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09 abril 2018

Terremoto e preferência pelo risco

Uma pesquisa realizada no Japão (via aqui) mostrou que um desastre natural, no caso o terremoto no leste do Japão em 2011, mudou a preferência pelo risco das pessoas. Usando os dados de preferências de risco, antes e após o evento, os autores mostraram que os homens tornaram-se mais tolerantes ao risco após o terremoto. E que esta mudança são persistentes, ou seja, cinco anos após o evento, a mudança ainda é percebida. Uma observação importante é que não encontraram o padrão para as mulheres.

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Fonte: Aqui

08 abril 2018

Rastreamento digital como solução para a governança?

Diante da fraude da Caterpillar, do engodo do teste de emissão de poluentes da Volks ou da decisão da Wells Fargo de abrir contas falsas em nome de clientes, as empresas estão diante do dilema entre os custos e benefícios do comportamento ético.

Uma alternativa possível, que está sendo usada por empresas como Uber, Airbnb, Microsoft, Tesla, Under Armour e a Kimberly-Clark, são os rastreadores de ética de empresas. Empresas, como Convercent, desenvolveram software de ética que se conecta a estrutura digital das empresas, do e-mail aos contratos, para, através do aprendizado de máquina, procurar padrões suspeitos. As empresas assumem o compromisso de resolver os problemas, incluindo aí a demissão do empregado.

Este tipo de serviço ainda está no seu início. A Convercent obteve receita de 78 milhões de dólares, menos de 2% do que uma Big Four fatura anualmente. Mas tudo leva a crer que os padrões destes softwares sejam mais rígidos do que aqueles exigidos pelos reguladores.

Dois problemas podem ser apontados para este tipo de serviço. O primeiro é o fato de ser uma tecnologia invasiva, podendo ser usada para descobrir por exemplo, preferências políticas ou sexuais. O segundo problema é a qualidade do serviço, que ainda não está provada ser melhor que os sistemas tradicionais (apesar da fonte primária deste texto vender esta ideia).

07 abril 2018

Reunião e a Caixa de Madeira

A Anheuser-Busch InBev está usando uma estratégia para lidar com a tecnologia nas suas reuniões: um caixa de madeira (fotografia). Segundo Quartz, a caixa fica no centro da sala. Antes de iniciar a reunião, os presentes silenciam os telefones e depositam na caixa. Fecha-se a caixa e a reunião pode começar. Sem distrações e desrespeito aos presentes.

Executivos de outros lugares tentaram banir laptops e aparelhos em reuniões ocasionais, e Christopher Nolan está entre os diretores de cinema que os proibiram de seus sets. Mas torná-lo uma política corporativa formal é raro. E a velocidade com que a AB InBev adotou sua caixa é particularmente incomum.

06 abril 2018

Imparidade em um Banco Novo

É um caso curioso, envolvendo banco, regulador e imparidade. Em Portugal, em 2014, o regulador fez um intervenção no Banco Espírito Santo, separando-o em duas instituições: a primeira, com as operações com qualidade, que incluía os depósitos, foi denominada de Novo Banco (NB); a segunda, com os créditos de baixa qualidade, continuou com a denominação de Banco Espírito Santo. A operação era no sentido de evitar o contágio do sistema financeiro do país ibérico.

Um fundo governamental, denominado de Fundo de Resolução, tornou-se único acionista do NB. Sendo um banco novo, formado somente com ativos de qualidade, esperava-se que a instituição apresentasse lucro e que as operações não tivessem problemas com o teste de impaiment.

Eis o que ocorreu depois:

2014 = NB tem lucro de 430 milhões de euros
2015 = prejuízo de 980 milhões de euros
2016 = prejuízo de 788 milhões
2017 = prejuízo de 1.400 milhões de euros

E em todos estes anos, o NB teve amortização do ativo em razão da imparidade. Neste período, o NB é vendido, com a condição de que o Fundo de Resolução arque com os prejuízos potenciais dos créditos antigos, com um limite.

Com o resultado de 2017, o FdR [Fundo de Resolução] terá de injectar no NB 792 milhões de euros.

Os portugueses estão aprendendo a diferença entre nacionalização e venda:

Ou seja, neste caso a diferença entre a nacionalização e a venda à Lone Star [novo acionista do NB] é que na primeira teríamos de arcar com os prejuízos mas o activo era nosso, enquanto na segunda arcamos com os prejuízos mas 75% do activo é da Lone Star que, daqui a três anos, o irá vender.

Teste de Associação Implícita é valido?

O teste de associação implicíta (IAT) permite mensurar o preconceito inconsciente que existe em cada pessoa. A primeira vez que li sobre o assunto foi em um livro de Gladwell, em que o autor afirma ter feito o teste e apresentado ter ele um preconceito de raça. Detalhe: Gladwell é negro.

O teste é bastante controverso já que existem dúvidas sobre sua validade. E poucas pesquisas foram realizadas sobre o assunto: no Google Acadêmico apareceu menos de 200 resultados para “the implicit association test”.

Um estudo recente trabalhou os depoimentos das pessoas que fizeram o teste. Aparentemente as pessoas que tiveram um resultado ligeiramente ruim - ou preconceito implícito - apresentaram um sentimento moralmente superior.

Duas notas pessoais sobre o assunto. Primeiro, fiz o teste e o resultado foi ligeiramente racista e indiferente ao Brasil versus EUA. O teste realmente é instigante. O segundo ponto é que sugeri, no passado, para alguns orientandos montarem um IAT com o contador, para saber da existência da associação implícita com o conservadorismo. Seria o trabalho final de curso. Ninguém assumiu o risco.

A diversidade dos Tribunais de Contas regionais

Este artigo tem como objetivo analisar a diversidade da configuração interna desses Tribunais de Contas regionais e discutir possíveis associações com a qualidade da auditoria financeira realizada por suas equipes. Foram realizadas entrevistas com auditores externos e diretores de tecnologia da informação de 18 tribunais, trianguladas com documentos oficiais disponibilizados pelos Tribunais de Contas, como relatórios anuais de atividades e manuais de auditoria. Partindo de fatores determinantes da qualidade da auditoria externa identificados na literatura, a análise de conteúdo das entrevistas identificou as características formativas da configuração de cada tribunal analisado. Apesar de todos os tribunais no Brasil terem como origem comum o modelo napoleônico de corte de contas, a análise traz como resultado que suas configurações variam quanto à organização e formação das equipes, ao uso de rodízio na alocação das tarefas de auditoria e à automatização dos sistemas de coleta de dados de jurisdicionados. Discute-se que a diferença na configuração dos tribunais, dada a demarcação de sua área de jurisdição, contribuiria a diferentes níveis de coerção em governos estaduais e municipais, à medida em que a configuração apresenta uma combinação de características que inibe ou amplia a qualidade da auditoria. A partir da literatura de alinhamento organizacional, o artigo alerta sobre o uso de variáveis para tratar o efeito da qualidade da auditoria nos estudos em finanças municipais.

Via Vladmir Almeida

Correios e as compras online

Uma questão tem rondado algumas notícias econômicas: as compras online estão prejudicando os correios dos países? Recentemente, os Correios do Brasil acusaram lojas chinesas de trapaça no envio dos produtos. Há uma norma internacional que permite enviar produtos com até 2 quilos de um país para outro sem registro, como carta simples. O custo do frete é bem menor e permite que o vendedor possa anunciar “frete grátis” na compra. Neste ano, o presidente da ECT anunciou que a empresa está estudando acabar com este problema.

Mas esta questão não é exclusiva do Brasil. Nos Estados Unidos, o presidente Trump acusou a empresa Amazon de estar prejudicando o serviço postal do país, o U.S. Post Office. A questão é complexa, mas o jornal NYTimes acredita que talvez o oposto esteja ocorrendo. Ou seja, a Amazon talvez esteja ajudando os correios a não aumentar seu prejuízo. Os dados são escassos, mas parece que 40% das encomendas da empresa são entregues pelo Post Office. O custo do frete é negociado pela Amazon com os correios em razão do elevado volume e por lei estes acordos devem ser lucrativos para a entidade do governo. Trump parece não concorda, tendo twitado que o governo estaria perdendo 1,50 dólar por pacote.

Contra a KPMG na GE

Duas empresas de consultoria, a Institutional Shareholder Services e a Glass, Lewis e Co, recomendaram que os acionistas da General Electric Co votem contra a manutenção da empresa KPMG como auditor. Recentemente a GE admitiu problemas na contabilidade e tem planos de reapresentação das demonstrações contábeis, que há mais de cem anos é auditada pela KPMG.

Além disto, a SEC está investigando a contabilidade da GE. O Comitê de Auditoria da GE considera, no entanto, que a KPMG é independente e que é do interesse da GE a manutenção do auditor.

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

05 abril 2018

Ser humano e Algoritmo

Dois textos procuraram mostrar a relação entre algoritmos e processo decisório. The Economist ressalta a importância de compreender os algoritmos (To Understand Digital Advertising, Study its Algorithms). O texto destaca a pesquisa de Alan Mislove do MIT sobre a resposta dos algoritmos a variações diversos do ambiente. Usando um conceito de Skinner, que inventou um dispositivo para experimentação comportamental, Mislove coloca em um algoritmo os dados e procura verificar como os dados são processados: por exemplo, se trata os rostos das pessoas levando em consideração aspectos raciais.

Isto é importante já que a existência de algoritmos é cada vez maior. E muitas vezes não sabemos as bases de sua fundamentação.

O segundo texto foi publicado na Harvard Business Review e é mais prático: A/B Testing: How To Get It Right. O autor destaca o fato de muitas empresas estão fazendo experimentos do tipo A/B. Assim, quando uma empresa deseja mudar o layout de sua página de comércio eletrônico, ela faz um teste limitado para um grupo de consumidores e observa sua reação. Se as pessoas compram mais com este layout, o mesmo será adotado a partir de então. O experimento A/B ocorre quando “A” é o controle e “B” é a modificação que tenta melhorar o sistema.

O assustador do segundo texto é saber que estamos servido de cobaias para empresas como Microsoft, Google, entre outras.

Custo da corrupção. No México

El Instituto Nacional de Estadística y Geografía (INEGI) estima que el costo a consecuencia de la corrupción por trámites vehiculares, de educación pública, registro civil o contacto con autoridades de seguridad pública es de siete mil 217 millones, equivalente al 0.4% del PIB.

Hay especialistas que mencionan que la corrupción podría costar 5% del PIB e incluso se habla de 900 mil millones de pesos y hay cálculos del Fondo Monetario Internacional que estiman un costo del 2%.

Según el informe de Transparencia Internacional, Las personas y la corrupción: América Latina y el Caribe, México es el país con el mayor índice de corrupción de América Latina y el Caribe en la prestación de servicios públicos. De acuerdo con el informe, 51% de los mexicanos encuestados respondió haber pagado un soborno para acceder a servicios públicos básicos en los últimos 12 meses.

También, el índice de percepción de corrupción de Transparencia Internacional coloca a México en el lugar 142 de 183 países. Es decir lo cataloga como uno de los países en el mundo con mayor percepción de corrupción en el sector público.

Fonte: Aqui

No Brasil, não temos um cálculo muito preciso. Sabemos que no passado (?) era de 3% de cada contrato nas empresas estatais. Mas isto não ajuda muito em responder a pergunta: quanto custa a corrupção?