Translate

Mostrando postagens com marcador educacao. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador educacao. Mostrar todas as postagens

25 agosto 2012

Paulo Freire


Viva Paulo Freire!
Olavo de Carvalho
Diário do Comércio, 19 de abril de 2012

Vocês conhecem alguém que tenha sido alfabetizado pelo método Paulo Freire? Alguma dessas raras criaturas, se é que existem, chegou a demonstrar competência em qualquer área de atividade técnica, científica, artística ou humanística? Nem precisam responder. Todo mundo já sabe que, pelo critério de “pelos frutos os conhecereis”, o célebre Paulo Freire é um ilustre desconhecido.

As técnicas que ele inventou foram aplicadas no Brasil, no Chile, na Guiné-Bissau, em Porto Rico e outros lugares. Não produziram nenhuma redução das taxas de analfabetismo em parte alguma. Produziram, no entanto, um florescimento espetacular de louvores em todos os partidos e movimentos comunistas do mundo. O homem foi celebrado como gênio, santo e profeta.

Isso foi no começo. A passagem das décadas trouxe, a despeito de todos os amortecedores publicitários, corporativos e partidários, o choque de realidade. Eis algumas das conclusões a que chegaram, por experiência, os colaboradores e admiradores do sr. Freire:

“Não há originalidade no que ele diz, é a mesma conversa de sempre. Sua alternativa à perspectiva global é retórica bolorenta. Ele é um teórico político e ideológico, não um educador.” (John Egerton, “Searching for Freire”, Saturday Review of Education, Abril de 1973.)

“Ele deixa questões básicas sem resposta. Não poderia a ‘conscientização’ ser um outro modo de anestesiar e manipular as massas? Que novos controles sociais, fora os simples verbalismos, serão usados para implementar sua política social? Como Freire concilia a sua ideologia humanista e libertadora com a conclusão lógica da sua pedagogia, a violência da mudança revolucionária?” (David M. Fetterman, “Review of The Politics of Education”, American Anthropologist, Março 1986.)

“[No livro de Freire] não chegamos nem perto dos tais oprimidos. Quem são eles? A definição de Freire parece ser ‘qualquer um que não seja um opressor’. Vagueza, redundâncias, tautologias, repetições sem fim provocam o tédio, não a ação.” (Rozanne Knudson, Resenha da Pedagogy of the Oppressed; Library Journal, Abril, 1971.)

“A ‘conscientização’ é um projeto de indivíduos de classe alta dirigido à população de classe baixa. Somada a essa arrogância vem a irritação recorrente com ‘aquelas pessoas’ que teimosamente recusam a salvação tão benevolentemente oferecida: ‘Como podem ser tão cegas?’” (Peter L. Berger, Pyramids of Sacrifice, Basic Books, 1974.)

“Alguns vêem a ‘conscientização’ quase como uma nova religião e Paulo Freire como o seu sumo sacerdote. Outros a vêem como puro vazio e Paulo Freire como o principal saco de vento.” (David Millwood, “Conscientization and What It's All About”, New Internationalist, Junho de 1974.)

“A Pedagogia do Oprimido não ajuda a entender nem as revoluções nem a educação em geral.” (Wayne J. Urban, “Comments on Paulo Freire”, comunicação apresentada à American Educational Studies Association em Chicago, 23 de Fevereiro de 1972.)

“Sua aparente inabilidade de dar um passo atrás e deixar o estudante vivenciar a intuição crítica nos seus próprios termos reduziu Freire ao papel de um guru ideológico flutuando acima da prática.” (Rolland G. Paulston, “Ways of Seeing Education and Social Change in Latin America”, Latin American Research Review. Vol. 27, No. 3, 1992.)

“Algumas pessoas que trabalharam com Freire estão começando a compreender que os métodos dele tornam possível ser crítico a respeito de tudo, menos desses métodos mesmos.” (Bruce O. Boston, “Paulo Freire”, em Stanley Grabowski, ed., Paulo Freire, Syracuse University Publications in Continuing Education, 1972.)

Outros julgamentos do mesmo teor encontram-se na página de John Ohliger, um dos muitos devotos desiludidos (http://www.bmartin.cc/dissent/documents/Facundo/Ohliger1.html#I).

Não há ali uma única crítica assinada por direitista ou por pessoa alheia às práticas de Freire. Só julgamentos de quem concedeu anos de vida a seguir os ensinamentos da criatura, e viu com seus própios olhos que a pedagogia do oprimido não passava, no fim das contas, de uma opressão da pedagogia.

Não digo isso para criticar a nomeação póstuma desse personagem como “Patrono da Educação Nacional”. Ao contrário: aprovo e aplaudo calorosamente a medida. Ninguém melhor que Paulo Freire pode representar o espírito da educação petista, que deu aos nossos estudantes os últimos lugares nos testes internacionais, tirou nossas universidades da lista das melhores do mundo e reduziu para um tiquinho de nada o número de citações de trabalhos acadêmicos brasileiros em revistas científicas internacionais. Quem poderia ser contra uma decisão tão coerente com as tradições pedagógicas do partido que nos governa? Sugiro até que a cerimônia de homenagem seja presidida pelo ex-ministro da Educação, Fernando Haddad, aquele que escrevia “cabeçário” em vez de “cabeçalho”, e tenha como mestre de cerimônias o principal teórico do Partido dos Trabalhadores, dr. Emir Sader, que escreve “Getúlio” com LH. A não ser que prefiram chamar logo, para alguma dessas funções, a própria presidenta Dilma Roussef, aquela que não conseguia lembrar o título do livro que tanto a havia impressionado na semana anterior, ou o ex-presidente Lula, que não lia livros porque lhe davam dor de cabeça.

02 julho 2012

Predadores e Professores


Predators and Professors - 18 Junho de 2012

Simon Johnson, a former chief economist of the IMF, is co-founder of a leading economics blog, http://BaselineScenario.com, a professor at MIT Sloan, a senior fellow at the Peterson Institute for International Economics, and co-author, with James Kwak, of White House Burning: The Founding Fathers, Our National Debt, and Why It Matters to You.

WASHINGTON, DC – Are America’s great universities still the stalwart custodians of knowledge, leading forces for technological progress, and providers of opportunity that they once were? Or have they become, in part, unscrupulous accomplices to increasingly rapacious economic elites?

Towards the end of Charles Ferguson’s Academy Award-winning documentary Inside Job, he interviews several leading economists regarding their role as paid cheerleaders for the financial sector’s excessive risk-taking and sharp practices in the run-up to the crisis of 2008. Some of these prominent academics received significant sums to promote the interests of large banks and other financial-sector firms. As Ferguson documents in the movie and in his recent sobering book, Predator Nation, many such payments are not fully disclosed even today.

Predation is an entirely appropriate term for these banks’ activities. Because their failure would traumatize the rest of the economy, they receive unique protections – for example, special credit lines from central banks and relaxed regulations (measures that have been anticipated or announced in recent days in the United States, the United Kingdom, and Switzerland).

As a result, the people who run these banks are encouraged to assume a lot of risky bets, which include pure gambling-type activities. The bankers get the upside when things go well, while the downside risks are largely someone else’s problem. This is a nontransparent, dangerous, government-run subsidy scheme, ultimately involving very large transfers from taxpayers to a few top people in the financial sector.

To protect the scheme’s continued existence, global megabanks contribute large amounts of money to politicians. For example, JPMorgan Chase CEO Jamie Dimon recently testified to the US Senate Banking Committee about the apparent breakdown of risk management that caused an estimated $7 billion trading loss at his firm. OpenSecrets.org estimates that JPMorgan Chase, America’s largest bank holding company, spent close to $8 million in political contributions in 2011, and that Dimon and his company donated to most senators on the committee. Not surprisingly, the senators’ questions were overwhelmingly gentle, and JPMorgan Chase’s broader lobbying strategy appears to be paying off; “investigations” of irresponsible and system-threatening mismanagement will likely end up as whitewash.

In support of their political strategy, global megabanks also run a highly sophisticated disinformation/propaganda operation, with the goal of creating at least a veneer of respectability for the subsidies that they receive. This is where universities come in.

At a recent Commodity Futures Trading Commission roundtable, the banking-sector representative sitting next to me cited a paper by a prominent Stanford University finance professor to support his position against a particular regulation. The banker neglected to mention that the professor was paid $50,000 for the paper by the Securities Industry and Financial Markets Association, SIFMA, a lobby group. (The professor, Darrell Duffie, disclosed the size of this fee and donated it to charity.)

Why should we take such work seriously – or any more seriously than other paid consulting work, for example, by a law firm or someone else working for the industry?

The answer presumably is that Stanford University is very prestigious. As an institution, it has done great things. And its faculty is one of the best in the world. When a professor writes a paper on behalf of an industry group, the industry benefits from – and is, in a sense, renting – the university’s name and reputation. Naturally, the banker at the CFTC roundtable stressed “Stanford” when he cited the paper. (I’m not criticizing that particular university; in fact, other Stanford faculty, including Anat Admati, are at the forefront of pushing for sensible reform.)

Ferguson believes that this form of academic “consulting” is generally out of control. I agree, but reining it in will be difficult as long as the universities and “too big to fail” banks remain so intertwined.


22 março 2012

Frase


"Societies need to find ways to make adult education, including economic and financial literacy, far more available and far more compelling. If voters are uninformed and easily swayed towards demagogues peddling short-term ill-considered policies, there is little hope for righting the course of capitalist economies”.

26 outubro 2010

Auditoria: educação continuada, custo e qualidade

A área de auditoria tem sido objeto de exigências de educação profissional continuada em diversos países. A idéia é que horas em sala de aula melhoraria a qualidade dos trabalhos realizados pelo profissional, reduzindo os erros.

Mas ao retirar o profissional do trabalho, isto apresenta um custo elevado para as empresas. De duas formas: o custo do processo de qualificação profissional, ou seja pagar professores responsáveis pelo processo da educação continuada; e o custo decorrente das horas que não serão trabalhadas na atividade fim.

A expectativa dos órgãos reguladores é que a redução dos erros e a melhoria da qualidade do trabalho do auditor compensem os custos do processo. Uma pesquisa recente, publicada num periódico da American Accounting Association, mostra isto talvez não seja verdade.

Inicialmente constatou-se o óbvio: as exigências de educação continuada na profissão aumentam os custos (4,8% a mais em certos casos). O mais importante é que a exigências de horas em sala de aula para o profissional não produziu uma melhoria na qualidade do trabalho do auditor. Ou seja, a grande vantagem do processo de educação continuada na verdade não existiria.

Para ler mais: Education Requirements, audit fees, and audit quality. Arthur Allen & Angela Woodland. Auditing, vol. 29, n. 2, nov. 2010, p. 1-25,

02 janeiro 2010

Rir é o melhor remédio



O aluno chega atrasado e o professor manda sair. No dia seguinte, uma abordagem diferente, com resultado. Fonte: funnyplace

17 novembro 2006

Efeito diploma


Estudo revela queda do 'efeito-diploma' sobre salário

Raquel Salgado
Ter um diploma já não é mais uma vantagem tão grande na conquista de um salário melhor. Como mais pessoas estão se qualificando no país, os ganhos de rendimento relativos ao maior tempo dispensado à escola estão diminuindo. Em 2004, por exemplo, um trabalhador com o ensino superior completo ganhava 19,2% a mais do que aquele que tinha ido até o penúltimo ano desse nível. Em 1982, esse diferencial era muito maior, de 31%.

Um movimento semelhante, mas de menor intensidade ocorreu no ensino médio, chamado antes de colegial. Em 1982, ter completado os três anos desse grau fazia com que o salário subisse 31,8%. Dez anos depois, essa diferença atingiu os 40,5%. Pelos últimos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que são de 2004, o retorno à conclusão do ensino médio caiu para 27,2%. Os dados estão em um estudo dos economistas Anna Crespo e Maurício Cortez Reis.

"A tendência é que o prêmio refletido em salário maior por ter mais escolaridade diminua ao longo do tempo", comenta Reis, que é pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Isso tem acontecido porque a população brasileira está cada vez mais educada.

Não adianta nem mesmo completar os quatro anos do primário. Há 14 anos, estudar esses quatro anos levava a um incremento de 3,5% no rendimento. Hoje, esse grau não agrega absolutamente nada ao salário.

Em 1992, 9,6% dos trabalhadores brasileiros tinham completado o ginásio. Em 2004, esse número subiu para 11,6%. No ensino médio, a elevação foi ainda mais significativa no período: de 14,2% para 23,6%. A quantidade de pessoas com um diploma de graduação também cresceu e foi de 5,4% para 6,4%. Em compensação, a quantidade de pessoas com pouca escolaridade tem declinado. No começo da década de 80, 26% dos ocupados tinham cursado os quatro primeiros anos da escola. Dez anos depois, em 1992, esse número cedeu para 21,2% e agora, em 2004, despencou para 13,55%.

A redução do diferencial entre os salários embora pareça algo negativo à primeira vista, é um movimento natural de mercados de trabalho mais desenvolvidos. E, no Brasil, tem tido alguns reflexos positivos. Um deles é ajudar na diminuição da desigualdade social, explica Naércio Aquino Menezes Filho, professor da Universidade de São Paulo e do Ibmec. Quanto maior for a escolaridade, menor será o prêmio por ela. E isso não é ruim, ressalta o economista. "A queda se dá em termos relativos e não significa que uma pessoa graduada está ganhando menos em valores absolutos, mas sim que ela não ganha tão mais que as outras", diz.

Apesar da maior escolarização dos brasileiros e do aumento nos graus de escolaridade, os números ainda são muito precários. Na Argentina, a média da população tem 12 anos de estudo, enquanto no Brasil essa média está em torno de 7 anos, comenta Menezes Filho. A qualidade da educação brasileira também deixa a desejar. Porém, para ele, é melhor colocar todas as crianças na escola ainda que o ensino não seja o ideal. Foi isso o que fizeram países como a Coréia do Sul.

"Não adianta melhorar a qualidade sem antes incorporar todo mundo à escola. Se não for assim, cria-se um estudo de elite, como a que tivemos aqui no passado", diz. Menezes Filho também defende o aumento do tempo que a criança passa na escola e o uso de instrumentos que motivem e avaliam de perto os professores. "O salário deles deveria depender do desempenho dos alunos em testes de proficiência", sugere o professor da USP.


Fonte: Valor econômico, 13/11

09 outubro 2006

Privilégio e da Hipocrisia

A The Economist faz um comentário interessante sobre o livro “The Price of Admission: How America´s Ruling Class Buys Its Ways into Elite Colleges – and Who Gets Left Outside the Gates”, de Daniel Golden.

O livro trata de um assunto de como as universidades norte-americanas escolhem seus alunos. Os exemplos são interessantes e ajudam a explicar as razões pelas quais os dois candidatos na última eleição presidencial, George Bush e John Kerry, foram alunos de Yale apesar de não serem brilhantes. Ambos eram filhos de famílias que contribuíram financeiramente com a universidade. O que o livro parece deixar claro é que a entrada numa universidade de elite depende não somente do mérito acadêmico mas também da importância da família. A Duke University mandou o diretor de admissão na casa de Steven Spielberg para entrevistar sua filha adotiva. Princeton encontrou um jeito de arrumar um lugar para Lauren Bush, sobrinha do presidente, mesmo depois dela ter perdido a data do exame. A Brown University admitiu o filho de Michael Ovitz, ex-executivo da Disney.

Parte dos alunos que entram sem o mérito acadêmico decorre do desempenho esportivo. Enquadram nesta categoria não somente os jogadores de basquete mas também de squash, vela, corrida, golfe e outros que são mais elitizados.

Fonte: The Economist, 23/09/2006, p. 38