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06 setembro 2006

Países artificiais


Um país "artificial" pode ter mais problemas (guerra, fome, subdesenvolvimento) do que um país formado de maneira natural? Esta pergunta foi realizada por três pesquisadoras da Harvad e New York University, Alberto Alesina, William Easterly e Janina Matuszeski.

Elas tentaram construir uma aproximação desta medida de artificialidade mensurando se as fronteiras de um determinado país são artificiais ou não. Uma primeira medida utilizada foi se um grupo étnico foi cortado por uma fronteira política. A repartição da Índia e do Paquistão em 1947 seria um exemplo. A América Latina também pode ser considerado um exemplo no caso da Espanha. (A Espanha criou no passado regiões administrativas que não tinha nenhuma relação com grupos indígenas existentes. Quando da independência, estas regiões transformaram-se em países, guardando a mesma demarcação da época colonial).

As autoras propuseram também uma outra medida de artificialidade: se a fronte de um país é fractal ou não. Uma fronteira recortada significaria um país menos artificial; uma fronteira reta indicaria a existência de um país artificial. O Chad, país da África, cujo mapa acompanha este texto, seria o exemplo maior de artificialidade medida pelo fractal. Observe que a fronteira deste país é uma linha reta. (após o Chad as autoras encontraram o Equador, a Guiné Equatorial, a Eritreia, a Guatemala, a Jordânia, o Mali, o Marrocos, a Namíbia, o Níger, o Paquistão, o Sudão e o Zimbabwe).

Entretanto, apesar do fato de que a proposta das autoras ser altamente criativa, os resultados foram "decepcionantes". Existe relação com medidas como fragmentação étnica e status colonial, mas não se pode concluir nada sobre a ocorrência de guerras.

Clique aqui para ler em PDF e inglês

04 setembro 2006

Diversão 2


Cecília é estudante de pós-graduação, na solidão da tese...

Diversão



O cartum foi publicado no Ph Comics. A figura de barba é o professor orientador, que está ansioso para acabar as férias e voltar ao conforto da Universidade.

Ainda sobre Cinema

Na revista Veja desta semana um artigo com o título "O Superdesempregado", falando sobre a dispensa, pela Paramount, de Tom Cruise. Num dos trechos, a articulista fala: "quanto mais os matemáticos e estatísticos que observam a indústria do entretenimento fazem suas contas, mais elas apontam para a mesma e supreendente direção - os astros deixaram de ser garantia de bilheteria."

Mais adiante a articulista informa: "Há muitos os economistas perceberam que a escalada desenfreada de uma tendência - como a dos salários astronômicos de Hollywood - quase sempre é sinal de sua culminação e esgotamento".

Pelo visto a articulista não sabe que isto denomina-se contabilidade. Parece que seu conhecimento - se é que existe - resume-se ao cinema.

DVD de Alta Definição decepcionam

Do Estado de S. Paulo de 4/9/2006:


Primeiros DVDs de alta definição decepcionam

Apesar da expectativa da indústria, vendas de aparelhos com os formatos Blu-ray, da Sony, e HD-DVD, da Toshiba, têm ritmo lento nos EUA

Hollywood espera que os DVDs de alta definição voltem a despertar o mercado de filmes nos Estados Unidos, que perdeu força nos últimos meses. Mas, até agora, os produtos atraíram reações pouco entusiasmadas dos consumidores e do varejo, principalmente por causa de questões técnicas e de uma amarga guerra de formatos.

Os formatos concorrentes, o Blu-ray, promovido pela Sony, e o HD-DVD, promovido pela Toshiba, têm o mesmo objetivo: oferecer melhor qualidade de imagem e recursos interativos. Mas alguns dos primeiros usuários não parecem muito impressionados. "Nenhum dos formatos está vendendo bem ou cumprindo as metas esperadas. Minha expectativa era de que os consumidores pioneiros tivessem mais interesse", disse Bjorn Dybdahl, presidente da Bjorn's, uma loja especializada em artigos eletrônicos localizada em San Antonio, Texas.

Um formato deve triunfar, como aconteceu com o VHS em relação ao Betamax. O Blu-ray era apontado por muitos especialistas, antes do lançamento, como o provável vencedor, graças ao apoio mais firme que conquistou entre os estúdios de cinema. Mas desde que a Samsung lançou o primeiro aparelho Blu-ray, ao preço de US$ 1 mil, no final de junho, o formato enfrenta queixas por causa das imagens de baixa qualidade, rumores sobre escassez de componentes para os aparelhos e outras questões técnicas.

"As expectativas eram altas. Em cada reunião com a Sony, as demonstrações eram espetaculares", disse Dybdahl. "E aí surgiu o primeiro aparelho Blu-ray, da Samsung, e minhas expectativas foram demolidas. Quando colocamos o disco, todos os vendedores olharam e disseram que a imagem não parecia muito melhor do que a de um DVD comum."

Mesmo assim, os aparelhos e discos de alta definição foram recebidos com agrado por muitos grupos de varejo e analistas de produtos. Um porta-voz da Samsung Electronics America preferiu não comentar, e a Sony Pictures Home Entertainment disse não ter recebido queixas de seus distribuidores.

Muitos especialistas da indústria do DVD disseram que a diferença de qualidade pouco notável nos primeiros lançamentos em Blu-ray acontece pela decisão dos estúdios de cinema em usar o padrão de compressão de vídeo MPEG-2 em vez do VC-1, usado em muitos títulos do formato rival HD-DVD.

A Toshiba lançou em abril seus primeiros players de discos HD-DVD, por cerca de US$ 500, e o preço mais baixo deu uma vantagem inicial em vendas unitárias. As vendas de players HD-DVD foram 33% maiores que as de equipamentos Blu-ray nas primeiras seis semanas de comercialização. REUTERS

Hollywood e os custos

Segundo o Wall Street Journal, Hollywood está "enxugando sua inflada infra-estrutura. Os estúdios resolveram adotar uma posição mais dura em relação aos caros acordos com superastros — o que foi ilustrado pelo recente divórcio entre a Paramount Pictures e o ator Tom Cruise. Os executivos também estão reduzindo o número de filmes que fazem, ao mesmo tempo em que controlam custos de pessoal e marketing."

Clique aqui para ler a reportagem completa

Van Gogh e a Linha de Montagem

A reportagem a seguir foi publicada no Estadão de 27/8/2006 e trata da utilização da linha de montagem para pintar quadros de Van Gogh.

Van Gogh foi um pintor holandês, já falecido, cujas telas são altamente valorizadas.

Clique aqui para ler

01 setembro 2006

Ciência e Ética


Um artigo publicado na prestigiosa revista New Yorker conta a história de uma das mais recentes descobertas na área da Matemática: a prova da Conjuntura de Poincaré. Esta conjuntura era considerada, até então, um dos tópicos mais importantes que os pesquisadores estavam estudando.

Um matemático russo, Perelman, conseguiu chegar ao resultado final. Com isto ele deveria receber um prêmio de US$1 milhão por sua descoberta, que ele recusou. Na verdade, Perelman é um excêntrico pesquisador que não deseja dinheiro nem fama. E não faz questão sequer de publicar seu trabalho. Mas para outros pesquisadores isto pode ser importante, mesmo que a contribuição não seja tão significativa.

O texto foi escrito pela autora da biografia de Nash (posteriormente transformada em filme ganhador de Oscar)Sylvia Nasar, em conjunto com David Gruber. Este artigo relata que após a descoberta de Perelman um período, Asian Journal of Mathematics, publicou um outro artigo de Xi-Ping Zhu e Huai-Dong Cao afirmando ter encontrado a prova completa da conjuntura de Poincaré. Conforme o matemático Shing-Tung Yau, o artigo seria a prova completa da Conjuntura de Poincaré. Entretanto, conforme relata Sylvia, a contribuição de Zhu e Cao e a ética de Yau são questionáveis. Yau é editor do Asian Journal e orientador de Cao. O texto sugere que Yau gostaria de estar associado, direta ou indiretamente, com a prova da conjuntura e pressionou o Asian Journal a aceitar o artigo de Zhu e Cao, impedindo que o mesmo fosse analisado seriamente por parecerista.

Clique aqui para ler o artigo em inglês

Os mais publicados

Pesquisa feita por três economistas, Kim, Morse e Zingales, identificou os artigos mais citados nos periódicos de economia desde 1970. Representam, pois, o que fez diferença na economia nos últimos 35 anos.

O artigo mais citado é na área de métodos quantitativos, de Hal White, publicado na Econometrica de 1980. Este artigo foi citado por outros 4318 vezes.

O segundo mais citado é da área de finanças comportamentais, de Kahneman e Tversky, de 1979 e citado 4085 vezes.

O terceiro é sobre Teoria da Firma, de Jensen e Meckling, de 1976 e citado 3923 vezes.

Do Blog de Greg Mankiw.

31 agosto 2006

Blogueiros

Comentário do Bluebus.com.br, um local sempre com boas notícias (especializado em propaganda):

Veja você como é dura a vida dos blogueiros que fazem sucesso 15:15 Com medo de perder audiência, anunciantes ou simplesmente porque nao conseguem se afastar, blogueiros nao tiram ferias. Os q saem para alguns dias de descanso deixam substitutos, mas sabem que parte dos leitores vai se afastar. "Diferente de outros trabalhos nos quais os colegas podem suprir a ausência de um funcionário, os blogs sao em geral shows individuais" - analisa noticia no The Wall Street Journal. "A personalidade do blogueiro sustenta o site. Quando ele nao está, os leitores tendem a se afastar" - constata a materia que ouviu alguns dos blogueiros americanos mais conhecidos. Narra uma viagem do blogueiro Jim Romenesko, que escreve sobre midia. O trajeto que demoraria 90 minutos levou 4 horas. Romenesko parou em 4 lojas da Starbucks pelo caminho para nao deixar de atualizar o blog. Leia a integra da materia, em inglês, aqui, somente para assinantes. 31/08 BBI

30 agosto 2006

Falar é fácil e informativo


Os analistas e pesquisadores tem-se dedicado muito tempo aos números: receita, lucro, endividamento etc. Entretanto, as empresas estão utilizando cada vez mais a linguagem, apresentando a comunicação com o usuário através de frases.

Entretanto, pesquisas já mostraram que existem informações nos textos, que representam a linguagem não quantitativa. Um exemplo disto tem sido diferentes trabalhos publicados no Brasil sobre Relatórios de Administração.

O sítio Economist´s View mostra que a linguagem também pode ser muito informativa. Analisando a comunicação do Federal Reserve norte-americano no período de 1999 a 2004 encontrou-se que alinguagem utilizada por Alan Greenspan, então Chairman deste órgão, tem um significativo poder preditivo para variáveis financeiras. O resultado se aplica a todas as formas de comunicação não quantitativa: testumunho, entrevistas etc.

Isto sugere que a comunicação verbal é uma ferramenta efetiva para divulgar informação ao mercado financeiro. Muito interessante.