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22 agosto 2017

O valor de ser default

Eis uma notícia interessante:

Apple e Google são como melhores amigas quando o assunto é a presença do buscador no iOS. A Bernstein divulgou nesta segunda-feira, 14, uma estimativa de que o acordo renderá nada menos do que US$ 3 bilhões (R$ 9,56 bi, em conversão direta) para a dona do iPhone neste ano.

Em nota assinada pelo analista A.M. Sacconaghi Jr., a empresa lembrou que documentos judiciais indicam que o Google pagou US$ 1 bilhão (R$ 3,18 bi) à Apple em 2014, e agora a investidora acredita que esse valor tenha triplicado.

"Levando em conta que os pagamentos do Google são quase totalmente lucro para a Apple, o Google sozinho representa 5% dos lucros operacionais como um todo para a Apple neste ano", apontou Sacconaghi, conforme reporta a CNBC. O analista acrescentou que o Google pode ter atingido uma participação de 25% no crescimento dos lucros operacionais da parceira nos dois últimos anos.


Aparentemente o acordo não é muito interessante para o Google

as buscas feitas por dispositivos com iOS geram quase 50% da receita do Google com publicidade móvel

18 maio 2017

Descobrindo os bons pagadores

Aqui estão as palavras usadas em pedidos de empréstimo por pessoas mais propensas a quitar a dívida: dívida livre, menor taxa de juros, depois de impostos, pagamento mínimo, pós-graduação.

E aqui estão as palavras usadas por aqueles menos propensos a pagar seus empréstimos:
Deus, promessa, vai pagar, obrigado, hospital.

(...) Frases como "taxa de juros mais baixa" ou "depois de impostos" indicam um certo nível de sofisticação financeira na parte do mutuário, por isso não é surpreendente que eles se correlacionam com alguém mais propensos a pagar seu empréstimo de volta. Além disso, se ele ou ela fala sobre realizações positivas, como ser um graduado de faculdade e ser "livre de dívidas", também é provável que pague seus empréstimos.

Agora, vamos considerar a linguagem que sugere que alguém é improvável que pague seus empréstimos. Geralmente, se alguém lhe diz que ele pagará de volta, ele não pagará de volta. Quanto mais firme a promessa, mais provável ele irá quebrá-la. Se alguém escreve "Prometo que vou pagar de volta, então me ajude Deus", ele está entre os menos propensos a pagar de volta. Apelando à sua misericórdia - explicando que ele precisa do dinheiro porque ele tem um parente no "hospital" - também significa que ele é improvável que pague de volta. De fato, mencionar qualquer membro da família - marido, esposa, filho, filha, mãe ou pai - é um sinal que não pagará. Outra palavra que indica padrão é "explicar", ou seja, se as pessoas estão tentando explicar por que eles vão ser capazes de pagar um empréstimo, eles provavelmente não.

Os autores não têm uma teoria de por que agradecer as pessoas é prova de padrão provável.

Alguém que menciona Deus foi 2,2 vezes mais propensos a inadimplência. Este foi um dos únicos indicadores mais altos que alguém não iria pagar de volta.

Mas os autores também acreditam que seu estudo levanta questões éticas.Embora este tenha sido apenas um estudo acadêmico, algumas empresas relatam que usam dados on-line para aprovar empréstimos. Isso é aceitável? Queremos viver em um mundo em que as empresas usam as palavras que escrevemos para prever se devemos pagar um empréstimo? É, no mínimo, assustador - e, possivelmente, assustador.


Fonte: Aqui

04 maio 2017

Problemas financeiros de Porto Rico

Estados Unidos está experimentado la mayor suspensión de pagos desde hace 176 años, cuando 8 estados y un territorio (Florida) dejaron de pagar sus deudas. Aunque, en términos normales -es decir, si no se considera la inflación- ésta es la mayor de la historia del país. Se trata de Puerto Rico, un territorio con un estatus extraño -no es un estado de EEUU, y no es independiente, sino que es un estado libre asociado-, que se supone que es transitorio pero que lleva existiendo desde 1952 y que ha solicitado protección judicial para sus pasivos de 73.000 millones de dólares (66.900 millones de euros).

Para hacernos una idea de la magnitud de la quiebra, baste decir que la deuda puertorriqueña es más de cuatro veces los 18.000 millones de dólares de pasivos del Ayuntamiento de Detroit, que suspendió pagos hace 4 años, en la que hasta entonces había sido el mayor default en términos nominales de EEUU.

Pero, si la suspensión de pagos es histórica, es embrollo jurídico no es de este mundo. El territorio había estado hasta este momento protegido por una ley llamada Promesa (las siglas en inglés de Ley de Estabilidad Económica, Gestión y Supervisión de Puerto Rico) que, literalmente, la blindaba de las reclamaciones de los tenedores de sus bonos. El objetivo de Promesa era dar tiempo a que Puerto Rico y los fondos que tienen su deuda negociaran quitas y ampliaciones de plazos de modo y manera que la isla pudiera volver a ser solvente. Porque, encima, Puerto Rico lleva en suspensión de pagos técnica desde hace dos años.

Pero esas negociaciones no llegaron a ningún sitio. Ni iban a llegar. Puerto Rico estaba dispuesto a pagar 800 millones de dólares (733 millones de euros) a los fondos. Eso significaba un 75% menos de lo que les correspondía. Así, Promesa ha llegado al final de su mandato. Y Puerto Rico es un territorio sin representación en el Congreso, pero que vota en las elecciones, y que lo hace siempre por el Partido Demócrata.

Un presidente y un Congreso republicanos no tenían ni mucho ni poco interés en salvar la isla, que tiene un 45% de la población viviendo bajo el umbral de la pobreza. Si Hillary Clinton hubiera ganado, la protección para Puerto Rico se habría prolongado, y si los demócratas controlaran el Senado posiblemente hubiera habido un rescate a la griega. No ha sido ése el caso. La deuda de Puerto Rico cotiza con un descuento de alrededor de un tercio de su valor nominal en el mercado.

Técnicamente, la deuda puertorriqueña es municipal (coloquialmente llamada muni), un tipo de activo financiero muy valorado por los estadounidenses porque recibe un tratamiento fiscal muy favorable. No parece que el gigantesco mercado de los munis -3,9 billones de dólares, o sea, casi 3,6 billones de euros- vaya a verse afectado por esta suspensión de pagos.

El mercado ha tenido dos años para prepararse para esta eventualidad, y buena parte de los tenedores de deuda puertorriqueña son fondos oportunistas, que compraron los bonos con descuento cuando el territorio entró de suspensión de pagos en 2015. De hecho, el valor de los bonos de Puerto Rico subió ayer, lo que parece indicar que los operadores le dan más posibilidades a un acuerdo ahora que son los jueces quienes deciden, que cuando se trataba de una negociación entre San Juan y Wall Street.

Fonte: Aqui

30 dezembro 2014

Aviso de Default

Os contratos que regem os títulos de dívida (bonds) da Petrobras estabelecem que a estatal tinha até hoje para publicar seu resultado do terceiro trimestre — prazo que a empresa não cumpriu. A partir do “aviso de default”, a estatal tem 60 dias para publicar o balanço. Se não cumprir este prazo, a Petrobras entrará em “default técnico,” o que significa que ela está descumprindo os contratos com os credores — mesmo que continue em dia com seus pagamentos.

Um “default técnico” permite que credores que coletivamente detenham 25% de qualquer emissão de bonds da Petrobras possam se reunir em um grupo e exigir o resgate imediato de seus títulos, obrigando a Petrobras a fazer desembolsos bilionários num momento em que seu caixa é curto.

A exortação do Aurelius não tem nenhuma implicação relevante para a Petrobras neste momento, mas é mais um capítulo na escalada da tensão sobre a possibilidade da empresa entrar em default técnico.

(...) A Petrobras tem cerca de 53,6 bilhões de dólares em bonds no mercado internacional.

Em 12 de dezembro, a Petrobras disse que seus credores concordaram com o adiamento do balanço até o fim de janeiro. Na carta, o Aurelius diz que aquele “perdão” só é válido para uma das emissões de dívida da empresa.


Fonte: Aqui

Mais ainda: Como a empresa não publicou em 90 dias as demonstrações do terceiro trimestre, a empresa terá 60 dias para publicar após a notificação dos detentores dos bônus. Mas na segunda de noite a empresa anunciou que irá fazer a divulgação, ainda em janeiro, da demonstração. (Mais sobre esta notícia aqui, aqui e aqui)

13 dezembro 2014

93% de chance do Default da Venezuela

As operações de dívida externa geralmente pagam um seguro, que cobre o risco da operação. Num seguro de um automóvel, a seguradora cobra mais do motorista imprudente ou que possui um ativo com mais chance de ter um roubo. O mesmo ocorre com as operações de dívida. A partir do preço deste seguro é possível calcular a probabilidade de default de um país.

Usando esta informação é possível afirmar que a Venezuela possui uma chance de 93% de entrar em default, ou seja, dar um calote na sua dívida.

17 junho 2014

Default Argentino

Em 2001 a Argentina declarou default para uma dívida de 95 bilhões de dólares. Isto significa dizer que aquele país recusou pagar este empréstimo. Em 2005, a Argentina ofereceu títulos, com condições piores para os investidores. E fez isto novamente em 2010. Diante da incerteza do recebimento, a maioria dos investidores aceitou as condições propostas e 92% da dívida foi trocada. Entretanto, um grupo de investidores não somente recusou a oferta como acionou os tribunais dos Estados Unidos em busca de manutenção das condições iniciais.

Agora a Suprema Corte dos Estados Unidos, equivalente ao nosso STF, decidiu que a Argentina deveria pagar a estes investidores nas condições iniciais, rejeitando o recurso do país. Os investidores ganharam o direito de serem respeitadas as condições iniciais de pagamento, em lugar de receber 30 centavos por dólar investidos.

A Argentina pode tentar um acordo com estes investidores, mas corre um risco elevado de inadimplência. A Argentina chama os investidores de "abutres", já que muitos deles compraram os títulos com desconto para tentar obter a vitória nos tribunais. Não se sabe qual o próximo passo da Argentina. Em 30 de junho vence o pagamento de um título de 13 bilhões e esta pode ser uma data importante no caso.

P.S. A presidente declarou que não irá honrar a dívida!

13 fevereiro 2014

Porto Rico

Os Estados Unidos sempre foram um país zeloso das finanças internacionais. Várias vezes estavam ensinando como gerenciar a parte financeira, incluindo uma cartilha para corte de gastos públicos e privatização.

Agora o 51º. estado daquele país pode estar numa situação financeira ruim. O atual Estado Livre Associado de Porto Rico, que recentemente aprovou um referendo para fazer parte integral do território dos Estados Unidos, está numa situação financeira ruim. Pior que da Argentina.

Eis os indicadores : desde 2007 o crescimento do PIB é negativo (exceto em 2012, onde a taxa foi um pouco acima de 0%); a dívida pública está acima de 60 bilhões de dólares em 2013 (versus 40 bilhões em 2007); nos últimos anos o orçamento sempre foi deficitário, fazendo com que a relação entre dívida pública e PIB aumentasse de 75%, em 2007, para 100%, em 2012; e redução da população de trabalhadores.

Um remédio tradicional para crise, a desvalorização da moeda, não pode ser usada já que Porto Rico trabalha com o dólar dos EUA.

04 março 2013

Argentina e a dívida externa

Felix Salmon comenta sobre o caso da dívida da Argentina. Este país promoveu um acordo sobre sua dívida externa, trocando os títulos por outros com deságio. Entretanto, um pequeno grupo de investidores não concordou com a troca e entrou na justiça exigindo que o país vizinho cumpra os compromissos. A Argentina insiste no acordo e o caso está sendo julgado pela justiça dos Estados Unidos. Na semana passado o processo foi analisado e a decisão preliminar deverá sair esta semana.

Elliott Associates, um fundo hedge que detem 1,4 bilhão de dólar da dívida argentina. Salmon analisa o que ocorreu nos tribunais e a sua análise mostra que a situação não é nada boa para a Argentina: os tribunais não devem permitir que o fundo hedge tenha prejuízo. O interessante é que o valor pode ser pago por Cristina Kischner, que faz ameaças sobre os efeitos que o resultado negativo pode ter no mercado.

O tribunal foi conduzido pela juíza Reena Raggi, que não demonstrou nenhuma simpatia com as estratégias da Argentina. Ela afirmou que a Argentina é contumaz. E não gostou de ser chantageada pelos advogados da Argentina.

24 janeiro 2012

Default comparado

Eis uma comparação interessante: o número de vezes que um país decretou default de sua dívida:

Espanha = nos anos de 1557, 1575, 1596, 1607, 1627, 1647, 1809, 1820, 1831, 1834, 1851, 1867, 1872, 1882, 1936-1939. Ou seja, 15 vezes.
Inglaterra - 1340, 1472 e 1596. Isto é, três vezes, sendo que a última vez foi há 416 anos.
França = 1558, 1624, 1648, 1661, 1701, 1715, 1770, 1788, 1812. A última vez completa 200 anos.

Agora os BRICs

Brasil - 1898, 1902, 1914, 1931, 1937, 1961, 1964, 1983, 1986-1987 e 1990. Dez vezes, sendo a última há 22 anos.
Russia - 1839, 1885, 1918, 1947, 1957, 1991 e 1998. Sete vezes.
India = 1958, 1969 e 1972. Mas a Índia tornou-se independente bem no século XX.
China = 1921, 1932 e 1939

Qual o país mais caloteiro? (Figura, aqui)

15 dezembro 2011

Agências de rating




A tabela abaixo foi retirada da carta aos invetidores da Hayman Capital Management. Na segunda coluna, econtram-se as notas dada por uma das 3 agências de rating, Moody's, para o risco de calote de cada país.É bom ressaltar, que apesar das notas dadas variarem muito pouco entre as agências, diferentes critérios são utilizados na mensuração de credit rating.Por exemplo, a S&P calcula a probabilidade de default (calote), enquanto a Moody's calcula a expectativa (possibilidade)de perda para o investidor. A terceira coluna, mostra a precificação do risco de calote de acordo com os credit default swaps(CDS), que são derivativos que conectam bancos do mundo inteiro.Esses instrumentos financeiros protegem os credores no caso dos países não pagarem a dívida soberana. A última coluna mostra a diferença entre ,as notas da 2ª e 3ª coluna, de acordo com as escalas utilizadas pelas agências de classificação de risco. Desse modo, por exemplo, o mercado prefica o risco de default da Espanha equivalente a de um país com rating 7 graus menor (ex: El Salvador).



Será que o mercado ainda se importa com as agências de classificação de risco?



Não. Vide o recente rebaixamento da nota dos EUA.


09 outubro 2010

Países com maiores chances de Default

Estes são os países com maiores chances de não efetuarem o pagamento das suas dívidas. Na ordem, o país, a probabilidade e a taxa de juros atual (5 anos em pontos):

1. Venezuela – 54,2% - 1109,2 pontos (ou 11,09% de juros acima do título dos EUA)
2. Grécia – 48,7% - 775,3 pontos
3. Argentina – 40,4% - 749,3 pontos
4. Paquistão – 34,6% - 606,4 pontos
5. Irlanda – 33,0% - 458,3 pontos
6. Ucrânia – 32,3% - 546,8
7. Portugal – 30,2% - 408,8
8. Dubai – 26,5% - 437,4
9. Iraque – 26,4% - 427,1
10. Romênia – 22,1% - 350,9
11. Letônia – 20,8% - 329,7
12. Hungria – 20,4% - 320,6
13. Islândia – 21,7% - 303,3
14. Líbano – 18,7% - 298,8
15. Bulgária – 27,8% - 275,4
16. Lituania – 17,5% - 271,3
17. El Salvadro – 17,5% - 267,7
18. República Dominicana – 17,6 – 266,3
19. Croácia – 16,6 – 254,7

Fonte: Aqui

Pode—se perceber uma relação clara entre a chance de default e os juros pagos. Veja a figura abaixo:

Colocando isto em termos mais formais, fiz uma regressão linear entre a taxa de juros e a chance do default e o resultado foi o seguinte:

Probabilidade = 7,449 + 0,046 Juros

Esta equação apresentou valores fortes na sua qualidade (R2 = 0,912, indicando que os juros explicam 91,2% da probabilidade).

Fui mais além. Resolvi colocar o valor do EMBI+ do Brasil na equação. Antes de apresentar o resultado, é preciso dizer que existe aqui uma mistura de conceitos. Calculei o valor da equação por um método e usei a equação, fora do intervalo do cálculo, que não é adequado, para outra informação. Ou seja, estou assumindo que o EMBI+ substitui o Current 5-year Mid CDS que foi usado na expressão.

Apesar destes problemas, o resultado é que a chance de default do Brasil, usando 198 pontos, é de 16,6%.

Apesar de ser um resultado ainda elevado, indicando que nosso país ainda possui um risco razoável de default, o valor está abaixo de países como Portugal, Argentina ou Venezuela.

01 abril 2010

Caloteiros


O gráfico mostra o número de países que tiveram problemas com a dívida externa (defaults), por períodos de vinte anos. A América Latina foi sempre destaque (negativo) em quase todos os períodos, mas nos últimos vinte anos parece ser uma exceção.

O efeito, a médio prazo, é que os países que tiveram default pagam mais pelos empréstimos, nos anos seguintes, do que países com mesma relação dívida/PIB. Além disto, parece que o default afeta o crescimento econômico. Entretanto, um texto da The Economist (Default Settings) lembra que provavelmente os efeitos são menores do que o esperado. Ou, o mercado tem memória curta.

19 dezembro 2008

Um Default Idiota


Assim definiu Felix Salmon em Ecuador's Idiotic Default(13/12/2008) referindo-se a medida do Equador de suspender os pagamentos aos credores (default). Alguns fatos listados por Salmon:

=> O país deixará de pagar 30,6 milhões de dólares em juros
=> O Equador possui 5,65 bilhões em reservas em dinheiro
=> O serviço da dívida representa somente 1% do PIB do Equador

O Equador não exporta só petróleo, mas também bananas, flores e outros produtos. Default corta a confiança do cliente e do fornecedor. Cria problemas jurídicos internacionais e gera custos (inclusive jurídicos) elevados. Uma das possíveis conseqüências da medida é que o Equador talvez tenha que pagar não somente os juros da dívida, mas também o seu principal.

Existe ainda o impacto político. Será que compensa? E o governo brasileiro, ainda deve ter como parceiros comerciais este tipo de político?
Mais, aqui e aqui. Fonte da Foto: Estadão

19 novembro 2008

Equador

Auditoria quer default da dívida externa do Equador
Valor Econômico – 18/11/2008

A comissão que auditou a dívida externa equatoriana disse que detectou irregularidades vinculadas a quase todas as emissões de bônus pelo país e que recomendará que o Equador declare default de sua dívida de US$ 10,3 bilhões. Após um ano de investigações, auditores descobriram "sinais de ilegalidade, abusos e ilegitimidade" nos contratos de empréstimos e processos de negociação, disse Hugo Arias, coordenador da Comissão Especial de Auditoria da Dívida Externa. Arias disse que a dívida tornou-se "um monstro gigante e impagável" e o não-pagamento dos compromissos relacionados com os bônus - em poder de governos estrangeiros, investidores privados e organizações multilaterais - será "um marco histórico para o país". No sábado, o Equador adiou o pagamento de US$ 30,6 milhões em juros relativos a bônus com vencimento em 2012, valendo-se de um período de carência de 30 dias para avaliar os resultados da auditoria que gerou um relatório de 30 mil páginas e deverá ser divulgado amanhã.

O anúncio fez despencar os bônus referenciais equatorianos e provavelmente congelará os já apertados fluxos de crédito e freará o interesse dos investidores nos setores petrolífero e minerador do país. Com a notícia, a Standard & Poor´s rebaixou em três níveis a classificação da dívida de longo prazo do Equador, para CCC. (...)


O texto é claramente favorável ao default da dívida. Mas Salmon (Ecuador Approaches Default, Felix Salmon, 18/11/2008) lembra que os títulos já estão por um preço baixo e que talvez o default não seja considerado em razão do elevado custo econômico (comércio multilateral, linha de crédito e problemas internacionais) para uma dívida relativamente pequena.

Mas o mercado está considerando isto fortemente pois o spread dos títulos do Equador (EMBI) é de 4.457 sobre o título do tesouro dos EUA (mais arriscado que o Paquistão - 2073 – ou Argentina, 1834). E agora o Equador não tem uma assessoria de advogados compatível com a dificuldade da discussão atual.