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Mostrando postagens com marcador memória. Mostrar todas as postagens
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19 novembro 2020

Estamos perdendo nossa memória?

 


Você já deve ter se perguntado a razão de não guardarmos mais os números dos telefones. Eis trechos de um artigo que pergunta: Estamos perdendo nossa capacidade de lembrar? Eis trechos de um artigo que diz que isto é bom. 

Outro dia tive uma pequena crise, fiquei preocupada porque estava começando a ter problemas de memória. Algo devia estar errado! Comecei a notar (cada vez mais!) Minha incapacidade de lembrar coisas triviais; por exemplo, os pontos de ação de uma chamada do Zoom ou uma citação de um livro que li alguns meses atrás. Certamente isso não pode ser normal?

Antes de ligar para o consultório médico, fiz o que qualquer hipocondríaco decente faria e comecei a pesquisar no Google. Depois de clicar em algumas páginas, comecei a me sentir um pouco melhor. Foi normal. A memória de curto prazo (ou de trabalho) é ineficiente e, a menos que eu revisite o que estou tentando lembrar algumas vezes, provavelmente vou esquecê-lo. E não, não é um efeito colateral de fazer trinta anos. Ufa.

É um “recurso, não um bug” de como nossos sistemas de memória são projetados.

(...) Nós 'não conseguimos lembrar' das coisas porque há um limite para o que podemos manter em nossa memória de trabalho. Os pesquisadores costumavam pensar que ele poderia conter cerca de sete itens ou blocos, mas agora é amplamente aceito que a memória de trabalho armazena apenas cerca de quatro blocos de informação.

(...) De qualquer forma, há uma queda acentuada no que você lembra. A 'curva do esquecimento', como é chamada, é mais acentuada durante as primeiras vinte e quatro horas depois que você aprende algo. Exatamente o quanto você esquece, em termos percentuais, varia, mas a menos que você revise o material, grande parte dele escorrega pelo ralo. O que você lembra depois do primeiro dia tem uma boa chance de ainda ser retido depois dos trinta.

Repetição espaçada

Para melhorar a retenção, a repetição espaçada é normalmente usada. Essa técnica envolve repetir o que você está tentando reter, garantindo o espaçamento da repetição. Repetir uma nova palavra do vocabulário ou uma técnica de resolução de problemas, por exemplo, durante vários dias.

A boa notícia é que nossa memória de longo prazo tem espaço para bilhões de itens. Na verdade, pode haver tantos itens que eles podem enterrar uns aos outros. Pode ser difícil para você encontrar as informações de que precisa, a menos que pratique e repita pelo menos algumas vezes. Isso permite que as conexões sinóticas no cérebro se formem e se fortaleçam em uma estrutura duradoura.

A memória de longo prazo é importante porque é onde você armazena conceitos e técnicas fundamentais que geralmente estão envolvidos em tudo o que você está aprendendo.

Ter bases sólidas em sua memória de longo prazo também torna a memória de trabalho mais eficiente e capaz de conectar pontos de campos mais amplos e abstratos. Ele dá ao nosso pensamento 'riqueza' e 'acesso associativo'.

(...) Pesquisas mostram que a internet funciona como uma espécie de memória externalizada. “Quando as pessoas esperam ter acesso futuro às informações, elas têm taxas mais baixas de recall das próprias informações”, como afirma um estudo .

Se você sabe que 'sabe' algo e sabe como recuperá-lo (obrigado, Google), isso desempenha praticamente a mesma função de ter um cérebro repleto de memórias de longo prazo. E os novos aplicativos de 'pensamento em rede' nos permitem fazer conexões interessantes entre esses vários bits de conhecimento armazenado da mesma forma que uma memória bem estocada faz.

(...) Então, eu não diria que estamos perdendo nossa capacidade de lembrar, como coloquei no início deste post. Acho que as pessoas (eu incluído) simplesmente não trabalham o suficiente para mover as coisas de nossa memória de trabalho para nossa memória de longo prazo.

Nossa menor dependência da memória de recordação e nossa capacidade de atenção cada vez menor podem não ser o desastre que eu temia a princípio.

Acho que a internet e os aplicativos focados no pensamento em rede nos ajudam. Eles agem como um segundo cérebro. E acho que isso nos torna mais eficientes.

09 março 2014

Como o cérebro cria memória

Fonte da imagem: Reprodução/Gizmodo
Você e todos os seres humanos do mundo são feitos de experiências que começaram no momento em que esperma e óvulo se encontraram, e que não deixam de acontecer um segundo sequer. Aquilo que você é, em uma maneira mais abstrata de pensar, é resultado de tudo o que você viveu, pensou, aprendeu, sentiu. Esse conjunto de emoções ajuda a formar a sua personalidade e a fazer de você um ser único.

Pela primeira vez na história da Ciência, foi possível visualizar o processo responsável pela criação da memória, algo que acontece constantemente em seu cérebro, mas que até então era apenas imaginado e teorizado, mas nunca visto.

Como assim?



Pesquisadores do curso de Medicina Albert Einstein da Universidade Yeshiva, em Nova York, conseguiram registrar como o cérebro guarda memórias, de modo que é possível ver, em vídeo, como moléculas se transformam em estruturas que, no final das contas, são as grandes responsáveis por sermos quem somos. É como se pudéssemos ver nossa “alma”, nossa essência, trabalhando.

Os cientistas explicaram que as imagens feitas foram possíveis devido à monitoração de moléculas cruciais na formação da memória, que receberam marcas fluorescentes: assim foi possível acompanhar o caminho que elas seguiam no cérebro de ratos.

A técnica incluiu o estímulo de neurônios do hipocampo, região responsável pela produção e pelo arquivamento de memórias. Depois disso, a tarefa era apenas observar as moléculas fluorescentes se movimentando pelo corpo dos dendritos neuronais, que são as ramificações dos neurônios.

Como acontece



Essa molécula, a beta-actina mRNA, se comporta de uma maneira específica enquanto percorre o corpo de um neurônio, em duas fases específicas que os cientistas chamaram de “mascarar” e “desmascarar”. Essa alteração de comportamento é a responsável pela sintetização da beta-actina em momentos e quantidades específicas.

Se Biologia, Química e Genética não estão entre seus assuntos favoritos, o parágrafo anterior pode parecer grego, mas fique calmo. A explicação para essa coisa de molécula sintetizando no corpo de neurônio foi resumida pelo principal autor do estudo, Dr. Robert Singer.

Ele comentou que a molécula chamada beta-actina mRNA, quando inserida em um neurônio, tem a síntese proteica da beta-actina ativada. Quando o neurônio é estimulado frequentemente, a beta-actina tende a ser direcionada para o local da célula onde ela precisa estar, afinal, nesse local ela consegue deixar a transmissão de informação neural, a sinapse, mais forte, criando assim as memórias.

Fonte: MegaCurioso Sploid YouTube

21 outubro 2013

Elizabeth Loftus: A ficção da memória

A psicóloga Elizabeth Loftus estuda a memória. Mais especificamente, ela estuda as falsas memórias, isto é, quando pessoas se lembram de coisas que não aconteceram, ou quando a lembrança contém detalhes que não correspondem à realidade. Isso é mais comum do que você possa imaginar, e Loftus compartilha algumas histórias e estatísticas surpreendentes, levantando várias questões éticas de extrema importância que devemos nos lembrar de levar em consideração.



29 setembro 2013

Melhore a sua memória: técnicas

Dory (Procurando Nemo) e Leonard (Amnésia)
A memorização não é uma habilidade inata, mas sim aprendida. Então, não entre em pânico caso você se considere a pessoa com a pior memória do mundo: nada está tão ruim que não possa melhorar.

Em resumo, todos podem aprender a memorizar. Para isso, é preciso entender como o cérebro armazena informações primeiro.

O cérebro é um sistema complicado com muitas peças trabalhando em conjunto. Duas dessas peças – os neurônios e as sinapses – são chaves durante o processo de criação da memória. Os neurônios são as partes do cérebro que enviam e recebem sinais elétricos. As sinapses são os caminhos que os conectam.

Quando as memórias são recuperadas, uma série de neurônios envia sinais ao longo do cérebro, criando uma sequência que representa a memória. Quanto mais forte for a sinapse, maior a chance de que a memória pode ser recuperada.

O uso consistente de sinapses cria frequentemente conexões mais fortes. Assim, por exemplo, recordar o seu antigo número de celular é mais fácil do que um número de conta bancária, porque a memória do telefone foi recuperada com mais frequência. Sinais fracos não têm a capacidade de criar a cascata de neurônios essenciais para iniciar uma memória.

E isso explica inclusive um problema muito comum nos dias de hoje – a existência de tantas tecnologias para armazenar e recuperar rapidamente informações acaba fazendo com que os humanos não decorem mais nem mesmo os dados que usam diariamente.

Alguns especialistas até creem que essas tecnologias nos mudaram cognitivamente: tendo pouca necessidade de lembrar das informações, às vezes parece que nós nos esquecemos de como fazer isso (o que certamente atrapalha na hora que realmente precisamos memorizar algo, como para fazer uma prova).

Essa barreira à memorização é antiga: mesmo Sócrates não gostava de escrever porque temia que isso enfraqueceria sua memória.

Se você, pelo contrário, está precisando fortalecer a sua, confira essas três técnicas para melhorar sua memória:

1. O Palácio da Memória [a cara de The Mentalist]
Os antigos gregos e romanos não tinham o luxo de um smartphone ou ferramentas de pesquisa, então recorriam a técnicas mentais para memorizar informações. A técnica comum do tempo era o “Palácio da Memória”, também conhecido como “método de loci” ou “mapeamento mental”.

Funciona assim:
Visualize um espaço familiar em sua vida, ou seja, sua casa ou seu local de trabalho.

Encolha cinco salas ou áreas neste espaço, e cinco grandes itens em cada sala para servir como “arquivos” para a sua memorização.
Atribua um número a cada um desses cinco grandes itens de uma série, começando em um cômodo e indo para o outro em ordem crescente. Por exemplo, em seu quarto, sua cama pode ser 1, cadeira 2, mesa 3, abajur 4 e cortina 5. No banheiro ao lado, o vaso sanitário é 6, a pia 7, etc. É importante manter um fluxo (seguir a ordem dos objetos, para que, quando você se lembre do cômodo, se lembre também da ordem e do número).

Neste ponto, o Palácio é construído. Agora, vamos preenchê-lo.

Imagine o que é que você quer se lembrar.

Associe essa memória com um item em um cômodo.

Por exemplo, se você quiser se lembrar dos nomes dos principais times de futebol paulistas para impressionar seu namorado fanático, pode associar cada um com um item do palácio, como:

Palmeiras crescendo na sua cama (Palmeiras)
Uma cadeira branca e preta (Corinthians)
Um mapa de São Paulo na sua mesa (São Paulo)
Um abajur em forma de peixe ou com o tema praia (Santos)
Uma cortina com estampa de pontes pretas (Ponte Preta)…

A visualização é muito importante nesse método. Quanto mais vivas essas cenas aparecem em sua imaginação, mais provável é que você se lembrará delas. Cenas bizarras são as que funcionam melhor.

2. Crie um Sistema de Peg
Uma técnica ideal para memorização de listas, o Sistema de Peg funciona de forma similar ao Palácio da Memória, criando uma associação entre o que você quer memorizar e o que sua mente já sabe.

Para usar o Sistema de Peg, você atribui palavras para uma lista de números, criando uma imagem mental para cada uma. Então, você pode anexar o que você deseja memorizar a essas imagens mentais pré-memorizadas, criando uma conexão viva em sua mente.

Os pontos de partida podem ser palavras que rimam com cada número ou possuem forma correspondente à forma de cada número. Um exemplo de números e rimas seria:
1 = atum
2 = arroz
3 = bebês…

Depois de memorizar esses “pontos iniciais”, você pode começar a associar a lista do que você realmente quer memorizar. Digamos que você queira decorar uma lista de artigos de papelaria que você precisa comprar. Imagine as seguintes cenas:

Folha sulfite: milhares de folhas com desenhos de latas de atum
Tinta para impressora: um prato de arroz colorido com tinta
Caneta: bebês desenhando com canetas…

3. Método da primeira letra
As técnicas acima funcionam muito bem para memorizar itens individuais. Mas se você precisa decorar um texto grande, uma opção melhor é o método de texto da primeira letra.

Esse método não é visual, como os outros dois indicados acima. A chave para essa técnica é a primeira letra de cada palavra e trabalho duro.

Recordar, ao invés de repetir, é o conceito fundamental para qualquer tipo de memorização. O ato de ler algo que você quer memorizar dispara conexões diferentes do que o ato de se lembrar do que leu.

Ou seja, se você quiser memorizar um grande pedaço de texto, é melhor tentar recordar mentalmente daquilo que acabou de ler do que reler o texto várias vezes. Para ajudar, você pode usar a primeira letra de cada palavra.

Por exemplo, se você quiser decorar o discurso “Eu tenho um sonho” de Martin Luther King, a frase “Eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da sua pele, mas sim pelo conteúdo de seu caráter” se torna “E t u s q m q p c v u d v e u n o e n s j p c d s p, m s p c d e c”.

Agora, em vez de ler o texto na íntegra, você olha para a frase só com as primeiras letras e tenta recordá-la. Seu cérebro estará exercendo suas sinapses de uma forma que levará a uma melhor memorização. Esse método fica mais fácil com a prática.

Bônus: Outros métodos
Pesquisas psicológicas têm apoiado a teoria da “memória relacionada ao humor”: se você quer se lembrar de algo, volte para o humor em que você estava quando experimentou o que quer se lembrar.

Há também o sistema de ligação, que funciona de uma maneira semelhante ao Sistema de Peg, sem uma ordem numérica. Digamos que você precisa memorizar uma lista de termos arbitrários, como cão, bolo, casa, chuva, etc. Você deve visualizar uma ligação ou interação entre cada item consecutivo, por exemplo, um cão comendo um bolo, um bolo de recheio de uma casa, uma tempestade de casas, etc.

Ron White, ex-campeão americano de memorização, tem um método interessante para lembrar números. Ele atribui a cada amigo um número, e quando precisa memorizar um novo número, imagina mentalmente seus amigos em uma ordem particular.

A memorização muitas vezes se volta para fundamentos como visualizar, associar e recordar. Para melhorar a sua, você precisa encontrar aquilo que funciona melhor para você. Inclusive, você pode inventar seu próprio método ou misturar itens de diferentes técnicas.

Texto: HyperScience. Imagem: Shirtoid.

08 setembro 2012

Memória


Segundo um novo estudo da Universidade de Edimburgo, se você quiser se lembrar do que aprendeu, inclusive em longo prazo, não pode deixar de fazer intervalos. A conclusão vem de uma pesquisa com um pequeno grupo de homens e mulheres idosos.

Os cientistas contaram histórias e, em seguida, os participantes foram instruídos a relaxar, fazer uma pausa breve e fechar os olhos por 10 minutos em um quarto escuro. Mais tarde, tiveram que recontar a história, lembrando tantos detalhes quanto fosse possível.

O mesmo grupo também ouviu outras histórias, mas, dessa vez, ao invés de descansar, foram distraídos com uma nova tarefa, destacando as diferenças entre pares de imagens quase idênticas, antes de ter que recontá-las. No geral, os participantes do estudo se lembraram de mais detalhes das histórias que ouviram antes de descansarem.

Mais: esse impulso de memória impressionante persistiu até uma semana depois, quando os participantes ainda se lembravam de vários detalhes.

Pesquisas anteriores já haviam demonstrado que jovens e idosos têm melhor recordação de informação quando descansam alguns minutos entre aprendê-la e ter que repeti-la. O novo estudo acrescenta evidências de que os mesmos minutos de descanso podem ter um efeito até mesmo em longo prazo na consolidação da memória.

“Quando encontramos novas informações, estamos, provavelmente, em um estágio muito inicial de formação da memória”, explica a principal autora do estudo, Michaela Dewar. “Outros processos neurais têm que ocorrer após esta fase para sermos capazes de lembrar dessas informações em um ponto posterior no tempo”. Esses processos neurais podem não ser planejados. Estudos com ratos mostram que, se eles têm um tempo livre depois de alguma tarefa, inconscientemente se lembram dela mentalmente. Os humanos parecem fazer a mesma coisa. Esta atividade do cérebro ocorre automaticamente, sem que as pessoas tenham que pensar sobre a tarefa que acabaram de fazer.

Aliás, muitas pesquisas defendem o papel crucial do sono na consolidação da memória. Descobertas da Academia Nacional de Ciências dos EUA mostram que o sono interrompido afeta a nossa capacidade de construir memórias. Apesar desses mecanismos não serem ainda totalmente compreendidos, o sono parece importante para nossa memória “declarativa” (lembrar fatos) e, especialmente, para nossa memória “processual” (lembrar de como fazer as coisas, como aprender a andar de bicicleta). Até por isso cientistas especulam que os bebês passam a maior parte das suas vidas dormindo: eles precisam desse tempo para consolidar novas memórias sobre como controlar seus corpos e outras tarefas básicas.

Então, está estudando para uma prova, ou decorando um discurso para uma importante reunião? Pare um pouco, feche os olhos, e volte à sua tarefa apenas mais tarde.

Fonte: CNN e HyperScience
Imagem: A Persistência da Memória (Dali)