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10 outubro 2011

Sensibilidade do investimento a variações no fluxo de caixa nas empresas brasileiras e argentinas

A dissertação de mestrado de Alan Nader Ackel Ghani, defendida dia 11 de agosto, analisa a evolução do grau de restrição de capital (dívida ou emissão de ações), sob a abordagem da relação entre fluxo de caixa e investimento ("cash flow sensitivity"), para empresas brasileiras e argentinas, em quatro períodos macroeconômicos distintos.

Estimou-se essa relação por meio de análise econométrica de painel para empresas de dois países: Brasil e Argentina. Espera-se que, na presença de imperfeições de mercado, ocorra restrição de capitais (financiamento externo), que se manisfeta por meio de uma relação positiva e significante entre o fluxo de caixa e o investimento.

Os resultados mostram que a sensibilidade do investimento a variações no fluxo de caixa segue trajetória muito parecida nos dois países. De 1995 a 1997, período de estabilização econômica e crescimento em ambos os países, a relação foi positiva e significante, mostrando haver significativa restrição de capital. De 1998 a 2003, os anos das multi crises externas e internas, a relação entre as duas variáveis não foi estatisticamente significante. É um período em que as empresas utilizam as fontes de capital mais para assegurar a própria sobrevivência do que para crescer. De 2004 a 2007, os anos de recuperação da economia mundial, o coeficiente volta a ter relação positiva e significante, mas menor comparativametne ao período base (1995 a 1997).


No Brasil, esse período foi caracterizado pelo fortalecimento dos mecanismos de governança corporativa, que aliados ao crescimento econômico e à oferta de capitais internacionais propiciaram uma onda de aberturas de capital de empresas. De 2008 a 2009, período da crise financeira global, essa relação sofre um ligeiro acréscimo em ambos os paises. Apesar da vasta literatura sobre o tema, poucos trabalhos abordam a evolução da sensibilidade do investimento ao fluxo de caixa no tempo. Este trabalho visa a preencher esta lacuna para o Brasil e para a Argentina.

Fonte: aqui

22 dezembro 2008

A Posição da CVM

(...) Valor: Se já tivéssemos o IFRS, mesmo assim poderíamos ter tido essa surpresa?
Maria Helena: O reconhecimento, na contabilidade, dos produtos a valor justo poderia ter ajudado a mostrar. Porém, em 30 de junho, poderia se saber que eles existiam, mas não chamaria a atenção para o risco que eles embutiam. Claro que essa deterioração tão rápida da variável câmbio foi um fator que pesou e piorou ainda a qualidade da transparência dos dados, atrapalhou a possível percepção que se pudesse ter a respeito desse assunto.

Valor: O quadro de sensibilidade que passou a ser exigido vai ajudar nesse sentido?
Maria Helena: O reconhecimento contábil é importantíssimo, mas o teste de sensibilidade vai ajudar a prevenir situações. A administração, quando for aprovar demonstrações financeiras, terá ali um teste importante da efetividade e dos riscos embutido nos produtos.


Valor: Alguns auditores já fizeram críticas a essa exigência...
Maria Helena: Não vejo que dificuldade isso cria para o auditor. Quem está assumindo as premissas dos cenários prováveis e quem está informando sobre as variáveis é a administração. Ele vai auditar isso na mesma metodologia que usa para as demais informações auditadas. Não vejo realmente incongruência.


Valor: E quais são os grandes desafios para 2009?
Maria Helena: Todos esses assuntos que estão na pauta dos reguladores internacionais estão na nossa também. Estamos nos grupos de força-tarefa da Iosco [entidade que congrega os órgãos reguladores no mundo], que estão discutindo temas como venda a descoberto, papel das agências de rating e examinando se os produtos financeiros e de investimento que estão no mercado de balcão estão adequadamente transparentes para os reguladores e para o mercado.

Valor: A discussão sobre a venda a descoberto logo gerou polêmicas...
Maria Helena: A discussão que está havendo agora entre reguladores é mais aprofundada do que aquilo que surgiu no calor da crise. Como aqui a gente não tem a venda a descoberto sem empréstimo prévio, não tivemos muito envolvimento na discussão nesse âmbito. Mas hoje os reguladores discutem ainda como controlar melhor o uso abusivo sem impedir o uso legítimo para estratégias nos mercados futuros. Discutem também se deve voltar a regra, que já existiu no mercado americano, de impedir a venda a descoberto de acentuar uma tendência de queda do preço. Isso é tremendamente difícil de fiscalizar, por isso foi eliminada a regra, mas está de novo em discussão.

Valor: E as mudanças podem ser feitas no Brasil também?
Maria Helena: A nossa venda a descoberto tem um custo aqui, é cara, não é estratégia barata de fazer como é lá fora, não permite o nível de abuso que havia lá fora, mas nós vamos discutir, ver em que direção a experiência dos outros nos leva a caminhar.


CVM participa de força-tarefa sobre crise - 15/12/2008
Valor Econômico

09 dezembro 2008

Análise de Sensibilidade

(...) A CVM colocou na minuta da regra que a análise de sensibilidade relativa aos contratos financeiros deverá ser obrigatória. A norma, quando emitida em sua versão definitiva, valerá para o balanço anual de 2008. A receptividade das empresas a essa solicitação, porém, não foi das melhores.

Bom termômetro para isso são as notas explicativas dos balanços do terceiro trimestre, que tiveram de ser apresentadas conforme a deliberação 550 da CVM - uma espécie de antecipação simplificada da norma de convergência para o resultado anual. Na regra lançada pela CVM no calor do episódio com os derivativos, em meados de outubro, a análise de sensibilidade era facultativa. A deliberação 550, porém, é válida até o fim deste ano, quando será substituída definitivamente pela nova norma contábil para instrumentos financeiros. No terceiro trimestre, poucas foram as companhias que apresentaram esses dados. Em sua maioria, as que trouxeram os dados foram aquelas que não tinham riscos relevantes associados aos instrumentos detidos. De um lado, as empresas não gostaram de ver suas entranhas financeiras expostas. De outro, os auditores consentiram.
(...)
Sensibilidade obrigatória
Valor Econômico – 4/12/2008


Quem conhece análise de sensibilidade sabe como os resultados são extremamente dependentes das variáveis de entrada e as suposições assumidas. Provavelmente se a medida for implantada isto representará um “novo” relatório de administração, que indicará, em tons positivos, a situação da empresa.