Translate

Mostrando postagens com marcador mercado eficiente. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador mercado eficiente. Mostrar todas as postagens

23 março 2022

FMH e EMH

A hipótese do mercado eficiente (EMH) é bastante conhecida na literatura de finanças. Mas e a FMH ou hipótese do mercado fractal? Interessante, não? Eis um resumo:

The fractal market hypothesis (FMH) is one of the frontier theories of emerging finance and nonlinear science. The relationship between the FMH and the efficient market hypothesis (EMH) is easy to be confused, and its guiding role in investment practice needs to be clarified. For this reason, the theoretical origin, evolution, and cross-integration of EMH and FMH were expounded in this study using the phylogenetic method. The basic work illustrated in this study could help promote the integration and development of securities investment frontier theories using a more unified analysis framework and could guide investment practice at a higher level.

Muito interessante também a linha evolutiva dos autores:

Note que a EMH não começou com Fama, como muitos pensam. O quadro a seguir faz a diferença entre as duas teorias


16 dezembro 2020

Mercado eficiente ou não?


Em uma listagem de fatos interessantes aprendidos no ano de 2020:

Em fevereiro, as ações da Zoom Technologies subiram 50%. Infelizmente, era a empresa errada. As ações da empresa de videoconferência estão listadas como ZM, não ZOOM, e a outra Zoom está fora do mercado há anos.

Via aqui. Eis o gráfico da cotação da Zoom Technologies em abril:

Este é um caso para questionar a eficiência do mercado. Como o mercado pode ser eficiente se confunde duas empresas distintas. 

30 janeiro 2017

Notáveis e Fraude

Recentemente publicamos o extrato de uma notícia sobre a Suzano. Dizia que a empresa estava procurando notáveis para compor seu conselho. O texto afirmava sobre o ceticismo da presença de nomes conhecidos. Nosso comentário era que a presença destas pessoas poderia ajudar na sua experiência e criação de relações futuras.

Por alguma razão inexplicável estava com uma edição antiga do The Journal of Finance, de junho de 2015. Um dos artigos era CEO Connectedness and Corporate Fraud. Os autores investigaram a criação de conexão dos executivos e comprovaram que isto tende a aumentar o risco de fraude corporativa. Mais ainda, reduz a chance de que este crime seja descoberto. O texto conclui que esta questão da conexão deveria ser objeto de atenção dos reguladores, investidores e especialistas de governança corporativa.

A figura abaixo mostra o comportamento da ação da Suzano nos últimos trinta dias. A notícia, do dia 19 de janeiro, mostra que a ação saiu de R$13,35, no dia 18, para R$14,07, no dia 19, atingindo R$14,55 no dia 24. Fechou hoje a R$13,79, bem acima do preço antes da notícia (+3,3%).

Se a pesquisa estiver correta, a divulgação da notícia deveria provocar uma redução no preço, não um acréscimo; afinal, se a empresa resolver buscar notáveis, cresce a chance de problemas futuros.

22 maio 2015

Aposta de Pascal e previsões financeiras

Resumo:



Should we make financial forecasts? The usual answer looks like Pascal's wager: we don't know whether God exists; who erroneously believes loses nothing, who correctly believes wins everything; who correctly disbelieves, gains nothing, who erroneously disbelieves loses everything. Believing is thus a dominant choice. Turned to finance: markets are efficient or not. In an efficient market forecasters and non-forecasters win nothing; in a non- efficient market forecasters win and non-forecasters lose. Forecasting is rational if inefficiencies have a probability > 0. We use an agent-based approach in studying the information value in a market with endogenous prices. We show that in inefficient markets rational traders don't make forecasts and an improvement in public information may even be harmful for the users. On average, an investor who has no information (index investor) performs like the market does; it is impossible that all others—those who know more than nothing—perform better. Pascal's wager does not apply.

Schredelseker K. (2014), Pascal's Wager and Information, Journal of Forecasting. 33, pages 455470. doi: 10.1002/for.2300

http://www.chrisasbury.com/wp-content/uploads/2014/01/6a00d834515db069e2011571255a3f970c-800wi.gif

05 março 2012

Entrevista com Eugene Fama


Eugene Fama é um economista norte-americano considerado o "pai das finanças modernas" e reconhecido por suas contribuições teóricas e empíricas para a Hipótese dos Mercados Eficientes (HME). Separadamente , Paul Samuelson e Fama propuseram os fundamentos da teoria que, posteriormente, ficou conhecida como HME. Em 1965, Samuelson afirmou que não existem estratégias capazes de gerar ganhos anormais no mercado, enquanto Fama propôs que os preços incorporam toda a informação relevante. Ou seja, as ideias se complementam, pois se os preços refletem toda a informação disponível, os agentes econõmicos não conseguirão obter ganhos anormais.

Destarte surgiu o paradoxo dos Mercados Eficientes , expressão cunhada por Peter Bernstein, que afirma que se todos os agentes considerassem que o mercado é eficiente, não existiria sentido buscar ganhos anormais, ou seja, não seria possível "bater o mercado". Ora, se isso fosse verossímel, eles iriam se posicionar de forma passiva diante do mercado.E, por consequência, o mesmo deixaria de ser eficiente e, por exemplo, não existiria sentindo em estudar análise de balanço. Em suma, a HME necessita de indíviduos céticos e desconfiados quanto à suas proposições ,e talvez por isso, torne-a interessante e instigante, ao menos para os acadêmicos, que se "divertem" realizando uma série de testes. É uma proposição assaz venerável que, em breve, talvez, proporcione o Nobel de Economia para E. Fama.

Em 1991, Fama afirmou que a HME considera que os preços do mercado refletem toda a informação disponível, até o ponto em que, os custos marginais de aquisição da informação não superem os benefícios marginais.
Toda teoria é uma supersimplificação da realidade ,e como tal, não é perfeita, mas não deve ser descartada. Aliás,a hipótese por si só não é testável,pois deve ser empiricamente testada em conjunto com algum modelo de precificação de ativo ou modelo de equilíbrio. Entretanto, o inverso também é verdadeiro. Ou seja, grande parte dos modelos de risco-retorno não pode ser testado sem considerar a eficiência do mercado. Tudo o que foi dito neste parágrafo é conhecido como joint hypothesis problem.

Apesar de ser falha, controversa e com inúmeras limitações, a HME ainda é útil para o entendimento do mercado de capitas, o retorno dos ativos financeiros e a dinâmica dos preços. Vários estudos em economia e finanças tratam dessa hipótese, então para maiores detalhes técnicos e material bibliográfico consulte o seguinte site: Efficient Markets Hypothesis.

Na entrevista, Fama comenta sobre a Hipótese dos Mercados Eficientes, a evolução das finanças, as possíveis causas da crise financeira de 2008 , o artigo My Life in Finance e alguns temas sobre macroeconomia. Destaquei alguns pontos, mas recomendo a leitura e/ou audição da entrevista na íntegra.

Inicialmente, Fama explica o que é um mercado de capitais eficiente e de forma clara e objetiva trata das três formas de testes que utilizou para testar a HME: fraca, semi-forte e forte.É interessante observar que ele se "arrependeu" de ter utilizado essa nomenclatura (taxonomia), pois estava apenas tentando categorizar os testes que realizava nos anos 70. Não obstante, essa taxonomia tornou-se clássica e ainda é citada em muitas pesquisas.

Russ: And so when we say markets are efficient, what do you mean by that?

Guest: What you mean is that prices at any point in time reflect all available information.

Russ: Now that idea--what's the distinction between the weak form and the strong form that people talk about?

Guest: Two words that I used in 1970 that I came to regret. Because I was trying to categorize various tests that were done. So, I called weak form tests, tests that only used past prices and returns to predict future prices and returns. And I called semi-strong form tests, tests that used other kinds of public information to predict returns, like an earnings announcement or something like that. And then I called strong form tests, tests that look at all available information;

Russ: And empirically, where do we stand today, do you believe and what has been established about those various hypotheses?

Guest: Well, believe it or not, the weak form one has been the one that has been subject to the most, what people call anomalies, in finance. Things that are inconsistent with either market efficiency or some model of risk and return. The big one at the moment is what people call momentum--prices seem to move in the same direction for short periods of time. So, the winners of last year tend to be winners for a few more months, and the losers tend to be losers for a few more months.

In the strong form tests, Ken French and I just published a paper called "Luck Versus Skill in Mutual Fund Performance," and basically looked at performance of the whole mutual fund industry--in the aggregate, together, and fund by fund, and try to distinguish to what extent returns are due to luck versus skill.

And the evidence basically says the tests it's skill in the extreme. But you've got skill in both extremes. That's something people have trouble accepting. But it comes down to a simple proposition, which is that active management in trying to pick stocks has to be a zero sum game, because the winners have to win at the expense of losers. And that's kind of a difficult concept. But it shows up when you look at the cross section of mutual fund returns, in other words the returns for all funds over very long periods of time. What you find is, if you give them back all their costs, there are people in the left tail that look too extreme and there are people in the right tail that look too extreme, and the right tail and left tail basically offset each other. If you look at the industry as a whole; the industry basically holds a market portfolio. That's all before costs. If you look at returns to investors then there is no evidence that anybody surely has information sufficient to cover their costs.

Em seguida, comenta sobre a posição dos investidores acerca da eficiência do mercado. É de fato o trecho mais interessante.

Russ: A friend of mine who is a hedge fund manager--before I made this call I asked him what he would ask you, and he said, well, his assessment is that efficient markets explain some tiny proportion of volatility of stock prices but there's still plenty of opportunity for a person to make money before markets adjust. And of course in doing so, make that adjustment actually happen and bring markets to equilibrium. Somebody has to provide the information or act on the information that is at least public and maybe only semi-public. What's your reaction to that comment?

Guest: That's the standard comment from an active manager. It's not true. Merton Miller always liked to emphasize that you could have full adjustment to information without trading. If all the information were available at very low cost, prices could adjust without any trading taking place. Just bid-ask prices. So, it's not true that somebody has to do it. But the issue is--this goes back to a famous paper by Grossman and Stiglitz--the issue really is what is the cost of the information? And I have a very simple model in mind. In my mind, information is available, available at very low cost, then the cost function gets very steep. Basically goes off to infinity very quickly.

Russ: And therefore?

Guest: And therefore prices are very efficient because the information that's available is costless.

Russ: But what's the implication of that steep incline? That information is not very--

Guest: It doesn't pay to try to take advantage of additional information.

Russ: It's not very valuable.

Guest: No, it's very valuable. If you were able to perfectly predict the future, of course that would be very valuable. But you can't. It becomes infinitely costly to do that.

Russ: So, your assessment, that you just gave me of the state of our knowledge of this area, I would say remains what it's been for some time--that at the individual certainly there is no return to--prices reflect all publicly available information for practical purposes for an individual investor.

Guest: For an individual investor? Even for an institutional investor.

Russ: Correct. So, what proportion of the economics and finance areas do you think agree with that?

Guest: Finance has developed quite a lot in the last 50 years that I've been in it. I would say the people who do asset pricing--portfolio theory, risk and return--those people think markets are pretty efficient. If you go to people in other areas who are not so familiar with the evidence in asset pricing, well, then there is more skepticism. I attribute that to the fact that finance, like other areas of economics, have become more specialized. And people just can't know all the stuff that's available.

Russ: Sure.

Guest: There's an incredible demand for market inefficiency. The whole investment management business is based on the idea that the market is not efficient. I say to my students when they take my course: If you really believe what I say and go out and recruit and tell people you think markets are efficient, you'll never get a job.

Russ: Yes, it's true. And so there's a certain bias, you are saying, to how people assess the evidence.

Guest: There's a bias. The bias is based, among professional money managers, the bias comes from the fact that they make more money from portraying themselves as active managers.

Posteriormente, faz uma excelente crítica sobre as causas da crise financeira de 2008 e o fetiche contemporâneo por bolhas de ativos:

I was going to ask you about the current crisis.

Guest: I have some unusual views on that, too.

Russ: I'd say that the mainstream view--and I recently saw a survey that said--it was an esteemed panel of economists; you weren't on it but it was still esteemed, both in finance and out of finance. And they asked them whether prices reflected information and there was near unanimity. Some strongly agreed; some just agreed. But there was also near unanimity that the housing market had been a bubble.

Guest: The nasty b-word.

Russ: Yes; and was showing some form of what we might call irrationality.

Guest: Okay, so they had strong feelings about that, getting mad about the word bubble.

Russ: Why?

Guest: Because I think people see bubbles with 20-20 hindsight. The term has lost its meaning. It used to mean something that had a more or less predictable ending. Now people use it to mean a big swing in prices, that after the fact is wrong. But all prices changes after the fact are wrong. Because new information comes out that makes what people thought two minutes ago wrong two minutes later. Housing bubble--if you think there was a housing bubble, there might have been; if you had predicted it, that would be fine; but the reality is, all markets did the same thing at the same time. So you have to really face that fact that if you think it was a housing bubble, it was a stock price bubble, it was a corporate bond bubble, it was a commodities bubble. Are economists really willing to live with a world where there are bubbles in everything at the same time?

Russ: And your explanation then of that phenomenon?

Guest: My explanation is you had a big recession. I think you can explain almost everything just by saying you had a big recession. A really big recession.

...Guest: Okay, but it wasn't just housing. That was my point when we started. The same thing was going on in all asset markets.

Russ: Well, the timing isn't quite identical for all asset markets, right? The stock market--the housing market starts to collapse I think around early-mid-2006. Guest: It stops rising, right.

Russ: And then begins a steady decline.

Guest: That decline was nothing compared to the stock market decline.

Russ: But when did that happen? Guest: I don't know the exact timing. Russ: It's not around then. It's later.

Guest: The onset of the recession started with the collapse of the stock market. The recession and the collapse of the stock market, the corporate bond market, all of that basically coincides. But that also coincides with the collapse of the securitized bond market.

Russ: Mortgage-backed securities.

Guest: The subprime mortgages and all of that. Russ: Well, yes; that happens through 2007, 2008. I guess there is some parallel. So, you are going to reverse the causation.

Guest: I'm not saying I know. What I'm saying is I can tell the whole story just based on the recession. And I don't think you can come up with evidence that contradicts that. But I'm not saying I know I'm right. I don't know. I'm just saying people read the evidence through a narrow lens.

Russ: Yes, they do. Confirmation bias.

Guest: And the rhetoric acquires a life of its own; so there are books written that basically all say the same thing about the crisis.

Russ: And you are arguing that they have essentially cherry-picked the data.

Guest: Well, they just look at pieces of the data and the fact that the housing market collapsed is taken to be the cause; but the housing market could collapse for other reasons. People don't just decide that prices aren't high any more. They have to look at supply and demand somewhere in the background.

Russ: We did have people holding second and third homes who didn't have the income and capability of repaying the first one.

Guest: Sure. Standards were relaxed. But then you have to look on the supply side, the lending side. The people who were lending to these people had the information.

Em determinado momento , o economista é questionado sobre as finanças comportamentais. É oportuno lembrar que esta faz parte das finanças "tradicionais" , pois fornece subsídios para sua melhor compreensão. Em outras palavras, é uma teoria complementar e não substituta do que já existia antes. Veja a crítica de Fama:

Russ: But let's go back to finance. There's been a big trend in recent years towards what's called behavioral finance. What's your assessment of that?

Guest: I think the behavioral people are very good at describing microeconomic behavior--the behavior of individuals--that doesn't seem quite rational. I think they are very good at that. The jump from there to markets is much more shaky.

Russ: Explain.

Guest: There are two types of behavioral economists. There are guys like my friend and colleague Richard Thaler, who are solidly based in psychology, reasoned economics but he's become a psychologist, basically, and he is coming from the research in psychology. Now there are other finance people who are basically what I call anomaly chasers. What they are doing is scouring the data for things that look like market inefficiency, and they classify that as behavioral finance.

Russ: They don't tell you about the times they can't find the anomaly.

Guest: Exactly. In all economics research, there is a multiple comparisons problem that never gets stated.

Russ: A multiple what?

Guest: The fact that the data have been used by so many other people and the people using it now use it in so many different ways that they don't report, that you have no real statistical basis to evaluate and come to a conclusion.

Guest: Right. I've had people say to me that the people who do this anomaly stuff, when they come and give a paper and I'll say, when you do this, that, or the other thing, and they'll say Yes. And I'll say, why don't you report it? And they'll say it wasn't interesting.

Em seguida, Fama diz o que pessoas inteligentes deveriam conhecer sobre finanças e comenta sobre a importância do paper e da equação de Black- Scholes para as ciências econômicas. Num recente artigo publicado no jornal The Guardian, Ian Stewart discute a equação e suas possíveis consequências nefastas para a economia mundial. É uma análise interessante e muito questionável, que está presente em seu novo livro:17 Equations That Changed the World .

Guest: I'm obviously going to be biased. I think all of our stuff on efficient markets would qualify. I think there is a lot of stuff in the corporate area, corporate governance and all of that, a huge field--that has penetrated to the practical level. The Black-Scholes option pricing paper in view is the most important economics paper of the century.

Russ: Why?

Guest: Because every academic, every economist whether he went into finance or not, read that paper. And it created an industry. In the applied financial domain. What else can claim that? So, I think we've learned a lot about risk and return. Some of it is intuitive. But there is a lot of stuff on which stocks are more or less risky. A lot of stuff on international markets.

Por fim, fala sobre suas perspectivas futuras para as pesquisas em finanças , dá um recado aos cientistas, fala um pouso sobre sua tese de doutorado e comenta sobre o artigo, autobiografia e bibliografia: My Life in Finance.

Guest: Oh, absolutely. What I say to my students is: I'm showing you the stuff that people have done in the last 30 years, but in 20 years, it may all be irrelevant; so the best I can do is to train you about how to think about these things, so you can absorb stuff that comes along in the future that may overturn what's there now. That's what makes this profession fun, I think--the fact that stuff can get overturned.

Russ: Of course, if we only have the illusion of understanding, or what Hayek called the pretense of knowledge, we could be doing some dangerous and stupid things under the guise of thinking we are making progress. So, you do have to be careful. Where do you think in the near future finance is going?

Guest: Oh, gee, I don't know. That's part of the fun of it. You just don't know. I wouldn't have been able to predict 30 years ago the stuff that evolved during those intervening 30 years. No way.

Russ: It's kind of a random walk.

Guest: I don't think it pays to think about it very much. There's so much serendipity in what happens in research. My best stuff has always been--I didn't start thinking about writing a great paper. I started thinking about a little problem; it just kept working in circles into a bigger problem. Or had offshoots that were related. I've beaten many topics to death, with the consequence I've got a lot of recognition; what started as a little thing developed into something much bigger. That's not a predictable process. Lots of little things end up as nothing.

Russ: And?

Guest: A student comes to me, a Ph.D. student, and says: I want to write a great paper. You can't start out to do that. You have to pick a problem and hope it works out into something that will get you a job, and hopefully a good one. But if you start saying: I want to come up with a great topic, you won't come up with anything.

Russ: You recently wrote a very nice essay, "My Life in Finance," that gives an overview of some of your contributions and some of your thinking along the way and all those little problems. You started out by talking about your thesis topic, where you had five ideas and Merton Miller said four of them weren't very good. Did you ever go back to any of those four?

Guest: No, actually. Merton was incredible. He had a great eye for stuff that would work and wouldn't work. I went to Belgium for two years to teach, and I came back and showed him the stuff I'd been working on, and I think he discarded like 8 out of 10 things. He was right on all of them.

Russ: Such is life.

Guest: It taught me that nobody can work in a vacuum. You really need colleagues around you to enrich your work. You get credit for it in the end, but there are a lot of inputs from other people that go into it in the meantime.

07 setembro 2011

Mercados eficientes também são instáveis

Por Pedro Correia



O artigo intitulado : Efficiency and Stability in Complex Financial , examina como a estabilidade do mercado evolui à medida que o mercado se aproxima do ideal de eficiência forte. Ou seja,os agentes econômicos são totalmente racionais, não há problemas com informação assimétrica etc.No entanto, mesmo neste cenário, os autores consideram que o equilíbrio se torna mais instável quando o mercado se aproxima da eficiência forte. Assim, mercados eficientes também são instáveis. Além disso, o estudo faz uma conclusão bastante intrigante e contrária ao pensamento econômico padrão:

[The results suggest} that information efficiency might be a necessary condition for bubble phenomena - induced by the behavior of non-informed traders.

Um outro estudo aborda a mesma questão de uma forma diferente.Os autores analisaram de forma explícita, como a proliferação de instrumentos financeiros (derivativos) fornece mais meios para a diversificação e compartilhamento de riscos e leva o mercado a um estado de eficiência. Assim, esse estado é o que os físicos chamam de "estado crítico", que caracterizado por a susceptibilidade de pequenas a extremas perturbações.Assim, qualquer pequeno "ruído" desperta flutuações enormes. Novamente, os trilhos da eficiência têm como rastro a instabilidade.Conforme afirmam os autores:

This suggests that the hypothesis of Arbitrage Pricing Theory (the notion that arbitrage works to keep market in an efficient state) may not be compatible with a stable market dynamics.



Em suma, os dois papers mostram que a eficiência traz consigo a instabilidade.



03 maio 2011

Mercado ineficiente e a Morte de Bin Laden

Rampell Catherine, do New York Times, lembrou de procurar no Intrade sobre a morte de Bin Laden. O resultado foi o seguinte:
O Intrade é uma bolsa de aposta de diversos eventos. No caso do gráfico, apostava-se a chance de Bin-Laden ser capturado até 11 de setembro de 2011. Os apostadores acreditavam numa chance remota. Se você tivesse um sexto sentido, poderia comprar aposta que ele seria morto antes da data. Como a chance dos apostadores era de 3,8%, o ganho desta aposta seria realmente elevado. (Quanto menor a chance, maior o ganho do apostador)

Isto mostra que em situações de informação imperfeita é difícil para o mercado ser eficiente.

15 setembro 2010

Informação demais



O gráfico abaixo, obtido no Financial Times por Izabella Kaminska, mostra o número de índices mensais (azul) e diários (vermelho) ao longo do tempo. Pode-se perceber que temos cada vez mais índices, ou seja, mais informação. Mas será que estamos tomando decisões melhores? Provavelmente não. A presença de algoritmos talvez não ajude. Uma possibilidade, levantada em Abnormal Return é que o relacionamento humano talvez seja cada vez mais importante. Mas isto é ilógico num mundo dominado por mais informação.

18 agosto 2010

Mercado eficiente


a economista Mia de Kuijper, PhD por Harvard, CEO da consultoria Kuijper Global Partners e diretora da Duisenberg School of Finance, de Amsterdã, demonstra que, sim, a informação perfeita (ou quase isso) existe, igualzinha à de que fala a teoria [mercados eficientes]. Mas, eis o detalhe meio para o herético: ela convive muito bem, e na realidade, com grandes lucros de empresas tão competitivas que lideram sua cadeia de negócios como monarcas absolutistas: determinam a distribuição de riscos e de investimentos, entre afagos e repreensões aos coadjuvantes.


(Fonte: Valor Econômico, via Vladmir Almeida)

Isto contradiz claramente o trabalho de Grossman e Stiglitz, publicado na American Economic Review, em 1980. Este autores mostraram que a eficiência de mercado é impossível exatamente por causa da impossibilidade da informação sem custo. Ou Grossman e Stiglitz estão errados no seu modelo ou Kuijper descobriu uma contraprova. Prefiro acreditar em Grossman e Stiglitz.

Foto: Nick Turpin

22 fevereiro 2010

Mercado pode ser racional, mas é ignorante!!

O mercado de petróleo apresentou uma alta no barril na semana passada. Uma explicação foi dada pela agência Reuters: um golpe militar em Níger, país da África Central. Níger é um dos países mais pobres do mundo – o pior IDH do mundo, com produção centrada na agricultura de subsistência e pecuária. O país foi produtor de urânio na década de setenta e até onde se sabe não produz petróleo.

Como isto foi acontecer? Alguns traders confudiram com a Nigéria, também um da África. Neste país o petróleo é responsável por 20% do PIB e 95% das exportações.



Nigéria


Níger

03 fevereiro 2010

EMH e Finanças Comportamentais

Os estudiosos de Finanças Comportamentais sabem da divergência com a eficiência do mercado e o conceito do homem racional. Uma história muito instrutiva foi contada no livro The Myth of the Rational Market, de Justin Fox (p.192), e ilustra muito bem a forma como os dois grupos entendem o ser humano.

Em 1979, depois da publicação do artigo Prospect Theory, Daniel Kahneman e Amos Tversky foram visitar Richard Thaler na University of Rochester. Thaler, fazendo as honras da casa, preparou um jantar para seus convidados e estava presente Michael Jensen. Jensen, um rigoroso teórico das finanças, mas defensor da idéia do mercado eficiente, não gostava muito das idéias comportamentais de Kahneman e Tversky. Além disto, Jensen era muito rigoroso com as pessoas.

Tversky perguntou a Jensen o que ele achava das decisões que eram tomadas por sua esposa. Jensen reconheceu que ela não tomava boas decisões. Tversky então quis saber o que Jensen achava do então presidente Carter. Jensen respondeu que Carter era um idiota. E a política econômica do Chairman do Federal Reserve, questionou Tversky para Jensen. Tudo errado, disse Jensen. Tversky continuou querendo saber de Jensen o que ele achava de vários tipos de pessoas, e a opinião de Jensen não era muito boa.

Tversky finalmente fez um fechamento no seu bate-papo com Jensen: "Quando nós falamos das pessoas, especialmente os policy makers, eles fazem grandes erros nas suas decisões. Mas no agregado, eles estão corretos?"

O que Tversky chamou a atenção é algo muito interessante. Para os defensores da eficiência do mercado existe um mecanismo regulador nas decisões individuais que mesmo que algumas pessoas comentam erros, o mercado como um todo estaria correto. A soma dos comportamentos geraria esta eficiência. Mas os estudiosos de finanças comportamentais acreditam que algumas decisões os erros individuais não são anulados no mercado.

Considere o caso do custo perdido. Sabemos pela contabilidade de custos que as decisões passadas não devem afetar as minhas decisões futuras. Os custos perdidos não podem ser considerados no processo decisório. Racionalmente isto é muito fácil de entender e compreender. Mas nas nossas decisões pessoais cometemos constantemente este erro. Quando um número muito grande de pessoas não age de forma racional, a eficiência do mercado deixa de existir.

Sabemos que existem estes problemas e um grande número de pesquisas já mostraram como isto ocorre. O que ainda não sabemos é o impacto disto para o conjunto total de decisões. Os partidários da eficiência do mercado, quando reconhecem as questões levantadas pelas finanças comportamentais, consideram que isto é uma exceção reduzida a regra mais abrangente do bom funcionamento do mercado. Os estudiosos de finanças comportamentais enxergam que os vieses apontados nas pesquisas são importantes demais para serem considerados como residuais.

26 janeiro 2010

Mercado Racional

O livro The Myth of Rational Market, de Justin Fox, conta a história do conceito de mercado racional. A obra está dividida em 16 capítulos, sendo que cada capítulo geralmente dedicado a uma pessoa de destaque. O capítulo 1 inicia-se com as pesquisas de Irving Fisher, um dos mais brilhantes economistas e talvez o primeiro teórico da área de finanças. O trabalho de Macaulay na década de 30 é tema do segundo capítulo. Os dois primeiros capítulos compõem o período inicial do tema.

A seguir quatro capítulos que narram à ascensão do mercado racional, com os trabalhos de Markowitz, a teoria de random walk de Samuelson, a suposição de Modigliani e Miller e a proposição de Gene Fama. Em termos temporais, estes capítulos dizem respeito à década de 50 e 60, quando a teoria de finanças começa o período de consolidação.

Três capítulos seguintes dizem respeito à conquista de Wall Street, quando os teóricos conseguem influenciar as decisões de investimento. Os capítulos são dedicados ao investidor Jack Bogle, ao falecido Fischer Black (da teoria de opções) e Michael Jensen. A década de 70 representa a possibilidade de colocar em prática as conquistas da teoria.

Os quatro capítulos seguintes representam os problemas encontrados na prática. Os trabalhos de Dick Thaler (finanças comportamentais), Bob Shiller (exuberância irracional), Warren Buffett e Ed Thorp (o primeiro, o grande investidor; o segundo, investidor e estudioso de jogos de azar) e a Alan Greenspan, ex-presidente do FED.

A última parte diz respeito “a queda” do mercado racional. São três capítulos, onde Fox mostra como a teoria tem sido cada vez mais questionada e alguns dos seus grandes proponentes, incluindo Gene Fama, passaram a ter ressalvas sobre a mesma. São destacados os trabalhos do russo-americano Andrei Shleifer , novamente Mike Jensen e novamente Gene Fama & Dick Thaler.

Em poucas palavras, o livro é muito bom. Traça um grande perfil histórico das finanças modernas, muito parecido com o texto Desafio aos Deuses, outro texto excepcional. São mais de trezentas páginas agradáveis, com diversos casos e situações importantes. É um livro importante para quem deseja aprofundar o estudo de finanças.
Tenho algumas pequenas ressalvas, como o fato de Fox repetir três vezes no texto a afirmação de Jensen sobre o mercado racional. Mas nada que prejudique sua avaliação global.

17 novembro 2009

Eficiência do mercado

Muitos investimentos são feitos por administradores ativos que não acreditam que os mercados são eficientes. Por exemplo, apesar dos últimos 45 anos de desempenho pobre dos administradores ativos, cerca de 80% dos fundos mútuos são ativamente administrados.


Eugene Fama Defends his Efficient Markets Hypothesis

01 outubro 2009

Mercado Adaptativo

Em Why animal spirits can cause markets to break down (21/7/2009 - Financial Times - Asia Ed1, 20), Andrew W. Lo, um renomado financista e professor do MIT, discute a questão mais relevante das finanças modernas: o embate entre finanças comportamentais e hipóteses do mercado eficiente (denominadas de EMH).

A EMH parte do suposto que o mercado, através da mão invisível, seria capaz de determinar uma alocação eficiente dos recursos. Os preços seriam racionalmente a expressão de toda informação disponível. A EMH dominou as finanças desde a década de 1960.

A contraposição são as finanças comportamentais, onde parte do suposto que o ser humano é um animal que possui atitudes irracionais que irão refletir nas decisões financeiras. As finanças comportamentais passaram a ser um assunto “quente” com o próprio fracasso da EMH em explicar certas situações.

A batalha entre EMH e FC tem dominado a academia, os reguladores e os políticos. Lo procurar não tomar partido de nenhum dos lados, mas busca uma teoria que concilie os dois aspectos. Segundo Lo, existiria uma falsa dicotomia entre as duas escolas de pensamento. Ambas possuem elementos úteis para explicar a realidade.

Neste sentido, a EMH é muito eficiente em explicar, na maior parte do tempo, as decisões que são tomadas no mercado. Mas em algumas situações, o mercado não é sábio, como quer crer Surowiecki, em Sabedoria das Massas. A explicação está nas FC.

Apesar de sermos pessoas razoavelmente racionais, o ser humano possui ainda os instintos adaptados do animal que viveu na África há 50 mil anos. Assim, aversão à perda e influencia do grupo são típicas reações de irracionalidade.

A proposta de Lo tenta, portanto, fazer uma junção das duas idéias. Lo denominou de Adaptive Markets Hypothesis. Basicamente, Lo acredita que as idéias de Darwin são poderosas e podem ajudar a explicar a dinâmica do mercado. Em ambientes de constantes mudanças, o ser humano adapta-se utilizando alguns dos institutos passados.

O professor do MIT acredita que é possível melhorar as EMH. Conforme uma declaração de Lo para Steve Lohr (Wall Street’s Math Wizards Forgot a Few Variables) , “não é a teoria do mercado eficiente que está errada, mas ela é um modelo incompleto.

17 agosto 2009

Céticos e Mercado

Opinião - Deixem os céticos das finanças nas rédeas
Dani Rodrik - Valor Econômico - 12/8/2009

O que atrapalhou Greenspan e Bernanke como reguladores financeiros foi sua excessiva reverência a Wall Street

A corrida para preencher o cargo de política econômica mais importante do mundo começou. O mandato do presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) acaba em janeiro e o presidente do país, Barack Obama, precisa decidir antes disso: ou mantém Bernanke ou escolhe outra pessoa - os nomes mencionados com mais frequência são Larry Summers e Janet Yellen - com credenciais democratas mais sólidas.

É uma decisão de consequências cruciais não apenas para os EUA, mas também para a economia mundial. Como guardiões da base monetária do país e encarregados das taxas de juros de curto prazo, as autoridades monetárias sempre desempenham papel crítico. Reduza demais os juros e o resultado será inflação e instabilidade monetária. Eleve-os demais e a economia deslizará em recessão e desemprego.

A política monetária dificilmente é uma ciência, portanto um bom banqueiro central precisa ser humilde. Precisa reconhecer os limites de seu poder de compreensão e da eficácia das ferramentas a sua disposição. Não pode, entretanto, ser visto como indeciso, algo que apenas seria um convite para uma especulação financeira desestabilizadora.

Aliás, dada a importância de suas funções, nas últimas décadas as autoridades monetárias tornaram-se ainda mais relevantes em decorrência do desenvolvimento dos mercados financeiros. Apesar de não serem formalmente designados como tal, os banqueiros centrais tornaram-se guardiões da sanidade do mercado financeiro. Os perigos de fracassar na tarefa ficaram dolorosamente claros na débâcle das hipotecas "subprime", de baixa qualidade. Pelas novas regras propostas sob o regime de Obama, o Fed terá responsabilidades ainda maiores e estará encarregado de evitar crises financeiras e assegurar que os bancos não assumam riscos demasiados.

É um trabalho no qual o ex-presidente do Fed Alan Greenspan mostrou um fracasso espetacular. Seu ponto cego para os excessos do mercado financeiro - a pequena "falha" em seu raciocínio, como posteriormente a chamou - o deixou alheio aos perigos das inovações financeiras dos titãs de Wall Street. Bernanke, como membro do Conselho de Governadores do Fed entre 2002 e 2005, sob o mandato de Greenspan, também pode ser acusado de ter seguido o jogo.

O presidente do Fed exerce influência mundial não apenas por meio da política monetária, mas também com suas palavras. Ele dá o tom das discussões políticas e ajuda a moldar o sistema de confiança dentro do qual operam as autoridades monetárias de todo o mundo.

O que atrapalhou Greenspan e Bernanke como reguladores financeiros foi sua excessiva reverência e temor a Wall Street e a sua influência. Operaram sob o pressuposto de que se algo era bom para Wall Street, também era bom para a "Main Street" (a economia da população em geral). Isso mudará, sem dúvida, em decorrência da crise, mesmo se Bernanke continuar no comando. O que o mundo precisa, entretanto, é de um presidente do Fed instintivamente cético quanto aos mercados financeiros e seu valor social.

Aqui estão algumas das mentiras que o setor financeiro conta a si mesmo e a outros e às quais qualquer novo presidente do Fed precisará resistir:

Os preços determinados pelos mercados financeiros são os apropriados para alocar capital e outros recursos para seus usos mais produtivos. Isso é o que os livros acadêmicos e os financistas vão lhes dizer, embora agora tenhamos muitos motivos para ficarmos desconfiados.

Na linguagem dos economistas, há demasiadas "falhas de mercado" nas finanças para que esses preços sejam um bom guia para a alocação de recursos. Há os "problemas de representação", que separam interesses dos donos do capital dos de seus representantes, os executivos-chefes de bancos e outros executivos de finanças. A assimetria de informações entre vendedores e compradores de produtos financeiros podem facilmente deixar os compradores vulneráveis a abusos, como vimos com os "títulos lastreados por hipotecas" (MBS, na sigla em inglês).

Além disso, a garantia, implícita ou explícita, de resgates financeiros induz à assunção de riscos excessivos. Grandes intermediários financeiros colocam em perigo todo o sistema financeiro quando usam modelos de risco equivocados e tomam más decisões. A regulamentação é, na melhor hipótese, um remédio parcial para tais problemas. Portanto, os preços que os mercados financeiros geram têm a mesma probabilidade de enviar sinais errados ou certos.

Os mercados financeiros trazem disciplina aos governos. É um dos benefícios mais alardeados dos mercados financeiros, embora tal reivindicação seja evidentemente falsa. Quando os mercados estão em estado de euforia, não estão em posição de exercer disciplina nem sobre captadores de crédito, quanto mais de um governo com classificação de risco de crédito razoável. Se há duvidas quanto a isso, pergunte aos montes de governos de países emergentes que não encontraram dificuldade de captar nos mercados internacionais, tipicamente antes de crises de pagamento.

Em muitos dos casos - a Turquia nos anos 90 é um bom exemplo -, os mercados financeiros permitiram a governos irresponsáveis embarcarem em ondas de captações insustentáveis. Quando a "disciplina do mercado" chega, normalmente é tarde demais, severa demais e aplicada indiscriminadamente.

A disseminação dos mercados financeiros é um benefício que não foi mitigado. Bem, não. A globalização financeira supostamente teria permitido aos países pobres e descapitalizados ganhar acesso à poupança dos países ricos. Supostamente, teria promovido um compartilhamento mundial de riscos.

Na verdade, nenhuma dessas expectativas concretizou-se. Nos anos anteriores ao desmoronamento financeiro, o capital saiu dos países pobres para os ricos, em vez do contrário. Isso pode não ter sido algo ruim, já que no fim das contas grandes captadores (líquidos) de crédito nos mercados internacionais tendem a crescer menos do que os outros. E com a globalização, a volatilidade econômica, na verdade, aumentou nos mercados emergentes, em parte pelas frequentes crises financeiras decorrentes da mobilidade de capital.

A inovação financeira é um grande motor de crescimento de produtividade e bem-estar econômico. Novamente, não. Imaginem que há cinco anos tivéssemos perguntado exemplos de tipos de inovação financeira realmente úteis. Teríamos ouvido uma longa lista de instrumentos ligados a hipotecas que supostamente possibilitavam financiamento a compradores de casas que, de outra forma, não teriam condições de comprá-las. Sabemos aonde isso nos levou. A verdade é algo mais próximo à visão de Paul Volcker, de que, para a maioria das pessoas, os caixas automáticos de banco trouxeram mais benefícios do que qualquer bônus arquitetado financeiramente.

A economia mundial vem sendo guiada há tempo demais por entusiastas das finanças. É hora de os céticos das finanças começarem a assumir as rédeas.