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02 julho 2010

Custos no Setor Público

O governo lança em agosto um sistema de informação de custo e acompanhamento das despesas públicas. Em gestação há mais de dois anos nos Ministérios da Fazenda e Planejamento, o sistema será usado por todos os ministérios para avaliar custo dos programas, atividades e órgãos da administração direta do governo federal. A ideia é dar um salto de qualidade na política fiscal do governo com uma melhor gestão das despesas públicas.

Cerca de 200 técnicos da área orçamentária e de gestão de programas do governo já foram treinados para aplicar nos seus ministérios o novo sistema, que foi construído com tecnologia desenvolvida pelo Serpro (a empresa de processamento de dados do governo federal).

O sistema permite medir os custos de cada atividade do governo, com uma metodologia de contabilidade criada especialmente para cruzar dados financeiros dos gastos (de quanto custou um serviço, por exemplo) e quantitativos (quantidade de bens e serviços adquiridos). A avaliação extrapola a mera contabilização do valor das despesas pagas, como é feito hoje com base apenas na análise das fases do orçamento: dotação, empenho, liquidação e pagamento.

“Vamos transformar em custo a informação que hoje é apenas de despesa orçamentária”, explicou o ministro interino da Fazenda, Nelson Machado, que comanda a implantação do sistema, batizado de Sic-Gov (Sistema de Custo do Governo Federal). Segundo ele, identificar o custo real de todas as despesas públicas é hoje uma necessidade para a administração da política fiscal, prevista na Lei de Responsabilidade Fiscal.

“Despesa é diferente de custo. Precisamos deixar de fazer análise de elevador dos gastos, se diminuiu ou aumentou, que não diz nada para o gestor”, ressaltou Machado. Para ele, a qualidade da política fiscal não pode ser avaliada somente com base na execução de superávit primários das contas públicas.

Remédios. Para explicar a diferença entre custo e despesa, o secretário deu como exemplo a compra de remédios pelo Ministério da Saúde. Em determinado período, o governo compra e paga um R$ 1 bilhão por uma quantidade de remédios, que, no entanto, não chegaram a ser utilizados no ano da compra. Os remédios ficaram no estoque. A despesa é justamente o valor dos remédios e o custo deve se contabilizado quando eles efetivamente forem usados.

Sem aferição dos custos, disse Machado, não tem como o administrador ser avaliado adequadamente. O administrador do ano seguinte ao da compra dos remédios não é mais eficiente do que aquele que não comprou os medicamentos. Dessa forma, explicou ele, o governo terá uma referência mais precisa para poder reduzir seus custos, melhorando sua produtividade.

A vantagem do sistema, destacou Machado, é que não introduz informações novas, mas trabalha de forma mais eficiente com os bancos de dados do governo já existentes.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, antecipou há duas semanas, durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), o lançamento do sistema, chamando atenção para a necessidade, neste momento de crescimento da economia brasileira, de o governo fazer uma avaliação mais apurada dos gastos públicos.

Além do aumento das despesas correntes, uma das críticas dos analistas econômicos em relação à política fiscal do governo é a de que o governo gasta mal.

O lançamento interno do sistema será feito durante o 1.º Congresso sobre Informação de Custos e Qualidade do Gasto no Setor Público, previsto para os dias 30 de agosto a 2 de setembro em Brasília.


Governo prepara sistema para acompanhar despesas públicas
Adriana Fernandes - O Estado de São Paulo - 2/7/2010

24 fevereiro 2010

Aposentadoria


O gráfico, da revista The Economist (Golden years, 23/fev/2010), mostra, em diversos países, três informações: (a) na esquerda, a idade da aposentadoria, em anos; (b) de azul, o número de anos que o aposentado vive após esta idade, no período de 1965-70; (c) de laranja, o mesmo número, agora no período de 2002 a 2007.

Uma comparação entre as barras da direita mostra que o número de anos que um aposentado vive aumentou. Na França, por exemplo, o aposentado vivia 10 anos depois da aposentadoria; agora vive quase 25 anos, representando um aumento de 15 anos. Este aumento decorre da melhoria das condições de vida dos idosos, que inclui a melhoria na medicina.

Uma conseqüência é o peso dos aposentados nas contas públicas e a contabilidade pública. A estimativa dos aposentados passa ser relevante nos modelos atuariais da contabilidade pública.

Efeito colateral recai sobre os sistemas de custos. Estes sistemas na área pública geralmente não levam em conta o custo da aposentadoria (para isto, veja o livro Custos no Setor Público, da Editora da UnB). Faz-se necessário uma discussão sobre o assunto.

03 dezembro 2009

Custos e Processo

O atual ambiente competitivo tem exercido uma pressão constante em todas as instituições e, particularmente intensa, nas universidades privadas brasileiras. Isso tem levado os pesquisadores e os executivos a buscarem ferramentas que os apóiem na tomada de decisão no processo de gestão de custos. O tema deste artigo consiste em associar a gestão de custos com duas ferramentas de análise que são: mapeamento de processos e simulação, com o objetivo de avaliar a utilização de mapeamento de processos e de simulação como procedimentos de apoio à gestão de custos. Essa análise deu-se via estudo de caso tomando o processo de registros e matrículas da Universidade de Cruz Alta – UNICRUZ como objeto de estudo. Trata-se, pois, de um estudo aplicado e quantitativo uma vez que foram coletados dados primários e esses analisados por funções estatísticas e modelagem. Essa metodologia permitiu a criação de dois cenários para a análise final, tanto para a matrícula como para a rematrícula. Como conclusão, teve-se diagnosticada a eficácia desses procedimentos no que se refere ao volume e nível de informação, permitindo melhores ajustes de custos, que de outra forma não seria possível, contribuindo, assim, na melhoria da qualidade, no alinhamento dos processos e na gestão dos custos.

MAPEAMENTO DE PROCESSOS E SIMULAÇÃO COMO PROCEDIMENTOS DE APOIO À GESTÃO DE CUSTOS: UMA APLICAÇÃO PARA O PROCESSO DE REGISTROS E MATRÍCULAS DA UNIVERSIDADE DE CRUZ ALTA
Taciana Mareth (Unicruz); Tiago Wickstron Alves (Unisinos); Gustavo Severo de Borba
(Unisinos)

04 agosto 2009

Custos e normas internacionais

As normas internacionais afetam a contabilidade de custos? A princípio não, pois a contabilidade de custos tem a finalidade de ajudar no processo de tomada de decisão.

Entretanto, como o cálculo de custos pode ser útil no processo de mensuração para contabilidade financeira, incluindo o valor do estoque, a adoção de normas internacionais pode influenciar a contabilidade de custos.

Um texto do periódico Business Standard (Cost accounting norms to be in tune with IFRS ; It is not just Indian accounting standards which would converge..., Sapna Drogra Singh, New Delhi, 3/8/2009, 4) discute esta questão.

A Índia irá convergir para as normas do Iasb em 2011, mas o Institute of Cost and Works Accountants of India (ICWAI) está trabalhando no impacto da IFRS nos princípios de custos.

11 julho 2009

Custos Administrativos do Medicare

Uma discussão interessante surgiu nos blogs sobre o custo administrativo do Medicare (sistema de previdência do governo dos EUA) versus instituições privadas. Tudo iniciou com um trabalho de Robert Book que compara as duas medidas. Book afirma que não é possível usar o percentual do custo administrativo sobre o custo total (6% a 8% do Medicare versus 14 a 22% dos planos privados). A razão é simples: o Medicare está concentrado em pacientes idosos, com um custo médio mais elevado. Neste sentido, usar o custo administrativo como percentagem do custo total não é adequado pois o denominador são diferentes.

Gelman (Does Medicare actually have higher administrative costs than private insurers?) apoia este ponto. Entretanto, Gelman lembra que também não é possível comparar custos de diferentes grupos potenciais. Assim, a comparação do custo médio administrativo (US$509 do Medicare versus US$453 dos planos privados) também estaria incorreto. Os pacientes do Medicare são diferentes e possuem custos administrativos mais elevados.

Já o blog Marginal Revolution faz uma comparação entre os dois setores. O setor público é financiado por verbas de impostos e não deve preocupar-se com marketing e outras despesas associadas a obtenção de receita. Isto representa uma economia de custos. Mas o setor público dedica menos esforços em monitorar suas atividades, inclusive seus gastos.

Mais sobre o assunto, aqui

13 novembro 2008

Filantropia e Custos

Sarah Murray (em Charity begins in the office, Financial Times, 11/11/2008, USA Ed1, 08. Aqui http://money.ninemsn.com.au/article.aspx?id=664131 também) mostra a questão de medidas de eficiência para as entidades do terceiro setor.

O foco no custo indireto como medida de eficiência causa problemas para este setor. A questão é doadores preocupam-se com custos administrativos e geralmente usam uma taxa de 20% como parâmetro, informa Murray. Mas isto impede a aplicação de recursos em sistemas de informação ou planejamento estratégico, pois aumentaria estes custos.

01 agosto 2008

Como reduzir o custo do chocolate

Chocolate ganha mais gordura e indústria economiza
Valor Econômico - 01/08/2008

A indústria de chocolates no Brasil resolveu aderir à estratégia do "põe mais água no feijão". Para reduzir custos - só o cacau teve alta de 45% neste ano, até ontem - os fabricantes aumentam o teor de gordura na formulação das guloseimas. Por definição do Ministério da Agricultura, o chocolate produzido e comercializado no Brasil deve ter, no máximo, 5% de gordura vegetal e 25% de cacau, no mínimo. (...)

O que assusta a indústria agora é a alta das commodities. "Do início do ano para cá o preço da tonelada do cacau passou de US$ 2,2 mil para US$ 2,8 mil, chegando a um pico de US$ 3,2 mil em junho", diz Thomas Hartmann, produtor e um dos principais consultores do segmento cacaueiro. (...)

Para fugir do cacau mais caro, empresas como a Nestlé, anunciaram mudanças na fórmula de seus chocolates. No caso da multinacional suíça, toda linha de tabletes de 100 a 200 gramas mudou de fórmula. A Nestlé, por meio de sua assessoria de imprensa, nega que a causa seja reduzir custos. Mas para o mestre chocolateiro Arlindo Pinheiro, a mudança tem sim a ver com o barateamento da produção. "Quando a empresa tira o leite 'in natura' e a lactose da fórmula de um chocolate e os substitui por leite em pó integral, soro de leite e gordura anidra de leite, está deixando o produto com menos cacau e mais gordura. É como se diluísse o chocolate", afirma ele, comparando os ingredientes de um produto da marca antes e depois da mudança. "Se o chocolate tem mais leite, necessariamente fica com menos cacau", endossa o consultor Hartmann. Mas não é só mais leite que as novas fórmulas têm. A indústria achou uma nova maneira de interpretar a norma do nível máximo de 5% de gordura vegetal nos tabletes: a adição da gordura anidra de leite. O ingrediente, que antes não era usado no preparo das guloseimas, agora soma-se à gordura vegetal. (...)

23 julho 2008

Custos de Itaipu

O então candidato a presidência do Paraguai, Fernando Lugo, prometeu abrir as contas da hidroelétrica Itaipu.

Agora, conforme informa agências internacionais (Lugo no podrá abrir al público cuentas de Itaipú, AP Spanish Worldstream -22/07/2008) o futuro diretor local da usina, Carlos Balmelli, reconhece que isso não será possível pois um tratado internacional está acima de leis nacionais.

A usina não pode ser controlada por órgãos nacionais, como a Contraloría General del Estado.

11 julho 2008

Custos de um advogado

Os custos de um advogado, dizem as fontes, vairam de R$500 mil a R$1 milhão para que sejam obtidos resultados rápidos, como um habeas corpus.

Um processo inteiro até a sua conclusão pode ter o valor multiplicado por quatro. Esse custo vai baixando quando são advogados menos conhecidos ou que fazem parte de escritórios que ainda não atingiu o estrelato. Por isso, advogados que não são tão famosos acabam usando os holofotes de um caso que tenha notoriedade para ganhar fama. Por isso mesmo, até aceitam trabalhar sem receber honorários.

Mas, mesmo sendo um profissional que está entre os mais conhecidos, segundo as fontes, nem sempre a influência nas instâncias do Judiciário surte efeito, e o conhecimento de pessoas em tribunais superiores pode não ajudar em uma decisão. Grandes escritórios costumam ter em seus quadros juízes aposentados que utilizam do expediente do “embargo auricular”, uma espécie de lobby junto a colegas na ativa.

Erica Ribeiro - Custo de advogado em ação atinge R$1 milhão - O Globo 11/07/2008 - 24

18 junho 2008

Banana: Custo e Consumo Futuro




Um texto interessante de Dan Koeppel (Yes, We Will Have No Bananas, New York Times, 18/06/2008, p. 21) mostra o predomínio da banana no gosto do estadunidense que custa para o consumidor a bagatela de um dólar o pound. O consumidor não pensa como isso é possível. A banana é originária de países tropicais, que ficam distantes do mercado consumidor. O custo de transporte é elevado, pois exige containers climatizados e não sobrevive muito tempo depois que são colhidas. Enquanto isso a maça, fruta tradicional de clima frio e do hemisfério norte, é produzida perto do consumidor, pode ficar meses sem perder e custa mais que a banana.

Talvez o nome responsável por esse milagre seja a United Fruit Company, hoje conhecida como Chiquita. A empresa construiu uma infra-estrutura de transporte que ajuda a explicar o custo reduzido da banana. Mas o controle exercido sobre a produção nos países da América Latina é relevante. No passado, exércitos foram usados para permitir manter o custo num nível baixo, como ocorreu em 1954 na Guatemala .

Outro aspecto é a questão genética. Os importadores vendem somente uma variedade de fruta, apesar de existirem mais de mil variedades de bananas. A Cavendish (foto) é um tipo de fruta que permite maior eficiência na produção, padroniza a qualidade e, com isso cria economia de escala.

13 junho 2008

Custos nas empresas aéreas

Recentemente o blog mostrou a questão do corte de custos nas empresas aéreas (aqui e aqui).

Agora, uma reportagem da Folha de São Paulo (Empresas aéreas dos EUA adotam novas cobranças, 13/06/2008) mostra mais exemplos:

Três das maiores companhias aéreas dos Estados Unidos anunciaram novas medidas para diminuir custos, provocados especialmente pelo aumento nos preços do combustível. Entre as decisões estão a cobrança pelo check in de bagagem e por bebidas não-alcoólicas, a demissão de funcionários e o cancelamento de vôos.

A United Airlines, a segunda maior empresa aérea norte-americana, disse que passará a cobrar US$ 15 pelo check in da primeira bagagem em vôos domésticos, medida que já tinha sido anunciada no mês passado pela rival American Airlines, a maior empresa aérea do país.

Poucas horas após o anúncio da United, foi a vez de a US Airways afirmar que passará a cobrar pelo check in da primeira mala despachada, em um programa mais amplo, que envolve vôos domésticos e com destino ou saída do Canadá, da América Latina e do Caribe.

Além disso, a companhia disse que irá demitir 1.700 funcionários e devolver dez aeronaves. Segundo a US Airways, o preço do combustível aumentou mais de 90% nos últimos 12 meses e os gastos com o produto representam 39% do total -eram 14% em 2000. Ela estima que irá gastar US$ 1,9 bilhão a mais neste com combustível do que no ano passado.

Outra medida adotada pela US Airways é a cobrança pelo consumo de bebidas não-alcoólicas. Refrigerantes, sucos, água mineral e café serão vendidos a US$ 2, e o preço das bebidas alcóolicas aumentará de US$ 5 para US$ 7.(...)

As companhias de aviação podem perder mais de US$ 6,1 bilhões neste ano devido aos altos preços do petróleo, segundo a Iata (associação mundial que reúne as empresas aéreas).

Pelos cálculos dela, cada aumento de US$ 1 no preço do petróleo eleva em US$ 1,6 bilhão os custos das empresas.

10 junho 2008

Custo do combustível

Combustível consome mais de 50% da receita de passagens aéreas nos EUA
Scott McCartney, The Wall Street Journal - 10/6/2008 - The Wall Street Journal Americas - 1

Pode-se voar entre Nova York e Los Angeles, uma viagem de cinco horas, por meros US$ 400, ida-e-volta, mais impostos e tarifas de governo. Desses US$ 400, quanto você acha que a companhia aérea vai gastar em combustível?

Quase US$ 300 por passageiro, aos preços atuais. Só o aumento de US$ 10,75 no preço do barril de petróleo na sexta-feira elevaria os custos para a aérea JetBlue em quase US$ 24.

Embora a maioria das pessoas saiba quanto custa para abastecer seus carros, poucos têm idéia de quanto pagam pelo combustível quando pegam o avião de uma companhia aérea. E é um valor chocantemente alto aos preços atuais — nos Estados Unidos, bem mais que 50% do preço médio das passagens em muitas rotas.

Isso não deixa muito dinheiro para cobrir todos os outros custos de uma companhia aérea — mão-de-obra, aviões, manutenção, seguro, tarifas de uso do aeroporto, instalações e administração. E ajuda a explicar por que voar virou um tal sofrimento, com companhias aéreas cortando serviços, aumentando preços, cobrando uma pilha de tarifas e regulando várias outras coisas.

Antes da invenção da turbina a jato, o combustível era a grande despesa das companhias aéreas. Mas os jatos eram muito mais econômicos e a mão-de-obra passou a ocupar a posição de maior despesa. Agora o setor deu meia-volta, com o combustível de novo como maior despesa, diz Andrew Watterson, sócio da consultoria Oliver Wyman Group, uma divisão da Marsh & McLennan Cos.

“Se esta situação perdurar, a viagem de avião vai se tornar uma empreitada bem mais cara”, diz Watterson. As companhias aéreas, observa, cortaram os custos o suficiente para lucrar no ano passado, quando os preços do petróleo estavam em torno de US$ 70 por barril. Mas a US$ 135 ou mais por barril a situação “está drasticamente diferente”.

A Oliver Wyman analisou números das companhias aéreas americanas e encontrou uma média de custo do combustível por passageiro, considerando o que seria um vôo ida-e- volta médio num avião médio, de US$ 137,60 para o petróleo a US$ 135 por barril. A média de passagem ida-e-volta para os vôos domésticos nos EUA é estimada em US$ 263, sem incluir impostos e outras tarifas do governo. Na média das aéreas americanas, mais de metade do preço da passagem é gasto para comprar combustível.

É uma quantia impressionante quando se considera que apenas quatro anos atrás as despesas com combustível consumiam só 10% a 20% das passagens. Para cobrir a alta dos preços do combustível este ano, as empresas precisam conseguir cerca de US$ 60 a mais em média por passageiro — daí a enxurrada de tarifas de bagagem, alta no custo da passagem e outras tentativas de arrancar mais dinheiro dos clientes.

Um vôo como o de Nova York a Los Angeles, que é a rota longa de maior tráfego nos EUA, mostra o impacto do combustível por passageiro de maneira bem clara.

As companhias aéreas não divulgam publicamente a rentabilidade de rotas específicas, mas têm de informar vários dados operacionais ao governo americano. A JetBlue, por exemplo, informou em seus relatórios ao governo que seus A320 queimam em média 2.919 litros de combustível por hora, de modo que a conta total para uma viagem de ida e volta entre os aeroportos de Nova York e Long Beach, na região de Los Angeles, chega a mais de US$ 35.000 se o querosene de aviação estiver a US$ 1,06 por litro, o preço quando o barril de petróleo está em torno de US$ 135. Divida isso pelo número médio de passageiros da JetBlue, e o custo de combustível por passageiro fica em US$ 290.

Considere-se que a tarifa média da JetBlue nessa rota, no quarto trimestre, era de US$ 376, sem impostos. As passagens subiram este ano, mas não o suficiente para compensar a alta de US$ 140 na conta de combustível por passageiro desde o ano passado.

As estimativas não levam em conta outras receitas que as empresas recebem, de carga, venda de milhas e sobretaxas por bagagem ou multas por troca de passagem, por exemplo, e não incluem os hedges (coberturas no mercado futuro) de combustível que podem reduzir quanto uma aérea realmente paga pelo querosene de aviação. Mas um porta- voz da JetBlue confirma que aqueles números estão próximos das contas atuais da empresa.

A American, que opera jatos Boeing 767-200 entre os aeroportos de Nova York e Los Angeles, consegue uma receita média maior por passageiros que a JetBlue porque transporta mais viajantes a negócios e oferece assentos de executiva e primeira classe nessa rota. No quarto trimestre, seu preço médio na rota era de US$ 610.

Mas, se as passagens são mais caras, a conta de combustível também é. Um 767-200 da American queima em média 60.498 litros de querosene de aviação numa viagem ida-e- volta entre as duas cidades, segundo informes da empresa ao governo. Isso representa uma conta por passageiro de US$ 484, presumindo que os vôos tenham ocupação de 79%, a média da empresa.

A American afirma não divulgar números específicos por questões de concorrência, mas informa que essas estimativas estão “decididamente próximas” dos números naquela rota.

05 junho 2008

Congresso de Custos

O tradicional Congresso de Custos será realizado em Curitiba-PR, nos dias 12, 13 e 14 de novembro, na sede da Unindus - Universidade da Indústria / Sistema FIEP.

As datas importantes para a submissão de trabalhos são:

Envio dos trabalhos científicos para avaliação: de 16/06/2008 até 15/07/2008.
Divulgação dos trabalhos científicos aprovados: 01/09/2008.
Abertura das inscrições: 01/07/2008.
Prazo final para inscrição dos autores com trabalhos científicos aprovados: 18/09/2008.
Divulgação da programação científica definitiva: 30/10/2008.

19 maio 2008

Despesa numa construtora

Balanço da Rossi decepciona e ações despencam
Valor Econômico - 19/5/2008

As ações da Rossi Residencial despencaram 15% na sexta-feira na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), depois de o balanço da empresa do primeiro trimestre mostrar forte redução de margens, atrasos em lançamentos, problemas com o orçamento de um projeto e necessidades de caixa. Mudanças nos critérios contábeis também afetaram os resultados.(...) A Rossi iniciou a adoção de práticas contábeis em conformidade com padrões internacionais, o que gerou mudança significativa na contabilização de custos. Como exemplo, os encargos financeiros decorrentes de financiamentos à produção e a debêntures passaram a ser apropriados na rubrica custos dos imóveis vendidos.

As despesas comerciais passaram a compreender os gastos com publicidade e propaganda, antes diferidos e reconhecidos em função do andamento das obras.

Durante a teleconferência, o analista Marcelo Telles, do Credit Suisse, observou que, mesmo sem as alterações contábeis, a margem bruta da companhia teria recuado para 30%, em função do impacto de uma obra mal orçada, aparentemente pequeno, mas que foi muito significativo. (...)

A empresa atrasou o lançamento de dois empreendimentos, no Rio de Janeiro e em São Paulo. Com isso, o Valor Geral de Vendas (VGV) caiu 59% para R$ 178 milhões. Nos primeiro trimestre, a Rossi consumiu R$ 136 milhões de seu caixa, que fechou o período com R$ 120 milhões. Ciente da necessidade de capitalização, já contatou banco para uma emissão de R$ 350 milhões em debêntures.

29 abril 2008

Custos e Agronegócios

Saiu o novo número da revista Custos e @gronegócio, de janeiro/abril de 2008 (clique aqui). Os artigos são os seguintes:

1. Como as empresas classificadas no Índice de Sustentabilidade Empresarial evidenciam os custos e investimentos ambientais?
2. Custos ocultos e agronegócio
3. Custos de produção, expectativas de retorno e de risco do agronegócio mel no Planalto norte de Santa Catarina
4. Estudo dos fatores determinantes para a variação do curso dos insumos e do preço da soja no Estado do Rio Grande do Sul após o Plano Real
5. Uma análise da estrutura de custos do setor sucroalcooleiro brasileiro
6. Produção conjunta e decisões gerenciais: O caso de uma empresa de exportação de madeira tropical
7. Custos do cultivo do melão amarelo na safra 2006/2007: Um estudo de caso na empresa Santa Júlia Agro Comercial Exportadora de Frutas Tropicais Ltda

14 março 2008

Chrysler fecha fábrica para reduzir custos


Uma notícia no jornal informa que a Chrysler irá fechar uma fábrica para reduzir prejuízo:

A montadora americana Chrysler informou ontem que planeja interromper todas as suas atividades, com exceção das essenciais, em todo o mundo por duas semanas no mês de julho, como forma de reduzir custos e preservar caixa.

(...)A decisão de paralisar as atividades em todo o mundo em julho foi anunciada aos empregados por meio de um correio eletrônico do presidente-executivo da Chrysler, Bob Nardelli. Segundo ele, a medida é necessária para que a montadora crie "eficiência em todas as linhas de organização e melhore sua produtividade". A fábrica da Chrysler no Brasil, inaugurada em 1998, parou de produzir em 2001.


Chrysler vai suspender produção em todo o mundo em julho - O Estado de São Paulo - 14/3/2008

Isto não faz muito sentido, a princípio. Interromper as atividades pode reduzir os custos variáveis, mas não os fixos.

06 março 2008

Rir é o melhor remédio



Eis um vídeo muito interessante sobre economia de custos numa empresa. Ou até onde pode chegar esta economia.

12 fevereiro 2008

Agências de publicidade preocupadas com custos

Agências controlam mais os custos para recuperar margem
Valor Econômico - 12/02/2008

O aumento da concorrência nos últimos anos e a diversificação dos investimentos dos anunciantes fizeram com que a rentabilidade das agências de publicidade fosse caindo. Há cerca de dez anos, a margem do negócio era entre 10% e 15% maior do que é hoje. Diante do quadro, as agências vêm controlando os custos com maior rigor e tentando aumentar a produtividade de cada funcionário. (...)

O grupo [Totalcom] adota, há um ano e meio, ferramentas de gestão que permitem, inclusive, monitorar a rentabilidade de cada cliente - a receita de uma agência tradicional é proporcional ao que o cliente investe em compra de espaço publicitário. Quando o cliente não é um anunciante intensivo, a receita cai. Mesquita acompanha todos os investimentos feitos pelos clientes e quantas horas trabalhadas pelos funcionários das agências do grupo foram gastas em cada cliente - num sistema parecido ao de consultorias e escritórios de advocacia. (...)

17 dezembro 2007

Corte de custos

Para um estudo de caso de custos


Um levantamento da Lexmark mostra que as companhias gastam em média 3% de sua receita com impressão. As empresas que atuam com terceirização de impressão garantem que a redução de custos pode chegar a 40%. Isso porque o fornecedor atualiza o parque de impressoras, com modelos mais eficientes e adaptados para a demanda do cliente. Além disso, tem maior poder de barganha com fabricantes e ganho de escala. O contrato tem em média 36 meses e o pagamento é feito somente pelas páginas impressas. “É interessante para empresas que fazem mais de 10 mil impressões por mês. A partir de 1,5 mil páginas a locação é mais indicada ”, diz Alexssandra Moreno, da Toner Print. Na locação, não existe acompanhamento por software dos gastos em impressão. Segundo Alexssandra, o custo por página varia muito, mas gira em torno de 7 centavos, o que representa R$ 700 para as 10 mil impressões.


Corte de custos chega a 40% - 17/12/2007 - Gazeta do Povo

19 novembro 2007

A relevância da contabilidade de custos

Contabilidade de custos deve ajudar o gestor da firma
Folha de São Paulo - 18/11/2007

O contador que trabalha fora da empresa não atende à administração interna, e sim ao governo

Um dos grandes desafios enfrentados pelos empreendedores é o de lidar com diversas tarefas especializadas, que vão desde a administração geral até a contabilidade. Sobretudo em micro e pequenas empresas, nas quais é comum o proprietário acumular funções, é importante determinar como a contabilidade deve servir de suporte para a administração da firma. Ressaltar essa importância é o objetivo de George S. Guerra Leone, autor de "Os 12 Mandamentos da Gestão de Custos" (editora FGV, R$ 34, 254 págs.), que conversou com a Folha. Confira os principais trechos da entrevista.


FOLHA - Qual é a diferença entre contabilidade de custos e gestão de custos?

GEORGE LEONE - A contabilidade de custos é feita pelo contador, em firmas médias e grandes, e tem função informativa. A gestão de custos é estratégica, realizada por um administrador, e baseia-se nas informações fornecidas pela contabilidade.

FOLHA - No livro, fala-se da necessidade de haver um "dueto harmonioso" entre esses dois profissionais: o contador e o administrador.

LEONE - Se não houver uma harmonia entre eles, a empresa não funcionará. A contabilidade de custos presta informação para a gerência.

FOLHA - Qual é a diferença se o contador de custos trabalhar para uma micro ou uma pequena empresa?

LEONE - O empreendedor geralmente será proprietário e administrador. Ele terá algumas atribuições que não existiriam em uma empresa industrial. O contador de custos desse empreendedor terá de trabalhar em dobro.

FOLHA - Em uma grande empresa, a contabilidade pode ser um departamento. Mas, no caso dos pequenos empreendedores, o mais comum é ter uma contabilidade terceirizada. Como o empreendedor deve acompanhar esse trabalho?

LEONE - Quando um contador trabalha fora da empresa, ele não atende à administração interna, mas aos governos municipal, estadual e federal. Preocupa-se em fazer tudo certo, para que não haja problemas com tributos e com o INSS [Instituto Nacional do Seguro Social], já que a legislação muda de vez em quando. Isso dá um trabalho danado para o contador que está de fora. Não ajuda o administrador ou o empreendedor a administrar, pois não faz a contabilização, ou seja, o registro do que está acontecendo monetariamente.

FOLHA - Quando o pequeno empresário administra, faz também a contabilidade de custos? Ele deveria ter ainda um outro contador externo só para tributos?

LEONE - O contador de custos interno só existirá se for uma empresa média ou maior. Se for uma empresa menor, vai haver apenas o contador externo, que só atende ao governo.

FOLHA - O controle de custos que o pequeno empreendedor faz deve ser chamado de administração ou de contabilidade?

LEONE - Se o empreendedor faz [a contabilidade], pode contratar um consultor especializado para ajudá-lo -uma pessoa com experiência. Isso lhe permite focar nas áreas importantes para ele: a comercial e a de produção. O contador interno que ele contrata pode ser uma pessoa amiga ou um familiar. Mas esse especialista deve ser um contador gerencial, porque ele tem uma visão de administração e de gerenciamento.

FOLHA - Outro dos pontos que o senhor destaca é a relevância da redução permanente de custos.

LEONE - É que o pessoal muitas vezes apaga fogos pequenos, mas não deveria ser assim. Só apagar o foco do incêndio não adianta. O gestor deve prever que vai acontecer um incêndio no futuro. Do contrário, é como na floresta: apaga-se um foco e aparece outro. Ele tem de ter uma atividade permanente de redução de custos.