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27 outubro 2022

Nobel de Economia de 2022 gera polêmica

Nunca é tarde para uma boa discussão: 

No ano de 2022, o comitê que escolhe os ganhadores do Nobel não conseguiram agradar a muitos na opção do campo da economia. Ao escolherem três economistas que lidaram com a questão da crise bancária, o comitê provocou uma grande polêmica. Nem todo mundo considera que o prêmio foi "justo" ou "merecido", ao contrário do que ocorreu nos anos anteriores. 

O Nakedcapitalism apresenta um longo texto indicando que o modelo dos três ganhadores é errado e simplista. O texto destaca que Bernanke sequer era considerado um economista de destaque e mesmo o trabalho citado pelo comitê não era o seu melhor trabalho. O mesmo texto tenta convencer o leitor que o modelo Diamond-Dybvig é visto como fraco. 

O site Nakedcapitalism também critica o tempo que Bernanke passou no Fed e como ele conduziu o banco central antes, durante e depois da crise financeira de 2008. 

Sobre o modelo Diamond-Dybvig, o  Nakecapitalism traz um artigo que tenta desmontar o modelo. Mostra que o modelo deturpa a realidade - o que não é algo "grave" na economia, tornando "os economistas mais estúpidos e mais propensos a fazer a coisa errada antes de lerem o texto". 

Outro texto, de John Tanny (via aqui) afirma que Bernanke acredita que o crescimento econômico possui relação com a mudança de preços. Para ele, as ideias de Bernanke é um vergonha para os economistas e para o prêmio. 

Outro texto diz que o prêmio é uma piada. E foca na gestão de Bernanke no Fed, especialmente na crise sistêmica de 2008. 

O início desse estresse ocorreu apenas cerca de um mês depois que Ben Bernanke proclamou publicamente que os fundamentos da economia global eram fortes.

“A economia global continua forte, apoiada por um sólido crescimento econômico no exterior. No geral, a economia dos EUA parece se expandir em ritmo moderado no segundo semestre de 2007, com o crescimento se fortalecendo um pouco em 2008 a uma taxa próxima à tendência subjacente da economia." - Ben Bernanke, Julho de 2007

Bernanke previu em julho de 2007 que a economia dos EUA se fortaleceria em 2008. Foi apenas um ano após essa previsão que o país e o mundo estavam à porta de um "pior cenário" para os mercados globais: um colapso sistêmico.

Finalmente, no CafeHayek uma frase que chamou a atenção:

O Prêmio Nobel de Economia é financiado não pela Fundação Nobel, mas pelo banco central da Suécia. Normalmente, não acho que isso importe, mas, neste caso, me pergunto se isso acontece. O prêmio de 2022 parece ser uma afirmação dos banqueiros centrais do valor do banco central.

27 junho 2021

Curso dos Bilionários


Dos cem bilionários da lista da Forbes, 16 são graduados economia 

Economia foi o curso superior mais comum entre os cem bilionários mais ricos do mundo, segundo o Match College, sendo Harvard a universidade mais comum no currículo dos superricos. O estudo foi baseado na lista de Bilionários do Mundo da Forbes e complementado com pesquisas sobre a formação acadêmica dos bilionários. Os resultados, porém, devem ser acompanhados de duas ressalvas importantes, mas não há dúvidas de que a formação em economia fornece recursos úteis para aqueles que estão a caminho de ganhar US$ 1 bilhão. 

A primeira ressalva é que correlação não significa causalidade. O curso de economia permitiu que essas pessoas se tornassem bilionárias? Ou as pessoas com a ambição de se tornarem bilionárias escolheram o curso porque ele parecia mais adequado para esse fim? Talvez essas pessoas teriam sido bem-sucedidas se tivessem feito qualquer outro curso, ou talvez a escolha da graduação tenha sido pouco relevante para seu sucesso. 

Harvard foi a universidade de graduação mais comum para os bilionários da amostra, e novamente devemos perguntar: a educação em Harvard foi importante para que essas pessoas se tornassem bilionárias? Ou são as pessoas com cérebro e determinação para se tornarem bilionárias que são facilmente admitidas para estudarem em Harvard?  

A segunda ressalva é que devemos ser cautelosos com conclusões baseadas em números pequenos. Dos cem bilionários da lista, 16 cursaram economia. Todos os anos, cerca de 39 mil pessoas obtêm diplomas de economia nos EUA e muito mais no exterior, então provavelmente há alguns milhões de pessoas no mundo dos negócios que se formaram em economia. Dezesseis delas se tornaram os cem bilionários. Grande coisa. É provavelmente mais fácil do que ganhar na loteria, mas continua sendo um tiro no escuro.  

Um diploma de economia é útil para as pessoas no caminho de se tornarem bilionárias? Aqui, o estudo encontra terreno firme. Economistas aprendem sobre competição, que faz parte da análise de oferta e demanda.  

Nas aulas, os alunos aprendem não só que produtos competem com outros produtos semelhantes, mas também que competem com produtos diferentes que podem servir ao mesmo propósito. (Os telefones Android competem não apenas com iPhones, mas também com outros dispositivos que podem acessar a internet, tirar fotos e rodar jogos, por exemplo.) E todo produto compete com todos os outros produtos pela participação na carteira do comprador. Os telefones celulares competem com ingressos para shows e férias nos gastos do consumidor.  

O custo de oportunidade é outro conceito extremamente valioso que é ensinado na graduação em economia. O custo de uma atividade é o que você abre mão de fazer para realizá-la. Um empreendedor tem muitas ideias, mas não tem tempo suficiente para realizar todas. Uma atividade pode parecer barata em dólares, mas cara em termos de tempo gasto. Priorizar o tempo é ainda mais importante do que priorizar o dinheiro gasto na construção de um negócio.  

Incentivos são outra área da economia que os bilionários entendem. Os vendedores geralmente trabalham mais quando ganham comissão. Os clientes podem comprar mais quando há frete grátis. Um fornecedor pode demorar para pagar, a menos que receba um desconto. Os incentivos não são tudo, é claro. (Uma promoção de uísque escocês não vai convencer quem não bebe álcool a comprar.) Mas os incentivos são poderosos, ainda que não sejam onipotentes.  

Estudantes de economia também aprendem a pensar na margem. A maioria das decisões de negócios não são do tipo “tudo ou nada”, como “anunciar ou não”. Na verdade, o empresário pergunta: “Quanta receita um dólar adicional de publicidade traz?” Quanto produzirá um trabalhador adicional? Quanto é preciso cortar do preço para induzir mais uma venda? Isso leva naturalmente à sofisticada análise de dados que ajudou os empreendedores da Internet a ganhar seus bilhões.  

A maioria dos benefícios de saber economia para os empreendedores vem da microeconomia, o estudo de mercados específicos, em vez da macroeconomia, o estudo dos ciclos de negócios. Macroeconomia pode ser útil para investimentos (mas nem sempre), mas a microeconomia é o estudo para quem está abrindo um negócio –embora um pouco de macro também ajude.

Fonte: Aqui. Foto: aqui

Comentário: economia representa 16% e não sabemos os demais cursos. Então, associar a graduação com a riqueza pode ser inadequado. 

20 novembro 2020

A Língua da Economia

Blair Fix faz uma interessante análise das palavras usadas na economia. Ele usa alguns dos livros que são adotados no ensino da disciplina e compara com os outros livros publicados (inclusive literatura). Por exemplo:


A palavra preço aparece 13.900 vezes (em um milhão de palavras) nos livros de economia; mas só aparece 296 vezes (também em um milhão) nos demais livros. Ou seja, a frequência relativa é de 46,9 ou 13900/296. Isto indica que palavra é muito utilizada nos livros de economia. Parece óbvio, pois trata-se do jargão da disciplina. Já a palavra ciência ocorre menos na economia do que nos demais livros. Aqui Fix observa que isto talvez seja um reflexo do fato da economia ser uma pseudo-ciência. 

Observe que a última coluna da tabela é mais importante, pois relaciona o uso de um termo na economia com os demais livros. "Murder" (assassino) parece não interessante muito a economia quanto as demais obras. "Ditchdigger" (escavador de valas) é um termo muito pouco usado nos livros, mas ainda assim aparece mais nos livros de economia. As palavras mais usadas, de forma relativa, nos livros de economia, são:

Mas Fix considera que é importante analisar as palavras que não foram usadas ou foram usadas em uma quantidade menor que os demais livros. Veja o resultado a seguir:

Muitas palavras estão ligadas a religião (gospel, judeu, Deus, etc). Eis sua análise:

Os livros de economia, no entanto, são um tipo muito particular de escrita secular. Eles estão promovendo uma ideologia secular . E isso torna a subutilização de palavras religiosas dos economistas mais interessante. Enquadrado dessa forma, podemos pensar na Figura 4 como mostrando duas ideologias contrastantes. A ideologia secular da economia exclui amplamente a linguagem usada pelas ideologias religiosas. Fascinante.

Mas um resultado que Fix não esperava é o termo "anti". Em lugar de dizer "João é anti-democrático", os economistas constroem a frase como "João tem preferência pela não democracia".  Ou seja,

Os livros de economia estão vendendo uma ideologia que legitima o status quo. E a melhor maneira de fazer isso é silenciar qualquer conversa de oposição. Elimine 'anti' do seu vocabulário.

Contabilidade? - Alguém por favor use o método de Fix e faça um trabalho parecido para a contabilidade. 

05 dezembro 2018

Saúde e Economia

Quando uma pessoa tem alguma doença, os profissionais da área de saúde procuram descobrir o que causou o problema de saúde. Pode ser algo genético, associado aos hábitos da pessoa ou decorrente do ambiente onde vive. Em alguns casos, um remédio pode resolver a situação. Em outros, a mudança nos hábitos.

Uma pesquisa realizada por quatro professores da Universidade da Islândia, sendo dois da faculdade de medicina e dois da faculdade de economia, em conjunto com um pesquisador da Universidade da Virgínia, mostrou que eventos econômicos também pode causar problemas de saúde.

Em 2008, a economia da Islândia experimentou um crise econômica sem precedente. O primeiro-ministro chegou a afirmar que existia a possibilidade de um falência do país. Com isto, muitas pessoas perderam sua poupança, com a queda do mercado de ações, o desemprego triplicou e os preços dos imóveis caíram. Mesmo as pessoas que não foram ameaçadas pela crise sentiram seus efeitos, já que o país é muito pequeno e existem um forte vínculo familiar no país. A crise não durou muito tempo e já em 2011 era observada uma recuperação.

A pesquisa "The Effect of the economic collapse in Iceland on the probability of Cardiovascular events" analisa justamente a vinculação entre a crise da Islândia e o que ocorreu com a saúde da população no que se refere-se as chances de ocorrer um evento cardiovascular. Os autores concluíram que há uma relação positiva entre o fato econômico e o fato médico: apesar de ser um efeito pequeno, o problema é estatisticamente significante.

Leia mais em Birgisdóttir, Kristin et al. The Effect of the economic collapse in Iceland on the probability of Cardiovascular events. Working paper, NBER 25301, 2018.

12 maio 2017

A economia brasileira, segundo as empresas e seus relatórios

Algumas empresas brasileiras já divulgaram os resultados do primeiro trimestre do ano. Para algumas empresas, o período é “desafiador”, uma palavra muito comum nas narrativas apresentadas neste período. A grande maioria evita comentar sobre o cenário; quando fazem, tratam do cenário específico do setor onde atuam, não comentando o momento atual da economia brasileira.

Mas existe uma pequena parcela de empresa que mesmo que brevemente traçam um panorama da situação atual. Neste grupo, conforme pesquisado por este blog nas demonstrações trimestrais apresentadas, há muito mais um cenário positivo, do que negativo.

A seguir alguns exemplos coletados nas demonstrações contábeis trimestrais:

Fibria Celulose = “O ano de 2017 começou mais positivo para o mercado de celulose”

Romi = “O início de 2017 continua demonstrando fraca atividade econômica, contudo, alguns sinais de uma possível recuperação da economia brasileira, mesmo que lenta e gradual, puderam ser notados, como, por exemplo, a evolução nos índices de confiança apresentados a seguir.”

Klabin = “No primeiro trimestre de 2017 o aumento da confiança em relação à retomada da economia brasileira foi percebido na queda da inflação e das taxas de juros, na maior estabilidade cambial e na valorização do Ibovespa”

Grendene = “Em fevereiro deste ano, quando divulgamos nosso Relatório de Administração referente aos resultados de 2016, nossos comentários sobre a economia doméstica e as expectativas de sua recuperação em 2017 foram cautelosos, mas também nos declaramos confiantes no desempenho da Grendene e adiantamos que o início do ano estava nos surpreendendo positivamente. Os resultados obtidos comprovaram esta tendência”

Irani = “O primeiro trimestre de 2017 teve sinais positivos da economia brasileira.”

Cielo = “O primeiro trimestre de 2017 não apresentou alteração no comportamento do negócio, ainda pressionados por um cenário econômico desafiador, exigindo foco constante na disciplina em nossas operações.”

Suzano = “O primeiro trimestre foi marcado por um desempenho forte do mercado de celulose”

Profarma = “A atividade econômica brasileira, no início de 2017, apresentou alguns sinais de retomada. Fatores com efeitos mais estruturais, como o ajuste fiscal de longo prazo, a aceleração do afrouxamento monetário e o controle da inflação, contribuíram para uma percepção mais favorável e proporcionaram maior confiança dos agentes econômicos”

SulAmerica = “Começamos o ano de 2017 de maneira positiva”

Magazine Luiza = “O primeiro trimestre de 2017 deve ser o início de uma gradual recuperação na economia brasileira.”

Portobello = “A leve retomada da economia e melhora das expectativas de consumo trouxeram algum otimismo ao mercado”

15 fevereiro 2017

Economia e Empresa

Recentemente observamos que as demonstrações contábeis do Bradesco não trazem nenhum comentário sobre os acontecimentos recentes ocorridos no Brasil, mesmo que eles tenham influenciado no seu desempenho.

Hoje a BR Properties divulgou suas demonstrações e apresentou, no relatório de administração, um item denominado “Principais Fatos operacionais ocorridos em 2016”. É uma análise breve sobre o turbulento ano de 2016 e seu reflexo sobre a empresa. No caso, a BR Properties é uma companhia de investimento em imóveis comerciais de renda. Chamou a atenção o fato de a empresa indicar que estamos saindo da recessão – embora muitos analistas ainda tenham dúvidas sobre isto:

São números expressivos, que indicam uma retomada no mercado de locações no final de 2016.

15 setembro 2016

Desempenho das Empresas e Economia

É algo óbvio que o desempenho de uma empresa depende do que está ocorrendo na economia. Quando existe crescimento econômico, espera-se que as receitas cresçam e os lucros aumentam.

Esta semana o Valor Econômico divulgou os resultados anuais de mil empresas brasileiras. Entre as informações, a principal medida de desempenho de uma entidade: o resultado líquido. Neste quesito, o resultado de 2015 indica um prejuízo somado de 81,6 bilhões de reais. Deste total, a Petrobras responde por 43% ou R$35,2 bilhões. Somando com o resultado da Vale tem-se um subtotal de prejuízo de 80 bilhões. Antes de concluir que o prejuízo somado das mil empresas se deve a estas duas empresas é preciso notar que o Valor não considerou o resultado da empresa Sete Brasil, por alguma razão não explicada pelo jornal. O prejuízo desta empresa, quando somado, elevaria o prejuízo acumulado em 117 bilhões de reais!

Para verificar esta relação, tomei os dados de resultado líquido de 1999 até 2015, segundo apurado pelo Valor Econômico. A evolução encontra-se no gráfico abaixo, na linha azul (valores em R$ bilhões):
Com estas informações, calculei uma regressão com os dados do ano e a variação do PIB (Produto Interno Bruto, a informação mais relevante sobre a economia de um país). O resultado foi que a regressão tinha um r-quadrado de 0,59 e as variáveis mostraram um valor adequado. Se a regressão for calculada somente com a variação do PIB, o r-quadrado aumenta para 0,70; ou seja, ficou melhor ainda. Com os dados da primeira regressão, calculei o lucro “previsto” (na verdade calculado) para os anos de 1999 a 2015. O resultado está no gráfico na linha vermelha. Para a segunda regressão tivemos o segundo gráfico, apresentado a seguir:

Em ambos os gráficos é possível notar que o ano de 2009 destoa. Mas que a previsão para 2015 é melhor: 89 bilhões de prejuízo no modelo versus 82 bilhões apurado pelo Valor.

07 março 2016

Por que a Teoria Econômica está errada?

Segundo Ole Peters (pesquisador do London Mathematical Laboratory no Reino Unido e professor do Santa Fe Institute dos EUA) e Murray Gell-Mann, Nobel em Física de 1969 e professor emérito do  Santa Fe Institute dos EUA , os fundamentos da teoria econômica estão errados. O principal pressuposto da teoria econômica é que o ser humano age de maneira a maximizar valores esperados da sua riqueza. Porém, modelar as pessoas como criaturas que estão apenas interessados ​​em acumulação de riqueza deixa de fora muita das coisas que faz a vida valer a pena. Então, por que esse é um dos pilares da ciência econômica?

A modelagem matemática da aleatoriedade começou com problemas sobre jogos de azar e  rapidamente foi transferida para o estudo de problemas econômicos  no século 17. Os pesquisadores da área de Física só começaram a considerar seriamente a modelagem da aleatoriedade pouco antes de meados do século 19 com a criação da estatística mecânica. No entanto, quando os físicos entraram na discussão com problemas mais claramente definidos, a compreensão da comunidade científica deu um grande avanço, pois a matemática desenvolvida no século 17 e 18 era apropriado apenas para a classe muito especial de sistemas ergódicos. O que são sistemas ergódicos?

O termo ergódico é usado para descrever um sistema dinâmico que , em termos gerais , tem o mesmo comportamento em média ao longo do tempo. A teoria econômica utiliza valores esperados, pois  eles refletem o comportamento de longo prazo do sistema. Mas, segundo Peters, isso está errado, pois a economia é um processo estocástico não-ergódico. Por exemplo, na área de Finanças, um simples random walk é um sistema não ergódico. Assim, o uso do conceito de valor esperado é inadequado., pois num sistema não ergódico, médias de longo prazo não convergem ao valor esperado.

Imagine os seguintes problemas: devo apostar dinheiro nesse ou naquele jogo de azar ? Quanto devo pagar por um contrato de seguro ? Qual é o preço justo por uma anuidade vitalícia ? Todos esses problemas envolvem aleatoridade. Para modelar essas questões, a  matemática desenvolvida no século 17 por Nicholas Bernoulli considera mundos paralelos que representam todos os possíveis eventos. Então, para avaliar o valor de algum evento aleatório, tira-se uma média de todos esses mundos paralelo. Atualmente, o formalismo da teoria da decisão (ciência econômica) pra resolução de problemas de jogo de azar é  transformar o dinheiro através de uma função de uitlidade e definir o valor do jogo por meio do valor esperado das mudanças do jogo.

A teoria da utilidade assume o seguinte modelo comportamental :  os indivíduos otimizam mudanças nos valores esperados de sua riqueza. Peters e Gell-Mann  argumentam que este modelo é , a priori, um ponto de partida ruim porque  não reflete o que acontece ao longo do tempo. As funções de utilidade visam capturar caracteríticas psicológicas dos indivíduos, mas têm poder limitado de previsão. Indivíduos maximadores de valor esperado são considerados racionais em economia , mas valores esperados só têm importância em sistemas com propriedades ergódicas.  Em vez de adotar novas técnicas do século 19 e 20 (no caso, a estatística mecânica), a ciência econômica está presa a métodos do século 17.

Parallel worlds branching into the future
Os físicos deram uma nova abordagem na modelagem da aleatoriedade. Em vez de olhar para vários mundos paralelos, para avaliar algum evento incerto, pergunte a si mesmo como ele irá afetá-lo em apenas um mundo (ou seja, aquele em que você vive) ao longo do tempo. A primeira abordagem, do século 17, é  utilizada pela teoria econômica tradicional. Enquanto a segunda, criada pelos físicos (denominada paradigma do tempo por Peters), ainda não foi apreciada por completo pelos economistas.

Segundo Peters, nos últimos 350 anos a teoria econômica considerou a aleatoriedade de uma única maneira: levando em conta mundos paralelos. Valores esperados  são médias ao longo de universos paralelos imaginários. Universos paralelos  são um truque matemático - produtos da imaginação - que podem simplificar os cálculos , mas não são reais, pois não pode se comunicar com universos paralelos . Portanto, os resultados de qualquer teoria não pode depender do que acontece em um universo paralelo . A teoria econômica viola este princípio.

No entanto, quando essa perspectiva é alterada para a abordagem de um único mundo,  muitos dos principais problemas em aberto na teoria econômica tem uma solução elegante. Por exemplo, a teoria do equilíbrio geral competitivo não consegue explicar a razão da existência de um grande mercado de seguradoras, mas a nova abordagem proposta por Peters e Gell-Mann apresenta uma excelente solução para essa questão. Outra aplicação é a solução do Paradoxo de São Petersburg , um jogo que consiste no lançamento de uma moeda até aparecer uma cara, em que o número total de caras , n, determina o prêmio a ser pago de um jogador para outro, que equivale a  $ 2^n$ .  O valor esperado do prêmio diverge (cresce exponencialmente), ou seja,  não existe. Enquanto, num único mundo sua riqueza cai exponencialmente. Segundo Peters esse jogo, sugerido por Bernoulli , pode ser visto como a primeira "rebelião" contra o domínio do valor esperado - a média dos mundos paralelos - que foi criada na segunda metade do século 17 .

Assim, Peters e Gell-Mann propoem um modelo dinâmico da riqueza que elimina, em muitos casos, a necessidade  da teoria da utilidade : como um indivíduo otimiza (maximiza) sua riqueza ao longo do tempo, levando em conta mudanças médias temporais. Em outras palavras, eles assumem um movimento browniano (i.e. um processo estocástico multiplicativo ao longo do tempo). Assumem isso, pois há  diferenças nas mudanças nos valores esperados de uma variável num processo estocástico e a média temporal da mudança dessa variável. Ou seja, valor esperado é apenas equivalente a tirar uma média ao longo do tempo, se o processo for ergódico. No entanto, processos de crescimento estocásticos não são ergódicos. Assim, o valor esperado não reflete o que acontece ao longo do tempo. Por exemplo, na imagem abaixo, os autores simulam um movimento browniano. A linha vermelha com inclinação para cima é o valor esperado como uma função do tempo, enquanto a linha vermelha inclinada para baixo é a inclinação da média do tempo. As linhas em azul indicam os quantis em função do tempo. É evidente que o valor esperado não reflete o que acontece ao longo do tempo.


O trabalhos de Ole Peters e seus colaboradores têm grandes implicações para a teoria econômica , ciência atuarial e contabilidade, pois a teoria da utilidade e valor esperado são conceitos básicos em todas essas disciplinas. É importante ressaltar que o autor tem grande dificuldade em publicar seu trabalho em periódicos de Economia. A abordagem de Ole Peters e seus colaboradores resolve importantes problemas da teoria de decisão, teoria dos jogos e apreçamento de ativos, utilizando a estatística mecânica. Além disso, mostra as falhas da teoria econômica moderna.







Fontes utilizadas: aqui, aqui, aqui, aqui, aqui ,aqui, aqui e aqui

23 fevereiro 2016

Mercado Fechado da Economia

Recebi por e-mail o artigo de Frederico Fubini de um leitor do blog. O texto é do início do ano, mas ainda vale a leitura. Fubini fala da inércia entre os autores mais lidos da área de economia:

comparei os "rankings" de Dezembro de 2006 e de Setembro de 2015 para perceber se o índice RePEc tinha evoluído de acordo com a realidade económica.

Isso não aconteceu. Apesar das profundas – e, em grande medida, imprevistas – dificuldades económicas e financeiras da década decorrida, a influência intelectual de quem sustentava as teorias mais afectadas pela crise manteve-se intacta.

Após uma sucessão de estoiros de bolhas de crédito representando vários biliões de dólares, seria de nos questionarmos sobre o que sucederia à visão de Robert Lucas de que as expectativas racionais permitem que "agentes" calculem na perfeição a forma de maximizar a utilidade económica. Também poderíamos reconsiderar a hipótese dos mercados eficientes, de Eugene Fama, segundo a qual os preços dos activos financeiros reflectem sempre toda a informação disponível sobre os fundamentais económicos.

Mas parece que os economistas não se questionam sobre estes assuntos. Com efeito, tanto Lucas como Fama subiram nos "rankings" do RePEc no período que analisei, do 30.º para o 9.º lugar e da 23.ª para a 17.ª posição, respectivamente. E a persistência dos que estão no topo é impressionante, de uma forma geral. De entre os 10 primeiros economistas da lista, em Setembro de 2015, seis deles já lá constavam em Dezembro de 2006 e havia dois que ocupavam as 11.ª e 13.ª posições

A mobilidade nos "rankings" do RePEc continua a ser ténue mesmo ampliando a amostra. A título de exemplo, dos economistas no top 100 em Setembro de 2015, apenas 14 não figuravam no top 5% dos economistas em 2006 (leque muito mais largo) e somente dois tinham avançado mais de 200 lugares ao longo da década anterior. Entre os economistas recentemente classificados entre as 101.ª e 200.ª posições, apenas 24 não constavam do top 5% em 2006 e apenas 10 tinham subido mais de 200 lugares. A taxa de renovação entre os 200 economistas mais influentes foi de apenas 25% - e apenas de 16% no top 100 - durante uma década em que o poder explicativo da teoria económica predominante se viu seriamente afectado.

O aspecto mais impressionante está na diferença entre o ritmo de mudança no "ranking" dos economistas e da própria economia. As barreiras à entrada no clube das 10 pessoas mais ricas do planeta ou nas 10 empresas mais valiosas do mundo parecem ser muito menores do que as barreiras à entrada na lista dos 10 principais economistas. Segundo a Forbes, apenas dois dos 10 indivíduos mais ricos do mundo em 2015 (Bill Gates e Warren Buffett) estavam no top 10 em 2006. E apenas três empresas – ExxonMobil, General Electric e Microsoft – constavam do top 10, em termos de capitalização de mercado, tanto em 2006 como em 2015.

Em contrapartida, no "ranking" dos economistas, os critérios tais como o sexo ou a origem geográfica confirmam uma inércia generalizada. Apenas quatro mulheres figuravam no top 200 do "ranking" do RePEc em Setembro de 2015, em comparação com três em Dezembro de 2006, e duas estavam incluídas em ambas as listas. Da mesma forma, os países emergentes – que representam mais de 90% da população mundial, 75% do crescimento do PIB global na última década e quase 50% do rendimento total em dólares correntes – estavam presentes em apenas 11 posições do top 200 dos economistas em Setembro de 2015, contra 10 em Dezembro de 2006. E 10 desses 11 – três iranianos, quatro indianos, dois turcos e um chinês – vivem e trabalham nos Estados Unidos ou no Reino Unido desde os seus tempos de estudante.

Os restantes economistas do top 200 do "ranking" do RePEc são geralmente homens, caucasianos, e com 60 anos ou mais – uma idade superior em quase três décadas à idade em que um cientista ou economista tende a ser mais inovador, de acordo com um estudo do economista Benjamin Jones. Nenhum indivíduo negro (norte-americano ou de outra nacionalidade) consta do top 200.

Será de surpreender que, mesmo após uma Grande Recessão que lançou sérias dúvidas sobre as teorias do mercado racional tão dominantes há uma década, as melhores posições nos "rankings" da investigação económica se mantenham praticamente inalteradas? Afinal de contas, muitos destes académicos deram contributos enormes – e duradouros – para a nossa forma de entender como funcionam os mercados e as sociedades. E as ideias tendem a avançar e a retroceder lentamente, como os glaciares – e não rapidamente, como os exércitos.

18 dezembro 2015

Feliz 2019

[...]

O ano de 2015 entrará para a história como um dos mais traumáticos da história econômica brasileira. O PIB deverá sofrer queda de cerca de 4%. O mercado de trabalho, que vinha resistindo até o início do ano, mergulhou em queda livre, com o desemprego atingindo 8,9% no 3º trimestre, de acordo com a Pnad Contínua. Em doze meses, foram destruídos 1,5 milhão de postos de trabalho e tudo indica que esse movimento está se acelerando. Na virada do ano, o desemprego deverá atingir 10%.

A produção industrial em outubro mostra um quadro de terra arrasada. Comparando-se a produção entre janeiro e outubro com igual período do ano anterior, a queda global foi de 8%, tendo sido de 17% no caso dos bens de consumo duráveis e de 24% no dos bens de capital. A provável queda dos investimentos no último trimestre será a nona queda trimestral seguida. Os indicadores da Sondagem da Construção do Ibre-FGV mostram que o nível de atividade do setor é hoje inferior à metade do observado há dois anos. Onde se olha, a situação é dramática.

[...]
Com impeachment ou sem impeachment, o ano de 2016 está perdido e 2017 provavelmente também. A esperança fica para 2018, ou quem sabe 2019.

Fonte: Pedro Cavalcanti Ferreira e Renato Fragelli Cardoso são professores da Escola de Pós-graduação em Economia (EPGE-FGV)

20 outubro 2015

Lista: Prêmio Nobel de Economia


Past Winners of the Nobel Memorial Prize in Economic Science

Compiled: The New York Times, October 12, 2015

The economics prize was established in 1968 in memory of Alfred Nobel, to celebrate the 300th anniversary of Sweden’s central bank, the world’s first. Below is a complete list of winners, according to Nobelprize.org:

2015Angus Deaton
“For his analysis of consumption, poverty and welfare.”

2014Jean Tirole
“For his analysis of market power and regulation.”

2013Eugene F. Fama, Lars Peter Hansen and Robert J. Shiller
“For their empirical analysis of asset prices.”

2012Alvin E. Roth and Lloyd S. Shapley
“For the theory of stable allocations and the practice of market design.”

2011Thomas J. Sargent and Christopher A. Sims
“For their empirical research on cause and effect in the macroeconomy.”

2010
Peter A. Diamond, Dale T. Mortensen and Christopher A. Pissarides
“For their analysis of markets with search frictions.”

2009
Elinor Ostrom
“For her analysis of economic governance, especially the commons.”
Oliver E. Williamson
“For his analysis of economic governance, especially the boundaries of the firm.”

2008
Paul Krugman
“For his analysis of trade patterns and location of economic activity.”

2007
Leonid Hurwicz, Eric S. Maskin and Roger B. Myerson
“For having laid the foundations of mechanism design theory.”

2006
Edmund S. Phelps
“For his analysis of intertemporal trade-offs in macroeconomic policy.”

2005
Robert J. Aumann and Thomas C. Schelling
“For having enhanced our understanding of conflict and cooperation through game-theory analysis.”

2004
Finn E. Kydland and Edward C. Prescott
“For their contributions to dynamic macroeconomics: the time consistency of economic policy and the driving forces behind business cycles.”

2003
Robert F. Engle III
“For methods of analyzing economic time series with time-varying volatility (ARCH).”
Clive W. J. Granger
“For methods of analyzing economic time series with common trends (co-integration).”

2002
Daniel Kahneman
“For having integrated insights from psychological research into economic science, especially concerning human judgment and decision making under uncertainty.”
Vernon L. Smith
“For having established laboratory experiments as a tool in empirical economic analysis, especially in the study of alternative market mechanisms.”

2001
George A. Akerlof, A. Michael Spence and Joseph E. Stiglitz
“For their analyses of markets with asymmetric information.”
2000

James J. Heckman
“For his development of theory and methods For analyzing selective samples.”
Daniel L. McFadden
“For his development of theory and methods for analyzing discrete choice.”

1999
Robert A. Mundell
“For his analysis of monetary and fiscal policy under different exchange-rate regimes and his analysis of optimum currency areas.”

1998
Amartya Sen
“For his contributions to welfare economics.”

1997
Robert C. Merton and Myron S. Scholes
“For a new method to determine the value of derivatives.”

1996
James A. Mirrlees and William Vickrey
“For their fundamental contributions to the economic theory of incentives under asymmetric information.”

1995
Robert E. Lucas Jr.
“For having developed and applied the hypothesis of rational expectations, and thereby having transformed macroeconomic analysis and deepened our understanding of economic policy.”

1994
John C. Harsanyi, John F. Nash Jr. and Reinhard Selten
“For their pioneering analysis of equilibria in the theory of noncooperative games.”

1993
Robert W. Fogel and Douglass C. North
“For having renewed research in economic history by applying economic theory and quantitative methods in order to explain economic and institutional change.”

1992
Gary S. Becker
“For having extended the domain of microeconomic analysis to a wide range of human behavior and interaction, including nonmarket behavior.”

1991
Ronald H. Coase
“For his discovery and clarification of the significance of transaction costs and property rights for the institutional structure and functioning of the economy.”

1990
Harry M. Markowitz, Merton H. Miller and William F. Sharpe
“For their pioneering work in the theory of financial economics.”

1989
Trygve Haavelmo
“For his clarification of the probability theory foundations of econometrics and his analyses of simultaneous economic structures.”

1988
Maurice Allais
“For his pioneering contributions to the theory of markets and efficient utilization of resources.”

1987
Robert M. Solow
“For his contributions to the theory of economic growth.”

1986
James M. Buchanan Jr.
“For his development of the contractual and constitutional bases for the theory of economic and political decision making.”

1985
Franco Modigliani
“For his pioneering analyses of saving and of financial markets.”

1984
Richard Stone
“For having made fundamental contributions to the development of systems of national accounts and hence greatly improved the basis for empirical economic analysis.”

1983
Gérard Debreu
“For having incorporated new analytical methods into economic theory and for his rigorous reformulation of the theory of general equilibrium.”

1982
George J. Stigler
“For his seminal studies of industrial structures, functioning of markets, and causes and effects of public regulation.”

1981
James Tobin
“For his analysis of financial markets and their relations to expenditure decisions, employment, production and prices.”

1980
Lawrence R. Klein
“For the creation of econometric models and the application to the analysis of economic fluctuations and economic policies.”

1979
Theodore W. Schultz and Sir W. Arthur Lewis
“For their pioneering research into economic development research with particular consideration of the problems of developing countries.”

1978
Herbert A. Simon
“For his pioneering research into the decision-making process within economic organizations.”

1977
Bertil Ohlin and James E. Meade
“For their pathbreaking contribution to the theory of international trade and international capital movements.”

1976
Milton Friedman
“For his achievements in the fields of consumption analysis, monetary history and theory, and for his demonstration of the complexity of stabilization policy.”

1975
Leonid V. Kantorovich and Tjalling C. Koopmans
“For their contributions to the theory of optimum allocation of resources.”

1974
Gunnar Myrdal and Friedrich August von Hayek
“For their pioneering work in the theory of money and economic fluctuations and for their penetrating analysis of the interdependence of economic, social and institutional phenomena.”

1973
Wassily Leontief
“For the development of the input-output method and for its application to important economic problems.”

1972
John R. Hicks and Kenneth J. Arrow
“For their pioneering contributions to general economic equilibrium theory and welfare theory.”

1971
Simon Kuznets
“For his empirically founded interpretation of economic growth, which has led to new and deepened insight into the economic and social structure and process of development.”

1970
Paul A. Samuelson
“For the scientific work through which he has developed static and dynamic economic theory and actively contributed to raising the level of analysis in economic science.”

1969
Ragnar Frisch and Jan Tinbergen
“For having developed and applied dynamic models for the analysis of economic processes.”


09 julho 2015

Modelos baseados em agentes

[...]

One of the most promising options was the topic of a workshop in Virginia at the end of June. The workshop was funded by America's National Science Foundation and attended by a diverse bunch that included economists from the Fed and the Bank of England, policy advisers and computer scientists. They were there to explore the potential of “agent-based models” (ABMs) of the economy to help learn the lessons of this crisis and, perhaps, to develop an early-warning system for the next one.
Agent-based modelling does not assume that the economy can achieve a settled equilibrium. No order or design is imposed on the economy from the top down. Unlike many models, ABMs are not populated with “representative agents”: identical traders, firms or households whose individual behaviour mirrors the economy as a whole. Rather, an ABM uses a bottom-up approach which assigns particular behavioural rules to each agent. For example, some may believe that prices reflect fundamentals whereas others may rely on empirical observations of past price trends.

Crucially, agents' behaviour may be determined (and altered) by direct interactions between them, whereas in conventional models interaction happens only indirectly through pricing. This feature of ABMs enables, for example, the copycat behaviour that leads to “herding” among investors. The agents may learn from experience or switch their strategies according to majority opinion. They can aggregate into institutional structures such as banks and firms. These things are very hard, sometimes impossible, to build into conventional models. But in an agent-based model you simply run a computer simulation to see what emerges, free from any top-down assumptions.

Although DSGE models are also based on microeconomic foundations, they accept the traditional view that there exists some ideal equilibrium towards which all prices are drawn. That this is often approximately true is why DSGE models perform well enough in a business-as-usual economy. They do badly in a crisis, however, because their “dynamic stochastic” element only amounts to minor fluctuations around a state of equilibrium, and there is no equilibrium during crashes.

ABMs, in contrast, make no assumptions about the existence of efficient markets or general equilibrium. The markets that they generate are more like a turbulent river or the weather system, subject to constant storms and seizures of all sizes. Big fluctuations and even crashes are an inherent feature. That is because ABMs contain feedback mechanisms that can amplify small effects, such as the herding and panic that generate bubbles and crashes. In mathematical terms the models are “non-linear”, meaning that effects need not be proportional to their causes.

These non-linearities were clearly on show in the credit crunch. At the workshop Andrew Lo of the Massachusetts Institute of Technology presented a model of the American housing market, inspired by ABM approaches, which showed how a fateful conjunction of rising house prices, falling interest rates and easy access to refinancing created an awesome burden of debt. John Geanakoplos of Yale University explained how the debt cycle in remortgaging—high amounts of leverage during booms, low amounts during recessions—can act like an out-of-control pendulum to create instability. Sujit Kapadia of the Bank of England is trying to model the web of interdependencies created by the use of complex derivatives. These “network-based vulnerabilities” are just the kind of thing that ABMs are good at capturing.

Model behaviour

Another big lesson of the crisis is the role of interactions between different sectors of the economy—housing and finance, say. Although conventional models can incorporate these, ABMs may be better tailored to modelling specific sectors. The organisers of the Virginia workshop—Doyne Farmer of the Santa Fe Institute and Robert Axtell of George Mason University—wanted to explore the feasibility of constructing an immense ABM of the entire global economy by “wiring” many such modules together.

What might be required for such an enterprise? One vision is a real-time simulation, fed by masses of data, that would operate rather like the traffic-forecasting models now used in Dallas and in the North Rhine-Westphalia region of Germany. But it might be more realistic and useful to employ a suite of such models, in the manner of global climate simulations, which project various possible futures. In either case, the models would need much more data on the activities of individuals, banks and companies.

Such data-gathering raises privacy fears but is essential. Seismologists may not be able to forecast earthquakes precisely but it would be deplorable if they were to resign themselves to modelling just the regular, gradual movements of tectonic plates. Instead they have developed ways of mapping the evolution of stress patterns, identifying areas at risk and refining heuristics for hazard assessment. Why not do the same for the economy?

Fonte: aqui

04 julho 2015

Funk Fiscal

Vocês se lembram do Prof. Clifford, mencionado na postagem sobre o curso intensivo de economia no canal youtube Crash Course? Ele tem um canal próprio e lá propôs uma competição sobre músicas que falassem sobre a economia. O primeiro lugar está abaixo, o "funk fiscal":



Veja aqui o segundo lugar e o terceiro aqui.