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22 outubro 2014

Curso de Contabilidade Básica: Passivo em Outra Moeda

Nos dias de hoje é comum que as empresas façam transações comerciais em diversas moedas. Estas transações podem ser decorrentes de venda para o exterior (afetando a receita), compra de mercadorias importadas (com reflexo no CMV), aquisição de máquinas e equipamentos (imobilizado) ou captação de empréstimo em outra moeda (passivo). Estes eventos passam a contar com um risco adicional: a variação cambial. Se uma empresa vende seu produto para um cliente no exterior e recebe em euro, um aumento da taxa de câmbio euro/real permitirá que a empresa receba mais reais pela venda realizada. Mas se a taxa de câmbio reduzir, o efeito é inverso.

Vamos analisar o efeito do câmbio no passivo de uma empresa. Para isto escolhemos a empresa Fibria que produz celulose. A seguir encontra-se um extrato do passivo da empresa referente ao final do primeiro semestre:

O volume de empréstimo e financiamento da empresa era de R$6 bilhões ou 23% do ativo. Para entender os efeitos da variação cambial é necessário descobrir qual moeda era usada nestas operações. Este detalhamento encontra-se nas notas explicativas:


Assim, dos R$6 bilhões, R$5,66 bilhões estão em dólar. Vamos agora analisar os efeitos da variação cambial neste empréstimo. No final do segundo trimestre a taxa US$/real era de 2,2025; três meses depois, a taxa era de 2,45. Ocorreu uma desvalorização do real e isto irá afetar o passivo da empresa. Para verificar o efeito disto vamos converter os empréstimos e financiamentos para dólar de final do segundo trimestre e depois iremos fazer a conversão para real do terceiro trimestre:

Passivo em Dólar = 5.658.243 / 2,2025 = US$2,569,009
Passivo em Real do Terceiro Trimestre = 2,569,009 x 2,45 = R$ 6.294.073
Diferença no Passivo = 6.294.073 – 5.658.243 = 635.829

A movimentação no câmbio aumentou o passivo 636 milhões de reais. Só para que o leitor tenha uma ideia, isto corresponde ao lucro do primeiro semestre da empresa, de R$647 milhões.

Esta análise precisa ser considerada de forma cuidadosa por três motivos. Em primeiro lugar, estamos considerando somente o efeito negativo da desvalorização cambial. Se a empresa tiver receita em dólar, o aumento do passivo pode ser compensado (em parte ou não). Em segundo lugar, a empresa sabe que a questão cambial é relevante para seu resultado e pode ter adotado medidas preventivas, como operação de proteção cambial. Finalmente, o efeito da desvalorização pode não aparecer no resultado se a empresa optar pela “contabilidade de hedge”; neste caso, parte dos efeitos da desvalorização da moeda será registrada diretamente no patrimônio líquido, sem passar pelo lucro.

07 março 2014

Real é mais sensível a mudanças globais

A moeda brasileira é uma das mais sensíveis às mudanças no mercado financeiro global. A conclusão é de um estudo inédito feito pelo Insper, que analisou o comportamento de 27 moedas de países emergentes e desenvolvidos entre 2001 e 2013.

O estudo conduzido pelo professor e pesquisador do Insper José Luiz Rossi Júnior mostrou, por exemplo, que o real é a moeda mais afetada quando há alteração na política monetária dos Estados Unidos. Para chegar a tal conclusão, Rossi analisou os impactos da mudanças nos títulos de dez anos do governo americano na cotação das moedas (ver mais no quadro).
De acordo com a pesquisa, usando outros parâmetros, a moeda brasileira também é mais afetada quando há alteração no humor dos investidores por apetite ao risco, e a segunda mais prejudicada nos casos de mudanças de volatilidade nos mercados globais - nesse caso, fica atrás somente da Turquia.
"Do ponto de vista de curto prazo, de influência global na taxa de câmbio, o Brasil é um dos países que mais sentem as mudanças dessas variáveis. É possível perceber claramente a fuga do investidor", afirma o professor do Insper. De acordo com ele, os países escolhidos para compor a pesquisa são considerados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) como tendo regime de taxa de câmbio flexível.
Desde a recente crise financeira internacional, iniciada em 2008, fundamentos macroeconômicos, como inflação e crescimento, por exemplo, se tonaram insuficientes para explicar a variação das moedas. Por isso, a necessidade de entender qual a sensibilidade das moedas diante de alterações nas finanças mundiais.
Nos últimos 12 meses, com a normalização da política econômica dos Estados Unidos, o real deu mostras de como é sensível aos movimentos da economia global. A moeda brasileira acumula desvalorização de 18,16% no período até sexta-feira.
O mercado tem se mostrado mais desconfiado da condução da economia brasileira, sobretudo na área fiscal. Recentemente, o Brasil foi colocado no grupo dos chamados "Cinco Frágeis", ao lado da África do Sul, Índia, Indonésia e Turquia. O Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) também apontou o Brasil como um dos emergentes mais vulneráveis atualmente. No documento enviado ao Congresso americano, o "índice de vulnerabilidade" colocou o País na segunda posição de um total de 15 países. Nesse caso, a economia brasileira também ficou atrás novamente da Turquia.
Lado oposto. O levantamento do Insper também mostra que, do lado oposto do Brasil, estão o franco suíço e o iene (do Japão), o que mostra que nem sempre é possível explicar a variação da moeda brasileira com base apenas na liquidez atribuída ao real. "O franco suíço e o iene também são moedas líquidas e, na tabela, estão do lado oposto do real", afirma Rossi.
Segundo o professor do Insper, o que de fato ajuda a deixar o Brasil mais sensível está em algum fundamento da economia brasileira. "O investidor vê o Brasil como um país arriscado. A gente tem de entender qual é o motivo. É preciso olhar qual fundamento pesa nessa decisão do investidor de colocar o Brasil como o mais vulnerável", diz Rossi. Na avaliação dele, os fatores que pesam para essa forte sensibilidade da moeda brasileira são uma economia fechada e os desequilíbrio que estão aparecendo na área fiscal.
Fonte: aqui

25 setembro 2013

Arbitragem com passagem

Arbitragem é um processo ganhar com a diferença de preço entre dois mercados. Um exemplo interessante ocorre com as passagens para Venezuela: 100% das passagens são vendidas com meses de antecedência, mas os aviões estão vazios.

A taxa de câmbio oficial é de 6,3 bolívares por dólar, mas no câmbio negro é de 42 bolívares. Um dos poucos lugares onde é possível trocar usando a taxa oficial é apresentando um comprovante de passagem. Assim, troca-se na taxa oficial e usa os dólares no mercado negro.

19 setembro 2013

Preço de Ingresso e Arbitragem

Um texto muito interessante do Quartz, sobre a possibilidade de arbitragem no preço do ingresso para Copa do Mundo no Brasil. Quando a Fifa abriu a venda, 2 milhões de ingressos foram solicitados nas primeiras 24 horas. Mas segundo o Quartz, muitos dos compradores podem ser especuladores procurando ganhar dinheiro.

Apesar da Fifa não estar vendendo agora os ingressos - e sim o direito de participar de um sorteio - é necessário definir o preço em termos monetários. E as recentes flutuações na taxa de câmbio pode ser uma boa oportunidade para os especuladores.

Anteriormente a Fifa definiu uma taxa de câmbio de R$2 por 1US$. Mas quando as vendas começaram, a taxa oficial era de R$2,40. Hoje o valor é menor. Mas mesmo assim, acima da taxa definida pela Fifa. Assim, um sorteado poderá usar esta diferença para ganhar alguns trocados, segundo o Quartz.