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24 janeiro 2011

Quebra de sigilo

A Justiça Federal quebrou o sigilo bancário e fiscal de empresas do ex-diretor superintendente do banco Panamericano, Rafael Palladino, alvo de inquérito da Polícia Federal (PF) que investiga suposto rombo de R$ 2,5 bilhões na instituição financeira do Grupo Silvio Santos.

A abertura de dados de pessoas jurídicas com participação de Palladino foi requerida pelo delegado Rodrigo Sanford, que dirige a Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros da PF. Recursos supostamente desviados do banco teriam migrado ou passado por contas de empresas nas quais Palladino tem ou teve participação.

Os arquivos da Junta Comercial de São Paulo indicam Palladino como sócio ou diretor de várias empresas. Em seu nome há firmas do setor imobiliário, postos de combustível e dos ramos de eventos e tecnologia. A Max America Negócios Imobiliários enviou US$ 2,3 milhões para Miami (EUA). A remessa ocorreu entre setembro de 2009 e maio do ano passado, segundo registro lançado na Junta Comercial. (Justiça quebra sigilo de ex-diretor do Panamericano – Estado de S Paulo 23 jan 2011)

O texto não informa quando foi quebrado o sigilo. Se isto ocorreu agora, o atraso pode dificultar a investigação. Indica também que o processo de investigação está muito lento.

Vivendi

Sr. Bronfman, um antigo vice-presidente executivo da Vivendi Universal, foi multado em € 5 milhões e recebeu uma sentença de 15 meses de suspensão por uso de informação privilegiada quando ele era um alto executivo da empresa. Sr. Messier foi condenado a uma pena de prisão de três anos e multa de €150.000.


 

Vivendi and Warner Music chiefs convicted by French court – The Telegraph – 24 jan 2011

23 janeiro 2011

Rir é o melhor remédio


Removedor de Tatuagem

Mercado de Trabalho

No Brasil, o principal motivo para que as empresas aumentem as contratações é o crescimento dos negócios - razão apontada por 62% dos entrevistados. De acordo com a especialista em recrutamento da Robert Half Marcela Esteves, este não é, entretanto, o único motivo. A demanda por executivos de finanças e contabilidade é impulsionada também pela entrada de empresas internacionais no país- elas buscam profissionais que, além de entender o sistema fiscal e tributário brasileiro, sejam responsáveis pelas primeiras ações dessas companhias no mercado local. "Normalmente são empresas que, antes de pensar em uma estrutura organizacional, buscam os executivos da área financeira. Isso porque eles organizam contratos, negociam com bancos e lidam com fornecedores, por exemplo".

(...) O contador, segundo a especialista, é uma peça-chave também para empresas que estão iniciando as operações no país. "Como o Brasil é muito complexo em termos fiscais e tributários, os profissionais dessa área têm bastante trabalho em explicar para os estrangeiros a alta carga de impostos e a exigência tão grande de controles, por exemplo", afirma. (Empresas procuram mais executivos para área contábil – Valor Econômico – 29 dez 2010)

É interessante notar que em nenhum momento comentou-se sobre a adoção das normas internacionais de contabilidade como uma variável que impulsiona o mercado de trabalho dos contadores. Duas explicações: ou realmente a adoção das normas não criou um mercado de trabalho para os contadores ou as pessoas entrevistadas esqueceram este aspecto.

Frase

Daqui para frente, destaca ele [José Carlos Bezerra, gerente de normas contábeis da CVM], a tarefa será participar ativamente do processo de discussão das normas que estão em revisão pelo próprio Iasb - e que não são poucas. "Seremos ativos nesse sentido", diz Bezerra, dizendo que o foro de discussão dessas normas no país deve ser o CPC. Concluída agenda de normas para balanços de 2010 - Fonte: Valor Econômico – 5 jan 2011

O que Bezerra diz é que uma norma do Iasb deve ser discutida no CPC. Considere a situação onde o Iasb coloque uma revisão de norma em audiência pública. Se uma empresa, uma universidade ou uma entidade desejar contribuir ou dar sua opinião sobre a futura norma deve fazê-lo através do CPC. Mas isto contraria o espírito da audiência pública, onde a participação deve ser a mais ampla possível

Mais sobre o projeto de pesquisa

Após a postagem “para começar o projeto de pesquisa”, senti a necessidade de acrescentar mais algumas informações presentes no livro de Nicholas Walliman “Your Research Project”. Isso porque na empolgação do momento embolada com a areia escorrendo pela ampulheta, esquecemos-nos de nos atentar a pontos óbvios e importantes do nosso trabalho.

Para quem esta se iniciando no mundo acadêmico, essa postagem serve como uma rapidíssima aula de metodologia. Para os mais experientes, cairá como uma lista de checagem do que foi utilizado, ou não. Vamos lá!

Título: tem a função de agregar a essência do trabalho. Use poucas palavras: duas linhas bastam. Evite frases com “uma investigação sobre”, “um estudo de”, “aspectos da”, já que são atributos óbvios de uma pesquisa.

Lembre-se: O título será a vitrine do seu trabalho. Com ele, seu público-alvo saberá o que esperar daquela leitura.

Objetivos: são uma introdução ao coração do projeto. Saiba explicar em algumas linhas o que você fará em seu trabalho. Não exagere. Disponha de tempo para que o resultado final não precise ser alcançado em apenas alguns minutos. Permita-se experimentar novas formas, trocar as frases, buscar outras abordagens até que se decida pelos objetivos mais apropriados.

Escolha apenas um objetivo geral. Mais que um significa múltiplas pesquisas. Ao apontar os objetivos específicos, utilize apenas ações principais para a sua pesquisa. “Baixar os dados da amostra”, por exemplo, não deverá ser considerado um objetivo específico. Isso deverá ser descrito na metodologia da pesquisa.

Referencial teórico: é necessário explicar ao leitor a sua proposta e o contexto no qual o problema de pesquisa surge. Você deverá demonstrar que está ciente dos fatores mais importantes que cercam o seu problema e da literatura que significativamente relata isso.
  • Não conclua que seu leitor conhece bem o assunto discutido;
  • Não simplesmente jogue as citações em forma de parágrafos. Saiba tornar o texto fluido e agradável. Utilize uma estrutura lógica.
  • Use as referências de forma eficiente. Não exagere. Seu projeto deve ter em torno de 25 páginas ao todo.
Problema de pesquisa: deve ser o foco da sua proposta, o ponto mais importante. Assim, evite perguntas muito genéricas cujas respostas sejam simplesmente “sim” ou “não”. Saiba valorizar o seu trabalho elaborando uma questão definida e delimitada de forma precisa.

Delineamento da metodologia: essa parte da proposta explica de forma breve o que você pretende fazer para desenvolver sua pesquisa. Pode ser importante que você descreva como terá acesso a certos tipos de informação. Se há problemas de acesso, descreva como serão solucionados. Se você recebeu acesso privilegiado a informações restritas ou obscuras, isso deverá ser reportado.
Cada pesquisa é diferente em sua descrição da metodologia, tendo em vista ser tecida especificamente para a coleta e análise de dados de um problema específico.

Resultados possíveis: o seu projeto é algo como um contrato no qual você se compromete a realizar determinadas tarefas com propósitos definidos. Portanto, controle a sua vontade de exagerar as promessas na tentativa de valorizar o seu trabalho. Apesar de você não conseguir prever quais serão os resultados exatos (se pudesse, pouca razão haveria em continuar a pesquisa), você deverá tentar ser relativamente preciso quanto a natureza e a extensão dos resultados. Certifique-se que os resultados se relacionam diretamente aos objetivos de pesquisa que você relatou no início do projeto. Você poderá ser mais genérico quando descrever o significado geral dos resultados


Lembretes adicionais:
- Sempre verifique as regras formais do seu programa de pós-graduação.

- Preste atenção nos tempos verbais. Seja consistente.

- Peça para que outros colegas de confiança leiam seu trabalho. Comentários diferentes são essenciais, desde que você saiba filtrar corretamente.

- O título, o objetivo e o problema de pesquisa têm necessariamente que estar alinhados entre si.

- Não desperdice tempo. Escreva o seu projeto de uma forma com que ele possa ser utilizado na dissertação sem trabalhos adicionais.

22 janeiro 2011

Rir é o melhor remédio


Fonte: aqui

Operação Geleira

Um grupo formado por sete prefeitos, dois ex-prefeitos, servidores públicos municipais e empresários do Piauí foi preso, ontem, pela Polícia Federal (PF) no estado, acusado de desviar pelo menos R$ 3,7 milhões da União. Os suspeitos especializaram-se em comercializar notas fiscais frias — por essa razão, a operação da PF, que contou com a parceria da Controladoria-Geral da União (CGU) e do Ministério Público Federal (MPF), recebeu o nome de Geleira. (Correio Braziliense – 20 jan 2011 – PF prende 30 por emissão de notas frias)


 

O esquema envolvia 33 empresas que emitiam notas fiscais frias e comercializava com as prefeituras. As empresas que vendiam cobravam 15% do valor. Por este link parece que a maioria eram donos de escritórios de contabilidade.

Hábito

Imagine com seria a vida se você não fosse capaz de se acostumar. O décimo bombom seria tão saboroso quanto o primeiro. O calor sentido ao entrar em um local abafado continuaria a incomodar após horas de exposição. Isso só não ocorre porque nosso cérebro tem uma capacidade enorme de se acostumar. Os cientistas chamam esse processo de habituação.

Quando recebemos um estímulo de maneira repetitiva em um período curto, a resposta que ele provoca diminui: nos acostumamos. O processo de habituação ameniza sentimentos tão distintos quanto o prazer de ingerir alimentos ou a revolta com o baixo reajuste do nosso salário.

Até hoje se acreditava que a habituação dependia de o cérebro receber estímulos diretamente dos sentidos, sejam receptores gustativos ativados ao ingerirmos um bombom ou o sistema visual ao ver impresso o valor do salário. A novidade é que experimentos demonstraram que é possível obter a habituação sem que o cérebro receba estímulo dos sentidos. Basta que imaginemos diversas vezes o estímulo para que o cérebro diminua sua resposta.

O experimento foi feito com cerca de 50 voluntários e usando os doces M&Ms. Um grupo foi instruído a imaginar por 30 vezes o ato de retirar o doce de um frasco, colocar na boca, mastigar e engolir. Outro foi instruído a imaginar 27 vezes o ato de retirar uma moeda de um frasco e colocá-la em um caça-níquel e em seguida imaginar por 3 vezes que retirava uma bala de um frasco, colocava na boca, mastigava e engolia. O terceiro foi instruído a imaginar 30 vezes que retirava uma moeda de um frasco e a colocava em um caça-níquel.

Balança. Após os exercícios, todos eram postos frente a um pote de M&Ms e informados de que deveriam aguardar até serem chamados. Não era informado se deviam ou não comê-los. Os cientistas queriam saber quantos doces as pessoas de cada grupo comeriam. Isso era determinado quando os voluntários deixavam a sala e a quantidade de M&Ms consumida era determinada com uma balança. Os resultados mostram que os voluntários que imaginaram 30 vezes que estavam comendo M&Ms ingeriam em média 2,21 gramas, enquanto as que imaginaram que manipulavam moedas 30 vezes ou 27 vezes comeram 4,1 gramas. Isso mostra que imaginar que você come M&Ms é suficiente para provocar a habituação, ou seja, diminuir a vontade de ingeri-los.

O experimento foi repetido pedindo a outros voluntários que imaginassem estar trocando os M&Ms de um pote para outro sem levá-los à boca. Nesse caso, quando colocados na frente dos doces, todos (manipuladores de moedas ou doces) ingeriram por volta de 4 gramas.

Em um terceiro experimento, as pessoas eram estimuladas a se imaginar colocando M&Ms no caça-níquel e a ingerir queijo. Quando colocadas em frente ao queijo e aos M&Ms, a habituação ocorria somente em relação ao queijo. Diversas combinações foram testadas e em todos os casos a habituação só ocorria quando a pessoa imaginava o ato de comer.

O fenômeno de habituação, obtido com o ato de imaginar o consumo de alimentos diversas vezes, é o oposto do que ocorre quando se pede para a pessoa imaginar um alimento saboroso (poucas vezes e sem imaginar a ingestão). Nesse caso, ocorre o que os cientistas chamam de sensitização, um fenômeno que leva a um aumento no consumo dos alimentos. É o que ocorre quando observamos a foto de um alimento delicioso: nossa vontade de comer aumenta a ponto de salivarmos. A sensitização explica o sucesso das propagandas.

A descoberta de que a habituação pode ser induzida pela imaginação sugere novas estratégias para reduzir o apetite e permitir a perda de peso. Antes do jantar, vá à cozinha, veja o que vai ser servido, volte para a sala, imagine 30 vezes o ato de ingerir os alimentos, e só depois se sente para comer. O mais interessante é que a descoberta talvez ajude a explicar porque imaginar de maneira repetitiva um determinado comportamento pode reduzir nossa resposta quando nos defrontamos com ele.

Fernando Reinach - O Estado de S.Paulo – 20 jan 2010 – Biólogo - MAIS INFORMAÇÕES: THOUGHT FOR FOOD: IMAGINED CONSUMPTION REDUCES ACTUAL CONSUMPTION. SCIENCE, VOL. 330 

21 janeiro 2011

Rir é o melhor remédio

Hotéis: Fotos da Propaganda e a Realidade







Por que as pessoas acham que contador é bom em matemática?

Quando falo que sou professor de contabilidade, eu escuto que devo "ser bom em matemática". Por que as pessoas associam o contador com alguém que é bom em matemática? Observe que isto está presente até na própria definição de contabilidade. Meu dicionário Houaiss informa que a contabilidade é a ciência que estuda os métodos de cálculo ou que a contabilidade, no seu uso informal, é o cálculo e planejamento de despesas e ganhos.

Existem três possíveis respostas para esta pergunta. Em primeiro lugar, as pessoas não sabem o que faz um contador. Para não fazer feio, fazem uma associação imediata entre "conta" e a profissão, imaginando que só fazemos contas. Acho esta uma boa explicação para o nosso mistério.

Outra resposta possível decorre da história da contabilidade. A primeira obra publicada com o método das partidas dobradas era um livro de matemática. Durante décadas este livro serviu para propagar e ensinar o método das partidas dobradas. No século passado, uma das primeiras aplicações dos computadores era para ajudar na contabilidade nos cálculos necessários dos lançamentos contábeis. Assim, a contabilidade sempre esteve muito próxima da matemática, a tal ponto que algumas pessoas acreditam que ambas sejam ciências exatas.

Terceiro lugar, talvez as pessoas estejam certas e para ser contador é necessário saber um pouco de matemática. Podemos descobrir isto através de pesquisas, verificando se os bons contadores possuem uma habilidade com números acima da média. Na universidade onde trabalho, eu não consigo distinguir os alunos, e futuros profissionais, como substancialmente melhores em métodos quantitativos. Além disto, conforme uma postagem anterior, sobre um estudo no exterior, mostra que o contador possui uma habilidade quantitativa intermediária. Por isto, talvez esta resposta não esteja correta e devamos conformar com as duas anteriores: ou as pessoas não sabem o que faz um contador ou decorre da vinculação histórica com a matemática.

Contabilidade e Relacionamento

Anteriormente postei sobre uma piada velha sobre a contabilidade. O texto a seguir, de autoria da Claudia Cruz, mostra que é possível ser engraçado e original. Fantástico:

Se você está começando uma relação nova, deve observar a norma CPC 43/IFRS 1 - Adoção Inicial e adotar muita prudência no reconhecimento de ativos e passivos.

Se os dois estão mesmo apaixonados, essa situação deve ser evidenciada com base na norma CPC 04/IAS 38 - Ativo Intangível, porque a paixão não tem substância física, mas faz uma diferença enorme para o "negócio".

Mas é bom lembrar que em todo negócio sempre há risco. Por isso, mesmo com muitos intangíveis contabilizados, melhor fazer Contratos de Seguro (CPC 11/IFRS 4), para evitar perdas maiores no futuro.

Se o casal está percebendo que ambos estão crescendo com a relação, há uma norma a ser observada: CPC 09 - Demonstração do Valor Adicionado. O que cada um tem adicionado à vida do outro?

Se o casal acha que deve oficializar a relação, no processo de reconhecimento, trata-se de uma Combinação de Negócios (CPC 15/ IFRS 3).

Em relação à evidenciação, precisam avisar a todas as partes interessadas no negócio/casamento (amigos e familiares), então adota-se a norma CPC 05/ IAS 24 - Divulgação sobre Partes Relacionadas.

Mas deve-se reconhecer que o casamento tem um custo a ser partilhado, por isso é imprescindível adotar a norma CPC 08/IAS 39 - Custos de Transação e Prêmios na Emissão de Títulos e Valores Mobiliários.

Porém, se resolverem apenas morar juntos, talvez se deva adotar outra norma: CPC 18/IAS 28 - Investimento em Coligada e em Controlada (vai depender de quem controla quem e em que medida).

Se forem morar juntos, mas a relação for aberta, é necessário observar a norma CPC 19/IAS 31- Investimento em Empreendimento Controlado em Conjunto (Joint Venture).

Em todo o caso, como a essência prevalece sobre a forma legal, casando ou morando juntos, alguma estrutura deve ser criada para a convivência ou andamento do negócio, daí algumas normas são necessárias: CPC 27/IAS 16 - Ativo Imobilizado, CPC 28/IAS 40 - Propriedade para Investimento, CPC 16/IAS 2 - Estoques, CPC 30/IAS 18 - Receitas e CPC 20/IAS 23 - Custos de Empréstimos, que foram tomados para as aquisições.

A evidenciação vai depender do regime de partilha adotado (comunhão total, parcial ou separação de bens): CPC 36/IAS 27 - Demonstrações Consolidadas no primeiro caso e CPC 35/IAS 27 - Demonstrações Separadas, nos demais.

Se a relação estiver rotineira, tem que dar um upgrade, tentar evidenciar o verdadeiro valor de tudo que está envolvido, então se resgata o custo histórico e se efetua um Ajuste a Valor Presente (CPC 12).

Se houver contribuição de terceiros [amigos, familiares, psicólogos] para assegurar a continuidade do negócio, deve-se reconhecer por meio da adoção da norma CPC 07/IAS 20 - Subvenção e Assistência Governamentais.

Se mesmo com upgrades e benefícios negociados [CPC 10/IFRS 2 - Pagamento Baseado em Ações], o negócio/casamento estiver com sua continuidade ameaçada, outras normas devem ser adotadas, porque a maioria das normas é adotada no pressuposto da continuidade.

Se houver negociações favoráveis na tentativa de manter o curso normal das atividades [do casamento], devem ser consideradas as seguintes normas: CPC 23/IAS 8 - Políticas Contábeis, Mudanças de Estimativa e Retificação de Erros e CPC 24/IAS 10 - Eventos Subsequentes.

Caso se conclua que a continuidade do negócio está realmente ameaçada, as partes devem ser prudentes e, mesmo que não seja exatamente o fim do exercício, levantar Demonstrações Intermediárias (CPC 21/IAS 34) de todos os ativos e passivos adquiridos durante o curso normal do casamento e também buscar Informações por Segmento (CPC 22/IFRS 8) a fim de que nenhum passivo ou despesa do negócio fique de fora do inventário.

Após o levantamento dos ativos e passivos conjuntos, para a partilha é muito provável que as partes sejam prudentes e adotem a norma CPC 25/IAS 37 - Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes, provisionando as prováveis perdas.

No processo de separação propriamente dita, há várias normas a serem observadas: CPC 01/IAS 36 - Redução ao Valor Recuperável de Ativos, para que nenhuma das partes seja forçada a um negócio que não seja feito com base no valor justo dos ativos e passivos envolvidos; CPC 03/IAS 7 - Demonstração dos Fluxos de Caixa, que evidencia quem de fato gerou e/ou consumiu o caixa e equivalentes de caixa do negócio. Por fim, deve ser adotada a norma CPC 31/IFRS 5 - Ativo Não Circulante Mantido para Venda e Operação Descontinuada.

Após a realização da separação oficial, se uma das partes toma conhecimento de que a outra parte está tentando constituir um novo negócio, deve procurar a terceira parte envolvida e assinar com ela um Contrato de Concessão, nos termos da norma ICPC 01/IFRIC 12. Porém não deve esquecer-se de excluir a cláusula que diz que ao final no prazo da concessão, os ativos retornam ao poder concedente. Lembrete: Na norma que rege os contratos de concessão o que prevalece é o que está no contrato e não a essência!