Translate

Mostrando postagens com marcador Caixa. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Caixa. Mostrar todas as postagens

20 janeiro 2014

Muito Caixa

O assunto não é novo: o excesso de liquidez das empresas. Existem diversas explicações e o texto apresenta algumas delas.

As grandes empresas dos Estados Unidos nunca tiveram tanto dinheiro em caixa. A estimativa da Moody’s é que as corporações não financeiras devem ter fechado 2013 com nada menos que US$ 1,5 trilhão em reservas, mais que o Produto Interno Bruto (PIB) de países como a Espanha ou a Austrália, e um nível recorde para o mercado norte-americano. As gigantes de tecnologia, como Apple, Google e Microsoft, são as que mais têm recursos em caixa.

Cerca de US$ 500 bilhões do total das reservas estão com empresas de TI. Mas outras companhias também possuem volume expressivo. A General Eletric (GE) divulgou ontem (17) que fechou dezembro com US$ 89 bilhões consolidados em caixa. A expectativa dos analistas é que os resultados do quarto trimestre de outras empresas não financeiras mostrem que o caixa continuou aumentando na reta final do ano passado.

O alto volume de recursos em caixa das corporações norte-americanas mostra uma postura conservadora dos empresários em meio ao aumento da incerteza nos EUA, avalia a agência de classificação de risco Standard & Poor’s. Em 2013, as dúvidas sobre a mudança da política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) contribuíram para estimular o aumento dessas reservas. Outro fator foi o impasse no Congresso sobre as questões fiscais do país, que paralisou o governo por 16 dias em outubro.

Os economistas citam ainda o crescimento fraco do consumo interno nos últimos anos como outro fator a desestimular os investimentos.
Foi a partir da crise de 2008 que o caixa das empresas dos EUA começou a aumentar e desde então o volume quase dobrou. Em 2007, antes do início da crise, o caixa das empresa era de US$ 815 bilhões, de acordo com a Moodys. “As empresas têm se mostrado muito relutantes em gastar recursos, numa postura conservadora”, avalia o estrategista de renda variável do RBC Capital Markets, Jonathan Golub.

A estimativa da Moody’s e da S&P é que grande parte deste caixa está investido no exterior. A razão é que as taxas de juros nos EUA estão próximas de zero, o que estimula as empresas a buscar retornos maiores fora do país.

Com as projeções de maior recuperação da economia em 2014, a expectativa é que as empresas comecem a gastar mais e reduzam um pouco os recursos em caixa. O economista da gestora AllianceBernstein, Joseph Carson, vê mais investimentos corporativos este ano e, por isso, o ritmo de constituição de caixa pode diminuir, destaca em um relatório a investidores. Ele projeta, por exemplo, expansão de 9,6% dos investimentos no setor de construção e de 8,1% no segmento de maquinaria.

A expectativa da AllianceBernstein é que depois de crescer cerca de 1,8% este ano, o PIB norte-americano avance entre 3% e 4% em 2014. “O investimento empresarial está começando a ganhar força, sobretudo no setor manufatureiro”, diz Carson.


Fonte: aqui

13 janeiro 2014

Não há confisco da Caixa

Esta é a reportagem da Istoé que trata do suposto confisco da Caixa:

Uma auditoria realizada pela Controladoria-Geral da União (CGU), órgão vinculado à Presidência da República, aponta que, em 2012, a Caixa Econômica Federal promoveu uma espécie de confisco secreto de milhares de cadernetas de poupança. Em um minucioso relatório composto por 87 páginas, os auditores da CGU revelam os detalhes da operação definida como sem respaldo legal, que envolveu o encerramento de 525.527 contas sem movimentação por até três anos e com valores entre R$ 100 e R$ 5 mil. Os documentos obtidos por ISTOÉ mostram que o saldo dessas contas foi lançado, também de forma irregular, como lucro no balanço anual da Caixa, à revelia dos correntistas e do órgão regulador do sistema financeiro. No total, segundo o relatório da CGU, o confisco soma R$ 719 milhões. O documento foi remetido à Assessoria Especial de Controle Interno do Ministério da Fazenda e ao Banco Central e desde novembro auditores do BC se debruçam sobre a contabilidade da Caixa para apurar as responsabilidades. ISTOÉ também teve acesso a cinco pareceres do Banco Central que foram produzidos após as constatações feitas pela CGU. Em todos eles os técnicos concluem que a operação promovida em 2012 foi ilegal. No documento redigido em 4 de novembro do ano passado, o Departamento de Normas do BC (Denor) adverte que a operação examinada consiste em potencial risco de imagem para todo o Sistema Financeiro Nacional.
[...]

O mais é incrível dessa história é que não é possível confiar nos jornalistas brasileiros, principalmente quando falam de contabilidade. O Banco Central já emitiu uma nota para esclarecer o caso da Caixa:

O Banco Central divulgou neste domingo nota de esclarecimento sobre a reportagem da revista IstoÉ, que denunciava o confisco de R$ 719 milhões de contas sem movimentação da Caixa Econômica Federal. De acordo com o BC, "a regulação brasileira determina que contas irregulares devem ser encerradas, nos termos da Resolução 2025/1993, do Conselho Monetário Nacional (CMN), e da Circular 3006/2000". Segundo o banco, "as regras asseguram que clientes que tiverem suas contas encerradas têm direito ao saldos existentes, após regularização da sua situação, a qualquer tempo".
A nota garante que, "no caso específico da Caixa Econômica Federal, não há qualquer prejuízo para correntistas e poupadores da instituição e, portanto, não há que se falar em 'confisco', termo usado indevidamente pela publicação. Diferentemente do que afirmou a revista, a motivação para encerramento das contas não foi falta de movimentação ou de saldo, mas irregularidades cadastrais".




22 março 2013

Crédito de Liquidação Duvidosa

Os ratings de emissor de longo prazo do BNDES e do BNDESPar foram rebaixados de A3 para Baa2, com perspectiva positiva, e seu perfil de risco de crédito individual caiu de baa2 para ba1. Já os ratings de depósito de longo prazo em moeda local da Caixa também foram rebaixados de A3 para Baa2.

Os ratings de dívida sênior em moeda estrangeira do BNDES, BNDESPar e Caixa foram rebaixados de Baa1 para Baa2, com perspectiva positiva, mesma nota da dívida brasileira.

O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, disse ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que a decisão da Moody’s não vai provocar nenhuma alteração na imagem do banco oficial perante o mercado [1].

"Como o BNDES e o BNDESPar tinham ratings superiores aos da República, agora a nota fica no mesmo patamar do rating soberano" [2], destacou. "No caso da Standard & Poor’s e da Fitch, as notas do BNDES e da BNDESPar já eram equivalentes ao rating soberano. Então, as três agências agora estão no mesmo nível da República."

Ao rebaixar os perfis de risco de crédito da Caixa, do BNDES e do BNDESPAr, a Moody’s ressaltou a deterioração na qualidade de crédito [3] e o enfraquecimento do capital de nível 1 dos bancos.

Além de estimular o apoio dos bancos às políticas contracíclicas, o governo tem exigido que o BNDES e a Caixa contribuam com valor elevado de dividendos, enquanto recompõe o capital desses bancos sem o desembolso de caixa. Segundo a Moody’s, a prática tem levado a níveis relativamente baixos de capital de nível 1, que limitam a capacidade dos bancos em absorver perdas em situações de estresse, enfraquecendo a força de crédito individual.

Em dezembro de 2012, o capital de nível 1 do BNDES chegou a 8,4%, enquanto o da Caixa caiu para o mínimo de 6,62%, ambos significativamente abaixo da média de 12,4% do sistema financeiro em junho de 2012.

A estratégia de crescimento dos bancos também trouxe maior volatilidade aos balanços do BNDES e da Caixa. Os empréstimos de capital de nível 1 do BNDES aos dez maiores clientes subiram de 3,4 vezes em 2010 para mais de 4 vezes em 2012. Já as grandes exposições da Caixa equivalem a 1,5 vez seu capital de nível 1 em 2012, ante 1,1 vez em 2010, segundo a Moody’s.

Moody’´s rebaixa ratings de BNDES, BNDESPar e Caixa - Agência Estado | 21/03/2013


[1] Ou seja, o mercado não considera a nota de rating. Será verdade?
[2] O fato de ocorrer o rebaixamento é importante, não o nível.
[3] Este é um aspecto importante: na divulgação do resultado anual, levantou-se a dúvida sobre a qualidade dos créditos de liquidação duvidosa.

10 março 2013

Inadimplência dos bancos públicos x privados


Nas últimas semanas, foram divulgados os resultados dos balanços dos bancos referentes a 2012. O que torna esses números importantes é que estamos no meio de uma alteração na maneira de funcionamento desse mercado.

O mercado de bancos comerciais brasileiro é composto por cinco grandes instituições -além das pequenas e médias-, duas delas públicas, Banco do Brasil e Caixa, e três privadas, Itaú Unibanco, Bradesco e Santander.

Um dos elementos da política econômica da presidente Dilma é reduzir os juros básicos da economia e reduzir os juros cobrados pelos bancos comerciais na concessão de crédito. Para tal é necessário reduzir o "spread" bancário, que é a diferença dada pela taxa com que os bancos remuneram seus depositantes, conhecida por taxa de captação e próxima da taxa básica de juros, e a taxa cobrada aos tomadores de empréstimos.

O Banco Central promoveu de agosto de 2011 até o segundo semestre de 2012 forte redução da taxa básica de juros, a Selic, trazendo-a para 7,25% ao ano após reduzir 5,25 pontos percentuais. Adicionalmente, instruiu a diretoria dos bancos públicos, BB e CEF, a iniciar um forte processo de redução dos "spreads" com vistas a reduzir o custo de crédito e estimular a demanda.

Subjacente a essa iniciativa há uma particular interpretação dos motivos dos elevados "spreads" observados em nossa economia. Normalmente, os economistas e os bancos atribuem os elevados "spreads" aos altos custos da intermediação bancária. Os "spreads" seriam elevados pois a carga tributária e os depósitos compulsórios são muito altos no Brasil, além da inadimplência e, principalmente, do custo jurídico de reaver um crédito não pago ser elevadíssimo no Brasil. Ou seja, os elevados "spreads" seriam consequência do ambiente institucional subjacente ao funcionamento do sistema financeiro nacional.

[ Meu comentário: no Brasil, os spreads bancários não são elevados. ]

Parece que a presidente, quando estimula os bancos públicos a baixarem "na marra" os "spreads", tem outro diagnóstico. Os "spreads" seriam elevados porque os bancos explicitamente ou tacitamente-se comportam como um cartel, reduzindo artificialmente a quantidade concedida de crédito e, consequentemente, elevando artificialmente o custo do crédito.

Se o diagnóstico da presidente estiver correto, o resultado será a forte elevação da participação dos bancos públicos no mercado de intermediação bancária, elevação dos lucros totais dos bancos públicos e redução da taxa de lucratividade dos bancos públicos e privados, fruto da redução do "spread".

O risco da política do governo é o primeiro diagnóstico ser o correto, e os bancos públicos, ao longo do tempo, colherem fortíssima elevação da inadimplência, reduzindo muito os lucros e, no limite, gerando forte prejuízo, que teria que ser coberto por recursos do Tesouro.

Dirigentes dos bancos públicos argumentam que a inadimplência é menor do que a dos bancos privados e, portanto, não há esse risco. A dificuldade com o argumento dos dirigentes dos bancos públicos é que em parte a inadimplência dessas instituições é baixa pois a maior parte de sua intermediação ocorre no segmento de crédito direcionado, principalmente crédito ao investimento, com o BNDES, crédito agrícola, com o BB, e crédito imobiliário, com a CEF.

Como os recursos que lastreiam créditos dessa natureza são compulsoriamente captados na sociedade, os bancos públicos concedem essa modalidade de crédito a taxas muito menores. E, de fato, as taxas de mercado são maiores devido em parte ao fato de essa "captação" ser compulsória.

Com dados do BC (e fazendo algumas hipóteses), calculamos a taxa de inadimplência dos bancos públicos no crédito livre, aquele que é concedido em condições de mercado. Nossas estimativas apontam para taxas de inadimplência nos créditos livres significativamente maiores que as dos bancos privados.
Essa constatação sugere que a forte elevação da participação da carteira de créditos livres nos créditos totais dos bancos públicos deve elevar em alguns anos a inadimplência (que hoje estaria artificialmente baixa pela elevada participação dos créditos direcionados).

O temor é que o Tesouro Nacional tenha que arcar com enormes prejuízos como foi o caso do empréstimo de R$ 700 milhões do BNDES ao Lácteos Brasil. Por outro lado, se o diagnóstico da presidente estiver correto, haverá queda permanente do custo do dinheiro no Brasil. Temos que aguardar.

Fonte: Competição entre bancos - SAMUEL PESSÔA é doutor em economia e pesquisador associado doInstituto Brasileiro de Economia da FGV. Escreve aos domingos nesta coluna.

09 março 2013

Inadimplência dos bancos privados





 [...]
Quer se concorde ou não com a explicação da referida autoridade, o fato é que ela levanta um tema pouco discutido pelos analistas econômicos. O que explica o fato de a inadimplência dos bancos oficiais ser mais baixa do que a dos privados? É improvável que os bancos públicos sejam mais eficientes que os privados ao avaliar o risco de crédito. Uma segunda explicação - que preferimos desconsiderar - seria a existência de uma falha na mensuração da inadimplência dos bancos oficiais que refinanciariam, por alguma razão obscura, devedores incapacitados de honrar dívidas antigas reduzindo a medida de inadimplência.

Embora não acreditemos ser este fator relevante, há que se levar em conta que no passado esse expediente já foi utilizado. Entre 2000 e 2001 os financiamentos em atraso do Fundo Constitucional do Nordeste, administrado pelo Banco do Nordeste (BNB), saltaram de 0,52% para 31,29% dos recursos aplicados, para R$ 2,7 bilhões em valores nominais. Não porque tenha ocorrido uma súbita onda de inadimplência na região, mas porque o Banco Central obrigou o BNB a lançar as "operações em atraso, passíveis de negociação" como de fato em atraso. Até então elas eram refinanciadas e não contabilizadas como inadimplentes.

Uma terceira e mais provável explicação está no dilema enfrentado por uma empresa devedora, diante de uma dificuldade de caixa. Tendo que escolher entre honrar um empréstimo junto a um banco que lhe fornece crédito subsidiado, e outro que lhe cobra uma taxa de mercado, ela sabe que as portas para novos financiamentos se fecharão no primeiro banco, caso ele sofra sua inadimplência. A decisão empresarial mais sensata, então, é priorizar o serviço da dívida de menor custo, preservando essa fonte barata de recursos para futuros empréstimos, e atrasar o serviço da dívida mais cara que será objeto de renegociações e brigas judiciais futuras.

O comportamento das empresas com dificuldade de caixa descrito acima implica que, num ambiente econômico em que alguns bancos concedem empréstimos a taxas subsidiadas, o risco corrido pelos demais bancos é maior do que seria na ausência dos subsídios. Conhecendo os incentivos econômicos à inadimplência, a taxa dos financiamentos não subsidiados embutirá um prêmio de risco de modo a estimular a concessão de empréstimos. Parte dos financiamentos será objeto de renegociação, mas a maior taxa compensa as perdas. O equilíbrio de mercado é uma segmentação na qual os bancos com taxas subsidiadas terão menor inadimplência.

A ampliação da presença estatal na intermediação financeira brasileira, desencadeada a partir da crise dos subprime de 2008, além de não conseguir elevar o investimento e de ampliar o custo fiscal dos subsídios ao crédito, tem elevado o risco corrido pelos bancos privados. Estes, a fim de se protegerem, tendem a ser mais seletivos na concessão de financiamentos aos investimentos. Se o passado for um bom previsor do futuro, a retração do setor privado deverá estimular a ampliação estatal. Essa espiral, que poderá agradar setores mais nacionalistas e de esquerda, provavelmente não implicará em aumento do investimento da economia como um todo, mas simples realocação entre os dois setores.

Pedro Cavalcanti Ferreira e Renato Fragelli Cardoso são professores da Escola de Pós-graduação em Economia (EPGE-FGV)

16 novembro 2012

Dinheiro

O valor da moeda corrente é o próprio valor de face, correto? Nem sempre, sobre a questão da retirada da expressão "Deus seja louvado", o texto a seguir mostra que o valor de face de uma nota pode ser superior:

As primeiras séries da nova moeda antes mesmo de sua circulação, iniciada em 1.° de julho de 1994, saíram sem a frase "Deus seja louvado" no anverso. A frase só voltou a ser impressa na gestão de Rubens Ricupero na Fazenda. Ele assumiu em 30 de março de 1994. A maioria das cédulas sem a expressão é assinada por seu antecessor Fernando Henrique Cardoso e por Pedro Malan, presidente do Banco Central. O restante tem assinaturas de Ricupero, substituto de Cardoso, e Malan.

E aí que os colecionadores ficam atiçados, explica o numismata e autor do livro Cédulas do Brasil. Claudio Amato. A pouca quantidade de notas de R$ 100 sem a expressão e com assinatura de Ricupero mexe com o mercado numismático. Uma dessas notas em perfeito estado, sem dobras e marcas de uso, chega a valer até R$ 2.800, segundo Amato. O valor se explica também pela pouca quantidade de séries impressas com assinatura de Ricupero - apenas 3, ante 1.198 por Fernando Henrique. Cada série tem 100 mil notas.

Aqui uma situação inversa.

29 agosto 2012

Portabilidade de crédito

Avança a portabilidade de crédito
20 de agosto de 2012
Por Carolina Mandl De São Paulo Valor Econômico

Quando Reynaldo Gianecchini e Camila Pitanga foram à televisão em abril como garotos-propaganda dos bancos públicos, os atores conseguiram levantar o ibope de uma ferramenta já velha, mas praticamente desconhecida dos brasileiros: a portabilidade de operações de crédito, criada em 2006.

Dados do Banco Central mostram que o número de operações de troca de dívida cresce desde maio, logo depois que começou a ofensiva da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil para conquistar clientes dos concorrentes. Camila Pitanga anunciou, em horário nobre, uma “redução drástica de juros” na Caixa, e Gianecchini, “crédito para antecipar seus sonhos” no BB.

Foram promessas que levaram alguns brasileiros endividados às ruas, querendo trocar parcelas mais altas por outras mais baixas no banco concorrente, em um movimento que atingiu proporção recorde no país. De maio a julho, foram fechadas aproximadamente 45 mil operações de portabilidade por mês, somando R$ 520 milhões mensais, sendo que a maior parte é de crédito consignado. Na série histórica do Banco Central, iniciada em dezembro de 2006, esses patamares não tinham sido alcançados por três meses consecutivos antes.




(...)Diversos estudos internacionais apontam que a portabilidade é uma ferramenta importante para estimular a concorrência entre bancos. Por aqui, o BC sabe que isso só está começando, mas que as campanhas do BB e da Caixa trouxeram um importante estímulo. Depois que os bancos públicos foram à televisão, outras instituições privadas também resolveram mostrar suas ofertas.

Não há números públicos que mostrem quem ganhou e quem perdeu empréstimos dos concorrentes. Mas os balanços dos bancos de abril a junho apontam que as instituições públicas – muitas vezes sacrificando suas margens em prol da decisão do governo de aquecer a economia – tiveram um avanço maior da carteira de crédito. Caixa (+5,1%) e Banco do Brasil (+3,1%) também conquistaram, proporcionalmente, mais correntistas do que Bradesco (+ 0,8%) e Santander (+2,1%). O Itaú Unibanco não divulga esse dado.

Para o BC, os números da portabilidade de crédito acabam escondendo um movimento maior que pode ter ocorrido desde que os bancos públicos anunciaram redução de taxas. O argumento da autoridade é que muitos devedores podem ter usado de seu poder de barganha para conseguir descontos nas próprias instituições onde tomaram o empréstimo.

O Banco do Brasil sentiu esse efeito. Muitos clientes, ao verem as propagandas do banco com taxas mais baixas do que aquelas que estavam pagando, buscaram renegociar suas dívidas dentro do próprio BB. O volume de renegociações alcançou R$ 16 bilhões, 60% maior do que um ano antes.


(...)

23 março 2012

Caixa da Apple

Até o dia 31/12/20111, a Apple possuía 97 bilhões de dólares de "caixa total", ou seja, a soma de caixa e equivalentes,aplicações de curto prazo e de longo prazo. É oportuno lembrar que as aplicações de longo prazo estão em subsidiárias no exterior e sujeitas a tributação de 35% no momento da sua repatriação. Além da adequada utilização desses recursos para gerar riqueza. Na última segunda-feira, a Apple anunciou que irá distribuir divendos trimestralmente e recomprará 10 bilhões de dólares em ações. A Moody's divulgou um estudo que apresenta alguns dados interessantes:

Apple alone represents $64 billion or 36% of the total $179 billion increase in corporate cash since 2009. And in 2011, overall corporate cash would have actually declined by $6 billion had it not been for Apple’s $46 billion increase. Unless Apple changes its philosophy towards liquidity by instituting a one-time or ongoing common dividend, or if Apple starts to buy back stock, we estimate Apple’s cash balances could increase by more than $50 billion in 2012 and approximate $150 billion.

Supported by our expectations that consumers worldwide will continue to feast on Apple products, we expect overall corporate cash and its concentration will increase in 2012. Apple alone could represent 12% of total corporate cash, about three times more than the next cash king. …

A figura abaixo apresenta as 10 empresas não-financeiras norte-americanas com os maiores caixas totais. As seis primeiras são de tecnologia:


A próxima apresenta a origem e utilização do caixa total de todas as empresas não-financeiras norte-americanas de 2006 a 2011:

10 fevereiro 2012

Caixa e Dividendos

O aumento no volume de caixa e equivalentes existentes nas grandes empresas mundiais já foi bastante discutido na área financeira. Um aspecto interessante é que ao mesmo tempo as empresas estão deixando de pagar dividendos.

A proporção dos lucros canalizada para o pagamento de dividendos nas companhias do índice S&P 500 está no nível mais baixo desde 1900. (...) [Caixa bate recorde, mas dividendos mínguam, Valor Econômico, 31 jan 2012, John Authers | Financial Times]

Numa crise, as pessoas querem dinheiro e recompensam as empresas que pagam dividendos:

A pressão dos investidores está afetando o desempenho do mercado. No ano passado, o índice S&P 500 ficou inalterado, mas os 10% das ações com maior rendimento na forma de dividendos desfrutaram um ganho médio de 18%, de acordo com Savita Subramanian, do BofA Merrill Lynch. Tendências demográficas condicionaram isso. Subramanian qualifica o cenário de desequilíbrio secular entre demanda e oferta. No lado da demanda, a população ocidental está envelhecendo rapidamente e necessita renda após aposentar-se. Gestores de fundos estão empenhados no marketing de fundos de dividendos. "A renda proveniente de ações é a única classe de ativos de fundo mútuo que ficou de pé no Reino Unido", diz Neil Dwane, da Allianz Global Investors, que lançou um novo fundo de dividendos em 2009.(...)


Ao contrário dos lucros, sujeitos a possíveis truques contábeis, um cheque de pagamento de dividendos é algo concreto. E os investidores já não confiam em que os gestores invistam o dinheiro excedente com sabedoria, preferindo impor a "disciplina dos dividendos".

Mas hoje o dinheiro do caixa está sendo gerado mundialmente. E a distribuição é em geral paroquial. Para trazer este dinheiro de volta para casa, muitas empresas pagam elevados impostos. Preferem não pagar dividendos e ter que dividir a conta com o governo.

Com respeito a este assunto, uma pesquisa recente publicada com as empresas do Brasil (RETENÇÃO DE CAIXA, DESEMPENHO OPERACIONAL E VALOR: UM ESTUDO NO MERCADO DE CAPITAIS BRASILEIRO, RCO, v. 5, n. 13, 2001, Cristiano Augusto Forti, Fernanda Maciel Peixoto, Kellen Silva Freitas) mostra que aumentar caixa aumenta o valor. Vale a pena dar uma lida no artigo, que está muito interessante.

02 fevereiro 2012

Teste 540

Este link elaborou o gráfico abaixo somando “caixa e equivalentes”, “aplicações financeiras de curto prazo” e “aplicações financeiras de longo prazo”. Com base nele, informa que a Apple adicionou 38 bilhões de dólares ao seu caixa no último ano.

A notícia espalhou (aqui com infográfico) tendo sido citado por endereços brasileiros (aqui).

Mas tudo isto está errado. Você saberia dizer o motivo?

Resposta do Anterior: Difícil. Se os números tivessem três dígitos somente e necessariamente começariam com “9”, temos 100 números disponíveis (entre 900 a 999). Ou 10 elevado a dois. Se fossem quatro dígitos, seriam 1000 números disponíveis (entre 9000 a 9999) ou 10 elevado a três. E assim por diante. Com oito dígitos seriam 10 milhões de números ou dez elevado a sete. Com nove dígitos seriam 100 milhões de números ou dez elevado a oito. Ou seja, aumentar de oito para nove dígitos significa um aumento de 90 milhões de novos códigos. A Falha de São Paulo parece estar errada já que hoje alguns números começam com “8” e “7” e a partir de agora todos começariam somente com “9”. Então o ganho será menor de 90 milhões de novos códigos.

28 dezembro 2011

Caixa

A empresas não financeiras possuem mais de 2,1 trilhões em caixa e outros ativos líquidos no final de setembro, de acordo com o último relatório do Federal Reserve. Isto representa 7,2% de todos os ativos das empresas.


Fonte: WSJ

04 dezembro 2011

Caixa da Apple

A figura a seguir apresenta parte do balanço da empresa Apple:

Os valores estão em US$Mil e são de setembro de 2011. De um ativo de 116 bilhões, 45 bilhões (39%) são de curto prazo. Entre os ativos de longo prazo existe o item "investimento de longo prazo", com 56 bilhões (ou 48% do ativo). Observe que a empresa possui 9,8 bilhões em caixa e aplicações de curtíssimo prazo. Somado a 16,1 bilhões de investimentos de curto prazo, isto representaria 25,9 bilhões ou 22% do ativo. 

Alguns analistas consideram que o investimento de longo prazo também deveria ser incluído neste total para se ter o volume total de recursos da empresa em caixa e equivalentes. Seria, portanto, um conceito mais amplo deste termo, incorporando todas as aplicações financeiras realizadas. Isto representaria 81,5 bilhões ou 70% do ativo. 

Apesar dos investimentos de longo prazo serem passíveis de conversão em dinheiro, a maior parte deste dinheiro encontra-se no "caixa" de subsidiárias no exterior. Caso o dinheiro seja repatriado estará sujeito a uma tributação de 35%, pelas leis dos Estados Unidos. Ou seja, não podem ser considerados como caixa. 

25 novembro 2011

Crise e Caixa

O efeito da crise financeira na estrutura de ativos das empresas:


A disparada do dólar, que passou de R$ 1,56 no fim do segundo trimestre deste ano para R$ 1,85 no fechamento do terceiro trimestre, elevou as dívidas atreladas à moeda americana e derrubou o lucro das empresas com ações negociadas em bolsa. A mudança levou as companhias a adotar um conservadorismo financeiro que resultou em corte e adiamento de investimentos para reforçar o caixa. (...)


"O caixa agora é o rei", diz o diretor da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) José Ricardo Roriz Coelho. "Com a crise, houve um redirecionamento dos recursos. O dinheiro que era destinado ao investimento passou a ser usado pelas empresas como reserva de caixa, porque ninguém sabe o tamanho dessa crise nem quanto tempo ela vai durar." (...)

Empresas deixam de investir para fazer Caixa - Marcelo Rehder e Márcia De Chiara, de O Estado de S.Paulo  

Ou seja, estão trocando ativos não circulantes por disponibilidades.

30 agosto 2011

Caixa forte

As empresas brasileiras nunca tiveram tanto dinheiro em caixa como em junho deste ano [1]. A mais recente turbulência nos mercados pegou as companhias abertas locais com R$ 252 bilhões na conta ou em aplicações de curto prazo. O volume é 43% maior que os R$ 176 bilhões que elas tinham em setembro de 2008, quando estourou a crise financeira internacional.


Os números, compilados em levantamento do Valor, referem-se a um grupo de 253 empresas não financeiras de capital aberto, com dados disponíveis no sistema da Economática desde 2007. Os valores antigos foram corridos pela variação da inflação, no caso o IPCA.


Com recursos à mão deve ser mais fácil a travessia das companhias por esse momento de turbulência nos mercados financeiros [2], principalmente se houver piora das condições econômicas e aperto de crédito. Entre as empresas ouvidas, nenhuma pretende frear, ao menos por enquanto, os projetos de investimento ou aquisição previstos. (...)


No levantamento feito pelo Valor com dados da Economática, as duas maiores empresas do país, Petrobras e Vale, despontam com folga na lista daqueles com mais dinheiro disponível. A petroleira, que tem plano de investimento de US$ 224 bilhões para os próximos cinco anos, tinha R$ 59,7 bilhões em caixa e aplicações financeiras.


A mineradora fechou junho com R$ 21,3 bilhões na conta e depois disso anunciou um programa de recompra de ações de US$ 3 bilhões e alocou a mesma quantia para pagamento adicional de dividendos.

Caixa Forte - Fernando Torres e Marina Falcão - Valor Econômico - 26 Ago 2011

[1] Existe uma tendência de longo prazo nos Estados Unidos em aumentar o volume de recursos em caixa. Parte do aumento poderia ser explicado por esta tendência.

[2] Existem três razões para uma empresa manter volume em caixa: fazer negócios, precaver de evento inesperado ou especular, aproveitando uma oportunidade. Aqui, o motivo precaução.

15 maio 2011

Origem do Caixa

Postado por Pedro Correia

Recentemente, a Microsoft anunciou a compra do Skype por US$ 8,5 bilhões, em uma das maiores aquisições da história da companhia de Bill Gates.O negócio foi fechado com o pagamento em caixa. No entanto, um ponto crucial não foi muito comentado:Qual é o origem deste caixa?

Therese Poletti do sítio Market Watch mostra que no dia 31 de março deste ano, a Microsoft informou que 42 bilhões de dólares de seus 50,2 bilhões em caixa e investimentos de curto prazo eram mantidos por subsidiárias no exterior e que esta quantia estava sujeita à "tributos de repatriamento de caixa."

O problema para as empresas dos EUA é que a repatriação de dinheiro para os EUA tem elevados custos tributários. Em 2004, o presidente George W. Bush declarou um "feriado fiscal" permitindo que as corporações trouxessem dinheiro de volta para os EUA sem o pagamento de tributos.

No caso deste negócio, alguns analistas acreditam que,provavelmente a Microsoft usará o caixa das subsidiárias no estrangeiro,pois o custo de oportunidade em utilizar esses recursos é menor que usar o caixa oriundo dos EUA.

06 maio 2011

Caixa e Equivalentes

O termo disponível ou disponibilidades deveria ser utilizado para designar a moeda corrente que uma empresa possui mais os recursos na conta corrente da empresa e as aplicações financeiras de curtíssimo prazo.

Com a adoção das normas internacionais, adotamos também o termo “caixa e equivalentes de caixa” para referir ao disponível. Tanto é assim que a demonstração da movimentação financeira recebeu a denominação no Brasil de Demonstração dos Fluxos de Caixa. E parece que o termo já se consagrou na área contábil.

Quando uma empresa divulga suas demonstrações contábeis, geralmente apresenta no balanço patrimonial o item “Caixa e Equivalentes de Caixa”.  Algumas detalham nas notas explicativas a composição deste grupo de contas.

É o que fez a empresa TCI, uma empresa de Business Process Outsourcing (BPO) ou, em português, de terceirização de processos de negócios. Esta empresa fechou o ano de 2010 com um ativo de 197 milhões de reais e obteve receitas durante o ano de 2010 no valor de R$151 milhões.

Quando se analisa a composição do ativo observa-se que 70% é de curto prazo. Destacou-se, na data de 31 de dezembro de 2010, o volume de contas a receber (R$86 milhões ou 44% do ativo), estoques (10%) e títulos a recuperar (4,6%). O valor de Caixa e Equivalentes era de R$7,7 milhões ou quase 4% do ativo. Apesar de não ser um valor expressivo, é interessante notar que, conforme notas explicativas da empresa, R$206 mil eram em moeda corrente e o restante na conta movimento (R$7,5 milhões). (Os valores das aplicações financeiras foram evidenciados a parte, num total de R$5,9 milhões).

Deixar esta quantidade de dinheiro numa conta bancária é um custo de oportunidade significativo: imagine que 12% ao ano sobre este valor representaria quase R$1 milhão. Talvez seja pouco para uma empresa com um lucro de R$35 milhões. Talvez. 

30 março 2011

Petrobras

O diretor financeiro e de Relações com Investidores da Petrobrás [sic], Almir Barbassa, afirmou nesta terça-feira, 29, que a estatal tem em caixa US$ 35 bilhões.
Apesar do verbo estar no presente, acredita-se que a afirmação refere-se ao valor em 31 de dezembro. Afinal, a empresa divulgou hoje seu balanço. Se isto for verdade, isto representa algo próximo a 60 bilhões de reais. Mas analisando o balanço da Petrobras nos encontramos o seguinte: Caixa e Equivalentes = 30,3 bilhões Títulos e Valores Mobiliários = 26, bilhões Na verdade o executivo quase dobrou o valor do caixa da empresa. A reportagem continua:
Segundo ele, este é o valor próximo à média anual de US$ 31 bilhões relativos à geração de caixa nos últimos cinco anos.
Este é aproximadamente o valor do caixa das operações. Entretanto, o caixa das atividades de investimento atingiu, em 2010, 106 bilhões de reais. A diferença é coberta com os financiamentos.
Barbassa afirmou ainda que, dos US$ 55 bilhões projetados para investimentos em 2011, de 10 a 15% não devem ser executados.
É interessante notar que este montante corresponde a um pouco mais de 90 bilhões. Em 2011 foram investidos 106 bilhões. Ou seja, a empresa irá investir menos.
De acordo com ele, esta é uma prática normal adotada pela estatal na gestão anual de seus investimentos.
Ou seja, é prática normal ter um orçamento superestimado. Será que isto é uma boa prática gerencial.
No ano passado, a Petrobrás [sic] investiu cerca de US$ 45 bilhões.
Isto corresponde a 75 bilhões de reais. Na DFC isto corresponde ao item “demais investimentos”. Os outros itens são liquidação da cessão onerosa dos direitos adquiridos (7 bilhões) e títulos e valores mobiliários (25 bilhões). Outra questão: qual a razão para a empresa ter investido tanto em TVM?

Petrobrás [sic] tem US$ 35 bi em caixa e estuda captação - Ricardo Leopoldo, da Agência Estado

Leia mais aqui, também.

07 março 2011

Dívidas da Petrobras com os bancos públicos

Dívidas da Petrobras com os bancos públicos - Postado por Pedro Correia
A relação entre a Petrobras e os bancos públicos nunca foi tão próxima. A estatal terminou 2010 com uma dívida líquida recorde de R$ 46,3 bilhões com BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, revelam dados coletados pelo pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Mansueto de Almeida, no balanço mais recente divulgado pela empresa. Esse montante respondeu por quase 40% do endividamento[1] total da estatal, que chegou a R$ 117,9 bilhões em 2010. O levantamento demonstra um crescimento exponencial da dívida da Petrobras com BNDES, BB e Caixa nos últimos três anos. Em 2006, a companhia tinha crédito a receber de R$ 2,55 bilhões com os bancos públicos.

Fonte: Estado de São Paulo
[1] O termo correto é passivo.

10 fevereiro 2011

Teste 428

Veja o seguinte trecho, publicado numa revista da área financeira:

O Real Madrid [clube de futebol] fechou 2010 com E 442,3 milhões em caixa, segundo estudo da Crowe Horwath RCS. A maior fatia da receita, 35%, saiu dos direitos de transmissão de jogos e site com conteúdo pago. Outros 33% saíram do bolso dos torcedores com compra de ingressos para os jogos. O marketing do time, um dos mais eficientes do mundo da bola, respondeu por 32% da renda. É, diz a Crowe, o clube mais rentável do mundo. E eles ainda têm o José Mourinho!

O que existe de errado no trecho?

Resposta do Anterior: Casas Bahia, Unilever, Hyundai e Ambev. Fonte: Isto é Dinheiro

20 janeiro 2011

Caixa da Apple


Ao final do quarto trimestre de 2010 a Apple tinha em caixa e equivalentes 10 bilhões de dólares. Somando a este valor as aplicações de curto prazo e de longo prazo tem-se 60 bilhões de dólares disponíveis para investimentos futuros. Em relação ao final de 2009 ocorreu um acréscimo de 20 bilhões de dólares (figura). Neste ritmo, ao final de 2011 a Apple poderá ter 100 bilhões de dólares. Na realidade, como o acréscimo de recursos aumentou nos últimos trimestres, talvez a empresa atinja esta marca antes do final do ano.

Os 60 bilhões em caixa, equivalentes e aplicações financeiras são superiores ao valor de mercado de empresas como Visa (60 bilhões), Boeing (53 bilhões), Nike (40 bilhões) e Nokia (40 bilhões).

O valor levanta a questão: a empresa deve fazer distribuição do dinheiro para os acionistas? Afinal 60 bilhões é muito dinheiro, acima das necessidades para investimento da empresa.

Isto depende do cenário futuro da empresa. Se os recursos forem aplicados e gerarem um acréscimo de valor na empresa, é coerente a retenção do dinheiro. Entretanto, dinheiro parado ou com rentabilidade reduzida pode implicar, no médio prazo, na destruição do valor. Veja a posição de Damodaran aqui.