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27 setembro 2022

Como identificar um bom pagador?


Em "como os corretores identificam bons motoristas?" discute o uso de pontuações de crédito. Parece que as pontuações realmente funcionam na avaliação dos riscos das seguradoras, o que significa, portanto, que alguns grupos, como afro-americanos e hispânicos, terão pontuações piores. Apesar das críticas, parece não existir uma forma melhor alternativa para prever riscos. 

A teoria mostra que a proibição de pontuações de crédito, sob a alegação de serem punitivas a certos grupos, pode fazer com que o preço do seguro aumente, já que somente os clientes com riscos elevados estariam dispostos a adquirir uma apólice - isto seria seleção adversa. 

O interessante foi um comentário de um leitor:

Quando comecei a trabalhar na Gibson Guitar conheci um vendedor experiente chamado Ben Rhodes. Ben disse que sempre soube se um revendedor de loja de música teria seu crédito aprovado ou não. Eu perguntei como ele sabia. Ele disse: "Depois que falo com o dono, peço para usar o banheiro. Se o banheiro estiver limpo, o crédito será bom. Se estiver sujo, o crédito será ruim. Existem pessoas no mundo que cuidam das coisas e pessoas que não cuidam. Alguém que mantém o banheiro limpo pagará as contas."

Foto: Andrea Davis

29 maio 2019

Anel de noivado

A partir de um estudo sobre a função do anel de noivado (tamanho, valor, a beleza do noivo(a), etc)

O tamanho do anel de noivado parece uma compensação paga pelo marido a uma esposa pela tarefa relativamente desagradável do casamento.

Isto me fez lembrar o anel de 5 milhões de Kate Perry (por exemplo aqui) ganhou no início do ano pelo noivado.

16 maio 2018

Resenha: Against the Education

Bryan Caplan já deixa claro o principal ponto do livro no seu título, The Case Against the Education : Why the Education System Is a Waste of Time and Money. Caplan reconhece que a educação é uma grande indústria, mas rejeita a ideia da teoria do capital humano de que a educação ensina algo útil e que isto já é suficiente para sua defesa. É algo difícil de aceitar, já que estamos acostumados ao bombardeio incessante daqueles que defendem o sistema educacional vigente. É importante notar que Caplan é contra o “sistema” atual, que obriga o aluno a aprender sobre o reino monera, a cinemática, os arranjos, o bizantino, as coníferas e os polímeros, entre outras inúmeras coisas. Veja a lista anterior e tente lembrar dos seis itens listados se você recorda da metade deles ou se você sabe associar cada termo a disciplina. Uma dica: todos são conteúdos obrigatórios de disciplinas ensinadas no ensino médio. Provavelmente você não irá conseguir lembrar o significado da maioria dos termos e talvez até nem saiba mais em qual disciplina você estudou cada um deles. Isto seria um forte indício que o conteúdo que fomos obrigado a estudar para obter a aprovação nas disciplinas do segundo grau era boa parte desnecessário. Para Caplan, no segundo grau, basta alguns conhecimentos de matemática e de línguas (no caso dele, o inglês). Assim, o sistema de de educação é uma grande perda de tempo e dinheiro. Os alunos estudam história durante longos anos, mas somente professores de história precisam de história no seu trabalho; inglês é a língua universal, mas no nosso currículo temos a opção de aprender espanhol; poucos trabalhos exigem matemática complexa, mas na graduação, inclusive de contabilidade, enfatizamos o ensino da derivada.

O autor defende a ideia de que a educação é antes de tudo uma sinalização. Qual a finalidade de aprender tanta coisa inútil se no mercado de trabalho as pessoas são pagas para ler, escrever e pensar? Segundo Caplan, os alunos gastam horas estudando coisas inúteis para o mercado de trabalho moderno, existindo uma total falta de conexão entre o conteúdo ensinado nas escolas e o que o mercado de trabalho necessita. Uma possível explicação é que o professor ensina aquilo que sabe - isto é realmente verdadeiro - e que existe grupos de pressão que tentam criar uma reserva de mercado tornando certos conteúdos obrigatórios. Este último ponto não está explicito no livro, mas é possível inferir a partir dos argumentos do autor. Já que o governo delegou ao sistema educacional a tarefa de determinar o que cada pessoa irá aprender, isto permite que apareça a possibilidade de tornar obrigatório o ensino de filosofia no segundo grau, por exemplo. Ou quem sabe educação financeira. Estes conteúdos não serão uteis para os alunos, mas criam um campo de trabalho gigantesco para os bacharéis em filosofia ou em economia.

Mas a crítica de Caplan esbarra na constatação de que a educação é cada vez mais importante. A teoria da sinalização tem resposta para isto: a educação é um sinal de esforço, conformidade às regras (ou submissão às expectativas sociais) e um sinal dispendioso e caro, que permite separar as pessoas. Isto também ajuda a explicar um aspecto curioso, já constatado em pesquisas empíricas: um garçom com graduação em história tem uma salário superior a um garçom sem graduação. Apesar deste resultado não fazer sentido, sob a ótica da teoria da sinalização isto é bastante plausível. Os bares, como todas as empresas, buscam empregados inteligentes, conscienciosos e conformitas. E o fato da pessoa ter feito uma graduação sinaliza estas características. Diante da existência de diversos candidatos a garçom, os bares favorecem os candidatos com graduação, apesar da irrelevância no trabalho do currículo acadêmico. Na etapa da contratação, a credencial “ter graduação” é importante.

Outro fato destacada por Caplan é que a educação é um caminho para a prosperidade individual, mas que não consegue explicar o crescimento econômico. Isto é realmente difícil de aceitar, mas a argumentação do autor é que não há uma relação causa e efeito entre educação e crescimento econômico. Ou seja, para um país crescer ele NÃO precisa investir em educação. Segundo Caplan, há uma causação reversa entre crescimento econômico e educação; ou seja, com o crescimento, as pessoas irão procurar a educação e não a educação conduz ao crescimento econômico, como somos induzidos a acreditar. Realmente é difícil de acreditar, mas se você ficou pelo menos curioso, leia o livro. Se você não acredita no que ele disse, leia os argumentos do autor para que possa ter uma visão diferenciada dos argumentos.

Vale a pena? Esta leitura é um grande teste. Não que seja difícil; pelo contrário, o livro possui uma linguagem bastante didática. Mas os argumentos são convincentes demais e o autor está sempre embasado em boas pesquisas científicas. Tenho certeza que este livro irá mudar a forma como você enxerga a educação. Mas é preciso coragem para enfrentar os argumentos.

Sobre os assuntos destacados no início do texto, Reino monera = biologia; cinemática = física, arranjo = matemática, bizantino = história, coníferas = geografia e polímeros = química.

03 maio 2018

Corrida de Ratos

Bryan Caplan, em seu livro The Case Against Education, diz que a educação é o caminho para prosperidade individual, mas estagnação de um país:

education fails to made the pie bigger, so bigger slices for some means smaller slices for others


Em outras palavras

A nation gets more education; its productivity and income stay the same. The personal and national effects diverge because signalling is a rat race.


Caplan faz estas afirmações tendo por base uma grande quantidade de pesquisas e argumentos. Usando o caso dos trabalhadores em contabilidade no Brasil, a princípio (e superficialmente), os dados parecem ajustar ao argumento de Caplan. Em 2003, um profissional com curso superior completo recebia, em média, 11,96 salários mínimos. Em 2016, com esta formação, a remuneração média era de 6,62 salários mínimos. Mas um profissional com mestrado a remuneração média era de 11,93 salários mínimos. Conforme Caplan, trata-se de uma corrida de rato: o trabalhador tem que buscar mais qualificação (ou melhor, educação) para dividir a pizza. (Dados oficiais da Rais)

21 março 2018

Educação como sinalização

Em 1973 Spence mostrou que a educação poderia servir como uma sinalização. Entretanto, uma análise dos dados do mercado formal mostra que um mestre que trabalha com contabilidade no Brasil ganha MAIS que um doutor. Considerando como ocupação contábil o “escriturário”, “técnico” e “contadores e auditores”, existiam na RAIS de 2016 um total de 3.229 mestres e 269 doutores. Enquanto os mestres tinham um salário médio de 11,93 salários-mínimos, a remuneração dos doutores era de 10,11 salários mínimos.

Educação como sinalização. Ou, não faça doutorado...

19 março 2016

Não a melhor oferta

Apesar da necessidade de recursos, a Petrobrás está disposta a ganhar menos com a venda de ativos para evitar contratos que levem a empresa a ter de assumir passivos trabalhistas e tributários no futuro. (...) Na Argentina, a subsidiária está sendo negociada exclusivamente com a Pampa Energia, que ofereceu US$ 1,5 bilhão à Petrobrás. Segundo fontes da estatal, a proposta em análise superou outra oferta, mais atrativa, mas que continha cláusula de “escrow account”, uma garantia financeira à nova dona do ativo para cobrir eventuais passivos tributários ou trabalhistas após a venda. A mesma posição é mantida nas negociações com os três interessados na subsidiária de gasodutos Nova Transportadora do Sudeste (NTS), que encaminharam propostas no início do mês. O banco Santander é o assessor financeiro da transação e a previsão é que a escolha do comprador seja fechada em até 90 dias. (...) “Não adianta nada decidir pelo preço se ele representa condições contratuais difíceis de serem cumpridas. O que estamos vendo é a qualidade da proposta. Quando você vende algo, não quer estar amarrado a eventuais garantias”, informou uma fonte próxima às negociações. (Estado de S Paulo, Petrobrás dá desconto na ..., 18 de março de 2016)

A lógica da informação assimétrica indicaria que o vendedor conhece mais do ativo que está sendo negociado que o comprador. Se a empresa não aceita a garantia de cobrir eventuais passivos, isto pode indicar que a Petrobras sabe que estes passivos existem e também pode ter conhecimento que "não tem conhecimento" do tamanho do passivo. Seria de esperar que a segunda oferta, diante da recusa da empresa, apresentasse um valor bem menor para cobrir este risco.

Será que a perda de valor decorrente desta atitude compensou?

12 setembro 2008

Pagando Dividendos


A empresa Lehman Brothers Holdings Inc. está enfrentando um momento de dificuldade, conforme o gráfico (Fonte: Aqui). Entre as medidas: cortar em 93% os dividendos. Aqui se pergunta qual a razão de não cortar todos os dividendos.
A resposta é que o pagamento de dividendos é psicológico: as coisas não estão tão ruins assim. Sinalização.

27 agosto 2008

Sinalização


A exigência de diploma de ensino superior para funções não específicas, nas quais antes ele era dispensável, é um caminho sem volta, segundo especialistas. Para quem contrata, a lógica usada para exigir uma graduação é clara e financeira: uma pessoa que cursou uma faculdade escreve e lê melhor, consegue se expressar com mais facilidade e tem mais habilidades para fazer pesquisas ou procurar dados. Ou seja, poderá ser um funcionário mais preparado.
“Exigir diploma é também um filtro para o profissional de recursos humanos. Hoje, se uma empresa abre uma vaga para auxiliar de escritório, vão chegar 5 mil currículos. Se ele pede diploma, chegam 500. É mais fácil e mais barato para escolher”, diz Constantino Cavalheiro, diretor da Catho Educação Executiva.
Exigir graduação serve como filtro para empresas

24/08/2008 - O Estado de São Paulo


Isto é um exemplo de sinalização, que deu um Nobel de Economia a Spence (aqui e aqui )

13 agosto 2008

Efeito Sarbox

Um novo estudo das empresas estrangeiras que sumiram das Bolsas americanas depois que a Securities and Exchange Commission (SEC, a comissão de valores mobiliários americana) facilitou a fuga delas em 2007 indica que as empresas desertoras eram, sobretudo, aquelas cujo crescimento lento e fraco desempenho de mercado haviam reduzido a necessidade e a capacidade delas de atrair capital americano.

Há, inclusive, algum indício de que o mercado acabou punindo as empresas que decidiram sair mesmo quando ainda podiam explorar o capital.

O que o estudo mostra, disse um dos autores G. Andrew Karolyi, professor de finanças da Ohio State University, é que o mercado não reagiu de modo favorável quando as empresas escaparam das regras americanas.

Em vez disso, o estudo escrito por Korolyi, junto com René M. Stulz, também da Ohio State University, e Craig Doidge, da Universidade de Toronto, concluiu que os preços das ações sofreram nos poucos casos nos quais as empresas estrangeiras, com boas perspectivas de crescimento, abandonaram as Bolsas americanas. "Quando elas optam por sair mesmo quando estão se beneficiando" da listagem americana, disse Karolyi numa entrevista, "os acionistas podem se perguntar se há algum motivo oculto".

Fuga de empresas estrangeiras é questionada - Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 4 - The New York Times - 13/08/2008


Esse é um exemplo do que os economistas chamam de sinalização. As empresas que abandonaram o mercado de capitais dos Estados Unidos sinalizaram para o investidor algo negativo: preferem participar de um mercado acionário onde as condições de controle são menos rígidas.

27 junho 2008

Inbev e Bud 4

Segundo o WS Journal (InBev & Anheuser-Busch: Set Your Weapons to ‘Coup’, Heidi N. Moore) , a Inbev contratacou fazendo um questionamento a Delaware Chancery Court sobre os diretores que foram eleitos em 2006. Apesar de ser uma consulta, é um claro sinal de que a Inbev está pronta para guerra.

03 maio 2007

Manipulação na política

A manipulação de números contábeis tem sido associada as grandes empresas e ao mercado acionário.

Entretanto, como observa a Business Week (Candidate´s Stupid Accounting Tricks, 30/04/2007, vol. 4032), os políticos estão usando truques que eram restritos a contabilidade empresarial. A justificativa é que os políticos necessitam ter uma imagem de crescimento nas candidaturas.

A revista usa a campanha presidencial dos Estados Unidos. Apresentar que um candidato está captando recursos pode sinalizar que estaria vencendo a guerra para obter apoio dos eleitores.

Observando os números evidenciados pelos candidatos mostrou que as campanhas apresentam muitas doações no dia 31 de março. É o caso do senador Barack Obama, que apresentou 3.885 contribuições individuais neste dia. No dia anterior o número de contribuições era de 643, um acréscimo notável. O mesmo ocorreu nas campanhas de Hillary Clinton e McCain.

Outra manipulação é reduzir os pagamentos para aumentar o caixa. A campanha de McCain pagou um conselheiro em janeiro e fevereiro, mas não em março. Alguns atrasos aumentam o caixa existente.

20 janeiro 2007

Custos

Esse comentário é meio macabro:

Um comentário do livro The Shock of the Old: Technology and Global History Since 1900 informa que uma bomba atômica para ser produzida consumiu um custo de 2 bilhões (20 bilhões em dólares de 1996). Esse valor poderia ser usado de forma mais eficiente através do bombardeio tradicional, que custa menos, ou com a construção de bombardeios, que podem ser reutilizados.

Já o sítio Marginal Revolution chama a atenção para dois fatos que não foram considerados no argumento acima. Primeiro, o custo de fazer as bombas posteriores é menor em virtude da curva de aprendizagem. Em segundo lugar, o poder de sinalização da bomba atômica é maior.