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23 junho 2019

Empresas e mercados: IFRS 16

Um blog muito bom é o Empresas e Mercados, do Roberto Ushisima. Abaixo um trecho da última postagem dele:
Uma das novidades das demonstrações contábeis a partir de 2019 é a implementação obrigatória das mudanças do IFRS 16 sobre contabilização de Arrendamento Mercantil.
Sem entrar em maiores detalhes, basicamente o que as empresas devem fazer é incluir no Ativo e no Passivo os contratos de arrendamento mercantil/leasing. O valor contábil é o valor presente dos contratos, no Ativo sendo considerado um Ativo de Direito de Uso e no Passivo uma dívida com Arrendamento Mercantil.
O impacto na DRE é um pouco mais complexo. Os gastos com locação dos contratos de arrendamento afetados pelo IFRS 16 deixam de ser contabilizados como despesa. A chave aqui é entender a movimentação do ativo e do passivo mencionados no parágrafo anterior. Conforme o tempo passa e os contratos de arrendamento vão sendo pagos, há uma despesa com a depreciação dos contratos. Quanto ao passivo, há o “accruamento” dos juros, com uma despesa financeira de arrendamento mercantil, aumentando o passivo. Além disso, há uma baixa por pagamento do passivo de arrendamento mercantil que corresponderia à antiga despesa com locação. Não há impacto fiscal porque a depreciação e os juros com arrendamento cobrem o espaço que seria das despesas com locação.
A polêmica maior é quanto às consequências disso na avaliação da empresa. O efeito imediato é aumentar o EBITDA por conta de menores despesas. O “Caixa gerado pelas operações” do DFC também é aumentado já que a “despesa” com locação passou para o “Fluxo de Caixa de Financiamento”, o que remete ao segundo efeito imediato, aumento da dívida, que passa a incluir Arrendamento Mercantil.
O que fazer diante disso? (...)
Eu escrevi um artigo mais longo e profundo com o exame dos efeitos em um caso específico (Cia. Hering). Certamente é um tema que ainda vai render muito e posso voltar a ele em textos futuros.

Leia aqui a postagem completa.

18 setembro 2015

A Economia é Estranha

Nós sempre deixamos para o outro falar e até hoje não saiu uma postagem do blog Empresas e Mercados do Roberto Ushisima. Somos fãs! O Ushisima foi e é muito importante na história do blog. Se não tivesse seguido o próprio caminho, provavelmente estaria aqui, com a gente. O blog dele é fantástico e merece ser acompanhado e comentado. Abaixo trechos da postagem “Economia é Estranha”.

[...]

Em Economia, também temos essa ideia de causas e consequências, com a ação de um agente econômico podendo ter consequências imprevistas e até mesmo indesejadas. E a grande dificuldade para o leigo com relação à economia é justamente entender que as ações econômicas possuem inter-relações complexas e que modificações em uma parte podem ter impactos no sistema econômico como um todo. A falta de entendimento dessa questão faz com que as pessoas defendam medidas políticas como controles de preços, subsídios e outras questões que aparentemente resolvem um problema, mas que uma análise mais profunda mostra que, além de ineficazes, geram distorções em outros temas.

Um filão literário muito popular hoje em dia é a de livros que procuram ensinar Economia ou abordar temas econômicos de uma maneira mais compreensível para o público geral, sem recorrer à pesada matemática ou a teorias complexas que se ensinam nos cursos introdutórios de Economia. Dois clássicos desse gênero, lançados antes de serem moda, são o O que se vê e o que não se vê de Bastiat e o Economia em uma única lição de Hazlitt. Os dois usam como um dos primeiros exemplos a janela quebrada, situação na qual aparentemente um infortúnio como a quebra de uma janela parece ter efeitos econômicos positivos, mas que, ao se analisar melhor a situação, o óbvio de que a destruição da janela destruiu riqueza aflora.

E essa clássica análise me remeteu ao Life is Strange. Imagine um jogo com mecânica parecida, mas com um enfoque econômico (Economia é Estranha, seria um bom título), no qual o jogador toma uma determinada decisão e isso tem consequências econômicas futuras. O próprio caso da janela quebrada pode servir de exemplo e foi o que me inspirou a escrever este texto. O jogador poderia deixar que o garoto da parábola quebrasse a janela ou poderia impedi-lo. No primeiro caso, veria a prosperidade do vidraceiro e poderia achar que esse foi um bom curso de ação. Porém, poderia voltar no tempo e impedir que o garoto quebrasse a janela e veria que o dono da casa que teve a janela quebrada além de ter a sua janela em bom estado tem ainda sapatos novos, seguindo o exemplo de Bastiat.

Esse jogo hipotético teria uma série de eventos parecidos e seria possível que uma ação que aparentemente beneficia o jogador ou uma terceira parte na verdade se mostrem prejudiciais no futuro. Poderia servir até de ferramenta pedagógica para o ensino de Economia de uma maneira menos direta, menos didática, mas, talvez por isso mesmo, mais interessante.

Não sei quão viável seria esse projeto ou se alguém do ramo teria interesse em desenvolver tal jogo, mas fica a ideia!