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19 dezembro 2012

Gastos Sociais

As dez empresas do Ibovespa consideradas as mais sustentáveis pela consultoria Management & Excellence (M&E) gastaram R$ 1,1 bilhão em projetos sociais em 2011. Mas nem todo dinheiro investido é bem empregado. Estudo da M&E divulgado com exclusividade ao BRASIL ECONÔMICO mostra que Vale, Embraer e Natura são as que melhor usaram os recursos investidos no campo social entre 2009 e 2011, revertendo os gastos em ganhos efetivos aos seus acionistas.

(..) Vale, por exemplo, gerou no período R$ 214,9 de receitas líquidas por cada R$ 1 investido em projetos sociais. A BRF Foods conseguiu R$ 8,1 mil por cada R$ 1 investido — portanto, mais do que a Vale. No entanto, na BRF Foods essa relação se revelou mais frágil a longo prazo, ou seja, tem risco de não se repetir, enquanto a da Vale é mais consistente, segundo a M&E.

Gastos sociais da Vale dão ganho a acionistas - Léa De Luca - Brasil Econômico

09 novembro 2011

Responsabilidade social


O texto a seguir, publicado no WSJ, é uma discussão muito interessante sobre a questão de responsabilidade social das empresas:


Mas o que dizer de uma das principais alegações do grupo: que as corporações estão faltando com sua responsabilidade social, como a de criar empregos no país? Alguns politicos têm conferido legitimidade aos protestos. Uma pesquisa conduzida pela CNN mostrou que 32% dos americanos defendem a demonstração enquanto muitos outros ainda estão indecisos sobre o assunto.


Milton Friedman, o economista laureado com o Prêmio Nobel, destruiu a ideia de responsabilidade social corporativa quadro décadas atrás, chamando-a de "doutrina fundamentalmente subversiva". Dando voz a muitos capitalistas daquela época e de hoje, ele disse que "empresas só têm uma, e uma única, resposabilidade social – usar seus recursos e desenvolver atividades que se destinem a aumentar seus lucros o tanto quanto estiver dentro das regras do jogo".


Empresas não deveriam dispensar seus lucros para criação de empregos ou causas sociais, afirmou Friedman. Esse dinheiro deve ser destinado aos acionistas – os donos das empresas. Pronunciamentos sobre responsabilidade social corporativa, acrescentou, são a benevolência de "empresários bondosos" que são "incrivelmente limitados e atrapalhados em assuntos que vão além de seus negócios". E essa benevolência pode levar a mercados ineficientes. (...)


Friedman reconheceu o valor da bondade corporativa em uma comunidade – e a propensão a isso – e aconselhou as empresas a manterem-se apoiadas em uma definição firme do interesse dos acionistas.


Friedman faleceu no ano seguinte, mas suas ideias acerca do tema, claramente, não. Crescimento econômico cria empregos, não o contrario, dizem seus adeptos. E ajuda se o governo regular menos.


"Empregos são um início, não um fim; eles são um custo de fazer negócios, não um objetivo de fazer negócios", diz William Freeza, que trabalha com capital de risco em Boston e é membro do Instituto de Empresas Competitivas.


"Da perspectiva em defesa do capitalismo, se você aceitar a premissa do seu oponente de que as empresas precisam dar retorno à sociedade, significa que você já perdeu", diz ele. "Sendo mais dramático – você deslegitima o capitalismo, que é o objetivo dos manifestantes. Empresas dão retorno à sociedade todos os dias satisfazendo seus clientes e empregando seus funcionários. Não há nada que empresas devam, além de vender os melhores produtos com os melhores preços."

19 maio 2011

Conheça a Eletrobras

Conheça a Eletrobras – por Isabel Sales

Em consequência a postagem de ontem sobre a Eletrobras, deixe-me fazer um breve resumo pra vocês. Segundo a Wikipédia, a Eletrobras é uma sociedade de economia mista de capital aberto, sob controle acionário do Governo Federal (conforme a nota explicativa 15.1, integrante das demonstrações contábeis de 2010, 52% das ações ordinárias pertencem à União Federal) e foi criada em 1962 para coordenar todas as empresas do setor elétrico. Na década de 1990, com a reestruturação do setor, as responsabilidades da empresa foram restritas e consequentemente foi criada, em 1996, a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), em 1998 o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), em 2004 a CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica) e, também em 2004, a EPE (Empresa de Pesquisa Energética).

Segundo o sítio da Eletrobras, atualmente a empresa atua nas áreas de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica e lidera um sistema composto por 12 subsidiárias (ou controladas), 1 empresa de participação, um centro de pesquisas e metade do capital da Itaipu Binacional.

Alguns dados encontrados no balanço social consolidado de 2010:
Há um total de 24.967 empregados. Desses, 77% são homens e 1.416 têm mais do que 60 anos (os adeptos dos programas de demissão voluntária que, até onde sei, será apenas para os que podem se aposentar – o PDV será uma das formas aplicadas pela empresa para melhorar a sua situação financeira). Ademais, há 8.172 empregados terceirizados. Interessante notar que existem 24 empregados analfabetos, apesar da empresa investir cerca de R$ 24.255 mil em educação.

Para entender melhor sobre a empresa, leia:
Capitalização das estatais: aqui.
Balanço da Eletrobras (post de 2009): aqui.
Dividendos: aqui.
Valor residual: aqui.

25 novembro 2009

Setores e investimentos ambientais e sociais

Fundamentado na teoria da legitimação, este estudo objetiva averiguar se o volume de
investimentos sociais e ambientais efetuados pelas empresas difere de setor para setor, uma vez que se supõe que cada setor tem características distintas e, conseqüentemente, exigências diversificadas quanto à sua postura frente à sociedade. (...) A métrica utilizada na análise corresponde à parcela média dos últimos três anos da receita líquida destinada a tais investimentos, sendo as informações necessárias extraídas do banco de dados do Ibase. Quanto à classificação dos setores, recorreu-se aos critérios utilizados pela Bolsa de Valores de São Paulo – Bovespa. Fizeram parte da amostra 212 empresas, pertencentes a nove setores da economia, correspondendo a um total de 376 balanços sociais referentes ao período de 2005 a 2007. (...) verificou-se diferença nos investimentos sociais e ambientais entre os setores, ao nível de significância de 1%. Com base no mapa perceptual, foi possível observar algumas associações entre os setores e os investimentos sociais e ambientais.

A RELAÇÃO ENTRE SETOR ECONÔMICO E INVESTIMENTOS SOCIAIS E AMBIENTAIS - Márcia Reis Machado (UFPB), Márcio André Veras Machado (UFPB) e Ariovaldo dos Santos (USP)

26 outubro 2009

Balanço Social como Marketing

Esta pesquisa teve por objetivo verificar até que ponto os usuários da informação contábil percebem que a mesma vem revestida de um contexto de marketing ou de cunho social. Adicionalmente, buscou-se verificar se a divulgação do nome da empresa promotora da ação pode influenciar na interpretação das informações. Para a consecução deste objetivo, escolheu-se dois usuários distintos: estudantes de Ciências Contábeis e de Serviço Social de uma Universidade Federal. Aplicou-se em sala de aula dois tipos de questionários que continham informações retiradas de um Balanço Social. No primeiro tipo de questionário, o nome da empresa que promovia as ações era divulgado junto com as informações e no outro tipo, o nome da empresa era omitido. Os resultados evidenciaram que os alunos de Contábeis e de Serviço Social comportaram-se de forma distinta. Para os primeiros, a revelação do nome da empresa promotora da ação não foi decisiva para provocar a mudança de percepção sobre sua natureza (informação voltada Marketing ou de cunho social). Por outro lado, os discentes de Serviço Social se mostraram mais uniformes quanto ao nível de entendimento das informações. Para estes, quatro das cinco ações apresentadas se revestiam de um cunho de Marketing quando o nome da empresa era divulgado como sendo a promotora da ação.

BALANÇO SOCIAL COMO INSTRUMENTO DE MARKETING? UM ESTUDO SOBRE A QUALIDADE DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL ENTRE ESTUDANTES DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E SERVIÇO SOCIAL DE UMA UNIVERSIDADE FEDERAL - Babette Maria Couto de Lima Souza; Umbelina Cravo Teixeira; Carolina Veloso Maciel; Luiz Carlos Miranda (UFPE)

27 agosto 2009

Internacionalização e Investimentos Sociais

Esta pesquisa investigou a relação entre o grau de internacionalização de empresas brasileiras e a evidenciação de informações sobre investimentos sociais privados, aqui entendidos como as transferências diretas de recursos em prol da comunidade local. Tal investigação foi motivada pela suposição de que, quanto menor fosse o envolvimento com o mercado consumidor local, menor seria o investimento social corporativo na comunidade. A amostra foi formada pelas 30 multinacionais brasileiras mais internacionalizadas, segundo o ranking da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais – Sobeet. Os dados sobre os investimentos sociais foram pesquisados nos relatórios anuais, páginas eletrônicas e balanços sociais (quando existentes) das respectivas empresas com base no exercício de 2007. O índice de internacionalização, usado na classificação das multinacionais, seguiu os critérios definidos pela Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento – Unctad, o qual considera três variáveis nas operações com o mercado externo: total das receitas, valor de ativos e número de empregados. Os dados foram correlacionados e os resultados apontaram uma relação negativa significativa, sugerindo haver um menor interesse das empresas mais internacionalizadas em evidenciar possíveis ações sociais voltadas à comunidade local, comparativamente às empresas menos internacionalizadas.

INTERNACIONALIZAÇÃO DE EMPRESAS E INVESTIMENTOS SOCIAIS PRIVADOS: UMA RELAÇÃO INVERSA? - Marco Antonio Figueiredo Milani Filho, Claudia Vasconcellos Silva Habib e
Aida Maria Mendes Milani (UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE)

O resultado é realmente muito interessante. Particularmente esperava que a relação seria o contrário (quanto maior a internacionalização, menor o investimento social) em razão das pressões do mercado consumidor estrangeiro.

21 agosto 2009

Empresa e o Social

A questão social e o capitalismo é sempre um assunto polêmico. A grande maioria das discussões gira em torno de juízos de valor, sem nenhuma constatação mais sólida. O texto a seguir, da Business Week, trata de um livro sobre este assunto. Será a abordagem diferente?

Gestão: Lucro também combina com iniciativas sociais

Nanette Byrnes, BusinessWeek
"SuperCorp" - Rosabeth Moss Kanter. Crown. 320 páginas, US$ 27,50

Em meio a uma recessão mundial, pode-se estranhar a publicação de um livro intitulado "SuperCorp", especialmente tendo em vista que algumas das maiores empresas do planeta, nomes como AIG e Lehman Brothers, contribuíram para nos colocar nestas agruras. Mas Rosabeth Moss Kanter parece se encaixar no tipo de pessoas para as quais copos pela metade estão a caminho de ficar cheios - e não esvaziar. E seu livro, com o subtítulo "How Vanguard Companies Create Innovation, Profits, Growth, and Social Good", pinta um quadro róseo do futuro.

Seu otimismo é evidente já nas primeiras páginas. Só mais à frente Kanter se antecipa a críticos que classificariam seus exemplos de benevolência empresarial como exceções à regra de que "ganância é bom". Para Kanter, essas companhias são modelos do que empresas podem ser e em que deveriam se converter.

A profundidade do trabalho de campo coloca o livro de Kanter, professora na Harvard Business School, acima do patamar de aplauso fácil. Ela e uma equipe de pesquisadores passaram mais de três anos realizando mais de 350 entrevistas em 15 companhias em mais de 20 países. Foram compilados casos pontuais e identificadas práticas comuns. Kanter destila essas "melhores práticas" em lições que encerram cada capítulo do livro. Também lista as características de líderes no comando de companhias desbravadoras e as "dez coisas que qualquer pessoa pode fazer para permanecer na vanguarda" (entre elas, recomenda enfatizar inovações, criar redes e tratar funcionários como se fossem voluntários.)

As seções mais convincentes do livro são as que vinculam claramente iniciativas empresariais de ativismo social a crescimento e sucesso financeiro. Uma série de passos que funcionários da IBM deram para ajudar vítimas do tsunami que varreu o Oceano Índico em 2004 e outros desastres naturais constituíram um curso prático de gerenciamento para jovens funcionários indianos e revelou inovações técnicas que a empresa passou a vender no programa "Smarter Planet".

No Brasil, o Banco Real começou com a limpeza de ruas nas imediações de suas instalações. Isso acabou levando à criação de uma linha de crédito pessoal de finalidades ambientais e concessão de microcrédito a pequenas empresas. Dispositivos eletrônicos de mão dotados de leitores de identificação de dedos desenvolvidos pelo banco indiano ICICI para ajudar uma clientela analfabeta em locais remotos comprovaram ser economicamente viáveis e à prova de fraudes - e estão se convertendo em "padrão-ouro", no setor, para todo tipo de transações e clientes.

Na raiz dessas inovações está uma filosofia empresarial empenhada em algum tipo de "bem mais do que meros lucros". Ao mesmo tempo, iniciativas de fundo social podem ser também boas para a lucratividade. David Kenny, ex-CEO da Digitas, uma agência de publicidade hoje pertencente ao Publicis Groupe - e uma das companhias que Kanter louva - vê uma mudança no cenário. "Não podemos mais vender coisas, porque (o mundo) digital dá às pessoas poder para que façam suas próprias escolhas", escreve Kanter citando Kenny. "Por isso, precisamos ser generosos, [do contrário] as pessoas não nos escolherão. Generosidade fomenta retornos."

Num período de crise financeira, mudanças climáticas, enormes disparidades econômicas e pandemias, a existência de companhias que tentam minorar iniquidades e endireitar coisas é, certamente, tranquilizante. E com base nas descrições de Kanter - a mexicana Cemex, a japonesa Omron e a americana Procter & Gamble também estão em sua lista de "SuperCorps"- tendem a ser bem administradas e lugares prazerosos para trabalhar. O que falta ao livro, porém, é uma clara discussão da difícil ponderação de vantagens e desvantagens inerente à eleição de um comportamento moral. Afinal de contas, fazer o bem pode custar caro. Outro senão é a escolha de exemplos por Kanter. Nenhum parâmetro específico precisou ser mensurado para que uma companhia fosse considerada "SuperCorp".

Apesar disso, em seu conjunto, as companhias escolhidas por Kanter equivalem a um argumento no sentido de que imperativos sociais, tanto quanto uma cultura empresarial aberta e o foco em produtos para solução de problemas, caracterizarão as empresas de vanguarda nas décadas futuras. Elas não substituirão organizações não governamentais e a liderança política proativa. mas certamente passarão a contribuir cada vez mais para fazer do mundo um lugar melhor.

(Copyright 2009 The McGraw-Hill Companies)

Valor Econômico - 20/8/2009

24 julho 2009

Este seria um bom teste

Leia o texto abaixo com atenção. Veja se você consegue descobrir um erro grave no mesmo.

Licitações: entre o balanço e o balancete
Társis Nametala Sarlo Jorge. Valor Econômico. São Paulo: Jul 23, 2009.

O procedimento licitatório é instrumental de uma série de finalidades em nosso sistema jurídico. Não somente por meio dele se procura obter a melhor proposta para o Estado, como também tem raízes no princípio democrático de direito, eis que os diversos participantes, por meio de seus atos - impugnação ao edital, recursos administrativos, contrarrazões e outros - participam da formulação da vontade estatal, que se consubstanciará nos termos do futuro contrato administrativo. Para além disso, a licitação também é uma forma de intervenção do Estado na ordem econômica, já que visa a contratação das empresas em condições "par conditio", ou seja, em condições de igualdade material.

Assim é que fica clara a importância do respeito ao "due process administrivo" na licitação, tanto por parte do Estado quanto por parte dos licitantes. Assim, a licitação é território fértil para discussões acerca de temas societários e empresariais, bem como de direito público, pondo às claras as imbricações inevitáveis - e mesmo desejáveis - entre o assim chamado direito público e o também assim chamado direito privado.

Nesse passo é que propomos a análise de uma das hipóteses mais corriqueiras nas questões de habilitação licitatória. Trata-se da frequente troca efetuada pelos licitantes entre balanço do exercício e balancete. Em outras palavras, quando o edital exige, para o momento da habilitação licitatória, a apresentação, entre outros documentos, do balanço patrimonial do exercício, não pode, sob pena de ser inabilitado, o licitante apresentar um balancete, que é coisa diversa.

O balanço social é uma das espécies, como sabido, do gênero das demonstrações financeiras das sociedades - sendo as demais a demonstração de lucros ou prejuízos acumulados e a demonstração de resultados de exercício, entre outros. De todos, como assevera a melhor doutrina, o mais importante, sem dúvida, é o próprio balanço social, eis que arrola tanto as contas ativas quanto passivas da sociedade, servindo como um verdadeiro mapa financeiro da instituição. Nele se pode observar a diferença entre ativo e passivo, que constitui o patrimônio líquido, composto pelo capital, pelas reservas e pelos lucros acumulados.

Já no que concerne ao balancete, trata-se de um documento mais resumido, em regra mais simples, que não segue as normas contábeis vigentes, não demonstrando, nem de longe e com a mesma clareza, a real situação da atividade empresarial desenvolvida por aquela sociedade. Balancetes, em regra, além de ostentarem as características acima referidas, são documentos feitos para situações específicas, como operações societárias. Assim é que o balancete não pode, a todas as luzes, substituir o balanço, esse, sim, um documento hábil a demonstrar a força econômico-financeira do licitante.

Como se pode observar, não se trata de uma mera exigência formal, mas sim de uma determinação de apresentação de documento essencial para a habilitação de quem pretende pactuar com o Estado, que, em atendimento aos princípios que regem a administração pública, deve acautelar-se em face de riscos desnecessários. Aliás, nesse sentido entendeu o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) recentemente, em um julgamento cuja ementa restou dito ser descabido o uso do balancete em substituição do balanço social e das demonstrações contábeis do último exercício social, entre outras assertivas.

Por outro lado, é o próprio Código Civil que estabelece as diferenças entre essas duas figuras - balanço e balancete - em seu artigo 1.186, por exemplo, que trata do livro "balancetes diários e balanços" em dispositivos diversos, sendo o balancete cuidado no inciso I e o balanço, no inciso II. Ora, caso fossem a mesma coisa, não teriam sido previstos e tratados em dispositivos diversos do referido artigo, visto que, como sabido, a lei não contém palavras em vão. E mais: quando a legislação quis, de certa forma, igualar estes dois documentos, o fez de forma expressa, como se observa da leitura atenta do inciso I do artigo 248 da Lei das S.A., que determina que o valor do patrimônio líquido da coligada ou da controlada será determinado com base em balanço patrimonial ou balancete de verificação levantado.

Assim é que, respeitando opiniões em contrário, entendemos como correto o posicionamento no sentido de, uma vez exigido o balanço em licitação, o licitante que apresenta um mero balancete não merece ser habilitado.


Descobriu? Não seria um bom teste para seus conhecimentos? É por isto que o jornal ao publicar textos como estes coloca que não se responsabilidade pelas opiniões. Mas será que é responsável pelo erros conceituais?

30 setembro 2008

Balanço Social


O Ibase lança livro inédito com análise de mais de mil balanços sociais publicados entre 1997 e 2005. A publicação traz panorama de investimentos empresariais em meio ambiente, ações sociais e no público interno.


Alexandre Alcantara. Clique aqui para ler mais

19 agosto 2008

Práticas socioambientais

Para aqueles que querem, de fato, fazer uma avaliação mais criteriosa do quanto as práticas socioambientais estão evoluindo numa empresa, recomenda-se o seguinte passo a passo:

Identificada a empresa, acessar o site e verificar a existência de um link específico para download de relatório de sustentabilidade, normalmente em campo para Responsabilidade Social. A não existência dele configura, de partida, pouco interesse (e baixo grau de transparência) em disponibilizar informações para diferentes públicos. Muitas empresas preferem distribuir relatórios impressos para públicos que variam entre 2 mil e 5 mil pessoas. Quanto maiores as empresas, e mais superlativos os seus impactos, maior deve ser a preocupação em relatar seus compromissos sustentáveis. Eis um item importante de análise.

Acessado o relatório, analisar há quanto tempo a empresa o publica. Tempo é importante, pois indica compromisso. No entanto, mais importante do que o tempo é o modo como a empresa sistematiza as informações socioambientais e as relaciona com os seus negócios.

Os melhores relatórios são os que seguem alguma diretriz capaz de organizar as informações. Ferramentas como os Indicadores Ethos e, mais recentemente, o GRI (Global Reporting Intiative), ajudam a ter uma visão mais ampla do conjunto de ações socioambientais. O conjunto é importante na medida em que reflete a preocupação mais abrangente da companhia com o conceito. Tão importante quanto atender a ao check list de práticas ideais é a qualidade das ações, que pode ser analisado a partir da descrição delas.

Se o objetivo é avaliar a evolução, apenas a leitura de uma série de relatórios possibilita uma comparação. Um cuidado importante é verificar como, e com que nível de honestidade, as empresas equilibram as notícias boas (práticas bem resolvidas) com as ruins (áreas nas quais ainda há muito por se fazer). O bom senso manda desconfiar de documentos que retratam perfeição, até porque, em tema tão recente, nenhuma empresa pode se atribuir notas elevadas. Outra dica: verificar se os relatórios têm algum tipo de auditoria externa. Não só em número mas em procedimentos.

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 12)(Ricardo Voltolini) - Identificando as empresas esforçadas - 19/08/2008

03 setembro 2007

Bolsa de Valores

Uma série de notícias sobre bolsa de valores.

No Valor, Ingleses querem empresas do Brasil na bolsa de Londres, de 03/09/2007, informa que o prefeito do distrito financeiro de Londres, Lord Mayor John Stuttard, gostaria de ter empresas brasileiras na bolsa de Londres.

Na GAzeta, também de 03/09/2007, o foco é nas empresas que estão fora dos níveis de governança do Bovespa (Maioria das empresas está fora dos níveis de governança da Bovespa, por Luciano Feltrin, Finanças & Mercados - Pág. 4). Alguns dados interessantes são apresentados


=> das 402 companhias com papéis negociados na Bovespa, 74,8% do total (números de julho deste ano) ainda estão fora dos níveis de governança da Bolsa

= > O percentual inclui empresas cujas ações estão entre as mais negociadas do mercado, como é o caso da Petrobras.

=> Nos EUA, 92% das empresas não têm mais que 20% de suas ações concentradas em um controlador. Uma das explicações dessa característica é a cultura de mercado das companhias norte-americanas. No Brasil, por outro lado, há concentração dos papéis por um grupo ou família controladora.

=> Segundo dados da GMI Ratings,o Brasil está em penúltimo lugar entre 42 países no que se refere a boas práticas de governança. Só vence a China.


Isto mostra que ainda temos muito que evoluir em termos de governança.

A mesma Gazeta comenta a questão da sustentabilidade (Itaú é líder de sustentabilidade na AL, 03/09/2007, Finanças & Mercados - Pág. 4, por Aluísio Alves)

(...) O Itaú é o banco mais sustentável da América Latina. É o que diz a consultoria espanhola Management & Excellence (M&E), depois de verificar o desempenho das 40 maiores instituições financeiras da região em governança corporativa, ética, responsabilidade socioambiental e transparência. O levantamento consistiu em medir o enquadramento dos bancos a padrões internacionalmente respeitados, como a presença das ações no Dow Jones Sustainability Index (DJSI), a publicação de balanço social segundo o modelo GRI (Global Reporting Initiative) e a obediência a normas corporativas da OECD. Com 95,4 pontos, numa escala de zero a 100, o Itaú ficou em primeiro no ranking pelo terceiro ano consecutivo.

O estudo também apontou, no entanto, que a briga entre os bancos mais adiantados pela ponta ficou mais acirrada. O Bradesco, por exemplo, quase dobrou a pontuação de dois anos atrás, atingindo 94,5 pontos, 0,9 a menos do que o do maior rival. Para o sócio-diretor da M&E, Bill Cox, o esforço dos grandes para se firmar como referência em sustentabilidade se traduz no aumento dos investimentos no setor. "O tema consumiu de US$ 100 milhões a US$ 1 bilhão de cada um dos cinco primeiros em 2006, com um crescimento anual médio de 25%", diz.


Particularmente tenho certa restrição a um indicador que permite que uma instituição consiga dobrar a pontuação, atingindo o segundo lugar, em dois anos.

30 agosto 2007

O usuário está cada vez mais exigente

O usuário da informação contábil está cada vez mais exigente. Podemos observar isto pelo artigo a seguir. Ou seria o excesso de normas?

A sustentabilidade da natura
Gazeta Mercantil - 30/08/2007

Com práticas consistentes e ações estrategicamente planejadas de relacionamento, a empresa construiu uma imagem que a levou a ser percebida como a mais sustentável por diversos segmentos da sociedade. Isso fez com que a Natura se tornasse referência no assunto, tanto em gestão como em comunicação. Seu relatório anual é considerado modelo por vários agentes da sociedade, muito provavelmente por seguir as diretrizes da GRI (Global Reporting Initiative).

(...) Apesar de um grande número de companhias abertas publicar a DBSI (Demonstração do Balanço Social - Ibase), o que possibilita fazer uma análise vertical e horizontal dos dados ali relatados e desenvolver avaliações e diagnósticos em conjunto com outras demonstrações, a Natura não a publica. Quase todas as empresas que publicam a DBSI e também a auditam.

O CFC (Conselho Federal de Contabilidade) editou em 2004 uma norma que trata sobre a publicação das informações de natureza socioambiental, uma espécie de DBSI ampliada. (...) Mas a Natura também não publica os dados de acordo com essa norma.

(...) Nas notas explicativas, a empresa aborda sua gestão de risco no item "instrumentos financeiros", que trata da exposição cambial, taxa de juros e risco de credito. Mas não há nenhuma menção sobre riscos ambiental, trabalhista, comunitário, todos itens esperados nas notas explicativas de uma empresa modelo em sustentabilidade. (...) A meu ver, para a sustentabilidade estar 100% presente na Natura, faz-se necessários que suas demonstrações contábeis expressem isso.

Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 4 - 30/08/2007 - Roberto Sousa Gonzalez

13 agosto 2007

Ibase torna-se mais restritivo

Conforme publicado anteriormente neste blog (aqui e aqui), o Ibase aumentou o rigor no seu selo Ibase. Agora, notícia da Gazeta Mercantil informa que o número de empresas diminuiu mais ainda. O maior rigor valoriza a empresa que obteve a distinção do Ibase.



Governança Corporativa
Despenca número de empresas com selo Ibase
Gazeta Mercantil - 13/08/2007

São Paulo, 13 de Agosto de 2007 - O Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) divulgou na sexta-feira que apenas 17 companhias brasileiras foram aprovadas para usar o selo da entidade aprovando a qualidade do Balanço Social do exercício de 2006. Dentre elas, apenas quatro - Cosern, Coelce, Cedro e Cachoeira e Petrobras - são listadas na Bovespa, sendo que apenas a última faz parte do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), indicador que lista companhias com níveis superiores de boas práticas socioambientais.

As demais - Antonio Ruette AgroIndustrial, Cocam, Copag, Dori, Icec, Masa, Nardini, Refrigerantes Marajá, Saint-Gobain Canalização, Sanasa, Usina Alvorada, Usina São Domingos e Vale do Avaí - são empresas menos conhecidas.

Numa primeira etapa, apenas treze atenderam plenamente à nova exigência. Outras quatro, incluindo a Petrobras, refizeram seus balan-ços, acrescentando as informações requeridas e também tiveram o selo.

Mais exigente

De acordo com o coordenador do projeto Balanço Social e Responsabilidade Social Corporativa do Ibase, Ciro Torres, a queda deve-se principalmente à exigência de que as empresas garantam de 2% a 5% de seus cargos para pessoas portadoras de deficiência física. Das 60 empresas que requisitaram o Selo este ano, 22 foram desclassificadas logo no início porque não atendiam esse critério.

Segundo ele, a queda no número de aprovadas já era esperada. "Quisemos dar uma chacoalhada nas empresas", diz.

Segundo ele, com o aumento do rigor, o Ibase sinaliza às companhias que elas devem usar o balanço social como estratégia de gestão e não apenas para conseguir um reconhecimento público. "Decidimos dizer não a relatórios que não mostram evolução das empresas em aspectos sociais".

Criado há dez anos, o selo Ibase é hoje usado por cerca de 400 companhias como referência para a confecção do relatório de suas atividades socioambientais. Até o ano passado, pouco mais de 10% delas conseguiam o selo. Agora, este percentual caiu abaixo de 5%. Ainda assim, o número de inscritas para obter a certificação vem crescendo. No ano passado, foram 54. Em 2007, foram 60 candidatas.

(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 4)(Aluísio Alves)

09 agosto 2007

O futuro do Balanço Social

Reproduzo o artigo de Ciro Torres (co-autor do livro que organizei, Balanço Social):

O futuro do balanço social
Gazeta Mercantil - 09/08/2007

9 de Agosto de 2007 - Há dez anos surgia a primeira versão da mais conhecida ferramenta de gestão e divulgação de ações sociais e ambientais realizadas por empresas no Brasil. Em 1997, o sociólogo Herbert de Souza (o Betinho, um dos fundadores do Ibase, cujo décimo aniversário de morte ocorre hoje) lançou a idéia de as empresas utilizarem um modelo simplificado de Balanço Social para diferenciarem-se e prestarem contas de suas ações à sociedade. Por conta da facilidade de aplicação e precisão, tornou-se uma ferramenta amplamente utilizada no mundo corporativo.

A discussão sobre ética e a transparência nas empresas brasileiras ganhou corpo no contexto do movimento pela ética na política (que culminou com o impeachment do então presidente Fernando Collor, em 1992) e durante os desdobramentos da Campanha contra a Fome, de 1993. O debate sobre o balanço social, que havia se iniciado no País, embora timidamente, em finais dos anos 1970, ganha um alcance nacional a partir da iniciativa de Betinho - e a sugestão (acompanhada por seu esforço de divulgação) de se utilizar um modelo único como ferramenta concreta para avaliar as práticas efetivas de transparência. Tratava-se de um instrumento desenvolvido para as empresas se planejarem e prestarem contas publicamente - divulgado em revistas e jornais de negócios, como a própria Gazeta Mercantil - tornando público dados e indicadores anuais. Informações que tradicionalmente não apareciam nas discussões dentro do universo e das publicações empresariais, como por exemplo as relativas à diversidade de gênero e raça, começaram a vir a público. Estas e outras discussões entraram na pauta de empresas, governos e sociedade - algumas delas jamais feitas antes com tanta visibilidade e informações qualificadas.

Os avanços no período foram muitos. O próprio modelo começou bem menor e mais tímido do que o atual. Os questionamentos, as perguntas e indicadores socioambientais foram evoluindo no próprio processo, com a participação de diversas instituições e empresas. No início desta longa jornada, apenas 9 empresas aderiram ao modelo de balanço social proposto pelo Ibase. Atualmente, 330 grandes empresas que atuam no Brasil já utilizam esta ferramenta, que por sua simplicidade e baixo custo de realização, muitas vezes é publicada em conjunto com outros instrumentos de gestão do social e do ambiental.

Todavia, o discurso evoluiu mais rápido do que a prática e agora se faz necessário que as empresas comecem a analisar com mais profundidade o conteúdo de seus balanços sociais - e não se contentem apenas em preenchê-los. Uma leitura dos balanços ao longo dos anos pode indicar o grau de evolução (ou não) das ações sociais e ambientais. Um exemplo concreto de como isto é necessário, é a pouca inclusão das pessoas portadoras de deficiência nos quadros das empresas, já que a grande maioria não cumpre as cotas mínimas. É necessário também superar o receio de tornar públicos os impactos negativos, em especial os passivos sociais e ambientais.

Mas a transparência propiciada pelo Balanço Social não é algo que interessa apenas ao mundo corporativo, muito pelo contrário. O Estado e a sociedade civil organizada precisam fazer mais, por exemplo na regulação, apoio e cobrança por uma efetiva mudança nas práticas empresariais. A sociedade, reunida em movimentos, ONGs e sindicatos, deve estar atenta e monitorar o ritmo destas mudanças - elogiando, criticando ou denunciando, quando for o caso. E as empresas ainda têm que colocar os seus discursos em prática, se preocupando, de fato, com os impactos gerados pelos bens, produtos e serviços disponibilizados, recolocando, antes de tudo, as pessoas e a vida em primeiro lugar.


(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 4)(Ciro Torres - Cientista político e coordenador de Responsabilidade Social e Ética nas Organizações do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase).)

28 junho 2007

Selo Ibase está mais difícil

Duas reportagens da Gazeta Mercantil tratam do mesmo tema (Despenca número de empresas com selo Ibase, 04/06/2007; Certificação é cada vez mais difícil, de 05/06/2007): está reduzindo o número de empresas que estão conseguindo obter a certificação do Ibase. Em 2006 o número de empresas já tinha reduzido para 52. Agora a redução deve continuar, conforme espera o próprio Ibase.

Um aluno meu de graduação, Jof Andrade Bezerra, fez uma pesquisa interessante sobre a evolução histórica do número de empresas que adotam o modelo Ibase de Balanço Social. O gráfico abaixo são os números obtidos por Jof Bezerra, a partir da consulta ao sítio do Ibase. A quantidade de balanços tem diminuído com o passar do tempo, enquanto que a proporção do selo ficou maior.

01 junho 2007

Nike e responsabilidade social

Tentando reverter a imagem negativa, a Nike anuncia seu relatório de responsabilidade social:

A Nike estabelece alvos empresariais para atingir metas ambiciosas de responsabilidade corporativa; A empresa integra mais profundamente a responsabilidade corporativa no crescimento de longo prazo e em estratégias empresariais de inovação
PR Newswire em português

BEAVERTON, Oregon, 31 de maio /PRNewswire-FirstCall/ -- Com a divulgação hoje de seu Relatório de Responsabilidade Corporativa dos anos fiscais 2005 e 2006, a NIKE, Inc. anuncia uma série de alvos empresariais para 2011 que integram mais profundamente metas de responsabilidade corporativa no crescimento de longo prazo da empresa e nas estratégias empresariais de inovação. As metas estabelecem pontos de referência para melhorar as condições de trabalho nas fábricas contratadas, criar uma empresa de clima neutro, impulsionar projetos de produtos e inovações sustentáveis, e desencadear potencialidades oferecendo à juventude maior acesso aos benefícios do esporte.

"Consideramos a responsabilidade corporativa um catalisador de crescimento e de inovação", disse Mark Parker, Presidente e CEO da Nike, Inc. "Ela é parte integrante de como podemos usar a força de nossa marca, a energia e a paixão do nosso pessoal, e a dimensão de nosso negócio para criar mudanças significativas."

As metas empresariais de responsabilidade corporativa estabelecidas pela Nike incluem:

-- Melhorar as condições de trabalho eliminando até 2011 horas extras excessivas nas fábricas contratadas da marca Nike. Horas extras excessivas constituem um dos problemas de conformidade trabalhista mais sérios que a empresa e a indústria enfrentam. A prioridade da Nike continua sendo a melhoria das condições para os quase 80.000 trabalhadores das fábricas contratadas que fabricam os produtos da empresa.

-- Implantar até 2011 um clima neutro em todos os ambientes de fábricas, varejo e viagem de negócios relacionados com a marca Nike. Nos últimos dois anos, a Nike ultrapassou as metas de redução de emissões de CO2 através do programa Climate Savers do World Wildlife Fund. A empresa também eliminou gases fluorinados (gases F) em todos os produtos da marca Nike, após 14 anos de pesquisa e desenvolvimento do sistema de amortecimento Nike Air da empresa.

-- Projetar todos os calçados da marca Nike (mais de 225 milhões de pares por ano) para satisfazer até 2011 as metas básicas de redução de resíduos no projeto e embalagem de produtos, na eliminação de compostos orgânicos voláteis e no uso crescente de materiais ambientalmente preferíveis. Todo o vestuário da marca Nike está programado para satisfazer os padrões básicos até 2015, e o equipamento até 2020. A Nike está projetando soluções de inovação sustentável em seus produtos que, segundo a previsão da empresa, irão criar benefícios em toda a sua cadeia de suprimento e possibilitar a realização de seus objetivos.

-- Investir em iniciativas baseadas na comunidade que usam a força do esporte para desencadear potencialidades e melhorar a vida dos jovens. Nos últimos dois anos, a Nike investiu US$100 milhões em iniciativas esportivas baseadas na comunidade. A empresa está planejando um investimento mínimo de US$315 milhões até 2011.

Além de definir metas empresariais, a Nike continua o seu compromisso de transparência na cadeia de suprimentos, atualizando informações públicas sobre as mais de 700 fábricas contratadas em todo o mundo que fabricam produtos Nike. Em 2005, a Nike foi a primeira empresa do setor a divulgar sua base fabril para encorajar a transparência e a colaboração na indústria. Pela primeira vez, a Nike também colocou no site http://www.nikeresponsibility.com/ [http://www.nikeresponsibility.com/] as ferramentas de auditoria das fábricas contratadas pela empresa. As ferramentas ajudam a fornecer melhor transparência e discernimento sobre como a empresa avalia e monitora suas fábricas contratadas quanto à conformidade com os padrões da Nike.

O relatório de responsabilidade corporativa da Nike, disponível em rede no site http://www.nikeresponsibility.com/ [http://www.nikeresponsibility.com/], apresenta maiores detalhes sobre essas e outras metas empresariais. O relatório apresenta também uma revisão abrangente dos esforços de responsabilidade corporativa da empresa nos anos fiscais de 2005 e 2006, bem como estratégias para o futuro. Este é o terceiro relatório público de responsabilidade corporativa da empresa. O período do relatório do AF05-06 abrange uma época crítica, durante a qual a Nike experimentou uma evolução significativa sobre como a empresa formula, define e aborda a responsabilidade corporativa.

Para mais informações, visite o site http://www.nikeresponsibility.com/ [http://www.nikeresponsibility.com/].

A NIKE, Inc., sediada perto de Beaverton, Oregon, é líder mundial em projeto, comercialização e distribuição de calçados, vestuário, equipamentos e acessórios desportivos para uma grande variedade de esportes e atividades físicas. As subsidiárias integrais da Nike incluem a Converse Inc., que projeta, comercializa e distribui calçados, vestuário e acessórios atléticos; a NIKE Bauer Hockey Inc., uma empresa líder em projeto e distribuição de equipamentos de hóquei; a Cole Haan, uma empresa líder em projeto e comercialização de sapatos, bolsas, acessórios e casacos de luxo; a Hurley International LLC, que projeta, comercializa e distribui calçados, vestuário e acessórios para esportes de ação e estilos de vida jovens; e a Exeter Brands Group LLC, que projeta e comercializa calçados e vestuário atléticos para o canal de varejo em geral.

23 fevereiro 2007

Balanço Social das Teles

Artigo da Gazeta de ontem:

O balanço social das teles

22 de Fevereiro de 2007 - Na Telecom 2006, do final do ano, foi apresentado o 4º Balanço Social do setor de Telecomunicações, com dados de 2005. O documento é uma pesquisa realizada online. Esta leva em consideração itens da DBSI (Demonstração do Balanço Social Ibase). O setor não tem nenhuma empresa listada no ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial) da Bovespa, e foi o grupo com mais "não manifestação" ao convite para preencher o questionário do CDP-4 (Carbon Disclosure Project).

Um dos resultados interessantes é que apenas 45% das empresas tornaram público seu balanço social. Destas, 35% publicaram a DBSI e 7%, a GRI (Global Reporting Initiative) e informaram que, para os dados de 2006, a meta é 28% DBSI e 10% GRI. Como a GRI não tem a DBSI, que é uma demonstração de fácil compreensão e já utilizada por uma parcela do mercado financeiro, recomendo que as companhias que almejam a utilização das diretrizes da GRI não abram mão de publicar também a DBSI.

Um dado que merece reflexaão é a possível ampliação do uso da tecnologia pelo setor, o que geralmente traz diminuição do total da força de trabalho e a valorização do conhecimento existente, com a manutenção de profissionais mais antigos. Isto ocorreu: o quadro de profissionais, que era de 94.074 em 2004, caiu 32,10% ao final de 2005, como também caíram (59,25%) as admissões durante o ano. Mas o total de profissionais acima de 45 anos subiu 10,09%.

Outro aspecto interessante: as mulheres, que representavam 43,53% da força de trabalho em 2004, tornaram-se apenas 25,52% em 2005. Os homens tiveram uma redução de 10,44%, enquanto as mulheres, de 60,20%. Apesar do número maior de demissões, a participação das mulheres subiu no percentual de mulheres em cargos de chefia (dado mais digno de nota se o número dos cargos de chefia continuou o mesmo em 2004 e 2005).

Já no que se refere ao total de profissionais negros, estes tiveram uma ampliação de 27,58%. Ampliaram-se também os cargos de chefia ocupados por negros.

Em relação aos dados financeiros, há deficiências reconhecidas pela própria coordenação da pesquisa, o que prejudica a análise. Afinal, 35% das empresas não quiseram informar a receita líquida de 2005, 48%, o resultado operacional e 41%, a folha de pagamento bruta.

O mesmo se passa com os indicadores ambientais: em 2004, o valor do investimento em meio ambiente relacionado com a produção/operação das empresas do setor foi de R$ 3,7 milhões; em 2005, de R$ 314 milhões - é relevante o fato de mais de 70% das empresas não terem respondido a esta pergunta. Então, a questão que fica é: qual foi o grande investimento no setor de telecomunicações em meio ambiente em 2005? No documento, as informações descritivas dos projetos ambientais não abordam questões financeiras, e seria leviano deduzir se os projetos destinavam-se a atender à resolução n.º 274/2001 da Anatel, que está relacionada à infra-estrutura das antenas instaladas, ou se se referiam ao controle de emissões radioelétricas e de gases tóxicos, ou aindas a outras operações que talvez tenham merecido altos volumes financeiros em 2005. O importante seria saber se foi um recurso de exigência legal; pontual; de um projeto especifico; se o investimento terá continuidade, etc.

O documento Balanço Social Telecomunicações 2006 não aborda governança corporativa, considerada um "calcanhar de Aquiles" por fonte do próprio setor, talvez pelo modelo de privatização executado. Pode-se dizer que a transparência não está fortemente presente e as informações da área de recursos humanos deveriam ser melhor abordadas nos relatórios das empresas.

A meu ver, este setor necessita de uma evolução em sustentabilidade e a primeira empresa do setor que enxergar isso se destacará e terá o reconhecimento dos públicos estratégicos - entre eles, os investidores socialmente responsáveis.

(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 8)(Roberto Gonzalez - Administrador com MBA em Mercado de Capitais na USP, profissional de investimento com CNPI (Certificação Nacional do Profissional de Investimento) e professor na Trevisan Escola de Negócios.roberto@mediagroup.com.br)

10 janeiro 2007

Exxon apoia o debate contra o aquecimento global

Um relatório denominado Smoke, Mirrors & Hot Air, feito pela Union of Concerned Scientists, afirma que a ExxonMobil adotou a tática da indústria do cigarro de apoiar a desinformação sobre a questão da mudança do clima. O apoio financeiro foi de $16 milhões entre 1998 a 2005.

Fonte: Seeking Alpha

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08 janeiro 2007

Denúncia

Três empresas multinacionais reagem a denúncias, negam ter tomado conhecimento do fato e agora buscam soluções para evitar crianças atuando em suas cadeias produtivas
O Globo

Ministério Público do Trabalho (MPT) de Minas Gerais vai intimar, nas próximas semanas, três multinacionais a assinarem um Termo de Ajuste de Conduto (TAC) em que se comprometem a não comprar matéria-prima produzida por crianças. Basf, Tintas Coral e Faber-Castell se viram, assim, envolvidas com a Justiça num processo iniciado em janeiro de 2006, depois da publicação, na revista da ONG Instituto Observatório Social, de uma reportagem que denunciava trabalho infantil no terreno sob concessão de Minas Talco e Minas Serpentinito, fornecedoras das multinacionais. As denúncias serviram como um alarme e impulsionaram as três empresas a anunciarem providências. Agora elas estão mais atentas.

As multinacionais também reagiram às denúncias. Em nota, a Faber-Castell explica que não compra mais dos fornecedores envolvidos e que destacou uma equipe para desenvolver ações de apoio à comunidade. Além disso, a empresa se aproximou mais da comunidade e doou material escolar para dez escolas públicas de Ouro Preto. Para uma delas, a única de Mata dos Palmitos, onde estudam 56 alunos, a Faber enviou, ainda, 60 carteiras, cadernos e papel sulfite. De acordo com a empresa, a doação atendeu 100% das 1.100 crianças matriculadas na rede municipal de ensino da região.

A Tintas Coral também garantiu que, ao ser informada da denúncia, interrompeu o relacionamento comercial com a Minas Talco. Em nota, a empresa afirmou ter passado “a realizar várias discussões a respeito do monitoramento de seus fornecedores, principalmente os menores, visto que os grandes já eram cobertos por auditorias periódicas e correspondem a 80% do volume de compras”. Ainda segundo a empresa, com essas discussões foi desenvolvido o “Questionário de responsabilidade social”, projeto que está em fase de implementação e que será aplicado a todos os fornecedores, atuais e futuros, da Coral. Seu objetivo é se certificar com mais propriedade sobre o cumprimento dos requisitos básicos de responsabilidade social.

Já a Basf suspendeu os contratos com o fornecedor à espera da apuração das autoridades competentes. Gislaine Rosseti, diretora de comunicação da empresa, explica que a responsabilidade social é uma atividade estratégica em seus negócios e que acredita nos parceiros até que seja comprovado que eles quebraram os códigos de conduta da multinacional.

04 janeiro 2007

Exxon Mobil pagou ...

Notícia do Yahoo News:

A ExxonMobil deu $16 milhões de dólares a 43 grupos ideológicos entre 1998 a 2005 para desacreditar as notícias sobre os perigos do aquecimento global.