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17 maio 2017

Limpeza na Fifa

A entidade que dirige o futebol no mundo foi tema de manchetes pelos problemas financeiros, envolvendo corrupção, compra de votos e outros pecados mais. Recentemente, o comando da entidade, a Fifa, foi trocado, com a eleição do italiano Infantino. Junto com as mudanças, trocou-se o auditor, já que durante 16 anos a KPMG não tinha notado o que estava ocorrendo na entidade. No seu lugar, contratou-se a PwC.

Uma notícia do Inside World Football mostra como é difícil limpar uma cultura de práticas desonestas. Um dirigente da entidade, Fatma Samoura, secretária-geral, foi pega fazendo o que não deve (na foto, com Clooney e uma colega, no lado direito). No caso, a Fifa contratou uma empresa de limpeza de serviço, a SCJ, para limpar a casa de Fatma, a um custo de 28 mil francos suíços. A limpeza ocorreria cinco vezes por semana, durante duas horas por dia. A descoberta da travessura foi do novo auditor. O Inside revela que a PwC fez um acerto com Fatma: pagou-se para Fifa o dinheiro usado indevidamente e a PwC não revelou o problema na auditoria de 2016.

Parece pouco, mas a Fifa tem realizado uma campanha para dizer que agora a entidade mudou, que os problemas de fraudes são coisas do passado. Além disto, Fatma ocupa um cargo importante na entidade.

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16 maio 2017

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Mercado de Trabalho da contabilidade

O Ministério do Trabalho divulgou os dados do emprego formal, conforme o Caged. Como é praxe, o blog Contabilidade Financeira fez um acompanhamento do desempenho no setor contábil, incluindo os escriturários, técnicos, contadores e auditores. Se na economia as notícias são que o admitidos superaram os demitidos, indicando contratações, o mesmo não ocorreu na área contábil.
Em abril de 2017 foram admitidos 7.361 empregados e demitidos 8.045. Isto significa uma variação negativa de postos de trabalho de 684. Em termos acumulados, desde janeiro de 2014, são 34.134 postos reduzidos no período. De 2015 até abril de 2017 somente três meses o número de contratações superou ao de demissões: janeiro de 2015, outubro de 2016 e janeiro de 2017. É bem verdade que abril de 2017 foi bem melhor que abril de 2016 (menos 2.623) ou abril de 2015 (menos 940). E que o número do mês divulgado é o melhor desde janeiro de 2016 (excetuando o primeiro mês deste ano, que foi positivo). A pergunta que fica: começamos uma recuperação de postos de trabalho no setor contábil? O fato do número de demitidos ter sido o segundo menor da série pode ser um sinal disto.

Em termos salariais, os admitidos foram contratados por R$2.250 em média e o demitidos recebiam R$2.826, uma diferença acima de 25%. Esta diferença, por sinal, é a terceira maior desde janeiro de 2014. Os demitidos tinham, em média, três anos de carteira assinada, um número elevado para o setor, e 32,42 anos de idade.

A movimentação do mercado formal de trabalho do setor mostra que os valores negativos estão concentrados nos contadores e auditores, com 530, negativos. Finalmente, 69% das demissões foram sem justa causa, indicando uma tendência de redução.

JBS e o câmbio

A JBS divulgou o resultado do primeiro trimestre de 2017. Com uma receita líquida de 38 bilhões de reais, um valor menor que no período anterior, a empresa conseguiu um lucro de R$486 milhões, mostrando uma margem líquida reduzida. É bem verdade que no mesmo período de 2016 o resultado foi um prejuízo de R$2,64 bilhões. A empresa conseguiu reduzir os custos dos produtos vendidos, mas isto não foi suficiente para gerar caixa com as atividades operacionais.

Mas a grande diferença ocorreu nas despesas financeiras, que caiu R$6 bilhões. Uma redução tão significativa pode ter três possíveis explicações. A primeira é a redução do volume de empréstimos e financiamentos; a segunda, é a redução da taxa de juros. A terceira razão, associada a segunda, é a alteração ocorrida em algum indexador ou na taxa de câmbio. Vamos detalhar cada um destes aspectos.

Volume - A empresa afirma que possuía, ao final do primeiro trimestre, 48 bilhões de reais de dívida líquida. Este número não é muito diferente do ano passado, quando o valor era de R$47 bilhões ao final de março de 2016. Neste valor está incluso o disponível, sendo necessário retirar os recursos em caixa e equivalentes. Assim, a dívida bruta da empresa era de 56,3 bilhões em 31 de março de 2016 e 58,6 bilhões agora, no final de março. Isto significa 4% a mais, algo próximo a inflação do período. O que queremos mostrar é que não ocorreu uma grande variação no volume de passivo que gera despesa financeira, o que leva a excluir esta explicação.

Taxa de Juros - A taxa de juros dos empréstimos e financiamentos pode ser uma outra possível explicação para a redução da despesa financeira. Conhecendo as notícias recentes sobre a empresa, sabemos que durante anos as instituições financeiras de fomento brasileiras apoiaram fortemente a empresa, com empréstimos generosos e subsidiados. Mas estamos em 2017, onde a liberação de uma empréstimo deste tipo certamente chamaria a atenção. De qualquer forma, analisei detalhadamente a relação de empréstimos constante da nota explicativa 14 e não percebi nenhuma grande variação em relação ao ano anterior, exceto pelo aumento na linha de financiamento chamada “Term loan JBS Lux 2022”, que aumentou de 3,8 bilhões para 8,7 bilhões.

Indexador ou Taxa de Câmbio - Uma possibilidade é a mudança em algum indexador que tenha beneficiado a empresa. Isto inclui, por exemplo, a variação da taxa de câmbio no período. Esta é uma possibilidade interessante, já que o câmbio no final de março de 2016 era de 3,56 e um ano depois mudou para 3,17, uma redução de 10% aproximadamente. E isto afeta cerca de metade da dívida da empresa. Entretanto, é bom lembrar que o câmbio é um aspecto da despesa financeira; ainda devemos levar em consideração a taxa de juros. Assim, não basta multiplicar 10% por 27 bilhões, o valor da dívida em moeda estrangeira no início do trimestre, para se ter o efeito do câmbio sobre a despesa financeira.

É interessante notar que no primeiro trimestre de 2016 a empresa informou, num quadro (nota explicativa 23) que o resultado da despesa financeira era decorrente do resultado financeiro com derivativos. Na divulgação deste ano, este quadro não aparece. Ficamos sem saber se isto influenciou ou não o desempenho.

De qualquer forma, o desempenho da empresa medido pelo lucro líquido foi decorrente, da redução expressiva da despesa financeira, parcialmente explicada pelo comportamento da taxa de câmbio. (E pela decisão de não provisionar os efeitos da operação Carne-Fraca)

Rir é o melhor remédio


15 maio 2017

Recurso mais valioso do mundo

Uma nova commodity gera uma indústria lucrativa, de rápido crescimento, levando os reguladores antitruste a intervir para conter aqueles que a controlam. Há um século o recurso em questão era o petróleo. Agora preocupações semelhantes estão sendo levantadas pelos gigantes que lidam com dados, o petróleo da era digital. Estes titãs - Alphabet (empresa-mãe do Google), Amazon, Apple, Facebook e Microsoft são as cinco mais valiosas empresas listadas no mundo. Seus lucros estão aumentando: elas coletivamente acumularam mais de US $ 25 bilhões em lucro líquido no primeiro trimestre de 2017. Amazon captura metade de todos os dólares de gastos online na América. Google e Facebook representaram quase todo o crescimento de receita na publicidade digital na América no ano passado.

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Onde a Bolsa investe?

Nas demonstrações contábeis do primeiro trimestre, a B3 (ex-BM&FBOVESPA) revelou ter 14 milhões investidos em aplicações financeiras e títulos e valores mobiliários. Mas aonde a Bolsa investe o dinheiro da entidade? A resposta na nota explicativa:

A resposta: em fundos de investimentos, atrelados ao CDI. Estranho? Ou seria mais estranho se a B3 investisse em ações?

Itaú indica auditor

O Banco Itaú adquiriu a XP. O Valor Econômico fez uma entrevista com o CEO da XP, Benchimol. Num trechos temos o seguinte dialógo entre o jornal e Benchimol:

Valor: Ouvimos que o controle de risco da XP ficará com o Itaú.
Benchimol: A única governança combinada com o Itaú é que hoje temos sete membros no conselho, quatro nossos e três da GA e da Dynamo. Aprovando Cade e Banco Central, passam a ser quatro nossos, um da GA e da Dynamo e dois do Itaú. E o Itaú tem direito a indicar o auditor interno.

Valor: Uma pessoa que vai comandar essa área?
Benchimol: Uma pessoa que é executiva nossa e que reporta ao comitê de auditoria, do qual o Itaú tem maioria, e ao CEO.

Valor: O que fica sob o auditor?
Benchimol: O risco estrutural. Essa é a garantia de que teremos por trás da credibilidade do Itaú.

Valor: Controla o compliance?
Benchimol: É contabilidade, balanço. Não tem interferência na gestão do negócio. Ele indica onde estão as brechas, como a gente indica isso no comitê de auditoria e como o comitê fecha essas brechas. É positivo.


Interessante que no processo deixaram claro que haveria independência para os atuais gestores. Mas a indicação do auditor por parte do Itaú é um sinal de que haverá um controle sobre o que é feito na XP, até sua incorporação definitiva pelo Itaú.

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