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14 outubro 2021

Planilha e outros usos


 Ainda Tim Harford:

As planilhas originais em papel foram projetadas para nos ajudar a não perder o rumo, e pode-se imaginar naturalmente que a planilha digital não é apenas mais rápida, mas mais precisa. É isso? Uma pista vem de um maravilhoso estudo realizado por Felienne Hermans, uma cientista da computação. Alguns anos atrás, Hermans percebeu que havia uma fonte abundante de planilhas que ela poderia estudar. Essa fonte era a Enron, a empresa de energia falida.

Depois que a Enron entrou em colapso em 2001 em meio a um escândalo contábil épico, os reguladores extraíram um cache de meio milhão de e-mails dos servidores da empresa. Esses e-mails estão agora disponíveis ao público e foram estudados por pesquisadores que tentam entender tudo, desde a evolução da linguagem escrita informal até a maneira como as pessoas usam pastas de e-mail. Hermans estava interessado no que foi anexado a alguns desses e-mails: planilhas.

Ela começou a vasculhá-los, sem procurar fraudes, mas por planilhas com erros óbvios, como referências ausentes ou circulares. Observando quase 10.000 planilhas com cálculos, ela descobriu que um quarto tinha pelo menos um desses erros. Os erros pareciam se multiplicar. Se uma planilha tivesse algum erro, em média ela continha mais de 750.

Como uma planilha pode adquirir tantos erros? Matt Parker, o autor de Humilde Pi, um livro sobre contratempos matemáticos e suas conseqüências, observa que a funcionalidade do Excel combinada com as suposições equivocadas dos usuários geralmente introduz erros.

Digite um número de telefone internacional no Excel, por exemplo, e o programa retira os zeros principais, que são redundantes em um número inteiro matemático, mas não em um número de telefone. Se você digitar um número de série de vinte dígitos, o Excel decidirá que esses 20 dígitos são uma quantidade enorme e os arredondará, transformando os últimos dígitos em zeros.

Ou diga que você é um pesquisador de genética digitando o nome de um gene como "Dinger 1 associado ao anel associado à membrana" ou 1 de março, ou talvez o gene 1 de setembro. Você pode imaginar o que o Excel faz a seguir. Transforma esses nomes de genes em datas. Um estudo estimou que 20% de todos os artigos de genética tiveram erros causados pela autocorreção do Excel.

A defesa da Microsoft é bastante simples: as configurações padrão devem funcionar nos cenários diários. Qual é a maneira educada de dizer: Gente, o Excel não foi projetado para pesquisadores de genética. Foi projetado para contadores. (grifo do blog)

Mas é compreensível que os cientistas tenham escolhido o Excel e tenham começado a usá-lo. É poderoso, é flexível. É onipresente. Pode não ser a ferramenta certa, mas é a ferramenta que está ali.

Quando usado por um contador treinado para realizar a contabilidade de entrada dupla, um sistema estabelecido há muito tempo com detecção de erros embutida, o Excel é uma ferramenta perfeitamente profissional. Mas quando pressionado a serviço por pesquisadores de genética ou rastreadores de contatos, é como usar o canivete suíço para caber em uma cozinha, porque é a ferramenta que você tem mais próximo. Não é impossível, mas dificilmente aconselhável.

E, no entanto, quando a comunidade de pesquisa genética estava lutando com a questão dos genes que corrigia a autocorreção, eles se resignaram à dura verdade de que nunca afastariam as pessoas do Excel. Em vez disso, os responsáveis - o Comitê de Nomenclatura de Gene - decidiram mudar os nomes dos genes em questão.

A decisão é compreensível. Mas também ilustra claramente as contorções pelas quais passamos como resultado do tratamento de dados como uma reflexão tardia, apenas algo para bater juntos em uma planilha. Isso é uma pena, porque a história sugere que informações bem gerenciadas podem ser transformadoras.

Foto: aqui

03 novembro 2015

O significado dos problemas da Valeant

Saiu na The Economist:

Fonte: Aqui
It is fashionable to lament the vapidity and short-termism of institutional shareholders. Without them, it is argued, companies would invest for the long term, run by their enlightened managers. But a rash of creative-accounting incidents is a reminder that firms may go astray. On October 26th Valeant Pharmaceuticals, a drugs company, tried to rebut claims it was massaging its figures. A day later IBM said regulators were investigating how it books its sales. Tesco, a British grocer, is on the rack after admitting inflating its profits. Shares in Noble Group, a Singapore-listed commodities firm accused of questionable book-keeping, have collapsed. In May Hong Kong’s regulators suspended trading in Hanergy, a solar-panel firm. These episodes have had a brutal impact on shareholder wealth, with a total loss of $80 billion.

The last outbreak of outright book-cooking was in 2001-03 when Enron, MCI-WorldCom and Parmalat were found to be engaged in fraud. Together they had $170 billion of assets and all went bankrupt. So far, today’s scandals are different: the firms are accused not of breaking the law but of creative accounting, or stretching the rules to paint an optimistic picture to outside investors. The specific transactions under the microscope are mostly small. For Valeant, Tesco and Noble they accounted for less than 10% of total sales, profits or assets. Despite this, they have led to an outsized slump in market values. The magnified reaction betrays the mistrust in which many big firms are held.

A firm’s market value is supposed to equal the net present value of its future cash flows. In practice it reflects an unstable balance between two versions of the truth. First, the story managers tell, which is usually self-serving and emphasises their brilliance. Second, the numbers. They can be manipulated but are open to scrutiny. Over the years the gap between these two versions of reality has grown. Many bosses of big listed firms are now practised propagandists, in the same way campaigning politicians are, probably because their pay is linked to the share price. Plain talkers struggle. Lawyers script firms’ every utterance, making it hard to have frank discussions with outsiders. Investors have grown cynical and trigger-happy.

An extreme symptom of these tensions is the advent of firms whose integrity is continually contested, just like the character of a presidential candidate. Valeant is backed by two respected hedge funds, ValueAct and Pershing Square, whose boss, William Ackman, has publicly celebrated it. But Valeant has been accused of creative accounting by both James Chanos, a famed short-seller, and Allergan, a rival drugs firm it tried to buy in 2014. Herbalife, a direct-sales firm, has also been the subject of a war of words on Wall Street. Noble, when attacked by an ex-employee and short-sellers over its accounts, adopted the American tactics of indignant rebuttals and legal threats. Although couched in the politically correct language of transparency, the impression left by such cases is of a bunker mentality.

That some communication by bosses and big firms is now guff, or worse, is a huge regret. Rule-setters can only do so much, leaving creative accountants always a step ahead. In the 1980s and 1990s the most common ruses were the use of provisioning and capitalised costs to understate expenses in the profit-and-loss account, and dodgy pension accounting. Once these were stamped out, the game shifted to issuing debt disguised as equity, as practised by most banks in 2003-08 to disastrous effect. Today, four of the five cases in the news involve dealings with notionally arm’s-length entities—perhaps this is the latest area of innovation. With half of America’s big firms experiencing shrinking profits, the urge to juice the numbers may be rising. The boom in unlisted technology firms with billion-dollar valuations, the “unicorns”, is also a worry. Lacking outside scrutiny, showered with praise and supposedly worth a combined $200 billion-plus, there will surely be a few spectacular frauds.

[...]


02 novembro 2015

Indústria farmacêutica é acusada de fraude

As ações da indústria farmacêutica Valeant despencaram depois de a empresa ter sido acusada de fraudes semelhantes às que levaram à ruína a empresa de energia Enron, em 2001. [...]

Em relatório, a empresa de investimentos Citron afirmou que a Valeant criou falsas redes de farmácias "com a finalidade de registrar vendas fantasmas" e, assim, evitar o escrutínio de auditores. Philidor e R&O Pharmacy foram duas das redes citadas pela Citron.

O relatório da Citron tem oito páginas, ao longo das quais a Enron é citada 11 vezes. Os analistas da empresa de investimento chamaram a estratégia da Valeant de "teia de mentiras" e "fraude" e que suas práticas visam a criar "faturas para enganar os auditores e o livro-caixa".

A Valeant distribuiu comunicado em que negou "categoricamente" as alegações da Citron. "Estamos confiantes em nossa plena conformidade com todas as normas contábeis, regulamentos e leis", diz o comunicado. A empresa afirmou ainda que as vendas são contabilizadas apenas quando o produto é entregue aos pacientes.

[...]



Valeant corta vínculos com a Philidor

A Valeant Pharmaceuticals International Inc. disse que romperá sua relação com a Philidor Rx Services. A decisão foi tomada depois que a Bloomberg News informou que a Philidor tinha modificado receitas médicas para tirar mais reembolsos das operadoras de planos de saúde dos EUA. A Valeant perdeu quase US$ 10 bilhões em valor de mercado depois que um vendedor a descoberto de Wall Street insinuou que a empresa estava usando a Philidor para se envolver em práticas contábeis no estilo da Enron. John Hempton, um gerente de hedge funds e crítico de longa data da Valeant, acredita que é provável que a companhia enfrente litígios agora.

Fontes: Aqui e Aqui

09 maio 2013

Ex-executivo da Enron e a prisão

O ex-executivo da Enron, Jeff Skilling, fechou um acordo com o Ministério Público Federal dos Estados Unidos dez anos antes de cumprir seus 24 anos de prisão. O executivo foi condenado pela fraude na Enron e deveria deixar a prisão em 2017. Para isto, Skilling abriu mão de 40 milhões de dólares e desistir da apelação da condenação.

O escândalo da Enron mostrou uma empresa que manipulava sua contabilidade e iniciou uma série de divulgação de outras fraudes contábeis. A consequência foi a promulgação da Sarbox, uma lei que aumentava o rigor com executivos envolvidos em crime do colarinho branco.

05 abril 2013

Ex-executivo da Enron pode sair da prisão

Segundo a CNBC (via aqui), o ex-CEO da Enron, Jeffrey Skilling, tem chance de sair mais cedo da prisão por conta de um acordo com o governo dos EUA para reduzir a pena. Skilling foi condenado a 24 anos de cadeia pelo escândalo e seus advogados estão pensando em solicitar um novo julgamento por problemas processuais. Assim, para evitar um novo julgamento, o governo poderia fazer o acordo.

O escândalo da Enron é um dos eventos recentes mais marcantes da história contábil. A empresa de energia manipulava seus resultados, aparentemente com o conhecimento da empresa de auditoria, Anderson. A quebra da empresa conduziu ao fechamento da auditoria, a criação do PCAOB para fiscalizar as auditorias, a aprovação da Sarbox para regular o controle interno. Em 2006 o executivo, com 52 anos, foi condenado. Em 2009 um tribunal manteve a sentença.

07 outubro 2012

Corruptos na prisão

"Nos Estados Unidos, o preso tem direito a pedir para cumprir a pena em determinada penitenciária. O juiz pode aceitar o pedido, mas a palavra final é do Federal Bureau of Prisons, órgão que administra o sistema penitenciário federal. Em sua decisão, o FBP leva em conta se o grau de periculosidade do condenado combina com o nível de segurança da prisão. Blagojevich escolheu Englewood porque é uma prisão razoável. É lá que Jeffrey Skilling, o ex-presidente da Enron, ex-gigante do setor de energia, está cumprindo sua pena de 24 anos. Skilling foi condenado por sua participação no enorme escândalo contábil que acabou levando a Enron à falência, em 2001.

[...]

Não existe prisão feliz, mas existem prisões que punem com a perda da liberdade, como deve ser, e não com a perda da dignidade humana. Nos Estados Unidos, a crise que estourou em 2008 chegou às prisões, que estão cada vez mais superlotadas e com menos dinheiro. Na Califórnia, o custo das penitenciárias pressiona os gastos com as escolas e o sistema universitário. Para aliviar o peso orçamentário das prisões estaduais, o governo criou um programa para que mais criminosos cumpram pena nas cadeias municipais. Há casos de cidades que estão cobrando dos presos pelos gastos com comida, roupa e saúde. Os pobres não pagam nada.

[...]

Nos Estados Unidos, 1 000 americanos em média são condenados por corrupção a cada ano nas cortes federais (veja o quadro). No Brasil, contam-se nos dedos. Um levantamento feito por seis estudiosos da Universidade de Illinois mostra que Chicago é a cidade com mais corruptos - ou que mais prende corruptos. De 1976 até 2010, foram mais de 1 500 condenados. A segunda cidade é Los Angeles, com quase 1 300 presos, seguida de Nova York, com 1 200. A capital, Washington, é apenas a quarta na lista, com 1 000 corruptos presos em 34 anos."

Fonte: André Petry

04 novembro 2011

MF Global


A MF Global, que pediu concordata no dia 31/10/2011, pode entrar para a lista dos dez maiores colapsos da história corporativa dos EUA, segundo dados da empresa de pesquisa BankruptcyData.com, com base no valor dos ativos antes da solicitação de concordata. Pelos dados divulgados até 30 de setembro, a MF Global deve ficar pouco acima da Chrysler, como a oitava maior concordata norte-americana. Veja a lista, segundo The Wall Street Journal:

1) Lehman Brothers Holdings. Concordata em setembro de 2008. Ativos: US$ 691 bilhões

2) Washington Mutual. Concordata em setembro de 2008. Ativos: US$ 327,9 bilhões

3) WorldCom. Concordata em 2002. Ativos: US$ 103,9 bilhões

4) General Motors. Concordata em junho de 2009. Ativos: US$ 91 bilhões

5) CIT Group. Concordata em novembro de 2009. Ativos: US$ 80,4 bilhões

6) Enron. Concordata em 2001. Ativos: US$ 65,5 bilhões

7) Conseco. Concordata em 2002. Ativos: US$ 61,4 bilhões

8)Chrysler. Concordata em abril de 2009. Ativos: US$ 39,3 bilhões (MF Global. Ativos: US$ 41 bilhões, em 30 de setembro)

9) Thornburg Mortgage. Concordata em maio de 2009. Ativos: US$ 36,5 bilhões

10) Pacific Gas & Electric Co. Concordata em 2001. Ativos US$ 36,15 bilhões

Fonte: Agência Estado e Dow Jones

12 julho 2011

Por que há tantos líderes ruins?

Rafael Palladino, do Banco Panamericano. Carly Fiorina, da HP. Bob Nardelli, do Home Depot. Gilberto Tomazoni, da Sadia. Bernie Ebbers, da WorldCom. Harry Stonecipher, da Boeing. Dominique Strauss-Kahn, do FMI. A lista de executivos-chefes que se mostraram inadequados, por motivos que vão de fraude e escândalos sexuais a erros de gestão ou omissão, é enorme. Tão grande que impõe a questão: é assim tão difícil escolher um bom líder para a empresa? Pelo ritmo intenso de trocas de comando – o estudo anual da consultoria Booz & Co. conclui que a rotatividade nas 2,5 mil maiores companhias abertas em 2010 foi de 11,2% –, parece que sim. Por quê?

O primeiro motivo é a pressão a que estão submetidos os executivos-chefes. Num mundo mais competitivo, em que os resultados precisam vir mais rapidamente, é natural que a rotatividade aumente. Mas um estudo psicológico de como são feitas as escolhas de líderes apontou problemas recorrentes, capazes de causar grandes prejuízos. O estudo é dos pesquisadores Jeffrey Cohn e Jay Moran, da consultoria Spencer Stuart, autores de Why Are We Bad at Picking Good Leaders? (“Por que somos ruins para escolher bons líderes?”). A seguir, as cinco principais armadilhas em que conselho e acionistas caem:

1. Síndrome da patota_Cercar-se de iguais é intrínseco ao ser humano. “Muitos executivos do alto escalão favorecem, mesmo que inconscientemente, os profissionais com histórico, experiências e características similares às suas próprias”, dizem os autores. No Banco Panamericano, Rafael Palladino, um ex-personal trainer sem diploma em administração sob cuja gestão o banco quase fechou, era primo em primeiro grau de Íris Abravanel, mulher de Silvio Santos.

2. Síndrome dos holofotes_A loquacidade e o carisma, o talento de magnetizar uma plateia, costumam impressionar os selecionadores. O prestígio do CEO carismático é ainda residual da “Era Jack Welch” na GE. Casos como o de Steve Jobs, que dá verdadeiros shows nas apresentações da Apple, reforçam o mito. Porém, como advertem os autores, o grande carisma diante do público às vezes camufla uma insuficiência na comunicação íntima, face a face. “Falar em público é uma capacitação aprimorável com um coach. Já a comunicação direta com o interlocutor é algo bem mais difícil de desenvolver”, dizem.

3. Síndrome do deslocamento-Poucos CEOs foram tão demonizados na década passada quanto o autocrático Bob Nardelli, em sua desastrada passagem pela rede de varejo Home Depot. Ao tentar gerar eficiência operacional, Nardelli quase destruiu a cultura descentralizada, informal e amigável que era marca registrada da rede. O CEO chutado, obviamente, estava longe de ser um tolo. Na década de 90, fora um dos executivos mais admirados dos Estados Unidos, na General Electric. “Há casos em que as competências do executivo estão deslocadas, e não têm como ser bem utilizadas na empresa”, dizem Cohn e Moran. O caso de Nardelli era mais ou menos como exigir de um caminhão Scania a performance de uma Ferrari.

4. Síndrome do menino-prodígio-É fácil ficar impressionado com profissionais brilhantes, principalmente se forem jovens geniais. Mas esse encantamento às vezes impede de enxergar falhas grandes em outros aspectos, como a ética ou a capacidade de comunicação. O caso mais notório, na última década, foi o de Jeffrey Skilling, ex-CEO da Enron, hoje cumprindo pena de 24 anos numa cadeia americana por causa de uma bilionária fraude de “contabilidade criativa”. Precoce, Skilling era braço direito do então presidente Kenneth Lay, nos anos 90. Ajudou-o a catapultar a capitalização de mercado da Enron, de US$ 2 bilhões para US$ 70 bilhões. Tornou-se sucessor natural de Lay. Foi um desastre.

5. Síndrome do bom-moço-É o contrário da anterior, o encantamento com o executivo-modelo, querido por todos. A justificativa em geral vai para o lado de que a pessoa é uma ótima “formadora de equipes”, ou “cria sinergia”. A dura realidade, dizem os autores, é que “os melhores líderes raramente são bons membros de equipe”. O profissional “bom-moço” tem ascensão rápida na escada corporativa. Mas quase sempre dá um ótimo número 2, não número 1. Tendendo à gestão por consenso, ele costuma agregar profissionais de pensamento homogêneo.

Ter em mente essas armadilhas não vai livrar as empresas de sofrerem deslizes. Mas diminui, dizem Cohn e Moran, a possibilidade de um desastre.

Contabilidade criativa – É a manipulação das demonstrações financeiras de empresas, aproveitando brechas na legislação para turbinar resultados. A expressão tornou-se célebre em 2001 com os escândalos contábeis da Enron e da WorldCom.

Fonte: aqui

22 junho 2011

Jogo da Confiança

Pesquisa tenta mapear o que faz os grandes investidores locais e estrangeiros terem maior ou menor segurança para aplicar seu dinheiro no Brasil ou em outros mercados pelo mundo.

O que leva um investidor que mal sabe onde fica o Brasil a destinar parte de seus recursos ao país? E que fatores o fazem sair do país tão rápido quanto entrou? Ou por que o estrangeiro confia mais que o brasileiro no mercado local?Para responder a essas perguntas, a advogada Anna Lygia Costa Rego, do escritório Trench, Rossie Watanabe Advogados, procurou 50 investidores, locais e estrangeiros e reguladores do mercado, para saber o que os faz confiar no país e o que mais eles temem. O resultado da pesquisa revela que alguns vícios dos grandes investidores são iguais aos de qualquer pequeno aplicador na hora de tomar decisões. O trabalho transformou-se em tese de doutorado defendida no ano passado na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo.

Perguntados sobre se confiam no Brasil, 75% dos estrangeiros responderam que sim, número que cai para 45% no caso dos brasileiros. Segundo Lygia, isso mostra que os motivos para estrangeiros e locais confiarem no país são diferentes, apesar de os dados econômicos analisados serem os mesmos.

Para Lygia, há um certo exagero nas duas pontas. "De 1990 para cá, a confiança dos estrangeiros no Brasil melhorou muito, mas nem tanto com os locais", diz. Entre os brasileiros ouvidos estão representantes de corretoras, escritórios de advocacia e bancos. "Os outros 55% locais confiam desconfiando, são muito céticos com o futuro do país."

O principal problema do Brasil para os brasileiros é a morosidade do Judiciário, enquanto, para o estrangeiro, é a corrupção, diz Lygia. Já com relação à confiança, para o estrangeiro, é mais importante o retorno do investimento do que o arcabouço legal. Já para o brasileiro, o fator de confiança é a estabilidade econômica e o controle da inflação.

Um ponto importante na pesquisa de Lygia é que, depois do controle da inflação, o principal fator de confiança dos investidores locais é o crescimento econômico. Somente em terceiro lugar aparece a segurança jurídica, que deveria ser justamente o que garantiria o cumprimento das regras dos mercados. A explicação de Lygia é que, apesar de não ser citada, a segurança jurídica aparece subliminarmente. "Os reguladores também afirmaram que os fatores econômicos vêm antes na definição da confiança", diz.

O fundamento do trabalho de Lygia é que, apesar de toda a base racional dos investimentos, tudo está lastreado na confiança. "Se não confia na contraparte, ou o banco exige tanta garantia que torna a operação inviável ou nem faz." Confiança, admite ela, pode ser um tema abstrato, mas está presente no dia a dia de todos. "Um empresário tem de confiar em seus funcionários, senão a empresa não funciona, pois não há como fiscalizar todos o tempo todo", diz.

Ao mesmo tempo, sabe-se que reconquistar a confiança é um processo muito mais complexo do que criá-la. "Por isso resolvi trabalhar com essa variável no campo do investimento", afirma.

De acordo com ela, a primeira observação é que aumentar a regulamentação é a primeira medida para tentar recuperar a confiança abalada entre os agentes econômicos. Um exemplo disso é a lei americana Sarbanes-Oxley depois do caso da quebra fraudulenta da empresa de energia Enron em 2001. E que se repete hoje com a tentativa do governo americano de reforçar a fiscalização sobre os bancos e os derivativos depois da crise de 2008.

Segundo Lygia, apesar de a questão da confiança ser tratada por muitos grandes gestores internacionais de recursos como derivada de fatores técnicos, há uma questão afetiva e que envolve a psicologia do investidor. "Recorri a dois autores, os israelenses Daniel Kahneman e Amos Tversky, e sua ciência cognitiva, as escolhas irracionais humanas, para explicar como se dá a criação da confiança", explica.

Os estudos dos dois autores, que renderam a Kahneman o Prêmio Nobel de Economia de 2002, conseguiram convencer os economistas mais ortodoxos de que nem sempre a racionalidade é que comanda as decisões.

Ela dá os exemplos também de outros autores como Kenneth Arrow, que classifica que os países mais atrasados do mundo são os que apresentam maior falta de confiança de seus agentes. Cita também o ex-presidente do Fed, o banco central americano, Alan Greenspan, que se surpreendeu ao analisar os mercados dos EUA e concluir que todas as transações são feitas por necessidades espontâneas dos agentes e muitas delas são acordos verbais que depois são registrados oficialmente. Dessa forma, a confiança seria o maior valor de uma empresa.

Um exemplo de como essa confiança pesa no mercado é novamente o caso Enron. A descoberta das irregularidades em uma das maiores empresas do mercado americano abalou não só a confiança nas empresas, como também nas auditorias em geral e no mercado.

O que Lygia tenta mostrar é como a confiança entra na questão dos erros dos investidores, usando as teorias de Kahneman e da irracionalidade na hora da tomada das discussões. E como isso leva um investidor a confiar em determinado mercado e não em outro. O que fica claro é que, se um país perde a confiança dos investidores, ele demora a recuperá-la, mesmo que os fatores que tenham levado ao problema já tenham sido eliminados. Foi assim com o Brasil na década de 90 após a crise da dívida externa.

Isso é reforçado pelo fato de todos os investidores internacionais olharem apenas duas ou três fontes de informações, em geral grandes bancos ou agências de rating. Isso tudo acentua movimentos de manada como os que ocorreram na época das crises dos mercados emergentes nos anos 90 e mais recentemente em 2008. "O medo das perdas faz os investidores tomarem decisões rápidas e acompanhando o mercado", diz.

Lygia chama a atenção para o fato de que os investidores usam as mesmas palavras para definir a confiança, tanto na China quanto no Brasil. Uma das razões para isso é o efeito da imprensa como formadora de opinião e fonte das probabilidades de ocorrência de problemas.

Por isso, as pessoas usam exemplos de confiança dados pela imprensa para basear suas opiniões. "Hoje a confiança não é vista como uma questão técnica pelos investidores, assim como a transparência também não era há alguns anos", diz Lygia.

A proposta de Lygia é tentar criar um sistema para analisar os fatores que influenciam a confiança e usar isso como política pública, corrigindo os fatores que possam distorcer a imagem do país lá fora ou internamente.


Fonte: Angelo Pavini -Valor Econômico -21/06/2011

19 maio 2011

Ex-executivo da Enron sai da cadeia

O ex-chefe financeiro da empresa de energia Enron, Andrew Fastow, saiu hoje (18/5) da penitenciária onde estava desde setembro de 2006. Ele cumpre uma pena de seis anos por ter sido um dos principais arquitetos do esquema de corrupção ocorrido na empresa, no final de 2001.

Segundo a imprensa internacional, Fastow segue do estado da Luisiana, nos Estados Unidos, para Huston, no Texas, onde vai ficar em uma casa de reabilitação (uma espécie de intermediária entre a prisão e a liberdade), até o dia 17 de dezembro. De acordo com a agência Reuters, os advogados de Fastow afirmaram que o ex-CFO (Chief Financial Officer) teria começado a abusar de álcool e drogas dentro da prisão, o que pode acarretar no encurtamento da pena.

O executivo da extinta Enron foi para a cadeia depois de ser declarado culpado por ajudar a empresa a esconder prejuízos e dívidas e enganar investidores. Prestes a ter a liberdade, a pena de Fastow poderia ter sido muito maior. Sua primeira condenação ocorreu em 2004, quando concordou em pagar 10 anos de prisão em troca de cooperar com as autoridades. A punição, que já era uma regalia, foi reduzida para seis anos quando o acusado resolveu testemunhar contra os ex-presidentes-executivos da Enron Kenneth Lay e Jeffrey Skilling.

Em dezembro de 2001, a Enron, que era uma das maiores empresas dos Estados Unidos, decretou falência, revelando uma dívida de 22 bilhões de dólares, criada após os executivos fraudarem os livros de contabilidade da empresa. Em 2006, os dois principais executivos da Enron foram condenados. Lay morreu antes de receber a sentença, e Skilling teve que pagar 45 milhões de dólares de multa e, hoje, cumpre pena de 24 anos de prisão.

Fonte: Luciana Carvalho, Exame.com

10 março 2011

Emails dos funcionários da Enron

Emails dos funcionários da Enron - Postado por Pedro Correia

Em outubro de 2003, Andrew McCallum, cientista da computação da Universidade de Massachusetts, observou que o governo americano tinha uma coleção de mais de cinco milhões de mensagens de email da Enron, que era investigada na época. Ele comprou uma cópia do banco de dados por 10 mil dólares e tornou disponível gratuitamente para pesquisadores acadêmicos e corporativos. Aqui está o link para a base de dados.

29 dezembro 2010

Enron

Durante o escândalo da Enron, Carl Bass e Thomas Bauer, como auditores da Arthur Andersen LLP, perceberam que existia algo de errado com a empresa auditada. Bass e Bauer avisaram seus supervisores da possibilidade de existirem problemas com a contabilidade da empresa de energia do Texas.

Agora, quase dez anos depois da falência da Enron e da Andersen, por conta do escândalo contábil, os registros de CPA de Bass e Bauer estão sendo cassados. A acusação é que ambos são inaptos para exercerem a profissão. A medida está sendo tomada pelo Texas State Board of Public Accountancy, que acredita que eles violaram as normas profissionais no exercício da profissão de auditor.

O caso ainda está em discussão na justiça, mas o diretor-executivo do conselho texano citou que o escândalo da Enron provocou perdas para os acionistas e funcionários.

27 dezembro 2010

Teste #399

Para os contadores Carl Bass é um herói. Como auditor da Arthur Andersen, Bass alertou seus supervisores que existia algo de errado com a Enron. Quase uma década depois, o Texar State Board of Public Accountancy resolveu agir e decidiu:

cassou a licença de CPA de Bass por violar as normas da profissão
dar uma medalha para Bass pelos serviços prestados para profissão
elegeu Bass seu presidente

Resposta do anterior: próximo aos 200 ou 191 em 31 de dezembro de 2009. Fonte: Anpcont

19 agosto 2009

GE: seguindo a Enron?

"No primeiro mês", ele relembra, "eu informei um executivo que nossos resultados ficaram baixos" em razão de perdas com operações no exterior.
"Então fazer o que?", replicou o executivo. "Basta reverter alguns lançamentos"

(...) Outro chefe disse que ele estava "levando os cursos de contabilidade muito a sério".


James Martin, no livro ''In Good Company: The Fast Track From the Corporate World to Poverty, Chastity and Obedience.''


O papel da KPMG [a auditoria] é interessante. A denúncia indica que funcionários não nomeados da contabilidade da GE falharam em fornecer importantes informações para KPMG, mas a GE diz que estas informações foram dadas mais tarde para os auditores.

Inside G.E., A Little Bit Of Enron, Floyd Norris, 7/8/2009, The New York Times
Times

29 abril 2009

Enron, ainda

Duas notícias sobre a Enron e sua empresa de auditoria:

A Arthur Andersen concordou em pagar US$ 16 milhões aos credores da Enron para encerrar processo que acusava a empresa de contabilidade de ter sido negligente na auditoria da operadora de energia, que faliu em 2001.

A Andersen, atualmente quase extinta, é acusada de aprovar transações que maquiaram a situação financeira da Enron -que chegou a ter valor de mercado de US$ 68 bilhões, antes de implodir em meio a denúncias de fraude.

Arthur Andersen paga US$ 16 mi a credores da Enron
29 Abril 2009 - Folha de São Paulo


A segunda notícia:

A Arthur Andersen concordou em pagar US$ 16 milhões aos credores da Enron para encerrar processo envolvendo as acusações de que a empresa de contabilidade teria sido negligente na auditoria e assessoria que prestou à operadora de energia, que faliu em 2001.

Uma audiência para que um juiz do Tribunal de Falências dos EUA aprove o acordo está marcada para o dia 14 de maio. O acordo encerra um processo movido em Houston, no Estado norte-americano do Texas, que acusava a Arthur Andersen, atualmente em grande medida extinta, de aprovar transações que maquiaram a situação financeira da Enron em benefício de seus executivos.

"Foi um longo processo e estamos satisfeitos de termos conseguido chegar a um acordo", disse Harlan Loeb, porta-voz dos credores. As duas partes pediram que um juiz aprovasse um acordo, em documento protocolado em 21 de abril no Tribunal Federal de Falências de Nova York.

A Enron, com sede em Houston, foi a maior empresa de comercialização de energia do mundo, com um valor de mercado de até US$ 68 bilhões, antes de implodir em meio a denúncias de fraude contábil.
Andersen paga para encerrar processo Enron
29 Abril 2009 - Valor Econômico

08 janeiro 2009

O fato do dia: Enron da India

O fato do dia em contabilidade é um escândalo com a empresa Satyam, da Índia, que lembra um pouco o que ocorreu com a Enron, nos EUA. (grifo meu)

WSJ:Escándalo por fraude corporativo Satyam estremece a India
07/01/2008 - Dow Jones en Espanol - Por Nirah Sheth, Jackie Range y Romit Guha - THE WALL STREET JOURNAL

El presidente de la junta de una de las compañías de tecnologías de la información más grandes de India admitió que inventó resultados financieros clave, incluyendo un balance ficticio de efectivo de más de US$1.000 millones, una revelación que ha sacudido al mundo empresarial de la India y probablemente hará que los inversionistas cuestionen la validez de los resultados corporativos a medida que la otrora boyante economía se desacelere.

B. Ramalinga Raju, fundador y presidente de la junta de Satyam Computer Services Ltd. -"satyam" significa verdad en sánscrito- dijo en una carta de renuncia que también exageró las ganancias por los últimos años, exageró la cantidad de deuda que se le debía a la compañía y subestimó sus deudas. Finalmente, el engaño alcanzó "proporciones simplemente inmanejables" y quedó en una posición "como montando un tigre, sin saber como bajarse sin ser devorado".

La noticia desató temores sobre el gobierno corporativo y los estándares de contabilidad a lo largo de la industria india, especialmente dado que Satyam era auditado por PricewaterhouseCoopers y tenía directores independientes de alto perfil, incluyendo a un profesor de la Escuela de Negocios de Harvard, en su junta hasta hace poco.

PricewaterhouseCoopers dijo que está examinando la declaración de Raju y declinó hacer más comentarios. Inmediatamente se hicieron comparaciones a los problemas de gobierno y contabilidad corporativa que se generaron con la crisis de Enron.

(...) Entre sus clientes cuenta con gigantes como Nestlé SA, General Electric Co., Caterpillar Inc., Sony Corp. y Nissan Motor Corp.

(...) La debacle de Satyam llega en un momento difícil para las compañías tecnológicas líderes de India, que han pasado a simbolizar las aspiraciones del propio país de ser una superpotencia comercial y un gran actor en el negocio global de la subcontratación y la administración de datos. La industria, pese a que emplea directamente sólo cerca de dos millones de los 1.100 millones de habitantes de India, ayudó a forjar un próspero sector de servicios en grandes metrópolis como Bangalore, Mumbai, Delhi e Hyderabad. (...)

En su carta de confesión de cinco páginas a la junta de Satyam, Raju dijo que inicialmente la brecha entre las ganancias operativas reales de la empresa y las reflejadas en los libros había sido marginal. Pero a medida que Satyam creció y sus costos se incrementaron, también lo hizo el tamaño de la brecha. Raju temía que si la compañía parecía tener un pobre desempeño, podría motivar un intento de adquisición que expondría las discrepancias, así que forjó formas de esconderlo.

Públicamente, la compañía reportó cifras estelares. En el año que terminó el 31 de marzo de 2008, Satyam reportó US$2.100 millones en ventas y US$427,55 millones en ganancias. Eso representó un crecimiento de 48% en los ingresos y de 35,5% en ganancias frente al año anterior.

Sin embargo, el fraude se hizo cada vez más difícil de mantener a medida que la suerte de la compañía cambió para mal. Raju dijo en su carta que en el trimestre que terminó el 30 de septiembre las ventas reales de Satyam fueron de US$434 millones, mientras que reportó US$555 millones. Satyam reportó US$136 millones en ganancias, pese a que la cantidad real era de sólo US$12,5 millones. La compañía también reportó que tenía US$1.100 millones disponibles en efectivo. En realidad, sólo tenía US$66 millones, dijo Raju.

10 setembro 2008

Enron e Indenização

Um juiz federal dos Estados Unidos aprovou a distribuição de 7,2 bilhões de indenização a ex-acionistas da Enron. O escritório de advocacia Coughlin Stoia Geller Rudman & Robbins irá receber 688 milhões mais juros pela defesa do litígio. Aproximadamente 1,5 milhão de investidores deverão receber em média 6,79 por ação.

O valor de 7,2 bilhões bate o recorde anterior da WorldCom, também uma empresa envolvida em fraudes contábeis.

Do valor a ser pago, 6,6 bilhões tem origem nas instituições financeiras como JP Morgan, Citigroup e outras que previamente concordaram em efetuar pagamentos para evitar processos.

$7.2 Billion Approved for Enron Shareholders
Stephen Taub, CFO, 9/9/2008


A seguir, trecho da Gazeta Mercantil sobre o acordo:

Advogados receberam US$ 688 milhões
Gazeta Mercantil - 10/9/2008

Os advogados dos investidores da falida Enron Corp. vão receber a soma recorde de US$ 688 milhões em honorários por terem conseguido recuperar mais de US$ 7,2 bilhões de instituições financeiras, empresas de auditoria e diretores da falida comercializadora de energia elétrica, determinou ontem uma juíza federal dos Estados Unidos.

Os honorários arbitrados pela Justiça são os maiores já pagos a advogados em um caso de fraude com valores mobiliários, segundo dados compilados pela Bloomberg News. O juiz disse que o pagamento se justifica devido à quantia recorde que os advogados recuperaram para os investidores da Enron. Depois do escândalo, os investidores que solicitavam judicialmente mais de US$ 40 bilhões para cobrir seus prejuízos.

Para o tribunal, "não é surpresa o total" de honorários advocatícios concedidos ao escritório Coughlin Stoia Geller Rudman & Robbins. Pelo contrário, "esse foi um pagamento razoável e merecido feito a um grupo extraordinário de advogados que conseguiu obter a maior quantia já firmada em um acordo, apesar da situação incrivelmente adversa que eles tinham diante de si", escreveu a juíza do Tribunal de Primeira Instância dos Estados Unidos, Melinda Harmon.

As estimativa é que os advogados gastaram mais de 280 mil horas se preparando para o julgamento e na negociação de acordos extrajudiciais com o Bank of America Corp., o Citigroup Inc., o JPMorgan Chase & Co., o Canadian Imperial Bank of Commerce, o Lehman Brothers Holdings Inc., a Arthur Andersen LP, a Kirkland & Ellis, os antigos diretores externos da Enron e com outras pessoas, segundo a sentença da juíza Melinda Harmon.

Os advogados criaram um espaço de armazenamento especialmente para os milhões de documentos da Enron e ouviram mais de 420 testemunhas. Eles desembolsaram mais de US$ 45 milhões em despesas pagas dos próprios bolsos para financiar o litígio, que teve início no final de 2001. (...)

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 10)(Bloomberg News)