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01 agosto 2022

Religiosidade e Gerenciamento de Resultado

eis uma pesquisa muito interessante: religiosidade e gerenciamento de resultado. 

 A literatura internacional aponta evidências da relação entre religiosidade e os tipos de gerenciamento de resultados em países não adotantes das International Financial Reporting Standards. Diante disso, o objetivo do estudo é investigar a associação entre a religiosidade e o gerenciamento de resultados, em um país adotante das normas internacionais. O gerenciamento de resultados foi estimado por meio dos accruals e das atividades reais para uma amostra de 122 companhias listadas na Brasil, Bolsa, Balcão no período de 2010 a 2017. A religiosidade correspondeu ao percentual de pessoas que declararam possuir religião no município da sede da empresa. Por meio de regressão pelo método Ordinary Least Squares, com dados em painel, verificou se que a religiosidade está negativamente associada ao gerenciamento de resultados por meio dos accruals e positivamente associada ao gerenciamento de resultados por meio das atividades reais. Esse resultado pode ser explicado pela aversão ao risco, norma social utilizada na literatura para caracterizar os religiosos. Em ambientes religiosos, portanto com maior aversão ao risco segundo essa literatura, o gestor tenderia a utilizar mais o gerenciamento de resultados por meio das atividades reais e menos gerenciamento de resultados por meio dos accruals em função do risco de detecção por auditores e órgãos reguladores. A pesquisa contribui com a expansão do entendimento dos aspectos delineadores da qualidade da informação contábil, sob a vertente do gerenciamento de resultados, bem como incrementa as pesquisas sobre gerenciamento de resultados, ao indicar a religiosidade como variável adicional nos modelos. A medida de religiosidade é uma limitação do estudo, pois a declaração dos respondentes pode diferir da prática e a medida também está sujeita a variações por bairro ou regiões, em empresas localizadas em municípios maiores.

Santos, S. M., Lemes, S., & Almeida, N. S. (2022). Evidências do impacto da religiosidade no gerenciamento de resultados no Brasil. Revista de Contabilidade e Organizações, 16:e186587. DOI: http://dx.doi. org/10.11606/issn.1982-6486.rco.2022.186587

Trecho da tabela 4, com os principais resultados, estão a seguir:



26 abril 2017

TED: Por que o único futuro que vale a pena construir inclui todo mundo

Uma única pessoa é suficiente para que a esperança exista, e essa pessoa pode ser você, diz Sua Santidade o Papa Francisco nessa palestra TED ardente dada diretamente da Cidade do Vaticano. Numa mensagem positiva para pessoas de todas as crenças, para aquelas que têm poder a para as que não têm também, o líder espiritual fornece argumentos esclarecedores sobre o mundo como o vemos hoje e pede que a igualdade, a solidariedade e a ternura prevaleçam. "Ajudemo-nos uns aos outros, todos juntos, para lembrarmos que o 'outro' não é uma estatística, ou um número", diz ele. "Nós todos precisamos uns dos outros."
Eu já sou fã das TED Talks... Imagina a minha reação com uma aparição inesperada do Papa Francisco!? *.*

Leia aqui uma reportagem falando sobre o caso. O vídeo está abaixo, já com legendas.

04 dezembro 2016

História da Contabilidade: O surgimento de alguns conceitos (1860)

Uma das surpresas agradáveis da pesquisa histórica é descobrir um termo ou uma expressão ou um conceito que usamos corriqueiramente nos dias de hoje. É bem verdade que nunca saberemos com precisão a data precisa, mas o fato de imaginar que nossos antepassados distantes já conheciam aquelas palavras é interessante. Nesta postagem de hoje irei comentar algumas expressões que encontrei ao pesquisar os jornais dos anos 60 do século XIX. Ou seja, há mais de cento e cinquenta anos ou há mais de cinco gerações.

Há tempos a “falta de sentimento” tem sido associada a contabilidade. O trabalhador contábil, geralmente acostumado a lidar com números diariamente, é um insensível sem coração. As informações preparadas pela contabilidade devem ser neutras, afirmam os reguladores. Esta noção de “falta de sentimento” parece que não é dos dias atuais. Em 1868, num discurso em Diamantina, reproduzido no jornal O Jequitinhonha (1), um político afirmava que a “câmara não é machina de contabilidade, cuja funcção se limita a linhar cifra sobre cifra, algarismo sobre algarismo”.

Um outro termo aparece dois anos depois quando um leitor do jornal Sentinella da Liberdade (2) escreve uma carta para tratar de um serviço de irrigação e os recursos do governo para o mesmo. Parece que a verba para o serviço estava comprometida e o serviço, na visão do texto, não poderia ser adiado. Para resolver o problema da falta de recursos o texto sugeria: “como vereador commissario da contabilidade indico as verbas – abertura e alargamento de ruas, pontes e pontelhões – das quaes se póde fazer o extorno da quantia de 20,000$ sufficiente para o andamento do serviço (...)”. Certamente não foi a primeira vez que a palavra estorno foi empregada na língua portuguesa. Mas é interessante saber que o orçamento público brasileiro transferia recursos de uma rubrica para outra há mais de 150 anos.

Ainda sobre as finanças públicas, em 1864 o Visconde de Itaborai estava fazendo um discurso sobre as finanças do império. Afirmava o Visconde que era impossível saber com segurança o “saldo ou déficit” do tesouro e isto tinha que acabar. E que o Tesouro deveria limitar-se a “escripturar com clareza a receita e a despeza” (3). No que foi interrompido por Silveira da Mota que afirmou: “é artificio de contabilidade”. A fama ruim da contabilidade pública não é de hoje. A dificuldade de entendimento remota do Império.

Outra passagem interessante que encontrei foi na Revista Espirita. Como o nome diz, tratava-se de uma publicação sobre o espiritismo. Em 1860 a revista transcreveu uma sessão ocorrida em 10 de fevereiro daquele ano onde Allan Kardec falava sobre uma doação que lhe foi feita: “Esta soma formará o primeiro fundo de uma Caixa Especial, que nada terá em comum com os meus negócios pessoais, e que será o objeto de uma contabilidade distinta sob o nome de Caixa do Espiritismo”(4). Observe que Kardec comentava sobre o princípio da entidade, separando a doação recebida dos seus pertences pessoais. Como sabemos, a noção de entidade tornou-se mais assentada na contabilidade anos depois. Nove anos depois, ao comentar sobre a Livraria Espírita, as lições de Kardec parece que foram absorvidas: “É administrada por um gerente, simples mandatário, e todos os lucros constatados pelo balanço anual serão por êle lançados na Caixa Geral do Espiritismo” (5).

Para encerrar esta postagem com chave de ouro uma citação de 1875, do Vida Fluminense, sobre uma regra da contabilidade: a regra da pior contabilidade. Fantástico:

Se um ativo contabilizado por doze milhões de patacões, por pior que seja, dá para pagar mil e tantos contos. É preciso dizer que regra estamos falando?

(1) O Jequitinhonha, 13 de dezembro de 1868, ano VIII, n. 18, p. 2
(2) Sentinella da Liberdade, 9 de janeiro de 1870, ano II, n. 2, p. 4
(3) A Situação, 15 de dezembro de 1864, ano II, n. 76, p. 2.
(4) Revista Espirita, março de 1860, ano 3, n. 3, p. 7.
(5) Revista Espirita, abril de 1869, ano XII, n. 4, p. 2.
(6) A Vida Fluminense, 1875, ano VIII, n 390, p. 2.

02 março 2016

Nome de Santo

Lugares da Europa com nome de Santo. Norte de Portugal e parte da Espanha são locais com homenagens religiosas. Escandinávia praticamente não possui locais (ou pontos no mapa).Fonte: Aqui via Marginal Revolution

13 fevereiro 2014

Relacionamento e Religião

O gráfico abaixo mostra a proporção de pessoas que se relacionam com parceiros da mesma religião. Por exemplo, 90% dos sikhs são casados com uma pessoa com a mesma crença religiosa. Entre aqueles que estão se relacionando, quase 80% dos sikhs o fazem com alguém da mesma religião.


Quando maior o tamanho da barra, maior o peso da religião nos relacionamentos. Assim, os mórmons, os islâmicos, os sikhs, as testemunhas de Jeová, os hindus e cristãos são mais propensos a terem relacionamentos com outra pessoa da sua religião. Já os agnósticos, ateus, rastafáris e pastafaris são mais abertos a terem um relacionamento com pessoas de outra crença.

Entre as religiões, uma surpresa: o Jediísmo que possui mais tolerância. O Jediísmo é um movimento religioso baseado nos ensinamentos dos cavaleiros Jedi, do filme Guerra nas Estrelas. Em 2001 existiam 390 mil pessoas no Reino Unido que declararam serem adeptos desta religião.

O gráfico acima foi realizado a partir de uma base de dados interessante: o Facebook. Mas comprova que pessoas de uma religião tendem a escolher seu parceiro com base na religião.

10 dezembro 2013

Scarano e o dinheiro do Vaticano

Segundo o Financial Times, o ex-chefe da contabilidade da administração do patrimônio do Vaticano, monsenhor Nunzio Scarano, foi preso pela polícia italiana, acusado de fraude e corrupção. Scarano e mais dois homens eram suspeitos de contrabandear 20 milhões de euros para a Suíça. Os promotores acusam o monsenhor de usar o Instituto para as Obras Religiosas para movimentar dinheiro de empresários de Napóles, uma cidade conhecida por seu vínculo com o crime organizado.

13 março 2013

A Econometria do Conclave

Nunca imaginei que tivessem pesquisas de econometria sobre o conclave. Econometria pressupõe dados, mas há dados sobre a escolha do Papa? Via de regra não deveria haver, já que o sigilo total dos votos é determinação do Vaticano. Espera um pouco, a menos que os dados vazem…

Sim, foi exatamente isso que aconteceu. Encontrei uma excelente pesquisa do econometrista J.T. Toman (via David Gibson) que a partir de “transbordamentos de informação” analisou os padrões de voto de sete conclaves. Alguns resultados interessantes foram encontrados.

Primeiro dos fatos: ao longo de cada conclave os cardeais agem cada vez mais estrategicamente. O autor do artigo classifica os cardeais eleitores em dois tipos: os sincere voters que votam num mesmo candidato rodada a rodada independente da probabilidade de sucesso; e os strategic voters que mudam o voto a luz dos acontecimentos.

[...] De modo análogo há um aumento rodada a rodada de votantes estratégicos. Podemos cogitar várias razões para isso, transmitir coesão dentro da Igreja aos fiéis pode ser um dos motivos em não se estender muito a decisão do conclave.

Segundo, foi constatado que parte desse aumento dos votantes estratégicos comportam-se em efeito de manada com o decorrer das rodadas. Isto é, votos convergem para cardeais que receberam mais votos durante a votação anterior e, especialmente, sobre aqueles cujo número de votos é crescente.

Terceiro, um efeito negativo bastante peculiar de “conversas noturnas” foi identificado. O número de votos do cardeal líder cai consideravelmente na manhã seguinte à última votação. Uma explicação razoável para isso é que as conversas noturnas permitem que os cardeais combinem e dificultem a eleição do cardeal que vinha liderando.

Por fim, há de se considerar que nem todo cardeal é na prática elegível, muitos por serem desconhecidos têm chances mínimas. Isto impõe o problema da heterogeneidade (comum na economia em modelos cujos agentes não são idênticos). Tucker notou que lá pelas tantas do artigo o autor da pesquisa procura entender a existência da heterogeneidade usando um curioso mix de econometria e religião:

Finally, as is seen by the uneven voting activity among the cardinals, there is unobservable heterogeneity among the cardinals that is constant across time. Only a select subset are considered serious contenders for the position of the Papacy. One interpretation is that this is the Word of God. The voters do not perceive the cardinals as equal candidates. More cynically, one might argue that the differences observed are the result of the pre-conclave maneuverings. However, why would the effects of these be constant over time? We could expect these effect to die off after the observations of the first vote count. However, as God is omnipresent and all-knowing, having His effect to be constant over time is less of a surprise. Either way, this unobservable heterogeneity is accounted for in the estimation process through the inclusion of fixed effects parameters.

Por Adriano Teixeira - Prosa Econômica

20 janeiro 2013

Ricos

Publicação americana listou líderes evangélicos com maior patrimônio do Brasil; Macedo aparece na primeira posição com 1,9 bilhão de reais

O bispo Edir Macedo é o pastor mais rico do Brasil, com um patrimônio avaliado em 950 milhões de dólares (1,9 bilhão de reais), de acordo com a revista Forbes. A publicação americana trouxe em sua edição desta quinzena uma matéria em que lista os pregadores evangélicos mais ricos do país. Com uma fortuna superior da relacionada aos outros listados, o líder da Igreja Universal do Reino de Deus, que possui templos também nos Estados Unidos, é apontado como o “símbolo do enriquecimento das igrejas evangélicas no Brasil”.

Em seguida, aparece um ex-discípulo de Macedo, o pastor Valdemiro Santiago. Ex-pregador da Igreja Universal do Reino de Deus, Valdomiro fundou a própria instituição, a Igreja Mundial do Poder de Deus, que, atualmente, conta com 900.000 seguidores e 4.000 templos. O patrimônio de Valdomiro é estimado em 220 milhões de dólares (440 milhões de reais). Silas Malafaia, da Assembleia de Deus, maior igreja pentecostal brasileira, figura na terceira posição, com a fortuna avaliada em 150 milhões de dólares (300 milhões de reais).

O ranking aponta ainda RR Soares, fundador da Igreja Internacional da Graça de Deus (patrimônio avaliado em 250 milhões de reais), e os fundadores da Igreja Renascer em Cristo, "apóstolo" Estevam Hernandes Filho e sua esposa, "Bispa" Sonia. Com 1.000 igrejas no Brasil e no exterior, o patrimônio dos dois é avaliado em 65 milhões de dólares (130 milhões de reais).

A reportagem afirma que, em virtude da rentabilidade, ser um pastor evangélico no Brasil é “o sonho de muitas pessoas”. De acordo com a Forbes, para os pregadores, “as chances de ganhar na loteria celestial são maiores”.


Fonte: Veja, via aqui

04 novembro 2011

O Segredo da Eterna Juventude


O tema Governança Corporativa tornou-se moda nos últimos anos. Muitas pesquisas foram realizadas propondo medidas que permitiriam a empresa um melhor gerenciamento dos seus recursos. Por trás das discussões existia uma espécie de busca pela “fonte da juventude” das empresas. Mecanismos de governança passaram a ser considerados como fundamentais na sobrevivência de médio e longo prazo das empresas.

Uma pesquisa recente realizada por quatro pessoas da University of Zurich resolveu investigar a “fonte da juventude” de um grupo particular de entidade. Num conjunto de 150 entidades, 25 ainda estão abertas. Aparentemente este número é reduzido, mas quando se considera que a vida média deste grupo que sobreviveu é de 287 anos a primeira impressão muda. Das 125 entidades que fecharam a maioria (85) não tiveram nenhum problema de agência relatado, sendo que 6 fecharam de maneira voluntária, com uma idade média de 540 anos, e o restante deixaram de existir, depois de 568 anos, em média de funcionamento, por fatores externos. O mais interessante que somente 26% das entidades tiveram algum tipo de problema de agência. Neste caso, a média de anos em que estiveram abertas foi um pouco acima de 300. A tabela a seguir mostra estes dados.

Os autores acreditam que a vida longa destas entidades se deve a três fatores. Em primeiro lugar, o modelo de governança básica foi formado muito cedo e permaneceu constante ao longo do tempo. Segundo, existia uma norma básica, que impedia que se adotassem outras estruturas de governança. E finalmente, os mecanismos de governança externa davam estabilidade sem retirar a autonomia.
Se as empresas modernas buscam o segredo da fonte da eterna juventude aqui teríamos talvez a situação mais próxima disto. As 150 entidades investigadas pelos autores correspondem a monastérios beneditinos localizados na região de Baden-Württemberg, Bavaria e Alemanha.

The Corporate Governance of Benedictine Abbeys: What can Stock Corporations Learn from Monasteries? Katja Rost, Emil Inauen, Margit Osterloh & Bruno S. Frey Disponível aqui

23 maio 2011

Religião e Renda

Desde Max Weber, com seu livro sobre a ética protestante sabe-se que existe uma relação entre a religião e renda do indivíduo. Um texto recente, publicado no NY Times (Faith, Education and Income, David Leonhardt, 13 de maio de 2011) mostra que os hindus e os judeus possuem uma maior proporção de renda acima de 50 mil dólares nos Estados Unidos: 80 e 81% das famílias. Já os pentecostais e as testemunhas de Jeová são os mais pobres: 29% e 35% das famílias.

08 fevereiro 2011

Santos e Santificação

Robert Barro é um dos economistas mais famosos da atualidade. Sua última pesquisa é sobre santos e santificação. Barro, em conjunto com Rachel McCleary, analisa (Saints Marching In, 1590-2009) o processo de santificação, que ocorre em dois estágios: a beatificação e a canonização. Barro e McCleary estudaram o processo desde 1590 encontraram que a taxa de canonização depende do número de candidatos. Além disto, desde 1900, o processo parece refletir uma resposta da Igreja à concorrência do protestantismo.

11 janeiro 2011

Fasb dos Evangélicos

Uma investigação do Senado sobre os gastos de seis tele-evangelistas foi concluída, na quinta-feira, com uma lista de preocupações e um apelo para a formação de um comitê consultivo federal para garantir que as organizações religiosas cumpram as leis.

Três anos após a divulgação do inquérito, o senador Charles Grassley, membro do ranking da Comissão de Finanças, divulgou uma análise das práticas dos populares ministros da mídia. (...)

Grassley também pediu ao Conselho Evangélico de Contabilidade Financeira (ECFA), uma agência de acreditação, para analisar as questões levantadas no relatório. Em resposta, o ECFA formou uma comissão, independente nacional para conduzir uma revisão e fornecer informações sobre as principais responsabilidades e questões políticas que afetam as Igrejas e outras organizações religiosas.


Grassley Conclui Inquérito do Senado sobre os Televangelistas da ‘Prosperidade’

10 setembro 2010

Religião e Pobreza


O gráfico foi construído a partir de uma pesquisa do Gallup. Mostra, de um lado, a religiosidade da população. De outro, a riqueza (PIB per Capita). O Brasil está no primeiro quadrante, onde a maioria da população afirma que a religião é parte importante da sua vida, mas é um país pobre. Aparentemente existe uma relação entre as duas variáveis.

Os países que foram comunistas são pobres e não acreditam em religião.

Fonte: aqui