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22 setembro 2012

Dia do contador

\o/  Parabéns pelo dia do contador! \o/


Hoje é dia do contador: 22 de setembro.

"[...] data em que os católicos comemoram o dia de São Mateus. Mateus, um dos apóstolos de Jesus era publicano, exercia de forma terceirizada a coletoria de impostos para o governo romano, apesar de ser judeu."

No dia 25 de abril comemora-se o dia da contabilidade, "em lembrança ao Senador João Lyra, que em 25 de abril de 1926, proferiu discurso que enalteceu a Classe Contábil Brasileira".

Leia mais em: Qual o melhor dia para ser do Dia do Contador?

21 setembro 2012

FINATEC: Nós publicamos

O blog publicou uma postagem sobre a FINATEC em junho. Em agosto saiu uma na Associação dos Docentes da Universidade de Brasília que merece destaque.

"O professor da Universidade de Brasília (UnB) e ex-dirigente e fundador da Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec), Antônio Manoel Dias Henriques, foi absolvido, por unanimidade, pela 2ªTurma Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF), pelos crimes de apropriação indébita, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Os demais réus no processo também foram absolvidos por unanimidade. Em 2008, um suposto esquema foi denunciado pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), e em 2010, Henriques e mais três pessoas haviam sido condenadas, em primeira instância, pelos crimes em questão. No entanto, segundo acórdão publicado no Diário de Justiça do Distrito Federal, no último dia 2 de julho, Henriques foi absolvido por "ausência de provas da existência do fato" e “não constituir o fato infração penal”.

Durante o processo, os sigilos bancários e fiscais do ex-dirigente da Finatec e dos demais envolvidos foram quebrados, e nada foi encontrado que pudesse comprovar a veracidade da denúncia. O Desembargador relator do caso junto ao TJDF, com relação à quebra de sigilo de Henriques, assim se pronunciou: “... o Ministério Público, apesar de ter tido acesso à quebra do sigilo bancário e fiscal desse apelante, não apontou um único valor ou depósito que não tivesse origem explicada ou que não constasse da declaração do seu imposto de renda. Ao contrário, o órgão acusatório valeu-se de afirmações genéricas e dúbias, sem indicar objetivamente um único elemento concreto que comprovasse a apropriação de valores pelo acusado o mesmo a sua efetiva contribuição para o enriquecimento ilícito dos demais denunciados. Nesse contexto, a simples afirmação da acusação de que o patrimônio do denunciado cresceu astronomicamente não gera a presunção de que ele tenha cometido o crime de apropriação indébita, máxime considerando que a Defesa juntou documentos que, de fato, justificam o acréscimo patrimonial do apelante no período em questão, bem como o volume de aplicações mencionado na denúncia”.

O processo foi deflagrado logo após a intervenção judicial na Finatec, que se iniciou em 2008 e se encerrou em 2010 sem que nenhuma irregularidade de ponto de vista econômico e/ou administrativo fosse apontada na gestão do professor Antonio Henriques a frente da Fundação. Além deste processo, o MPDFT ajuizou vários outros contra Henriques, como por exemplo, o que afirmava que ele juntamente com outras pessoas havia ocultado quantia superior a R$ 24milhões, mediante a criação de uma conta inativa de convênios, valor este relacionado com a execução de contrato de apoio firmado entre a Finatec e a FUB para atender ao convênio assinado entre a FUB e o INSS (Instituto de Seguridade da Previdência Social). Entretanto, Henriques, tanto neste processo como nos demais foi inocentado de todas as acusações. Sendo que no processo envolvendo o contrato com o INSS a denúncia foi considerada inepta (absurda) pela justiça.

Henriques acredita que foi vítima de ‘má fé’ e criticou a atuação de membros do MPDFT. "A visão que eu tinha do Ministério Público, antes, é totalmente diferente da que eu tenho hoje; é um absurdo o promotor não responder individualmente pelo prejuízo que ocasiona as pessoas. No jargão jurídico são tidos como inimputáveis. Não pagam custas processuais e nem honorários advocatícios. Fazem acusações sem o menor fundamento e não respondem por isso. Têm o poder total sem a devida responsabilização. Por isso abrem processos sem a menor convicção dos fatos arrolados. São o primeiro poder neste país” afirma.

A imprensa também foi alvo de questionamentos pelo ex-dirigente da Finatec, porque deixaram de noticiar a sua absolvição em segunda instância, mas publicaram com alarde a sua condenação em primeira instância. Novamente afirma Henriques: A visão que eu tinha dos meios de comunicação também mudou radicalmente. Encaminhei para todos os meios de comunicação que alardearam a minha condenação, em primeira instância, o extrato do acórdão do Tribunal que comprova a minha absolvição, por unanimidade, na segunda instância, solicitando que eles publicassem e/ou noticiassem a minha absolvição. Silêncio total. Nada foi divulgado na imprensa escrita ou falada. A questão é: onde esta a propalada isenção e imparcialidade da imprensa? Quando as notícias partem do Ministério Público, sem a menor investigação por parte do repórter, elas são publicadas como se fosse verdade. Sem medir às consequências que elas poderão trazer para os supostos envolvidos. Por outro lado, quando as acusações não se confirmam nada é dito pelos mesmos que publicaram as acusações. Ou seja, para a população tudo se passa como se as notícias fossem verídicas e que a condenação foi o resultado final do processo. É o que fica em uma consulta pela internet.”, revolta-se Henriques."

Rir é o melhor remédio

Qual será  a profissão desta  criança? Diretor de uma estatal?

Vale

Entre as 27 empresas brasileiras com ações negociadas em bolsas de Nova York, a mineradora Vale é a única que segue usando o padrão contábil americano, conhecido como US Gaap, no documento anual de informações (20-F) entregue para a Securities and Exchange Commission (SEC), a comissão de valores mobiliários americana.

Todas as outras passaram a usar o modelo internacional IFRS, conforme permitido pelo regulador americano desde o fim de 2007 para empresas estrangeiras.

Ao apresentarem o balanço de 2011 no 20-F entregue este ano, foi a vez de Petrobras, Itaú e Bradesco se juntarem às demais empresas brasileiras, que já tinham decidido abandonar o US Gaap.

A maioria das empresas nacionais passou a usar apenas o IFRS já para o balanço de 2010, entregue no ano passado. Aquele também foi o primeiro exercício em que todas as companhias do Brasil adotaram obrigatoriamente o conjunto integral de normas contábeis internacionais.

Procurada pelo Valor, a SEC informou que mais de 300 empresas, de um total de 965 emissores estrangeiros registrados, já estão usando o padrão internacional.

A Vale foi questionada sobre a decisão de manter a divulgação em US Gaap e se isso teria relação com o fato de a norma contábil do IFRS sobre indústria extrativa ainda estar em discussão. Por meio de nota, a mineradora negou que a decisão tenha relação com isso e ressaltou que também traduz o balanço em IFRS envia para a SEC, ou seja, divulga nos dois padrões também nos Estados Unidos. "A nossa avaliação foi que os nossos investidores estavam mais acostumados com o modelo US Gaap e precisavam de tempo para se familiarizar com o novo modelo", afirmou a companhia.

Sem marcar data, a Vale diz, no entanto, que a tendência é que no futuro fique só com o IFRS.

Renê Coppe Pimentel, coordenador acadêmico do MBA Relações com Investidores da Fipecafi e do Ibri, diz que grandes empresas e bancos chegam a ter equipes com 15 a 20 pessoas só para atender regras ligadas à contabilidade internacional e formulários da SEC. "É bastante clara a economia de custo para a empresa", afirma, sobre as companhias que ficaram com um único balanço.

As empresas, por sua vez, até admitem que existe redução de gastos, mas garantem que esse não foi o principal fator que determinou a decisão de ficar apenas com o IFRS.

"Se tem um processo a menos, tem uma redução de custo. Mas é a homogeneidade da informação que faz uma diferença enorme. Se tiver um conjunto de princípios que levam a números diferentes, isso gera desinformação", afirma Rogério Calderon, diretor de controladoria do Itaú.

Alexsandro Broedel, diretor de controle financeiro do banco, acrescenta que a busca pela convergência também pode ser vista no balanço brasileiro, que segue as regras do Banco Central. "No que as que as normas locais permitem que se siga o IFRS, como em instrumentos financeiros, a gente aproxima", afirma.

Em nota, a Petrobras disse que a decisão não se deveu apenas a custos, mas para evitar o uso de dois padrões e para a seguir a tendência mundial de uso do IFRS. A companhia destacou, entretanto, que apesar de não ser obrigatório, divulgou o balanço em dólares. (FT)


Vale é a única que ainda usa padrão dos EUA - 21 de Setembro de 2012 - Valor Econômico

Teste 584

Parece que as empresas pagam muitos impostos. Mas a existência de um grande número de regras pode iludir esta crença. Nos Estados Unidos, uma das maiores empresas é a General Eletric. Nos últimos dez anos, a alíquota desta empresa foi de:

1,2%
2,3 %
38%

Iasb ataca norma bancária dos EUA

Segundo o Financial Times (IASB warns of reduction in bank lending, Adam Jones) o presidente do Iasb, Hans Hoogervorst, criticou a atitude mais conservadora dos EUA quanto a contabilidade bancária dos empréstimos. [O texto foi publicado hoje, traduzido, pelo Valor e encontra-se em postagem a parte]

Segundo o presidente do Iasb, o método dos EUA envolve o reconhecimento antecipado das perdas de crédito esperadas. Para Hans Hoogervorst isto pode ter consequências graves sobre a economia, pois incentivaria os bancos a reduzir seus empréstimos em situações de crise. Neste caso, os empréstimos bancários teriam um papel "pró-cíclico", agravando a crise financeira.

O IASB defende uma postura mais suave. A presidente do FASB, Leslie Seidman, negou que o sistema afete a economia.

Aqui o artigo do Financial Times.

Iasb ataca norma bancária dos EUA 2

Eis o texto do Financial Times:

Iasb critica nova regra para banco - Adam Jones | Financial Times, de Londres

Os bancos poderão reduzir a concessão de empréstimos sob uma nova abordagem para provisões de créditos de difícil recuperação que está sendo preparada nos Estados Unidos, de acordo com Hans Hoogervorst, presidente do Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (Iasb).

A crítica é mais um sinal de que as iniciativas para criar regras contábeis globais perdem força.

O método, que prevê admitir antecipadamente todas as perdas previstas com a concessão de empréstimos poderia ter "sérias consequências inesperadas", disse.

O registro de perdas a partir do "primeiro dia" com o novo método poderia encorajar as instituições financeiras, em tempos difíceis, a tentar ampliar os lucros cortando novos créditos, afirmou.

"Os créditos bancários poderiam se tornar ainda mais pró-cíclicos do que já são", argumentou em discurso em Bruxelas.

O Iasb, responsável pelas Normas Internacionais de Resultados Financeiros (IFRS) usadas na União Europeia, Canadá, Brasil e outros países, defende que os bancos reservem provisões para as perdas previstas com seus empréstimos no ano e que promovam baixas contábeis mais contundentes quando surgirem evidências específicas de inadimplência.

O Fasb, orgão que dita as normas americanas (US Gaap), questiona a complexidade e dificuldade de adaptação dessa abordagem e desenvolve atualmente um modelo alternativo que prevê a reserva, pelos bancos, de provisões com base nos prejuízos esperados até o vencimento do empréstimo, em vez de apenas um ano.

Os dez anos de tentativas para harmonizar os IFRS e os Gaap dos EUA estancaram em meio ao entusiasmo cada vez menor pelo projeto nos EUA.

Perfil do Investidor e Risco

Já se passaram mais de 30 anos [1] desde que os primeiros trabalhos de finanças comportamentais surgiram. A cadeira cresce em aceitação e o número de publicações voltadas ao tema revela como tem obtido centralidade no debate econômico e financeiro [2]. No entanto, são raros os exemplos de aplicações práticas de tais ensinamentos no dia a dia dos investidores [3]. Veja, por exemplo, o caso do perfil de risco de investidor. Para qualquer conselheiro financeiro ou aplicador não há pergunta mais óbvia e, ao mesmo tempo, desconcertante que "Qual o nível de risco que o senhor(a) está confortável em assumir na sua carteira?". O usual constrangimento com a pergunta tem sido amenizado por meio do uso de questionários de avaliação de tolerância ao risco, que no Brasil recebem o nome de API (análise do perfil do investidor), obrigatório de ser respondido desde 2010 por quem deseja fazer investimentos em fundos que envolvam ativos de risco. Com base em suas respostas, você será colocado em um de três grupos: Conservador (basicamente 100% renda fixa), Moderado (um pouquinho de fundos multimercados e ações são adicionados à carteira) ou Agressivo (mais multimercados e ações que o anterior e menos renda fixa). E voilá! Sua carteira está pronta e balizada às suas necessidades, desejos e medos. 

Algumas perguntas podem evidenciar o absurdo da tarefa em questão. Por exemplo, é possível um ser humano ter um único nível de tolerância ao risco que pode ser mensurado como se estivéssemos na loja de calçados em busca de um sapato do tamanho certo? Além disso, caso de fato possamos determinar por meio de teste a tolerância ao risco de um indivíduo, diferentes questionários deveriam gerar consistentemente o mesmo perfil. Será que isso é verdade? Levantamos o questionário disponível na internet de três grandes bancos e pedi a 60 pessoas que respondessem aos três testes. Curiosamente, apenas 56% dos resultados coincidiram. Ou seja, para 44% das respostas um questionário resultou em Conservador enquanto os outros dois deram Moderado ou Agressivo. Em outras palavras, a probabilidade de que dois questionários gerem para uma pessoa o mesmo diagnóstico de perfil são pouco melhores que ganhar um jogo de cara ou coroa [4]. O seu suposto nível de tolerância ao risco depende menos de quem você é e mais de qual questionário você responderá. 

Vários estudos comportamentais mostram que nosso humor, inerentemente maleável e, portanto inconstante, é o principal fator por trás da capacidade de um indivíduo avaliar e tolerar riscos [5]. Se suas emoções mudam, sua propensão ao risco se altera e isso pode ocorrer com diferenças de minutos, as vezes segundos. Vejamos alguns exemplos. 


Em um estudo efetuado em Israel, alguns estudantes do sexo masculino foram expostos a fotos de várias mulheres que estavam em um site de relacionamento. Na sequência, eles podiam escolher receber diferentes pagamentos seja no dia seguinte ou em uma data mais distante. Os homens que viram fotos de pessoas mais atraentes se mostraram 70% menos propensos a esperar para receber os pagamentos.

Em outra pesquisa, estudantes foram colocados diante de uma opção segura, com 70% de chance de ganhar US$ 2,00 e outra mais arriscada, com 4% de chance de ganhar US$ 25,00. Um grupo de estudantes foi então colocado em uma sala e assistiu a um seriado de TV cômico (no caso desse estudo, o seriado Friends). O restante dos estudantes assistiu a um concerto instrumental de gaita de fole com o som levemente distorcido e a eles foi pedido que cantasse uma letra de música predefinida. Nesse segundo grupo, 87% escolheu a opção mais arriscada, como se estivessem buscando neutralizar a chateação e o constrangimento com a possibilidade de obter um ganho financeiro elevado. 


Em um experimento realizado na França, um grupo de voluntários recebeu um caneta de marca famosa e assistiu a uma cena sangrenta de assassinato de um filme de terror, enquanto um outro grupo ficou observando um aquário com peixes tropicais. Na sequência, precisavam responder por quanto venderiam a caneta que ganharam e quanto pagariam para comprar a caneta de outra pessoa. Quem assistiu a cena de crime ficou mais propenso a pagar mais para comprar a caneta de outra pessoa. Psicólogos interpretam isso como uma resposta instintiva para lidar com a tristeza. Ou seja, a tristeza está associado à perda de algo que valorizamos, e por isso ficamos mais dispostos a pagar alto para compensar ou nos recuperarmos da sensação de perda. 

Estes são apenas alguns exemplos de que alterações de humor afetam nossa postura frente ao risco. Não há evidência acadêmica, ou suporte em pesquisas aplicadas, de que seja possível definir com um mínimo de precisão a propensão ao risco de uma pessoa. Os estudos evidenciam grande maleabilidade desse comportamento e grande suscetibilidade de alteração com base em informações a que somos expostos no momento da avaliação. 

Quando responder ou aplicar um questionário de avaliação de perfil de risco, esteja ciente de suas limitações, tendo a noção de que se trata apenas de um "fotografia" do humor do investidor no momento em que foi respondido. Atribuir muito mais à capacidade de diagnóstico de tais questionários seria equivalente a desconsiderar por completo a maleabilidade do humor humano.

Tolices que não questionamos - 20 de Setembro de 2012 - Valor Econômico - Aquiles Mosca



[1] Considerando que surgiu com Kahneman e Tversky, já são 40 anos.

[2] Acho exagero considerar como tema central da economia. Alguns ainda não consideram as contribuições relevantes.

[3] Talvez o melhor seria "são raras as aplicações dos conhecimentos"

[4] A comparação é infeliz: no jogo de moedas temos dois resultados esperados e nos questionários três.


[5] Mas parece que isto não explica o resultado da pesquisa realizada, já que os questionários foram respondidos um após o outro.

Schapiro

Segundo a Bloomberg, existe um forte boato que Mary Schapiro, a responsável pela  fiscalização de Wall Street, poderá deixar  seu posto em novembro, após a eleição. O boato aumentou com uma licença médica tirada por Schapiro. Comenta-se que  ela está desgastada com as questões políticas envolvendo a SEC.

Chefiando a SEC, ela tem um papel crucial na definição da convergência contábil dos Estados Unidos.

PCC

PCC é a sigla para Private Company Council, uma entidade criada recentemente nos Estados Unidos para fazer regras contábeis para empresas de capital fechado. Segundo notícias da Reuters, foi indicado o nome de Billy Atkinson, um ex-partner da PwC, como chairman.

A entidade receberá apoio do Financial Accounting Standards Board, que recentemente apresentou uma proposta de framework para estas empresas. Naturalmente que a ideia não é aplicar as normas das empresas com ações negociadas na bolsa.

Ignobel

O Prêmio Ig Nobel --a paródia do Nobel que elege as pesquisas científicas mais esdrúxulas-- destaca neste ano descobertas como a de que chimpanzés reconhecem outros macacos olhando fotos de seus traseiros e um experimento que identificou ideias complexas no cérebro de um salmão morto.

Apesar do tom de ridículo, o segundo trabalho foi, na verdade, a denúncia de uma crise na neurociência, área em que revistas técnicas têm publicado estudos com conclusões duvidosas sobre mapeamentos cerebrais.

A lista de ganhadores tinha outros trabalhos inacreditáveis --um deles era sobre o (baixo) risco de pacientes explodirem durante colonoscopias--, e o estudo sobre a mente do peixe acabou meio ofuscado entre os vencedores anunciados hoje.

O experimento de Craig Bennet, da Universidade da Califórnia em Santa Barbara, representa bem o lema do Ig Nobel: premiar pesquisas que "primeiro fazem rir, depois fazem pensar".

Usando uma máquina de ressonância magnética para mapear o cérebro do animal morto, o cientista mostrou que, usando um pouco de estatística sem rigor para interpretar os resultados, é possível tirar qualquer conclusão.

No estudo, Bennet mostrou que o cadáver de peixe tinha empatia e apontou quais áreas de seu cérebro eram responsáveis por isso.

"Mostramos ao salmão uma série de fotografias com humanos em situações sociais de valor emocional específico", diz o estudo. "Pedíamos ao salmão para determinar quais emoções o indivíduo estaria sentindo."

A parte do estudo de Bennet que não tinha graça nenhuma era um levantamento sobre o panorama atual da pesquisa com ressonância magnética funcional (que vê a atividade do cérebro em tempo real). Em um ano, 26% dos artigos científicos estavam se valendo do mesmo método estatístico que ele mostrou ser frágil. Numa conferência, 79% dos trabalhos tinham esse problema.

Isso explica, em parte, a proliferação de estudos atribuindo funções ultraespecíficas a partes do cérebro.

A cerimônia de entrega do prêmio ocorreu nesta quinta-feira, no teatro da prestigiada Universidade Harvard (EUA).


Nobel da pesquisa maluca ajuda a criticar ciência "séria" - RAFAEL GARCIA

Crise e os Bancos

Estimativa, menor do que uma avaliação semelhante feita seis meses atrás, mostrou que os bancos precisam reforçar substancialmente os seus balanços, aponta o Comitê de Basileia de reguladores globais do setor financeiro

Os principais bancos do mundo precisariam levantar 374 bilhões de euros (US$488 bilhões) em capital extra se regras mais pesadas tivessem entrado em vigor no fim do ano passado, estimaram reguladores que estão implementando as normas, nesta quinta-feira.

A estimativa, menor do que uma avaliação semelhante feita seis meses atrás, mostrou que os bancos precisam reforçar substancialmente os seus balanços.

O Comitê de Basileia de reguladores globais disse nesta quinta-feira que, se as novas regras, conhecidas como Basileia III, estivessem em vigor no final de dezembro, os maiores bancos precisariam de 374 bilhões de euros para manter um capital base de 7% dos ativos, a meta para os bancos atenderem as novas regras quando elas entrarem em vigor.

O comitê havia estimado em abril que os principais bancos precisariam de 486 bilhões de euros se as regras tivessem entrado em vigor em junho de 2011.

Bancos precisam de 374 bilhões de euros para cumprir novas regras - Reuters