Na postagem anterior apresentamos M. N. Burnier, um dos pioneiros da contabilidade brasileira e continuar a falar dele nesta nova postagem.
Miguel Noel Burnier, o segundo grande nome da história da contabilidade brasileira (1), nasceu em Chambéry (2) [uma cidade com menos de 60 mil habitantes, situada em Saboia (3)] em 25 de dezembro de 1811. Quando jovem recebeu educação dos jesuítas e se formou em direito, na Universidade da França. Em 1837, com 26 anos, visitou o Brasil. Aqui casou-se com uma nativa e teve duas filhas.
Em 1840 já escrevia regularmente para o jornal "O Despertador", época em que também publicou alguns artigos na área de negócios. Com isso decidiu também lançar o primeiro livro sobre o assunto escrito em língua portuguesa e publicado no Brasil: Elementos de contabilidade comercial. A obra, na verdade, era composta por dois volumes. O primeiro recebeu a denominação de "Escripturação em partidas singelas" e o segundo tinha o título de "Taboas e cálculos antecipados", este mais voltado a questão cambial. O primeiro volume era considerado mais “teórico” e o segundo “prático” (4).
Nos anos seguintes continuou escrevendo em diversos jornais, tendo passado pelo Despertador, Mercantil, Diario do Rio de Janeiro, Nouvelliste e Jornal do Commercio (5). Faleceu em 23 de fevereiro de 1848, no Rio de Janeiro, com 37 anos. Apesar de francês de nascimento, era considerado um excelente escritor em português.
A história acima é irônica por três motivos. Primeiro lugar, quis o destino que a primeira obra de contabilidade brasileira fosse redigida por um francês (6). Segundo, o livro ensina a partidas simples, não o método de Luca Pacioli. Finalmente, Bournier ficou esquecido na página da história da contabilidade brasileira, incluindo sua obra, que não consegui encontrar.
(1) O primeiro foi Manoel José de Mello
(2) As informações foram obtidas nos jornais da época, que deram bastante destaque ao falecimento de Burnier. Em especial a edição do LE Nouvelliste, 29 de fevereiro de 1848, edição 580, p. 1 e Correio da Tarde, 24 fev de 1848, ed 43, p. 4.
(3) Conforme https://pt.wikipedia.org/wiki/Chamb%C3%A9ry
(4) O Despertador, 21 de fev de 1840, p 4
(5) Neste jornal escrevia com o pseudônimo de “Z”, cujos artigos eram conhecidos. Mas aparentemente Burnier não era bem quisto no Jornal do Commércio, já que escrevia no concorrente O Despertador. No falecimento de Burnier, este Jornal foi acusado de não publicar nenhuma notícia sobre o assunto. Vide MOLINA, Matias. História dos Jornais no Brasil. Companhia das Letras. E um artigo anônimo publicado no Correio Mercantil, 1 de março de 1848, n. 60, volume V, p. 2, com o título Ex Digito Gigas.
(6) Isto só vem confirmar a necessidade de um estudo sobre o papel do imigrante no desenvolvimento da contabilidade brasileira. Muitos deles desconhecidos, como Stanislaw Kruzynski
28 junho 2015
27 junho 2015
Fato da Semana: De Volta a Prancheta (semana 25 de 2015)
Fato da Semana: Na segunda-feira o Iasb e o Fasb decidiram que norma de reconhecimento da receita, aprovada anteriormente, não era suficiente. E resolveram que diversos pontos deveriam ser discutidos, incluindo a relação agente-principal.
Qual a relevância disto? Quando a ideia da convergência era forte nos mercados de capitais mais desenvolvidos, o Iasb e Fasb decidiram que ambos deveriam estudar alguns temas básicos, entre eles o reconhecimento da receita. Depois de anos de discussão, as entidades chegaram a um acordo e aprovaram uma norma neste sentido. Mas a norma era muito complexa, o que exigiu uma postergação do prazo de início de validade. Mais ainda, era insuficiente e, nesta semana, reconheceram a necessidade de mais normas.
Positivo ou Negativo – Mais normas? Negativo.
Desdobramentos – Esta discussão vai longe. E pode levantar questionamentos sobre a norma anteriormente aprovada.
Qual a relevância disto? Quando a ideia da convergência era forte nos mercados de capitais mais desenvolvidos, o Iasb e Fasb decidiram que ambos deveriam estudar alguns temas básicos, entre eles o reconhecimento da receita. Depois de anos de discussão, as entidades chegaram a um acordo e aprovaram uma norma neste sentido. Mas a norma era muito complexa, o que exigiu uma postergação do prazo de início de validade. Mais ainda, era insuficiente e, nesta semana, reconheceram a necessidade de mais normas.
Positivo ou Negativo – Mais normas? Negativo.
Desdobramentos – Esta discussão vai longe. E pode levantar questionamentos sobre a norma anteriormente aprovada.
26 junho 2015
Lei de Benford, demonstrações financeiras e desempenho
To give an example, if I took 20 stock prices at random, Benford's Law says about 30%, or six, would begin with the digit one — 110 pence, 134 pence, and 154 pence let's say. The frequency of numbers beginning with digits two, three, four, and so on would decline in probability until we reach nine, the first digit in less than 5% of numbers in real-life data sets.
If the figures deviate from the law — one is the first digit in 60% of numbers or all digits are equally frequent, say — this "may signal accounting irregularities."
Even if the numbers aren't dodgy, Deutsche Bank's analysis says companies that don't adhere to the law tend to underperform the market anyway, so it's still best to steer clear of them.
Outros estudos sobre o mesmo tema podem ser encontrados aqui
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