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16 maio 2018

Opinião ainda é importante

Opinião ainda importa:

Em nosso estudo, avaliamos como cerca de 3.500 americanos reagiram à leitura de artigos de opinião. Obtivemos nossa amostra na Mechanical Turk, um serviço para obter amostras de conveniência on-line que não são representativas do público em geral (embora seja uma evidência recente de que a Mechanical Turk produz inferências generalizáveis ​​em estudos como o nosso). Nós designamos os participantes aleatoriamente para ler um dos cinco artigos de opinião, ou nenhum artigo de opinião. Posteriormente, fizemos uma pesquisa sobre os tópicos discutidos, para medir quantos leitores concordaram com os autores. Em seguida, comparamos as respostas da pesquisa entre aqueles que leram os artigos, com respostas daqueles que não tinham lido. Surpreendentemente, os entrevistados ficaram substancialmente mais propensos a concordar com o autor, cujo editorial eles leram. Por exemplo, algumas pessoas foram designadas para ler "The Other Veterans Scandal", de Michael F. Cannon e Christopher A. Preble, publicado pelo New York Times em 15 de junho de 2014, que criticou duramente o Departamento de Assuntos de Veteranos e propôs mudanças políticas importantes. Este editorial complexo foi fortemente persuasivo. Enquanto 50% dos que não foram designados para ler o artigo concordaram com os autores, 78% dos que o leram concordaram. Isso é um efeito de 28 pontos. Nem foi apenas este editorial em particular. Cada um dos outros que testamos - publicados originalmente no Wall Street Journal, no Newsweek ou no USA Today sobre infra-estrutura, mudanças climáticas, impostos e profissionais da área financeira - foram igualmente eficazes.

A pesquisa não parou aí. Os autores verificaram que a mudança não dependia, substancialmente, da crença da pessoa. Depois disto, eles replicaram a pesquisa com um público mais seleto, entre funcionários do Congresso, jornalistas e outros. Mesmo este público foi influenciado pelo artigo de opinião. Mais ainda, um mês depois, a leitura ainda influenciava as pessoas; o artigo de Cannon e Preble, citado anteriormente, ainda obtinha um efeito de 14% um mês depois (versus 28% logo após a leitura).

Isto é uma boa notícia: mesmo em período de divisão nas ideias, as pessoas são capazes de absorver as ideias e aceitar as opiniões alheias, desde que sejam razoáveis.

11 junho 2014

Homenagem à nata da malandragem




Analisando minha vida de estudante em colégios públicos durante os longos anos de ditadura militar no Brasil, tento não concluir que os militares decretaram suas quedas quando investiram pesado em educação como forma de promover o cantado milagre brasileiro do “este é um Brasil que vai pra frente”. O que os militares não imaginavam era que educando o povo eles estavam fortalecendo os ideais de liberdade e os movimentos sociais, políticos e estudantis, que foram fundamentais na queda do próprio regime em 1985, com Tancredo Neves eleito presidente do Brasil pelo voto indireto.

Diferentemente dos militares golpistas de 64, os novos ditadores sabem que a ignorância adestra, desmotiva e desmobiliza.

A infeliz realidade é que trocamos as baionetas pelas canetas que manipulam a classe política fomentando e implantando a ditadura da ignorância.
De diferente na área de educação nesses 25 anos, somente a tentativa frustrada do professor Darcy Ribeiro, que 1982 a 1986 no governo Leonel Brizola tentou passar a mensagem de que era necessário investir no ensino público de qualidade, principalmente, na base em fortalecimento da cidadania.
Ao invés de investir no ensino público os novos ditadores acenam ao povo com cotas racistas e centros vocacionais erguidos sobre as estruturas das concorrências fraudulentas, dos superfaturamentos escandalosos e da desvalorização e quase desintegração ou derretimento dos profissionais de educação.

Meus professores no regime militar são considerados hoje baluartes do magistério no Brasil.

Hoje tenho amigos envergonhados de dizer que são professores.

Mas, o que o Chico Buarque tem com este comentário?

Nada, o Chico só está meio perdido, desmobilizado, completamente sem motivos para protestar.
Foi-se a inspiração.

Bye Bye Brasil, a última ficha caiu no Brasil do orelhão.

15 maio 2014

Administração pública no Brasil

Artigo publicado no site UnB notícias e escrito pelo querido professor Dr. José Matias-Pereira:

A análise da administração pública comparada evidencia que nenhum país no mundo alcançou um nível elevado de desenvolvimento socioeconômico sem contar com uma administração pública competente, bem remunerada, e respeitada pela sociedade. Essas administrações, na medida em que foram elevando as suas produtividades, se tornaram capazes de apoiar os processos de desenvolvimentos de seus países, ofertando serviços públicos de qualidade, de forma tempestiva.

É oportuno recordar que, o objetivo final do Estado é a geração do bem comum. Para realizar essa tarefa, conta com a administração pública. A administração pública pode ser entendida como o eixo de transmissão entre o Estado e a sociedade. Quando ele funciona de maneira adequada os serviços públicos chegam aos cidadãos e aos atores econômicos de forma contínua e sem burocracia. No caso do Brasil, verifica-se que esse estágio ainda está longe de ser alcançado. A administração pública brasileira - que conserva ranços burocráticos ultrapassados, e um viés patrimonialista exacerbado - é vista com desconfiança pela população.

Observa-se que a sobrevivência do patrimonialismo tem contribuído para isso, visto que os governantes e políticos que estão no poder acreditam que podem tudo, como requisitar um avião para fins particulares, até a apropriação de recursos públicos, para financiar um projeto político para manter-se no poder. Esse modelo distorcido tem suas raízes nas relações de poder, na estrutura social e nos valores políticos e ideológicos prevalecentes na sociedade brasileira. Ele impacta no desempenho da administração pública, na medida em que facilita desvios e a corrupção, além de ameaçar a boa governança pública.

As fragilidades e deficiências da administração são agravadas pela adoção do modelo de coalizão presidencial, que visa garantir maiorias confortáveis de sustentação política ao governante, no qual as escolhas dos principais gestores são feitas pelo “político”. Ao privilegiar esse modelo desarrazoado de divisão do poder e de aparelhamento do setor público, os governantes relegam a um plano secundário, a competência técnica, a ética e o compromisso com a prestação de serviços públicos de qualidade. Assim, a reconhecida baixa qualidade dos serviços públicos ofertados à população brasileira - notadamente educação, saúde, segurança e transportes públicos -, explicitadas nas pesquisas de opinião pública, evidencia que a reforma do aparato administrativo do Estado, é uma medida urgente e necessária, com vista a torná-lo mais democrático, eficiente, eficaz e efetivo, para atender os seus usuários.

Registre-se que, o conflito sociedade versus administração pública é agudizado pela mídia, que critica e nivela, em geral, a administração pública por baixo, aumentando esse embate. Sabe-se que mudar essa realidade não é uma tarefa fácil. O primeiro passo, entretanto, já foi dado pela sociedade brasileira, partir de uma postura mais proativa de uma boa parcela da população, está produzindo transformações significativas nas relações entre o Estado e a sociedade e nas formas tradicionais de administração do bem público.

As crescentes reivindicações sinalizam o desejo da população brasileira por mudanças profundas na forma de gestão do Estado, com destaque para as exigências de ética na política, combate à corrupção e melhores serviços públicos.É relevante alertar que a “refundação da administração pública” é um processo de extrema complexidade, que demandam profundos e detalhados estudos. Seu processo de reestruturação implica, efetivamente, na reavaliação de práticas e valores culturais que estão arraigados em nossa sociedade. Assim, uma reforma da administração pública dessa dimensão vai além da vontade política do governante e da participação do parlamento. Ela exige o envolvimento e a cobrança efetiva da sociedade.

Nesse esforço, o Estado precisa acreditar e facilitar a do cidadão e dos agentes econômicos, procurando eliminar a burocracia, e estimular a elevação da produtividade na gestão pública.Para que o Estado possa cumprir o seu papel de gerar o bem comum, torna-se essencial que o próximo presidente da república inclua na sua agenda de reformas estruturais, a “refundação da administração pública”, apoiados em novos parâmetros e valores, como a meritocracia, a competência e a ética.

Busca-se, assim, a rearticulação das relações do Estado com a sociedade, para atender as demandas da sociedade com serviços públicos de qualidade, reduzir gastos, executar e avaliar políticas públicas, elevar a transparência, além de promover e estimular investimentos em setores estratégicos, criando as condições para a retomada do processo de desenvolvimento sustentável do Brasil.