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02 março 2013

Estreia: Basileia 3 e uso de crédito tributário

O Brasil permitirá que os bancos utilizem créditos tributários e letras financeiras em períodos de crise para compor o capital prudencial, dentro do cronograma de implementação de Basileia 3, atendendo demanda de grandes instituições do setor do país.

Segundo autoridades regulatórias, no entanto, o sistema bancário tem capital suficiente por pelo menos mais dois anos. Diante da gradual aderência às regras internacionais, alguns bancos do país precisariam levantar cerca de 15 bilhões de reais entre 2017 e 2019.

A necessidade de maior patrimônio de referência, o chamado capital de nível 1, subirá dos atuais 8 por cento para entre 10,5 e 13 por cento.

Em contrapartida, o governo permitirá que os bancos usem cerca 60 bilhões de um total de 110 bilhões de reais de créditos fiscais como capital em uma eventual situação de estresse financeiro.

Além disso, em períodos de estresse os bancos poderão converter títulos de dívida chamados de letras financeiras em ativos semelhantes a capital próprio, como ações. O estoque de letras financeiras em mercado é de cerca de 230 bilhões de reais.

A conversão é válida a partir desta sexta-feira, mas somente para papéis com cláusulas específicas para isso, explicou o secretário-adjunto do Ministério da Fazenda, Dyogo Oliveira.

O setor financeiro do Brasil discute há vários meses a implantação das regras de Basileia 3, criadas para aperfeiçoar a capacidade das instituições financeiras de absorver choques e evitar a repetição da crise internacional de 2008 e 2009.

Segundo o diretor de Regulação do Sistema Financeiro do BC, Luiz Awazu, como um todo o sistema financeiro não terá de levantar capital até 2019. "Na análise individual, nenhum banco precisará levantar capital entre 2013 e 2015", disse Awazu.

Segundo o chefe do departamento de Normas do BC, Sérgio Odilon dos Anjos, o cronograma apresentado nesta sexta-feira compõe um quadro mais flexível de implementação de Basileia 3.

"A ideia é fazer uma regulação (...) que não seja rígida, ou seja, em períodos de crescimento exigirá mais dos bancos para, em períodos de contração, ser mais flexível", disse Odilon.

A reação do mercado ao anúncio das medidas era positivo, embora o entendimento seja de que não há mudanças importantes no curto e médio prazos, devido à interpretação de que os bancos brasileiros estão bem capitalizados.

"As medidas (...) lançam as condições fundamentais para o crescimento do investimento, do crédito de longo prazo e da expansão da atividade econômica", disse em nota o presidente-executivo do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco.

Em nota, a equipe de análise do Goldman Sachs considerou as medidas positivas, mas sem potencial para catalisar as ações do setor.

"Nós nunca vimos o capital como uma preocupação para os bancos brasileiros", comentou a equipe do Goldman liderada por Carlos Macedo.

De todo modo, o setor bancário era o de melhor performance na bolsa paulista nesta sexta-feira.

Às 15h35, Banco do Brasil subia 2,24 por cento. A unit do Santander Brasil tinha ganho de 1,04 por cento, enquanto as preferenciais de Bradesco e Itaú Unibanco tinham alta de 0,85 e de 0,29 por cento, respectivamente. O Ibovespa caía 0,89 por cento.

Basileia 3 é parte de um acordo global para padronizar as regras de adequação de capital e de risco de liquidez no setor bancário. No mês passado, União Europeia e Estados Unidos fizeram um acordo para implementar as novas regras logo que possível.


(Por Luciana Otoni, Maria Carolina Marcello e Aluísio Alves)

Copyright Thomson Reuters 2011

Negócio Nebuloso: refinaria de Pasadena

A representação contra a Petrobrás apresentada ao Tribunal de Contas da União (TCU) pelo procurador do Ministério Público junto ao TCU, Marinus Marsico, pedindo que seja investigada a compra da refinaria de Pasadena, no Texas, pode ser o primeiro passo de um processo formal a respeito desse negócio tecnicamente injustificável e que, pelas informações disponíveis, e não contestadas pela empresa, pode resultar em prejuízo bilionário para o País.

Além de provocar a ação do Ministério Público, o caso - sobre o qual o Estado vem há tempos publicando reportagens - já vem sendo acompanhado por congressistas, entre os quais o líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), que pediu investigação da Procuradoria-Geral da República. Pode, por todas as evidências já conhecidas, tornar-se um caso de polícia.


Depois de coletar, nos últimos meses, informações a respeito da compra, pela Petrobrás, de metade do controle acionário da refinaria texana em 2006 e, depois, da totalidade das ações por meio de acordo extrajudicial com a antiga sócia, o procurador Marinus Marsico decidiu encaminhar ao ministro José Jorge, relator da questão no TCU, pedido para que apure as responsabilidades da empresa nesse negócio, de grandes proporções e nenhuma transparência. 


Na opinião do procurador, houve gestão temerária e prejuízo aos cofres públicos nessa compra. Caso o ministro aceite o pedido, técnicos do TCU examinarão a questão e poderão identificar responsáveis. O relatório técnico será depois julgado em plenário.


Ao anunciar a aquisição da refinaria de Pasadena, a Petrobrás - cujo Conselho de Administração era presidido pela então ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff - afirmou que, desse modo, iniciaria sua participação no mercado de refino de petróleo e comercialização de derivados no mercado americano. A meta então anunciada era de, por meio de novos investimentos, duplicar a capacidade da refinaria, que, na época, podia processar 100 mil barris de petróleo por dia. Era parte de seu plano estratégico, que previa também investimentos em pesquisa e produção de petróleo em áreas do Golfo do México.


Quando se conheceram os números do negócio, porém, o valor "estratégico" da refinaria para a empresa brasileira começou a ser contestado. A refinaria de Pasadena fora adquirida no início de 2005 pela empresa belga Astra Oil Company por apenas US$ 42,5 milhões. Os entendimentos da Astra com a Petrobrás começaram alguns meses depois e foram concluídos em setembro de 2006, quando a estatal brasileira confirmou a compra de 50% da refinaria por US$ 360 milhões.


Ou seja, a Astra - da qual um ex-funcionário da Petrobrás era um dos principais executivos - recebia esse valor pela metade da refinaria, que lhe custara US$ 21,25 milhões. Seu ganho, portanto, fora de praticamente 1.600%. O negócio já seria totalmente injustificado se tivesse ficado só nisso. Mas não ficou.
Desentendimentos entre os sócios levaram a parte belga a recorrer à Justiça americana para obrigar a Petrobrás a comprar sua parte. Depois de perder na Justiça, a Petrobrás decidiu fazer um acordo extrajudicial com os belgas. Fechado em junho do ano passado, esse acordo previu que, para encerrar todos os litígios, deveria pagar mais US$ 820 milhões. Em resumo, a Astra vendeu para a Petrobrás, por US$ 1,18 bilhão, uma refinaria que lhe custara US$ 42,5 milhões.


O plano estratégico de 2012-2016 da Petrobrás prevê a venda de US$ 14 bilhões de ativos, sobretudo no exterior, operação indispensável para equilibrar suas finanças e executar o ambicioso plano de investimentos no pré-sal. A Refinaria de Pasadena estava entre os ativos que a estatal pretendia vender para fazer caixa, mas seu valor de mercado certamente é muito menor do que o desembolsado para adquiri-la. 
Vendê-la pelo valor oferecido pelos poucos interessados implicaria à Petrobrás o reconhecimento de pesadas perdas financeiras, razão pela qual a empresa agora diz que fará investimentos para torná-la mais atraente. As perdas poderão aumentar. E quem é o responsável por essas perdas?


Fonte: 28 de fevereiro de 2013 | 2h 10
Editorial O Estado de S.Paulo

Prejuízo recorde não abala a Vale

A Vale registrou prejuízo líquido de R$ 5,62 bilhões no quarto trimestre de 2012. Foi o pior resultado trimestral da história da mineradora e uma das maiores perdas em um trimestre de uma empresa brasileira, segundo a consultoria Economática. Em função desse resultado, o lucro líquido da empresa em 2012 despencou, caindo 74,2% na comparação com 2011. E, mesmo assim, as ações da mineradora continuam fazendo sucesso entre os analistas.

Especialistas em mineração das corretoras do Bradesco BBI, BB Investimentos (Banco do Brasil), Itaú Unibanco, Planner e XP destacaram o “excepcional desempenho” da Vale na venda de minério de ferro, o que resultou em um sólido resultado operacional. Em relatórios enviados a clientes, todas essas instituições recomendam compra dos papéis da Vale e apontam tendência de desempenho acima da média do mercado.

Segundo o analista Alan Glezer, do Bradesco BBI, os resultados da Vale no quarto trimestre mostram uma melhora significativa no mercado de minério de ferro. As receitas com a venda do minério aumentaram 27% nos últimos três meses de 2012, “de carona no pacote de estímulos que acelerou a economia da China”.

Em relatório, o analista do BB Investimentos Victor Penna afirma que a mineradora soube aproveitar a tendência de alta nos preços do minério no fim do ano passado. Essa tendência de alta se manteve no começo de 2013, com o minério de ferro chegando ao maior valor desde outubro de 2011. “Acreditamos que a Vale deverá reportar resultados consistentes no primeiro trimestre de 2013, caso seu desempenho operacional não seja muito prejudicado pelo excesso de chuvas característico do primeiro trimestre.”

Além disso, Penna ressalta que a China divulgou recentemente dados macroeconômicos mais favoráveis, mostrando que “a segunda maior economia do mundo está ganhando força”. O nível dos estoques de minério de ferro no país está no patamar mais baixo dos dois últimos anos. Esses dois fatores devem continuar estimulando o setor de mineração, na opinião do analista.

O analista Alan Glazer, do Bradesco BBI, tem recomendação de “outperform” (desempenho acima da média do mercado ou, em português claro, compra) para as ações preferenciais série A (PNA) da Vale, com preço justo de R$ 54,00 por ação. Já Victor Penna, do BB Investimentos, coloca como preço justo o valor de R$ 44,40, também com recomendação de “outperform”.

A corretora Planner tem recomendação de compra para as ações PNA da Vale, e o preço justo calculado é de R$ 45,00 por ação. A indicação do analista Marcos Assumpção, da Itaú Corretora, é de “outperform” para os papéis, os quais, segundo ele, têm potencial de alta, embora o preço alto do minério de ferro já esteja incluído no valor atual das ações. O preço justo estimado pelo analista para Vale PNA é de R$ 42,00.

A corretora XP Investimentos segue recomendando compra dos papéis da Vale, com preço justo de R$ 48,80. As ações PNA da Vale na BM&FBovespa estavam, às 14h20, cotadas a R$ 36,03, em alta de 1,66%, o que dá uma ideia do potencial de ganho previsto pelas corretoras.

Vale lembrar que esses preços justos calculados pelos analistas têm como base estimativas de resultados das empresas ao longo dos próximos trimestres. É preciso, contudo, que certas condições de oferta e procura pelas ações sejam cumpridas para que os preços se concretizem.


Fonte: Aqui

As 10 empresas mais admiradas



De acordo com a Fortune:

1) Apple
2) Google
3) Amazon
4) Coca-Cola
5) Starbucks
6) IBM
7) Southwest Airlines
8) Berkshire Hathaway
9) The Walt Disney Company (AMO)
10) FedEx

Fonte: Aqui







01 março 2013

Rir é o melhor remédio


Remuneração de executivos

O Parlamento Europeu e a União Europeia concluíram nesta quinta-feira (28) um acordo que prevê colocar um teto aos bônus que os grandes bancos concedem a seus diretores, para evitar que se repita uma crise financeira como a de 2008.

O objetivo é colocar mais controle sobre os incentivos milionários que os diretores de bancos possuem.

Os salários milionários e os controversos bônus dos diretores de bancos estiveram no olho do furacão desde a explosão da crise financeira de 2009, após o colapso que provocou a queda de Bear Stearns e Lehman Brothers.

A medida - contemplada no acordo de regulação bancária Basileia III - deverá ser debatida na próxima terça-feira (5) durante a reunião de ministros das Finanças da União Europeia (UE).

Votação de royalties - antes do Orçamento

Os presidentes do Senado e da Câmara acertaram que a votação do veto sobre royalties do petróleo será realizada antes da decisão sobre o Orçamento de 2013. A sessão do Congresso para debater os dois temas foi convocada para a noite da próxima terça-feira, dia 5 de março.


[...]

Renan Calheiros justificou a decisão argumentando que o processo legislativo não pode ficar pela metade e já foi aprovada urgência para votação do veto sobre os royalties. Ele afirmou que somente após resolver esses dois temas a Casa irá se debruçar sobre o estoque de mais de 3 mil vetos que aguardam votação. O presidente do Senado, porém, afirmou que quase a metade deles estão prejudicados porque as leis foram substituídas por outras normas, e, portanto, não precisariam ser votados.

O veto que será colocado em votação foi feito pela presidente Dilma Rousseff para evitar uma mudança na distribuição dos royalties que alterasse as regras para os campos já licitados. A medida protegeu Rio de Janeiro e Espírito Santo, estados produtores, que teriam suas receitas congeladas em volumes semelhantes aos obtidos em 2010. Se o veto for derrubado, os recursos passariam a ser divididos por critérios que aumentariam a receita dos outros estados e municípios.


Fonte: Aqui

Mais uma sobre felicidade

Apesar de o ditado popular afirmar que dinheiro não traz felicidade, uma pesquisa nos Estados Unidos concluiu que as pessoas com patrimônio igual ou maior que US$ 5 milhões se sentem muito mais felizes e satisfeitas com seus trabalhos e relacionamentos do que quem acumulou US$ 100 mil ou menos.

Os dados são de levantamento feito pelo Spectrem Group, consultoria especializada no mercado de luxo.

No grupo dos milionários, 44% dos entrevistados se consideram felizes; entre os da menor faixa de renda, a taxa cai para cerca de 24%.

O Spectrem ouviu cerca de 1.200 pessoas, entre investidores emergentes (com patrimônio líquido de US$ 100 mil ou menos) e milionários (com patrimônio que vale US$ 5 milhões ou mais), que foram questionados sobre seus níveis de satisfação com trabalho, casamento, hobbies, entre outros.

O estudo mostrou que, conforme a riqueza pessoal avança, melhores são os indicadores de felicidade. Os pesquisadores pediram aos entrevistados que avaliassem cada item em uma escala crescente de 1 a 10, sendo 1 equivalente a "muito infeliz" e 10, a "muito feliz".


Fonte: Aqui

Otimistas e o progresso da humanidade



Daniel Kahneman, o psicólogo laureado com o Nobel de Economia, sustenta que, se nos fosse dada a oportunidade de escolher uma única característica para nossos filhos, não deveríamos hesitar: que sejam otimistas. Parece haver uma alta correlação entre o otimismo e a felicidade. O otimismo é um traço hereditário, tanto quanto a inteligência, a altura e a cor dos olhos. Que melhor presente para aqueles a quem queremos bem do que lhes transmitir a propensão para a felicidade?
Por duas vezes, em menos de um ano, ao terminar uma análise sobre os rumos da economia mundial, recomendaram-me a leitura de The Rational Optimist. As recomendações partiram de pessoas inteligentes, por quem tenho apreço. Não que eu esteja particularmente pessimista, mas devo andar soando muito pessimista. É verdade que tenho fama de pessimista. Nunca me importei com isso, considero quase um elogio. Refuto com mais indignação a acusação contrária, de um amigo fraterno, segundo a qual faço uso permanente de um par de óculos cor-de-rosa que não me deixariam ver a sombria realidade como ela é. O fato é que um otimista racional parece-me uma contradição em termos, soa como um oximoro.
Antes de encomendar o livro, procurei saber quem era o autor. Descubro que Matt Ridley é o quinto visconde de Ridley, tem doutorado em zoologia pela Universidade de Oxford, e que em 2011 seu livro ganhou o Prêmio Hayek, conferido à publicação que melhor representa a visão do mestre austríaco sobre a liberdade econômica. Aprendo ainda que ele era presidente do conselho de administração do Northern Rock, o banco inglês que quebrou com grande estardalhaço, imediatamente após a eclosão da crise de 2008. Sorri, e adiei a leitura que só recentemente decidi levar adiante.
Segundo Kahneman, em seu último livro Rápido e Devagar: Duas Formas de Pensar, a grande maioria das pessoas se acha mais competente do que realmente é, e percebe o mundo como mais benigno do que ele na realidade é. Têm assim a impressão de que seus objetivos são mais facilmente alcançáveis do que de fato são. Além disso, achamos que nossa capacidade de prever o futuro é muito maior do que é efetivamente possível. O viés otimista, segundo Kahneman, o mais importante dos vieses cognitivos, está presente em todos nós. De certa forma, somos todos otimistas, mas alguns afortunados são mais otimistas do que a média. O otimista é alegre e animado, estimado por todos, persistente diante das dificuldades e resistente aos fracassos. Tem probabilidade reduzida de passar por depressões e o seu sistema imunológico é menos vulnerável. Toma mais cuidado com a saúde, sente-se mais saudável e vive efetivamente mais. Além de mais felizes, os otimistas têm um papel desproporcionalmente importante na configuração do mundo em que vivemos. Suas iniciativas são determinantes, pois são primordialmente eles os inovadores e os empreendedores.
Esta é essencialmente a tese do livro de Ridley. Antes de ser uma defesa do otimismo, é uma defesa da livre-iniciativa, do livre-comércio, um libelo contra todo tipo de cerceamento das liberdades individuais. Ele lamenta que hoje tenha se tornado axiomático que o livre mercado não apenas estimula o egoísmo, mas o exige. Como sustenta, por exemplo, Michael Sandel em O que o Dinheiro Não Compra: a ideia de que a comercialização de todos os aspectos da vida é corrosiva do espírito público e de comunidade tem ganhado cada vez mais força nos últimos tempos.
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Duas cervejarias, 210 marcas

All The Beer Brands Anheuser-Busch InBev and SABMiller Own

Mais sobre a Heinz

A investigação sobre um possível uso indevido de informações privilegiadas antes da aquisição bilionária da H.J. Heinz Co. foi ampliada, com reguladores e investigadores criminais examinando o que eles veem como compras suspeitas de ações da fabricante de ketchup, segundo pessoas a par do inquérito.

A Autoridade Regulatória da Indústria Financeira, a Finra, pela sigla em inglês, que é um autorregulador de Wall Street, e o FBI, a polícia federal dos Estados Unidos, estão revendo numerosas operações com ações da Heinz realizadas pouco antes do anúncio da compra da empresa, por US$ 23 bilhões, o qual fez as ações dispararem em 14 de fevereiro.

O inquérito se soma à investigação — revelada em 15 de fevereiro pela comissão de valores mobiliários dos EUA, a SEC — do que a agência reguladora chamou de uma compra "altamente suspeita" de US$ 90.000 em opções sobre ações na véspera do negócio da Heinz e que gerou um possível lucro de US$ 1,7 milhão.

O FBI também informou que abriu uma investigação criminal dessas operações com opções ocorridas antes da aquisição.

Segundo pessoas a par das investigações, a compra das opções, que não era parte da apuração da Finra, foi apenas uma das operações suspeitas ligadas à aquisição da Heinz pela firma brasileira de investimento em participações 3G Capital e a Berkshire Hathaway Inc., holding do famoso investidor americano Warren Buffett.

A grande quantidade de operações com ações da Heinz antes do anúncio da aquisição está chamando a atenção dos investigadores. A cotação das ações da Heinz, que são negociadas na bolsa de Nova York, saltou 20% com a notícia, fechando a um preço de oferta de US$ 72,50 no dia em que a aquisição se tornou pública.

Na véspera, 13 de fevereiro, o volume de ações da Heinz negociadas bateu nos 3,5 milhões, mais que o dobro da média diária no mês antes daquela data, segundo a FactSet, uma firma de dados de mercado. Até ali, aquele havia sido o dia em que mais se negociou ações da Heinz desde 20 de novembro, quando o volume foi impulsionado pela divulgação do resultado trimestral da companhia.

As operações com grandes lotes — de 10.000 ações ou mais — também aumentaram. Em 13 de fevereiro, foram registradas 15 destas operações, segundo dados da FactSet, comparado com apenas três em 12 de fevereiro e duas em 11 de fevereiro.

Às 9:31 da manhã de 13 de fevereiro (horário de Nova York), por exemplo, houve uma compra de 68.755 ações, avaliada em US$ 4 milhões. Na última operação do dia, 108.351 ações trocaram de mãos, numa transação de US$ 6,5 milhões.

O inquérito dos reguladores não vai necessariamente levar a ações judiciais. A SEC não divulga que proporção das suas investigações de uso de informações privilegiadas gera processos. Uma fonte dessas investigações são as indicações da Finra sobre operações suspeitas. Mas geralmente menos de 10% dessas indicações resultam em processos, segundo pessoas que conhecem o funcionamento da agência.

A aquisição da Heinz é a segunda que a 3G faz de uma marca de alimentos conhecida cujas ações se tornaram alvo de investigações, pela SEC, de uso indevido de informações privilegiadas. A agência tem uma investigação em andamento sobre compras de opções de ações da Burger King antes da aquisição da rede de lanchonetes pela 3G, em 2010, por US$ 3,3 bilhões.

A firma está cooperando com a SEC nas investigações ligadas à Heinz e à Burger King, segundo pessoas a par do assunto.

A 3G é um entre os vários participantes dos negócios que foram solicitados pela SEC a fornecer informações, à medida que a agência tenta descobrir se houve vazamento de informações críticas para operadores, seja intencionalmente ou não, disseram pessoas com conhecimento das investigações da agência.

A firma não foi acusada de nenhuma irregularidade. Um porta-voz da 3G não quis comentar.

A 3G, uma firma de private-equity com escritórios no Rio de Janeiro e Nova York, vem desempenhando um papel cada vez mais visível em aquisições internacionais desde sua criação, em 2004.

Como parte de suas investigações sobre as operações com ações da Burger King, a SEC alegou no ano passado, numa ação civil, que um ex-corretor do banco Wells Fargo lucrou com informações privilegiadas sobre a iminente aquisição. A agência alegou que Waldyr da Silva Prado Neto, que trabalhava em Miami na época, soube da planejada compra da rede de fast-food por um cliente que investiu pelo menos US$ 50 milhões num fundo da 3G usado na aquisição.

Prado está agora no Brasil, segundo documentos do processo; um tribunal americano congelou ativos pertencentes a ele, sob a alegação da SEC de que ele teve ganhos ilegais de US$ 175.000 nas suas operações com ações da Burger King. Prado não pôde ser contatado para comentar e seu advogado não pôde ser imediatamente identificado.

Em novembro, a SEC abriu um processo civil acusando um dos clientes de Prado, o ex-banqueiro brasileiro Igor Cornelsen, de ter supostamente avisado Prado sobre o negócio da Burger King. A agência afirmou que Cornelsen embolsou mais de US$ 1,68 milhão em lucros ilícitos com operações de opções antes da aquisição da Burger King.

Cornelsen e a firma através da qual ele fez as supostas operações ilegais concordaram em pagar mais de US$ 5,1 milhões para arquivar o processo, sem admitir ou negar as irregularidades.

O advogado dele não quis comentar além de um comunicado emitido na época, dizendo que Cornelsen é "um homem honrado e com uma carreira notável. Ele está satisfeito por ter resolvido esta situação lamentável".

Pelo menos outros três clientes foram avisados por Prado e negociaram ações da Burger King antes da aquisição da 3G, segundo as acusações da SEC contra ele. Nenhum desses clientes foi identificado publicamente ou processado.

Os investigadores da SEC ainda estão tentando determinar o operador ou operadores por trás da operação de US$ 90.000 com ações da Heinz. Na semana passada, um juiz concordou em prorrogar uma ordem que dá à SEC poderes para congelar a conta de corretagem na Suíça usada para realizar a compra de opções, depois de o dono da conta não ter se apresentado para depor num tribunal de Manhattan.

A SEC pediu ajuda aos reguladores suíços para identificar a pessoa ou pessoas responsáveis pelas operações, que usaram uma conta do segmento de gestão de fortunas do banco Goldman Sachs Group Inc. na Suíça, disseram autoridades ao tribunal americano. Um porta-voz do Goldman disse que o banco está cooperando com as investigações.


Fonte: Aqui

Super-Tucanos no Afeganistão

A Embraer (com a sócia americana Sierra Nevada) venceu a concorrência para fornecer Super-Tucanos destinados às intervenções da Força Aérea Americana no Afeganistão. O contrato soma US$ 427,5 milhões. A Embraer já havia vencido a concorrência em 2011, mas, após questionamento do concorrente americano Beechcraft, o governo americano decidiu suspendê-la para reavaliação.

Com o seu primeiro contrato militar com os Estados Unidos na mão, a unidade de defesa da fabricante de aviões brasileira Embraer atingiu seu grande momento, estabelecendo-se como um player global, enquanto o resto da indústria precisa lidar com orçamentos reduzidos de governos em todo o mundo. O foco em mercados externos e nas ambições crescentes das forças armadas brasileiras fizeram da Embraer uma das poucas empresas no mundo a crescer as operações no segmento de defesa.

“É uma grande vitória para a indústria nacional, certamente vai abrir muitas novas portas para um projeto bem sucedido que demonstrou ser exitoso no país e em outras partes do mundo”, disse Amorim, ao saber da escolha.

Fontes: Aqui e aqui.