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24 agosto 2011

Novo presidente para a Standard & Poor's

Deven Sharma vai deixar a presidência da agência de classificação de risco Standard & Poor's e será substituído por Douglas Peterson, chefe de operações do Citibank (...). Sharma ficará até o fim do ano como conselheiro do McGraw-Hill, grupo proprietário da agência.

A saída de Sharma acontece poucas semanas depois de a S&P ter alterado o rating (nota) de crédito dos Estados Unidos de AAA para AA+, o primeiro rebaixamento na história do país, levando os mercados financeiros no mundo todo a registrarem fortes quedas e muita volatilidade.

Segundo as mesmas fontes, a saída de Sharma não tem relação nem com o rebaixamento do rating nem com a investigação iniciada pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos em torno das altas avaliações de risco atribuídas pela S&P aos créditos imobiliários podres (subprimes) concedidos por instituições financeiras americanas na década passada - os causadores da crise de 2008.

A decisão de substituir Sharma teria sido tomada ontem pelo conselho da McGraw-Hill, em reunião que também reviu as estratégias do grupo.

Ainda de acordo com as fontes citadas pelo jornal, a procura por um nome para substituir Sharma começou há seis meses.

A agência de classificação tem sido alvo de intensas críticas depois de rebaixar a nota dos Estados Unidos. A decisão ocorreu logo após uma difícil batalha do presidente americano, Barack Obama, para conseguir o consenso entre democratas e republicanos na questão da elevação do teto da dívida pública. Um acordo foi conseguido no prazo final (dia 2) e o rebaixamento foi anunciado no dia 5.

Sharma começou a trabalhar na S&P em 2006 como vice-presidente executivo e foi nomeado presidente no ano seguinte. Nos cinco anos que precederam sua ida para a agência, ele trabalhou para outras empresas do grupo.

Defesa

A S&P justificou ontem sua decisão de rebaixar o rating de crédito soberano dos Estados Unidos e afirmou que a oscilação do mercado não vai impedi-la de fazer outros cortes quando considerar justificado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Aqui

Responsabilidade Social e acesso a financiamento

Por Pedro Correia

A Responsabilidade Social Corporativa (RSC) pode beneficiar a sociedade, mas será que beneficia a empresa? De acordo com novo estudo, sim,um bom desempenho em RSC torna mais fácil a obtenção de financiamento para novos projetos. Os autores verificaram que empresas com bom desempenho em RSC, são mais propensas a relatar suas atividades de RSC, aumentando assim a sua transparência em geral. Níveis mais elevados de transparência reduzem os receios de potenciais investidores, tornando-os mais propensos a investir. Destarte, quanto melhor for o desempenho em RSC, menor serão as restrições de capital. Além disso, uma boa performance em RSC é resultado de um maior engajamento dos stakeholders, que por sua vez reduz a probabilidade de comportamento oportunista e leva os gestores a adotarem estratégias de longo prazo. Segue o resumo:

In this paper, we investigate whether superior performance on corporate social responsibility (CSR) strategies leads to better access to finance. We hypothesize that better access to finance can be attributed to reduced agency costs, due to enhanced stakeholder engagement through CSR and reduced informational asymmetries, due to increased transparency through non-financial reporting. Using a large cross-section of firms, we show that firms with better CSR performance face significantly lower capital constraints. The results are confirmed using an instrumental variables and a simultaneous equations approach. Finally, we find that the relation is primarily driven by social and environmental performance, rather than corporate governance.

23 agosto 2011

Rir é o melhor remédio

Você alguma vez tentou baixar um arquivo na internet (ou confirmar um e-mail para alguém do UOL) e não conseguiu entender o que devia digitar? Eis três exemplos



Teste 517


Veja a seguinte notícia:

O grupo de publicidade Interpublic vendeu metade da sua participação no Facebook por US$ 133 milhões. A transação sugere um valor de mercado para a rede social de US$ 66,5 bilhões. (...)
A Interbrand havia comprado a participação em 2006, quando a rede social estava avaliada entre US$ 1 bilhão a US$ 2 bilhões. (Valor do Facebook é estimado em US$ 66,5 bilhões)

A partir destas informações, você seria capaz de estimar o custo histórico das ações adquiridas em 2006? Suponha que a empresa valia 2 bilhões na época.

Resposta do Anterior: (1 + 6%) x (1 + 7,5%) - 1 = 14% (aproximadamente). E 545 x (1 + 14%) = 621. O jornalista fez os cálculos corretos.

Links

Narcisismo e liderança

Google street na Amazônia  

Suécia muda cidade do lugar para explorar minério  

Onde Indiana Jones fez suas descobertas  

Made in China é lucrativo para os estadunidenses  

O clube de futebol Manchester United irá lançar ações no Mercado asiático

Cultura do corpo no Brasil como um direito (ou, as siliconadas)

Uso de pronomes está relacionado com gênero, idade, classe social, honestidade, status, personalidade, ...  

Transparência Internacional quer melhorar a governança na FIFA

Balanços mais Transparentes


O texto “Balanços mais Transparentes” foi publicado em diversos blogs de contabilidade (215 resultados no dia de hoje, inclusive no Ibracon, sic). Mas a quantidade de problemas do texto é muito grande. Vejamos:

A lei [11.638] é uma adequação da IFRS, padronizando mundialmente os registros contábeis entre os países, principalmente facilitando as transações da nação de origem com a de destino. 

Entenderam? A continuação:

"A regra faz com que os contadores reflitam cada vez mais, mostrando, de forma transparente, a realidade da companhia", comenta o vice-presidente-técnico do Conselho Regional de Contabilidade (CRC-RS), Antônio Carlos de Castro Palácios. 

Hoje, com a Lei 11.638/07, ela obedece ao padrão europeu fazendo com que os demonstrativos financeiros sejam um verdadeiro raio-x do mundo corporativo. 

Palácios conta que, antigamente, nenhuma instituição era capaz de fazer uma negociação que fosse baseada em balanços, era preciso contratar um perito para a avaliação. "Agora nada mais disso é necessário", destaca. 

Mais adiante o texto considera que só existe uma divergência: a tributária:

Mas, de acordo com o consultor contábil Charles Tessmann, as divergências que ainda existem referem-se às diferenças nas legislações tributárias. Diversos pontos importantes foram alterados, inclusive a própria estrutura do balanço patrimonial e das demonstrações, suprindo-se algumas contas e criando outras nomenclaturas, ativo e passivo circulante e não circulante, por exemplo. "A avaliação do imobilizado, trazendo a valores de mercado através do laudo de reavaliação, é uma importante determinação", cita Tessmann, acrescentando que este laudo é a empresa quem tem a obrigação de passar para o contador. 

Continuando, o texto acusa o fisco de exigir que a contabilidade seja feita da forma antiga:

Mas, para Palácios, o posicionamento do fisco ao exigir que a apresentação dos dados para efeitos tributários seja feita da forma antiga é o que desestimula a adoção das normas internacionais. "Nenhumas dessas regras têm efeitos fiscais. Porque hoje se têm definido no Brasil dois balanços: um para efeito societário, que serve para distribuição de resultados e publicação, e outro para atender ao fisco", critica o vice-presidente. "Seria muito bom que a Receita Federal saísse de trás do muro", critica Palácios, ao defender novas regras e normatizações tributárias por parte do fisco. 

Fiquei estupefato com o texto, publicado num jornal de grande circulação, o Jornal do Comércio do Rio Grande do Sul. Minha sugestão para aqueles que acompanham a leitura deste blog é usar o texto com os amigos, alunos e professores para fazer um jogo do tipo “localizando os erros”. E bom divertimento.

Cooperação Brasil-Argentina - Capes

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) divulgou nesta segunda-feira, 22, os editais nº 32/2011 e nº 33/2011 relativos aos programas de Cooperação Internacional Centros Associados para o Fortalecimento da Pós-Graduação Brasil-Argentina (CAFP-BA) e de Cooperação Internacional Centros Associados da Pós-Graduação Brasil-Argentina (CAPG-BA).

Os programas são fruto de convênio de cooperação educativa entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República Argentina sobre a Integração Educacional para a formação de recursos humanos de alto nível de pós-graduação.

CAFP-BA
Serão selecionados projetos de associação acadêmica, por meio de parceria universitária, entre pelo menos uma instituição de ensino superior (IES) brasileira e uma argentina para o fortalecimento de cursos de pós-graduação nos dois países.

Cada projeto de associação institucional deve se concentrar em uma área ou em áreas correlatas e envolver, pelo menos, um curso de pós-graduação de cada país, que atuará como entidade promotora ou receptora; contemplar, principalmente, a formação de pós-graduandos, o fortalecimento dos cursos de pós-graduação das entidades receptoras e o aperfeiçoamento de docentes e pesquisadores vinculados à referida entidade receptora; entre outros requisitos.

As inscrições são gratuitas e efetuadas, até 28 de outubro, por meio do preenchimento de formulários e envio de documentos descritos no edital. Os projetos selecionados terão duração de dois anos, prorrogáveis por mais dois e estão previstos para ter início em janeiro de 2012.


CAPG-BA
O programa visa o incentivo à co-orientação de teses e eventual co-diplomação, com participação ativa dos docentes-pesquisadores nos programas de pós-graduação de ambos os países. Para isso, serão analisados projetos de parcerias universitárias nas diversas áreas do conhecimento com objetivo de fomentar o intercâmbio de estudantes de pós-graduação e o aperfeiçoamento de docentes, pesquisadores e professores visitantes, na mesma intensidade. As atividades realizadas nos projetos serão custeadas por meio da concessão de bolsas de estudo, diárias, recursos para material de consumo e passagens aéreas para docentes.

As inscrições são gratuitas e efetuadas, até 28 de outubro, por meio do preenchimento de formulários e envio de documentos descritos no edital. Os requisitos para participação também estão descritos no edital. Os projetos selecionados terão duração de dois anos, prorrogáveis por mais dois e estão previstos para ter início em janeiro de 2012.


Para mais informações: css@capes.gov.br

Postado por Isabel Sales. Fonte: Aqui.




Recessão e Mercado Acionário


O gráfico abaixo é muito instrutivo. Mostra as quedas no mercado acionário dos Estados Unidos e o comportamento da economia, desde 1951. A data da queda aparece na linha no ponto zero. Em cada uma das linhas, o comportamento da economia, trimestralmente, antes e depois da queda. Em todos os casos, após a crise na bolsa, a economia voltou a crescer. Com uma exceção: a crise de outubro de 2008, quando após a crise, a economia também perdeu fôlego.

Em vermelho escuro, a crise atual.

Fonte: The Economist

Rodízio

Sobre o rodízio dos auditores, Edward Wyatt (Accounting Board to Seek Comments on Rotating Auditors, 16 Agosto 2011)

“A razão para considerar o rodízio é que pode reduzir a pressão sobre o auditor no desenvolvimento e proteção de uma relação de longo prazo com o cliente, em detrimento do investidor e do mercado de capitais” diz James R. Doty, o Chairman de um comitê de contabilidade e advogado da idéia.

Mais adiante:

O relatório do GAO [General Accounting Office, agora Government Accounting Office], publicado em 2003, encontrou que a “obrigatoriedade de rotação de empresa de auditoria pode não ser o meio mais eficiente para assegurar a independência do auditor e a qualidade do auditor”. Empresas também encontraram que o custo do primeiro ano pode aumentar em 20 por cento pelo tempo gasto pelo novo auditor na empresa.

Ou seja, o custo da aprendizagem talvez não  torne interessante a adoção do rodízio. Entretanto, o texto ressalva que a proposta ainda está sendo considerada e é somente uma das três propostas. A segunda delas é a exigência de assinatura de um partner atestando as demonstrações contábeis.

No ponto de vista deste blogueiro, mais importante é a terceira proposta, que aumenta o escopo do parecer, e que já comentamos anteriormente aqui.

Livros Eletrônicos

A lei permitiu que as companhias abertas tivessem quase 100% de seus livros escriturados de forma eletrônica, o que facilitará não só a rotina da escrituração, mas também a análise em eventuais fiscalizações dos órgãos regulamentadores. 

Fonte: Jornal do Comércio – RS, via Informação Contábil

Economizando caixa

Em meio a reclamações de atrasos de pagamentos a funcionários e fornecedores, a Rede TV! está incomodando mais um parceiro comercial. A emissora não está pagando em dia a Espn pelos direitos de transmissão do campeonato inglês. Vale lembrar a filosofia de Amilcare Dallevo, exposta em entrevista para a Folha de S. Paulo na semana passada. Disse Amilcare sobre os atrasos de pagamentos na emissora: 


- Foi uma estratégia de caixa para comprar a parte do Marcelo (Marcelo Carvalho, sócio de Amilcare na Rede TV!).


Fonte: Aqui

Central de crédito (C3) estréia com R$ 80 bi

Após quatro meses de atraso, começa a funcionar na segunda-feira a tão esperada Central de Cessão de Crédito (C3), onde todas as operações de compra e venda de carteiras de crédito entre os bancos terão de ser registradas. A expectativa de governo e bancos é conferir maior transparência e, consequentemente, segurança às operações de cessão de carteira, fonte tradicional de captação de recursos de bancos pequenos e médios. Desde a descoberta do rombo bilionário no PanAmericano, a compra e venda de ativos de crédito entre bancos patina.

A C3 dá início aos trabalhos com 13,153 milhões de contratos de créditos já negociados em estoque, que contemplam 1 bilhão de parcelas e volume financeiro estimado em R$ 80 bilhões. Os bancos vinham alimentando o sistema desde março. Cerca de 60% dos ativos são créditos consignados em folha de pagamento e os 40% restantes, originados em financiamentos de veículos. No ano que vem, outras modalidades deverão ser incluídas no rol da C3, como créditos pessoal e imobiliário.





A expectativa da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) é que o atual saldo de R$ 80 bilhões em operações de cessão de crédito possa, em seis meses, passar para R$ 130 bilhões. Tal patamar marcaria a volta à “normalidade” do mercado de cessões, como no período anterior a novembro de 2010, quando estourou o escândalo do PanAmericano.

A cifra pode até ser maior, caso a segurança a ser conferida pela C3 não só ajude a expandir o volume de operações como também traga de volta a esse mercado bancos, sobretudo estrangeiros, que haviam parado de comprar carteiras. Até o momento, 55 instituições financeiras participam da C3 – 41 como vendedoras (cedentes) e 14 como compradoras (cessionárias).

A Febraban trabalha com um número potencial de 116 bancos participantes. “Instituições financeiras que nunca haviam atuado no mercado de cessão de crédito já vieram nos sondar”, observa Ademiro Vian, diretor adjunto de produtos e financiamento da entidade.

A C3 é operada pela Câmara Interbancária de Pagamentos (CIP), ligada à Febraban. O sistema cruza os dados de carteiras vendidas e, na outra ponta, de portfólios comprados, checando as informações. O objetivo é evitar a duplicidade na venda de ativos, como aquelas detectadas no escândalo do PanAmericano, assegurando que o comprador do crédito está, de fato, levando um ativo que não foi cedido para outro banco.

Por enquanto, dinheiro não circula pela C3, só papel. Mas, a partir de 21 de novembro, a CIP passará também a liquidar as transações financeiras das operações de cessão de crédito. O banco comprador terá o valor do negócio debitado eletronicamente e transferido para o banco vendedor. A custódia dos títulos de crédito poderá ser feita tanto pela CIP como pela Cetip.

A CIP também trabalha na adaptação da C3 para que as garantias dos financiamentos possam ser incluídas nas operações de cessão ainda no primeiro semestre de 2012. No caso de um financiamento de automóvel, por exemplo, cuja garantia é o veículo, a alienação do carro poderá ser transferida do banco financiador (que liberou o empréstimo) para o banco que eventualmente for comprar a carteira. Hoje, essa alternativa não existe. “Por isso que grande parte das cessões é feita com coobrigação”, diz Vian. “Como a garantia não acompanha a cessão, o banco comprador do crédito prefere dividir o risco.”

Além das cessão de crédito entre bancos, a C3 vai intermediar a compra e venda de ativos entre fundos de investimentos em direitos creditórios (FIDCs). Esses fundos estão registrando participação na central de cessão aos poucos, por meio dos bancos que prestam serviço de custódia para eles. Boa parte da indústria – existem 334 FIDCs cadastrados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) com patrimônio total de R$ 60 bilhões – ainda não está com os sistemas adaptados para participar da C3, segundo Vian. Encontram-se registrados 2,9 milhões de contratos de FIDCs na central, com volume estimado em R$ 11,6 bilhões. “Dentro de 30 dias, a maioria dos fundos de recebíveis já deve estar apta.”

Por determinação do Conselho Monetário Nacional, todas as operações de cessão de crédito que envolvam empréstimos consignados e financiamentos de veículos, incluindo os ativos que estão em FIDCs, sejam registradas na C3.

Fonte: Aline Lima, Valor Economico