de hoje, o regulador contábil FRC abriu uma investigação para verificar a qualidade do trabalho do auditor na contabilidade da Rolls-Royce. O Financial Reporting Council informou que irá concentrar no trabalho realizado no exercício findo em 31/12/2010 a 2013, no Rolls-Royce Group e Rolls-Royce Holdings.

Num comunicado, a KPMG afirma estar confiante na investigação do FRC e na qualidade do trabalho realizado na empresa.

Brasil - Apesar do acordo de janeiro fazer referência aos problemas de corrupção detectados no Brasil, no ambito das investigações realizadas pela Operação Lava-Jato na empresa Petrobras, o país não é citado pelo FRC. A SFO revelou 12 acusações de corrupção ou falhas do gênero em sete países: Indonésia, Tailândia, Índia, Rússia, Nigéria, China e Malásia. Apesar da BBC e Reuters não afirmarem explicitamente, parece que a corrupção ocorrida no Brasil chamou a atenção para os negócios nestes sete países.